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Fazer a coisa certa — Confira o editorial de Paul Frields

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os créditos aos autores e a frase: “Reproduzido da Revista Fedora Brasil — Edição nº 03
— www.projetofedora.org” em local visível.

O Projeto Fedora Brasil declara não ter interesse de propriedade nas imagens, os direitos
sobre as mesmas pertencem a seus respectivos autores/proprietários. Esta licença não se
aplica a nenhuma imagem exibida na revista, para utilização da mesma obtenha autorização
junto ao autor.
Fazer a coisa certa
Prezados leitores e leitoras da Revista Fedora Brasil,
Como líder do Projeto Fedora, é uma grande honra ser convidado
a falar sobre o projeto para a Revista Fedora Brasil. Em inglês, a
EDITORIAL
palavra “honra” tem inúmeros significados. Um dos significados foi o
EXPEDIENTE que usei acima, uma consideração dada em virtude de respeito.
Diretor Geral Mas “honra” pode também significar virtude, ou alto caráter moral.
Henrique Junior Em outras palavras, fazer a coisa certa. E isso é pra mim o
Editor-chefe significado essencial e o propósito do software livre e open source.
Davidson Paulo É dar às pessoas em todo lugar a habilidade de fazer a coisa certa,
Editores
de criar e ser criativo, e ser uma pessoa de sucesso.
Rodrigo Menezes e Túlio Macedo
Por instância, programas livres e open source removem a
Editoria de Notícias
necessidade das pessoas baixarem cópias ilegais de materiais
Eunir Augusto Reis Gonzaga
proprietários para tornar seus computadores úteis no dia-a-dia.
Arte Existem alternativas livres e open source para quase todas as
Erick Henrique e Guilherme Gonçalves necessidades possíveis. Minha família e eu temos vivido sem
Diagramação software proprietário por muitos anos e não sentimos falta deles
Hélio Ferreira e Ana Paula Camelo graças ao Fedora. Navegar na internet, escrever um e-mail e
Marketing documentos, manusear fotos da família, desfrutar de vídeos e
David Barzilay músicas é simples e fácil. E ao contrário de ser isolado dos outros
Revisão usuários, meus softwares me permitem fazer parte de uma
Jefferson Paradello, Felipe Martins, Alan comunidade, com vizinhos que compartilham os meus interesses, e
Porto, Túlio Miranda e Eunir Reis
como em qualquer outra boa vizinhança, ajudam-se uns aos outros.
Ouvidora
Fazer a coisa certa é fácil com software livre e open source.
Ana Carolina
Por anos, em empresas, escolas e órgãos governamentais em todo
o mundo, milhões de pessoas copiam softwares sem os devidos
direitos. Eles construíram soluções proprietárias e caras em padrões fechados que os impedem de
modificar ou reutilizar a informação eficientemente. E eles têm feito isso enquanto sentem-se presos e
isolados de outros na mesma situação. Os custos impostos pelos softwares proprietários têm se tornado
um enorme dreno na economia global, encorajado pela ganância e ignorância. Mas o software livre e
open source oferece uma solução: tornar todo o cenário de informação global livre e open source. Agora,
pessoas em qualquer lugar podem estar totalmente equipadas com software que tem padrões abertos,
economizando bilhões de dólares em todo o mundo, tornando-se assim totalmente envolvido no
aperfeiçoamento do software.

O Projeto Fedora é dedicado a difundir softwares livres e open source. Um dos métodos que utilizamos
é fazer uma plataforma computacional completa aproximadamente a cada seis meses. O que diferencia o
Fedora das outras soluções é que tudo o que nós oferecemos e tudo que usamos para construí-lo é
grátis e legalmente autorizado a ser copiado, reutilizado, modificado e redistribuído. Agora e sempre.
Fazer a coisa certa significa ter certeza de que quando nós lhe damos um software, você está livre para
passá-lo adiante para qualquer pessoa. E porque fazemos possível para as pessoas combinarem os
nossos softwares de maneiras únicas, qualquer uma dessas combinações irá ter a mesma liberdade para
quem quer que use. E nós usamos os mesmo princípios, não somente em nossos softwares, mas em
tudo, de websites a artworks, assim como em nossas ferramentas e documentações.

Todo este trabalho é produzido por uma comunidade que faz do compartilhamento uma paixão, para
trazer igualdade e padrões abertos para casas, empresas e órgãos governamentais. Nossa comunidade
tambem torna o Fedora especial, e você pode se tornar parte dela. Visite
http://join.fedoraproject.org e veja como você pode envolver-se na maior
revitalização global do Século 21 — Ajudem-nos a acabar com o medo, a
incerteza, a ignorância e a desigualdade da tecnologia da informação ao redor do
mundo!

Paul Frields
Fedora Project Leader
Doing the right thing
Dear readers of the Fedora Brazil Magazine,
As the Fedora Project leader, it's a great honor to be asked to
talk about the project for Fedora Brazil Magazine. In English, the
EDITORIAL
word "honor" has several meanings. One meaning is the one I
EXPEDIENTE just used above — a consideration given out of respect or
Diretor Geral esteem. But "honor" can also mean virtue or high moral
Henrique Junior character: in other words, doing the right thing. And that, to me, is
Editor-chefe the essential meaning and purpose of free/libre and open source
Davidson Paulo software. It's about giving people everywhere the ability to do the
Editores
right thing, to be creative, and to be successful.
Rodrigo Menezes e Túlio Macedo
For instance, free/libre and open source software removes the
Editoria de Notícias
need for people to illegally download copies of proprietary
Eunir Augusto Reis Gonzaga
material just to make their computers useful. There are free/libre
Arte
and open alternatives for almost every possible need. My family
Erick Henrique e Guilherme Gonçalves and I have been living life without proprietary software for several
Diagramação years and not missing it at all, thanks to Fedora. Browsing the
Hélio Ferreira e Ana Paula Camelo Web, writing email and documents, managing family photos, and
Marketing enjoying videos and music are simple and easy. And rather than
David Barzilay being isolated from other users, my software makes me part of a
Revisão community, with neighbors that share my interests, and like any
Jefferson Paradello, Felipe Martins, Alan good neighbors we help each other. Doing the right thing is easy
Porto, Túlio Miranda e Eunir Reis with free/libre and open source software.
Ouvidora
For years, in businesses, schools, and governments around the
Ana Carolina
world, millions of people have copied software without
entitlements. They have built costly proprietary solutions built on
closed standards that prevent them from moving and re-using information efficiently. And they have
done all this while feeling stranded and isolated from others in the same situation. The costs inflicted
by proprietary software have become an enormous drain on the global economy, enforced by greed
and ignorance. But free/libre and open source software offer the solution — freeing the entire global
information landscape. Now, people everywhere can be fully equipped with software that meets open
standards, saving billions of dollars worldwide, and becoming full and equal participants in making
that software better.

The Fedora Project is dedicated to spreading free/libre and open source software. One of the ways
we do that is by producing a complete computing platform approximately every six months. What
sets Fedora apart is that all the software we provide, and everything we use to build it, is free of cost
and legal for anyone to copy, reuse, modify, and redistribute -- now and always. Doing the right thing
means making sure that when we give you software, you are also free to pass it on to anyone else.
And because we make it possible for people to combine our software in unique ways, any of those
combinations will guarantee the same freedoms to everyone who uses them or gives them to others.
And we use those same principles not just in our software, but in everything from our websites and
artwork to our tools and documentation.

All of this work is produced by a community that shares a passion for bringing equality and open
standards to homes, businesses, and governments everywhere. Our community also makes Fedora
special, and you can become a part of it too. Visit http://join.fedoraproject.org/ and see how you can
be involved in the biggest global revitalization of the 21st Century — help us
remove fear, uncertainty, ignorance, and inequality from information technology
worldwide!

Paul Frields
Fedora Project Leader
ÍNDICE

CORREIO OPINIÃO
E-mails para a redação 6 Igor Soares — O codec Buddy é seu 38
amigo?

NOTÍCIAS
JOGOS
Fedora News 8
FreeDoom, um clássico 54

ARTIGOS
PERGUNTAS & RESPOSTAS
Amarok, desvende seus segredos 12
O Duli responde as dúvidas dos leitores 58
Ogg Vorbis, use e abuse 17

Bom e barato, MPE-TO migra para 21


Fedora SÉRIES
Pidgin, mensageiro instantâneo livre 25 Introdução ao Shell Script — Parte 3 60

MPlayer, versátil player de vídeo 32


COMUNIDADE
Crie e edite áudio digital com o 35
Audacity
Tutorial GIMP 40
Iniciativas do Projeto Fedora Brasil 63

Ferramentas de configuração do 44 Participe da Revista Fedora Brasil 64


Fedora - Parte 2
Port knocking — Final 47 Aliste-se já! 65
E-mails para a redação
Se você tem dúvidas sobre o Fedora, críticas ou sugestões para
melhorar a nossa revista mande um e-mail. Este espaço é seu!
revista@projetofedora.org
CORREIO

Leiaute ou “layout”?
Bom dia pessoal, acabo de ler a 2° edição de vossa revista,
gostaria de parabenizá-los pela iniciativa e trabalho.
Uma crítica minha, achei estranho a palavra leiaute em algumas
matérias, confesso que na primeira vez que a li, li duas vezes
para entender.
Uma sugestão minha: por que não usar “layout” (em inglês
mesmo)? Gosto de ler e se vocês estiverem precisando de gente
para revisar os artigos coloco-me à disposição.
Herminio E. Piram

Resposta
Olá Herminio! A equipe da Revista Fedora Brasil agradece os elogios! Ficamos muito
satisfeitos em saber a opinião dos nossos leitores em relação a nossa revista. Quanto à
grafia da palavra “ leiaute“, ficou decidido entre os colaboradores da revista que as formas em
português das palavras estrangeiras serão utilizadas de acordo com as normas gramaticais.
Herminio, a sua ajuda é bem vinda, inscreva-se no grupo Revista Fedora Brasil Comunidade
(http://groups.google.com/group/rvst-fedora-br-com) e quando encontrar algum erro na
revista, por favor, relate ao grupo para que o erro possa ser colocado na seção de “erratas”
da revista.

Fedora como servidor


Muito bom dia amigos, a revista está 1000, gostei do
conteúdo, diagramação, linguagem e tudo mais... o
trabalho está tudo de bom!
Uma pergunta de leigo: Hoje o Fedora está mais
voltado para desktop ou para servidor ? A proposta
da revista é atingir todos os usuários, certo ?
Gostaria de sugerir matérias que abordassem
configuração do servidor, do zero, se for possível. Abraços!
Fábio Aragão

Resposta
Oi Fábio! A equipe da Revista Fedora Brasil agradece a sugestão e os elogios! Bom, a partir
da quarta edição da revista estaremos contando com o apoio da comunidade CentOS. Isso
significa que teremos excelentes artigos sobre servidores, pois teremos agora especialistas
nesse ramo trabalhando na redação de matérias.
Agradecimentos da Equipe Revista Fedora Brasil.

REVISTA FEDORA BRASIL | AGOSTO 2008 | www.projetofedora.org


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OpenVPN e segurança
Olá!
Parabéns pelo trabalho da revista!!! Show de bola mesmo.
Como sugestão para nova matérias, creio que a
abordagem sobre o OpenVPN e também sobre a questão
da segurança no Fedora seria de muita ajuda para
comunidade.
CORREIO

Bom trabalho a vocês!!!


Moreno Charles de Morais

Resposta
Olá Moreno! Agradecemos pelas sugestões e elogios! É sempre bom ouvir a opinião de
nossos leitores! Já estamos publicando uma série em duas partes sobre segurança: o Port
Knocking, escrito pelo Sandro Melo da 4Nix e vem mais por aí.

Quero ajudar
Quero colaborar, posso revisar e redigir, o que devo fazer?
Victor Pepy

Olá pessoal da Revista do Fedora, quero parabenizá-los pelos 2 volumes, estão show de
bola. Tenho vários artigos técnicos sobre o Linux e tenho alguns que, acho, seriam de grande
ajuda para a comunidade Linux, principalmente para a Revista Fedora Linux...
Por favor me digam qual é o procedimento pra eu mandar o(s) artigo(s) para a revista.
Adilson Bonan

Saudações senhores do Fedora.


Meu nome é Augusto Schwartz, trabalho com comunicação em uma ONG somente em
software livre e tenho experiência em formatação e desenho com o Scribus e o Inkscape.
Se puder ser útil em algum momento sentirei-me lisonjeado.
Augusto Schwartz

Olá.
Eu acompanho a revista desde sua primeira edição. Sou estudante de jornalismo e
apaixonado por tecnologia e Linux. No entanto, estou procurando unir minha futura profissão
com essa paixão.
Gostaria de participar da revista inicialmente como revisor e posteriormente como redator.
Não sei como vocês classificam, se ainda precisam de colaboradores. Estou à disposição.
Jefferson Paradello

Resposta
Olá pessoal! A equipe da Revista Fedora Brasil agradece aos leitores e aos colaboradores
da revista. Temos recebido vários e-mails de pessoas que querem contribuir com a nossa
equipe. Queremos agradecer, também, às pessoas que desejam colaborar. E para as
pessoas que querem participar das próximas edições da revista, realizem a inscrição no
grupo Revista Fedora Brasil Comunidade (http://groups.google.com/group/rvst-fedora-br-com)
e apresentem as suas idéias aos participantes do grupo. A ajuda de vocês é muito importante
para oferecermos aos nossos leitores uma revista de qualidade. E continuem enviando as
suas sugestões, críticas e elogios, pois a nossa equipe quer saber a opinião dos leitores.

Obrigada.

Equipe Revista Fedora


Ana Carolina

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Fedora News

1ª Semana de Maio
Arquiteto da Oracle diz que deve existir apenas uma
distribuição Linux: Red Hat
NOTÍCIAS

Edward Screven, arquiteto corporativo chefe da Oracle, afirma que somente uma
distribuição Linux deveria existir - Red Hat - e clama que não deveria haver
fragmentação da base de código. Em entrevista recente à Linux Foundation, Screven
informou que o Oracle Unbreakable Linux não é um produto, mas um programa de
suporte para o Red Hat Enterprise Linux (RHEL), e acredita que essa distribuição
deveria ser a única existente.

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=732

2ª Semana de Maio
O Fedora 9, codinome Sulphur foi oficialmente lançado!

Algumas novidades incorporadas ao Fedora 9:

– Xorg 1.5;
– FreeIPA;
– Anaconda encryption of the root filesystem;
– Melhorias no NetworkManager;
– KDE4;
– Gnome 2.22;
– Live persistence;
– Novo GDM;
– Preupgrade;
– Redimencionamento de partições via anaconda;
– Upstart;
– Firefox 3.

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=735

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Fedora News

3ª Semana de Maio
FAQ do Fedora 9 no ar
Já está no ar o FAQ do Fedora 9 na Wiki não oficial e, http://wiki.linux-fedora.org ,
NOTÍCIAS

com as dicas de como deixar o recém lançado Fedora 9 funcionando com os


recursos mais solicitados pelos usuários.

Qualquer um pode corrigir e/ou adicionar novas entradas no FAQ já que ele se
baseia em conteúdo colaborativo.

Acesse em : http://linux-fedora.org/wiki/index.php?title=FAQ_do_Fedora_9

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=740

4ª Semana de Maio
Projeto Fedora Brasil lança segunda edição da revista online

Publicação é voltada para a comunidade Fedora, que vem crescendo


exponencialmente no Brasil. O Projeto Fedora Brasil lança hoje (27/05) a segunda
edição de sua revista online voltada para a comunidade Fedora. No Brasil o Fedora
é uma das mais populares distribuições Linux, contando com uma comunidade
crescente e ativa. Disponível no endereço http://www.projetofedora.org/Revista, a
publicação é voltada a principal vertente do Fedora, a Inovação. Os artigos dessa
nova versão são focados sobre o novo lançamento do Projeto, o Fedora 9 e suas
novidades.

A equipe editorial da Revista Fedora Brasil é composta por Embaixadores do


Fedora no Brasil e membros da comunidade Linux que cuidam do conteúdo,
diagramação, arte e revisão.

Link para a revista: http://projetofedora.org/Revista

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=744

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Fedora News

1ª Semana de Junho
Linux é a chave para servidores de jogos online
NOTÍCIAS

Enquanto você lê esse texto, pelo menos 100 mil pessoas estão jogando nos mundos
virtuais da Sony. E é o sistema operacional Linux que possibilita que toda essa gente
fique conectada 24/7. Uma análise completa foi escrita no endereço:

http://www.sysmannews.com/content/article.aspx?ArticleID=32072

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=750

2ª Semana de Junho
Livro grátis sobre Rails 2.1

Carlos Brando e Marcos Tapajós anunciaram esta


semana o seu livro sobre Rails 2.1, e o mais
interessante é que é o primeiro livro sobre Rails 2.1
publicado no mundo, e sem contar que ele está sendo
disponibilizado sem custo algum, isto mesmo, o livro é
inteiramente grátis e pode ser baixado agora mesmo em
PDF. Então não perca tempo, e baixe agora mesmo a
sua cópia, pelo sítio eletrônico abaixo:

Livro: http://www.nomedojogo.com/livro/carlosbrando-rubyonrails21.pdf

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=754

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Fedora News

3ª Semana de Junho
Firefox 3 - Download Day foi
um sucesso!
NOTÍCIAS

Firefox Day se passando e os downloads continuando. O novo browser da Mozilla


foi baixado mais de 8 milhões de vezes em 24 horas. Em menos de um dia 8 milhões
de downloads é um tanto que um número interessante. O Brasil baixou o software
cerca de 202 mil vezes.

Como divulgado em notícias o início do download previsto para 14 horas desta terça-
feira 17 de junho de 2008, foi um tanto tumultuado. Antes mesmo das 14 horas o site
do Download Day do Firefox havia “caído”, com grandes chances de ter sido devido
ao fato dos inúmeros acessos que o site obteve na data. O que mais me constrange é
saber que a empresa havia mensurado que tamanha quantidade de acessos seria
realizada no dia do download e não se preparou para tal feito.

Eu tive oportunidade de download por volta de 16 horas. O visual básico do browser


não mudou e há poucos recursos novos.

Entre outras coisas, a Mozilla incorporou novas arquiteturas de renderização de


gráficos e texto em seu mecanismo de layout web Gecko 1.9 para aprimorar a
renderização em CSS e SVG; vários recursos de segurança, como proteção contra
malware e verificação de versão de seus add-ons; e suporte offline a aplicações web
adequadamente codificadas.

O Firefox é o navegador da Mozilla Foundation, e agora está mais rápido, seguro e


totalmente personalizável (são diversos add-ons para aproveitar ao máximo o
navegador). O navegador traz uma bela atualização de tema e interface, proteção
contra phishing e melhorias tanto na capacidade de busca quanto na navegação por
abas (tabs).

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=757

4ª Semana de Junho
Desenvolvedores do Linux kernel dizem
não a módulos fechados
Mais de 135 desenvolvedores do Linux kernel
assinaram um documento em protesto a fabricantes
que criam módulos para o kernel com código-fonte
fechado, chamando a prática de "prejudicial e não
desejável".
Uma análise completa foi escrita no endereço:

https://www.linuxfoundation.org/en/Kernel_Driver_Statement

Fonte: http://linux-fedora.org/portal/modules/news/article.php?storyid=764

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Integração total
Amarok, uma solução integrada de
player, podcast e streaming.
ARTIGOS

Por Hermes Nunes Pereira Júnior

Para que ter vários programas de áudio, cada um fazendo uma parte? Para tocar
umas músicas mp3, para ouvir um CD, ou quem sabe ouvir uma rádio online? Ao
invés de abrir um software para cada tipo de necessidade, como era necessário fazer
alguns anos atrás, houve uma natural convergência das tecnologias usadas, criando
um programa que, numa mesma interface, desse ao usuário um leque de opções
para executar áudios de várias origens.

O Amarok é um destes programas, fácil, cheio de recursos e o melhor, presente em


todas as distribuições que tenham o KDE em seu mirror.

Conhecendo a interface Conhecendo a Barra de Menus


A disposição dos recursos do Amarok estão Acionar
divididos basicamente em dois lugares. Nesta primeira opção do menu, temos os
Observe a Figura 01 abaixo: seguintes recursos (Figura 02):

Barra de Menus (item 1) – Como a maioria


dos programas, todas as funções estão neste
menu;

Barra de Navegação (item 2) – Agrupa por


características comuns os recursos
oferecidos pelo Amarok.

Figura 02
– Reproduzir Arquivo: Podemos escolher
um arquivo de áudio para ser executado pelo
Amarok. Neste item do menu, indicamos o
local onde está nosso arquivo;

– Reproduzir Stream do last.fm: O site


http://www.last.fm tem muitas rádios on-line
para os mais diferentes gostos e preferências
musicais. O Amarok faz um link direto com o
site, exibindo todas as rádios agrupadas por
estilos musicais;

– Reproduzir CD de Áudio: Como todo bom


player, este recurso não poderia faltar. Ele
Figura 01

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12
Artigos
tocará o CD que estiver na bandeja, criar várias listas diferentes, algo parecido
mostrando o título da faixa, nome do CD, do com o playlist do xmms;
autor. Estas informações são buscadas em
freedb.freedb.org:8880 (Podemos configurar – Queimar CD: Com uma lista de músicas
esta opção em CONFIGURAÇÕES > pronta, pode-se fazer um cd para tocar no
CONFIGURAR AMAROK > MECANISMO) player do carro ou de um som comum ou um
cd (de dados) para ser tocado por um player
– Faixa Anterior, Pausar, Parar, Próxima mp3. Se escolher a primeira opção, o
Faixa: Recurso presente em todo player. O Amarok fará a conversão dos arquivos mp3
usuário não precisa esperar a faixa terminar para o formato nativo dos CDs, o formato
para ouvir a próxima, basta usar as opções Red Book Audio. Se optar pelo CD de dados,
deste item de menu ou usar as teclas de o Amarok pegará as músicas da lista e
atalho; gravará no CD;
AMAROK

– Sair: O nome já diz tudo :) – Desfazer e Refazer: Como em todo bom


programa, o Ctrl+Z está presente para salvar
caso alguma coisa for feita inadvertidamente;
Lista de Músicas
Neste item de menu temos as seguintes – Limpar: Limpa a lista de músicas criada;
opções (Figura 03):
– Aleatória: Toca as músicas da lista de
maneira aleatória, não seqüencial;

– Colocar Faixas Selecionadas na Fila:


Caso tenha uma seleção de músicas, coloca-
as na lista de músicas a serem executadas,
no final da lista;

– Remover Duplicadas & Entradas


Faltando: Se dois arquivos iguais estiverem
na lista, exclui um deles da lista e, se uma
música tiver sido apagada ou movida do
diretório de origem, exclui também da lista de
execução;

– Selecionar Tudo: Seleciona todas as


músicas da lista; aí pode-se, por exemplo,
Figura 03 – Adicionar Arquivos: Semelhante ao item apagar todas as músicas simultaneamente.
ACIONAR > REPRODUZIR ARQUIVO, este
item abre uma janela para que se escolha um
ou mais arquivos para serem adicionados à Modo
lista de execução, mas diferentemente do Este item do menu
primeiro, este não só executa a trabalha
música/arquivo como também coloca-o na exclusivamente com a
lista; forma de execução das
músicas (Figura 04). Figura 04
– Adicionar Stream: Adiciona uma fonte de
stream à sua lista. Pode ser uma rádio de um – Repetir: Este item do menu é interessante,
amigo. O grande problema destes streams pois podemos escolher como será a
são os codecs proprietários usados. Eles são execução das músicas. Podemos configurá-
uma fonte de dor de cabeça; lo para repetir todas as músicas, algum
álbum específico ou até mesmo apenas uma
– Adicionar Stream do last.fm: Semelhante música;
ao item ACIONAR > REPRODUZIR
STREAM DO LAST.FM, mas difere por – Aleatório: Podemos escolher que o
colocar na sua lista preferencial; Amarok toque as músicas de forma aleatória
independente de álbum ou aleatória dentro
– Salvar Lista de Músicas Como: Pode-se de um álbum específico.

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Artigos
Ferramentas Configurações
Neste item de menu temos as seguintes Um dos itens mais importantes do Amarok.
opções (Figura 05): Neste item tem-se todas as possibilidades de
configuração do Amarok (Figura 06).

– Geral: Configurações gerais do Amarok,


tais como o tamanho das capas dos álbuns,
o Amarok abrirá a tela de apresentação
quando for executado;

– Aparência: O Amarok é muito flexível.


Neste item é possível alterar a aparência
através de novos skins baixados do site do
AMAROK

projeto;

Figura 05 – Reprodução: Aqui podemos definir se


entre a transição de músicas haverá ou não
– Gerenciador de Capas: Pode-se escolher uma diminuição do volume, se haverá um
a capa de um álbum/CD para ser exibido intervalo entre as músicas;
quando uma das músicas do álbum/CD
estiver sendo tocada. A capa é buscada no – Mensagem na Tela: Neste ponto podemos
site Amazon.com; escolher o tipo e o tamanho da fonte que
aparecerá na hora que o Amarok emitir
– Gerenciador de Fila: Caso tenha mais de algum aviso;
uma fila criada, pode-se alterar a posição das
playlists para execução;

– Visualizações: Ativa vários plugins de


vídeos que pulsarão e brilharão conforme o
ritmo da música;

– Equalizador: Pode-se escolher entre


vários presets pré-definidos ou criar uma
equalização personalizada. Este recurso é
interessante para que a música seja tocada Figura 06
com a equalização compatível com o seu – Mecanismo: Este é o item mais delicado.
estilo. Uma música do estilo blues jamais terá É aqui que escolheremos o sistema de áudio
os baixos graves do punk, por exemplo; usado, se o sistema de alto falantes é stereo,
double, soundround. É neste item também
– Gerenciador de Scripts: O Amarok tem que indicamos de onde o Amarok buscará
inúmeros scripts para dar mais recursos ao as informações a serem exibidas sobre os
player. Para instalar pode-se baixar CDs executados/tocados. Por default ele
diretamente do site do Amarok ou indicar o busca estas informações em
diretório local onde estão os scripts. Estes freedb.freedb.org. Muito cuidado nesta hora;
scripts adicionam recursos de áudio, lista de
músicas, novas rádios. Realmente muito útil; – Coleção: Podemos indicar aí 2 coisas
importantes: Primeiro em quais diretórios o
– Estatísticas: Mostra várias estatísticas de Amarok buscará os arquivos para montar
utilização do Amarok. Tem-se, por exemplo, nossa coleção. Segundo, qual banco de
quais músicas foram mais tocadas, quais dados será usado para guardar as
foram menos tocadas ou mesmo quais informações coletadas. Por default ele usa o
gêneros são mais ouvidos; SQLite, mas podemos escolher entre o
SQLite, o Mysql e o Postgresql.
– Atualizar Coleção e Re-escanear
Coleção: Ele repassará todos os diretórios – last.fm: Interessante este recurso.
onde estão as músicas para ver se tem Cadastrando-se no http://www.last.fm,
alguma modificação na estrutura das listas quando uma música for executada, o Amarok
de músicas. enviará as informações para o site e este, por

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14
Artigos
sua vez, retornará ao Amarok informações
de outras pessoas que gostem do mesmo
estilo de música que você;

– Dispositivos de Mídia: Pode-se indicar


outros dispositivos de mídia além do disco
rígido. Se tiver um iPod, é só escolher este
tipo de player que o Amarok fará a conexão.

Conhecendo a barra de
navegação
AMAROK

Contexto
A primeira aba mostrará ao usuário as
informações da música que está tocando.
Veja a Figura 07. Figura 08
Na próxima janela (Figura 09) basta indicar
Se o computador estiver conectado à quais diretórios devem ser escaneados à
Internet, o Amarok mostrará algumas procura de arquivos.
informações sobre a faixa. Neste caso
específico, ele buscou na “Wikipédia”
informações sobre a música “Radio Ga Ga”,
do Queen.

Figura 09
Listas
Esta guia é a responsável pela criação de
listas de músicas, semelhantes às playlists
do xmms. É possível, por exemplo, criar
listas com músicas específicas conforme o
gênero musical ou algum outro critério. Esta
aba também contém as opções de rádios
Figura 07 online e podcasts. É possível usar o Amarok
para ouvir webradios ou rádios que tenham
Coleção sua programação em algum servidor de
Esta aba mostra todos os arquivos que você streaming. Observe a Figura 10 na próxima
tem em um diretório ou pasta. Para adicionar página.
novos arquivos nesta coleção clique em
CONFIGURAR PASTA e indique qual ou Nos "Streams de Rádio" há uma quantidade
quais diretórios devem ser escaneados à muito boa de webradios para todos os
procura de novas músicas. gostos. Além destas rádios, é possível
Veja a Figura 08. adicionar novas rádios clicando com o botão

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15
Artigos
Magnatune
O Amarok trabalha em conjunto com o site
http://www.magnatune.com. Nesta aba é
possível ter acesso ao acervo digital do site e
tocar suas músicas. Na primeira vez que for
usar o Magnatune, é necessário fazer uma
sincronia com o site (Figura 12).

Figura 10
AMAROK

direito do mouse em “Streams de Rádio” e


escolher a opção “Adicionar Stream de
Rádio”. Um problema são os codecs, muitas
rádios usam formatos proprietários para suas
transmissões e muitos destes codecs não
têm seus correlatos no Linux.

Clicando na pasta "Podcasts" com o botão Figura 12


direito do mouse é possível inserir a url de
algum site que tenha podcast ou indicar o Depois da sincronia, estará disponível uma
diretório ou mídia que contenha arquivos de lista de artistas. Para ouvir, é só arrastar a
podcast. música para o lado direito do painel.

A pasta “Listas”, a primeira desta guia, é a Como é um sistema online, as informações


responsável pela organização de suas listas do álbum são mostradas na parte de baixo
personalizadas. Clicando com o botão direito da janela. É possível também comprar o
do mouse em cima da pasta, selecione “Criar álbum (Figura 13).
Lista de Músicas” e dê um nome a ela. Para
adicionar músicas a esta lista recém-criada
basta arrastar a música para ela.

Arquivos
Através desta guia nós temos acesso à
árvore de diretórios. É possível localizar cada
arquivo e adicioná-lo à lista de execução
(Figura 11). Usando recursos do shell
podemos buscar o arquivo pelo nome
completo ou por parte dele. Na linha de
comando digitamos: $ find / -iname *.mp3
Figura 13
Considerações Finais
Hoje o Amarok está num estágio estável,
com recursos que satisfarão a grande
maioria dos usuários. Imagino que seus
desenvolvedores devam inserir recursos de
vídeo num futuro próximo.

Sobre o autor
O autor deste artigo é Hermes Nunes Pereira Júnior.
Veja mais trabalhos do autor em: www.gnu-lia.org.
Figura 11

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16
Ogg Vorbis,
use e abuse
ARTIGOS

O formato livre de áudio


não fica devendo nada
aos formatos proprietários.
Por Rafael Brito Gomes

Música em formato digital já se tornou comum no nosso dia-a-dia. Quem não tem, ao
menos, dois CDs convertidos em seu computador, que atire a primeira pedra. A
música no formato MP3 entrou mesmo na nossa vida. Hoje é difícil viver sem nossos
players de mão e nossos CDs para escutarmos em uma viagem.

O que poucos sabem é que o software que estamos utilizando para converter e/ou
executar a música, em formato MP3, pode estar infringindo um direito de patente.
Em 1998, o Instituto Fraunhofer exigiu royalties por utilização do MP3 para
empresas que utilizam esse formato em seus produtos, pois pertence ao instituto o
direito dessa patente. Christopher Montgomery aparece como “salvador da pátria”,
pois o projeto Xiph.org[1] que foi criado por ele, tem como objetivo evitar esse tipo de
problema: Proteger a comunidade do controle de patentes para interesses privados.

O que é Ogg Vorbis? desktop. O Vorbis tem suas bibliotecas


A Xiph.org é responsável pela criação do licenciadas em BSD e suas ferramentas em
formato de áudio e vídeo Ogg. É largamente GPL.
utilizado em grandes empresas. Na Red Hat®
é amplamente utilizado para divulgação de Devemos buscar alternativas para os nossos
podcast e vídeos, EA Games, Crystal dados que estão sob licenças proprietárias,
Dynamics (criadora do jogo Soul Reaver) e no caso das músicas em MP3. E mais, temos
muitas outras desenvolvedoras de jogos um formato de arquivo que consome menos
utilizam o formato ogg na trilha sonora de espaço em disco e tem qualidade equivalente.
seus produtos. Como eu posso usar o Ogg
Este artigo trata do Ogg Vorbis[2], que é o agora?
formato Ogg voltado para áudio, pois utiliza o Utiliza Linux? A maioria das distribuições
codec Vorbis, que, ao contrário do MP3, trazem por padrão o Codec Vorbis para
utiliza uma codificação em bit variável (VBR). execução de arquivos Ogg. Xmms[3] e
Com isso permite arquivos menores e com Amarok[4] são ótimas ferramentas para
qualidade equivalente ao MP3. Pode exceder escutar suas músicas.
em qualidade o MP3 e ter equivalência em
tamanho. Tudo depende da configuração Utiliza Windows®? Winamp[5] poderia ser
feita no momento da conversão. utilizado para execução de arquivos Ogg
para áudio. Esse player é freeware. Pode ser
baixado sem problemas.
Por que eu deveria usar Ogg e
não MP3? Utiliza Mac®? O Ogg Drop foi muito indicado
Resposta rápida: Porque é livre de patentes, na internet para esse fim, porém não pude
da mesma forma que estamos fugindo das fazer testes. Deixo esta tarefa para algum
patentes em sistemas operacionais para interessado.

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17
Artigos
Utilizando Ogg nos nossos iAUDIO X5
Para quem está disposto a pagar um pouco
dispositivos. mais, segue essa solução que é novamente
Infelizmente o suporte ao Ogg nesses
uma alternativa ao Ipod, só que dessa vez,
equipamentos ainda é deficiente no Brasil.
com maior capacidade.
Existem poucos produtos no mercado e
quando existem geralmente são caros.

O aumento da demanda gera uma melhor


oferta, ou seja, devemos demandar nossos
OGG VORBIS

próximos equipamentos com suporte a Ogg


para, então, tentar reverter esse quadro.

Eu tenho um Player de Mão “genérico” que


me foi presenteado no inicio do ano. Ele é
parecido com o MP3 player Foston FS-100.
Somente dias atrás descobri que ele suporta
Ogg e, por isso, foi um dos motivadores para
criação desse artigo.

Infelizmente o suporte a Ogg nesses iAUDIO X5


O iAUDIO X5 é um produto da
equipamentos ainda é deficiente e em alguns
empresa COWON [9], e tem como
casos inexistentes. Atualmente tenho um
especificação básica:
MP3 player da marca Foston® que tem total - Visor com 260.000 Cores TFT-LCD;
suporte a esse tipo de arquivo. - Resolução de 160X128;
- Duração de bateria: 35 horas;
Iremos abordar a seguir alguns produtos que - OTG (USB Host): o iAUDIO é capaz de receber
tem o suporte. fotos direto da câmera digital;
- Leitor de textos e ainda é possível ler os
arquivos sem precisar parar a música;
- Suporte à execução de MP3, OGG, WMA, ASF,
Players de Mão FLAC e WAV;
- Anti-choque de até 12 minutos.
Foston FS-58A Esse produto não é vendido no Brasil.
Há artigos publicados na Acessando o link [10], você obterá
internet [6] atestando que informações de onde comprá-lo nos EUA.
esse player seria uma
ótima alternativa ao Ipod Samsung
Nano da Apple®. Um Essa empresa tem inúmeros
das diferenças entre modelos com suporte a Ogg que
os dois players é podem ser encontrados nos sites
que o Foston FS- de compras online. O produto a
58A suporta Ogg seguir é um deles.
e o Ipod não.
Foston FS-58A YP-U1X
Não encontrei esse Modelo com designer
produto no site [7] da Foston®. moderno que reúne as
O que achei foram apenas baterias e seguintes características:
acessórios. Acredito que o player possa ser - Espaço Disponível: 512 MB;
encontrado em lojas especializadas sem - Peso: 39g;
problemas. - Dimensões: 23.8 x 87.8 x 13.5 mm; YP-U1X
- Interface: USB 2.0;
Existem outros modelos da Foston® com - Formatos Suportados: OGG, MP3, WMA, ASF e
suporte a Ogg, porém, no site da empresa [8] WAV.
não há registro sobre isso. Acredito não
haver interesse da empresa quanto a esse Veja outros exemplos de Players de Mão
suporte. nesse site [13]

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18
Artigos
Aparelhos de som automotivo Características do software:
Visteon – Radio Head Units - Músicas em formato Ogg poderão ser inseridas
Pelo que vi no site do fabricante [11], ele como toques telefônicos;
- Suporte às listas de execução do Winamp em
seria um controlador central para seu sistema
formato .m3u;
de áudio do seu carro. O pacote pode - Suporte à execução de MP3, AAC, MP4, M4A e
abranger todo equipamento de som OGG;
automotivo. - Funções de execução aleatória e repetição de
músicas;
- Skins personalizáveis. Podem ser encontrados
alguns prontos na internet;
OGG VORBS

- Suporte a várias línguas. O Português de


Portugal é incluso.

Deseja migrar suas músicas de


MP3 para Ogg?
Inicialmente eu desaconselharia tal ato, já
que, como explico abaixo, a utilização dessas
Visteon - Radio Head Units músicas em formato digital apenas deve ser
feita com a compra do CDs originais. Assim,
O que inviabiliza essa solução para alguns é aconselhável converter “direto da fonte”.
clientes é o preço, pois pelo que vi em alguns Poderíamos obter maior qualidade nas
sites, ultrapassa a quantia de R$ 600,00. Em músicas, pois o método de conversão do
contrapartida, existem muitas soluções de MP3 e Ogg são distintos e uma conversão
porte médio por aproximadamente R$ 250,00 de um para outro poderia ter perdas
com suporte apenas a MP3. irreparáveis na música como resultado do
processo.
Lembrando que é uma ótima solução para
quem deseja ouvir suas músicas em um Para ouvidos poucos sensíveis a esses
formato livre de patentes no carro. Não é níveis de qualidade, existem muitas formas
uma alternativa financeiramente viável para para conversão.
troca.
Uma delas é o software mp32ogg. Como o
Temos mais exemplos nesse site [14]. próprio nome já diz, ele tem como função
transformar músicas MP3 para Ogg.
Infelizmente não conheço nenhuma interface
gráfica para essa ferramenta. Porém, na
Telefone Celular linha de comando é bastante simples.
Para os usuários de celular que tenham
como sistema operacional o Symbian, existe mp32ogg --delete --quality=10 /pasta com as
uma enorme possibilidade de seu aparelho músicas
obter suporte a músicas em formato Ogg
Vorbis. Como? O parâmetro “--delete” irá remover as MP3s
utilizadas como origem. E “--quality” irá
O projeto Symbian OggPlay disponibiliza o especificar o nível de qualidade da música
software OggPlay que pode transformar seu convertida.
celular em um player Ogg de mão. Veja a
lista dos modelos suportados o site do Lembrando que "--quality=4" é o equivalente
projeto [15]. a CD. Com esse nível já temos um arquivo
menor que a MP3 de origem.

Esse comando age de forma recursiva, ou


seja, se colocar a sua pasta “Minhas
músicas” todas as músicas que estão nas
subpastas inferiores serão convertidas sem
problemas.
Esse tutorial foi retirado desse site[15].

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19
Artigos
Problemas com Pirataria
É importante atentar que a utilização de
músicas sob o formato Ogg não torna a
cópia da música legal. Na maioria dos casos
é necessário ser dono do CD para então
efetuar a cópia e ainda assim o uso deve ser
exclusivo do dono da mídia. Claro que
existem autores que liberaram suas músicas
na internet sem nenhuma cobrança, mas é
interessante que essa informação esteja
OGG VORBS

explícita no site do autor ou a música esteja


sob alguma licença permissiva, tal como Referências
Creative Commons [12] ou afins [01] - http://www.xiph.org/
[02] - http://www.vorbis.com/
[03] - http://www.xmms.org/
Será que o MP3 não vai ser [04] - http://amarok.kde.org/
liberado? [05] - http://www.winamp.com/
Ao que parece essa “briga” está longe do fim. [06] - http://www.nouturn.com/oggdrop/
A Alcatel-Lucent, que se uniu ao Instituto [07] - http://mp4.tudosobre.info/mp4-player-
Fraunhofer, exige que a Microsoft pague uma foston-fs-58a-1gb/
multa de US$ 1,5 bilhão. A Microsoft já [08] - http://www.foston.com.br/loja/
pagou US$ 16 milhões ao Instituto [09] - http://www.cowonamerica.com/products/
Fraunhofer. Mas a Alcatel-Lucent alega que a iaudio/x5/
Microsoft utiliza duas outras patentes de sua [10] - http://www.cowonamerica.com/buy/
propriedade desde antes da união com o us.html
Instituto. A Microsoft nega a informação. [11] - http://www.visteon.com/products/
automotive/radiohead_units.shtml
Não há notícia sobre o desfecho dessa [12] - http://creativecommons.org/
discussão. Se for favorável à Alcatel-Lucent, [13] - http://wiki.xiph.org/index.php/
acredito que irá se iniciar novos processos PortablePlayers
contra outras grandes empresas, tal como [14] - http://wiki.xiph.org/index.php/
Apple e Yahoo!. StaticPlayers
[15] - http://nq6.blogspot.com/2007/01/
converta-suas-MP3-para-ogg.html
Conclusão
A oferta de dispositivos com suporte a Ogg
ainda é pequena, porém, esse quadro será Sobre o autor
revertido apenas com o aumento da
demanda. Com os benefícios técnicos Rafael Brito Gomes é integrante
explicados aqui, com a utilização desse do PSL-BA (Projeto Software Livre
Bahia) e Embaixador do Projeto
formato de música e os anseios com a Fedora. Certificado LPIC-1.
libertação dos padrões proprietários, acredito Administrador de redes da
que teremos razões o bastante para efetuar a CPMBraxis e estudante da
migração. UNIFACS.

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20
Bom é barato
Parte 1
Melhor custo / benefício leva o Ministério
Público do Tocantis a escolher o Fedora
ARTIGOS

na hora da migração.

Por Anderson Menezes

O Ministério Público do Tocantins começou a utilizar o LINUX no final de 2002,


quando instalamos nosso primeiro servidor de e-mail. Na época, utilizamos o Red Hat
9, por ser a distribuição mais utilizada em servidores de rede devido à sua robustez,
confiabilidade e estabilidade. O restante de nossa rede era precária e apenas alguns
pontos estavam conectados com uso de internet e outros recursos, bem como um
PDC com Windows® NT, que fazia apenas a autenticação sem maiores controles, e os
sistemas utilizados eram desenvolvidos para atender determinado departamento de
forma isolada; e existiam ainda sistemas de terceiros que não seguiam uma
padronização da linguagem utilizada para seu desenvolvimento, uma verdadeira
"Torre de Babel" tecnológica.
Nesta época a maioria dos S.O. das migração dos sistemas legados para as
estações eram Windows® 98 e 95. Em 2004 soluções livres. Durante o processo de
começamos a estudar a possibilidade de migração é preciso observar a integridade
utilizar o LINUX para prover nossos serviços, dos dados e informações armazenadas, para
sendo assim, não demorou muito para não haver perdas e/ou complicações. É
migrarmos o Controlador de Domínio. Então, importante o comprometimento de toda
no final do primeiro semestre de 2004, com a equipe, pois o horário normal de trabalho não
ajuda do Centro de Apoio ao Meio Ambiente é suficiente e exige disponibilidade em
que captou recursos para aquisição de novos horários diferenciados.
servidores de rede, instalamos nosso
primeiro servidor Samba Red Hat 9 e um Na época, para começar, optamos pelo
servidor para firewall e proxy. Também foram Fedora 4, por ser uma distribuição baseada
substituídas algumas estações e, com no Red Hat e ser livre de licenciamento para
melhores configurações, começamos a updates e suporte; sempre foi uma
utilizar o Windows® XP. Ainda não havia preocupação a questão orçamentária, não
nada sobre LINUX em estações de trabalho, tínhamos recursos para investimento em
era realmente um monopólio do software tecnologia, a informática era vista como um
proprietário nesta área. departamento que "COMPRA e CONSERTA"
No segundo semestre de 2004, trabalhamos computadores. Acreditávamos no
na melhoria dos serviços configurados nos crescimento e na qualidade da comunidade
servidores, bem como: segurança, por se tratar de uma distribuição robusta, e o
confiabilidade e estabilidade no acesso. fato de ser patrocinada pela Red Hat nos
trazia a confiança que a marca representa.
Em 2005, começamos os estudos para
migrar outras aplicações e ferramentas, e Seguindo o projeto implantamos e migramos
precisávamos definir por onde começar, o mais alguns serviços e a estrutura de
que mudar primeiro, o que mudar por último, servidores que utilizavam o Fedora ficou
considerar tecnologias e pessoas. Utilizar assim:
todas as informações levantadas e sugeridas • Servidor WEB;
para sabermos como ocorreria a mudança e • Servidor Samba;
o tempo que levaria todo o processo, era • Servidor de e-mail;
necessário estabelecer prazos e metas, • Servidor MySQL;
porque tínhamos que planejar • Firewall/Proxy.
cuidadosamente e de forma gradual a

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21
Artigos
No segundo semestre de 2005, voltamos a Foram também avaliados os pontos positivos
atenção para a legalização das estações, a e negativos de uma migração deste porte:
melhor solução foi utilizar o BrOffice.org, mas
ao contrário dos servidores, precisávamos de 1. Pontos Positivos
um apoio do Gestor, porque iria influenciar • Economia de custos com softwares
diretamente nas atividades de todos os proprietários, possibilitando o investimento
funcionários da instituição. Então em infra-estrutura;
demonstramos a utilidade, integração e • Grande comunidade para suporte e
compatibilidade do BrOffice.org com o pacote resolução de problemas;
Bom é barato

de escritório proprietário, e um gráfico • Maior segurança proporcionada pelo


comparativo entre os dois pacotes de software livre;
escritório com o seu custo/beneficio, • Independência tecnológica;
pontuando as melhores características de • Desenvolvimento de conhecimento local;
cada um e seu valor financeiro, é claro. • Independência de um único fornecedor;
• Detenção dos códigos-fonte na maioria dos
Após obter a aprovação e apoio do Gestor, softwares, possibilitando adequações às
começamos a migração de todos os pacotes necessidades da instituição ou empresa.
de escritório, a qual foi concluída no final de
2006. Neste meio tempo, mudamos para a 2. Pontos Negativos
sede definitiva do Ministério Público do • Cultura do usuário;
Tocantins que já contava com a rede física • Impacto direto nas atividades diárias;
toda estruturada. Mas não podíamos • Falta de conhecimento da equipe de help
descansar ainda, outros sistemas ainda desk;
precisavam ser migrados e outros criados • Falta de profissionais qualificados para
para, assim, desfazermos de uma vez a tal desenvolvimento de algumas aplicações.
"Torre de Babel".
Depois de tudo isso avaliado o Diretor de TI,
Em Janeiro de 2007, a instituição se Huan Carlos, apresentou o projeto e tivemos
preparava para uma verdadeira total apoio da Gestora doutora Leila da Costa
transformação tecnológica, criando sistemas Vilela Magalhães, a atual Procuradora-Geral
de controle, sistemas de intranet, proteções de Justiça, que através de um Ato
antispam e antivírus, adquirindo novos Administrativo autorizou a migração de toda
servidores, estações de trabalho e estrutura do MPE-TO para Software Livre.
equipamentos de rede. Mas para essa Com esse ato nas mãos, migramos o
transformação dar certo, precisávamos de restante dos pacotes de escritório de alguns
mais informações. computadores que ainda utilizavam suítes
proprietárias. Foram contratados:
Então, foi feito um novo levantamento dos Desenvolvedor em Java, Administrador de
seguintes pontos: Banco de Dados Oracle, mudamos os
• Tipos de equipamentos com suas aplicativos cliente/servidor para aplicativos
características (computadores, impressoras, em PHP, adquirimos novos servidores de
servidores etc.); rede, switches, racks e provemos novos
• Estrutura de redes (camadas, switches, serviços.
firewall, autenticação, etc.);
• Tipo de usuário que utilizará os sistemas; Contávamos agora com os seguintes servidores
• Sistemas operacionais utilizados; rodando Fedora 7:
• Todos os sistemas utilizados; • Servidor WEB (PHP conectando em
• Conhecimento da equipe técnica. MySQL, Oracle, SQL e Postgres);
• Servidor de Banco de Dados (Oracle,
Postgres e MySQL);
• Servidor de E-MAIL (Postfix, Amavis,
Clamav e SpamAssassin);
• Servidor de autenticação e arquivos Samba
com LDAP;
• Servidor de Aplicação Java;
• Servidor de Aplicação para Moodle;
• Servidor para rotear pacotes entre as redes;
• Servidor de Firewall/Proxy.

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22
Artigos
Agora era necessário migrar o sistema Não queremos dizer que as outras
operacional das estações. Começamos então distribuições são ruins, muito pelo contrário,
escolhendo departamentos aleatóriamente e acreditamos que cada uma atenda às
instalamos um computador com Fedora em necessidades de cada usuário e/ou
cada um deles para sentir a reação do corporação.
usuário. Precisávamos saber o nível de
rejeição. Para nosso espanto 60% dos No dia 10 de março de 2008 migramos nossa
usuários que usaram estes computadores de primeira estação de trabalho. Na sua
teste disseram não sentir dificuldades em instalação, na Diretoria Geral, fomos todos
Bom é barato

utilizar o sistema operacional (com Gnome), da equipe de migração e ficamos ao redor do


pois o que eles precisavam para trabalhar computador, como se admirássemos um
estava instalado: BrOffice.org e Firefox. O bebê recém-nascido. Tínhamos que ter a
que aconteceu - e ainda acontece - é a certeza que o computador iria logar no LDAP
confusão que o usuário faz entre o e mapear o diretório do usuário no servidor
BrOffice.org no Windows® e o BrOffice.org no Samba.
LINUX. Conceitos como o uso do "C:\",
serão mudados com o tempo, através de Agora em Junho de 2008, estamos bem
suporte, tutoriais e treinamento. adiantados na migração das estações, sendo
concluída nos próximos meses, e espero
Depois destes testes de "campo" postar na comunidade a simples frase
precisávamos escolher uma distribuição que "MIGRAÇÃO CONCLUÍDA COM
atendesse às nossas necessidades SUCESSO!" e saber que todos os
corporativas. computadores do Ministério Público do
Então essa distribuição precisava de: Tocantins falam a mesma língua.
• Autenticar no LDAP/Samba;
• Executar scripts de logon para mapeamento Se notaram aqui, não falamos em números,
automático da pasta /home do usuário no quanto foi a economia gerada com esta
servidor; migração ou quanto a instituição deixou ou
• Rodar em máquinas mais antigas, com 256 vai deixar de gastar com licenças de
MB de memória e baixo processamento; softwares proprietários, porque isso vai da
• Ter interface gráfica “enxuta” para diminuir estrutura de cada um e do estudo de
o impacto cultural do usuário. viabilidade que os Gerentes de TI irão fazer.
Mas podemos dizer que, tratando-se de um
No início de 2008, começaram os testes de Órgão Público, a economia gerada foi no
várias distribuições: Gentoo, Ubuntu, Satux, bolso do cidadão e podemos afirmar que
Famelix, Mandriva, entre outras pouco utilizando Software Livre estamos utilizando
conhecidas, e a distribuição escolhida foi o verbas públicas de forma responsável.
Fedora.
Na próxima edição mostraremos como
Aí você me pergunta: Fedora, por que o configuramos as estações Fedora
Fedora? para que fizessem a autenticação
• Porque foi a distribuição que melhor LDAP/Samba.
integrou-se à nossa realidade e necessidade;
• Porque sua versão desktop tem as mesmas Não percam!
qualidades da versão para servidores;
• Porque é a mesma distribuição adotada nos Até a próxima!
servidores do MPE-TO, proporcionando uma
melhor integração com os pacotes utilizados
entre estação/servidor. Isso também facilitou
na criação de um único repositório interno
para atualizações. A equipe técnica se
especializou em apenas uma distribuição e
pode dar suporte tanto nos servidores como
nas estações; Sobre o autor
• Comunidade atuante e em desenvolvimento
Anderson Menezes é Coordenador de
constante; Redes e Conectividade. Consultor em
• Suporte técnico até dos engenheiros da Software Livre, é um dos integrantes da
Red Hat, entre outras qualidades. equipe de migração do MPE-TO.

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23
Artigos

"A utilização do Fedora contribuiu para a transparência e


economia do dinheiro público, sem perder a qualidade e
segurança."

"A Instituição precisava de uma grande mudança em sua área


de TI, e quando foi apresentada pela equipe uma solução com
utilização de Software Livre, tivemos receio do impacto que isso
Bom é barato

causaria nas atividades diárias, mas não foi isso que aconteceu,
a migração fluiu de forma tranqüila. Hoje acreditamos e vemos
os benefícios que a migração trouxe para a Instituição."

Doutora Leila da Costa Vilela Magalhães


Procuradora-Geral de Justiça — Tocantins

Quem pegou
no pesado

- Huan Carlos - Alex Souza


- Altair Júnior - Agnel Póvoa
- Arnaldo Neto - Ana Carolina
- Maksuel Silva - Guilherme Silva
- Manoel Moura - Aderson Siqueira
- Anderson Menezes - Leonardo da Mata

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24
Pombo correio
O Pidgin dá um show nas mensagens instantâneas.

Por Túlio Miranda Barros


ARTIGOS

Outrora conhecido como Gaim, este programa é certamente um dos projetos mais
antigos e ativos no ramo de mensagens instantâneas para o Linux.
Implementações de novos recursos, correções de bugs e vulnerabilidades, a lista
(crescente) de tarefas feitas e a fazer mostram o perfil de um programa maduro, em
constante aprimoramento. O ritmo acelerado da equipe de desenvolvimento do
Pidgin faz com que se tenha uma nova versão, geralmente, em menos de 30 dias.
Para verificar o que se consegue fazer em intervalos tão curtos, é recomendável
visitar o endereço http://developer.pidgin.im/wiki/ChangeLog. A partir desse
endereço, há um link para onde é possível examinar toda a lista de “tickets” fechados
da versão. Já no endereço http://developer.pidgin.im/query, é possível vislumbrar
que, ao tempo que este texto seja lido, muito possivelmente a atual versão 2.4.2 já
represente o passado, pois já há trabalho concluído para as versões 2.4.3, 2.5.0 e
3.0.0.
Aos que ainda estão presos à outra desenvolvido por terceiros e estes últimos
plataforma, é possível usar este software podem (ou não) ser clones ou multi-
compilando o código fonte ou usando os protocolos, como o Pidgin. Essa distinção é
binários para Windows®. É uma excelente útil para entender sobre qual problema o
forma de, antes da migração de sistema, Pidgin se funda e como tem evoluído nessa
acostumar-se ao programa e reduzir o perspectiva.
“choque cultural”.
As redes de IM e seus clientes oficiais muito
O ser humano tem necessidade de mais “criam” problemas do que resolvem.
comunicar-se e não se dispõe ao risco de Elas “criam” problemas no sentido de que, na
perder sua lista de contatos. A função verdade, centram-se no desenvolvimento de
principal do Pidgin é exatamente essa: no características próprias, de atrativos para
mundo do software livre, conectá-lo a todas chamar novos usuários. Já os clientes não-
as suas redes de contatos e interagir, oficiais, havendo ou não documentação
simultaneamente, através dos diversos sobre o serviço de IM, buscam desvendar os
protocolos de mensagens instantâneas motivos pelos quais seu cliente não está
(protocolos de IM, para encurtar). “conversando” com a rede como deveria; e,
costumeiramente, incluir algum diferencial
que facilite seu uso. Ser um clone agrega
Sobre uma preocupação a mais, a de cuidar para
Antes de defini-lo, é bastante oportuno ler a que o seu software seja tão parecido quanto
definição dos próprios desenvolvedores do possível em relação ao cliente oficial. Por fim,
software: os multi-protocolos, cujo alvo prioritário é
conectar-se às mais diversas redes e, por
“O Pidgin é um cliente de mensagens
isso, a possibilidade de fazer dele um clone
modular capaz de usar o AIM, MSN, reduz consideravelmente à medida que sua
Yahoo!, XMPP, ICQ, IRC, SILC, capacidade de conexão com redes de IM
SIP/SIMPLE, Novell GroupWise, Lotus distintas cresce.
Sametime, Bonjour, Zephyr, MySpace,
Gadu-Gadu e QQ de uma vez só. Ele é Visto isso, é fácil perceber porque certo
escrito usando o GTK+.” botão ou menu não existe num multi-
protocolo ou porque não houve a
No cenário de redes de IM e seus clientes, implementação de determinada habilidade ou
vale fazer uma distinção aqui. Para um recurso da mesma forma que é no cliente de
usuário conectar-se a uma rede, ele deverá uma ou de outra rede. A situação ideal seria
usar um cliente que pode ser oficial ou ter funcionalidade plena de todos os recursos

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25
Artigos
propostos de cada rede à qual se conecta. Pidgin é um fenômeno lingüístico
Porém, ante as crescentes demandas de muitíssimo curioso. Supondo que
novas características em cada rede, uma ou pessoas que não possuem um idioma
outra acaba por ganhar uma importância em comum necessitem interagir,
maior ou menor na escala de prioridades da palavras e gramáticas de ambos
equipe de desenvolvimento. serão utilizadas na formação de
um meio simples e eficaz de
É eminentemente subjetiva a questão de que comunicação. Dessa necessidade
um recurso seja classificado como blocker, de comunicar-se, por qual motivo
critical, major, minor ou trivial (termos usados seja: trabalho; negócios; ou,
pelos desenvolvedores do Pidgin e listados simplesmente, uma convivência
do mais ao menos relevante). Conferências momentânea, o pidgin surge como
de áudio e vídeo estão na lista de uma ferramenta natural do ser
desenvolvimento há bastante tempo como humano. Um pidgin pode ser, Logo do Pidgin
minor e pouco avanço ocorreu, mesmo com portanto, o passo inicial para a
PIDGIN

a criação de um fork específico, o gaim-vv, desconstrução e simplificação das línguas,


atualmente reintegrado ao Pidgin. para, posteriormente formar uma língua
crioula que se desenvolva numa nova língua.
Contudo, o fato de ser um cliente multi-
protocolo é, nisso, uma enorme vantagem. O Há vários casos de pidgins na história: entre
Pidgin agrega em si redes e contatos. Ele é Russos e Noruegueses (1800s); em
o bastante para conectar o usuário a cada economias do tipo plantations (desde 1400s)
rede de IM que se queira. Também é capaz nas Filipinas, Havaí, Cabo Verde, Sri Lanka,
de organizar contatos que representem a Suriname, etc.
mesma pessoa (que igualmente se utiliza de
diversas redes) num único nome e uma única Se é verdade que o nome carrega em si um
janela de conversação. Em momento significado, a essência do Pidgin é
oportuno será exposto algumas das desenvolver-se como um software que
principais características do Pidgin, mas, consegue comunicar-se com vários idiomas
antecipadamente, já se pode afirmar que ele (protocolos) de modo simples e prático e,
faz muito mais do que enviar e receber oxalá, ser um veículo para a mudança da
caracteres em texto puro. própria forma de comunicação.

Nome Instalação
Em 1999, Mark Spencer criou o GTK+ Como mencionado anteriormente, na seção
AOL Instant Messenter, o GAIM. Com o de downloads do site do programa
sucesso, vieram também as batalhas (http://www.pidgin.im/download), há o fonte
judiciais. Através de acordos, GAIM (source) para compilar para as diversas
passou a ser Gaim e, por fim, Pidgin. plataformas, assim como binários para
A libgaim, a biblioteca do programa, Windows®; e pacotes para CentOS/RHEL
também foi renomeada para libpurple (Red Hat Enterprise Linux) e para as versões
(purple originou-se de “prpl”, protocol do Fedora 4, 5 e 6.
plugin).
Figura 01 Caso o sistema adotado seja uma das
Pidgin é foneticamente muito parecido com versões supracitadas do Fedora, deve-se
Pigeon (pombo). Naturalmente, com a copiar o arquivo
mudança do nome, o ícone humanóide http://rpm.pidgin.im/fedora/pidgin.repo para
(Figura 01) também mudou, passando dentro de /etc/yum.repos.d. A partir da
a ser um pombo púrpura (purple versão 7 e superiores, é altamente
pigeon), (Figura 02). recomendável que se espere a atualização
do pacote através dos mantenedores dos
Porém, Pidgin é uma palavra real. O repositórios do sistema. No entanto, se ao ler
verbete do dicionário WordNet 2.0 o ChangeLog da nova versão tornou-se
trás o enunciado: “uma língua imprescindível a atualização e não se pode
artificial usada para negócios entre pessoas esperar, é perfeitamente possível compilar o
de idiomas diferentes” (tradução livre). fonte da mesma forma que se faria se
Figura 02 estivesse com uma outra distro.

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26
Artigos
O Fedora instala o Pidgin por padrão.
Contudo, se por algum motivo não estiver
instalado, basta digitar:

yum install pidgin

Para ter uma experiência mais intensa do


programa, além do pacote mínimo é
aconselhável instalar pacotes de plugins e
notificações conforme o comando abaixo:

yum install pidgin purple-plugin_pack-pidgin\


pidgin-guifications
Figura 04
Após a instalação, o ícone do programa
- Nome do usuário é o login,
PIDGIN

será encontrado no menu Internet dentro do


menu principal como “Mensageiro da usuário@domínio.com como na rede de
Internet Pidgin”. MSN; ou usuário usado na rede do Gtalk; ou
ainda um número, típico do ICQ.

- Domínio (ou Rede) algumas redes com


Configuração de contas protocolo XMPP, deve informar onde está
Na primeira vez que o Pidgin for executado, registrado o usuário. A depender da rede
duas telas serão abertas: Lista de amigos será gmail.com (Gtalk), jabber.org, etc.
(Figura 03) e o assistente para a criação de
contas (Figura 04). Completamente - Recurso é uma informação a mais que não
traduzido, o assistente guiará de forma vai interferir no cadastramento. A depender
bastante intuitiva o cadastramento de uma da rede usa-se Home, Gaim, Pidgin, etc.
conta de IM até o fim.
- Senha pode ser salva ao marcar a opção
“Lembrar senha”, mas é bom saber que ela é
gravada em texto simples no arquivo
~/.purple/accounts.xml com a sintaxe
<password>senha</password>. Se preferir
deixar o espaço vazio, sempre que conectar
será pedida a senha. Há um projeto
aprovado para o Google Summer Code 2008
que planeja fazer o libpurple ler senhas
armazenadas em programas externos como
Gnome Keyring, Kwallet e Apple keychain.
No estado atual, qualquer um que possa
adquirir poderes de root ou usar o seu
usuário no sistema poderá obter a sua senha.

- Apelido local não se trata do nick, para a


mudança de apelido há um lugar adequado.
Este espaço é usado apenas para o usuário
do Pidgin. Na tela de conversação, quando o
usuário do Pidgin escrever, é este apelido
local que será exibido, mas para todos da
Figura 03 rede será mostrado seu nick atual.
Cada rede tem suas requisições próprias Nesta janela de cadastramento e edição de
para a conexão. Para umas, basta informar o contas é possível escolher um avatar
nome do usuário; para outras é necessário somente para essa conta, mas não estará
informar rede, servidor, domínio e/ou recurso. protegido de futuras modificações globais
Por isso, é interessante apenas fazer feitas através da janela principal do programa.
algumas observações:

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27
Artigos
Terminada a primeira conta, tantas outras mudar de nick, desativar (desconectar), ativar
quanto se queira poderão ser criadas, e fazer outras alterações individualmente.
modificadas ou excluídas (Figura 05). Uma
outra ação desta janela é determinar que Na parte inferior dessa mesma janela,
contas deverão ficar "ativas" (conectadas). existem os indicadores do status do usuário e
do avatar. Os ajustes aqui feitos são globais.
Isto é, até certo ponto são.

Ao escolher “ausente” ou “disponível”, todas


as contas assim ficarão. Porém, se for
escolhido um status que não existe
correspondente ou não foi implementado
pelo Pidgin, o anterior será mantido.
Supondo que um usuário esteja “disponível”,
conectado às redes Gtalk, MSN e IRC.
PIDGIN

Figura 05 Depois, mude para “ocupado” e,


posteriormente, para “invisível”. No primeiro
momento, apenas as contas do Gtalk e MSN
A configuração padrão do Pidgin é de ficarão com status “ocupado”, já que não
manter o status quo ante. Em outras palavras, existe este status no IRC; no segundo
se uma conta não estava conectada (leia-se, instante, somente a conta do MSN ficará
"inativa"), é assim que retornará; se, em uma “invisível, apesar de existir essa possibilidade
conta ativa, o usuário estava "Disponível", na rede do Gtalk, ainda não foi implementado
igualmente retornará a esse estado na para o Pidgin.
próxima vez que o programa for aberto.
Nessa janela, a caixa de marcação "Ativado" Ainda aqui, o usuário pode também criar
indica se a conta está conectada ou tentando novos status e personalizá-los, inclusive
conectar à rede. Assim que conectar, o ícone determinando status diferentes para cada
do protocolo ficará colorido. A mesma tarefa conta. Usando o exemplo descrito acima,
pode ser feita no menu Contas da janela pode-se criar um status “ocupadíssimo” que
principal. Em relação ao status, o mesmo deixe a conta do IRC em “away” e outro, que
respeito ao estado anterior é preservado, a critério do usuário, pode inclusive
todavia, esse comportamento pode ser desconectar apenas a conta escolhida. Vale
modificado através do caminho Ferramentas salientar que só é possível editar status
> Preferências > Status / Inativo > Status criados pelo usuário.
na inicialização. Aqui, ao desmarcar a
opção "Usar o status da última saída ao Quanto ao avatar, como foi apresentado
iniciar", o usuário poderá escolher à gosto o anteriormente, pode ser configurado
status que será aplicado a todas as contas individualmente para cada rede de IM na
ativas na próxima inicialização. janela de contas; ou pode ser modificado
globalmente no ícone da janela principal. A
mudança feita através da janela principal tem
Usando o mesmo comportamento das mudanças de
No menu principal (Amigos, Contas e status, no sentido de que apenas as contas
Ferramentas), os itens são bastante auto- com suporte implementado a esse recurso
explicativos. Os menus de contexto (os que substituirão a imagem anterior tão logo seja
abrem com o botão direito do mouse) são escolhida uma nova.
intuitivos. Sem querer ensinar o óbvio sobre
uso, pode-se afirmar com segurança que não
haverá muita dificuldade para fazer as ações
mais comuns.

Conectando-se nas redes


Cada conta cadastrada na janela Contas,
será também um item no menu Contas. É
através desses sub-menus que é possível

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Artigos
Contatos das redes Fechar janela Ctrl+W
Assim como o usuário do Pidgin, é possível Negrito Ctrl+B
que uma mesma pessoa comunique-se com Itálico Ctrl+I
Sublinhado Ctrl+U
ele através de diversas redes de IM - ver
Mostrar marcações de tempo F2
Figura 06. Caso queira, pode-se concentrar Alternar as abas Ctrl+Tab ouShift+Ctrl+Tab
todas essas “representações” num único
nome. Para isso, no menu interativo do
contato (ao clicar com o botão direito nele)
existe a opção “Expandir”. Feito isso, basta Plugins
arrastar para dentro daquela conta as demais Um dos maiores diferenciais do Pidgin são
da mesma pessoa. Desse modo, na janela os plugins. Oficiais ou de terceiros, são
de conversação desse contato, através do capazes de facilitar em muito a vida do
menu “Enviar para”, pode-se escolher para usuário. Há jogos (dice), automação de
qual rede se pretende enviar. Uma outra ações, auto-reply, substituição automática de
conseqüência desse agrupamento é a texto, execução de comandos de shell
PIDGIN

agregação dos históricos. (/exec), janelas de pop-ups


(guificações)(Figura 07), etc. Tratar sobre
cada um seria um trabalho hercúleo.

Figura 06

Na janela de conversação, muito antes do


Firefox trazer abas, o Pidgin já trazia as Figura 07
suas. Com Ctrl+Tab é possível pular para a
próxima aba ou para a mais velha conversa A janela de plugins (Figura 08) é acessada
não respondida. As abas também podem ser dentro do menu de ferramentas. Ao
arrastadas de um lado para outro ou mesmo selecionar um plugin, dois itens podem ser
para fora da janela, neste caso, outra janela ativados: “detalhes do plugin” e “Configurar
de conversação será criada. plugin”. O melhor meio de aprender sobre
eles é experimentando-os e ajustando-os de
Para os que gostam de teclas de atalho, há acordo com a necessidade do usuário.
muitas, mas entre as mais usadas:

Na janela principal:
Enviar nova mensagem Ctrl+M
Entrar num chat Ctrl+C
Ver as informações do usuário Ctrl+I
Ver o log do usuário Ctrl+L
Adicionar amigo Ctrl+B
Fechar o programa Ctrl+Q
Janela de gerenciar contas Ctrl+A
Janela de plugins Ctrl+U
Janela de preferências Ctrl+P
Janela de transf. de arquivos Ctrl+T
Não tocar sons Ctrl+S
Ajuda online F1
Renomear amigo F2

Na janela de conversação:
Enviar nova mensagem Ctrl+M
Procurar Ctrl+F
Limpar janela de conversação Ctrl+L
Ver as informações do usuário Ctrl+O
Figura 08

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Artigos
Parâmetros de lançamento experimental. A despeito da falta de mouse,
O Pidgin aceita parâmetros de lançamento não é complicado movimentar-se pelas
que podem ser inseridos ao executá-lo via janelas.
shell. Através da linha de comando, é
possível abrir instâncias múltiplas (-m), não Nesse ambiente (Figura 09), o uso de teclas
entrar automaticamente (-n), exibir de atalho é inevitável. Porém é muito menor
informações para depuração (-d), etc. Para o número dessas. Vale aqui uma nota: ao
acessar a lista completa de parâmetros: usar um console, uma combinação como
Alt+A, ao invés de abrir a janela de ações
pidgin -h disponíveis, pode ativar o menu Arquivo do
seu console. Para evitar isso, a tecla de
Para evitar que o programa entre usando o acento agudo pode fazer as vezes de Alt.
determinado status, seja a configuração Assim, aquilo que geraria um “á” na verdade
padrão (o da saída anterior) ou outro status
configurado, não é necessário presteza nos
PIDGIN

gestos do mouse. Se o usuário não quiser


confiar na rapidez para mudar status antes
de concluída a conexão, pode valer-se dos
parâmetros -n ou -l. Desse modo, o
programa abrirá com todas as contas ativas
desconectadas ou entrará apenas com as
contas especificadas no comando.

pidgin -n
pidgin -l=123456789,usuario@msn.com,\
usuario@gmail.com

As informações obtidas por -d podem


também ser acessadas através dos sub-
menus “Janela de depuração” e “Log do
sistema” nos menus “Ajuda” e
“Ferramentas”, respectivamente.
Figura 09

Pidgin no shell, Finch irá ativar a janela de ações disponíveis. Da


Tudo que se pode usar é o modo texto, um mesma forma, uma combinação que geraria
terminal, um console, ou coisa que o valha. um “ã” acaba por fechar a janela ativa. Por
Nessas condições, que para muitos padrão, o programa não permite o usuário
configuram um ambiente inóspito, é possível escrever com acentos ou cedilha, mas
usar o Pidgin com todos os contatos poderá lê-los perfeitamente em suas
agrupados e com os usuários conversas.
semelhantemente ajustados? Perfeitamente.
O executável não é pidgin, mas sim finch. Segue a lista das mais usadas.
Todos os ajustes feitos no ambiente gráfico Janela de ações disponíveis Alt+A á
Alterna para a próxima janela Alt+N
serão utilizados no terminal, o finch lerá
Alterna para a janela anterior Alt+P
todos os arquivos em ~/.purple, gravará Mostra a lista de janelas Alt+W ó
históricos e conectará da mesma forma como Fecha a janela atual Alt+C ã
se no Pidgin o usuário estivesse. Só um Fecha sem avisar Alt+Q
arquivo a mais será gravado, o ~/.gntrc ou Fecha com aviso Ctrl+C
~/.gntpositions com as informações sobre a Início do movimento da
disposição das janelas. janela (e movimenta
com as setas) Alt+M
Para instalar: yum install finch Fim do movimento da janela Esc Enter
Abre o menu (interativo)
Nesse ambiente, não há suporte a mouse da respectiva janela Ctrl+O Ctrl+X
Mostra as teclas de atalho
como existe em alguns programas de modo
da janela ativa Alt+/
texto como o links. Na realidade há, contudo, Alterna entre as janelas Alt+> Alt+<
o nível do trabalho feito ainda está bastante

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Artigos
Outras opções - Meebo: não é um programa a ser instalado
O Pidgin não é o único multi-protocolo no no computador, é um site através do qual se
Linux. Assim, como praticamente tudo nesse pode conectar a Gtalk, Yahoo!, AIM, MSN,
universo livre, cabe a cada um escolher o ICQ e Jabber. Se não for possível instalar o
que lhe convier. Sem pretender eleger o Pidgin...
melhor cliente de IM, abaixo estão
destacados clientes e algumas
características ainda ausentes no Pidgin:
Referências
- Kopete: um multi-protocolo feito pelos http://en.wikipedia.org/wiki/Pidgin_(software)
mesmos desenvolvedores do KDE. Nele já http://www.pidgin.im
existe algum suporte para vídeo e as senhas http://developer.pidgin.im/wiki
são salvas criptografadas através do http://www.mercury.im
aplicativo KWallet. http://www.amsn-project.net
http://www.meebo.com
PIDGIN

- Mercury: conecta-se apenas ao MSN e ao http://kopete.kde.org


McWHORTER, John. The Power of Babel – A
Jabber, é feito em java e há suporte para
Natural History of Language. Perennial. Nova
receber e enviar vídeo. Se o usuário possuir York, NY, 2003.
uma webcam que use o driver V4L2, não
poderá enviar vídeo. Essa limitação do driver
é uma limitação do java, não do programa. Sobre o autor
- aMSN: não é multi-protocolo, mas é um dos O advogado Túlio Miranda Barros é formado em
que suporta o maior número de Direito pela Universidade Federal da Paraíba. Usuário
características do MSN, inclusive mensagens Linux desde 1996 (Red Hat Linux 4.0) contribui com
offline. vários fóruns e listas da comunidade.

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MPlayer
Versátil, esse player de vídeo oferece suporte a
vários formatos de arquivo.
ARTIGOS

Anouk Aimée em "Um homem e uma mulher"


Por Marcelo Massao Osava

Uma dúvida geral entre os usuários de computadores e, mais especificamente, entre


os iniciantes em Linux, é quanto à existência de programas compatíveis com os que
estão acostumados a utilizar em outros sistemas. “Tem MSN no Linux? Tem Word?...”
Porém, quando começam a utilizar o Linux, percebem que a pergunta inicial que
deveria ser feita não é “se existe programa compatível”, mas sim “quantos programas
compatíveis existem” (“compatíveis” nem seria o melhor termo a ser utilizado, mas isto
é tema, quem sabe, para um outro outro artigo). Uma categoria de programas muito
requisitada e utilizada pelos usuários é a de players de vídeo. Vários programas se
destacam nesta categoria, dentre eles podemos citar o Kaffeine, Xine, Totem e o
MPlayer. Neste artigo iremos focar o MPlayer.

O MPlayer é um dos players de vídeo que Embora seja um player muito utilizado, ele
oferece mais suporte a formatos de arquivos não é incluído por padrão na maioria das
no mundo Linux, oferecendo suporte para distribuições (uma das principais justificativas
codecs: para a existência deste artigo). A partir deste
ponto iremos começar a demonstrar a
Vídeo instalação e utilização do MPlayer.
- MPEG-1 (VCD) e MPEG-2 (SVCD/DVD/DVB)
- MPEG-4 ASP OpenDivX (DivX4), DivX5(Pro),
Xvid Codecs
- MPEG-4 AVC aka H.264 Antes de instalarmos o MPlayer precisamos
- Windows Media Video 7/8 (WMV1/2) realizar a instalação dos codecs necessários.
- Windows Media Video 9 (WMV3)
- RealVideo 1.0, 2.0 (G2)
Codec é um programa cuja principal função é
- RealVideo 3.0 (RP8), 4.0 (RP9) codificar uma faixa de áudio ou vídeo para
- Sorenson v1/v3 (SVQ1/SVQ3), Cinepak, RPZA e que a mesma passe a ter um formato digital.
outros codecs QuickTime
- DV video Codec é o acrônimo de
- 3ivx Codificador/Decodificador e podemos
- Intel Indeo3 (3.1, 3.2) encontrar dois tipos de codecs: sem perda e
- Intel Indeo 4.1 e 5.0 com perda. O primeiro realiza a codificação
- VIVO 1.0, 2.0, I263 e outro H.263(+) do som ou imagem a fim de comprimir o
- MJPEG, AVID, VCR2, ASV2 arquivo sem no entanto alterar a qualidade
- FLI/FLC do som ou imagem originais. Caso o arquivo
- HuffYUV
sofra a operação inversa (descompressão) o
novo arquivo será exatamente idêntico ao
Áudio original. Em geral este codec será capaz de
- MPEG 1, 2, e 3 (MP3) gerar arquivos codificados entre 2 ou 3 vezes
- AC3/A52 (Dolby Digital) menores do que o arquivo original. Alguns
- AAC (MPEG-4 áudio)
exemplos: flac, shorten e wavpack (áudio);
- WMA (DivX Áudio) v1, v2
- WMA 9 (WMAv3), Voxware áudio, ACELP.net FFMpeg vídeo 1 e MJPEG (vídeo); PNG e
etc TIFF (imagem).
- RealAudio: COOK, SIPRO, ATRAC3
- QuickTime: Qclp, Q-Design QDMC/QDM2, Já os codecs com perda são aqueles que
MACE 3/6, ALAC irão codificar som ou imagem com uma maior
- Ogg Vorbis audio compressão, porém apresentando uma perda
- VIVO audio (g723, Vivo Siren) na qualidade. Esta perda muitas vezes é

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32
Artigos
quase imperceptível. Estes codecs foram
criados para comprimirem os arquivos em
taxas muito altas como, por exemplo, o
codec MP3, que consegue comprimir um
arquivo de som em até 10 ou 12 vezes em
relação ao arquivo original sem, no entanto,
gerar uma perda muito grande de qualidade
no resultado final. Alguns exemplos de
codecs com perda são: Ogg Vorbis, MP3,
WMA (áudio); Xdiv, DivX, RMVB, WMV
(vídeo); JPEG e GIF (imagem).

Podemos fazer o download dos codecs


MPLAYER

utilizando o link abaixo (nosso grande amigo


Jasson):
www.jasonnfedora.eti.br/pacotes/win32.tar.gz

Depois do download terminado, devemos


logar no terminal como root:

# tar -xvjf win32.tar.gz


# cp -r win32 /usr/lib Figura 01

Pronto! Logo depois de instalados os codecs,


podemos realizar a instalação do MPlayer.

Instalando
Podemos realizar a instalação do MPlayer Figura 02
baixando os binários no site oficial do
programa:
http://www.mplayerhq.hu/design7/dload.html
ou, se preferirmos, podemos utilizar o yum.
Neste caso, iremos utilizar a segunda opção.

# yum install mplayer

Utilizando somente esta opção não será


instalada a “parte gráfica” do MPlayer, ou
seja, a GUI (Interface Gráfica ao Usuário).
Para instalação completa (algo em torno de
11 MB) digite:
Figura 03
# yum install mplayer mencoder mplayer-fonts\
mplayer-gui
Abrindo arquivos
Para abrir um arquivo podemos clicar com o
A Figura 01 mostra o início da instalação e a
botão direito do mouse na janela principal e,
Figura 02 um detalhe da conclusão.
no menu suspenso, clicar em Open ou,
então, utilizamos a barra contendo os botões
de controle. Através desta barra também é
Iniciando possível alterar o skin do MPlayer, inserir
Se tudo deu certo, o Mplayer poderá ser legendas (no caso de não aparecerem
encontrado em Aplicações > Som e Vídeo > automaticamente), equalizar o som, avançar
MPlayer (considerando que você está ou retroceder no filme, colocar em tela cheia...
utilizando o Gnome).
Ao iniciar o MPlayer são apresentadas a Localizado o arquivo a ser aberto, selecione-
janela principal e uma barra com os botões o e clique no botão OK (Figura 04).
de controle (Figura 03):

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33
Artigos
MPLAYER

Figura 04

O arquivo é aberto de acordo com as


configurações pré-definidas, porém,
conforme demonstrado abaixo, é possível a
realização de diversos ajustes como por
exemplo a exibição do vídeo em tela cheia.

Configurações
O MPlayer permite que sejam feitas diversas
configurações a fim de melhorar ainda mais a
exibição do vídeo. Dentre elas podemos
destacar:
- Opção para visualizar os filmes nos modos:
Normal[1:1], [16:9], [4:3] e [2.35];
- Alteração do tamanho da janela de exibição
para Half, Normal, Double ou Full Screen;
- Modificar o brilho, contraste, gama e Figura 05
saturação da imagem; para que o usuário possa conhecer e avaliar,
- Escolher o driver de som a ser utilizado, cabendo a cada um adotar aquele que seja
dentre eles: oss, alsa, pulse, sdl; mais adequado às suas necessidades.
- Alterar a posição, tamanho e fonte para as Bom divertimento!
legendas.

Referências:
Ouvindo música http://www.mplayerhq.hu
Através do MPlayer também é possível a http://www.jasonnfedora.eti.br
execução de arquivos de áudio tais como http://www.wikipedia.org
mp3, wav, wma etc. Para isto basta
selecionar a opção Open > Play File e na
barra contento o tipo de arquivo, selecionar
Audio Files.
Sobre o autor
Marcelo Massao Osava é Bacharel
em Sistemas de Informação pela
Conclusão UNIGRANRIO.
Atualmente é instrutor Linux no
O MPlayer tem se mostrado muito eficiente, Projeto de Inclusão Digital da
sendo ao mesmo tempo simples de instalar e Prefeitura Municipal de Silva Jardim- RJ destinado à
utilizar. Como citado no início deste artigo, população carente e nas horas vagas atua como
existem outras opções de players disponíveis divulgador do Software Livre em geral.

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Coloque os fones
Crie e edite áudio digital com o Audacity

Por Hermes Júnior


ARTIGOS

Não dá pra fechar os olhos – nesse caso, tapar os ouvidos – e achar que software
livre é coisa de gente sentada numa sala escura, com uma tela preta e um monte de
códigos subindo por ela, estilo Matrix.

Existe hoje um grande número de usuários esperando por aplicações que solucionem
seus problemas pontuais como edição de imagens, áudio, vídeo ou um simples
documento de texto.

Felizmente, estamos vivendo um momento de transição, em que o paradigma da


qualidade x custo começa a ser questionado. Aquele conceito que dizia que software
livre/gratuito não é de qualidade está cada dia mais fora da realidade, começando
pela questão básica: livre é diferente de gratuito.

Dentre as várias áreas de desenvolvimento, 1 - Barra de títulos - Mostra o nome do


os softwares de tratamento de áudio tem um arquivo;
número grande de equipes de 2 - Barra de menus - Apresenta as opções e
desenvolvimento. Players, codecs e funções disponíveis e está logo abaixo da
conexões têm sido alvo de constantes barra de títulos;
melhorias.

Hoje é possível fazer um


“home studio” ou mesmo um
estúdio profissional usando
apenas software livre,
começando pelo sistema
operacional, passando pela
captura do áudio,
processamento e
seqüenciamento.

Um dos softwares usados no


processo de captura e
processamento do áudio é o
Audacity, disponível para
download no
http://audacity.sourceforge.net/
e em praticamente todas as
distribuições. O Audacity tem
uma série de efeitos para
tratamento de som, além de Figura 01 - Esta é a interface do Audacity depois da importação
muitos plugins que podem ser instalados do Arquivo "Roupa Nova - Nascente (Com Luciana Mello).mp3"
para aumentar o número de efeitos e
recursos. Neste artigo teremos o primeiro 3 - Barra de ferramentas - Traz uma série
contato com este software. de ferramentas de acesso rápido, além de
informações de fácil entendimento sobre o
que está acontecendo com o arquivo;
A interface 4 - Barra de informações de mono/estéreo
Esta imagem (Figura 01) é como se porta - qualidade do arquivo, quantidade de bits do
por default a interface do Audacity. arquivo, volume e balanço;

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35
Artigos
5 - Faixa do áudio - Mostra a faixa de áudio. O quarto subgrupo é interessante, pois é
Neste caso o áudio tem dois canais estéreo. responsável pela importação de arquivos
de áudio externo. O Audacity importa
arquivos com extensões .mp3, .ogg, .aiff,
Conhecendo o menu .flac e .wav, além de arquivos midi.
O menu do Audacity, como em todos os
softwares atuais, agrupa comandos com O quinto subgrupo tem dois itens, Exportar e
funções semelhantes. Todas as ações Exportar seleção. O Exportar é responsável
similares são colocadas num mesmo item do por salvar a trilha inteira em um formato
menu. Tomemos como início o menu Arquivo externo ao Audacity, como .mp3 ou .ogg.
(Figura 02): Exportar seleção como faz o mesmo que o
item anterior, mas exporta apenas a parte da
AUDACITY

trilha que está selecionada.

O sexto subgrupo – Exportar títulos e


Exportar múltiplos – é usado para dividir o
áudio da trilha e salvar em múltiplos arquivos.
A diferença entre o primeiro e o segundo é
que o primeiro exporta os títulos da trilha
(veremos este recurso posteriormente).

O sétimo subgrupo – Aplicar arquivo de


lote e Editar arquivos de lote – é usado
para a criação de arquivos com seqüências
de comandos, algo semelhante a um arquivo
de Shell script, só que executará uma série
de comandos de áudio. É um subgrupo que
requer um conhecimento profundo dos
comandos de edição de áudio.

O oitavo e penúltimo subgrupo se refere à


formatação da página para posterior
impressão.

Por fim, o último subgrupo – Sair – é


Figura 02
responsável por sair do programa. Caso o
projeto de áudio não tenha sido salvo, uma
As ações deste item são sub-agrupados por janela abrirá para que isso seja feito antes de
categorias. ser fechado.
No primeiro subgrupo – Novo, Abrir e Abrir
recentes – pode-se criar um novo projeto,
abrir um projeto existente ou abrir um projeto A barra de ferramentas
ou arquivo que já tenha sido aberto A barra de ferramentas é a forma mais rápida
anteriormente. de interagir com o programa. Ela traz botões
que, com apenas um clique, dão ao
O próximo subgrupo – Fechar, Salvar Audacity comandos para edição. Nela temos
projeto, Salvar projeto como, Verificar os principais comandos. Vejamos:
Dependências – tem como funções
associadas fechar o projeto aberto, salvar o Barra de controle
projeto e continuar sua edição, salvar com
um outro nome e verificar se o projeto tem
dependências com outros arquivos.

O terceiro subgrupo – Abrir editor de


Metadados – é responsável por editar as
informações do arquivo como Nome do Essa barra é semelhante ao do cd player.
artista, álbum, ano. Suas funções são:

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36
Artigos
1) First - Vai para o início da música; Nesta barra podemos ver graficamente o
2) Play - Inicia a execução da música; volume, podendo controlar para que não haja
3) Rec - Inicia a gravação de um áudio; peak/pico, que pode causar distorção do
(veremos isso nas próximas aulas). som, prejudicando a qualidade.
4) Pause - Pára momentaneamente e reinicia
a execução da música;
5) Stop - Pára definitivamente a execução da Mixer
música;
6) Last - Vai para o fim da música.

Barra de medição
Nela podemos controlar os volumes sonoros
AUDACITY

que chegam através dos vários dispositivos


de som como MIC, AUX, CD, além do som
que sai pelas caixas. É possível ver
graficamente o volume, podendo controlar
para que não haja peak/pico.

A função destas duas barras é mostrar o


nível de som do arquivo. Nos antigos Barra de Edição
equipamentos três em um, sempre havia um
medidor assim, às vezes mecânico, com dois
ponteiros que se moviam exibindo as
informações da música. Observe que as
barras não seguem o mesmo padrão, pois o Esta barra é para o acesso rápido dos itens
áudio é gravado em duas trilhas, no formato do menu Editar. Seus recursos são (da
estéreo. esquerda para a direita):

Barra de Ferramentas de edição Cortar – É o famoso “CTRL + X”.


Copiar e colar – Copia e cola parte da trilha
Esta barra contém selecionada em outra parte da trilha ou em
funções para edição outro arquivo.
do áudio: Silenciar fora da Seleção – Cria um
1) Seleção – “silêncio” fora da seleção feita. Somente a
Seleciona parte da área da trilha que foi selecionada será ouvida;
trilha de áudio; Silenciar a seleção – É o oposto do anterior.
2) Envelope – Cria um “túnel” na trilha. Pode- Cria um “silêncio” na área selecionada;
se então modificar por exemplo o volume da Undo e Redo – Os famosos desfazer e
seleção; refazer última ação de todo programa;
3) Desenho – Com esta ferramenta pode-se Zoom in e Zoom out – Aproxima ou afasta a
alterar os detalhes mínimos de uma trilha, trilha. É útil na hora de usar recursos de
podendo chegar ao nível de mudar a edição em uma área mínima da trilha;
entonação ou afinação de uma voz; Ajustar à seleção – Quando uma parte da
4) Zoom – Usando o zoom, pode-se chegar trilha é selecionada, a ferramenta fica ativa e,
“mais perto” da trilha; quando selecionada, coloca a parte
5) Mover – Move uma trilha em relação às selecionada em toda a extensão visível do
demais trilhas do arquivo; projeto;
6) Multi-ferramentas – Disponibiliza vários Ajustar ao projeto – Volta ao modo de
recursos de edição simultaneamente. visualização default, vendo todo o projeto na
janela.

Ferramenta de medição

Sobre o autor
Hermes Júnior é membro atuante da comunidade.
Para ver exemplos práticos do uso do Audacity no dia-
a-dia, acesse: http://www.gnu-lia.org.

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37
Igor Pires Soares

O Codec Buddy é seu amigo?


Por Igor Pires Soares

Com o lançamento do Fedora 8 várias inovações vieram com a nova versão, entre
elas o chamado Codec Buddy, também conhecido como Codeina. Para quem não
OPINIÃO

sabe do que se trata, essa é uma aplicação na qual é possível instalar codecs de
vídeo e áudio sob demanda. Isso quer dizer basicamente que ao executar um arquivo
de mídia, um MP3 por exemplo, você será perguntado se deseja instalar o suporte a
esse formato. A resposta que a maioria das pessoas daria a essa pergunta seria um
sonoro "sim". Entretanto, por trás da pergunta e resposta, há questões bastante
controversas e que muitas pessoas não conhecem.

Os formatos de áudio e vídeo como o MP3, uma outra distribuição, ou pior, usou o
WMA, RMVB, são altamente encobertos por Windows® e não pagou nada e nem foi
patentes em diversos lugares do mundo, questionado para tanto. A questão nesse
incluindo os Estados Unidos. Infelizmente ponto é muito simples. Nem todos tem os
isso não é uma boa notícia para todos nós mesmos compromissos e objetivos do
que usamos o Fedora. O ponto principal Projeto Fedora. Algumas distribuições
dessa questão é que o Projeto Fedora não pagam o licenciamento, outras simplesmente
pode incluir suporte a esses formatos por incluem os plugins sem licenciar e ainda há
padrão dentro da distribuição devido às aquelas que vêm de lugares onde as leis de
patentes. Se isso fosse feito nós não patentes não são tão rígidas ou os formatos
poderíamos distribuir nossos DVDs do não são tão fortemente patenteados. Esse
Fedora gratuitamente nem disponibilizar a último caso consiste, na minha opinião, em
imagem na Internet, pois nós precisaríamos um erro gravíssimo de estratégia. Pensar
pagar o licenciamento de inclusão dos dessa forma viola um regra básica da
codecs ou cobraríamos de cada pessoa que economia moderna: “pensar globalmente”. É
baixasse ou recebesse um DVD. Nós não comum vermos usuários que estão usando o
estaríamos cobrando pelo sistema Linux pela primeira vez reclamando dessa
operacional, nem pela mídia, mas sim para questão. Por desinformação muitos
que os formatos fossem reproduzidos questionam se o Linux é mesmo gratuito e
automaticamente. contestam a qualidade do sistema por não
incluir suporte aos codecs proprietários. A
É para contornar esse situação que o maioria deles são usuários arraigados do
Codeina foi introduzido no Fedora. Através Windows® e perguntam “... mas no Windows®
dele você pode decidir se paga ou não pelo eu uso esses formatos sem problemas e sem
direito de reproduzir seus arquivos baseados pagar mais por isso!”. “Mas é claro! Você
em formatos patenteados. Mas agora reflita pirateou a sua versão do Windows®!”, eu
se toda vez que você fosse ver uma imagem, responderia. Os usuários que realmente
um vídeo, abrir um documento ou ouvir uma compram sistemas proprietários muitas
música aparecesse uma janela perguntando vezes não sabem que o preço do
se você deseja pagar a licença para fazê-los. licenciamento dos codecs está embutido no
É por essas e outras que o Projeto Fedora preço total. E isso não é apenas para
tem o compromisso público de suportar sistemas operacionais, serve também para
apenas formatos livres e não patenteados reprodutores de formatos digitais e DVDs
como o Vorbis e o Theora, que utilizam as para Televisores. O preço dos royalties pode
extensões OGG e OGV. chegar até a um quarto do preço total do seu
aparelho de DVD.
Felizmente, através de uma parceria com
uma empresa chamada Fluendo, o Fedora No Brasil nós não temos problemas com
pode suportar a reprodução gratuita de MP3 essas patentes, mas ainda assim nós
usando o Codec Buddy. Entretanto, isso não sofremos diretamente com isso, porque
está disponível para outros formatos. Agora muitas empresas seguem as regras das suas
você deve estar se perguntando porque usou matrizes e repassam isso para os

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38
Igor Pires Soares
OPINIÃO

consumidores, sem falar na importação. em liberdade e portabilidade. Claro que há os


Mesmo em um spin nacional do Fedora, nós casos extremos onde a conversão
não poderíamos colocar os codecs, pois isso simplesmente não funciona. De quatrocentos
vai contra os princípios do Projeto e das leis e cinqüenta arquivos em MP3, isso
do país onde ele está baseado. Entretanto, aconteceu em apenas quatro deles. Para
para a nossa sorte, não é crime algum usar finalizar deixo aqui a dica de um programa
as implementações livres de reprodução e simples para realizar as conversões, o
codificação dos codecs proprietários no SoundConverter. Ele está disponível nos
nosso país, só não espere que nós repositórios oficiais do Fedora e de outras
incluamos eles por padrão na nossa distribuições também. Com ele você pode
distribuição. Alternativamente, você pode selecionar uma pasta e converter todos os
usar repositórios de terceiros, que são seus arquivos para OGG e se livrar dos seus
baseados em países onde também não há MP3 automaticamente, ou manter os
essas restrições. arquivos originais se desejar. Se você não
quiser perder qualidade e não se importa
Melhor do que sempre usar os repositórios com o tamanho que os arquivos convertidos
não oficiais é converter os seus arquivos irão tomar, ainda poderá selecionar a
para formatos livres. Durante muito tempo conversão para o formato FLAC, que é livre e
relutei em converter as minhas MP3s para não possui perdas.
OGG, devido à perda de qualidade que isso
acarretaria. Não porque o OGG seja pior, Agora deixo a bola com vocês. Sem dúvida
muito pelo contrário, pois ele, na média, gera essas questões são polêmicas e suscitam
arquivos melhores e de menor tamanho, mas muitas discussões. Não há consenso. Nem
a questão é que ambos os formatos são mesmo dentro do Projeto Fedora. Tirem
baseados em algoritmos que têm perdas suas próprias conclusões! Não há liberdade
durante as conversões. Pois bem, eu resolvi maior do que a democracia.
fazer um teste com alguns arquivos e o
resultado foi que as perdas não foram Até a próxima!
perceptíveis, mesmo usando um fone de
ouvido. Sem dúvida há perda de qualidade,
mas a menos que você seja um perito em
áudio não perceberá a diferença entre o
antes e o depois, sem falar que você ganhará

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Alterações estruturais
através das cores
Por Guilherme Gonçalves
ARTIGOS

Aprendizes, neste artigo, vamos reconstruir Feito isso, clique sobre a ferramenta e
um conceito humanóide com água, ossos e aguarde.
estática de forma inversa. Prontos? Neste momento, nós podemos ajustar a
Vamos começar escolhendo uma imagem de distribuição da luminosidade por toda a
rosto dentro do nosso acervo. Para o extensão da camada.
exemplo, escolhi este aqui: Este é o resultado da ação da ferramenta
sobre a camada na qual a mesma foi
aplicada:

Em seguida, duplique a camada base da


imagem e selecione a nova camada criada
resultante. Feito isso, vamos inverter a Vamos fazer uma fusão entre as duas
estrutura de cores do objeto dentro da camadas do nosso trabalho. Para tal, aplique
camada. Para executar esta tarefa, vamos o efeito de camada denominado "Esconder"
utilizar a ferramenta denominada "Inverter" sobre a camada que sofreu a inversão
no menu de opções denominado "Cores" na estrutural de cores. O resultado deste
interface de controle da imagem do Gimp. A processo pode ser visto abaixo:
imagem abaixo, ilustra o caminho até a
ferramenta proposta:

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40
Artigos
IPC: Para obter maior difusão do tom podendo distorcer alguns ou mesmo todos os
azulado claro, basta duplicar a camada que objetos do trabalho que não estejam dentro
sofreu a ação do efeito de camada da camada base.
"Esconder". No exemplo a seguir, foram
utilizadas 6 camadas com esta alteração. Assim, para evitar aborrecimentos
desnecessários, marque sempre a opção do
Como se pode notar, cada uma das camadas meio.
assumiu um determinado trecho da figura de
acordo com a sua estrutura, ou seja, as Neste momento, duplique a camada
partes claras da camada mais nova cobriram resultante do processo acima e, sobre esta
Tutorial GIMP

as partes escuras (sem cor) da camada base nova camada, aplique o efeito de camada
e vice e versa, porém a imagem ficou com denominado "Multiplicar” . Por fim, duplique
brilho em demasia. Vamos descobrir como esta camada até que o nível de brilho fique
corrigir esse problema? aceitável para os seus padrões dentro do seu
exemplo:
– Primeiro combine todas as camadas
visíveis do trabalho. Para isso, basta acessar
a interface de controle de camadas e clicar
sobre qualquer uma das presentes no
trabalho com o botão direito do mouse,
depois clique no item denominado
"Combinar Camadas Visíveis...". Feito isso,
seremos apresentados a uma pequena
interface para a escolha do tipo de fusão
desejada :

Nesta mesma interface e nos demais


editores de imagens bitmap - sejam livres ou
proprietários - existe uma pequena
"pegadinha", vamos a ela :
– A primeira opção estica todas as camadas
de modo que elas fiquem do tamanho do
arquivo como um todo, fazendo as camadas
se distorcerem caso sejam menores que o
tamanho total da imagem;

– A segunda opção mantém todas as


camadas em seus tamanhos originais, assim
preservando o tamanho real de todos os
objetos do trabalho; Completada essa tarefa, abaixo temos a
mesma imagem, mas com apenas uma
– A terceira opção redimensiona todas as camada de distribuição primária do tom
camadas para o tamanho da camada base, azulado claro (vide "IPC").

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41
Artigos
forma de nova camada e aplique o efeito de
camada denominado "Sobrepor”. Isto fará
com que a imagem transplantada fique com a
sua opacidade reduzida a ponto de assumir
os tons da imagem base, uniformizando
assim a distribuição luminosa. A imagem a
seguir mostra a ferramenta "Borracha" em
ação apagando todos os trechos
desnecessários da imagem transplantada
além desse processo.
Tutorial GIMP

Para finalizarmos, vamos pegar um

A partir de agora, podemos adicionar novos


elementos à estrutura básica do nosso objeto.

Comece escolhendo uma imagem dentro do


seu acervo que seja compatível com o
conceito portado pelo nosso objeto base
criado por você. pouquinho mais pesado neste mesmo
conceito através da equalização luminosa da
Abaixo, temos o que achei interessante: imagem.
Como se pode notar, certos trechos do
cabelo da nossa querida modelo ficaram
claros demais, então vamos corrigir este
problema preenchendo tais áreas com
trechos mais densos e escuros oriundos de
outras áreas da imagem. Abaixo, ilustra-se o
processo:
Com a Ferramenta de Seleção Livre,
presente na interface principal do Gimp,
selecionamos o setor que mais se aproxima
do que precisamos preencher.

A melhor maneira de incorporar um objeto a


uma imagem é uniformizar a distribuição
tonal e luminosa do objeto a ser
transplantado para a imagem alvo. Isso se
faz através da aplicação de um efeito de
camada atenuante no qual a imagem original
ditará as regras da distribuição sem grandes
distorções. É óbvio que nem sempre a regra
é aplicada mas, neste caso específico, onde
a distribuição luminosa é invertida, é o mais
prático e racional a ser feito. Vamos ver na
prática:
Copie e cole o novo objeto que escolheu em

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42
Artigos
Depois, basta copiar o trecho e colar em
forma de nova camada, em seguida, aplicar o
efeito de camada denominado "Multiplicar".
Feito isso, mova tal camada para o local
necessário e corrija as eventuais falhas
utilizando a ferramenta "Borracha".
Tutorial GIMP

Note que você pode descartar os demais


canais do filtro para fazer isso:

Repita o processo quantas vezes forem


necessárias e pronto. Veja o resultado abaixo.

Agora, basta aplicar o efeito de camada


"Sobrepor" sobre esta camada.

Para finalizarmos, tenho uma pequena


surpresa bem psicodélica para vocês.
Reabram a imagem do acervo que vocês
usaram para acompanhar o exercício.
Invertam novamente as cores da mesma,
exatamente como fizemos no início do
exercício. Em seguida, dupliquem a camada
base da mesma e apliquem sobre a nova
camada que surgiu um leve toque de
deformação iluminativa. Isso se faz,
decolando os valores de freqüência e fase de
iluminação do filtro "Mapeamento Alien" em
seu modo de operação HSL.

A seguir temos o caminho até o referido filtro:

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Ferramentas de
configuração do Fedora
Parte 2
ARTIGOS

Por Rodrigo Menezes


Continuando o nosso trabalho de divulgação das ferramentas de configuração
automática do Fedora falaremos, nesta segunda parte da matéria, sobre as novas
ferramentas e suas funcionalidades. Para quem não teve a oportunidade de ler a
primeira matéria, as ferramentas que estamos abordando nesse artigo são as
denominadas system-config, que são ferramentas automatizadas de configuração,
disponíveis nos sistemas Fedora/Red Hat Enterprise Linux e CentOS.

Estas ferramentas fazem do Fedora uma das melhores distribuições para usuários
iniciantes e experientes. Então vamos a elas.
System-config-printer
Esta é uma das ferramentas mais
interessantes e importantes para todas as
distribuições Linux. Muitos usuários têm
problemas para fazer a instalação de suas
impressoras. Uma das vantagens do Fedora
é que ele automaticamente identifica e instala
muitas impressoras, no caso de se precisar
fazer a instalação da sua, utilize essa
ferramenta. A primeira tela irá mostrar
somente as impressoras já instaladas e
funcionando (Figura 01).

Figura 02
Pressione no fabricante e a tela abaixo
(Figuras 03) irá aparecer. Escolhe-se o
modelo da impressora. Terminado a opção, a
impressora está instalada e pronta para sua
utilização.

Figura 01 Para demostração, iremos mostrar como


fazer a instalação de uma impressora LTP1
da HP. Selecione a opção de nova
impressora e terá a tela da Figura 02 para
selecionar a porta da impressora, no nosso
caso é LTP1 mesmo:

Figura 03

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44
Artigos
Com essa ferramenta, também temos a
opção de instalar impressoras que utilizam
um JetDirect (trabalham via rede) ou
impressoras compartilhadas por máquinas
Windows®. Pode-se ver essas opções na tela
configuração do Fedora

da Figura 02.

Pode ser chamado através do menu


Sistema – Administração – Impressão ou
através do terminal pelo comando system-
config-printer &.
Ferramentas de

Exemplos do que se encontra aqui é o Figura 05


System-config-selinux serviço de rede, o serviço do Samba
Essa é uma das ferramentas mais complexas (compartilhamento de arquivos no protocolo
e que poucos usuários irão utilizar. Ela faz a SMB). Se instalou um novo serviço como o
configuração do SELinux, ferramenta de Apache e ele não está inicializando ao ligar a
gerenciamento de políticas de segurança de máquina, nessa ferramenta você pode
distribuições Linux. Através dessa encontrá-lo com o nome de httpd e pode
ferramentas podemos configurar todas as marcar para que se inicialize junto com a
alternativas do SELinux. A ferramenta máquina.
garante uma grande melhoria na segurança,
mas muitos usuários desabilitam o SELinux A ferramenta é bem simples, pois não
devido a restrições que ele impõe à forma do configura profundamente os serviços, só
sistema trabalhar (Figura 04). marca o que está em execução, permite
reiniciar, parar ou iniciar serviços e marca o
que deve ser inicializado com o sistema.

A opção Personalizar (Figura 06) lhe permite


definir em quais níveis o serviço deve
inicializar sozinho. Os níveis mais utilizados
pelos usuários são 3 em máquinas sem
modo gráfico e 5 com o modo gráfico
habilitado. Se não entende o que estou
dizendo, deixe as configurações padrão que
não tem erro.

Figura 04
Pode ser chamado através do menu Sistema
– Administração – SELinux Management
ou através do terminal pelo comando system-
config-selinux &.

Pode ser chamado através do menu Figura 06


System-config-services Sistema – Administração – Serviços ou
Está aqui uma ferramenta de muito uso, o via terminal pelo comando system-config-
System Config Services (Figura 05) é a services &.
ferramenta gráfica pra configuração de
serviços de softwares instalados na máquina.
As opções que estão aqui são programas System-config-network
executados como serviços pelo usuário para Outra ferramenta que ajuda muito os
administrar alguma parte do sistema. usuários, o configurador de dados das placas

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45
Artigos
de rede. Nessa ferramenta, podemos fazer Feitas as configurações, não se esqueça de
todas as configurações com relação às desativar as placas de rede e ativá-las, o
placas de rede como endereçamento IP, programa irá pedir que salve as
configuração de gateway, DNS, etc. A configurações e os dados terão efeito no
primeira tela (Figura 07) mostra todas as sistema.
configuração do Fedora

placas de rede instaladas e reconhecidas


pelo sistema. Na aba Hardware você Pode ser chamado através do menu Sistema
conseguirá ver o hardware de suas placas de – Administração – Rede ou via terminal pelo
rede. DNS é a aba responsável só pelo comando system-config-network &.
cadastramento de servidores DNS (resolução
de nomes) e a aba de Hosts serve para você
Ferramentas de

mapear as outras máquinas da rede System-config-users


manualmente, colocando o nome delas e A próxima ferramenta é o programa de
seus respectivos endereços. configurar usuários do Linux. Nessa
ferramenta os usuários e administradores
podem realizar manutenções em contas de
usuário, trocar senhas, cadastrar dados
pessoais (Figura 09). A ferramenta permite
controle sobre expiração da conta e da
senha, entre outros.

Figura 07 Figura 09
A ferramenta também gerencia grupos, com
Quer configurar os endereçamentos de uma a criação dos mesmos, adição e remoção de
placa específica, vá na aba principal membros.
(Dispositivos), selecione a placa que deseja
editar e pressione o botão Editar (Figura 08). Pode ser chamado através do menu Sistema
Configurações normais que usuários podem – Administração – Usuários e Grupos ou
utilizar é o endereçamento manual da placa com o comando system-config-users &.
de rede ou pegar o endereço por um servidor
DHCP, a configuração de rota ou a clonagem
de MAC Address em casos especiais. Conclusão
Nesse artigo junto com a primeira parte
abordamos as principais ferramentas de
administração de usuários e do sistema
como de máquina única. A partir da terceira
parte iremos apresentar ferramentas para
administração de serviços e servidores, entre
elas as configurações de Samba e Apache.
Fiquem ligados!

Abraço!!!

Sobre o autor
Rodrigo Menezes é Formado em Ciência da
Computação e especialista em Telecomunicações no
Paraná. É consultor de implantações em estruturas
Figura 08 de automação comercial em Cuiabá.

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Port
Knocking
Final
ARTIGOS

Por Sandro Melo

Parte 3: Portknocking em Diante deste cenário, a configuração do


Perímetro de Redes Knockd no Servidor Aslam deverá ativar
Cada vez mais, os administradores de redes regras de NAT, tanto para que seja possível
estão criando projetos mais elaborados enviar os pacotes para o Port knocking do
pensando em segurança de perímetro. Neste respectivo servidor na rede periférica, como
cenário, também é recomendado o uso do também para os serviços que posteriormente
Port knocking. Esta segunda parte possui serão liberados pelo firewall home, uma vez
como objetivo exemplificar a implementação que o respectivo servidor recebe a seqüência
de Port knocking em um cenário de uma conhecida no seu Port knocking.
topologia Screenet de três camadas de
Firewall. Um administrador, diante em uma topologia
tão complexa (ou em outras, ainda mais
complexas) deve visualizar cada camada de
Uma proposta de estudo de caso tratamento e como o Port knocking deve
A proposta é usar Port knocking dentro de ser configurado para que seja possível
um contexto de segurança de perímetro em passar por cada firewall.
uma topologia Subnet Screenet, objetivando Neste caso, tendo um servidor na rede
compreender a importância do uso de periférica como alvo final, temos três
firewalls para construir segurança de camadas, considerando um roteador também
perímetro e inserir nesse contexto o uso do realizando trabalho de filtragem, o Firewall de
Knockd. Fronteira e as regras de firewall do próprio
servidor em questão. O trabalho de filtragem
O cenário proposto seria uma Subnet do roteador é simples e não interfere na
Screenet de três camadas. A primeira comunicação.
camada seria o roteador, que teria ACL's não
relevantes para a proposta de um Port A lógica para ativar o Port knocking do
knocking. servidor alvo, considerando que o roteador
não estará interferindo, seria primeiro
A segunda camada seria o servidor Aslam informar ao Port knocking do Servidor de
que, através de regras de NAT, permite Fronteira e, em um segundo momento, o
acesso de conexões de cliente com origem Port knocking do servidor.
em portas altas 1024:65535, as respectivas Você pode ver como tudo isso funciona
portas dos servidores da rede periférica observando a Figura 01 na página seguinte.
definida na Tabela 1 (clique aqui).

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47
Artigos
Exemplo de um arquivo de configuração
/etc/knockd.conf que possibilite ativar
acesso tanto às portas de Port knocking dos
servidores da rede periférica, como também
aos serviços de seu respectivo Port
knocking. Para possibilitar acesso, é preciso
criar uma configuração para cada servidor:
[options]
Port Knocking

logfile = /var/log/knockd.log
[balboaUP]
sequence = 17000,28000,39000
seq_timeout = 10
Figura 01 - Seqüência de ativação command = /usr/local/portknocking.sw balboaUP
%IP%
tcpflags = syn
Por outro lado, uma vez que tenha terminado [balboaDOWN]
as atividades de gerenciamento, é sequence = 39000,28000,17000
necessário notificar primeiro ao Port knocking seq_timeout = 10
do servidor da rede periférica para fechar command = /usr/local/portknocking.sw
acesso ao serviço e, posteriormente, notificar balboaDOWN %IP%
ao Port knocking do Firewall de Fronteira tcpflags = fin
para apagar as regras de NAT, seguindo a
lógica ilustrada na Figura 02. [apolloUP]
sequence = 17001,28001,39001
seq_timeout = 10
command = /usr/local/portknocking.sw balboaUP
%IP%
tcpflags = syn
[apolloDOWN]
sequence = 39001,28001,17001
seq_timeout = 10
command = /usr/local/portknocking.sw
balboaDOWN %IP%
tcpflags = fin

[rockyUP]
sequence = 17002,28002,39002
seq_timeout = 5
Figura 02 - Seqüência de desativação command = /usr/local/portknocking.sw balboaUP
%IP%
Para que as regras de NAT sejam criadas tcpflags = syn
corretamente, deve-se identificar as portas [rockyDOWN]
alvos para ativação e desativação de regras sequence = 39002,28002,17002
via Port knocking de cada servidor da rede seq_timeout = 5
periférica. command = /usr/local/portknocking.sw
balboaDOWN %IP%
A Tabela 1 tem essa informação (clique aqui). tcpflags = fin
[mickeyUP]
Reunindo todas as informações, percebemos sequence = 17003,28003,39003
que um cenário de Screenet Subnet seq_timeout = 10
demanda uma configuração mais específica, command = /usr/local/portknocking.sw balboaUP
uma vez que o cenário proposto é elaborado %IP%
pensando em segurança de perímetro. tcpflags = syn
[mickeyDOWN]
Assumindo que haverá um Port knocking no sequence = 39003,28000,17003
Servidor Aslam, Firewall de Fronteira, o qual seq_timeout = 10
deverá ser acionado primeiro para que se command = /usr/local/portknocking.sw
possa ativar o Port knocking ou mesmo do balboaDOWN %IP%
tcpflags = fin
Firewall Barbavore, que se encontra na rede
periférica, considera-se que as regras para [barbavoreUP]
os serviços públicos estão definidas. sequence = 17004,28004,39004

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Artigos
seq_timeout = 10 $SRC -d $FW -j LOG --log-prefix “Knocking IN”
command = /usr/local/portknocking.sw balboaUP\ $PF -t nat -D POSTROUTING -p 6\
%IP% $PORTAS_OUT -s $IP -j SNAT --to $FW
tcpflags = syn $PF -t nat -D POSTROUTING -p 6\
[barbavoreDOWN] $PORTAS_OUT -s $IP -j -j LOG --log-prefix
sequence = 39004,28000,17004 “Knocking OUT”
seq_timeout = 5
command = /usr/local/portknocking.sw\ }
balboaDOWN %IP% portknocking_perimetro()
Port Knocking

tcpflags = fin {
PORTA1="5550"
O comando que se refere às políticas PORTA2="6660"
definidas no arquivo de configuração do PORTA3="7770"
Knockd é um script denominado }
portknocking.sw que irá habilitar as regras
case "$1" in
de NAT necessárias para acesso ao Port
knocking dos servidores da rede periférica e balboaUP)
também aos serviços SSH e WEBMIN que IP="192.168.20.1"
serão posteriormente liberados. FW=$IPASLAM1
portknocking_perimetro
O script portknocking.sw poderia ser assim:
#!/bin/bash natON
IPASLAM1="202.1.2.2" ;;
IPASLAM2="202.1.2.3"
PF="/sbin/iptables" balboaDOWN)
SSH="22" IP="192.168.20.1"
WEBMIN="60201" FW=$IPASLAM1
SRC=$2 portknocking_perimetro
multi()
{ natOFF
PORTAS_IN="-m multiport --dport ;;
$PORTA1,$PORTA2,$PORTA3,$SSH,$WEBMIN" apolloUP)
IP="192.168.20.2"
PORTAS_OUT="-m multiport --sport FW=$IPASLAM2
$PORTA1,$PORTA2,$PORTA3,$SSH,$WEBMIN" portknocking_perimetro

} natON
error() ;;
{
MSG_ERROR="Script port knocking - parâmetro\ apolloDOWN)
errado - avalie o knockd" IP="192.168.20.2"
logger -p daemon.notice "$MSG_ERROR" FW=$IPASLAM2
} portknocking_perimetro
natON()
{ natOFF
multi ;;
$PF -t nat -A PREROUTING -p 6 $PORTAS_IN-s\
$SRC -d $FW -j DNAT --to $IP rockyUP)
$PF -t nat -A PREROUTING -p 6 $PORTAS_IN -s\ IP="192.168.20.3"
$SRC -d $FW -j LOG --log-prefix “Knocking IN” FW=$IPASLAM2
$PF -t nat -A POSTROUTING -p 6\ portknocking_perimetro
$PORTAS_OUT -s $IP -j SNAT --to $FW
$PF -t nat -A POSTROUTING -p 6\ natON
$PORTAS_OUT -s $IP -j -j LOG --log-prefix ;;
“Knocking OUT”
} rockyDOWN)
natOFF() IP="192.168.20.3"
{ FW=$IPASLAM2
multi portknocking_perimetro
$PF -t nat -D PREROUTING -p 6 $PORTAS_IN -s\
$SRC -d $FW -j DNAT --to-destination $IP natOFF
$PF -t nat -D PREROUTING -p 6 $PORTAS_IN -s\ ;;

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49
Artigos
mickeyUP) done
IP="192.168.20.4" }
FW=$IPASLAM2 desativando()
portknocking_perimetro {
for CAMADA2 in 7770 6660 5550
natON do
;; hping -p CAMADA2 -c 1 --fin $IP
done
mickeyDOWN)
Port Knocking

IP="192.168.20.4" sleep 3s
FW=$IPASLAM2
portknocking_perimetro for $CAMADA1 in $PORTA1 $PORTA2
$PORTA3
natOFF do
;; hping -p $CAMADA1 -c 1 --fin $IP
done
barbavoreUP)
IP="192.168.20.254" }
FW=$IPASLAM1 ajuda()
portknocking_perimetro {
echo "Parâmetros:"
natON echo " "
;; echo "balboaUP -> Libera acesso administrativo\
ao servidor Balboa"
balboaDOWN) echo "balboaDOWN -> Fecha acesso\
IP="192.168.20.254" administrativo ao servidor Balboa"
FW=$IPASLAM1 echo " "
portknocking_perimetro echo "apolloUP -> Libera acesso administrativo\
ao servidor Apollo"
natOFF echo "apolloDOWN -> Fecha acesso\
;; administrativo ao servidor Apollo"
*) echo " "
error echo "rockyUP -> Libera acesso administrativo ao\
;; servidor Rocky"
esac echo "rockyDOWN -> Fecha acesso\
exit 0 administrativo ao servidor Rocky"
echo " "
Evidentemente, para acionar o Port echo "mickeyUP -> Libera acesso administrativo\
knocking em duas camadas é necessário ao servidor Mickey"
um script que facilite a vida do administrador. echo "mickeyDOWN -> Fecha acesso
administrativo ao servidor Mickey"
Considerando as configurações do Servidor
echo " "
Aslam e assumindo que todos os servidores echo "barbavoreUP -> Libera acesso\
da rede periférica estão com a mesma administrativo ao servidor Barbavore"
configuração, inclusive a mesma seqüência echo "barbavoreDOWN -> Fecha acesso\
de portas para ativação (Pacote: TCP/SYN administrativo ao servidor Barbavore"
nas portas 5550, 6660 e 7770) e para echo " "
desativação (Pacote: TCP/SYN nas portas echo "Ativando portas via Portknocking\
7770, 6660 e 5550). (2 camadas)"
#!/bin/sh echo "Use: $0 [PARAMENTRO] [IP do Firewall]"
IP=$2 echo .
ativando() echo "Ativando portas via Portknocking\
{ (2 camadas)"
for CAMADA1 in $PORTA1 $PORTA2 $PORTA3 echo "Use: $0 [PARAMENTRO] [IP do Firewall]"
do exit 1
hping -p $CAMADA1 -c 1 --syn $IP }
done
case "$1" in
sleep 3s balboaUP)
PORTA1=17000
for CAMADA2 in 5550 6660 7770 PORTA2=28000
do PORTA3=39000
hping -p $CAMADA2 -c 1 --syn $IP ativando

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50
Artigos
;; exit 0
balboaDOWN)
PORTA1=39000 Utilizando o script, lembre-se que no cenário
PORTA2=28000 proposto, o Servidor Aslam tem dois IP's
PORTA3=17000
desativando
válidos.
;;
Criando a regra no firewall para acesso:
apolloUP)
Port Knocking

PORTA1=17001 # ./port2layer.sh balboaUP 202.1.2.2


PORTA2=28001
PORTA3=39001 A saída do log do Knockd informando que os
ativando três estágios, ou seja, as três seqüências de
;; pacotes para ativar a regra foram recebidas
apolloDOWN) com sucesso e os scripts portknocking.sw
PORTA1=39001 executando com sucesso registrado o IP da
PORTA2=28001 máquina que ativo o Port knocking:
PORTA3=17001
desativando
[2007-03-23 12:26] starting up, listening on eth1
;;
[2007-03-23 12:31] 92.68.1.121: balboaUP:\
Stage 1
rockyUP)
[2007-03-23 12:31] 92.68.1.121: balboaUP:\
PORTA1=17002
Stage 2
PORTA2=28002
[2007-03-23 12:31] 92.68.1.121: balboaUP:\
PORTA3=39002
Stage 3
ativando
[2007-03-23 12:31] 92.68.1.121: balboaUP:\
;;
OPEN SESAME
rockyDOWN)
[2007-03-23 12:31] balboaUP: running command:\
PORTA1=39002
/usr/local/portknocking.sw balboaUP 92.68.1.121
PORTA2=28002
PORTA3=17002
desativando Apagando a regra no firewall para acesso:
;;
# ./portknocking.sh balboaDOWN 202.1.2.2
mickeyUP)
PORTA1=17003 Agora a saída do log do Knockd, informando
PORTA2=28003 que os três estágios, ou seja, as três
PORTA3=39003 seqüências de pacotes para desativar a regra
ativando foram recebidas com:
;;
mickeyDOWN) [2007-03-23 12:46] 92.68.1.121: balboaDOWN:\
PORTA1=39003 Stage 1
PORTA2=28003 [2007-03-23 12:46] 92.68.1.121: balboaDOWN:\
PORTA3=17003 Stage 2
desativando [2007-03-23 12:46] 92.68.1.121: balboaDOWN:\
;; Stage 3
barbavoreUP) [2007-03-23 12:46] 92.68.1.121: balboaDOWN:\
PORTA1=17004 OPEN SESAME
PORTA2=28004 [2007-03-23 12:46] balboaDOWN: running\
PORTA3=39004 command: /usr/local/portknocking.sw\
ativando balboaDOWN 92.68.1.121
;;
barbavoreDOWN)
PORTA1=39004
A configuração do Knockd dos servidores da
PORTA2=28004 rede periférica no estudo de caso é a
PORTA3=17004 mesma, como já foi mencionado, objetivando
desativando ativar ou desativar regras para acesso aos
;; serviços SSH e WEBMIN.

*)
ajuda Veja a seguir como ela ficaria:
;; [options]
esac logfile = /var/log/knockd.log

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51
Artigos
[openSSH] serviços de cunho administrativo. Diante
sequence = 5550,6660,7770 deste contexto, deixar estes serviços
seq_timeout = 10 disponíveis para conexão remota é um risco
command = /sbin/iptables -A INPUT -s %IP% -p\ grande, da mesma forma que é a
tcp --dport 22 -j ACCEPT possibilidade de acessar de, qualquer lugar,
tcpflags = syn
[closeSSH]
um servidor da empresa ou de um cliente.
sequence = 7770,6660,5550 Todavia, diante deste cenário, o Port
seq_timeout = 10 knocking é uma alternativa inteligente e
Port Knocking

command = /sbin/iptables -D INPUT -s %IP% -p\ deve ser utilizado para que os servidores
tcp --dport 22 -j ACCEPT configurados não sejam vitimados por
tcpflags = fin técnicas de Bruteforce, pois só existe a
[WebminUP] possibilidade de exploração se houver
sequence = 5550,6660,7770 disponibilidade de conexão ao serviço e, no
seq_timeout = 10 caso de um servidor com Port knocking, em
command = /sbin/iptables -A INPUT -s %IP% -p\ primeiro momento, a conexão já estaria
tcp --dport 22 -j ACCEPT negada pelas políticas do firewall.
tcpflags = syn
[WebminDOWN]
sequence = 7770,6660,5550 É fato que o problema de uma intrusão não é
seq_timeout = 10 eliminado, mas é minimizado. A forma como
command = /sbin/iptables -D INPUT -s %IP% -p\ seu Port knocking vai funcionar é o fator de
tcp --dport 22 -j ACCEPT sucesso.
tcpflags = fin
Sobre o autor
Conclusão Sandro Melo, Candidato a Jedi,
atuante na comunidade Linux, mas
É sabido que Bruteforce, embora seja uma também utiliza outros sistemas Unix
técnica bem antiga, ainda é muito utilizada como FreeBSD e OpenSolaris,
pelos script kiddies, crackers e correlatos. apaixonado por Segurança de
Hora ou outra, um servidor é vitimado por Sistemas, atualmente esta contribuíndo com o projeto
uma intrusão através de alguma ferramenta Fedora como Embaixador Brasileiro Fedora.
Site: http://www.4nix.com.br/curr/currsite.html.
de Bruteforce em SSH, WEBMIN e outros

TABELA 1

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Artigos
Port Knocking

[volta]
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53
O Doom original
O título de clássico lhe cabe muito bem

Por Henrique Júnior


JOGOS

Poucos jogos são tão merecedores de serem Ao longo dos anos, a comunidade criou não
chamados de clássicos quanto Doom. Ele somente um arquivo IWAD muito parecido
inaugurou, em 1993, um novo estilo de jogar com o original, mas também criou expansões
e de pensar em jogos, praticamente e “hacks” para serem jogados, aumentando o
estreando o estilo chamado “tiro em primeira potencial do game e prolongando
pessoa” onde você, na visão do jogador, imensamente o prazer em jogá-lo. O projeto
caminha por fases repletas de monstros e FreeDoom é justamente isso: um agregado
obstáculos para conseguir permanecer vivo. de entusiastas que desenvolvem seu próprio
Foi um dos primeiros a trabalhar com o Doom baseado no motor do game original. O
conceito de imersão em ambientes 3D, jogos projeto FreeDoom faz seu jogo de modo que
via rede e multiplayer, sendo baixado na ele seja 100% compatível com tudo que foi
versão shareware (em apenas 2 anos) por produzido pelos fãs ao longo desses 12 anos
nada menos que 15 milhões de pessoas. de liberação do código. Basicamente,
Esse número, é claro, não impressiona muito FreeDoom é o Doom 100% livre e
hoje em dia, com o Firefox atingindo mais de desenvolvido pela comunidade.
8 milhões de downloads em 24 horas, mas
vamos nos lembrar de que era 1993, época
de conexão discada, de pentium 66 Mhz e
HDs de 100 MB.

O game, que impressionava pela qualidade e


inteligência de construção, pertence à ID
Software, que disponibilizou o motor do
Doom 1 pela GPL em 1997.

FreeDoom
O que a ID Software liberou em 1997 foi
somente a engine (motor) do seu jogo sob
GPL, mas esse motor é somente um
componente que faz de Doom o que ele é. O
motor precisa ler um arquivo chamado IWAD
que é onde ficam as A história
características gerais do Nada mudou desde os tempos do clássico:
game, como sons, texturas, você é um soldado enviado a Marte como
imagens e fases, tudo que punição pelo assassinato de um superior
define Doom como um corrupto. Chegando lá, descobre que uma
game. organização está realizando experiências de
Era preciso, então, que os teletransporte entre as duas luas de Marte
fãs criassem seus próprios (Fobos e Deimos) mas, quando algo sai
arquivos IWAD para serem errado, os teletransportes abrem brechas que
executados junto com o levam diretamente ao inferno e deixam que
motor disponibilizado pela criaturas horrendas escapem, dizimando
ID Software. todos, exceto você (por enquanto, claro).

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54
Jogos
Há tanques de material tóxico, paredes que
caem e portas trancadas que só se abrem
com chaves específicas, mas não se
desespere, além de seus punhos, você conta
com armas que são conseguidas ao longo do
O Doom original

jogo e diversos “power-ups” que fazem seu


personagem mais forte para encarar os
perigos.
Cada uma das fases conta com locais
secretos onde itens especiais encontram-se
à sua espera (portanto, tem uma motivação a
mais para explorar cada canto e detonar
cada um dos demônios).

O tempero
O jogo O tempero que o jogo apresenta não é
Mesmo nos dias de hoje, quando placas com somente andar por salas infestadas de
aceleração 3D são capazes de gerar milhões monstros, dando socos e disparando armas;
de polígonos renderizados com cell-shading, na verdade, este game inaugurou um estilo
o game ainda é capaz de empolgar. Basta de jogar. Doom apresenta diversas armas,
alguns minutos jogando para que a sensação com as quais o jogador poderá enfrentar os
de estranheza e o risinho sarcástico sumam obstáculos que aparecem durante o
da face de qualquer jogador apaixonado. A percurso: é possível utilizar desde pistolas
sensação de imersão impressiona, pois em fracas, que causam pouco dano aos
pouco tempo você deixa de reparar que os monstros, até metralhadoras giratórias e
gráficos foram feitos para rodar em DOS e armas que disparam bolas flamejantes,
que o som monaural nem de longe se destruindo praticamente tudo o que se
compara com a qualidade digital dos jogos encontra na tela. Há também a interessante
atuais para ver-se encurralado em uma sala BFG 9000 (Big Fucking Gun) que é uma
repleta de monstros e disparando tiros para arma especial e super poderosa no estilo
todos os lados. “arrasa quarteirão”. O grande segredo do
jogo é conseguir economizar munição e
chegar vivo ao final de cada fase, onde
encontra-se o teletransportador, com a
palavra exit escrita e isso encerra a fase. É
claro, terminar uma fase não é apenas uma
questão de matar uma grande quantidade de
monstros, também é preciso passar pelo
labirinto, enfrentar os perigos que as próprias
salas apresentam, como tanques cheios de
lixo tóxico ou monstros que disparam bolas
flamejantes e lasers.

Na parte inferior da tela, uma barra mostra a


“saúde” do seu personagem, a resistência do
traje blindado e a munição. Muito
interessante também é acompanhar o rosto
do personagem ficando machucado de
acordo com os ferimentos recebidos.

Tudo se passa numa instalação tecnológica


sombria e labiríntica, completamente Para tornar o jogo mais interessante, há
invadida por monstros de diversas espécies. áreas secretas onde se encontram diversos

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55
Jogos
elementos que aprimoram seu personagem: Como instalar?
armaduras com blindagem mais possante e FreeDoom encontra-se nos repositórios
até uma bola de fogo demoníaca azul que oficiais do Fedora e a instalação é bem
aumenta a sua energia para incríveis 200%. simples:
Os fãs criaram diversas expansões que Logado como root, digite
O Doom original

podem, claro, ser reaproveitadas na nossa


versão Freedoom. Expansões permitindo # yum install freedoom
que o personagem pule, que ande pelo ar, ou
novas fases construídas especialmente para
quem é fã do jogo. Tudo isso dá ao game
uma resistência enorme à deterioração com
o tempo — aquela coisa normal de que o
jogo fica chato quanto mais você joga. Os
próprios fãs, desde 1997 até hoje,
encarregaram-se de criar sempre alguma
coisa que mantém a novidade no ato de jogar.

Além de participar de modo linear como todo


personagem, Freedoom e o Doom também
apresentam uma coisa que virou padrão,
afinal, Doom estabeleceu vários padrões
desde que foi criado: ele praticamente
inventou o modo de se jogar tiro em primeira
pessoa, ele inventou o estilo de armas
Dica
Para conseguir os “cheats” do jogo, pause e
usadas neste tipo de jogo, e também
digite os códigos:
inventou as dicas, as trapaças que são
empregadas para conseguir passar pelos
níveis. Quem é que nunca ouviu falar no god
mode, em que o personagem se transforma
num ser indestrutível de olhos brilhantes e
não sofre dano nenhum por nenhum dos
inimigos? ou munição infinita? ou blindagem
infinita? ou ter todas as armas? Todas essas
dicas foram inventadas pelos criadores de
Doom e viraram molde para diversos outros
jogos do gênero.

Doom parecia ter uma tendência de inovar e


definir para todas as pessoas, a partir de
determinado ponto, qual era o jeito certo de
se fazer um jogo que era garantia de
sucesso. A diversão é garantida. God Mode ativado

Cheats
Efeito Código

Armadura radioativa idbeholdr

Invisibilidade idbeholdi

Invencibilidade idbeholdv

Mapas do computador idbeholda

Amplificador de Luz idbeholdl

Bersek idbeholds
BFG Big Fucking Gun

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Jogos
Lista de comandos
Armas Tela
Punho 1 Ajuda F10
O Doom original

Pistola 2 Menu ESC

Escopeta 3 Setup KINK

Metralhadora 4 Pausa PAUSE

Foguete 5 Auto Mapa TAB

Plasma 6 Volume F4

BFG 9000 7 Hud F5

Motosserra 8 Mensagens F8

SSG 9 Ajuste de Gamma F11

Melhor 0 Spy F12

Atirar Ctrl/MB1/JSB1 Aumenta a visão +

Diminui a visão -
Movimentos
Para frente Seta p. cima Screenshot *

Para trás Seta p. baixo Auto Mapa


Virar esq. Seta p. esq. Modo Seguir F
Virar dir. Seta p. dir. Zoom in +
Correr Shift Zoom out -
Passo esq. < Marcar Posição M
Passo dir. > Limpar Marcas C
Strafe Alt Zoom total O
Correr ligado Caps Grade G
180° / Referências:
http://doom.wikia.com/wiki/Doom_cheat_codes
Usar Espaço http://pt.wikipedia.org/wiki/Doom
http://freedoom.sourceforge.net/
http://prboom.sourceforge.net/
Jogo http://forums.maxconsole.net/archive/index.php/t-
Salva F2 69847.html

Carrega F3 Agradecimento a Fran Bach, que digitou o


texto a partir de um mp3 que gravei enquanto
Salva rápido F6 a tendinite me mostrava um novo significado
da palavra “dor”. =)
Fim F7
Sobre o autor
Carrega rápido F9 Henrique Junior estuda Engenharia Química. Além
de tocar o projeto da Revista Fedora Brasil, participa
Desistir F10 ativamente da comunidade como Embaixador Fedora.

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57
O Duli responde
as dúvidas dos leitores
Perguntas & Respostas

Por Luis Felipe Marzagão

Diferenças entre o LiveCD e o DVD do Fedora


Olá galera. Desculpe-me a pergunta besta. Sou novo em
Linux. Qual a diferença entre a versão em DVD de 3.3 GB
para o LiveCD?
O que há a mais no DVD que não tem no LiveCD e qual a
diferença instalando pelo DVD e pelo LiveCD? Érick Henrique

Desculpe-me por tantas perguntas, obrigado!!!

Resposta:
Meu caro, antes de mais nada, nenhuma pergunta é besta.

Na verdade, são duas grandes diferenças entre o LiveCD e o DVD.

A mais importante é que o LiveCD permite que você ligue o computador e carregue o Fedora
inteiramente sem precisar instalá-lo no seu disco rígido (HD). Basta você configurar o seu
computador para iniciar pelo CD (procure pelas opções de boot na BIOS) e, então, o
computador iniciará diretamente no Fedora, sendo que você poderá usar as aplicações,
acessar a internet, entre outros, deixando seu HD local intacto. Enquanto estiver usando o
sistema, não poderá retirar o LiveCD do drive. Caso queira instalar o Fedora no disco rígido
(para que ele fique mais rápido e seja permanente), basta clicar no ícone "Install to Hard
Disk" e seguir os passos da instalação.

Já o DVD não pode ser iniciado diretamente como o LiveCD. Você também deverá iniciar o
computador com o DVD no drive, mas a diferença é que você irá diretamente para a tela de
instalação e a sua única opção será instalar o Fedora diretamente no seu disco rígido. Você
não poderá iniciar o sistema a não ser que antes o instale no seu disco rígido.

A segunda diferença é que a versão em DVD, por ser um DVD (4.7GB), traz muito mais
programas que poderão ser instalados diretamente do DVD para o seu disco rígido, como por
exemplo o conjunto de escritório OpenOffice.org (editor de texto, planilhas etc.). Já o LiveCD,
para caber em uma mídia de CD (700MB), é bem mais enxuto e não vem com todos os
pacotes contidos no DVD.

Isso não significa, todavia, que uma vez instalado o LiveCD você não poderá ter tudo que
vem no DVD. Sim, você poderá. Basta usar o aplicativo "Adicionar e Remover Programas"
assim que acabar a instalação. Será possível escolher quaisquer programas, os quais serão
baixados via internet dos repositórios oficiais (e de outros que você eventualmente adicionar)

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58
O Duli responde as dúvidas dos leitores
e serão instalados no seu Fedora. De qualquer forma, o LiveCD já vem com uma boa
seleção de programas para todos os tipos de tarefas.

Se você quer experimentar o Fedora, a melhor opção é sem dúvida o LiveCD, não só porque
Perguntas & Respostas

levará menos tempo para baixá-lo, mas porque você poderá usá-lo sem realizar a instalação
definitiva no disco rídigo. Mas atenção: para habilitar codecs de vídeos, driver proprietários
para placas de vídeo (Nvidia e ATi) etc., você precisará ter o Fedora instalado no seu disco
rídigo, para que assim possa tirar o máximo de proveito dele.

Linux para todos os gostos


O que, exatamente, diferencia uma distribuição da outra? Por que algumas
distribuições possuem o nome Linux no meio e no outras não? Não são todas
Linux?

Resposta:
O problema com o nome Linux é que a parte foi tomada pelo todo. Na verdade, Linux é o
nome de apenas um dos componentes das diversas distribuições existentes. Trata-se do
programa nuclear ou central (o "kernel"), o qual, em linhas gerais, apenas desempenha a
interação com o hardware do computador. Contudo, por ser bastante importante e também
por razões históricas, as pessoas terminaram se referindo à distribuição como um todo pelo
nome "Linux" (o nome da parte), mas tecnicamente não é adequado. Seria o mesmo que
chamar uma pessoa de "cérebro" em vez de chamá-lo pelo verdadeiro nome (João ou Maria
etc.). Por isso muitas pessoas preferem a expressão "Distribuição baseada em Linux" ou
então usar o nome da distribuição, como "Fedora", e assim por diante. Deve-se lembrar que
uma distribuição é feita do kernel e mais uma infinidade de programas e aplicações, sem os
quais ela jamais chegaria a ser uma "distribuição".

Com relação às diferenças entre distribuições, basicamente são duas as mais importantes: A
primeira é a "cara" da distribuição, ou seja, como os desenvolvedores dela a organizam,
quais programas decidiram incluir, parte gráfica, menus, entre outros. A segunda é o
gerenciador de pacotes e o(s) respectivo(s) repositório(s) de programas. Eu diria que o ponto
mais marcante da distribuição, depois, óbvio, do nome e do trabalho de arte gráfica, é o
gerenciador de pacotes que ela usa. Os mais conhecidos são o "yum" (usado por Fedora,
CentOS e Red Hat) e o "apt" (usado pelo Debian e pelas Debian Likes – distros baseadas em
Debian, por exemplo o Ubuntu). Conseqüentemente, uma diferença marcante serão os
repositórios que cada gerenciador de pacotes poderá acessar para baixar e instalar
programas. A partir daí, cabe a cada usuário testar e fuçar em cada repositório e brincar com
o gerenciador de pacotes para ver qual mais o agrada.

Até a próxima!

Sobre o autor
Luís Felipe B. Marzagão, mais
conhecido como Duli, é fanático por
Fedora. É autor do easyLife e passa
boa parte do tempo respondendo às
mensagens nos fóruns. Durante o
dia, exerce advocacia nos Tribunais e Fóruns em São
Paulo.

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59
Introdução ao Shell Script
Parte 3
Por Henrique C. S. Junior

O comando echo
Provavelmente vocês já perceberam $ echo Olá, meu nome é $USER
SÉRIES

pelas duas últimas partes da nossa série Olá, meu nome é lonely
sobre shell script que o comando echo
imprime na tela o resultado de variáveis
ou strings executadas no sistema. E por fim, o comando echo pode
interpretar comandos, mas, para tanto, os
O echo é muito importante porque pode comandos devem ser colocados entre os
ajudar na obtenção de informações acentos graves - ou crases - que ficam
preciosas que podem ser lidas e logo acima do acento agudo (ou, se tiver
interpretadas pelo usuário enquanto o intimidade e estiver no jardim de infância,
script é executado ou, claro, o próprio logo acima do “grampinho da vovó”):
script pode ser feito para pegar
informações e mostrá-las na tela para
que o usuário se informe sobre este ou $ echo `whoami`
lonely
aquele aspecto do sistema.

A sintaxe é bem simples:


Temos ainda as opções do comando
echo [OPÇÃO] [STRING] echo que podem dar um tempero a mais
para aquelas saídas de terminal que
Você pode usar o comando echo de três tanto gostamos. Vamos dar uma olhada:
formas distintas:
echo -n
Com aspas simples (ou o velho
apóstrofo, logo antes do número 1 no Faz com que o echo não gere uma nova
teclado). Usando apóstrofo numa string, linha logo após executado:
ela deixa de ser interpretada ou
entendida como variável e $ echo -n Olá, meu nome é $USER
simplesmente é repetida na tela. Olá, meu nome é
lonely[lonely@localhost ~]$

$ echo 'Olá, meu nome é $USER'


Olá, meu nome é $USER $ echo -e

A opção -e é particularmente interessante


Repare que a variável global $USER não para quem deseja formatar melhor as
foi interpretada pelo shell. suas saídas de tela. Com essa opção,
ativamos a interpretação de contrabarras
Com aspas duplas (“ ”) ou sem nenhum ( \ ), o que gera várias possibilidades
tipo de aspas em lugar nenhum, a linha interessantes:
é lida com interpretação de variáveis:
\a – Emite um “bip” ao término do comando.
\t – Gera uma tabulação para a direita.
$ echo “Olá, meu nome é $USER”
\v – Gera uma tabulação para baixo (vertical).
Olá, meu nome é lonely
$ echo -e “Olá \t\t\t, $USER. Seja
\v bem-vindo! \a”
Ou podemos obter o mesmo resultado: Olá. lonely. Seja bem-vindo!

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60
Séries
Esse echo deve inserir três tabulações
horizontais antes da variável $USER, $ expr '10' '*' '5'
uma tabulação vertical (para baixo) antes 50
de “bem-vindo” e emitir um “bip” ao final.

Usando lógica nas contas:


Aritmética no shell Em programação é comum usarmos os
SHELL SCRIPT

Se você não gosta de matemática, sinto operadores lógicos para obter resultados
muito informá-lo de que programar é, de verdadeiro ou falso. Esses operadores
basicamente, uma tarefa matemática. O analisam dois (ou mais) argumentos,
computador calcula valores e, em comparam os valores e retornam
expressões, aceita resultados como verdadeiro ou falso para a comparação.
verdadeiro (1) ou falso (0), além de
aceitar resultados numéricos. Alguns operadores são:
< - Menor
Nosso shell pode ser uma poderosa <= - Menor ou igual
calculadora e, acreditem, muitos scripts > - Maior
vão precisar fazer “continhas” para >= - Maior ou igual
funcionarem a contento. != - Diferente
= - Igual
O comando expr tem essa função: ele
interpreta aritmeticamente os argumentos
que lhe são passados e dá o resultado na No caso de usar operadores lógicos no
tela. A sintaxe é simples: comando expr, a expressão deve ser
digitada usando-se sempre o separador
$ expr [OPÇÕES] [ARGUMENTOS] (').
Soma:
$ expr '10' '<' '9'
$ expr 100 + 1 0
101

Acima escrevemos: dez é menor que


nove? A resposta foi 0, que significa
Subtração: “falso” ou “não, dez não é menor que
nove.”
$ expr 101 – 1
100 Agora vamos perguntar se dez é
diferente de nove.
Divisão: $ expr '10' '!=' '9'
1
$ expr 55 / 5
11
Sim, dez é diferente de nove, por isso
retorna o valor 1, que significa
Resto da divisão: “verdadeiro”. (Alguém vai querer um
prêmio Nobel?)
$ expre 100 % 33 Mas as coisas podem ficar mais
1 interessantes:

$ expr '10' '=' '(' '5' '*' '2' ')'


As expressões mais complicadas ou 1
lógicas precisam ter separadores, que
são os apóstrofos (ou aspas simples).
Isso nos levará bem longe, não é? =)
Multiplicação:

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61
Séries
Outras coisas para fazer com Bang-bang
Antes que riam e balancem as cabeças
seu shell pensando em “que termo ridículo”, vale
esclarecer que o caractere ! em shell
Histórico chama-se bang. No terminal, quando
O shell é bastante inteligente e tem você digita determinado comando, ele
recursos muito úteis para facilitar a vida fica armazenado no histórico, certo? Se
de quem lida diretamente com ele. você então digitar !! (bang-bang), o
SHELL SCRIPT

Passar o tempo digitando num terminal terminal automaticamente repete o último


pode ser particularmente estressante e comando sem que você precise digitar
cansativo quando é preciso repetir muitas novamente:
vezes os mesmos comandos. Para esses
casos, o shell mantém um histórico com
os últimos 500 comandos executados e
$ echo 'Bang! Bang!'
que podem ser encontrados no arquivo Bang! Bang!
~/.bash_history (onde ficam $ !!
armazenados) ou com o comando echo 'Bang! Bang!'
history, que os exibe no terminal. Para Bang! Bang!
passar pelos comandos, basta
simplesmente usar as setas do seu
teclado.
Mas o bang também serve para acessar
Autocomplemento de nomes outras coisas interessantes dos
Útil ao lidar com nomes muito extensos comandos que executamos. Por
ou quando você vive esquecendo como é exemplo, acabamos de executar o
aquele comando importante que você só comando echo 'Bang! Bang!' para fazer
se lembra que começa com where... (por um teste. Olhando esse comando vemos
exemplo). Apertando a tecla TAB um par que echo é o comando e 'Bang! Bang!' o
de vezes o shell pode completar o nome argumento do comando, então:
para você ou mostrar-lhe uma lista de
todos os comandos/arquivos na pasta !$ - Chama o último argumento.
que começam com where... !* - Chama todos os argumentos.
!!:1 - Chama o primeiro argumento.
Experimente: no seu terminal digite o !! - Repete o último comando e
começo do comando whereis e aperte
argumento.
TAB para ver o terminal auto completar o
restante para você.
Na próxima aula, tudo que os
Essa mágica também funciona se você impacientes queriam: começam os
precisar abrir um arquivo de nome muito scripts de verdade.
grande. Imagine que você precise abrir o
arquivo “sou_um_arquivo_de_nome_
muito_grande.txt” e tenha preguiça de
digitar todo esse nome.

Escreva somente parte do nome do


arquivo, por exemplo: Sobre o autor
Henrique Junior estuda Engenharia
$ vi sou_ <aperte TAB> Química. Além de tocar o projeto da
Revista Fedora Brasil, participa
ativamente da comunidade como
Embaixador Fedora. Toca guitarra e
gosta de blues. Sim, ele também é escritor.
e veja o shell fazer todo o trabalho chato.
=)

REVISTA FEDORA BRASIL | AGOSTO 2008 | www.projetofedora.org


62
Iniciativas & Eventos
do Projeto Fedora Brasil
COMUNIDADE

O Projeto Fedora Brasil lançou o fórum do Projeto, criado e


mantido por Rodrigo Padula (Embaixador do Projeto Fedora), Ayrton
Araújo (Embaixador do Projeto Fedora) e Alessandro Sena (Membro
do Grupo Regional Fedora Amazonas) com o intuito de movimentar
mais o portal brasileiro, oferecendo suporte e informações aos
participantes, além de brindes aos usuários mais ativos.

Com a Gerência atribuída ao Ayrton Araújo, o fórum vem criando


uma interface entre embaixadores e usuários, possibilitando a
descoberta de novos colaboradores em potencial, como também
melhorando o suporte brasileiro do S.O.

São muitas as novidades.


Desde junho o fórum já está com leiaute novo e o portal conta com
várias novidades acompanhando os novos subprojetos brasileiros.
Fique de olho!

Acesse o link para o fórum em:


http://www.projetofedora.org/portal/forum/, e registre-se.

Abra bem os A comunidade Participe. A


olhos para ver as Fedora brasileira comunidade
novidades! solta o verbo. Fedora é sua!
Participe da Revista
Fedora Brasil
PARTICIPE

Escreva-nos, dê sua opinião sobre a revista,


participe conosco!

Participe:
Nós da Revista Fedora Brasil apreciamos a sua participação. Se tem uma
idéia de como melhorar a revista, uma crítica, uma correção ou um elogio,
mande-nos um e-mail (revista@projetofedora.org). Sua opinião será muito
bem-vinda.

Venha integrar a nossa equipe:

Diagramador: Se você tem experiência com Scribus venha


integrar nossa equipe; ajude-nos a produzir uma revista cada vez
melhor.

Desenhista: Se você conhece bem as ferramentas de desenho,


entre em contato conosco; ajude-nos a fazer uma revista mais
bonita e visualmente agradável.

Revisor: Gosta de português? Sempre tirou notas boas em


gramática e gosta de Linux? Nós precisamos de revisores, se
quiser ajudar, basta entrar em contato.

Redator: Se você gosta de escrever e produz textos de


qualidade, porque não publicá-los na nossa revista? Entre em
contato, mande-nos uma amostra do seu trabalho e quem sabe
ele será publicado na próxima edição.

Revista Fedora Brasil


revista@projetofedora.org

REVISTA FEDORA BRASIL | AGOSTO 2008 | www.projetofedora.org


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Junte-se ao Fedora
Descubra as 6 maneiras de colaborar com o
Aliste-se Já!
projeto Fedora
Por Diego Búrigo Zacarão
Se você quiser colocar a mão na massa participando ativamente
para tornar o Fedora ainda melhor, há muitas maneiras que você
pode ajudar. Isso depende essencialmente das habilidades que
você tem, que podem ser úteis ao projeto como um todo.
Que papel você deseja preencher?

Documentação: Escritor de Conteúdo

Você é bom em português e/ou inglês? Consegue expressar bem suas idéias
e pensamentos num papel? Então este é o projeto certo para você.
Dependendo do seu conhecimento técnico, você poderá até escrever
documentação para o projeto a nível internacional ou simplesmente revisar as
documentações já existentes. Alguns dos documentos mais importantes do
Projeto Fedora estão hospedados em: http://docs.fedoraproject.org.
Visite o seguinte link para mais informações:
http://fedoraproject.org/wiki/pt_BR/Join#ContentWriter

Tradução: Tradutor

Caso você seja fera em inglês, ou talvez nem tão fera assim, considere dar
uma ajuda ao projeto de tradução de documentação e de interfaces de
programas do projeto. O projeto de tradução é uns dos mais importantes sub-
projetos do Fedora e, com ele, você ganha visibilidade internacional, podendo
contribuir com vários projetos open source hospedados na infra-estrutura do Projeto
Fedora. Além disso, traduzindo o Fedora para o português do Brasil, você está ajudando a
facilitar a disseminação do Fedora em território nacional, sobretudo com suporte a nossa
língua nativa.
Saiba quais módulos e idiomas estão disponíveis para tradução no Fedora em:
https://translate.fedoraproject.org. Visite o seguinte link para mais informações:
http://fedoraproject.org/wiki/pt_BR/Join#Translator

Arte: Desenhista

Você manja de design? Tem idéias legais que poderiam tornar o Fedora mais
bonito e elegante? O projeto de arte do Fedora pode ser o lugar certo pra você!
Lá o pessoal é responsável por qualquer tipo de arte que envolva o projeto, que
vai de banners, camisetas, web design ao tema e papel de parede da
distribuição. Já imaginou aquela idéia de papel de parede que você tem, em
milhares de computadores no mundo em uma versão do Fedora? Não perca tempo.
Comece a interagir e aprender como funciona o projeto de arte do Fedora visitando o
seguinte link:
http://fedoraproject.org/wiki/pt_BR/Join#Designer

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Pessoa da comunidade: Embaixador

Relacionar-se com outras pessoas e fazer apresentações em público não é


problema pra você? Você sabe o que é o Fedora e como o Projeto funciona?
Aliste-se Já!
Talvez aqui esteja uma boa oportunidade para você colaborar. Os
embaixadores têm a responsabilidade de fazer o marketing do Fedora, explanar
informações e esclarecer dúvidas de pessoas da comunidade em geral, sobre os
subprojetos e diretrizes do projeto internacional. Um embaixador deve estar sempre bem
informado sobre o mundo Fedora. Geralmente é um entusiasta da distribuição e sempre
tenta abordar as questões mais polêmicas do Fedora em eventos e palestras, a fim que se
possa ter um esclarecimento dos assuntos e/ou fatos abordados. Você se interessou por
esse subprojeto?
Então visite o seguinte link para mais informações:
http://fedoraproject.org/wiki/pt_BR/Join#PeoplePerson

Desenvolvimento: Desenvolvedor do SO

Você é desenvolvedor? Sabe empacotar programas em RPM? Sabe gerar


patches e relatar bugs? Então talvez você possa ser mais um colaborador do
Fedora na parte de desenvolvimento. Neste subprojeto você também poderá
ajudar na triagem de bugs, para que os engenheiros do Fedora não percam
tempo com erros supérfluos e, quem sabe, até empacotar ou fixar erros em alguns dos
pacotes disponíveis nos repositórios do Fedora.

Você usa um programa open source que não está presente nos repositórios do Fedora?
Empacote o programa e submeta-o para avaliação dos engenheiros através do bugzilla.
Seu pacote tem tudo para ser aprovado!
Saiba como ingressar no projeto de desenvolvedores em:
http://fedoraproject.org/wiki/pt_BR/Join#OSDeveloper

Desenvolvimento Web: Desenvolvedor Web ou Administrador

O seu negócio é desenvolvimento sobre a Web? Sabe utilizar Python, PHP,


MySQL e PostgresSQL? Você é um forte candidato a integrar o grupo de
websites do Fedora. As pessoas que contribuem com esse projeto são
responsáveis pelo desenvolvimento e administração de todos os websites
oficiais do projeto internacional, que incluem a página principal do projeto, a
wiki, a página de estatísticas de traduções, o sistema de contas do Fedora, entre outros.
Ficou interessado?
Acesse o seguinte link para mais informações:
http://fedoraproject.org/wiki/pt_BR/Join#WebDeveloperAdministrator

Resumindo...
Existem várias possibilidades de se unir a comunidade Fedora. Junte-se a nós e
venha conhecer e ajudar no
desenvolvimento do que há de mais atual Sobre o autor
referente ao Software Livre.
Graduado em Ciência da
Referência: Computação pela Universidade do
Extremo Sul Catarinense (UNESC),
http://fedoraproject.org/pt_BR/join-fedora Diego B. Zacarão é analista de suporte e
Embaixador Fedora.

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