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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS NUN’ALVARES Exm® Senhora Presidente do Consetho Pedagégico do Agrupamento de Escola Nun'Alvares Com Conhecimento a: Sr.4 Ministra da Educag3o Presidéncia da Republica Governo da Republica Procuradoria-geral da Republica Plataforma Sindical Grupos Parlamentares DRELVT Orgaos de Comunicagao Social Os Professores do Agrupamento de Escolas Nun’Alvares, reunidos em Reuniao Geral de Professores, realizada a 20 de Novembro de 2008, na BE- CRE da Escola sede, mostraram 0 seu veemente desagrado face ao actual Modelo de Avaliagdo do Desempenho, introduzido pelo Decreto Regulamentar n° 2/2008, de 10 de Janeiro, pelos motivos a seguir enunciados: 1..A aplicagao do modelo previsto no Decreto Regulamentar n° 2/2008 tem-se revelado inexequivel, por ser invidvel praticd-lo segundo critérios de rigor, imparcialidade e justica, exigidos pelos Professores desta Escola. 2. O modelo de Avaliagéo do Pessoal Docente ora em vigor pauta-se pela subjectividade dos seus parametros e, portanto, sera passivel, a todo o tempo, de ser questionado, inclusive através do recurso aos tribunais. 3. O Decreto Regulamentar n° 2/2008 nao tem em conta a complexidade da profissdo docente que nao é redutivel a um modelo burocrético, cabendo em grelhas_e fichas pré-formatadas numa perspectiva desmesuradamente, quantitativa e redutora da verdadeira avaliagao de desempenho dos docentes 4. O desenvolvimento do processo com vista a avaliagdo de desempenho nao respeita 0 que determinam os artigos 8° e 14° do proprio Decreto Regulamentar 2/ 2008, uma vez que o Regulamento interno, Projecto Educativo e Plano Anual de Actividades se encontram em elaboracdo, adaptando-se a actual realidade de agrupamento, nao podendo ser enquadrados de forma inequivoca os seus principios, abjectivos e metodologias. 5. O Decreto Regulamentar n° 2/2008 afirma ter por objectivo melhorar a qualidade da escola publica. Este pressuposto nao pode ser alcangado devido ao clima de insustentavel instabilidade e mal-estar resultante também da implementag4o do concurso para Professor titular, concurso baseado em parametros arbitrérios e por isso injusto, que criou uma divisdo artificial entre professores. 6. O Decreto Regulamentar n° 2/2008 impde quotas para as mengdes de “Excelente” e “Muito Bom’, e, com isso, desvirtua, logo a partida, qualquer perspectiva dos docentes de ver reconhecidos os seus efectivos méritos, conhecimentos, capacidades, competéncias e investimento na carreira 7. A avaliagao de desempenho dos professores e a sua progressdo na carreira, subordina-se a parametros como o abandono escolar ¢'0 sucesso dos alunos, desprezando-se varidveis inerentes a realidade social, econémica, cultural familiar dos alunos, que escapam ao controlo e responsabilidade do professor € que sao fortemente condicionadoras do sucesso educativo. 8. A imputagao de responsabilidade individual ao docente pela avaliagao dos seus alunos, configura uma violagao grosseira do previsto na legislagao em vigor, quanto a decisdo da avaliagdo final do aluno, a qual, como é sabido, 6 da competéncia do Conselho de Turma sob proposta do(s) professor(es) de cada rea curricular disciplinar e nao disciplinar. 9. Nao 6 aceitavel que se estabeleca qualquer paralelo entre a avaliagdo interna e a avaliagéo externa, quando sabemos que este critério apenas & aplicavel as disciplinas que tém exame a nivel nacional, havendo, por isso, uma violagéo evidente do principio da igualdade consagrado no Artiga 13° da Constituigado da Republica Portuguesa, 10. O Decreto Regulamentar n° 2/2008, pela sua absurda complexidade, implica um enorme acréscimo de trabalho burocratico para os docentes, sem beneficio correspondente para ninguém, correndo-se o risco de ficar relegado para um plano secundario 0 processo de ensino aprendizagem, prevendo-se graves consequéncias nas novas geracées e, naturalmente, no futuro do pais 11. O Decreto Regulamentar n° 2/2008 condiciona a avaliagao do professor ao progresso dos resultados escolares dos seus alunos. Os professores desta Escola consideram que mecanismos como a consideragao directa do sucesso educativo dos alunos na avaliagdo dos docentes sao incorrectos e injustos, de acordo alias, com as recomendagées do Conselho Cientifico para avaliagaio de Professores 12, Este modelo de avaliagao é também condenavel porque possibilita a avaliagao de professores por outros professores, cujas qualificagées cientifico- pedagogicas podem ser de nivel inferior, tal com possibilita a ocorréncia de avaliagdes empreendidas por avaliadores oriundos de grupos disciplinares muito dispares. 13. A possibilidade efectiva deste modelo de avaliagdo do desempenho colidir com normativos legais, nomeadamente, o Artigo 44.° da Seccdo VI (Das garantias de imparcialidade) do Cédigo do Procedimento Administrativo, 0 qual estabelece, no ponto 1., alineas a) e c), a existéncia de casos de impedimento sempre que 0 6rgao ou agente da Administracao Publica intervenha em actos ou quest6es em que tenha interesses semelhantes aos implicados na decisdo. Ora, os professores avaliadores, por delegagéio de competéncias, nao titulares, concorrem com os professores por si avaliados no mesmo processo de progressao na carreira, disputando lugares nas quotas a serem definidas. 14. O proprio Conselho Cientifico para a Avaliagéo de Professores (CCAP), nomeado pelo Ministério da Educacao através do Decreto Regulamentar n° 4/2008, de 5 de Fevereiro, alerta, num relatorio datado de Julho de 2008, para 0 risco de a avaliagao se constituir num acto irrelevante para o desenvolvimento profissional dos docentes, sem impacto na melhoria das aprendizagens dos alunos, que conviria evitar desde 0 inicio...". Refere ainda que: "Esse risco podera advir da burocratizacdo excessiva, da emergéncia ou reforgo de conflitualidades desnecessarias e do desvio das finalidades formativas e reguladoras que um processo de avaliagao do desempenho profissional deve conter. Podera, ainda, resultar da adop¢ao ou imposicao de instrumentos de registo ou de procedimentos pré-concebidos, sem que os interessados tenham recebido a informacao necessaria ou sido devidamente envolvidos num processo de participacao...”. Nas suas recomendagées, critica aspectos centrais do modelo de avaliago do desempenho como a utilizagdo feita pelas escolas dos instrumentos de registo, a utilizagao dos resultados dos alunos, 0 abandono escolar ou a observagao de aulas, como itens de avaliagao. . 15. Suspender 0 processo de avaliagdo permitira: * centrar de novo a ateneao dos professores naquela que é a sua primeira e fundamental misao - ensinar, © que os professores se preocupem prioritariamente com quem devem - os seus alunos; © antecipar em alguns meses a negociacao de um outro modelo de avaliagao do desempenho docente. Pelo exposto, os professores abaixo-assinados deste Agrupamento de Escolas decidiram suspender a participagao neste processo de Avaliagdo de Desempenho, até que se proceda a substituic&o do modelo, por um outro, que seja exequivel, justo, transparente, ou seja, capaz de contribuir realmente para © fim que supostamente persegue, uma Escola pliblica de qualidade Os Professores Rac Macaid Sack Fig : | e2A2 A FSP 1 “AL 2 VAG s ee. heal 6 326 — Sere an ae _|s6s0sgq | [Masta ny 2 Pas che 4 alapar de feat Vache [232543 Dusle bdees Conrsls clo Si lve $OS3F243 lee Masia 22 arn oche yay | 60005 ah | cha 3. = peal ie es | Lae ees —

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