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MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
GOVERNADOR DO ESTADO
Wellington Dias
DIRETOR DO CENTRO
Helder Nunes da Cunha
CHEFE DO DEPARTAMENTO
Jurandir de Oliveira Lopes
EQUIPE DE APOIO
Copyright © 2008. Todos os direitos desta edição estão reservados à Universidade Federal do
Piauí (UFPI). Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer
meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, do autor.
Incluir bibliografia
1 – xx
Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
GOVERNADOR DO ESTADO
Wellington Dias
DIAGRAMAÇÃO
João Paulo Barros Bem
Joaquim Carvalho de Aguiar Neto
C.D.D.- 510
2
APRESENTAÇÃO
Apêndice I
Apêndice II
Apêndice III
Apêndice IV
4
5
SUMÁRIO
1.1 Introdução
1. 4 Relação de ordem
Exercícios
6
1 CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS
1.1 Introdução
Mais informações sobre
Os números naturais foram os primeiros a serem o conjunto dos números
naturais pode ser
criados, com intuito de contar. Mas, afinal, o que é o conjunto encontrado em:
1) www.educ.fc.u
N dos números naturais? l.pt/docentes/o
pombo/semin
Bem, podemos intuitivamente escrevê-lo dizendo quais ario/fregeruss
el/peano.htm
são seus elementos: eles são os números da forma. 2) www.obm.org.
1,2 = 1 + 1,3 = 2 + 1,4 + 3 = 1,...n = (n − 1) + 1 , ou seja, br/eureka/artig
os/inducao.d
N = {1,2,3,4,⋅ ⋅ ⋅, n,⋅ ⋅ ⋅} oc
8
Agora provaremos validez de P(n + 1) : De fato, dados
n + 1, m ∈ N temos que m. + n + 1 ∈ N , pois m. + n + 1 = (m + n) + 1 ,
e por hipótese m. + n ∈ N e daí (m + n) + 1 ∈ N .
b) Multiplicação: Exercício a cargo do leitor.
b) P(n) : n = n 2
9
6(12 + 2 2 + 3 2 + L + n 2 ) = n(n + 1)(2n + 1) Hipótese de Indução
(H.I)
Provaremos validez P(n + 1) , isto é.
= (n + 1)(n + 2)(2n + 3)
Portanto a sentença P(n) é valida para todo n ∈ N .
10
b) Dados n, m ∈ N têm que m = n , do contrário, existe
r ∈ N tal que n = m + r ou não existe, assim m < n ou
n < m.
c) Exercício a cargo do leitor.
Dizemos que m menor ou igual do que n (e escreve-se m ≤ n )
se m = n ou m < n .
Algumas sentenças abertas estão associadas para n ∈ N tal
que n ≥ a para algum a ∈ N . Assim para esse tipo de sentenças
temos o seguinte resultado
11
2(n + 1) + 1 ≤ (n + 1) 2 , para todo n ≥ 3 . (Tese)
Com efeito: Temos que
2(n + 1) + 1 = 2n + 1 + 2 ≤ n 2 + 2 . Aceitando o fato de que
2 ≤ 2n + 1 , logo
2(n + 1) + 1 ≤ n 2 + 2 ≤ n 2 + 2n + 1 = (n = 1) 2 .
2n 2 > (n + 1) 2 , assim
12
EXERCÍCIOS
5. 2n > n 2, ∀ n > 4;
6. 2n > n 3, ∀ n ≥ 10;
7. n! > 3n, ∀ n ≥ 7.
13
14
SUMÁRIO
2.1 Introdução
2.2 Operações: Adição, Subtração e Multiplicação
2.3 Relação de Ordem
15
2 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS
2.1 Introdução
Saiba mais em:
1) www.brasi
Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião do
lescola.co
m/matema conjunto dos números naturais, o conjunto dos opostos dos
tica/nume números naturais e o “zero”, cujo símbolo é 0 . Este conjunto é
ros- denotado pela letra Z (Zahlen=número em alemão). Este
inteiros.ht conjunto é definido por:
m
2) www.testo
nline.com. Z = {0,±1,±2,±3,±4,⋅ ⋅ ⋅,± n,⋅ ⋅ ⋅} = {⋅ ⋅ ⋅,−4,−3,−2,−1,0,+1,+2., +3,+4,⋅ ⋅ ⋅}
br/curprim
os.htm Inteiros podem ser adicionados ou subtraídos, multiplicados e
comparados. A principal razão para a existência dos números
negativos é que tornou possível resolver todas as equações da
forma:a + x = b para a incógnita x; nos números naturais
apenas algumas destas equações eram solúveis.
16
d) ab = 0 ⇒ a = 0 ou b = 0 (lei do anulamento do produto)
e) ab = 1 ⇒ a = ±1 e b = ±1
f) a(b + c) = ab + ac (a multiplicação é distributiva em
relação à adição)
O conjunto que satisfaz as propriedades acima citada é
chamado de anel de integridade. Portanto o conjunto dos
números inteiros munidos da operação soma e
multiplicação é um anel de integridade.
Exemplo: Mostre que não existe a ∈ Z tal que a 2 − a = 1 . De
fato, de a 2 − a = 1 ⇒ a (a − 1) = 1 , por e) temos que a = ±1 e
a − 1 = ±1 , das duas equações conclui-se não pode existir
a∈Z .
17
Se m < n , existe r ∈ N tal que n = m + r , assim para todo
p ∈ N , tem-se n + p = m + p + r e np = mp + rp o que implica em
m + p < n + p e mp < np . C.Q.D.
Podemos também trabalhar com seguinte relação de ordem:
Dados n, m ∈ Z dizemos que m é menor ou igual do que n (e
escreve-se: m ≤ n ) se existe r ∈ N ∪ {0} tal que n = m + r .
Com essa relação de ordem é fácil verificar as seguintes
propriedades
a) Reflexiva: a ≤ a ∀a ∈ Z .
b) Anti-simétrica: Se m ≤ n e n ≤ m então m = n .
c) Transitividade: Se m ≤ n e n ≤ p então m ≤ p .
Com relação < valem as seguintes regras de sinais:
i) Se 0 < n e 0 < m então 0 < mn .
ii) Se 0 < n e m < 0 então mn < 0 .
iii) Se n < 0 e m < 0 então 0 < mn .
Isto é verdade devido o fato de que o produto de dois naturais
ainda ser um número natural .
a = a se a ≥ 0 e a = − a se a < 0 .
b) ab = a b ;
c) a + b ≤ a + b .
18
Demonstração: a) Se a ≥ 0 ⇒ a = a ⇒ − a ≤ − a ≤ a ≤ a , e
− a ≤a≤ a .
b) Se a, b ≥ 0 ⇒ ab ≥ 0 ⇒ ab = ab = a b ; se a ≥ 0 e b < 0 , temos
ab = a b ;
a + b ≤ a + b e − (a + b) ≤ a + b .
Se a + b ≥ 0 ⇒ a + b = a + b ≤ a + b . Agora Se
3) Resolva a desigualdade − a + 3 ≥ 5 .
19
4) Prove que a − b ≤ a + b .
Solução: a − b = a + ( −b) ≤ a + − b = a + − 1 b = a + b .
m 0 ≤ x , ∀x ∈ A .
20
i) P(a) é verdadeira, e
ii) Dado r > a , se P(n) é verdadeira para todo k tal
que a ≤ k < r , então P(r ) é verdadeira.
Exemplo:
P(n) : n + 1 ≤ 2 n , para todo n ≥ 0 .
P(0) : 0 + 1 ≤ 2 0 ⇔ 1 ≤ 1 , é verdade.
Suponhamos válida P(n) , ou seja
(n + 1) + 1 ≤ 2 n + 1 + n ≤ 2 n + 2 n = 2 n +1.
Portanto a sentença P(n) é valida para todo n ≥ 0 .
21
modo dizemos que m é múltiplo de a se existe k ∈ Z tal que
m = ka .
Exemplo: M (2) = {0,±2,±4,±6,K} e M (5) = {0,±5,±10,±15,K} .
Podemos verificar que M (2) ∩ M (5) = {0,±10,±20,K} .
Proposição 2.2 Dado a ∈ Z , então o conjunto M (a) é fechado
para as operações soma e produto, isto é, dados m1 , m 2 ∈ M ( a )
então m1 + m 2 ∈ M ( a ) e m1 m 2 ∈ M ( a ) .
22
Demonstração: i) a | a pois a = 1.a .
ii) Se a | b e b | a tal que a, b ∈ N existem k1 , k 2 ∈ N tais que
b = k1 a e a = k 2 b , daí b = ( k1 k 2 )b donde 1 = k1 k 2 ⇒ k1 = k 2 = 1 .
Portanto
a =b.
iii) Se a | b e b | c então a | c existem k1 , k 2 ∈ Z tais que
b = k1 a e c = k 2 b , daí c = ( k1 k 2 ) a . Portanto a | c .
v) Se a | b e a | c então existem k1 , k 2 ∈ Z tais que
b = k1 a e c = k 2 a , daí ∀x, y ∈ Z temos que bx = k1 xa e
cy = k 2 ya donde bx + cy = ( k1 x + k 2 y ) a Portanto a | bx + cy .
C.Q.D.
23
minimal de A . Agora pela relação de ordem em Z existe r tal
que a = qb + r com 0 ≤ r < b .
(Unicidade:) Suponha que existam q1 , q 2 , r1 , r2 ∈ Z com q1 ≠ q 2
e r1 ≠ r2 tais que
a = q1b + r1 com 0 ≤ r 1 < b.
a = q 2 b + r2 com 0 ≤ r2 < b.
Subtraindo as duas equações acima temos que
0 = ( q1 − q 2 )b + r1 − r2 .
Podemos supor sem perda de generalidade que r2 > r1 , assim
temos que
r2 − r1 = ( q1 − q 2 )b ⇒ q1 > q 2 , assim r2 = ( q1 − q 2 )b + r1 .
Sendo r1 ≥ 0 e q1 − q 2 ≥ 1 , daí r2 ≥ b que um absurdo. Então
r1 = r2 e, consequentemente q1 = q 2 . C.Q.D.
Os números r e q são chamados de “resto” e “quociente”,
respectivamente. Quando r = 0 , temos que b divide a .
Exemplos
a) a = 35 e b = 6 . Neste caso 35 = 5.6 + 5 , onde q = 5 e
r = 5.
b) a = −7 e b = 2 . Neste caso − 7 = (−4).2 + 1 , onde
q = −4 e r = 1 .
c) a = 27 e b = 9 . Neste caso 27 = 3.9 + 0 , onde q = 3 e
r = 0.
Neste último exemplo, temos b divide a .
Observação: Para caso em que b = 2 o algoritmo de Euclides
nos garante que podemos decompor o conjunto Z na união de
24
dois conjuntos conforme a figura abaixo
Z
2k
2k + 1
a + b = 2 k1 + 2 k 2 = 2( k1 + k 2 ) e ab = 2 k1 2 k 2 = 2( k1 2 k 2 ) .
Portanto, conclui-se que soma e produto de pares ainda são
pares
2) Mostre que a 2 + a é numero par para todo a ∈ Z .
Solução: Se a = 2k , então
a 2 + a = a(a + 1) = 2k (2k + 1) = 2[k (2k + 1)] é um número par.
Agora se a = 2k +1, então
a 2 + a = a(a + 1) = (2k + 1)(2k + 1 + 1) = (2k + 1)(2k + 2) = 2(2k + 1)(k + 1)
é um número par. Portanto em ambos os casos temos um
número par.
3) Mostre que a é numero par se, somente se a 2 é par.
25
Solução: (⇒ ) Se a = 2k , então a 2 = 2k 2k = 2(k 2k ) é um
número par.
(⇐ ) Suponha que a não seja par, isto é,
divisor comum de a e b.
26
Demonstração: Por b) podemos supor sem perda de
de a e b.
i) É óbvio que d > 0.
ii) Como d ∈ A , existem x 0 , y 0 ∈ Z tal que d = ax 0 + by 0 .
c | d . C.Q.D.
Exemplos: 1) Mostre que mdc(a, a + 1) = 1 para todo a ≠ 0 e
a ≠ −1 .
Solução: Seja d = mdc(a, a + 1) , então d | a e
d | a + 1 ⇒ d | (a + 1) − a = 1 ⇒ d | 1 .
Logo d = 1 .
1) Mostre que mdc(a, b) ≤ a para todo a ≥ 1 .
Solução: Seja d = mdc(a, b) , então d | a , como a ≥ 1 , existe
k ≥ 1 tal que a = kd . Como k ≥ 1 e d > 0 , temos que
d ≤ kd = a . Logo mdc(a, b) ≤ a .
27
Definição: Um número p ∈ Z não nulo, é chamado de “primo”
se:
i) p ≠ ±1 .
ii) Os únicos divisores de p são ± 1 e ± p .
Exemplo: 2 é primo, pois seus únicos divisores ± 1 e ± 2 . Os
divisores ± 1 e ± a são chamados divisores triviais. Outros
primos 3,5,7,11,13 e 17 .
Se um número a não número primo, ele dito composto, ou seja,
existem pelos menos dois divisores não triviais, e neste caso,
podemos escrever a = bc .
Observação: Quando mdc(a, b) = 1, dizemos que a e b são
“primos entre si”. Exemplo: 4 e 15 são primos entre si, pois
mdc(4,15) = 1.
1 = ax 0 + by 0 .
(⇐ ) Suponha que 1 = ax0 + by 0 . É claro que 1 > 0 , 1| a e 1| b .
seja, mdc(a, b) = 1.
a b
d = ax0 + by0 ⇒ 1 = x0 + y 0 . Segue do corolário 1 que
d d
a b
mdc( , ) = 1 . C.Q.D.
d d
28
Proposição 2.5 Seja p primo. Prove as seguintes afirmações:
a) Se p | ab então p | a , ou p | b ;
b) Se p | a1 a 2 La n então p divide algum dos ai .
p | ab e p | p , então p | b .
b) Exercício a cargo do leitor ( Faça por indução sobre n ).
C.Q.D.
Exemplo: 1) Mostre que todo número primo é da forma 4 k + 1
ou 4 k + 3 .
Solução: Pelo algoritmo de Euclides, aplicado ao número
a ∈ Z e b = 4 , temos que a = 4k , a = 4k + 1, a = 4k + 2, ou
29
a) Se m e m1 mínimos múltiplos comuns de a e b então
m = m1 . De fato, como m | m1 e m1 | m , e ambos são positivos
então m = m1 .
b) mmc(a, b) = mmc(−a, b) = mmc(a,−b) = mmc(−a,−b) . Com efeito,
seja m = mmc(a, b) e m1 = mmc ( − a, b) , e daí conclui-se que
m | m1 e m1 | m , e ambos são positivos então m = m1 . Os outros
casos as demonstrações são similares.
De a) mostrou-se a unicidade do mínimo múltiplo comum. O
resultado abaixo garante a existência.
ab
m= é mínimo múltiplo comum de a e b.
d
a b a b a b a a
r = s ⇒ | s . Como mdc( , ) = 1 ⇒ | s . Assim s = t
d d d d d d d d
ab
para algum t ∈ N . Como m1 = bs = t = mt ⇒ m1 | m . Portanto
d
30
Solução: Temos ab = mdc(a, b) × mmc(a, b) = 5 × 30 = 150 . Como
ab = 150 = 2 × 3 × 5 × 5 e mdc(a, b) = 5 , temos que cada número
deve ter potência de 5 , daí as possibilidades são
a = 2 × 3 × 5 = 30 e b = 5 , ou a = 2 × 5 = 10 e b = 3 × 5 = 15 .
2) Se a = −2 × 5 2 × 33 e b = 3× 53 . Calcule mdc(a, b) e
mmc(a, b).
Solução: Pela definição de mdc(a, b) ele deve ser o maior
31
primo p1 > 0 tal que p1 | a ⇒ a = a1 p1 . Então se a1 = 1 ou a1 é
primo a conclusão é imediata, do contrario 2 ≤ a1 < a , assim
por hipótese de indução temos que a1 = p 2 L p r ( r ≥ 2) onde
p i > 0 e primos. Logo a = p1 p 2 L p r .
a = ± p1 p 2 L p r .
Assim , se
β β β
b | a ⇒ b | p1 1 p 2 2 L p s s (0 ≤ β i ≤ α i ; i = 1,2, K , s ).
32
Exemplo: 1) Quantos divisores positivo tem o número a = 60 .
Solução: Do Teorema Fundamental da Aritmética
a = 60 = 2 2 × 3 × 5 . Logo d (60) = (2 + 1)(1 + 1)(1 + 1) = 3 × 2 × 2 = 12 ,
ou seja, 12 divisores.
EXERCÍCIOS
4. Resolva as equações:
a) a + 5 = 2a b) a + 5 + a − 3 = 10 .
5. Resolva as desigualdades:
a) 2a − 6 < a + 3 b) a − 2 + a + 3 > 1
33
14. Mostre que a 3 − b 3 é múltiplo de 3 se, somente se,
a − b é múltiplo de 3.
26. Mostre que para todo natural n>2 pode ser escrito
n = 2 m onde k ≥ 0 e m é ímpar.
k
34
35
SUMÁRIO
3.1 Introdução
3.2. Operações: Adição e Multiplicação
3.3 Relação de Ordem
36
3 CO
ONJUNTO
O DOS NÚM
MEROS RA
ACIONAIS
S
Saiba maais em:
1) www.ipb.p
3.1 Introdução
I o t/~cmca/hi
storia.pdf
O co
onjunto doss númeross racionais,, simboliza
ado pela lettra Q, é 2) www.ciul.u
o conjunto doss números que podem m ser escrritos na form
ma de l.pt/~ferfer
r/CF_novo
a _5.pdf
a fração
uma , com a e b inteiro
os quaisque
er e b dife
erente de
b
zero
o:
*
e Z é con
onde njunto dos números inteiros não
o nulos. Os
meros a e b são cham
núm mados de numerador e denominador,
resp
pectivamen
nte.
A co
onstrução lógico-formmal do conjunto dos números
n ra
acionais
está feita no apêndice II.
a
O essencial numa fração
o é o par
p ordenad
do ( a, b) e a
b
relaçção de igua
aldade
a m
= ⇔ ann = bm.
b n
Dessse modo, temos uma
u infinid
dade de frações (cchamada
classses de eq
quivalência
a), que rep
presentam o mesmo
o número
racio
onal. Pode
emos, entã
ão, escolh
her um re
epresentante dessa
a, b) = 1 .
plo aquela que mdc(a
infinidade de frrações, como exemp
2 1 4 n
Exem
mplo: 1) = = = K = , n ∈ Z * , onde o
4 2 8 2nn
1
repre
esentante dessa infin
nidade de frações é .
2
12
2) Ache uma frração equiivalente à cuja soma
s do nu
umerador
20
com o denominador seja
a igual a 16
60.
122 3 3n
Solu
ução: Temo
os que = = , assim
200 5 5n
3n 3 × 20 60
5n + 3n = 160 ⇒ 8n = 160 ⇒ n = 20 . Donde
D = = .
5n 5 × 20 100
37
51
3) Ache uma fração equivalente à cuja diferença do
15
numerador com o denominador seja igual a 120.
51 17 17n
Solução: Temos que = = , assim
15 5 5n
17 n − 5n = 120 ⇒ 12 n = 120 ⇒ n = 10 . Donde
17n 17 ×10 170
= = .
5n 5 ×10 50
n −1
4) Mostre que a fração (n ≠ 2) ∈ Z é irredutível é
n−2
irredutível.
Solução: Devemos mostrar mdc(n − 1, n − 2) = 1 . Seja
d = mdc(n − 1, n − 2) , assim temos que d > 0 , d | n − 1 e d | n − 2 .
Logo d | (n − 1) − (n − 2) = 1 ⇒ d = 1.
m r
Definição: Sejam a= e b= elementos de Q. Chama-se
n s
soma e multiplicação de a e b e indica-se por a + b e ab
elementos de Q definidos da seguinte forma:
ms + nr mr
a+b = e ab =
ns ns
As operações adição e multiplicação acima definidas, são
justificadas no Apêndice II. Deste modo, nos limitaremos
apenas em citar suas propriedades fundamentais a fim de que
possamos ter uma estruturação inicial do conjunto dos
números racionais.
Dados quaisquer a, b, c ∈ Z , temos:
2. Adição
a) a + (b + c) = (a + b) + c (associativa)
b) a + b = b + a (comutativa)
38
c) Existe 0 tal que a + 0 = a ( 0 é elemento neutro da
adição)
d) Existe − a tal que a + (−a) = 0 ( − a é elemento simétrico
da adição)
2. Multlipicação
e) a(bc) = (ab)c (associativa)
f) ab = ba (comutativa)
g) Existe 1 tal que a1 = a ( 1 é elemento neutro do produto)
h) ab = 0 ⇒ a = 0 ou b = 0 (lei do anulamento do produto)
i) Para todo a ≠ 0 existe b tal que ab = 1 e denota-se por
1
b= = a −1
a
j) a(b + c) = ab + ac (a multiplicação é distributiva em
relação à adição)
O conjunto que satisfaz as propriedades acima citada é
chamado de corpo. Portanto o conjunto dos números
racionais munidos da operação soma e multiplicação é um
corpo.
1) Mostre que elemento neutro do produto é único.
Solução: Suponha que exista outro elemento neutro do
produto , isto é, α ∈ Q tal que a α = a . Assim temos que
39
m
Definição: Dados a, b ∈ Q dizemos que a = é menor do que
n
r
b= (e escreve-se a < b ) se ms < nr .
s
1 3 −2
Exemplo: < , pois 1 × 4 < 2 × 3 ⇔ 4 < 6 e < 2 , pois
2 4 3
− 2 × 1 < 3 × 2 ⇔ −2 < 6 .
A relação de ordem a < b goza das seguintes propriedades:
a) Transitividade: Se a < b e b < c então a < c .
b) Tricotomia: Dados a, b ∈ Q só pode ocorrer uma, e somente
uma, das alternativas: a = b , a < b ou b < a .
c) Monotonicidade: Se a < b então, para todo c ∈ Q com c > 0 ,
tem-se a + c < b + c e a.c < bc .
m r t
Demonstração: Sejam a = ,b = e c = .
n s u
a) De a < b e b < c , temos que ms < nr e ru < ts (*), sendo
n, s, u > 0 , podemos multiplicar a primeira desigualdade por u
e a segunda desigualdade por n em (*), daí ums < unr e
nru < nts (**). Assim, pela propriedade transitiva dos números
inteiros ums < nts ⇒ um < nt ⇒ a < c. C.Q.D.
b) Exercício a cargo do leitor.
t
c) De a < b ⇒ ms < nr , como c = > 0 ⇒ t > 0 ,daí tu > 0 .
u
mt rt
Assim ms(tu ) < nr (tu ) ⇔ (mt )us < (rt )nu ⇔ < ⇔ ac < bc.
nu us
40
c) Transitividade: Se a ≤ b e b ≤ c então a ≤ c .
Na relação < valem as seguintes regras de sinais:
i) Se 0 < a e 0 < b então 0 < ab .
ii) Se 0 < a e b < 0 então ab < 0 .
iii) Se a < 0 e b < 0 então 0 < ab .
m r
Demonstração: i) Seja a = e b = . Como 0 < a e 0 < b ,
n s
m r mr
temos que 0 < m e 0 < r , como ab = ⋅ = , segue-se que
n s ns
0 < ab .
ii) e iii) Exercício a cargo do leitor.
a+b
Demonstração: Considere c = , é óbvio que c ∈ Q . Resta
2
provar que a < c < b . De fato, como
a+b
a < b ⇔ a + a < a + b ⇔ 2a < a + b ⇔ a < = c e de modo
2
análogo, como
a+b
a < b ⇔ a + b < b + b ⇔ a + b < b + b ⇔ a + b < 2b ⇔ = c < b.
2
C. Q. D.
41
1.4. Valor absoluto ou módulo
a = a se a ≥ 0 e a = − a se a < 0 .
b) ab = a b ;
c) a + b ≤ a + b .
−1
d) Se a ≠ 0 , então a −1 = a .
Demonstração: a) Se a ≥ 0 ⇒ a = a ⇒ − a ≤ − a ≤ a ≤ a , e
− a ≤a≤ a .
b) Se a, b ≥ 0 ⇒ ab ≥ 0 ⇒ ab = ab = a b ; se a ≥ 0 e b < 0 , temos
ab = a b ;
a + b ≤ a + b e − ( a + b) ≤ a + b
42
e a + b ≥ 0 ⇒ a + b = a + b ≤ a + b . Agora se
d) Se a ≠ 0 , temos que
−1
aa. −1 = 1 ⇒ aa. −1 = 1 = a a −1 = 1 ⇒ a −1 = a . C.Q.D
Solução: a − b = a − c + c − b ≤ a − c + c − b . A última
43
EXERCÍCIOS
1. Se a ∈ Q mostre que na ∈ Q e a n ∈ Q ∀n ∈ N .
a m
5. Se = ∈ Z × Z * . Prove que:
b n
a±b m±n
=
b n
a m a+m m
6. Se = ∈ Z * × Z * . Prove que = .
b n b+n n
a m r a+m+r r
7. Se = = ∈ Z * × Z * × Z * . Prove que = .
b n s b+n+s s
1 + 2 + 3 + L + 1000
8. Qual o valor da fração ? e de
5 + 10 + 15 + L + 5000
2 + 4 + 6 + L + 34
?
3 + 6 + 9 + L + 51
b a a+b
9. Se a, b, c ∈ N tais que = = , qual o valor da
a−c b c
a
fração ?
b
44
10. Sejam a, b, c ∈ Q tais que ac ≤ bc e c > 0 . Prove que
a≤b
1
15. Resolva as equações: a − 5 = a + e a + 5 + 2a − 3 = 1
2
.
5
a) 2a − 6 ≤ a + b) a − 2 − 2a + 3 > 8
4
n −1
20. Mostre que a fração ∀n ∈ Z é irredutível.
2n − 1
m
21. Seja uma fração é irredutível. Se r ∈ Z , prove que
n
m m + rn
+r = ,
n n
é também irredutível.
45
46
SUMÁRIO
4.1 Introdução
4.2 Operações: Adição e Multiplicação
4.3 Relação de Ordem
47
4 Conjunto dos números reais
4.1 Introdução
3. Adição
k) a + (b + c) = (a + b) + c (associativa)
l) a + b = b + a (comutativa)
m) Existe 0 tal que a + 0 = a ( 0 é elemento neutro da
adição)
n) Existe − a tal que a + (−a) = 0 ( − a é elemento simétrico
da adição)
48
2. Multlipicação
a) a(bc) = (ab)c (associativa)
b) ab = ba (comutativa)
c) Existe 1 tal que a1 = a ( 1 é elemento neutro do produto)
d) ab = 0 ⇒ a = 0 ou b = 0 (lei do anulamento do produto)
e) Para todo a ≠ 0 existe b tal que ab = 1 e denota-se por
1
b= = a −1
a
f) a(b + c) = ab + ac (a multiplicação é distributiva em
relação à adição)
49
reais que não são racionais. O conjunto desses números é
chamado de conjunto dos números irracionais e denotado por
I = R. − Q. Por exemplo, o número 2 é irracional. De fato, se
a
2 fosse racional, existiriam a, b ∈ Q tal que = 2 , o qual
b
a
podemos supor mdc(a, b) = 1 . Assim ( ) 2 = ( 2 ) 2 ⇒ a 2 = 2b 2 ,
b
daí temos que a 2 é par, e pelo exercício do capítulo II, conclui-
se que a é par, ou seja, a = 2k . Desde modo, temos que
(2k ) 2 = a 2 = 2b 2 ⇒ 4k 2 = 2b 2 ⇒ b 2 = 2k 2 , de modo análogo
conclui-se que b é par, que é um absurdo, pois mdc(a, b) = 1 .
50
Se indicarmos como R−* = {a ∈ R | a < 0} como o conjunto
1
3) Prove que para todo a ∈ R+* implica que a + ≥ 2 . Além
a
disso, a igualdade ocorre se, e somente se, a = 1.
1 1
a+ a+
Solução: Por 2), a ≥ a1 ⇒ a ≥ 1 ⇒ a + 1 ≥ 2 . Além
2 a 2 a
1
disso, por 2), a = ⇒ a 2 = 1 ⇒ a = ±1, sendo que
a
a ∈ R+* ⇒ a = 1.
51
c) Monotonicidade: Se a < b então, para todo c ∈ R , tem-se
c.1) a + c < b + c ;
c.2) a.c < bc se c > 0 .
c.3) a.c > bc se c < 0 .
Demonstração: a) De a < b e b < c , temos que b − a > 0 e
c − b > 0 , daí (c − b) + (b − a) > 0 ⇒ c − a > 0 ⇒ a < c.
52
(1 + a) n +1 ≥ 1 + (n + 1)a. Com efeito, como − 1 ≤ a ⇒ 1 + a ≥ 0,
assim multiplicando a hipótese de indução por 1 + a temos que
(1 + a)(1 + a) n ≥ (1 + a )(1 + na ) ⇒ (1 + a ) n +1 ≥ 1 + (n + 1)a + na 2 ,
a = a se a ≥ 0 e a = − a se a < 0 .
−π < 0.
b) ab = a b ;
c) a + b ≤ a + b .
−1
d) Se a ≠ 0 , então a −1 = a .
e) a − b ≤ a − b .
Demonstração: a) Se a ≥ 0 ⇒ a = a ⇒ − a ≤ − a ≤ a ≤ a , e
− a ≤a≤ a .
b) Se a, b ≥ 0 ⇒ ab ≥ 0 ⇒ ab = ab = a b ; se a ≥ 0 e b < 0 , temos
53
ab > 0 ⇒ ab = ab = ( − a )( −b ) = a b . Portanto vale sempre que
ab = a b ;
a + b ≤ a + b e − ( a + b) ≤ a + b ;
e a + b ≥ 0 ⇒ a + b = a + b ≤ a + b . Agora se
d) Se a ≠ 0 , temos que
−1
aa. −1 = 1 ⇒ aa. −1 = 1 = a a −1 = 1 ⇒ a −1 = a .
e) Como
a = b + ( a − b) ⇒ a = b + ( a − b) ⇒ a ≤ a − b + b ⇒ a − b ≤ a − b ,
de modo análogo
b = a + (b − a ) ⇒ b ≤ a − b + a ⇒ b − a ≤ a − b ⇒ a − b ≥ − a − b .
desde modo − a − b ≤ a − b ≤ a − b , assim por a) tem-se que
a − b ≤ a − b . C.Q.D.
a − 2 , temos que a − 2 = a − 2 se a ≥ 2 e a − 2 = −( a − 2) se
a − 7 + a − 2 = 5 ⇒ − a + 7 − a + 2 = 5 ⇒ − 2 a + 9 = 5 ⇒ − 2 a = −4 ⇒ a = 2
. Como a solução não pertence à restrição, temos que o
primeiro conjunto solução S1 = ∅.
ii) Se 2 ≤ a < 7. Assim
a − 7 + a − 2 = 5 ⇒ − ( a − 7 ) + a − 2 = 5 ⇒ − a + 7 + a − 2 = 5 ⇒ 5 = 5.
Portanto o segundo conjunto solução é S 2 = {a ∈ R | 2 ≤ a < 7}.
54
iii) Se a ≥ 7. Assim
a − 7 + a − 2 = 5 ⇒ ( a − 7) + a − 2 = 5 ⇒ a − 7 + a − 2 = 5 ⇒ 2a = 14 ⇒ a = 7.
Portanto o terceiro conjunto solução é S 3 = {7}. Sendo a
5
a + 2 + a − 3 < 6 ⇒ −a − 2 − a + 3 < 6 ⇒ −2a + 1 < 6 ⇒ −2a < 5 ⇒ a > −
2
. Portanto, o primeiro conjunto solução é
5
S1 = {a ∈ R | − < a < −2}.
2
ii) Se − 2 ≤ a < 3. Assim a + 2 = ( a + 2) e a − 3 = −( a − 3) , daí
7
a + 2 + a − 3 < 6 ⇒ a + 2 + a − 3 < 6 ⇒ 2a < 7 ⇒ a < . Portanto o
2
7
terceiro conjunto solução é S 3 = {a ∈ R | 3 ≤ a < }. Sendo a
2
solução geral a união dos três conjuntos soluções, conclui-se
5 7
que a solução geral é dada por S = {a ∈ R | − ≤ a < }.
2 2
55
trabalhamos com os números negativos basta acrescentar o
sinal de “menos”.
Definição: A representação decimal de um número real α é
dada por
α = a0 , a1 a 2 a3 L a n L,
onde a0 é um número inteiro, e a1 , a 2 , a3 , L a n L, são dígitos,
isto é, ai ∈ {0,1,2,3, L,9}, com i = 1,2,3L, n,L.
Exemplo: 1) 13,123 , 2) 0,121212L e 3) π = 3.14159265 L .
Observamos que no exemplo 1) temos uma terminação finita.
Já nos exemplos 2) e 3) não temos terminação finita, mas há
uma diferenciação entre ambos, pois no exemplo 2) existe uma
repetição (periodicidade) dos dígitos.
Podemos supor sem perda generalidade que a0 é um número
α 0 ≤ α 1 ≤ α 2 ≤ Lα n ≤ Lα .
Da definição da soma de uma progressão geométrica (P.G.)
(mais detalhes ver apêndice IV), obtém-se a seguinte
estimativa 0 ≤ α − α n ≤ 10 − n . Assim através do cálculo do “limite”
56
seqüência (α n ) . Conclui-se que todo número real é limite de
a1 a 2 a a
α n = a0 + + 2 + 33 + L nn é número racional.
10 10 10 10
1 3 7
Exemplo: 9,137 = 9 + + 2 + 3.
10 10 10
Para estudarmos os próximos dois casos vamos considerar
a 0 = 0.
2) α = 0, a1 a 2 a3 L a n a1 a 2 a3 L a n a1 a 2 a3 L a n L. Esta expressão
α = 0,123123123L.
Através da soma dos termos da P.G. infinita prova-se α possui
representação na forma de fração denominada de fração
geratriz.
57
a1 a 2 a 3 L a n a a a L an
(10 n − 1)α = a1 a 2 a 3 L a n ⇔ α = ⇔α = 1 2 3 .
10 − 1
n
999 L 9
Sendo que no denominado da última igualdade aparecem o
dígito 9, n (quantidade de algarismos do período) vezes.
Calcule as frações geratrizes dos seguintes exemplos:
a) α = 0,999999999L . Pelo método prático temos que
10α = 9,999999999L . Logo
9 9
(10 − 1)α = 9 ⇔ α = ⇔ α = = 1.
10 − 1 9
b) α = 0,171717L . Do mesmo modo, 10 2 α = 17,171717 L . Logo
17 17
(10 2 − 1)α = 17 ⇔ α = ⇔α = .
10 − 1
2
99
c) α = 0,123123123L. De modo análogo, 10 3 α = 123,123123L .
Logo
123 123
(10 3 − 1)α = 123 ⇔ α = ⇔α = .
10 − 1
3
999
É claro que poderíamos aplicar o resultado (proposição acima)
direto para obter a fração geratriz de cada exemplo acima.
58
são os algarismos do período, seguidos de tantos zeros
quantos são os algarismos da parte não-periódica.
10 4 α = 1017,171717 L Logo.
59
1002 1002 501
(10 4 − 10 2 )α = 1017 − 10 ⇔ α = ⇔α = = .
10 − 10
4 2
9900 4950
c) α = 0,56456456456L. De modo análogo,
EXERCÍCIOS
1. Mostre o elemento simétrico da adição é único.
a (1 − x n +1 )
5. Mostre que a + ax + ax 2 + L + ax n = para todo
1− x
x ≠1
e para todo n ∈ N .
8. Se a ∈ R − Q e b ∈ Q prove que a + b ∈ R − Q .
60
a+b a2 + b2
11. Seja a,∈ R . Mostre que ≤ .
2 2
a) − a + 5 = a + 2 b) a + 5 − 2a − 3 = 2 .
61
Apêndice I
Números Inteiros
62
Exemplo:
[1,2] + [7,9] = [8,11]
A subtração é, também, possível para qualquer par de
elementos de Z.
63
Proposição 4: Dado um elemento [a, b ] ∈ Z, podemos
representá-lo, de modo único, por [a, b ] = [c,0] , c ∈ N,
[a, b] = [0, c ] , c ∈ N, c ≠ 0 .
Demonstração:
Sabemos que, se as subtrações indicadas são possíveis
em N, temos (a, b ) ≈ (a − c, b − c ) .
Dado [a, b] , temos a ≥ b ou a < b . No primeiro caso,
tomando c = a − b , será [a , b ] = [a − b,0] = [c,0] . No segundo
caso, fazendo c = b − a , virá [a, b ] = [0, b − a ] = [0, c ] , como
queríamos demonstrar.
Temos, como conseqüência, que o conjunto Z dos
números inteiros pode ser escritos como
Ζ = {[c,0], c ∈ Ν} ∪ {[0, c ], c ∈ Ν , c ≠ 0} .
Representando os conjuntos acima, respectivamente por
Ζ + e Ζ − , teremos Ζ = Ζ + ∪ Z − . Os elementos de Ζ − são os
inteiros negativos e os elementos de Ζ + são os elementos não-
negativos.
Nesta altura, a identificação do conjunto N com o
conjunto Ζ + é feita de modo simples através da função
δ : Ν → Ζ + , definida por δ (c ) = [c,0] .
A função δ é injetiva e sobrejetiva. Além disso, ela
preserva as operações em N e em Ζ + , de adição e de
multiplicação. Mais precisamente,
δ (c + d ) = δ (c ) + δ (d ) .
δ (c.d ) = δ (c ).δ (d ) .
Admitindo a identificação acima, podemos, então,
escrever Ν ⊂ Ζ .
Se, convencionarmos, representar [c,0] = c e [0, c ] = −c ,
vem que Ζ = {..., −3,−2,−1,0,1,2,3,...}.
64
Apêndice II
Números Racionais
_____
a
No que se segue, representamos (a,b ) pela fração .
b
______
a
Ou seja, (a, b ) = .
b
O inteiro a é o numerador, b é o denominador.
65
A proposição acima nos permite definir, no conjunto das
a
classes de equivalência , as operações de adição e
b
multiplicação:
a c ad + bc a c ac
+ = , ⋅ = .
b d bd b d bd
a
Cada uma das classes de equivalência é chamada
b
um número racional. O conjunto Q, dos números racionais, é,
então, o conjunto das classes de equivalência de ΖxΖ * com
respeito à relação “ ≅ ”.
O conjunto Q, assim construído, amplia o conjunto Z dos
inteiros de modo que:
(i) As operações ditas “inteiras” (adição, subtração e
multiplicação), definidas em Q, fornecem o mesmo resultado
das operações correspondentes em Z, quando os elementos
de Q envolvidos são os elementos de Z.
(ii) As propriedades formais das operações “inteiras” em Z são
preservadas, quando estendidas às operações em Q.
a c
(iii) Existem em Q o quociente de dois elementos e , com
b d
c ≠ 0 , pertencentes a Q.
Para provar todas essas afirmações devemos,
simplesmente, usar as definições adotadas. Algumas
observações são úteis para esta tarefa.
Observação 1: Todos os pares de forma (0, h ) ∈ ΖxΖ * são
equivalentes, com respeito à relação “ ≅ ”; com efeito,
(0, h ) ≅ (0, k ) , pois 0.k = h.0 .
0
O número racional é, portanto, o mesmo qualquer
h
que seja o inteiro não-nulo h . Ele é o racional zero.
Mostraremos que é o elemento neutro da soma. Com efeito,
a 0 a.h + b.0 a.h a
+ = = = .
b h bh b.h b
Observação 2: Representemos por Q * o conjunto dos
racionais excetuando o zero.
a c
Definamos, então, o quociente de ∈ Q por ∈ Q * ,
b d
x a x c
como sendo o racional tal que = ⋅ .
y b y d
É fácil ver, então, que a operação de obtenção do
quociente (chamada divisão) é sempre possível em Q x Q * .
66
x
x a φ (x ) =
1
onde Q1 é o conjunto dos racionais de denominador igual a um,
não é difícil provarmos que φ é uma função
bijetora, e, além disso, preserva as operações em Z e Q, no
sentido de que:
φ (a + zb ) = φ (a ) + Q φ (b )
φ (a.zb ) = φ (a ). Q φ (b )
onde usamos os símbolos +Z, • Z, +Q, • Q para representar as
operações de adição e multiplicação em Z e em Q,
respectivamente.
A função φ permite-nos, assim, identificar Z com o
67
Apêndice IV
a = (a n ) .
Exemplos:
1. a = (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,L n,L) ;
1 1 1 1
2. a = ( ) = (1, , ,L , L) ;
n 3 4 n
3. a = (1,−1,1,−1,1,−1, L (−1) n , L);
1 1 1 1
4. a = ( n ) = ( , 2 ,L n ,L).
10 10 10 10
Dentre as seqüências existem dois tipos que são muitos
especiais, denominadas de progressão aritmética e progressão
geométrica.
Progressão Aritmética (P.A)
68
Na progressão aritmética (a1 , a 2 , a 3 , L a n , L) tem-se que
a 2 = a1 + r , a 3 = a 2 + r = a1 + 2r , a 4 = a3 + r = a1 + 3r , desde
que
an+1 = a1q n para todo n ∈ N .
A fórmula acima pode ser provada por indução sobre n ∈ N .
1
O exemplos 3) e 4) de seqüência são P.G de razão -1 e ,
10
respectivamente.
A soma dos n primeiros termos de uma P.G é dada pela
fórmula
a (q n − 1)
Sn = 1 para todo n ∈ N .
q −1
A dedução da fórmula acima fica a cargo do leitor (sugestão:
Prove por indução sobre n). Na seqüência
69
1 1 1
a = ( , 2 ,L n , L) a n primeiros termos é dada por
10 10 10
1 1 1
( n − 1) 1 − n
S n = 10 10 = 10 , por exemplo para n=3 temos que
1 9
−1
10
1
1−
S3 = 1000 = 111 = 0,111 . Um fato interresante que a soma
9 1000
dos infinitos termos de P.G. pode ser convergente, isto é, ser
finito, cujo o valor é dado por
a1
S = lim S n = ,
n → +∞ 1− q
desde que q < 1 , pois lim q = 0 ( para mais detalhes ver
n
n → +∞
70
Bibliografia
6. www.obm.org.br/eureka/artigos/irracionais.doc
7. www.insite.com.br/rodrigo/misc/math/pi.html.
8. www-groups.dcs.st-
and.ac.uk/~history/Biographies/Peano.html
9. www-groups.dcs.st-
and.ac.uk/~history/Biographies/Dedekind.html
71
Universidade Federal do Piauí
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Interação
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