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AÇOS LIGA
Embora os aços carbono possam ser produzidos em uma ampla gama de resistências a um preço
relativamente baixo, suas propriedades não são sempre adequadas para todas as aplicações de engenharia do
aço. Em geral, os aços carbono têm as seguintes limitações:
1. Não podem ser endurecidos além de cerca de 100.000 psi sem significante perda em tenacidade
(resistência ao impacto) e ductilidade;
2. Aços de grandes seções não podem ser produzidos com uma estrutura completamente
martensítica, e não são então temperáveis profundamente;
3. Rápidas taxas de resfriamento são necessárias para a têmpera total em aços médio-carbono para
produzir uma estrutura martensítica. Este rápido resfriamento leva a distorções de forma e
fraturas no aço tratado termicamente;
4. Aços-carbono têm baixa resistência ao impacto a baixas temperaturas;
5. Aços-carbono têm baixa resistência à corrosão para muitos ambientes de engenharia;
6. Aços-carbono oxidam facilmente a elevadas temperaturas.
Por estas e outras razões, aços-liga têm sido desenvolvidos, os quais, embora custem mais, são mais
econômicos para muitos usos. Em algumas aplicações, os aços-liga são os únicos materiais capazes de reunir
as necessidades de engenharia. Os principais elementos que são adicionados para a fabricação dos aços-liga
são níquel, cromo, molibdênio, manganês, silício e vanádio. Outros elementos às vezes adicionados são:
cobalto, cobre e chumbo.
As principais ligas de engenharia consideradas neste capítulo, são usadas principalmente para
construção e aplicações automotivas . Aços inoxidáveis são tratados no capítulo 7, e aços ferramentas no
capítulo 9.
4-1 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS-LIGA
Em um senso geral, os aços-liga podem conter acima de cerca de 50% de elementos de liga e ainda
serem chamados aços-liga. Entretanto, em senso técnico, o termo aços-ligas será usado neste texto para se
referir a aços de construções tratáveis termicamente e aços-liga automotivos os quais contenham cerca de 1
a 4 % de elementos de liga.
Os aços-liga nos Estados Unidos são geralmente referidos através do sistema AISI-SAE, o qual usa
quatro dígitos para designar cada liga de aço. Os primeiros dois dígitos indicam o principal elemento de liga
ou grupo de elementos de liga, tais como aqueles listados na Tabela 4.1. Os últimos dois dígitos indicam o
teor de carbono nominal aproximado da liga. A Tabela 4.2 lista a composição nominal de algumas ligas de
aço padrão.
TABELA 4-1
Principais tipos de aços padrão baixa-liga
Os elementos de liga são adicionados nos aços-carbono por vários motivos. Alguns dos mais
importantes são:
A distribuição dos elementos de liga em um aço-liga depende de sua composição. Muitas interações
complexas podem ocorrer e, como o número e quantidade dos elementos de liga são maiores, a
complexidade das interações também irá aumentar. Entretanto, há padrões básicos na distribuição dos
elementos de liga, os quais podem ser observados na Tabela 4.3, para aços–liga recozidos, à temperatura
ambiente.
TABELA 4-2
Composições nominais de aços-liga padrão selecionados
A IS I- S A E N º. %C % Mn % Cr % Mo % Ni % Si *
Aço ao M anganês
1330 0 ,3 1 ,7 5
1340 0 ,4 1 ,7 5
A ç o a o C ro m o
5120 0 ,2 0 ,8 0 ,8
5130 0 ,3 0 ,8 0 ,9 5
5140 0 ,4 0 ,8 0 ,8
5160 0 ,6 0 ,8 8 0 ,8
E52100 1 ,0 4 0 ,3 5 1 ,4 5
A ç o a o M o lib d ê n io
4023 0 ,2 3 0 ,8 0 ,2 5
4037 0 ,3 7 0 ,8 0 ,2 5
4047 0 ,4 7 0 ,8 0 ,2 5
A ç o a o C ro m o - M o lib d ê n io
4118 0 ,1 8 0 ,8 0 ,5 0 ,1 3
4130 0 ,3 0 ,5 0 ,9 5 0 ,2
4140 0 ,4 0 ,8 8 0 ,9 5 0 ,2
A ç o a o C ro m o - V a n á d io
6150 0 ,5 0 ,8 0 ,9 5
A ç o a o N íq u e l- M o lib d ê n io
4620 0 ,2 0 ,5 5 0 ,2 5 1 ,8 3
4820 0 ,2 0 ,6 0 ,2 5 3 ,5
A ç o a o N íq u e l( 1 ,8 3 % ) -C r o m o - M o lib d ê n io
4320 0 ,2 0 ,5 5 0 ,5 0 ,2 5 1 ,8 3
4340 0 ,4 0 ,7 0 ,8 0 ,2 5 1 ,8 3
A ç o a o N íq u e l( 0 ,5 5 % ) - C ro m o - M o lib d ê n io
8620 0 ,2 0 ,8 0 ,5 0 ,2 0 ,5 5
8640 0 ,4 0 ,8 8 0 ,5 0 ,2 0 ,5 5
8660 0 ,6 0 ,8 8 0 ,5 0 ,2 0 ,5 5
A ç o a o S ilí c io
9260 0 ,6 0 ,8 8 2
• Todos os aços contêm no mínimo 0,28% de Si, com exceção do 9260; todos os aços contém no
máximo 0,035% de P e 0,040% no máximo de S, exceto os aços de forno elétrico (E), os quais têm
0,025% máximo de P e 0,025% máximo de S.
TABELA 4-3
Distribuição aproximada dos elementos de liga nos aços-liga*
O níquel tem uma menor tendência à formação de carbonetos que o ferro, e então se dissolve na ferrita-
α. O silício se combina com alguma quantidade de oxigênio para formar inclusões não-metálicas, mas
também se dissolve na ferrita. Grande parte do manganês nos aços-liga se dissolve na ferrita-α, não
importando o teor de carbono. O manganês é apenas moderadamente mais formador de carbonetos que o
ferro, e o manganês que forma carbonetos nos aços geralmente dissolve na cementita como (Fe, Mn)3C.
O cromo se divide entre as fases de ferrita e carbetos. A distribuição de cromo depende da quantidade
de carbono e outros elementos formadores de carbonetos presentes no aço. O tungstênio e o molibdênio se
combinam com o carbono para formar carbonetos se o carbono presente for suficiente e se outros elementos
formadores de carbonetos mais estáveis, tais como titânio e nióbio, estiverem ausentes. Vanádio e titânio são
fortes formadores de carbonetos e serão encontrados nos aços, principalmente na forma de carbonetos. Se
houver nitrogênio suficiente, então um pouco de nitreto de será formado. O alumínio se combina com o
oxigênio e nitrogênio para formar os compostos Al2O3 e AlN, respectivamente.
Todos os elementos de liga substitucionais comuns nos aços, como níquel, cromo, silício, manganês,
tungstênio, molibdênio e titânio, abaixam o teor de carbono eutetóide, tal como mostrado graficamente na
Figura 4.1a. Titânio, tungstênio e molibdênio são mais efetivos, sendo que o níquel e o cromo são os menos
eficazes. Por exemplo, um aço contendo 5% de Cr tem seu teor de carbono eutetóide reduzido de 0,8 para
0,5 %.
FIGURA 4-1
Efeito da porcentagem de elementos substitucionais no aço
no (a) teor de carbono do ponto eutetóide e (b) na
temperatura do ponto de transformação eutetóide. (After
Metals Handbook, 9th ed., vol.8, American Society of
Metals, 1973, p.191.)
Alguns elementos de liga diminuem a temperatura eutetóide dos aços e outros a aumentam, tal como
mostrado na Figura 4.1b. Ambos, manganês e níquel, diminuem a temperatura eutetóide, e são então
considerados elementos estabilizadores da austenita (gamagênicos). O efeito da adição do teor de manganês
de 0,35 para 9 % no aumento da região austenítica nos aços carbono é demonstrado na Figura 4.2a. O níquel
se comporta de forma similar ao manganês, e aumenta a região austenítica. Em alguns aços com quantidades
suficientes de níquel ou manganês, a austenita pode ser retida à temperatura ambiente.
b)
FIGURA 4-2Efeito das adições de (a) manganês e (b) cromo na região de fase austenítica em aços-carbono.
(After E. C. Bain and H. W. Paxton, Älloying Elements in Steel”, 2d.ed., American Society for Metals, 1996,
pp. 104-105).
4-3 TEMPERABILIDADE
Definição
A temperabilidade não deve ser confundida com a dureza de um aço, que é a sua resistência à
deformação plástica. A dureza é geralmente medida por uma máquina de teste de dureza (durômetro), que
faz uma endentação na superfície do aço. A temperabilidade, por outro lado, é uma medida da profundidade
da camada endurecida após o resfriamento brusco a partir da austenita.
DIÂMETRO CRÍTICO IDEAL. O diâmetro crítico de uma barra de aço temperável depende também,
além de sua estrutura e composição, do meio no qual é feito o resfriamento. Então a taxa com a qual a barra
de aço é resfriada a partir da faixa de temperatura austenítica irá afetar o valor do diâmetro crítico da barra.
Para eliminar a variável da taxa de resfriamento, todas as medidas de temperabilidade são referidas como
sendo feitas em “resfriamento ideal”. O resfriamento ideal é obtido com um meio de resfriamento hipotético,
no qual se assume que o calor seja removido da superfície da barra tão logo quanto este possa “fluir” de
dentro da barra; isto é, a superfície da barra temperada deve ser resfriada instantaneamente para a
temperatura do líquido de resfriamento. O diâmetro crítico da barra de aço quando se usa o resfriamento
ideal é chamado de diâmetro crítico ideal DI (em polegadas).
Nenhum resfriamento ideal existe. Entretanto, uma comparação pode ser feita do resfriamento ideal
com meios de resfriamento ordinários, tais como salmoura, água ou óleo. As intensidades de resfriamento
dos diferentes meios são designadas por números H, os quais representam os coeficientes de severidade do
meio de resfriamento. O meio de resfriamento ideal é designado por um valor infinito. Os valores H dos
meios de resfriamento de óleo, água e salmoura estão listados na Tabela 4.4.
TABELA 4-4
Intensidades de resfriamento de diferentes meios (Fatores-H)
O relacionamento entre o diâmetro crítico real D0, o diâmetro crítico ideal DI, e a severidade de
resfriamento (valores H) estão mostrados graficamente na Figura 4.3. Na prática, valores de D0 são
determinados usando este gráfico a partir de valores calculados de DI e valores apropriados de H.
Problema exemplo 4-1. O diâmetro crítico ideal de um aço foi calculado como sendo 2,2 polegadas.
Qual é o diâmetro crítico real D0 se o aço é submetido a um resfriamento em óleo com agitação
moderada?
Solução. Referindo-se à Tabela 4.4, um valor de 0,40 será selecionado como o valor de H. Usando os
ábacos da Figura 4.3, com H = 0,4 e DI = 2,2 polegadas, um valor de 0,9 polegadas é obtido para D0.
O efeito do tamanho de grão austenítico na temperabilidade dos aços é explicado pela nucleação heterogênea
da perlita nos contornos de grão austeníticos. Durante a transformação da austenita para perlita, a perlita se
nucleia preferencialmente nos contornos de grão austeníticos. Então, quanto maior for a superfície de
contornos de grão disponível para a nucleação perlítica, mais fácil será para a perlita se formar. Quanto
menor o tamanho de grão,entretanto, menor a temperabilidade do aço quando todos os outros fatores são
mantidos constantes.
a)
b)
FIGURA 4-3
Relações entre o diâmetro crítico ideal DI, diâmetro crítico real D, e severidade de resfriamento H. O
diagrama mais abaixo (b) é um aumento da seção à esquerda inferior do diagrama acima (a). (After M A.
Grossmann and E. C. Bain, “Principles of Heat Treatment”, 5th ed., American Society for Metals, 1964,
pp.90-100.).
FIGURA 4-4
Diâmetro crítico ideal DI, como uma função
do teor de carbono e tamanho de grão
austenítico para aços carbono comum. (After
M. A. Grossmann and E. C. Bain, Principles
of Heat Treatment”, 5th ed., American
Society for Metals,1964,p.122).
Um tamanho de grão grosseiro não é uma estrutura desejável para a maioria dos aços, haja vista que
este leva a baixas resistências e decréscimo da ductilidade. Também, há tendência a fraturas é maior em aços
com grãos grosseiros. Aumentar o tamanho de grão para aumentar a temperabilidade de um aço não é
portanto sempre um procedimento benéfico, e não é normalmente usado. É mais eficiente se adicionar outros
elementos de liga para aumentar a temperabilidade dos aços
Isto significa que mesmo com um resfriamento ideal, o diâmetro máximo temperável desse aço é em
torno de 0,25 polegadas. Com um resfriamento comum não seria possível temperar um cilindro deste
diâmetro. Os aços carbono comerciais não têm uma temperabilidade tão baixa como indicado para este aço,
já que todos os aços comerciais contêm um pouco de manganês e outras impurezas, as quais aumentam a
temperabilidade.
Problema exemplo 4-3. Calcule a temperabilidade aproximada de uma liga de aço 8630 a qual tem
tamanho de grão ASTM e 7 e a seguinte composição química: 0,3% C, 0,3% Si, 0,7% Mn, 0,5% Cr,
0,6% Ni, 0,2% Mo.
Solução. Primeiro, o diâmetro base DI pode ser visto na Figura 4.4, e se encontra como sendo 0,185
polegadas. Depois, os fatores de multiplicação para cada elemento são determinados a partir da Figura
4.5. Isto é feito traçando uma linha vertical na composição do elemento em questão e encontrando onde
esta intercepta a curva para este elemento. O valor do fator de multiplicação é determinado traçando
uma linha horizontal a partir do ponto de intersecção até o valor da ordenada.
Usando este método, os seguintes valores de multiplicação para este problema são encontrados:
Percentual de elemento Fator de
de liga multiplicação
0.3 Si 1.2
0.7 Mn 3.4
0.5 Cr 2.1
0.6 Ni 1.2
0.2 Mo 1.6
Finalmente, o diâmetro crítico ideal é encontrado multiplicando o diâmetro de base pelos fatores de
multiplicação:
DI = 0,185 x 1,2 x 3,4 x 2,1 x 1,2 x 1,6 = 3,04 polegadas
Se um meio de resfriamento de água de H = 1,0 é usado, o diâmetro crítico real D0 é reduzido para 2,3
polegadas.
Em comparação, um aço carbono 1030 com 0,7% de Mn tem um diâmetro crítico ideal de 0,65
polegadas. Se o meio de resfriamento usado for a água, o diâmetro crítico real D0 é reduzido para 0,2
polegadas. Então, as adições de elementos de liga no aço 8630 aumentam o diâmetro crítico real do aço 1030
de 0,2 para 2,3 polegadas, o qual é um considerável aumento na temperabilidade.
O método Grossmann de determinação da temperabilidade dos aços é uma ferramenta muito complicada e
trabalhosa para ser de grande importância comercialmente na prática. O método mais comum para
determinar a temperabilidade na indústria é o método Jominy. No teste Jominy, uma única amostra substitui
a série de amostras necessárias para o teste Grossmann.
No teste Jominy, a amostra consiste de uma barra cilíndrica com um diâmetro de 1 polegada e
comprimento de 4 polegadas (Figura 4.6). Desde que a estrutura primária tem um forte efeito na
temperabilidade, a amostra deve ser recozida antes do teste. No teste Jominy, depois que a amostra tenha
sido austenitizada, ela é colocada em um fixador, como mostrado na Figura 4.6, e um jato de água é
rapidamente jogado no final da amostra. Depois do resfriamento, dois planos paralelos são retirados em
direções opostas na barra de teste e testes de dureza Rockwell C são feitos ao longo destas superfícies.
Curvas de temperabilidade são feitas plotando a dureza do aço como uma função da distância do final da
barra, como mostrado na Figura 4.7 para um aço carbono AISI 1050.
FIGURA 4-6
Amostra e fixador para o teste de
temperabilidade. (After M. ª Grossmann and
E. C. Bain, “Principles of Heat Treatment”,
5th ed., American Society for Metals, 1964,p.
114).
FIGURA 4-7
Curva de temperabilidade para
um aço AISI 1050. (After
Ïsothermal Transformation
Diagrams”, United States Steel
Corporation, 1963, p.19).
Uma comparação da temperabilidade de diferentes aços pode ser feita plotando as curvas do teste
Jominy juntas, como mostrado na Figura 4.8. A alta temperabilidade do aço-liga 4340 é mostrada pela sua
habilidade de manter uma dureza Rockwell C40 a mais de 2 polegadas do final da amostra resfriada. Para o
aço carbono 1050, sua dureza cai para cerca de Rockwell C35 a 3/16 polegadas a partir do resfriamento final
(Figura 4.7), e então aços carbono como este têm relativamente baixa temperabilidade. A mudança de dureza
ao longo do lado de uma amostra submetida ao teste Jominy pode ser correlacionada com seu diagrama de
transformação por resfriamento contínuo, como indicado na Figura 4.9 para um aço eutetóide 1080. É a
simplicidade do teste Jominy, juntamente com dados detalhados da temperabilidade que fazem este teste tão
amplamente usado industrialmente.
FIGURA 4-8
Curvas comparativas de temperabilidade para aços-liga com 0,40% de carbono.
Para a maioria dos aços comuns e de baixa liga, a têmpera padrão produz taxa de resfriamento comum
ao longo da parte desejada das barras de aço com mesmo diâmetro. Portanto, a taxa de resfriamento difere
por (1) barras de diferente diâmetro, (2) diferentes posições nas seções transversais das barras, e (3)
diferentes meios de resfriamento. A figura 4.9.a demonstra curvas de diâmetro das barras versus taxas de
resfriamento para diferentes seções transversais localizadas no interior das barras de aço, utilizando
resfriamento em água e óleo agitado. Esses gráficos podem ser usados para determinar a taxa de
resfriamento e a distância final da têmpera de uma barra padrão no ensaio Jominy e então selecionar o
diâmetro de barra de uma sessão transversal específica que está localizada na barra, utilizando meio de
resfriamento particular.
Essas taxas de resfriamento e a sua distância do final da têmpera das barras Jominy podem ser usados
em gráficos Jominy de dureza versus distância do final da têmpera de um aço específico, para definir a
dureza de um aço em uma determinada localização específica na sessão transversal da barra em questão. O
exemplo 4.4. demonstra como os gráficos da figura 4.9.a podem ser utilizados para prever a dureza de uma
barra de aço de um determinado diâmetro em uma localização específica da sessão transversal resfriado em
dado meio. Isso deveria ser pointed out dureza Jominy versus a distância dos gráficos de resfriamento que
são geralmente plotados tanto com bandas como com dados ao invés de linhas, então as durezas obtidas por
linhas são atualmente valores range.
FIGURA 4.9
Correlação do diagrama de transformação
do resfriamento contínuo e valores de
temperabilidade para aço carbono
eutetóide. (After Ïsothermal
Transformation Diagrams,”United States
Steel Corporation, 1963, p.181.)
Exemplo 4.4:
Uma barra de aço austenitizado de liga 8640 com 40mm de diâmetro é temperado em óleo agitado.
Determine qual será a dureza Rockwell C (RC) desta barra na (a) sua superfície e (b) seu centro.
Solução:
(a). Superfície da barra. A taxa de resfriamento na superfície da barra de aço de 40mm temperada em
óleo agitado encontrada na parte direita da figura 4.9.a., sendo comparável a taxa de resfriamento a 8mm do
final da barra temperada padrão Jominy. Utilizando a figura 4.8 a 8mm do final da barra Jominy e a curva da
liga 8640 indica que a dureza da barra será em torno de 47 HRc.
(b). Centro da barra. A taxa de resfriamento na superfície da barra de aço de 40mm temperada em óleo
agitado, encontrada na parte direita da figura 4.9.a., é associada com 13mm do final da barra Jominy. A
dureza correspondente para este final da barra Jominy, para o aço 8640, é encontrada utilizando a figura 4.8,
sendo em torno de 37 HRc.
FIGURA 4-9a
Taxas de resfriamento em barras de aço resfriadas em água agitada e em óleo agitado. O eixo de
abscissa superior a taxa de resfriamento de 700oC; e a abscissa inferior na barra de teste de temperabilidade
(C= centro, M-R= raio médio, S= superfície da linha de decaimento = aproximadamente ¾ da curva de
posição no raio de sessão transversal da barra).(After L. H. VanVlack, “Materials for Engineering: Concepts
and Applications,”Addison-Wesley, 1982, p.155.).
Exemplo 4.5.
Uma barra de aço de liga 5140 austemperada e temperada tem uma dureza de 34 HRc em um ponto na
sua superfície. Qual é a taxa de resfriamento deste ponto na barra ensaiada?
Solução:
Utilizando a figura 4.8, o valor de 34 HRc para a liga 5140 corresponde a uma distância de 8mm do
final têmpera da barra Jominy. Esse valor corresponde a uma taxa de resfriamento de 35OC /seg.
comparando a escala inferior da figura 4.9.a (distância do final têmpera da barra Jominy) ao topo do gráfico,
taxa de resfriamento a 700oC em graus Celsius por segundo.
O manganês é adicionado a todos os aços comerciais na faixa de 0,25 a 1,00 % para desoxidar e para
combinar com o enxofre para formar MnS globular. O manganês é mais efetivo quando o aumento na
resistência é considerado em relação ao aumento de custo. Então, quando a alta resistência de um aço é
requerida, combinada com soldabilidade, aços com 1,6 a 1,9% Mn são amplamente usados. A série AISI
13XX dos aços baixa-liga ao manganês têm níveis nominais de carbono de 0,30 a 0,45 %, e 1,75% Mn.
Estes aços 13XX têm maiores resistências e são mais temperáveis que os aços comuns com o mesmo teor de
carbono, e são usados para eixos, hastes, engrenagens e implementos agrícolas..
FIGURA 4-10
Diagrama de transformação isotérmica de um aço AISI 1340.
( After Ïsothermal Transformation Diagrams”, United States Corporation, 1963, p.26.)
Estrutura
A temperabilidade dos aços-liga 13XX é um pouco maior do que os aços carbono 10XX e é resultado
do aumento do teor de manganês para uma porcentagem nominal de 1,75 nas ligas 13XX. O diagrama I-T de
uma liga 1340 está mostrado na Figura 4.10. Comparando-se com o diagrama para um aço 1040, as
fronteiras de transformação no diagrama da liga1340 são levemente deslocadas para a direita. O manganês,
pela redução das taxas de difusão, torna a transformação da austenita para ferrita-perlita mais lenta,
aumentando então a temperabilidade dos aços carbono. O manganês também refina a perlita nos aços
carbono e por meio disso aumenta sua resistência. A ação de refinamento perlítico do manganês é
claramente visto na microestrutura da liga AISI 1340 austenitizada e resfriada ao ar, mostrada na Figura
4.11.
Quando o teor de manganês dos aços carbono excede cerca de 2 %, os aços se tornam fragilizados.
Entretanto, se o teor de manganês é aumentado para cerca de 12 % e o teor de carbono para cerca de 1,1 %, o
aço ao manganês se torna austenítico à temperatura ambiente se rapidamente resfriado do estado austenítico.
Esta liga, a qual é conhecida como aço ao manganês Hadfield, foi desenvolvida em 1882 e foi um dos
primeiros aços alta-liga. Na condição austenítica, é particularmente resistente ao desgaste e abrasão sob
tensões de alto impacto, haja vista que este endurece pelo trabalho a taxas muito altas.
FIGURA 4-11
Microestrutura de um aço AISI 1340, contendo 1,74% Mn e 0,40% C, resfriado ao ar a partir de 828ºC. a
estrutura demonstra perlita fina com um pouco de ferrita (Etch: picral; 500 X.) (Courtesy of R. M Fisher, U.
S. Steel Research Laboratories).
Propriedades Mecânicas
O efeito do manganês no aumento da resistência dos aços carbono pode ser divido nas seguintes
partes: endurecimento por solução sólida, refino do tamanho de grão e aumento na proporção de perlita. O
manganês é solúvel em ferro γ e α, e aumenta a resistência da ferrita em aços carbono por endurecimento por
solução sólida. A extensão do endurecimento para um aço 0,15% C como uma função do teor de manganês
até 2% está mostrado na Figura 4.12. Por ambos, endurecimento por refino e pelo aumento na proporção da
perlita, o manganês aumenta consideravelmente a resistência dos aços baixo-carbono, como indicado na
Figura 4.12. O efeito total de 1,75% Mn no aumento da dureza após o revenimento de um aço liga 1340,
quando comparado a um aço 1040 está mostrado na Figura 4.13. A Tabela 4.5 lista as propriedades
mecânicas das ligas 1330 e 1340 depois da têmpera e revenimento, e a Tabela 4.6 lista as propriedades da
liga 1340 após normalização e recozimento.
FIGURA 4-12Fatores que contribuem para o efeito do manganês na resistência à tração de aços 0,15% C
recozidos. (After K. J. Irving and F. B. Pickering, JISI, 201(1963):944, as presented in E. C. Bain and H.
W. Paxton, Älloying Elements in Steel,”2d ed., American Society of Metals, 1966, p.270.)
TABELA 4-5
Propriedades mecânicas de aços-liga ao manganês temperados e revenidos
FIGURA 4-13
“Amolecimento”, com o aumento da temperatura de revenimento, de um aço temperado 0,40% C a 0,45% C
como influência do teor de manganês de cerca de 0,75 para 1,75%. (After E. C. Bain and H. W. Paxton,
Älloying Elements in Steel,”2d ed., American Society for Metals, 1966, p.194.).
TABELA 4-6
Propriedades mecânicas de aços-liga AISI 1340 normalizados e recozidos
AISI Tratamento Limite de Resistência à Elongação Redução Dureza Resistência ao Impacto
Nº escoamento, psi tração, psi % emárea, % Brinell (Izod), ft*lb
1340 Normalizado (1600ºF 81.000 121.250 22,0 62,9 248 68,2
Recozido(1457ºF) 63.250 102.000 25,2 57,3 207 52,0
O cromo é adicionado aos aços carbono para aumentar a temperabilidade, resistência e resistência ao
desgaste. O cromo tem uma estrutura cristalina CCC e é por esta razão forte estabilizador da ferrita. O cromo
também se combina com o carbono no ferro para formar carbetos (Tabela 4.3). Desde que o teor de cromo
nos aços baixa-liga seja menor que 2 %, os átomos de cromo substituem os átomos de ferro na cementita
para produzir o carboneto complexo (Fe, Cr)3C.
A Tabela 4.7 lista as composições químicas e aplicações típicas dos aços baixa-liga ao cromo. Aços
liga da série 51XX contém de 0,20 a 0,60% C e de 0,8 a 0,9% de Cr. As classes de baixo-carbono destas
séries são usadas para produzir superfícies muito duras e resistentes ao desgaste, mas com pouca tenacidade.
As classes com alto teor de carbono são usadas para aplicações em que alta resistência e resistência ao
desgaste são requeridas. O aço 52100, o qual contém cerca de 1% C e 1,5% de Cr é usado para apoios de
rolamento, onde alta resistência ao desgaste e resistência são requeridas. Estes aços, entretanto, são
susceptíveis à fragilização ao revenido e cuidados devem ser tomados durante seu tratamento térmico.
TABELA 4-7
Composições químicas de aços baixa-liga ao cromo
Liga AISI N.º %C %Mn %Cr
5120 0,2 0,8 0,8
5130 0,3 0,8 0,95
5140 0,4 0,8 0,8
5160 0,6 0,88 0,8
52100 1,04 0,35 1,45
Estrutura
MICROESTRUTURA. A microestrutura de uma liga 5160 após laminação a quente e resfriamento ao ar,
consiste de ferrita de perlita não-resolvida (Figura 4.15). Se esta liga é austenitizada e resfriada em óleo, uma
estrutura martensítica com alguma austenita retida é produzida (Figura 4.16). Depois de revenimento durante
1 h a 204ºC, uma estrutura consistindo de martensita revenida é produzida (Figura 4.17). Quando o aço-liga
52100 é austenitizada a 843ºC, resfriado em óleo e revenido durante 1h a 399ºC, uma estrutura consistindo
de martensita revenida é produzida (Figura 4.18). Uma dispersão de partículas de carbetos as quais não
foram dissolvidas durante a austenitização também estão presentes. Estes carbetos provêm a extra-dureza e
resistência ao desgaste às superfícies destas ligas.
FIGURA 4-15
Liga 5160 laminada a quente 0,635 polegada de diâmetro, resfriada ao ar a partir da temperatura de
laminação de 982ºC; a estrutura consiste de perlita não-resolvida (escuro) e ferrita (claro).(After
Metals Handbook 8ed. vol.7, American Society for Metals, 1972, p.49.).
FIGURA 4-16
Liga 5160 laminada a quente, austenitizada a 871ºC por 30 min e resfriada em óleo; a estrutura consistindo
de martensita não-revenida (constituintes escuros) e austenita retida (constituintes claros).
FIGURA 4-17
Liga 5160 laminada a quente, austenitizada a 871ºC por 30 min, resfriada em óleo e revenida por 1 h a
204ºC; a estrutura consiste de martensita revenida.
FIGURA 4-18
Barra de aço-liga 52100 primeiramente esferoidizada e então austenitizada a 843ºC por 0,5 h, resfriada em
óleo e revenida por 1 h a 399ºC; a estrutura consiste de martensita revenida e uma dispersão de partículas de
carbeto não dissolvidas durante a austenitização.
Propriedades Mecânicas
As propriedades mecânicas de algumas ligas da série 51xx estão listadas na Tabela 8 para as condições de
normalizadas e recozidas. A Tabela 9 lista suas propriedades quando estas são temperadas e revenidas. De
especial atenção é a alta resistência e dureza destas ligas. Sua ductilidade, entretanto, é relativamente baixa, e
sob algumas condições elas são susceptíveis à fragilização ao revenido.
TABELA 4-8
Propriedades mecânicas de aços baixa-liga ao cromo normalizados e recozidos
Limite de Resistência Elongação, Redução Dureza Resistência
escoamento, a % em área, % Brinell ao Impacto
AISI N.º Tratamento psi Tração, psi ( Izod), ft*lb
5140 Normalizado(1600ºF) 68500 115000 22,7 59,2 229 28
Recozido(1525ºF) 42500 83000 28,6 57,3 167 30
5150 Normalizado(1600ºF) 76750 126250 20,7 58,7 255 23,2
Recozido(1520ºF) 51750 98000 22 43,7 197 18,5
5160 Normalizado(1575ºF) 77000 138750 17,5 44,8 269 8
Recozido(1495ºF) 40000 104750 17,2 30,6 197 7,4
TABELA 4-9
Propriedades mecânicas de aços baixa-liga ao cromo temperados e revenidos
Temperatura de Tensão Limite de Elongação, % Redução Dureza
Tratamento, Fº de escoamento, em área, % Brinell
AISI N.º ruptura, psi psi
5130 400 234000 220000 10 40 475
600 217000 204000 10 46 440
800 185000 175000 12 51 379
1000 150000 136000 15 56 305
1200 115000 100000 20 63 245
TABELA 4-10
Composições químicas de aços baixa-liga ao molibdênio
Liga Composição química, porcentagem em peso %
AISI-SAE N.º C Mn Mo Si Aplicação típica
O molibdênio é adicionado em pequenas quantidades nos aços carbono para aumentar sua resistência e
temperabilidade. A Tabela 4.10 lista as composições químicas e aplicações das séries 40xx correntemente
usadas dos aços baixa-liga ao molibdênio.
A quantidade de molibdênio adicionada a estes aços (e a quase todos os aços-liga padrão) é restrita a
cerca de 0,25 por cento, pois esta é a quantidade que foi determinada experimentalmente como sendo a
melhor para aumentar as propriedades de tenacidade, temperabilidade e resistência.
Os aços-liga de baixo carbono da série 40xx são usados primariamente na indústria automobilística.
São extensivamente empregados em engrenagens e componentes de transmissão automática .
Estrutura
FIGURA 4-19:
Diagrama de
resfriamento
contínuo para o
aço-liga AISI
4047
A liga 4047 será selecionada como exemplo para esta série de aços-liga por ser ela a mais resistente e mais
temperável.
FIGURA 4-20
Liga de aço 4047 resfriada ao ar a partir da temperatura de forjamento de 1204ºC; seção longitudinal; a
estrutura consiste de placas de ferrita (claro) e perlita fina (escuro).
FIGURA 4-21
Liga de aço 4047 austenitizada a 829ºC, resfriada para 663ºC e mantida durante 6 horas, resfriada em forno
até 538ºC e então resfriada ao ar. Ferrita (claro) e perlita lamelar (escuro).
Propriedades Mecânicas
A adição de 0,25% Mo a um aço 1040 retarda o processo de “amolecimento” durante o revenimento,
como indicado na Figura 4-23. O grandes átomos de molibdênio dissolvem na cementita e, pela inibição da
difusão, diminuem a taxa de coalescência da cementita. Entretanto, pequenas quantidades de molibdênio no
aço 4047 não afeta relevantemente a diminuição na resistência com o aumento da temperatura de
revenimento (Figura 4-22).
FIGURA 4-22
Efeito da temperatura de revenimento nas propriedades da liga 4047.
A temperabilidade da liga 4047 é apenas levemente aumentada quando comparada com um aço
comum com o mesmo teor de carbono.
FIGURA 4-23
Comparação do “amolecimento” com o aumento da temperatura da liga 1040 com a mesma liga com 0,25%
Mo.
O cromo (0,5 a 0,95%) é adicionado, com pequenas quantidades de molibdênio (0,13 a 0,20 %) para
produzir a série de aços liga 41xx. A adição de cromo aumenta ainda mais a temperabilidade, resistência e
resistência ao desgaste dos aços com o mesmo teor de carbono. Entretanto, a adição de cromo nos aços
baixa-liga estruturais tende a torná-los susceptíveis à fragilização ao revenido sob algumas condições. Este
tópico é discutido em detalhes na Seção 4-10. A Tabela 4-11 lista as composições químicas e aplicações
típicas das ligas mais importantes da série 41xx.
TABELA 4-11
Composições químicas e aplicações típicas de aços baixa-liga ao cromo-molibdênio
Aços baixa-liga com cromo e molibdênio, devido a sua alta temperabilidade, podem ser resfriados em
óleo para formar a martensita, ao invés de serem resfriados em água. Desde que o resfriamento em óleo
diminuía os gradientes de temperatura e tensões internas devido à contração de volume e expansão durante o
resfriamento, as distorções e tendências a fraturas podem ser minimizadas.
Estrutura
A liga 4140 será selecionada como exemplo para a série 41xx por ser um dos aços-liga mais
comumente usados.
MICROESTRUTURA. A microestrutura da liga 4140 depois de ser totalmente recozida a 691ºC consiste
de ferrita e perlita grossa (Figura 4-25). Após a austenitização a 843ºC e resfriamento em óleo, uma estrutura
martensítica é formada (Figura 4-26) e, com subseqüente revenimento a 315ºC, uma estrutura martensítica
finamente revenida é o resultado (Figura 4-27). Infelizmente, muito pouco da estrutura fina dessas ligas é
mostrada em micrografias ópticas.
Krauss, Materkowski, e Schupmann têm obtido maiores informações acerca da fina estrutura dos aços
baixa-liga usando microscopia eletrônica de transmissão. Eles mostraram que a martensita em aços baixa-
liga (por exemplo a liga 4130) consiste de pacotes de finas unidades de martensita chamadas laths que se
alinham paralelas umas às outras, formando pacotes (Figura 4-28). A orientação das unidades ou laths em
um pacote são limitadas, e freqüentemente grandes volumes de laths em um pacote têm apenas uma
orientação. Além disso muitos dos contornos dentro de um pacote são de baixo-ângulo e como uma
aproximação, todo o pacote tem essencialmente uma orientação.
.
FIGURA 4-27(a esquerda) FIGURA 4-28 (a direita)
Liga 4140 totalmente temperada e revenida; a Martensita em ripas em uma liga 4130
amostra foi austenitizada a 843ºC e resfriada em (Hardenability with Applications to Steel”
óleo, e logo após revenida a 315ºC; a estrutura AIME,1978)
consiste de martensita revenida.
Propriedades Mecânicas
As propriedades mecânicas de algumas das ligas da série 41xx estão listadas na Tabela
4-12 para as condições normalizadas e recozidas. O efeito da temperatura de revenimento nas
propriedades mecânicas destas ligas estão mostradas na Tabela 4-13. O grau de amolecimento
com o aumento da temperatura nos aços baixa-liga Cr-Mo é essencialmente o mesmo daquele
mostrado pelos aços baixa-liga ao molibdênio.
TABELA 4-12
Propriedades mecânicas de aços baixa-liga ao cromo-molibdênio
normalizados e recozidos
Limite de Resistência, Elongação, % Redução Dureza Resistência
escoamento, a tração, em área, % Brinell ao Impacto
AISI N.º Tratamento psi psi ( Izod), ft*lb
4130 Normalização (1600 ºF) 63250 97000 25,5 59,5 197 63,7
Recozimento(1585ºF) 52250 81250 28,2 55,6 156 45,5
TABELA 4-13
Propriedades mecânicas de aços baixa-liga ao cromo-molibdênio
temperados e revenidos
TABELA 4-14
Composições químicas de aços baixa-liga ao níquel-cromo-molibdênio
Liga Composição química nominal wt%
AISI - SAE Nº. C Mn Ni Cr Mo
4320 0,2 0,55 1,83 0,5 0,25
4340 0,4 0,6 1,83 0,8 0,25
8620 0,2 0,8 0,55 0,5 0,2
8640 0,4 0,88 0,55 0,5 0,2
O níquel combinado com o cromo produz um aço baixa-liga com maiores limites
elásticos, maior temperabilidade, e altas resistências ao impacto e à fadiga, quando
comparados com os aços carbono. A adição de cerca de 0,2% Mo aumenta a temperabilidade
ainda mais e minimiza a susceptibilidade dessas ligas à fragilização ao revenido. As ligas
4320 e 4340 são usadas como componentes com alta resistência. Quando resistências um
pouco menores são requeridas, as ligas 8620 e 8640 com menores níveis de níquel são usadas.
Ambas as ligas da série 8620 são usadas em forjamentos que requerem alta resistência.
Estrutura
A liga 4340 será selecionada como exemplo para as mudanças estruturais que
acontecem na série 43xx – aços níquel-cromo-molibdênio.
Propriedades Mecânicas
O níquel aumenta a resistência da liga 4340, visto que é solúvel tanto em austenítica
como na ferrita. A resistência à tração da liga 4340 na condição de temperada e revenida a
315ºC é de cerca de 250 ksi. As propriedades mecânicas de algumas das ligas 43xx e 86xx
estão listadas na Tabela 4-15 para as condições de normalizadas e recozidas e na Tabela 4-16
para o estado de temperadas e revenidas. No revenimento, há um declínio na resistência,
similar ao “amolecimento” dos aços carbono, mas a maiores níveis de resistências.
TABELA 4-15
4340 Normalizado (1600 ºF) 125000 185500 12,2 36,3 363 11,7
Recozido (1490 ºF) 68500 10800 22 49,9 217 37,7
8620 Normalizado (1675 ºF) 51750 91750 26,3 59,7 183 73,5
Recozido (1600 ºF) 55875 77750 31,3 62,1 149 82,8
8630 Normalizado (1600 ºF) 62250 94250 23,5 53,5 187 69,8
Recozido (1550 ºF) 54000 81750 29 58,9 156 70,2
FIGURA 4-35
Gráficos mostrando os efeitos do revenimento nas propriedades mecânicas da liga AISI 4340
e AISI 4340 com adição de 2% de silício. Os aços foram temperados a partir de 870 e 950ºC,
respectivamente.
FIGURA 4-36
Energia absorvida na fratura de aços liga 300M refundidos ao ar e vácuo (propriedades
transversas).
Nesta seção dois tipos de fragilização ao revenido comumente exibidos pelos aços
baixa-liga com alta resistência serão discutidos. Estes tipos foram denominados como
fragilização ao revenido de um-passo e fragilização ao revenido de dois-passos por Briaint e
Banerji.
FIGURA 4-37
Comparação de curvas de fragilização a um-passo para aços liga 4340 puro (B1) e comercial
(B7); note a ausência de fragilização na liga pura.
FIGURA 4-38
Mudança no modo de fratura como função da temperatura para uma liga 4340 comercial (B7);
note que a depressão na curva de fragilização corresponde à máxima quantidade de fratura
intergranular.
A fragilização a dois passos ocorre quando aços liga revenidos são isotermicamente
envelhecidos na faixa de temperaturas de 375 a 560ºC ou são vagarosamente resfriados após o
revenimento. Este tipo de fragilização ao revenido é atribuída à segregação de impurezas para
os contornos de grão, pois se as impurezas são removidas do aço, este não se torna fragilizado
durante o envelhecimento. Quando as impurezas são segregadas para os contornos de grão, o
modo de fratura frágil é intergranular, como mostrado na Figura 4-39.
a) b)
FIGURA 4-38
Comparação de (a) fratura por clivagem em um aço liga temperado e revenido e (b) fratura
intergranular em um aço liga temperado, revenido e envelhecido.
Dos muitos estudos que têm sido feitos sobre fragilização a dois-passos, as seguintes
conclusões gerais podem ser feitas:
Composição
Aços maraging são uma classe de aços com alta resistência que são caracterizados pelos
muito baixos teores de carbono e o uso de elementos substitucionais para produzir o
endurecimento por envelhecimento nas martensitas de ferro-níquel. O nome maraging foi
inventado de uma combinação de martensita e do inglês age hardening (endurecimento por
envelhecimento).
Aços maraging contendo 18% Ni juntamente com adições de Co, Mo, Ti e Al têm sido
estabelecidos como aços estruturais de ultra alta resistência. Os limites de escoamento
nominal desses aços na condição de totalmente envelhecidos são 200, 250, 300 e 350 ksi e as
designações correspondentes para eles são 18Ni(200), 18Ni(250), 18Ni(300) e 18Ni(350). A
Tabela 4-17 lista as composições químicas destes aços maraging.
Formação Martensitica
FIGURA 4-40
Mudança na temperatura de transição dúctil-frágil como função da concentração de impurezas
nos contornos de grão; a liga 3340 (3,5% Ni e 1,7% Cr) foi dopada individualmente com
0,06% P, 0,06% Sb ou 0,06% Sn.
FIGURA 4-41
Fragilização ao revenido de dois-passos de um aço 3,5% Ni, 1,7% Cr, 0,008% C e 0,06% Sb,
mostrando como o aumento do tempo de envelhecimento aumenta a temperatura de transição
dúctil-frágil, e como a quantidade de Ni e Sb segregados nos contornos de grão é diminuída.
A liga foi austenitizada, temperada e então envelhecida a 520ºC.
TABELA 4-17
Composições químicas nominais dos aços maraging
FIGURA 4-43
Micrografia de transmissão eletrônica dos precipitados em um aço-maraging 18% Ni(250)
envelhecido por 8 h a 485ºC.