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abaixo.
Homo erectus
[Imagens encontradas em http://www.baa.duke.edu/classes/course_images/Homo%20erectus.jpg e
http://www.nhm.ac.uk/hosted_sites/paleonet/Forum/vol2no5/BL/BL_oval1.Html]
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arte.
Por falar em história da arte, você sabia que talvez a mais antiga
representação da deusa Vênus era esculpida em calcário e foi encontrada em
Willendorf, uma cidade da Áustria, e por isso ficou conhecida como Vênus de
Willendorf? Não que ela tenha sido a única. Esses nossos antepassados
cultuavam muito a figura feminina, pois a identificavam com a deusa da
fertilidade ou com a Deusa-Mãe, a Mãe-Terra. Outras Vênus, ou estatuetas
femininas pré-históricas são a Vênus de Lespugne, encontrada na França, a
Dama de Brassempouy, encontrada também na França, e talvez a mais antiga
representação de uma face humana, a estatueta de Kostienki, na Rússia, entre
outras.
Abaixo imagens da Vênus de Willendorf e de uma pintura de animais na
caverna de Lascaux, na França.
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diversidade das línguas.
Para Fiorin, “As línguas e a linguagem inscrevem-se num espaço real,
num tempo histórico e são faladas por seres situados nesse espaço e nesse
tempo. No entanto suas origens dão-se num tempo mítico, num mundo
desaparecido e os protagonistas de seu aparecimento são os heróis
fundadores”. No caso das civilizações judaico-cristãs encontramos seus
protagonistas nos relatos de Moisés sobre a Criação, o Dilúvio e sobre o
Começo das Nações e dos Idiomas, eventos citados no livro do Gênesis, o
primeiro dos cinco livros bíblicos que compõem o Pentateuco.
No capítulo 1 do Gênesis, que, como vocês sabem, significa Origem,
Nascimento, lemos que no princípio de tudo a terra era sem forma e vazia e,
nesse momento, Deus cria o mundo falando. “Deus disse: haja luz. E houve
luz. Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas”. Por
ser a linguagem um atributo da divindade, ao mesmo tempo em que Deus vai
fazendo as coisas, vai também nomeando-as: “E Deus chamou à luz dia, e às
trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro”. (Ver SAIBA MAIS)
Nos capítulos seguintes vamos entendendo a criação do primeiro
homem, Adão, e de seus descendentes, a procedência das nações e das
línguas. Tudo começou no sexto dia. Depois de criar os animais e os répteis,
Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança”. E o homem foi feito, modelado com o pó da terra e com o sopro
divino, que o transformou numa alma vivente. Deus atribui ao homem o dom da
linguagem, já que é ele quem nomeará todas as coisas viventes, inclusive a
mulher que havia sido feita de sua costela: “Esta é agora osso dos meus
ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão
foi tomada”.
Expulsos do Jardim do Éden por terem comido o fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva foram lavrar a terra e, de seus
descendentes, nascerão Sem, Cam e Jafé, filhos de Noé, que depois do
dilúvio, gerarão suas famílias que serão responsáveis pelo povoamento da
terra, dando origem às nações e às línguas, finalizando o predomínio da
linguagem primordial, a língua adâmica.
No capítulo 11 Moisés narra que até então a terra tinha uma só língua e
um só idioma e que os descendentes de Sem haviam se deslocado para a
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região de Sinar, no extremo sul da Mesopotâmia, nome dado pela Bíblia à
Suméria. Ali eles começaram a edificar uma cidade e uma torre “cujo cume
toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados
sobre a face de toda a terra”.
Ao ver a cidade e a torre Deus entendeu que, se os filhos do homem
continuassem, não haveria restrições para suas pretensões. Decidiu ali mesmo
confundir a linguagem, para que um não entendesse a língua do outro, e
espalhou-os sobre a face de toda a terra. A essa região Deus deu o nome de
Babel.
Se acreditamos ou não no mito, não é passível de discussão nesse
curso. Mas, segundo Forin, foi a narrativa do dilúvio que serviu de fundamento
para a hipótese da monogênese das línguas e as primeiras famílias lingüísticas
descobertas foram denominadas a partir dos nomes dos três filhos de Noé. A
família de Sem suscitou as línguas semíticas, da linhagem de Cam nasceram
as línguas camíticas, enquanto os descendentes de Jafé fomentaram as
línguas jaféticas.
Atualmente, embora existam várias famílias lingüísticas, os maiores
grupos em termos de línguas são os das famílias Níger-Congo, Austronésia,
Trans-Nova Guineense, Indo-européia, Sino-tibetana e Afro-asiática, conforme
dados coletados por Raymond Gordon Jr, editor do Ethnologue: Languages
of the World1, em 2005.
Fechando o parêntese, voltemos aos homens de Cro-Magnon. Como
vocês já devem ter percebido, quando nós falamos sobre os homens de
Cro-Magnon, ou nos referimos ao homem de Neanderthal, ao homem de
Java, etc,, estamos falando sobre um ou vários grupos de pessoas que
possuíam características e hábitos semelhantes. Entretanto, isso não
quer dizer que esses grupos habitavam necessariamente os mesmos
locais, Os homens de Cro-Magnon, por exemplo, habitavam tanto em
algumas regiões da Europa quanto no Oriente Médio.
Vimos antes que esses homens já haviam começado a desenvolver uma
economia de subsistência, a domesticação de animais, como cães, ovinos e
bovinos, e, o que é mais importante, dado início ao plantio de tubérculos, frutas
e hortaliças, ou seja, começavam a abandonar o nomadismo por uma vida
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mais sedentária, o que, por sua vez, provocou o estabelecimento definitivo de
uma vida em sociedade e, consequentemente, os avanços culturais que tal
feito acarreta.
Foram construídas as primeiras casas de barro, junco ou madeira,
surgindo as primeiras aldeias. A necessidade de armazenar os alimentos e as
sementes para cultivo levou à criação de peças de cerâmica, que foram pouco
a pouco ganhando fins decorativos. Gradualmente começaram a abandonar a
pedra e o osso na confecção de seus instrumentos substituindo-os pelo cobre,
o bronze e pelo ferro. Estabeleceram uma divisão sexual do trabalho:
enquanto as mulheres teciam, faziam cestos e cuidavam da plantação, os
homens cuidavam dos animais e construíam casas e paliçadas.
Todos esses fatores, mais o aumento natural das populações e os
eventuais excessos da produção agrícola, levaram as várias tribos existentes a
estabelecerem contatos tanto com as aldeias mais próximas quanto com as
mais distantes, estimulando o intercâmbio cultural e econômico. Como vocês
podem deduzir os conflitos desencadeados pelos mais variados motivos
tornaram necessário o surgimento de regras e acordos para evitá-los ou
resolvê-los. Estamos a um passo de deixarmos a pré-história para entrarmos
na historia e na civilização. Adivinharam o que falta?
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entenderiam. Em outras palavras, aquelas pictografias passaram a ter
significado.
Segundo os pesquisadores Philippe Breton e Serge Proulx [2202: 18], a
história da invenção da escrita, como técnica de transcrição da língua falada,
se realiza em duas grandes ondas sucessivas, correspondentes a dois modos
de escrita materialmente diferentes: a escrita ideográfica e a escrita alfabética.
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os gregos a chamavam. A escrita hieroglífica além de pictográfica era ao
mesmo tempo ideográfica, ou seja, além de usar imagens bastante
simplificadas para representar objetos concretos, usava-as também para
representar idéias abstratas. Empregava o princípio do rébus, o ideograma no
estágio em que deixa de significar diretamente o objeto que representa para
indicar o fonograma correspondente ao nome desse objeto.
Segundo a calígrafa Izabel Cecchini, como essas imagens eram
freqüentemente mal interpretadas, já que o mesmo som era utilizado em várias
palavras, foram introduzidos mais dois sinais, sendo um para indicar como elas
deveriam ser lidas e outro para lhes dar um sentido geral. Os hieróglifos eram
escritos em vários sentidos, da esquerda para a direita, da direita para a
esquerda ou mesmo de cima para baixo. A colocação das palavras, do ponto
de vista gramatical, era seqüencial, primeiro o verbo, seguido pelo sujeito e
pelos objetos direto e indireto.
A escrita hieroglífica era monumental e religiosa, uma vez que era
utilizada principalmente para inscrições formais nas paredes de templos e
túmulos e para registrar os acontecimentos mais importantes do império. Para
o uso cotidiano, os egípcios desenvolveram mais dois tipos de escrita: a
hierática, por volta de 2400 a.C., escrita cursiva utilizada na maior parte dos
textos literários, administrativos e jurídicos, e o demótico, a escrita do povo, por
volta de 500 anos antes de nossa era. A escrita demótica era uma simplificação
da escrita hierática, que, por sua vez, era uma redução da hieroglífica.
2 A pedra de Roseta foi descoberta em 1799 pelos soldados de Napoleão na cidade de Rashid (Roseta), a
leste de Alexandria.e tem gravado um decreto de Ptolomeu V, datado de 196 A.C., registrado em
caracteres hieróglifos, em caracteres demóticos e em caracteres gregos. A pedra foi decifrada pelo francês
Jean François Champollion em dois anos, de 1822 a1824.
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Por volta de 2500 a 2200 a.C. os egípcios descobriram que podiam
utilizar as películas da parte exterior da haste da planta aquática papiro como
suporte para seus registros. Primeiro eles cortavam as películas em lâminas
muito finas e as colavam formando uma espécie de compensado de folhas.
Essas folhas eram superpostas com as fibras cruzadas para aumentar a
espessura e a resistência do produto, eram polidas com óleo, colocadas para
secar e comprimidas com uma pedra lisa.
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hieroglíficos quanto sinais da língua semítica ocidental. Esses pesquisadores
nomearam essa escrita como proto-sinaítica e a consideram como o sistema
precursor do primeiro alfabeto consonantal, uma vez que conseguiram
identificar de maneira inequívoca as letras B, H, L, M, N, Q, T e dois sons
hebraicos, aleph e ayin.
Esse primeiro alfabeto foi criado e disseminado pelos fenícios entre 2000
e 1700 a.C e era constituído por vinte e oito letras, das quais vinte e seis eram
consoantes. Com o tempo, o alfabeto passou a ter apenas vinte e duas letras e
foi adaptado por vários povos em consonância com suas línguas, tais como a
árabe, a hebraica, a aramaica, a tamúdica, a púnica e, principalmente, a grega.
Embora fosse utilizado por praticamente todas as culturas, o alfabeto
fenício, pela ausência de vogais, terminava por dar margem a muitas
ambigüidades. Se os semitas e fenícios provocaram uma verdadeira revolução
na estrutura social e cultural da antiguidade com a criação do alfabeto
consonantal, foram os gregos, entre os séculos VIII e IV antes de nossa era, os
responsáveis por uma das mais significativas realizações dos seres humanos:
a inserção de vogais no alfabeto fenício, sendo um dos fatores históricos
preponderantes para o desencadeamento dos grandes movimentos da ciência,
das artes e da religião.
[Imagem 4 – Tabela do alfabeto grego com os vários tipos de sinais usados pelas diferentes
polis. In http://victorian.fortunecity.com/vangogh/555/Spell/Gk-alph2.gif].
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Descobriram também que era sua capacidade de produzir, armazenar e
fazer circular a informação a força motriz de sua evolução e sobrevivência
como espécie humana.
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possibilitando a dobra de suas folhas para a montagem de cadernos,
conhecidos como códices ou manuscritos. Os primeiros livros foram escritos
em pergaminho, como, por exemplo, os livros do antigo testamento, a Ilíada e a
Odisséia e as primeiras tragédias gregas. Embora o papel tenha sido inventado
na China, no ano 105, por Ts'ai Lun, um alto funcionário da corte do imperador
Chien-Ch'u, da dinastia Han (206 a.C. a 202 da era cristã) contemporânea do
reinado de Trajano em Roma, só em 1150, através dos árabes, chegou à
Espanha, onde foi criada a primeira indústria de papel da Europa.
Ainda como códice o livro começou a ser um suporte de comunicação e,
segundo Pierre Grimal, “Em Roma, as livrarias, como as salas de declamação,
eram o ponto de encontro dos connaisseurs, que debatiam problemas literários:
os jovens escutavam, os antigos clientes peroravam, em meio aos livros cujos
rolos, cuidadosamente reproduzidos, alinhavam-se acima deles. A porta da loja
era coberta de inscrições que anunciavam as obras à venda. (...) A publicidade
estendia-se nos pilares vizinhos. Essas lojas de livreiros situavam-se,
naturalmente, nas vizinhanças do fórum”3.
Foi em Roma, também, que surgiu o primeiro verdadeiro jornal, os Acta
diurna, uma publicação gravada em tábuas de pedra e afixada nos espaços
públicos, criada em 59 a.C. por ordem de Júlio César, que registrava trabalhos
do Senado, fatos administrativos, notícias militares, obituários, crônicas
esportivas, e vários outros assuntos.
Com o fim do Império Romano e antes do advento da imprensa, foram
estabelecidos pelo menos quatro tipos de redes de comunicação, segundo
estima John B. Thompson [1998]: A primeira era a estabelecida e controlada
pela Igreja Católica; a segunda, aquelas mantidas pelas autoridades políticas
dos estados e principados, que operavam tanto dentro dos territórios
particulares de cada estado quanto entre os estados que mantinham relações
diplomáticas; a terceira rede estava ligada à expansão da atividade comercial;
e, finalmente, a constituída por comerciantes, mascates e entretenedores
ambulantes. Esses disseminavam as informações nas reuniões em mercados
ou em encontros nas tabernas.
Segundo Thompson, ao longo dos séculos XV, XVI e XVII, estas redes
de comunicação foram submetidas a dois desenvolvimentos-chave. Em
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primeiro lugar, alguns estados começaram a estabelecer serviços postais
regulares que rapidamente cresceram em disponibilidade para uso geral, e, em
segundo, foi o uso da imprensa na produção e disseminação de notícias.
[Imagem 6 - Book of hours, use of Paris. Paris: Phillippe Pigouchet for Simon Vostre, 25 April 1500.
Printed on vellum. In http://www.grolierclub.org/incunabula.htm]
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