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com/x-562-Book-Examiner~y2008m12d24-The-Twilight-
vs-Harry-Potter-Debate-Question-2
24 de Dezembro, 12:43 AM
por Michelle Kerns, Book Examiner
Dê uma olhada nas respostas para a Questão #1 aqui, se você perdeu.
Questão #2: Como você acha que o enredo geral dos livros pode ser
comparado? Uma série é mais rica e mais complexa que a outra?
A coisa que eu mais amo sobre a série é que a primeira vez que você a lê,
os primeiros livros não são nada mais do que uma boa história infantil. Sim,
é divertido ler sobre um garoto comum que se aventura como bruxo, mas
não é profundo. À medida que a série se desenvolve, sua ligação e seu
entendimento do que está acontecendo aumentam. Quando você chega ao
final, você está tão envolvido com essa história incrivelmente complexa que
você não pode parar de passar por todos os eventos na sua cabeça. Quando
você lê a série pela segunda vez, todas as pistas se tornam evidentes e
você percebe que essa história nunca foi só uma história infantil. Agora você
vê a história pelos olhos do Diretor que precisa preparar um garoto que ele
ama para uma perda incrível e de alguma maneira encontrar força para
deixar esse pequeno garoto ferido enfrentar muita tristeza e finalmente
deixa-lo enfrentar sua última batalha sozinho. A história se torna
completamente diferente e você começa a ver a história em vários níveis
diferentes. A história acaba no mesmo lugar que começou e você se dá
conta o quão longe você foi desde aquele início inocente.
Forever Dawn pode ter sido a intenção original, mas não se encaixa mais na
história. Porque SM não conseguiu casar Bella
logo depois de seu penúltimo ano do Secundário,
ela recorre à exploração de um relacionamento
com um lobisomem que distrai do amor
1
A expressão latina deus ex machina significa literalmente “Deus surgido da máquina” e tem origem no
teatro grego, quando um Deus era literalmente baixado por um guindaste até o local da encenação, para
amarrar todas as pontas soltas da história. Hoje, a expressão serve para indicar um desenvolvimento de
uma história que não leva em consideração sua lógica interna e é tão inverossímil que permite ao autor
terminá-la com uma situação improvável, porém mais palatável, quando uma pessoa ou uma coisa que de
repente aparece e resolve uma dificuldade aparentemente insolúvel. (Nota do tradutor).
obsessivo por um vampiro. A cena em Eclipse, no topo da montanha, em
que Bella beija Jacob porque ele a ludibria, é tão idealizada que eu não pude
acreditar que alguém cairia nessa a não ser que quisesse, e então a história
não é mais sobre seu amor eterno por Edward. As cenas entre Jacob e Leah
levam a história numa direção, mas já que esse não era o plano original
para os personagens, SM largou essa trama e pegou uma que deixa muitas
perguntas sem respostas e muita insatisfação, para justificar um ano
merecedor da obsessão por Jacob. De alguma maneira, isso deveria encobrir
a história e dar uma desculpa para o relacionamento de Bella e Jacob.
Até mesmo as pessoas que gostam da série vão concordar que “Breaking
Dawn foi bom exceto por” e então citar a impressão de mau gosto, os
entediantes capítulos dos Vulturi que não levaram a nada, todos os
momentos que acabam com cortes, os capítulos de Jacob, ou como a
história dos vampiros novos e seus poderes estava fora. Para que os fãs
aceitem um enredo, ele tem que ser crível e a supressão da descrença pode
levar você só até o limite da lógica, e a razão previne você de acreditar mais
na história. A idéia de Twilight é boa, mas a direção que a saga tomou não é
um encerramento viável para a história.
Ms. Juliana Gomes: Eu não acho que a série Harry Potter seja mais
complexa que a série Twilight, mas eu realmente acho que é um pouco mais
rica (não que o enredo de Twilight não seja – eu amo ambos os livros e eu
sei o quão incríveis eles são).
Ainda que Stephenie Meyer seja uma escritora fantástica – uma das
melhores, de fato -, J.K. Rowling é como uma Deusa, mais que um gênio.
Porque Bella e Edward vivem um romance – um de tirar o fôlego, eu tenho
de dizer -, então o enredo e a história são voltados principalmente para isso,
e só isso. Mesmo que exista James, Victoria e os Vulturi, os livros são sempre
sobre Bella e Edward se amando e lutando para ficarem juntos. A série
Harry Potter, por outro lado, é muito mais do que
isso – é sobre ação, magia, amizade, família, o
sentido da vida, e, claro, sobre o amor. E
enquanto Stephenie focou em escrever enredos
diferentes para cada livro – primeiro salvando
Bella de James, depois resgatando Edward dos
Vulturi, então novamente salvando Bella, mas de
Victoria, e então salvando Renesmee dos Vulturi
-, J.K.Rowling permaneceu com o mesmo enredo,
a mesma história – com a relação Harry-
Voldemort -, mas de uma maneira que faz com
que tudo se conecte. É como se quando ela
estivesse escrevendo o primeiro livro, ela já
soubesse o que aconteceria no sétimo, mesmo
antes de escrevê-lo, porque as histórias dos sete
livros se interligam.
Mas ambos os enredos são sobre sempre lutar pelo que você quer,
protegendo aqueles que você ama (embora soe brega quando eu digo isso).
Srta. Victoria Landaker: Eu tenho que dizer que o enredo geral da série
Potter é bem mais intricado que o da série Twilight, principalmente por
causa da quantidade de atenção que J.K Rowling colocou no progresso da
história. Isso não significa que Stephenie Meyer não colocou a mesma
atenção na série Twilight; significa meramente que cada minúsculo detalhe
que aparece nos primeiros livros da série de Rowling, tem um imenso papel
na trama mais tarde. Por exemplo, ninguém teria adivinhado que a coroa
que apareceu por um breve instante em Enigma do Príncipe, na Sala
Precisa, acabaria sendo uma Horcrux em Insígnias da Morte. Esses
pequenos detalhes, assim como o desenvolvimento dos personagens,
contribuem para o enredo rico dos livros de Potter.