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DICOM V3.0 1
RESUMO
O padrão DICOM ( Digital Imaging Communication in Medicine ) especifica um protocolo de
transferência de dados, formato de imagem digital, e uma estrutura de arquivo para imagens
médicas e informações co-relatas. O objetivo deste trabalho é estudar o padrão DICOM v3.0,
seus protocolos, suas aplicações e limitações.
O tema deste artigo é o padrão DICOM versão 3.0 ou simplesmente DICOM ( Digital
Imaging and Communication in Medicine ). O DICOM é um padrão desenvolvido
pelo American College of Radiology ( ACR ) em associação com National Electronics
Manufacturer’s Association ( NEMA ), ele permite que dispositivos que criam ou
trabalham com imagens médicas troquem estas imagens assim como informações
relacionadas a elas. O artigo se justifica pois O DICOM é largamente usado hoje em
dia pela maioria dos fabricantes de equipamentos médicos.
O Objetivo do trabalho é estudar o padrão DICOM, estabelecer uma visão geral do
seu funcionamento, apresentar informações relevantes para o seu entendimento e
implementação.
Embora o padrão não tenha sido alterado, 23 suplementos foram adicionados para
tratar de mudanças e necessidades que surgiram desde a criação do padrão
original. Atualmente o padrão DICOM consiste em 18 volumes contendo
informações sobre protocolos de transferência de dados , formato de imagem digital
e estrutura de arquivo para imagens médicas e informações co-relatas. O objetivo
específico do artigo é colher as informações relevantes do padrão, descrevendo
suas funções e mostrando exemplos.
VISÃO GERAL
O DICOM estabelece informações detalhadas de como devem ser projetadas as
interfaces que possibilitarão a intercomunicação de equipamentos de aquisição de
1
Artigo final da especialização em Redes de Computadores 2002 da Universidade Salvador – UNIFACS
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Graduado em engenharia Elétrica pela UFBA, pós-graduando em Redes de Computadores pela Universidade
Salvador – UNIFACS. E-mail ronaldog2207@uol.com.br
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Mestre em Informação Estratégica pela UFBA - Universidade Federal da Bahia, Especialista em Administração
pela UNIFACS - Universidade Salvador, Graduado em engenharia Mecânica pela UFRJ - Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Professor de cursos de Extensão e Graduação e Pós-graduação na UNIFACS _ Universidade
Salvador, FTE - Faculdade de Tecnologia Empresarial e de Graduação nas Faculdades Jorge Amado, Consultor
nas áreas de Gestão Estratégica, Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva, Membro Consultivo da
EngenAr - Empresa Júnior de Engenharias e Arquitetura da UNIFACS - Universidade Salvador. E-mail
miltonsampaio@aol.com
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MENSAGEM DICOM
Informação é comunicada através da interface de rede em uma mensagem DICOM.
Esta mensagem é composta de um conjunto de comandos seguido de um conjunto
de dados. O conjunto de comando é usado para indicar operação e notificação que
serão executados no conjunto de dados. A estrutura geral de uma mensagem
DICOM é mostrada na figura 3.1
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Figura 3.1
CONJUNTO DE COMANDO
CONJUNTO DE DADOS
Figura 3.2
O conjunto de dados ( Data Set ) é composto de diversos elemento de dados fig.
3.2, cada elemento de dado é composto de três ou quatro campos, etiqueta ( tag ),
representação de valor ( VR ), tamanho do valor, e campo de dados. Os elementos
de dados são definidos unicamente por uma etiqueta (Tag). Os elementos de dados
devem ser ordenados de acordo com a etiqueta em ordem crescente.
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ETIQUETA
Grupo Descrição
Exemplo de Etiquetas
0008 0016 SOP Class UID Define a classe par serviço-objeto (SOP)
SINTAXE DE TRANSFERÊNCIA
tanto de forma nativa ( sem compressão ) como comprimidas por algum formato que
não esteja no padrão DICOM .
A sintaxe de transferência é definida pelo UID visto no item anterior, para forma
nativa temos:
Tipo UID
Explicit VR – LE 1.2.840.10008.1.2.1
Tipo UID
RLE 1.2.840.10008.1.2.5
JPEG 1.2.840.10008.1.2.4.50
JPEG-LS 1.2.840.10008.1.2.4.80
PROTOCOLOS
NOME TIPO
A-ASSOCIATE Confirmado
A-REALEASE Confirmado
IOD NORMALIZADO
A tabela acima identifica e define os módulos que compõem o IOD Patient, cada
módulo faz referência a outra tabela que possui os atributos de cada modulo, todos
estes dados podem ser encontrados detalhados no padrão DICOM parte 3 apêndice
B e C.
Destacamos abaixo os atributos mais importantes deste IOD, assim como a etiqueta
relativa aos mesmos e o módulo a que o atributo pertence.
Patient Medical Medical Alerts (0010,2000) Condições que a equipe médica deve
estar alerta
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IOD Composto
IOD Descrição
CR Radiografia Digital
CT Tomografia Computadorizada
MR Ressonância Magnética
NM Medicina Nuclear
SC Filmes Escaneados
US Ultrassom
XA Angiografia
XA Angiografia Bi-Plana
XR Fluoroscopia
O IOD composto chamado MR especifica uma imagem que foi criada por um
equipamento de ressonância magnética. O IOD MR deve conter todas as
informações relevantes para este tipo de imagem, a tabela abaixo mostra alguns dos
atributos que fazem parte deste IOD. A lista completa dos atributos para qualquer
IOD composto pode ser encontrada nos apêndices A, B e C da parte 3 do padrão
DICOM.
SOP SOP Class UID (0008,0016) Identificador único da classe SOP ( 6.1)
Common
CLASSES SERVIÇOS
O DICOM especifica tipos de comunicação chamadas classes de serviço DICOM. A
funcionalidade do DICOM é expandida quando classes de serviços são adicionadas.
As entidades podem exercer tanto a função de usuário como de provedor de um
determinado serviço, a esta função chamamos respectivamente SCU ( service
Class User ) e SCP ( Service Class Provider ). A interação entre as entidades de
aplicação ocorre em um modelo cliente-servidor, o SCU atua como cliente e o SCP
como servidor. As funções SCU/SCP são determinadas durante o estabelecimento
da associação.
Como o protocolo DICOM cobre quase todos os aspectos da transmissão de
informação relevantes para as aplicações de radiologia, nenhum fabricante
implementa todas as classes de serviço que o protocolo oferece. Cada fabricante
escolhe implementar uma parte dos serviços DICOM que aumentarão a
funcionalidade de um sistema em particular. Por exemplo um CT ( tomografia
computadorizada ) não necessita ser uma impressora de imagens também, portanto
os CTs somente implementam aquelas classes de serviço que estão alinhadas com
a sua finalidade.
As classes de serviço são:
Verificação
Protocolo de comunicação para assegurar que os dispositivo de rede estão
conectados corretamente antes do inicio da comunicação.
• Gerenciamento de listagens das modalidades ( Modality Worklist
Management )
Gerencia o fluxo de dados da rede interna do hospital ( utilizando um servidor RIS –
Radiology Informaton System) para o equipamento de imagem. O servidor RIS
funciona como um SCU que envia a informação de agendamento para o
equipamento que funciona como SCP.
• PPS - Performed Procedure Step
Uma vez que o exame já foi realizado o equipamento comunica com o servidor RIS
através do serviço DICOM PPS, para avisar que o exame foi concluído. Desta vez o
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equipamento médico funciona como cliente (SCU) e o servidor RIS como provedor (
SCP)
• Store
Serviço utilizado para armazenamento de imagem, o equipamento como cliente
(SCP) utiliza este serviço para enviar uma imagem para uma estação de trabalho ou
para uma arquivo de imagem (SCP)
• Storage Commit
É importante que o equipamento gerador da imagem saiba que as imagem foram
guardadas com sucesso no arquivo de imagem, para que as mesmas possam ser
apagadas do equipamento de origem liberando espaço em disco. Através do serviço
Store Commit o arquivo de imagem informa ao equipamento médico que agora é
responsável pela as imagens transmitidas
• Print
Serviço que possibilita as funcionalidades necessárias para a transferências de
imagem de um equipamento ou estação de trabalho para uma impressora de papel
ou de filme fotográfico.
• Query/Retrieve
Serviço que permite ao usuário (SCU) visualizar a lista de exames do provedor
(SCP) e transferir as imagens desejadas. Ao utilizar este serviço, um usuário em
uma estação de trabalho pode visualizar a lista de exame de um equipamento
médico remoto, escolher os exames desejados e visualiza-los em sua estação.
Uma classe SOP ( Service-Object Pair ) é definida pela união de um IOD com um
grupo de serviço. A definição de determinada classe SOP contem as regras e a
semântica que podem restringir o uso de serviços no grupo de serviço e/ou nos
atributos do IOD.
A seleção da classe SOP é utilizada pela entidade de aplicação para estabelecer um
conjunto de capacidades que atendam a sua interação.
Um exemplo de classe SOP seria a classe chamada “CT image store”, proveniente
da união do serviço de armazenamento ( store ) com o IOD CT Image, nesta classe
estariam as regras e serviços utilizados para o armazenamento de imagens geradas
por um tomógrafo. As classes SOP são determinadas de acordo com o identificador
único UID, visto anteriormente
Exemplos UID Classe SOP
Tipo UID
MR Store 1.2.840.10008.5.1.4.1.1.4
CT Store 1.2.840.10008.5.1.4.1.1.2
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde a descoberta do raio-x em 1895 até bem pouco tempo atrás, a única forma de
visualizar uma imagem médica era através de um filme radiográfico colocado em um
negatoscópio. Com o aparecimento dos equipamentos digitais, essas imagens
passaram ser transmitidas e armezadas digitalmente. A questão central passou a
ser o compartilhamento da informação.
O compartilhamento das informações, através das tecnologias de redes, permite que
médicos possam obter segundas opiniões de especialistas em qualquer parte do
mundo, possibilita que mais de um médico possa acessar exames
simultaneamente. O armazenamento digital permite manter o histórico de um
paciente de modo que qualquer médico possa acessa-lo quando for necessário.
Novas possibilidades, ainda pouco exploradas, como a teleradiologia, permitem que
médicos possam ver seus exames e fazer seus laudos mesmo que seus pacientes
estejam a milhares de quilômetros de distância. Os novos monitores de alta
definição possibilitam que os médicos vizualizem seus exames sem a necessidade
de impressão em pelicula, reduzindo os custos e aumentando a eficiencia e rapidez
dos sistemas de saúde.
Tudo isso torna-se possível através das operações com imagens médicas digitais,
tais como armazenamento, transferência e impressão. Como vimos neste artigo,
essas operações seriam muita mais trabalhosas, e muitas vezes inviáveis se
utilizassemos protocolos de comunicação genéricos ao invés dos procolos descritos
no padrão DICOM, estes oferecem funcionalidades que resultam em uma total
integração dos diversos dispositivos em uma rede de imagens médicas. Através do
padrão DICOM, que hoje é aceito por toda indústria médica, a informação pode ser
compartilha facilmente independente do tipo de equipamento que a gerou, do
fabricante ou da sua localização.
REFERÊNCIAS
Bidgood, W. Dean Jr., Horii, Steven C., Prior, Fred W., and Syckle, Donald E. Van,
“Understanding and Using DICOM, the Data Interchange Standard for Biomedical Imaging”,
Journal of the American Medical Informatics Association Volume 4 Number 3 May / Jun
1997