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___________________________________________________________________________
2003
2
SUMÁRIO
4. DIREITO CONSTITUCIONAL................................................................
6. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.................................................................
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................
2
1. DIREITO E HISTÓRIA
em torno das relações entre direito e história, entre relato e verdade. O presente
trabalho pretende afirmar que a história do direito pode ter sido utilizada como
oxigena a cultura geral do operador jurídico, que alarga horizontes, que fomenta a
que revela mistérios, que apresenta exemplos, que prevê tempos vindouros.
1
António M. Hespanha, Panorama Histórico da Cultura Jurídica Européia, p.18.
2
Idem. Ibidem. p.19.
3
Ricardo Marcelo Fonseca, Walter Benjamin, a Temporalidade e o Direito, in A Escola de Frankfurt
e o Direito, págs. 75-86. Trata-se de texto seminal para reflexões a propósito da historiografia
jurídica, com importantíssima incursões em Walter Benjamin e em António M. Hespanha.
4
António M. Hespanha, Poder e Instituições no Antigo Regime, p.12.
5
Max Weber, Sociologia, p.131.
6
Harold J. Berman e Charles Reid Jr., Max Weber as Legal Historian, in The Cambridge
Companion to Max Weber, p. 226.
3
Tradição que remonta a Vico percebe monumental afresco da história que radica na
subjetividade do narrador19: cada época constrói a sua história dos romanos e dos
impessoalidade objetiva dos nexos causais20. É que só o próprio tempo escolhe uma
7
Michael Inwood, Dicionário Hegel, p. 160 e ss.
8
G.W.F. Hegel, Filosofia da História, p. 34.
9
Karl Marx, O Dezoito Brumário de Louis Bonaparte, p. 15.
10
Terence Ball, History: Critic and irony, in The Cambridge Companion to Karl Marx, p. 124 e ss.
11
Ernst Breisach, Historiography, p. 297 e ss.
12
Maria das Graças de Souza, Ilustração e História, p. 23.
13
Marcos Antônio Lopes, Voltaire Historiador.
14
Philippe Tétart, Pequena História dos Historiadores, p. 94.
15
Rogério Forastieri da Silva, História da Historiografia, p. 104.
16
Walter Benjamin, Illuminations, p. 255.
17
José Reinaldo de Lima Lopes, p.18.
18
Hayden White, Metahistory, the Historical Imagination in Nineteenth – Century Europe.
19
Giambattisco Vico, A Ciência Nova, p. 353 e ss.
20
Miguel Reale, Horizontes do Direito e da História, p. 16.
21
Adam Schaff, História e Verdade, p. 115.
22
Benedetto Croce, A História, p. 25.
4
não pode ser neutro26, mesmo porque tem estilo que o identifica27. A escrita da
que se deve duvidar desse progresso, como já alertara Walter Benjamin na XIII Tese
23
R.G. Collingwood, The Idea of History, p. 231 e ss.
24
R.G. Collingwood, The Principles of History, p. 140 e ss.
25
Edward Hallet Carr, Que é História, p. 63.
26
Michael Löwy, Ideologias e Ciência Social, p. 71.
27
Peter Gay, O Estilo na História.
28
François Hertog, O Espelho de Heródoto, p. 97 e ss.
29
Jacqueline de Romilly, História e Razão em Tucídides, p. 157 e ss.
30
Georg G. Iggers, Historiography in the Twentieth Century, p. 134 e ss.
31
Antonio Carlos Wolkmer, História do Direito no Brasil, p. 11 e ss.
32
Conferir José Carlos Reis, Escola dos Annales; Carlos Antonio Aguirre Rojas, Os Annales e a
Historiografia Francesa; Fernand Braudel, Escritos sobre a História; Peter Burke, A Escrita da
História; Marc Bloch, Introdução à História.
33
Marshall Berman, Tudo que é sólido desmancha no ar, p. 22.
34
Walter Benjamin, op.cit., loc.cit.
35
Conferir Leandro Konder, Walter Benjamin, o marxismo da melancolia; Pierre Missac, Passagem
de Walter Benjamin; Andrew Benjamin e Peter Osborne, A Filosofia de Walter Benjamin; Jeanne
Marie Gagnebin, História e Narração em Walter Benjamin; David Held, Introduction to Critical
5
por um salto de tigre que açambarca algo que faz o presente coincidir com a história
juristas. Essa história oficial do direito, que toma o passado com uma neutralidade
mundo caminha para o melhor dos mundos possíveis, concretizado nos excertos
Theory , p. 207 e ss.; Rolf Wiggershaus, The Frankfurt School, p. 191 e ss.; Martin Jay, The
Dialectical Imagination, p. 204 e ss.; Marshall Bermann, Aventuras do Marxismo, p. 260 e ss.
6
que nos dão conta de que a história dos institutos jurídicos poderiam ser utilizadas,
Não há direta pretensão de crítica infundada dos autores de direito que seguem.
aleatoriamente escolhidos manuais de processo civil (de uso nos cursos superiores)
e, depois, livros de história do processo civil, mais ao gosto de operadores com base
no processo.
manuais. Eliezer Rosa, Moacir Lobo da Costa e Edson Prata escreveram sobre a
uma evolução. Reconhece o pouco que sabemos sobre o processo grego, observa o
36
Humberto Theodoro Júnior, Curso de Direito Processual Civil, v.1, p.10 e ss.
7
primeiro deles (das legis actiones) que era excessivamente solene e obedecia a um
entre as partes. Por fim, a propósito da cognitio extraordinária, observou que foi
dessa fase que surgiram os germes do processo civil moderno39. Nominou de direito
189143. O Código de 1939 (da comissão de Pedro Batista Martins, aprovado por
Francisco Campos) teria surgido como um código unitário, substituído pelo Código
37
Idem. Ibidem. p.11.
38
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
39
Idem. Ibidem. p.12.
40
Idem. Ibidem. p.13.
41
O que suscita riquíssima discussão epistemológica a respeito do status científico do direito
processual. A propósito, conferir Max Weber, Metodologia das Ciências Sociais, parte 2, p. 107-
154.
42
Humberto Theodoro Júnior. Op. cit, p.15
43
Idem. Ibidem. p.16.
8
primeiro dos positivistas, que não se negava a cumprir leis injustas), Platão (e seu
espírito grego foi filosófico, o gênio romano foi jurídico46. Lacônico para com o
inegavelmente foi a doutrina cristã que mais valorizou a pessoa humana47. Teceu
escolástica. Elogiou a Magna Carta (de 1215), tendo o documento inglês como o
marco decisivo entre o sistema de arbítrio e real e a nova era das garantias
44
No que seria contestado por F. Nietzsche e O. Spengler.
45
Vicente Greco Filho. Direito Processual Civil Brasileiro. 1.v.,p.17 e ss.
46
Idem. Ibidem. p.18.
47
Idem. Ibidem. p.19.
48
Idem Ibidem. p.20.
49
Idem Ibidem. p.28 e ss.
50
Paulo Lúcio Nogueira. Curso Completo de Processo Civil. p.6.
9
737, pela Consolidação das Leis do Processo de 1876, pelos códigos estaduais,
pelo CPC de 1939. A respeito do período atual (a edição que uso é de 1992)
romana:
ordenações.
entre eles: Francisco Paula Batista, Correia Teles, Pimenta Bueno, Arouche de
51
Idem Ibidem. p.12.
52
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
53
Moacyr Amaral Santos. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. v.1, p.37 e ss.
54
Idem Ibidem. p.38.
55
Idem Ibidem. p.47.
10
Moreira, Rogério Lauria Tucci, Arruda Alvim56. Fez também referência a Enrico Tullio
Francisco Morato, entre outros. Eliézer Rosa percebeu no passado a presença útil
processual civil brasileiro, dividindo-o em cinco períodos, que explicita em seu livro
conteúdos jurídicos e literários. Objetivo, indicou 1822 como marco para concepções
coisas como realmente teriam acontecido (Leopold Ranke) livre de seu momento
56
Idem Ibidem. p.58 e ss.
57
Idem Ibidem. p.57.
58
Eliézer Rosa. Capítulos de História do Direito Processual Civil Brasileiro.p.20.
11
assírio:
59
Moacir Lobo da Costa. Breve Notícia História do Direito Processual Civil Brasileiro e de sua
Literatura. p.29.
60
Edson Prata. História do Processo Civil e sua Projeção no Direito Moderno. p.21 e 22.
61
Idem Ibidem. p.23.
62
Idem Ibidem. p.24.
63
Idem Ibidem. p.28
64
Idem Ibidem. p.30 e ss.
65
Idem Ibidem. p.38.
66
Idem Ibidem. p.55 e ss.
67
Idem Ibidem. p.57.
12
que limitou de 568 a 1.088 d.C., especificando legislação de francos, suecos, godos,
saxões e lombardos68.
processual na história75. A obra chama atenção pelo presenteísmo, por esse olhar
68
Idem Ibidem. p.85 e ss.
69
Idem Ibidem. p.96 e ss.
70
Idem Ibidem. p.125.
71
Idem Ibidem. p.142 e ss.
72
Idem Ibidem. p.179 e ss.
73
Idem Ibidem. p.181.
74
Idem Ibidem. p.291 e ss.
13
prospectivo), o presente trabalho afirma que a história pode ser apropriada pelos
3. DIREITO PENAL
cambiante, volátil. Certa harmonia indica que a humanidade evolui, o que contraria
75
César Fiuza. Direito Processual na História.
14
poder.
historiador do século XIX, acusado por Walter Benjamin (na VII tese sobre a Filosofia
modo a identificar o “talião”, (...) que limita a reação à ofensa a um mal idêntico ao
religião no direito romano80. Informou que o direito penal germânico primitivo não era
76
Julio Fabrini Mirabete. Manual de Direito Penal. v.1, p.35-45.
77
Idem. Ibidem. p.35.
78
Idem. Ibidem. p.36.
79
Idem. Ibidem. p.37.
80
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
15
composto de leis escritas, mas constituído apenas pelo costume81. Pranteou o direito
escola positiva, para quem o crime é fenômeno natural e social86. No que toca à
história do direito penal no Brasil, lembrou a confusão entre crime e pecado feita
81
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
82
Idem. Ibidem. p.38.
83
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
84
Idem. Ibidem. p.38 e 39.
85
Idem. Ibidem. p.41.
86
Idem. Ibidem. p.42.
16
curso para explorar a evolução histórica das idéias penais, as doutrinas e escolas
pelo Código de Hamurabi, pelo Pentateuco, pelo Código de Manu90. Percebeu uma
doutrinas e escolas penais, citando Bentham, que considerava a pena um mal para
87
Idem. Ibidem. p.45.
88
Magalhães Noronha. Direito Penal. p. 28 e ss.
89
Idem. Ibidem. p.28.
90
Idem. Ibidem. p.29.
91
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
92
Idem. Ibidem. p.32.
93
Idem. Ibidem. p.35.
17
o indivíduo, que a sofre, e para a coletividade, que lhe suporta os ônus94. Identificou
nativos:
apontando o Areópago, (...) o mais célebre tribunal (...) competente para julgar os
94
Idem. Ibidem. p.39.
95
Idem. Ibidem. p.40.
96
Idem. Ibidem. p.52.
97
Idem. Ibidem. p.63.
98
Idem. Ibidem. p.65.
99
Idem. Ibidem. p.68 e ss.
18
cominava pena capital101. Sumariou o processo penal romano, afirmando que havia
processo penal privado e processo penal público, embora ambos sob controle do
Estado102. Entre os germânicos, informa que o ônus da prova era do réu e não do
autor. O réu deveria demonstrar sua inocência, sob pena de ser condenado103. Do
processo canônico adiantou-se para o sistema inquisitivo nas legislações laicas, que
revolução francesa; segundo Tourinho Filho, (...) a maior revolução de que se tem
memória.104
sob a ótica dos direitos fundamentais da pessoa, dedicando cerca de seis páginas
ao tema105. Seria impugnado por Nietzsche, por conta da forma como pranteou
Sócrates:
inegavelmente foi a doutrina cristã que mais valorizou a pessoa humana, definindo o
100
Tourinho Filho. Processo Penal. v. 1, p.71-85.
101
Idem. Ibidem. p.72.
102
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
103
Idem. Ibidem. p.75.
104
Idem. Ibidem. p.79.
105
Vicente Greco Filho. Manual de Processo Penal. p. 20-66.
106
Idem. Ibidem. p.20.
19
(...) a idéia de direitos individuais (...) ainda não se formara no sentido de hoje, de
direitos iguais para todos e que contra todos podem ser contrapostos108. Discorreu
república110.
por um mesmo fio condutor, que conduz aos tempos de hoje, matizados pela
que a história no direito é serva de uma razão instrumental, hoje criticada pelas
(Histórie) a história do direito penal carece entre nós de metodologia informada por
história do direito penal prepara o ouvinte para que se sinta presente no melhor dos
personagem de Voltaire, que filosofou sobre a história, dizendo que sempre vivemos
107
Idem. Ibidem. p.21.
108
Idem. Ibidem. p.23.
109
Idem. Ibidem. p.28.
110
Idem. Ibidem. p.28 e ss.
20
4. DIREITO CONSTITUCIONAL
progresso, de evolução.
manuais de uso acadêmico. Falarei de José Afonso da Silva, Celso Ribeiro Bastos,
111
José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. p.71-92.
112
Idem. Ibidem. p.72.
113
Idem. Ibidem. p.76.
21
114
Idem. Ibidem. p.77.
115
Idem. Ibidem. p.78.
116
Idem. Ibidem. p.81.
117
Idem. Ibidem. p.83.
118
Idem. Ibidem. p.83 e 84.
119
Idem. Ibidem. p.87.
22
dicotomia política que formatou o texto de 1934125, em que pese marcada por ideário
120
Idem. Ibidem. p.90.
121
Celso Ribeiro Bastos. Curso de Direito Constitucional Positivo. p.49-92.
122
Idem. Ibidem. p.49.
123
Idem. Ibidem. p.50.
124
Idem. Ibidem. p.60.
125
Idem. Ibidem. p.61.
126
Idem. Ibidem. p.67.
127
Idem. Ibidem. p.68.
128
Idem. Ibidem. p.79.
129
Idem. Ibidem. p.86.
23
normativa:
regulamentação.138
130
Idem. Ibidem. p.87 e ss.
131
Pinto Ferreira. Curso de Direito Constitucional.p.55-78.
132
Idem. Ibidem. p.55.
133
Idem. Ibidem. p.56.
134
Idem. Ibidem. p.59.
135
Idem. Ibidem. p.64.
136
Idem. Ibidem. p.67.
137
Idem. Ibidem. p.70.
24
elogiando-o:
de 1988.
138
Idem. Ibidem. p.76.
139
Manuel Gonçalves Ferreira Filho. Curso de Direito Constitucional. p.3-8.
140
Idem. Ibidem. p.3.
141
Idem. Ibidem. p.4.
142
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
143
Idem. Ibidem. p.5 e 6.
144
Idem. Ibidem. p.6.
145
Idem. Ibidem. p.7.
25
como passos de uma evolução, que conduz para textos que qualificam coerência no
5. DIREITO DO TRABALHO
dogmático. Insisto que o texto tem por objetivo provocar reflexão, e nada mais.
Afinal, qual a relação entre história e direito? E ainda, quais as finalidades do uso da
trabalho dedica dois capítulos ao tema. Apresentou uma história geral do direito do
trabalho, que antecede a muito bem elaborada história do direito laboral no Brasil.
constitucional de 1988150.
publicaram curso em 1981, que dedica cerca de dez páginas à história do direito do
qual vinculam Thomas Newcomen e James Watt. Aquele teria descoberto a máquina
146
Amauri Mascaro Nascimento. Iniciação ao Direito do Trabalho, p.27.
147
Idem. Ibidem. P.28.
148
Idem. Ibidem. P.29.
149
Idem. Ibidem. Loc. cit.
150
Idem. Ibidem. Loc. cit.
27
sociologia, que nos fornece a precisa idéia do grupo social oprimido153. Os autores
baianos exploraram o mundo liberal clássico, invocaram Adam Smith e J.B. Say e
abolição da escravatura, que é sucedida por época que vai até Vargas, que daria
é citado, com sabor de previsão, pelo que o estagirita teria observado que a
151
Orlando Gomes e Elson Gottschalk. Curso de Direito do Trabalho. v.1, p.1.
152
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
153
Idem. Ibidem. Loc Cit.
154
Idem. Ibidem. P. 6 e ss.
155
Idem. Ibidem. P. 8 e ss.
156
Arnaldo Süssekind et alli. Instituições de Direito do Trabalho. p. 27 e ss.
157
Idem. Ibidem. p.28.
28
Novarum, observando:
158
Idem. Ibidem. p.32.
159
Idem. Ibidem. p.40.
160
Idem. Ibidem. p.76 e 77.
161
Evaristo de Moraes Filho. Introdução ao Direito do Trabalho. p.46.
29
ao profissional do direito uma visão universal dos institutos jurídicos. Quaisquer das
162
Idem. Ibidem. p.46 e ss.
163
Idem. Ibidem. p.49.
30
6. DIREITO PREVIDENCIÁRIO
de Otto von Bismarck e a Bula Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, são referências
linearidade evidencia avanço, crescimento. Admite-se ainda que muito poderá ser
164
Idem. Ibidem. p.50.
165
Idem. Ibidem. p.50 e ss.
31
espírito pró-germânico, matizado por herança que finca passos em Goethe, Wagner,
que pese duas guerras mundiais desastrosas, uma divisão dolorosa e uma
reunificação traumática que marcaram o país, previdência social há. Mas a quem
166
Wladimir N. Martinez, Princípio, de Direito Previdenciário, p. 25.
167
Günter Wallraff, Cabeça de Turco.
168
Sergio Pinto Martins, Direito da Seguridade Social, p. 21.
169
Idem. Ibidem. Loc cit.
32
asséptica figura de uma lei para amparo aos pobres. O referido autor também
170
Idem. Ibidem. p. 22
171
Idem. Ibidem. Loc cit.
172
Idem. Ibidem. Loc cit.
173
Idem. Ibidem. p. 22.
174
Odonel urbano Gonçalves, Manual de Direito Previdenciário, 19 e 20.
175
Idem. Ibidem. 20.
33
século passado, situação que ainda subsiste, infelizmente, se permitido certo juízo
axiológico.
que dera início à implantação da previdência social no Brasil177. Sérgio Pinto Martins
primeira entidade previdenciária que funciona entre nós178. Discorreu sobre os textos
1988179. Odonel Urbano Gonçalves traçou nota parecida, indicando vários textos
desenhar certa evolução histórica linear, que permite que o leitor admita o sistema
impressão que o maior interessado observa passivo o caminhar dos fatos, e que
deve externar felicidade por viver num mundo que traduz racionalidade e ordem.
176
Wladimir N. Martinez. Op. cit., p.26.
177
Idem. Ibidem. p.25.
178
Sérgio Pinto Martins. Op. cit. p.23.
179
Idem. Ibidem. p.23 e ss.
34
principais da presente reflexão, que propõe que a história pode ser utilizada pelo
operador jurídico, em texto de doutrina, evidenciando certa linearidade que pode não
atestar a verdade. Não que a operação seja consciente, por parte de quem escreve,
de justificar o sistema com base ao passado. Trata-se de traço ideológico que marca
nosso modelo cultural, objeto das críticas que formam certo pensamento rebelde que
considerações seguintes.
180
Odonel Urbano Gonçalves. Op. cit., p.20 e ss.
35
Enquanto o filósofo alemão sentiu distinta temporalidade na história, que não seria
escrevendo:
1316, sendo uma cópia da instituição muçulmana, que buscava recursos nas
rendas do Real Erário e dos donatários, observando que (...) inexistia organização
181
Bernardo Ribeiro de Moraes. Compêndio de Direito Tributário, v.1, p.101.
182
Walter Benjamin, Illuminations, p.258.
183
Bernardo Ribeiro de Moraes, op. cit., p.103.
184
Idem. Ibidem. p.108.
185
Idem. Ibidem. p.111.
36
Governador-Geral. A Coroa ficaria (entre outros) com direitos das alfândegas reais,
Coroa Real ficaria também com o quinto dos metais e das pedras preciosas. Já o
mais variadas.187
sisas dos bens de raiz, de meias sisas de escravos, de impostos de selo sobre
papéis (que teriam vigorado até 1965), de direitos de entrada de escravos novos188,
Ribeiro de Moraes:
186
Idem. Ibidem. p.113.
187
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
188
Idem. Ibidem. p.116.
37
caótica.
café com leite. Identificou também a instituição do imposto de renda em 1922193, ano
prevista pelo texto legal, dada (...) a determinação de que nenhum imposto gravará
autoritarismo da constituição de 1937, pelo que (...) tal Carta representa uma
teria havido (...) sensível alteração, para melhor, na nova discriminação de rendas
189
Idem. Ibidem. p.119.
190
Idem. Ibidem. p.121
191
Idem. Ibidem. p.123.
192
Idem. Ibidem. p.130.
193
Idem. Ibidem. p.133.
194
Idem. Ibidem. p.135.
195
Idem. Ibidem. p.138.
38
1964:
196
Idem. Ibidem. p.139.
197
Idem. Ibidem. p.142.
198
Idem. Ibidem. p.144.
199
Idem. Ibidem. p.147.
200
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
201
Idem. Ibidem. p.148.
202
Idem. Ibidem. p.189.
203
Aliomar Baleeiro. Uma Introdução à Ciência das Finanças, p.10-28.
39
(tema desse seu livro, que agora comento). Aliomar percebeu a autonomia da
ciência das finanças no século XIX, porém indicou fontes mais antigas, a exemplo de
compêndio com síntese de nossa história tributária. Eu levanto, tão somente, uma
8. DIREITO AMBIENTAL
204
Idem. Ibidem. p.20.
205
Idem. Ibidem. p.13 e ss.
40
muitos antigos. É o caso, por exemplo, de excerto de livro que estuda a evolução do
direito ambiental:
ao método, não quanto ao fundo. O citado autor (cuja excelente obra ganhou
206
Juraci Perez Magalhães. A Evolução do Direito Ambiental no Brasil, p.2.
207
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
208
Idem. Ibidem. p.16.
41
de interpretação, uma fase fragmentária e (por fim) uma fase holística. Com muita
209
Idem. Ibidem. p.17.
210
Paulo de Bessa Antunes. Direito Ambiental, p.41.
211
Idem. Ibidem. p.42.
42
E continuaram, sinteticamente:
212
Antônio Herman V. Benjamin. Introdução ao Direito Ambiental Brasileiro, artigo in Revista de
Direito Ambiental, n.14, p.50-51.
213
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
214
Elida Séguin e Francisco Carrera, Planeta Terra, p.37.
43
história pode ter para a exposição sistemática do direito ambiental. Pode ser
instrumental crítico para que se lembre que nem todas as épocas são iguais. Pode
impulsos primários, como queria Freud, ou por oposição de classe, como queria
Marx, ou por mundo que pode melhorar, como sugere otimismo conceitual, que
9. DIREITO CIVIL
215
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
44
direito de família.
Arnoldo Wald:
216
R.C. van Caenegem. Uma Introdução Histórica ao Direito Privado. p. 117-147.
217
Arnoldo Wald. Curso de Direito Civil Brasileiro, Introdução e Parte Geral, p.21.
45
218
Silvio Rodrigues, Direito Civil, Parte Geral, p.8.
219
Idem. Ibidem. p.11.
220
Idem. Ibidem. p.12.
46
Assim:
221
Maria Helena Diniz. Curso de Direito Civil Brasileiro. 1.v., p.42.
222
Carlos Alberto Bittar, Curso de Direito Civil, v.1, p.5.
223
Washington de Barros Monteiro. Curso de Direito Civil, Parte Geral, p.55.
47
observando:
224
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
225
Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, v.1. p.15-16.
226
Idem. Ibidem. p.16.
227
Idem. Ibidem. p.58.
48
de capacidade:
228
Orlando Gomes, Introdução ao Direito Civil, p.44.
229
Idem. Ibidem. p.47.
230
Clóvis Beviláqua, Teoria Geral do Direito Civil, p.127.
49
Benjamin, a história matiza salto de tigre que faz do passado uma presa de nossos
tempos.
observou:
231
Idem. Ibidem. p.101.
50
232
Fran Martins, Curso de Direito Comercial, p.5.
233
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
234
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
235
Idem. Ibidem. p.6-7.
51
236
Idem. Ibidem. p.8-9.
237
Dílson Dória, Curso de Direito Comercial, v.1, p.14.
238
Idem. Ibidem. p.15.
52
quando,
opinião com Waldemar Ferreira, não deixando de observar no entanto que o texto
239
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
240
Idem. Ibidem. p.16.
241
Idem. Ibidem. p.17.
242
Idem. Ibidem. p.19.
243
Idem. Ibidem. p.20.
244
Idem. Ibidem. p.21.
53
escrevendo:
histórica dos comerciantes (conceito subjetivo) e também como disciplina dos atos
245
Rubens Requião, Curso de Direito Comercial, p.8-14.
246
Idem. Ibidem. p.8.
247
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
54
família real para o Brasil, a Lei da Boa Razão e a plausibilidade do uso do direito
que:
248
Idem. Ibidem. p.16.
249
Idem. Curso de Direito Falimentar, v.1, p.5-20.
250
Idem. Ibidem. p.6.
55
nossos tempos:
pela economia liberal, pelo que criticou a intolerância e a severidade com o que o
251
Idem. Ibidem. Loc. Cit.
252
Idem. Ibidem. p.6-7.
253
Idem. Ibidem. p.7.
254
Idem. Ibidem. p.9.
56
como fruto de uma evolução linear, mostrando-se nosso tempo como civilizado,
ambiguidades.
255
Idem. Ibidem. p.10.
256
Idem. Ibidem. p.16.
257
José Xavier Carvalho de Mendonça, Tratado de Direito Comercial Brasileiro, p.4 e ss.
57
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