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Grupo de trabalho:
Carolina Rebelo
Joana Martins
Júlia Marinho
Laura Teixeira
Letícia Costa
Docente:
Professora Carla Teixeira
Canidelo, 2010/2011
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Índice
Introdução 4
D. José I de Bragança: A sua vida… 5,6,7,8
Despotismo Esclarecido: Analogia 9
D. José I e o Estado Português 10,11,12,13,14,15,16,17,18
Esquema síntese 19
Conclusão 20
Bibliografia 21
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Introdução
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D. José de Bragança:
A sua vida…
Ainda que casado, diz-se que o monarca levava uma vida de boémia em relação a
mulheres, sendo que teve muitas amantes. O que desde logo causou grande
desassossego à rainha. A mesma, contrariamente a grande parte da população do seu
tempo, era contra o adultério, de forma que tomou medidas que visavam a distracção
do rei, de modo a afasta-lo das suas amantes. Para este efeito a rainha organizava uma
série de eventos distractivos. Organizava caçadas, festas, bailes, espectáculos,
banquetes, touradas e idas à ópera. Todos estes eventos afastaram o rei, não só das
suas amantes, mas também do seu reino. Tal afastamento foi permitido, pois o
monarca convocou para junto de si homens da sua confiança. Entre eles destacou-se
Sebastião José de carvalho e Melo, no qual D. José I tinha a maior das confianças.
Sebastião José Carvalho e Melo ficou conhecido por Marquês de Pombal, título
que lhe proporcionou a sua marca na história portuguesa. Devido à confiança que o
monarca depositava em si, este conseguiu modernizar Portugal. Esta modernização
feita por Sebastião, juntamente com o abandono das responsabilidades do reino por
parte do monarca fez com que a sua época fosse designada de pombalina e não de
josefina.
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Foi então, com a chegada de Marquês de Pombal, que o monarca ficou conhecido
por – D. José I o reformador. Foi-lhe atribuído esse cognome devido às reformas feitas
por Sebastião Melo durante o seu reinado. Reformas que dinamizaram o país,
principalmente a nível industrial.
Em 1774 o rei apresentava uma grande noção de escrúpulos e ansiava por passar
o resto da sua vida na busca pela salvação da sua alma. Mais tarde, já nos finais de 1776
o monarca impede Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, de entrar
na sua câmara. Iniciando assim a decadência de Sebastião Melo. Nesse mesmo ano, a
29 de Novembro, o monarca ‘caiu’ doente entregando a regência á sua rainha.
Acabando, assim, por falecer aos sessenta e três anos, em Fevereiro de 1777.
Encontrando-se sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora.
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Documento 1: Os estudos do Rei D. José I
“entrou o Príncipe de tenros anos a aplicar-se á língua latina em que o instruiu Padre António Stieff,
da Companhia confessor da Rainha sua mãe religioso douto e mui versado nas humanidades (…) e entrou
em outros estudos, tomando lições de geografia, e náutica, que lhe explicava Manuel Pimentel (…). Na
mesma ocupação lhe sucedeu o brigadeiro Manuel da Maia (…). Entrou por diversas partes da matemática
com tão admirável compreensão que soube aritmética tão perfeitamente e com tanta exacção que não é
fácel achar nos tribunais muitos oficiais da Fazenda que o compitam e ninguém que o iguale na geometria
de Euclides e na prática. Fez-se senhor das línguas italiana, francesa e espanhola (…) como da história
profana, eclesiástica e matemáticas militares de fortificação, ofensa e defesa de praças, aquartelamento de
exércitos, formas de batalha e todas as sortes de manejos de esquadrões em que fundamentalmente é
muito dextro e igualmente na geografia, náutica, artilharia, estática, mecânica, gnomónica, e usos de
instrumentos matemáticos”.
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Fig.2 Expulsão dos Jesuítas. Ordenada por Marquês de Pombal
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O despotismo esclarecido:
Analogia
O despotismo esclarecido ou absolutismo ilustrado surgiu como um reforço ao
absolutismo. Esta estratégia política visava a junção do poder régio absoluto com as
inovações culturais do iluminismo, sendo que propõe o progresso e reforma do país de
forma a desenvolver o mesmo e a centralizar o poder absoluto. Obviamente, não foi
um movimento político levado totalmente a cabo, pois em alguns casos só algumas
ideias iluministas foram contempladas.
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D. José I e o Estado Português:
A organização política de Marquês de Pombal
Descendente de uma família nobre, que não era dotada de grandes fortunas,
estudou na universidade de Coimbra, onde não ficou muito tempo pois, desde logo,
encontrou dificuldades em aceitar algumas disciplinas.
Já em Portugal, após o falecimento de D. João V, que por sua vez nada gostava
de Carvalho, e com a subida ao trono de D. José I, Sebastião foi nomeado Secretário
dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Seis anos mais tarde foi nomeado ministro do
Reino. Com este cargo e com a sua soberba inteligência, pôde, rapidamente, verificar
que Portugal precisava de várias mudanças, de modo a tornar o reino mais
desenvolvido.
Posto isto, podemos enumerar várias reformas feitas pelo Marquês de Pombal
quer a nível económico e político-administrativo, quer a nível social e cultural.
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no mais popular, ainda, perante D. José I, que aumentou a sua confiança neste. De
facto, a confiança que o rei tinha no Marquês de Pombal aumentou de tal forma, que a
partir dai começou a conceder-lhe, gradualmente, o poder total do reino.
Apenas três anos mais tarde, um outro acontecimento marcante veio delinear a
administração de Marquês de Pombal, o processo dos Távora. Após o atentado contra
o rei, o Marquês de Pombal culpabiliza toda a Família dos Távora e o Duque de Aveiro.
À que fazer notar que, a culpa atribuída aos Távora e ao Duque derivou, puramente, de
uma mediada politica promulgada por Marquês de Pombal, que queria reforçar o
poder do rei através da submissão da nobreza, grupo privilegiado. Os Távora e o
Duque foram executados de formas cruéis à vista de todos, servindo, assim, de
exemplo a todos os que se opusessem ao poder do rei. Pela acção rápida que Carvalho
teve fase o processo do Távora, o rei atribui-lhe o título de Conde de Oeiras em 1759.
Atribuindo-lhe, em 1770 o título de Marquês de Pombal.
Com todos os títulos que vinha a adquirir por parte do monarca e com os dois
acontecimentos referidos anteriormente, o Marquês de Pombal angariou um vasto
poder, que lhe permitiu fazer uma série de reformas, sem qualquer tipo de intromissão
por parte do rei, de modo a desenvolver o reino português.
Sebastião Melo governou com mão de ferro, impondo leis a todas as ordens
sociais, desde o simples plebeu ao grande senhor nobre. Podemos começar por dizer
que foram, como todas as outras medidas, medidas tomadas para fortalecer o poder
absoluto do rei. Como principal medida estabeleceu a submissão dos grupos
privilegiados, que visava o afastamento do poder dos membros da nobreza que
desempenhava cargos importantes e que, por isso, faziam frente ao rei. Obrigaram-se
os casamentos entre a “primeira nobreza da corte” e classes sociais inferiores, de
modo a retirar poderes à mesma e atribuí-los à burguesia. Pois, uma das medidas
sociais era a ascensão da burguesia, através da atribuição de cargos e casamentos com
nobres. Foi desta altura a morte dos Távora, que como já foi referido, diz-se que
atentaram contra o rei, sendo que foram punidos, sem provas, em praça pública para
serviram de exemplo a todos que se opusessem ao poder real. Acabando, assim, com
as disputas entre o rei e a nobreza. Marquês de Pombal foi, ainda, o grande
responsável pela expulsão dos jesuítas da metrópole e das colónias. Esta expulsão foi
feita com base em duas grandes razões expostas por Carvalho Melo. Primeiramente, a
expulsão ocorreu um ano depois do atentado sofrido pelo rei, de modo que o Marquês
explicou a expulsão dizendo que estes foram os instigadores desse mesmo atentado e
por isso os queria fora do país. Em seguida, explicou tal expulsão dizendo que a
Companhia de Jesus agia como um poder autónomo dentro do Estado Português e
que, por isso, atrasava o desenvolvimento do país.
Foi através de todos estes feitos que Sebastião José de Carvalho e Melo -
Marquês de Pombal e Conde de Oeiras - conseguiu um desenvolvimento notável do
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país, a todos patamares: económico, político-administrativo, social e religioso. Foram,
também, estes feitos que fizeram de Carvalho, uma das personagens mais carismáticas
e controversas da história portuguesa.
Um poder mais soberano que o do próprio rei, que perdurou durante todo o
reinado de D. José I, até que a sua sucessora, D. Maria I subiu ao trono e iniciou o
principio do fim de Marquês de Pombal.
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Documento 8: A reconstrução de Lisboa
“ Em 1758, foi aprovado o projecto definitivo para a reconstrução de Lisboa. As ruas largas e com passeios
foram traçadas de forma geométrica. Os foram normalizados, ou seja, foi adoptada uma tipologia rigorosa
em que não era permitido o mais pequeno ornamento que os individualizasse. Nas janelas, flores e alegretes
foram proibidos. Como técnica anti-sísmica, instalou-se nos edifícios a estrutura da gaiola, uma estrutura
interna de madeira que evitava a derrocada. Para evitar a propagação dos fogos, introduziu-se o corta-fogo,
distância calculada entre os edifícios. Os prédios, com fachadas sóbrias e iguais tinham quatro andares.
Sendo o rés-do-chão para lojas.”
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Documento 9: Vinho do Porto
“ O vinho do povo dos princípios do século XVIII não era igual ao de hoje. Os exportadores limitavam-se a
adicionar aguardente ao vinho, sem o deixarem envelhecer primeiro. Até ao fim do século era uma bebida
para trabalhadores. Os exportadores de Porto, no entanto, aprenderam que deviam deixar envelhecer a
mistura durante três anos. O vinho do Porto envelhecido na garrafa só se pode fazer quando apareceram as
garrafas cilíndricas, por volta de 1770. Estas, diferentes das garrafas altas e de gargalo que se usavam antes,
podiam ser armazenadas na posição horizontal, som o vinho em contacto com a rolha, o que era necessário
para que se desse o envelhecimento.”
Nenhuma pessoa se poderá vestir de pano que não seja fabricado neste Reino (…).”
Art.2º. – É estipulado que sua majestade britânica (…) será obrigada, daqui em diante, a admitir na Grã-
Bretanha os vinhos de Portugal, de sorte que em tempo algum (…) não se poderá exigir os direitos de
alfândega (…) mais que se costuma pedir para igual quantidade ou medida de vinho de França.”
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Documento 12: 1759 – Expulsão dos jesuítas
“ Declaro os súbditos regulares (da companhia de Jesus) na referida forma corrompidos, deploravelmente
alienados do seu santo instituto, e manifestamente indispostos com tantos, tão abomináveis, tão
inveterados e tão incorrigíveis vícios para voltarem observância dele, por notórios rebeldes, traidores,
adversários e agressores, que tem sido e são actualmente, contra a minha real pessoa e Estados, contra a paz
pública dos meus reinos e demónios, e contra o bem comum dos meus fieis vassalos; ordenando que como
tais sejam tidos, havidos e reputados; e os hei-de desde logo, em efeito desta presente lei, por
desnaturalizados, por proscritos e exterminados; mandando que efectivamente sejam expulsos de todos os
meus reinos e domínios, para neles não mais poderem entrar; e estabelecendo, de baixo de pena de morte
natural e irremissível e de confiscação de todos os bens para o meu fisco e câmara real, que nenhuma pessoa,
de qualquer estado e condição que seja, de nos meus reinos e domínios entrada ao súbditos Regulares ou
qualquer deles, ou que com eles, junta ou separadamente, tenha qualquer verbal ou por escrito, ainda que
hajam saído da referida Sociedade e que sejam recebidos ou professos em quais quer outras províncias de
fora dos meios reinos e domínios, a menos que as pessoas que os admitirem, ou praticarem, não tenham para
isso imediata e especial licença minha (…).”
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Fig.9 Actuação da Inquisição
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Fig. 11 Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal
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Fig.13 Imponente Estatua de Marquês de Pombal, manda construir em 1934, por Oliveira
Salazar
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Esquema Síntese
Absolutismo:
D. José I
Despotismo Esclarecido:
Marquês de Pombal
Conclusão
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Chegado o final deste trabalho é, também, chegada a hora de tirarmos algumas
conclusões. Podemos, então, dizer que foi realmente um trabalho muito envolvente,
na medida que foi muito trabalhoso e longo. A realização do mesmo teve duas
vertentes que despertaram as nossas emoções, isto é, alguns factos, tais como, a
reconstrução de Lisboa e as medidas tomadas a nível de desenvolvimento do país,
despertaram admiração e orgulho, por serem medidas inteligentes tomadas no nosso
país. Já o processo dos Távora, a nosso ver, foi um acontecimento tétrico que desperta
um sentimento de, alguma, revolta.
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Bibliografia
OLIVEIRA, Ana, História 8, Texto Editores, Lisboa, 2005, páginas 110,114,116,132
RIBEIRO, Alexandre, História de Portugal, vol. VI, Redacção QuiNovi, Matosinhos, 2004,
páginas 37-75
História de Portugal, vol. XVI, Redacção QuiNovi, Matosinhos, 2004, páginas 60-64
História de Portugal, vol. XVII, Redacção QuiNovi, Matosinhos, 2004, páginas 86, 87
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