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Em tom bem humorado, a narrativa revela a história de um jovem músico que atuava nos grupos de baile (conjuntos de música pop), tendo com pano de fundo as significativas mudanças comportamentais vividas por uma geração, o período do Regime Militar, os movimentos culturais do Brasil e do mundo e a educação (formal ou não) da época. De certa forma, pelo personagem central temos também um perfil psicológico da juventude que renasceu desde a chamada “Invasão Britânica”.
"Mesmo sendo associado a vários clubes de leitores, nunca li/vi ou fiquei sabendo sobre alguma publicação que revelasse a vida dos músicos daquela época. Refiro-me as bandas de rock que animavam bailes e que tais. Assim, baseado em eventos reais criei o personagem central e, locais que parecessem qualquer lugar do Brasil, e certamente para um público-leitor na faixa entre os 20 e os 60 anos".
O Autor
João Carlos de Mendonça nascido em Goiana-PE em 20 de março de 1956, vive desde a infância em Recife. É psicólogo e músico (bissexto), mantém uma página no Facebook onde escreve sobre música popular desde 2010 chamada SÁBADO SOM (atualmente seus textos são reproduzidos no blog Cinegrafando. Com e eventualmente no blog O Baú do Edu, de Brasília) que deu origem a seu primeiro livro, SÁBADO SOM (O blog que virou livro!).
João Carlos de Mendonça
Lembranças musicais de uma época
Recife
2016
. . .
Copyright © 2016 João Carlos Washington de Mendonça
Todos os direitos desta edição reservados ao autor.
EDIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
EDITORAS.COM
Folha de rosto
Créditos
Para...
PREFÁCIO
01. DO AUTOR
02. UM LIGEIRO PANORAMA DA ÉPOCA
03. O COMEÇO DO COMEÇO
04. OS 4 CAVALEIROS DO APÓS-CALIPSO
05. THE MINI GUITARS
06. O BANHO
07. O PESO
08. O FIM DO COMEÇO
09. FESTINHAS, ASSUSTADOS, QUERMESSES E PERIFERIA
10. OS SANTOS E AS BANDAS PEGA-NA-RUA
11. A ARTIMANHA E A QUADRILHA JUNINA
12. GEMS
13. EDUCAÇÃO E CONTRACULTURA
14. COLAÇÕES, CASAMENTOS E O COLEGIAL
15. OS SELVAGENS
16. PEGANDO PESADO
17. VOLTA ÀS AULAS
18. SEBASTIAN, DADÁ, E O INFERNO
19. NEM SEGUNDO NEM TERCEIRO E A PRAIA DE BEVÊ
20. EM CADA CANTO
21. UM ANO
22. O FUGITIVO
23. O CICLO SE FECHA!
Sobre o Autor
Minha esposa Dina Mendonça e filhos Renata, Marcus Antônio e Maria Luíza.
Meus irmãos (sempre), parentes, amigos de fé, sangue, suor, lágrimas e a turma do blog Sábado Som.
Arsênio Meira de Vasconcelos Filho.
Curioso. De alguma maneira penso que os fatos narrados neste livro parecem ter sido extraídos de um diário que permaneceu muito bem escondido, esquecido, e que só agora o sujeito que os vivenciou resolveu trazê-los à luz. O tom e a dinâmica do arranjo em que esses fatos são tocados/contados conseguem em boa medida reconstituir um tempo e os sucessos dos momentos da vida de um menino que se fez músico por pura e desenfreada paixão pela música.
Mas poderia pensar também – divertindo-me com a analogia – que este livro conta a saga de uma espécie de cavaleiro andante que sai por seu mundo de sonhos encontrando princesas (e algumas bruxas) e pelejando com dragões & ogros & outras belicosas criaturas. ...ou seria este livro o mais longo rap jamais escrito? Seja o que for ou possa parecer a quem quer que seja, o certo é que neste livro não vamos ter tias nem professoras saudosas nem amigos de infância a proclamar que já-se-notava-o-talento-e-a-singular-personalidade-do-personagem-em-foco. Só a voz própria. Voz que por vezes parece estar prestando um depoimento em off, tamanha a despreocupação com o que diabos vem a ser o tal do politicamente correto. E com uma boa dose de sem-vergonhice de ser feliz, aqui, e nem tanto assim, acolá. Ainda bem.
Então vamos combinar: a narrativa que o leitor começará a percorrer nas próximas páginas traz em muitas passagens e paisagens confissões apaixonadas, idiossincrasias, posturas não raro intolerantes do protagonista e até mesmo contextos históricos remixados e remasterizados. Não se avexe, nada disso impede o desfrute da prosa. Antes o contrário, a franqueza e o despojamento são talvez as características mais cativantes nesses relatos apresentados por João, meu amigo e parceiro, que, depois de tudo, ainda teve a extravagante (ou devo dizer coerente?) ideia de me chamar para lhe escrever este Prefácio – vai ver que ele sabia que eu ODEIO LIVROS!...
Silvio Cavalcanti – Recife, 25 de novembro de 2016
Seria bem mais fácil, cômodo, esperto e lucrativo, claro, escrever a história de um artista famoso. Afinal, apesar da grande quantidade de publicações do tipo grassar nas bancas e livrarias, tal e qual o sabonete da propaganda: "sempre cabe mais um se o assunto é a vida alheia. Em particular, de gente menos alheia que os comuns mortais. Melhor ainda se a publicação for de caráter,
não autorizado. Neste caso, ou nos locupletamos todos, ou, se o biografado
estrilar" e recorrer aos tribunais, ganhamos notoriedade... no mínimo! Além de um livro encalhado.
Foi numa dessas gloriosas e ensolaradas tardes de sábado, enquanto me decidia entre inventar verdades absolutas sobre Frank Sinatra ou Waldick Soriano, que conheci o protagonista desses escritos em um aprazível bar praieiro, naquele bate-papo cervejal descontraído entre amigos. Mais que divertir-me bastante – o que de fato aconteceu – tive de repente, aquilo que os modernos estudiosos do comportamento humano e os babalorixás de butique chamam de insight!
Descobri que, bem diferente do que a maioria das pessoas imagina, nem todos que desenvolvem suas aptidões e talentos para a música, o fazem almejando o estrelato, mesmo nos tempos atuais com seus prosaicos 15 minutos de fama. Notadamente, para aquela geração dos anos 60, a música era encarada como uma atividade bissexta, desenvolvida para o lazer e o prazer – além de livrar uns trocos – e raramente como uma carreira profissional
. Mesmo os poucos que seguiam adiante, geralmente dedicavam-se à música erudita. Não raro, em cada residência havia um piano, um acordeão ou o um inevitável violão, e os jovens eram estimulados a aprenderem algum instrumento sempre como atividade paralela à educação formal. A maioria daquela garotada teve a sorte de testemunhar a onda de juventude que varreu o planeta desde os primeiros movimentos da Bossa Nova até o big bang
do rock. E todos queriam apenas participar. Até quando a brincadeira passou a ganhar contornos menos amadores, exigindo mais dedicação e disponibilidade, a diversão ainda fazia-se fundamental.
Um bom exemplo disso tudo é o sujeito
dessa narrativa, que viveu sua infância e a outra infância atuando como músico de baile
, mais ou menos entre os 11 e os 19 anos de idade e acredite, sua precocidade não era isolada ou algo excepcional naquela década. De uma forma geral, ao menos no comecinho, não era necessariamente o dinheiro o fator motivacional, mas a curtição e tudo o mais que aquele estilo de vida podia proporcionar a um pirralho da classe média com base familiar e um aceitável início de vida escolar.
Depois de várias entrevistas, surpresas e risadas, decidi que o descritor seria o próprio personagem em questão, embora eu mesmo tenha transposto, na prática, o que será lido adiante. E tenho certeza que, fosse algum "incensado ou alguém minimamente reconhecível, você não se identificaria tanto com o protagonista desses relatos. Exatamente por não ser um iluminado, o
garoto sem nome" é apenas a maioria! A imensa maioria dos músicos de todos os tempos, lugares e especialidades. A música pela música. E priu! (Como ele repetia sempre).
De minha parte, sou forçado a reconhecer que o que me moveu a escrever sobre o assunto, foi o fato de que não encontrei absolutamente nada parecido publicado mesmo que já fora de catálogo. Nenhuma literatura sobre o tempo dos grupos de baile
das décadas de 60/70, seus músicos, o estilo de vida que levavam e o que movia certa garotada a dedicar-se a animar festas e eventos assemelhados nos efervescentes anos em que o rock tomou o país inteiro; nada me foi disponibilizado. Para não ferir suscetibilidades, fui advertido a evitar ao máximo citar os verdadeiros nomes das pessoas envolvidas – principalmente o do personagem essencial – cidades, bairros, clubes... Ciente, contudo, que poucos acreditarão que os fatos não são produtos de minha imaginação, topei! Fazer o que? É sempre assim...
Esta historieta se passou no período entre os anos de 1965 e 1975, uma das fases mais profícuas e de profundas mudanças comportamentais e musicais deste planeta. Imagine que até então, eram as orquestras e os conjuntos convencionais (com enormes pianos e contrabaixos acústicos) que animavam os bailes de tantas gerações, até que veio a chamada Invasão Britânica
e logo adiante a Jovem Guarda (esta, exclusivamente no Brasil) e tudo mudou. O lugar dos instrumentos pesados, quase impossíveis de transportar ou mesmo dispor em locais pequenos, começou
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