Shine On... You, Crazy Diamond

1974,

FABIO ZACCARIA

Shine on...You, Crazy Diamond.

SHINE ON... YOU, CRAZY DIAMOND.

Viagem musical ao interior dum tema emblemático pinkfloydiano,

o grande repositório da música popular de sempre.

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ISBN 978-60-5035-513-0

Obra tutelada e depositada em www.patamu.com sob a licença número 18746

Na capa: As four notes na partitura (fotografia © Giusy Conte)

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As partituras presentes e utilizadas neste e-book foram adquiridas comercialmente pelo autor através do sítio web musicnote.it e estão ao abrigo dos direitos de autor dos titulares dos direitos discográficos.

A utilização ora feita é puramente demonstrativa das teses analíticas expostas no texto.

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Este livro foi realizado com recurso a StreetLib Write

(http://write.streetlib.com),

um produto de Simplicissimus Book Farm.

Indice

INTRODUÇÃO

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PREMISSA

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CAPÍTULO 1

Dados históricos e biográficos

Verdadeiros pioneiros dos tempos modernos

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CAPÍTULO 2

Discografia dos Pink Floyd

Dados históricos e discográficos da peça

Tópicos da análise

Análise formal

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CAPÍTULO 3

Análise compositiva e evocativo-emocional

Breve biografia artística

Estilo musical e guitarrístico

Dos Pink Floyd ao Pop italiano: há um pouco de Gilmour em todos os gutarristas do

mundo

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CAPÍTULO 4

BIBLIOGRAFIA

Notas

Agradecimentos

INTRODUÇÃO

Um trabalho de ensaística sobre a música dos Pink Floyd, retirado duma tese de licenciatura em Guitarra de Jazz, endereçado ao público em geral.

O que se segue nestas páginas não é um texto historiográfico nem puramente discográfico; creio ser já numerosa a quantidade de livros escritos por diversos autores, cada um dos quais terá tratado, ao longo dos anos, diferentes argumentos relativamente a esta icónica banda musical.

Provavelmente, nem mesmo a escolha dum álbum integral como tema de análise, poderia fazer justiça à totalidade do património discográfico, porque resultaria, em qualquer caso, numa escolha potencialmente discutível.

Vi-me forçado, por razões óbvias de espaço e tempo, a sintetizar, embora com a profundidade necessária, os elementos de composição.

Fi-lo, por isso, centrando o tema numa análise compositiva objectiva, orientando-me e restringindo-me a uma única peça-suite emblemática da discografia floydiana:

Shine on you Crazy Diamond; visando assim, através desta linha mestra, abordar diversos tópicos, sempre focado na evolução musical destes artistas e da sua influência no género Pop. Ao propor-me analisar uma única peça vital, tal permitiu-me avançar em profundidade, conseguindo trazer à luz, tópicos para discussão e execução muito mais numerosos, graças a uma decomposição minuciosa das partes, que, em todo o caso, não representa mais do que uma híper-síntese da mestria de composição dos Pink Floyd, mas que, por outro lado, é detalhada duma forma como nunca poderia ser a de um álbum completo, pelas razões acima mencionadas.

Mas porquê os Pink Floyd?

As razões que me levaram a esta escolha são simples e passo a enumerá-las.

O primeiro aspeto é representado pelo facto de os Pink Floyd constituírem um dos pilares das minhas escutas musicais desde que, ainda rapazinho, comecei a estudar o meu maravilhoso instrumento. De facto, a minha inspiração musical na guitarra, provavelmente pela minha natureza espiritual, aproxima-se de modo natural à sonoridade desta música, particularmente, do período pós-Barrett em diante.

O som e o estado de espírito que, sobretudo, o guitarrista David Gilmour, dentre os outros elementos da banda, expressa nos seus discos, encontraram sempre uma forte familiaridade com o meu modo interior de entender a expressividade do instrumento guitarra elétrica, em sentido lato.

As notas infinitamente longas, os efeitos de delay, as frases lentas mas falantes, a profundidade do som, o sentimentalismo dos temas abordados.

Segundo aspeto: ao nível da história e evolução da música popular, a transversalidade da mestria compositiva dos Pink Floyd é um dado objetivo de sempre e de hoje.

Quanto ao seu nascimento artístico, são, geralmente, catalogados na época underground

(primeiros anos da década de 60), mas sobretudo na categoria estilística do

Rock progressivo dos anos 70-80, juntamente com outros artistas emblemáticos internacionais não menos importantes (Ex: Genesis, King Crimson, Emerson Lake and Palmer, Jethro Tull). Na verdade, a este propósito, é, entretanto, notório que a produção discográfica dos Pink Floyd, apesar de quase nunca apresentar grandes exibições de virtuosismo dos seus músicos - aspeto por vezes fulcral na caracterização dessas correntes musicais da época - fosse significativamente à frente, já em épocas anteriores a esse período histórico, quer em termos de complexidade harmónica e melódica no papel, quer em termos duma complexa experimentação sonora.

É entretanto notável que essa sua mesma produção discográfica, generalizada em termos da evolução estilística da banda, tenha continuado ao longo dos anos a representar sempre um capítulo à parte do resto do mundo musical, não conforme aos padrões dos diversos momentos e incrivelmente actual em quaisquer épocas subsequentes nas quais a música popular tenha sofrido relevantes desenvolvimentos estílicos ou de género.

E isto, incrivelmente, mesmo nos caminhos separados, percorridos paralelamente por Waters e por Gilmour-Wright-Mason após a separação artística ocorrida poucos anos depois da sua união.

Por último, mas não em termos de importância, creio que a veia compositiva destes artistas - que pode salientar-se tanto num percurso discográfico completo, variado e articulado no tempo, como, na minha modesta opinião, numa única peça musical pertencente a um único álbum, como pode ser Shine on You Crazy Diamond – está habilitada a reunir em si mesma, ainda hoje, todos os elementos determinantes da totalidade do património estilístico musical dos últimos 60 ou 70 anos, da música popular mundial.

Boa continuação.

PREMISSA

Apraz-me pensar que, tudo aquilo que se seguirá nas próximas páginas possa ser lido com extrema atenção por um leitor que não seja músico, mesmo aquelas partes longas em que se analisam aspetos técnicos da teoria musical que, por razões óbvias, possam não lhe ser tão acessíveis. Sem se desencorajar diante de conceitos obscuros, sem avançar saltando páginas como, instintivamente, poderá sentir-se empurrado a fazer.

Estou convencido de que algumas descrições, embora podendo não ser compreendidas do ponto de vista técnico, poderão ajudar, mesmo o leitor não músico, a descobrir o tão