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Assuntos tratados

1º Horário
• Conceito de previdência social
• Beneficiários
• Limites de idade para filiação
• Dependentes

2º Horário
• Dependentes (continuação)
• Período de graça
• Período de carência

1º HORÁRIO

CONCEITO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

É técnica de proteção social. É um Seguro Social controlado pelo INSS.

Seguridade social é mais ampla que Previdência Social, e trata de Saúde, Previdência Social e
Assistência Social.

A Previdência Social protege os beneficiários: o trabalhador e sua família. Trabalhador é aquele


que desenvolve atividade lícita remunerada e que está exposto a riscos sociais que podem afetar
sua capacidade laborativa (morte, doença, invalidez etc.). A Previdência surge como seguro
protetor desses riscos, substituindo a remuneração do trabalhador quando impedido de trabalhar.
Essa proteção surgiu com a Lei 8.213/91.

Esse sistema protetor é contributivo; é o custeio da Previdência Social, regulado pela Lei
8.212/91.

O regulamento da Previdência Social foi aprovado pelo Decreto 3.048/99, que repete o conteúdo
das duas leis, mais leis extravagantes e outros regulamentos.

BENEFICIÁRIOS

Podem ser de duas classes:


a) Segurados: são aqueles que contribuem. Alguns são obrigados a contribuir (segurados
obrigatórios) e outros contribuem por opção (segurados facultativos).

b) Dependentes: filiação é relação jurídica que se estabelece entre a Previdência e pessoas que
para ela contribuem. Estar filiado é ter vinculo com a Previdência (art. 20 do Dec. 3.048). Para o
segurado obrigatório, ela decorre automaticamente do simples exercício de atividade remunerada,
fazendo surgir a obrigação de contribuir.

A inscrição é o cadastramento na Previdência.

Para o contribuinte obrigatório ela é feita posteriormente à filiação

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Os facultativos são os que se filiam por sua vontade. Diferentemente dos obrigatórios, isso ocorre
após sua inscrição e início de contribuição. Só após o pagamento da primeira contribuição é que
ele estará filiado.

A inscrição do Segurado está prevista no art. 18, e a do seu dependente, no art. 22 do Dec. 3.048.

O contribuinte obrigatório pode ser de cinco categorias (art. 9, Dec. 3.048): empregado,
empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial.

O facultativo está no art. 11, e os dependentes, no art. 16 (ambos do Decreto).

LIMITES DE IDADE PARA FILIAÇÃO

Mínimo: como regra é aos 16 anos completos, exceto a partir dos 14 anos para o menor aprendiz
(que também é um segurado obrigatório; é um empregado). Essa regra vale tanto para os
obrigatórios quanto os facultativos.

Máximo: não existe limite máximo para ingressar no Sistema.

Obs.: isso tudo não se aplica ao servidor público de caráter efetivo com Regime Próprio
(estatutário, que pode ser federal, estadual e municipal – art. 40, CF), que se contrapõe ao
Regime Geral (art. 201, CF). Mas ambos fazem parte da Previdência Pública (que é sempre
compulsória). É o Regime Geral que será estudado no curso.

Obs.: Art. 10 do Decreto 3.048 − se há um regime próprio, ele prevalece sobre o geral (não há
obrigação de contribuir com ambos, a não ser que exerça licitamente mais de uma atividade
remunerada, cada uma vinculada a um regime, quando então terá que pagar mais de uma
contribuição; futuramente receberá mais de um benefício – posição do STJ). Entretanto, não pode
haver dupla contribuição, como obrigatório e como facultativo, para a Previdência Pública
(vedação constitucional – art. 201, § 5º), mas pode ser feito por Previdência Privada.

Obs.: pode-se levar o tempo de contribuição do regime geral para o regime próprio, e vice-versa.
Nesse caso, ocorre a contagem recíproca, que é uma compensação financeira entre os sistemas.

DEPENDENTES

São Divididos em 3 Classes (art. 16 da Lei 8.213):


1. Cônjuge, companheiro(a), filhos não emancipados de qualquer condição, menores de 21 anos
ou inválidos (classe preferencial).
2. Pais.
3. Irmãos não emancipados de qualquer condição, menores de 21 anos ou inválidos.

Obs.: o dependente de uma classe exclui o direito dos dependentes das demais classes
posteriores (não é mais possível designar um segurado determinado).

Obs. 2: havendo mais de um dependente dentro da mesma classe, o valor total da pensão será
dividido em partes iguais. Não há problema da cota individual ser inferior a um salário mínimo (o
valor total da pensão é que não pode ser). Não importa também se algum deles já recebe uma
renda proveniente de pensão alimentícia (persiste o vínculo previdenciário e é irrelevante para o
rateio, além de servir para comprovar a dependência econômica). Atenção para a súmula 336 do
STJ.

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Obs. 3: com a perda da qualidade de dependente (vg. morte), a cota individual será redistribuída
para os demais.

Obs. 4: após a Lei 8.213, novo casamento não acarreta a perda da qualidade de beneficiário.

Obs. 5: é vedada a percepção de mais de uma pensão deixada por cônjuge/companheiro,


podendo ser escolhida a mais vantajosa (art. 167, Dec. 3.048). O artigo não veda a percepção de
mais de uma pensão, quando se tratar de uma pensão do pai e outra pensão da mãe. Mas
atenção, a UNB, em prova do ano passado, disse que não poderia cumular (não existe lei ou
jurisprudência nesse sentido).

Obs. 6: com a perda da qualidade do último dependente da classe, o benefício cessa.

Obs. 7: A classe 1 tem dependência econômica presumida; para as demais classes, ela tem que
ser comprovada. Mas há uma exceção: é a figura do equiparado a filho, que é o enteado e o
menor sob tutela (concorrem na classe 1, mas precisam comprovar a dependência econômica).

Obs. 8: Menor sob guarda não é mais dependente previdenciário no regime geral (foi excluído
pela Lei 9.528/97, que é posterior ao ECA).

2º HORÁRIO

DEPENDENTES (continuação)

Obs. 9: concubinato está fora da classe 1, não tendo direito a benefício − STF (tem que ser união
estável).

Obs. 10: para o INSS a união homo-afetiva não se enquadra no conceito de companheiro. Mas,
por uma Ação Civil Pública do MPF/RS, o INSS é obrigado a pagar o benefício.

PERÍODO DE GRAÇA − ART. 13 DO DEC. 3.048

É aquele em que, apesar de não haver contribuição, há a manutenção da qualidade de Segurado:

Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:


I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a
cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade
remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado
sem remuneração [após este período, pode contribuir como facultativo] (...)

Esse período de graça sobe para 24 meses, para quem já tiver mais de 120 contribuições
mensais, desde que não tenha havido interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado
(podem ocorrer interrupções que não acarretem a perda da qualidade).

Ainda podem-se somar mais 12 meses (totalizando 36 meses), quando comprovar que está
desempregado (há duas formas de comprovar: cadastro no Sistema Nacional de Emprego ou
recebimento de seguro desemprego). Para o STJ, a comprovação do desemprego pode ocorrer
também por situação fática local (pessoa idosa em região em que há alto desemprego).

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Inciso III, até 12 meses após a cessação de segregação compulsória. O período em que ficou
segregado também está abrangido pela graça.

Inciso IV, até 12 meses após o livramento do segurado detido ou recluso. Durante o período de
prisão, o período de graça abrange todo o tempo, independente do recebimento de auxílio
reclusão.

Inciso V, até 3 meses após o licenciamento para o segurado que foi servir às Forças Armadas
(abrange também todo o período em que ficou conscrito).

Inciso VI, até 6 meses após a cessação das contribuições, para o Facultativo.

Obs.: após a perda da qualidade de segurado, pode haver nova filiação. Se, após a nova filiação,
já tiver mais de um terço da carência exigida para o benefício pretendido, pode haver o resgate
das contribuições pagas antes da perda da qualidade de segurado.

PERÍODO DE CARÊNCIA (art. 29, DEC. 3.048)

A carência é número mínimo de contribuições mensais para se obter um benefício:


- Auxílio doença e aposentadoria por invalidez = 12 contribuições mensais;
- Aposentadoria por idade, por tempo de contribuição ou especial = 180 contribuições mensais;
- Auxílio maternidade = 10 contribuições mensais.

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