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“A vida a bordo não era igual para todos, dependia da função e da posição
social de cada um. Existiam quatro corpos de conjunto de viajantes:
tripulação, guarnição militar, serviço de apoio e passageiros.
Se fosse uma viagem de descobrimento da costa africana a tripulação era
constituída por um capitão, piloto, algumas dezenas de marinheiros e
grumetes, capelão e um ou outro mercador. No caso de se tratar de um navio
de carreira da Índia tinha um capitão, piloto, sota-piloto, mestre (responsável
pelos marinheiros) contra-mestre, guardião (responsável pelos grumetes),
trinqueiros (encarregados de reparar a cordoalha e o volame e 60 ou 70
marinheiros.
A guarnição militar era chefiada pelo capitão, sob as ordens do qual estavam
o condestável que era o responsável pela acção de cerca de 25 bombardeiros e
alguns soldados.
Os serviços de apoio tinham sob a superintendência do capitão: o capelão,
religiosos, escrivão, meirinho, pagens, dispenseiros e 1 ou 2 artíficies
(cirurgiões, boticários, barbeiros, carpinteiros).
O conjunto dos três corpos que asseguravam o serviço de um navio rondava
os 200 homens e os passageiros deviam atingir o mesmo número. Cada navio
de Carreira da Índia transportava em média 400 a 500 pessoas (…)