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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr.

GEOMÁRIO)
BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO
EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29


“Deus fez o homen reto, mas este se meteu em muitas astúcias”

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

Índice

CAPÍTULO I ............................................................................................ 4
Introdução..................................................................................................................................... 4
CAPÍTULO II ........................................................................................... 5
Estudo Histórico .......................................................................................................................... 5
A.Autoria.................................................................................................................................... 5
1. Ponto de Vista Conservador ......................................................................................... 6
2. Ponto de Vista da Escola Crítica.................................................................................. 7
B. Data, Ocasião e Local da Escrita............................................................................... 7
C. Destinatários e Mensagem............................................................................................ 8
D. Esboço do Livro................................................................................................................ 8
1. Simplificado......................................................................................................................... 8
2. Homilético ............................................................................................................................ 9
3. Teológico ............................................................................................................................ 12
E. Esboço da Passagem Escolhida ................................................................................. 14
F. Conclusões do Estudo Histórico................................................................................. 14
CAPÍTULO III........................................................................................ 16
Estudo contextual .................................................................................................................... 16
A. Contexto Próximo ........................................................................................................... 16
B. Contexto Remoto............................................................................................................ 17
C. Uso do Texto em Outras Partes da Escritura ..................................................... 17
D. Relação do Texto Com o Restante das Escrituras............................................ 18
E. Importância do Texto Para Compreensão das Escrituras.............................. 19
F. Conclusões do Estudo Contextual ........................................................................... 19
CAPÍTULO IV ........................................................................................ 19
Estudo Gramatical Textual ................................................................................................... 19
A. Texto da Passagem........................................................................................................ 19
1. Texto Hebraico................................................................................................................. 19
2. Tradução Literal............................................................................................................... 20
3. Tradução Melhorada ...................................................................................................... 21
B. Análise da Passagem..................................................................................................... 21
C. Traduções .......................................................................................................................... 21
ARA ............................................................................................................................................ 21
NVI ............................................................................................................................................. 21
D. Palavras Chaves ............................................................................................................ 22
E. Aspectos Gramaticais .................................................................................................... 23
F. Mensagem Para a Época da Escrita ......................................................................... 23
G. Conclusões do Estudo Gramatical Textual ........................................................... 23
CAPÍTULO V ......................................................................................... 24

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Estudo Teológico e Homilético de Eclesiastes 7:29.................................................... 24


A. Introdução à Mensagem do Texto ........................................................................... 24
B. Explicação do Texto Escolhido................................................................................... 24
C. Exposição do Texto ........................................................................................................ 25
1. Tema .................................................................................................................................... 25
a) Argumento......................................................................................................................... 25
b) Argumento......................................................................................................................... 25
c) Argumento ......................................................................................................................... 25
D. Mensagem Para a Nossa Época (Teologia) .......................................................... 25
E. Aplicação do Texto ......................................................................................................... 26
F. Conclusões Estudo Teológico Homilético ............................................................... 26
CAPÍTULO VI ........................................................................................ 26
Estudo Aplicativo ...................................................................................................................... 26
A. Mensagem Para os Nossos Dias................................................................................ 26
B. Relevância do Texto ...................................................................................................... 27
C. Aplicação ............................................................................................................................ 27
CONCLUSÃO......................................................................................... 27
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 27
ANEXO (Livro de Eclesiastes) .................................................................. 27

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CAPÍTULO I

Introdução

Trata-se, sem dúvida de um livro inspirado em que Salomão reflete sobre


diversas coisas relacionadas à vida e à morte, às suas experiências, às suas
aventuras e desventuras, ao significado, ao sentido e à maneira de
conduzirmos as nossas vidas aqui nesta terra, debaixo do sol.

Ao escrever Eclesiastes, Salomão já deveria ser adiantado em dias e nas suas


reflexões e meditações deixa passar um ponto de vista negativo, pois suas
conclusões desembocam na idéia de que tudo é vaidade e correr atrás do vento
ou nada há de novo debaixo do sol e o fim de todas as coisas é temer a Deus.

Salomão foi um homem especial na face da terra tendo recebido de Deus, por
duas vezes () uma visitação especial. Na primeira vez que lhe apareceu,
agradando-se de sua resposta diante da sua proposição inicial, Deus concedeu-
lhe um espírito de sabedoria e lhe cumulou de riquezas e fama. Na segunda
vez, atendendo sua oração de inauguração do Templo que edificou ao Senhor,
encheu de glórias aquele ambiente.

Infelizmente, a despeito das aparições especiais de Deus a ele, Salomão não


permaneceu fiel em todos os seus caminhos como aconteceu com seu pai Davi,
mas desviou-se unindo-se com mulheres as quais Deus determinou que não se
unisse, pois no dia em que se misturasse com elas, disse Deus, seu coração se
mudaria e iria após outros deuses. Salomão então acabou adorando a outros
deuses trazendo sob si juízo da parte de Deus.

A proposição do presente trabalho está na exegese do versículo bíblico Ec 7:29


que diz que o homem foi concebido reto, mas que depois este se meteu em
muitas astúcias. Ao escrever este versículo, Salomão provavelmente falara de
si mesmo e ao assim fazê-lo falou de todos os homens, começando por Adão.

Neste trabalho exegético, estudaremos a fundo essa idéia que diz respeito ao
homem e ao seu estado original.

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CAPÍTULO II

Estudo Histórico

O título Hebraico deste Livro é Qoheleth, cuja raiz encontra-se na seqüência


das consoantes: Q, H, L, cuja primeira acepção é reunião ou ajuntamento de
pessoas. Nas formas verbais, essas consoantes dão o sentido de reunir, juntar;
dessa maneira, o termo substantivado Qoheleth, pode significar aquele que
reúne uma assembléia para falar-lhe; ou seja, o pregador. Qoheleth é derivado
da raiz qãhal, que significa "convocar uma assembléia", ou então, "dirigir a
palavra a uma assembléia". O autor desta obra refere-se assim a si mesmo em
numerosas passagens, e, portanto, o nome é aplicável à obra. O termo
ecclêsiastês é uma boa tradução deste termo, e se deriva de ekklèsia, que
significa "assembléia".

A.Autoria

O autor desta obra se identifica como filho de Davi, rei em Jerusalém.

Embora não especifique que seu nome é Salomão, é razoável supor que a
referência seja feita mais ao sucessor direto de Davi do que a qualquer
descendente posterior.

Esta suposição é confirmada por numerosas referências internas, tais como as


referências à sua incomparável sabedoria (1:16), suas riquezas sem igual
(2:8), seu séquito de inúmeros servos (2:7), suas oportunidades para o prazer
carnal (2:3), e suas atividades extensivas de construções (2:4-6).

Nenhum outro descendente de Davi se enquadra nestas especificações senão o


próprio Salomão. O ponto de vista tradicional tem sido, portanto, que Salomão,
filho de Davi, escreveu o Livro inteiro, segundo a crença de estudiosos judeus e
cristãos.

A tradição judaica em Baba Bathra 15a declara que "Ezequias e sua companhia
escreveram Eclesiastes", o que provavelmente siginifica que Ezequias e seu
grupo simplesmente editaram e publicaram o texto (cf. Young, IAT, p. 363). Em
outros trechos, a tradição judaica é bem explícita que Salomão fosse o autor
(cf. Megilla 7a e Shabbath 30). Até o surto da crítica do século dezenove, foi

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geralmente aceito tanto pela sinagoga como pela igreja que esta obra foi
genuinamente da lavra de Salomão.

Sem dúvidas, este é, provavelmente, o livro mais polêmico entre todos do AT.
Seu conteúdo é surpreendente e tem causado as mais diferentes reações entre
aqueles que têm se dedicado à sua interpretação. Entre judeus e cristãos
muitos têm questionado o direito de Eclesiastes estar entre os livros do cânon.
Rabi Shamai, conservador da escola conservadora, era contra a permanência
do livro no cânon; não deveria ficar por ser blasfemo e ímpio.
Rabi Hillel, no entanto, era liberal e sua opnião de o livro deveria constar do
canon sagrado prevaleceu.

No cristianismo, dúvidas sobre a interpretação de Eclesiastes sobrevieram


até o tempo de Teodoro de Mopsuéstia (400 d.C.), grande exegeta da escola de
Antioquia.

As opiniões hoje, são diversas. Para alguns, Eclesiastes é uma obra prima do
ceticismo, pessimismo, do epicurismo (filosofia grega: baseada em que sentido
da vida e o melhor da vida é o prazer) para outros, um livro sagrado
pertencente ao canon.

1. Ponto de Vista Conservador

Em anos mais recentes, porém, a maioria dos críticos conservadores têm se


ajuntado aos críticos liberais em considerar esta obra pós-exílica.
Compreendem que a figura de Salomão era apenas um artifício artístico para
apresentar de maneira mais eficaz a mensagem do autor desconhecido, de eras
posteriores. Sabendo-se que Salomão tinha experimentado a satisfação de cada
ambição humana, tendo sorvido até ao fundo cada possibilidade de prazer
terrestre, este seria um caso ideal para testar o valor do prazer hedonista e as
vitórias do intelecto, em contraste com uma vida inteiramente dedicada a Deus.
Entre os conservadores que adotaram esta maneira de considerar o Livro, há
Hengstenberg, Delitzsch, W. J. Beecher (ISBE), Zoeckler no Comentário de
Lange, Stein-mueller, Raven e até E. J. Young. John Davis no seu Dicionário da
Bíblia não toma posição. No Novo Comentário da Bíblia, de Davidson, Stibbs e
Kevan a autoria de Salomão nem é considerada uma opção séria. Há, porém,
um número significante de expositores conservadores que ainda sustentam a
autoria salomônica, pelo menos em forma modificada. No século dezenove, nos
últimos anos, podemos incluir A. R. Fausset, no Comentário de Jamieson,
Fausset e Brown; W. T. Bullock no The Speaker's Commentary — "Comentário
do Preletor"; e Taylor Lewis, que traduziu para o Inglês o comentário de
Zoeckler. No século vinte, podemos acrescentar os nomes de Wilhelm Mceller,

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L. Wogue e M. F. Unger. Entre os estudiosos católicos que favorecem a autoria


salomônica há Gietman (cujo artigo na Enciclopédia Católica (em inglês) V,
244-248, é muito útil), Schumacher, Vigoroux, e Cornely-Hagen.

2. Ponto de Vista da Escola Crítica

Em relação à autoria do livro de Eclesiastes, um grupo de teólogos e eruditos


modernos, utilizando os parâmetros da assim chamada "alta crítica", negam
que o texto tenha sido escrito por Salomão, no fim do século X a.C.; afirmando
que as características lingüisticas, estilo literário, relação histórico-ambiental,
apontam para uma autoria de período posterior, sugerindo diversas datas,
como o ano 250 a.C. Outros argumentos propostos são que o livro não
menciona o nome de Jeová; não faz nenhuma referência à Lei Divina e é
omisso ao relacionar o povo de Israel como nação vigente.

Nenhuma afinidade significante pode ser traçada entre esta obra e aquelas que
a alta crítica tem atribuído ao período grego (os Livros canónicos Daniel,
Zacarias II e porções de Deutero-Isaías). Quanto ao período pós-exílico, o
Hebraico de Eclesiastes é bem diferente do de Malaquias, Neemias e Ester,
assim como do de qualquer livro pré-exílico. Isto levanta uma dificuldade
insuperável para a teoria de Delitzsch e Young, que colocam a data cerca de
430 a.C, e a de Beecher, que a coloca em 400. Se Eclesiastes pertence àquele
mesmo período, como é que há uma diferença tão grande em vocabulário,
sintaxe e estilo? O problema lingüístico não pode ser solucionado, ao se levar a
data até o posterior período intertestamental. Já vimos que os fragmentos de
Qõheleth achados na caverna quatro de Cunrã impossibilitam totalmente
qualquer data depois de 150 a.C, fornecendo a probabilidade de ser do terceiro
século ou antes, a data de composição. Não há absolutamente nenhuma
afinidade entre o vocabulário e o estilo de Eclesiastes e o da literatura sectária
da Comunidade de Cunrã. Autores mais antigos, tais como Kenyon (BAM, págs.
94, 95) falavam, de modo geral, em assim-chamados elementos rabínicos que
se descobrem neste texto. Mas qualquer comparação real com o Hebraico do
Talmude e do Midraxe demonstra de modo completo, uma diferença tão grande
de Eclesiastes como de qualquer outro Livro do cânon do Antigo Testamento.

B. Data, Ocasião e Local da Escrita

Data e Ocasião:

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O livro foi escrito numa época muito difícil para o povo e, provavelmente, no
final de sua vida, depois de passar anos em apostasia segundo nos relata I Rs
11:1-8. A Judéia estava nas mãos de estrangeiros e estava sofrendo
transformações muito rápidas e violentas.

Qoheleth escreveu este livro provavelmente quando Israel estava sob domínio
de estrangeiros, possivelmente os persas (há quem sustente que eram os
gregos), entre 444 e 331 a.C. O livro apócrifo de Eclesiástico, por exemplo, de
Jesus ben Siraque, escrito em cerca de 160 a.C, parece citar a Eclesiastes como
se fosse uma obra anterior a sua época.

Local da Escrita:

Perto da casa de Deus (Ec 5:1) onde os homens iam e vinham do lugar santo
(Ec 8:10). O conhecimento sobre o mundo exterior, conforme exibido no livro,
poderia ter sido adquirido ali mesmo em Jerusalém.

C. Destinatários e Mensagem

Qohelet apresenta uma reflexão muito irônica e amarga sem muita esperança.
Por trás da amargura, o livro nos aponta caminhos. Ele tenta sempre responder
a esta pergunta: Tem sentido a vida humana? Ele vê três valores importantes
que não vale a pena questionar: a vida humana com suas limitações
(5,17;7,29); o oprimido e o pobre, fruto do sistema injusto (5,7;9,14); a ação
de Deus que não pode ser mudada (3,14-15; 7,23). Diante destes três valores
relativiza tudo. A proposta básica de Qoélet é a felicidade para todos debaixo
do temor do Senhor.

D. Esboço do Livro

1. Simplificado

A. O problema da vaidade, das injustiças e das incertezas da vida (Ec 1:1


– Ec 10:20).

B. Conselhos práticos do sábio para solucionar os problemas da vaidade,


das injustiças e das incertezas da vida (Ec 11:1 – Ec 12:14).

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2. Homilético

A. O problema da vaidade, das injustiças e das incertezas da vida (Ec 1:1 –


Ec 10:20).

I. Primeiro Discurso: A Vaidade da Sabedoria Humana, 1:1 — 2:26.

1. Tema básico: a vaidade do esforço e da experiência meramente


humanos, 1:1-3.

2. Demonstração do tema, 1:4 — 2:26.

a. O ciclo da vida e da história humana, sem sentido, 1:4-11.


b. A inutilidade final da sabedoria e da filosofia humanas, 1:12-
18.
c. A vaidade do gozo, do prazer e da riqueza, 2:1-11.
d. A morte final até mesmo dos sábios, 2:12-17.
e. A futilidade de deixar o fruto de trabalhos árduos a herdeiros
indignos, 2:18-23.
f. A necessidade de ficar contente com a providência de Deus,
2:24-26.

II. Segundo Discurso: Colocando-se em contacto com as Leis que


Governam a Vida, 3:1 — 5:20.

1. Atitude prudente, tendo em vista os fatos da vida e da morte,


3:1-22.

a. É necessário reconhecer o tempo apropriado de cada atitude


e experiência, 3:1-9.
b. Só Deus garante valores eternos, 3:10-15.
c. Deus punirá os injustos, a morte virá para todos, 3:16-18.
d. O homem precisa participar da morte física dos animais,
3:19, 20.
e. Sem certeza da vida além, o homem precisa tirar o melhor
proveito da vida presente, 3:21,22.

2. As decepções da vida na terra, 4:1-16.

a. A crueldade e a miséria fazem da vida uma bênção


duvidosa, 4:1-3.

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b. Bevela-se as desvantagens do sucesso, da preguiça, da


cobiça insaciável, 4:4-8.
c. As provações da vida são melhor enfrentadas por dois do
que um sozinho, 4:9-12.
d. O sucesso político é instável, 4:13-16.

3. A futilidade duma vida em procurar seu próprio bem, 5:1-20.

a. Presentear a Deus com sacrifícios falsos, palavras vãs,


promessas não cumpridas, é coisa vã, 5:1-7.
b. A retribuição atinge os opressores, e a decepção chega aos
cobiçosos, 5:8-17.
c. Desfrutar das dádivas de Deus com gratidão traz
contentamento, 5:18-20.

III. Terceiro Discurso: Não há Satisfação nos Bens e Tesouros da Terra,


8:1 — 8:17.

1. A insuficiência das realizações estimadas pelo mundo, 6:1-12.

a. Nem as riquezas nem uma família grande podem oferecer


satisfação final, 6:1-6.
b. Nem os sábios nem os tolos atingem a satisfação da alma,
6:7-9.
c. Sem Deus, o homem não pode discernir a verdadeira razão
do viver, 6:10-12.

2. Conselhos de prudência neste mundo corrompido pelo pecado,


7:1-29.

a. Os verdadeiros valores se aquilatam melhor da perspectiva


da tristeza e da morte, 7:1-4.
b. A alegria sem base, o ganho desonesto, e a falta de controle
são apenas obstáculos, 7:5-9.
c. A sabedoria é mais vantajosa do que a riqueza, ao se
enfrentar a vida, 7:10-12.
d. Deus é o autor tanto de boa como de má sorte, 7:13,14.
e. Tanto o farisaísmo como a imoralidade levam à desgraça,
7:15-18.
f. A sabedoria tem poder supremo, mas o pecado é universal,
7:19,20.

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g. Não se deve fazer conta da malícia feita contra si próprio,


7:21,22.
h. A busca humana pela sabedoria não pode atingir a verdade
espiritual profunda, 7:23-25.
i. Uma mulher maligna é o pior doa males, 7:26.
j. Mas toda a raça humana desviou-se da bondade original,
7:27-29.

3. Sabendo enfrentar um mundo imperfeito, 8:1-17.

a. O sábio reverencia a autoridade do governo. 8:1-5.


b. A lei divina opera em nossa vida apesar de angústias,
injustiças e a morte inevitável, 8:6-9.
c. Apesar de estimados, e não punidos, os maus serão
julgados por Deus, no final, 8:10-13.
d. A injustiça nesta vida encoraja um hedonismo
inconsequente, 8:14,15
e. Mas os caminhos de Deus ato Inescrutáveis à sabedoria
humana, 8:16,17.

IV. Quarto Discurso: Deus vai tratar das injustiças desta vida, 9:1 – 12:8

1. A morte é inevitável a todos; faca bom uso desta vida, 9:1-18.

a. A morte é inevitável para os bons e os maus; a lnsanidade


moral prende a todos, 9:1-3.
b. A escolha moral e o conhecimento desta vida terminam com
a morte, 9:4-6
c. Os fiéis devem fazer pleno uso das oportunidades e bênçãos
da vida. 9:7-10.
d. Até para pessoas dignas, o sucesso é incerto e o tempo da
vida imprevisível, 9:11,12
e. A sabedoria, por menos apreciada que seja, traz mais
sucesso do que a força, 9:13-18.

2. As incertezas da vida, e os prejudiciais efeitos da tolice, 10:1-


20.

a. Mesmo um pouco de touca pode arruinar a vida de um


homem; seja prudente na presença de príncipes, 10:1-4,
b. A vida oferece reveses nas fortunas e golpes em retribuição,
10:5-11.

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c. Um tolo é marcado por sua conversa vã e pelos seus


esforços mal dirigidos. 10:12-15.
d. O bem estar das nações e dos homens depende de aceitar a
responsabilidade, 10:16-19.
e. O desprezo da autoridade traz a retribuição certa, 10:20.

B. Conselhos práticos do sábio para solucionar os problemas da vaidade,


das injustiças e das incertezas da vida (Ec 11:1 – Ec 12:14).

I. Como investir melhor uma vida, 11:1 — 12:8.

1. A bondade volta com bênçãos ao benfeitor, 11:1,2.


2. A sabedoria do homem não pode mudar ou sondar as leis
divinas da natureza, 11:3-5.
3. A maneira mais sábia de viver, é ser sempre dili¬gente,
aplicado e de bom humor, 11:6-8.
4. A juventude malbaratada nos prazeres recebe a paga
adequada, 11:9,10.
5. Começa a viver por Deus enquanto é jovem, antes da chegada
das aflições e da senilidade, 12:1-8.

II. Conclusão: como levar uma vida à Luz da Eternidade, 12:9-14.

1. O propósito de Salomão era dar sábias instruções ao povo


acerca da vida, 12:9,10.
2. Estas admoestações agudas têm mais valor prático do que
qualquer literatura, 12:11,12.
3. Ponha a vontade de Deus em primeiro lugar, pois Seu
Julgamento é final, 12:13,14.

3. Teológico

A. TEXTO 1:1,2 "Tudo é Vaidade"

B. O CANSATIVO CÍRCULO VICIOSO, 1.3-26

a. Da Natureza, 1.3-11
b. DA Experiência, 1.12-18
c. Dos Prazeres, 2.1-11
d. O Sucessor de cada qual pode ser um Tolo, 2.12-23
e. E Melhor Desfrutar a sua própria Obra, 2.24-26

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C. TEMPO E ETERNIDADE, 3.1 -22

a. O Tempo, 3.1-9
b. A Eternidade, 3.10-15
c. Morte Negra, 3.16-22

D. ECONOMIA POLÍTICA, 4.1 -16

a. A Opressão é Deprimente, 4.1 -6


b. O Companheirismo Ajuda, 4.7 -12
c. A Revolução Pode Fracassar, 4.13-16

E. RELIGIÃO E VIDA, 5.1—6.12

a. A Adoração Reverente, 5.1-7


b. Observai os Oficiais, 5.8,9
c. A Prosperidade se Acaba, 5.10-17
d. Portanto, Desfrutai o Trabalho, 5.18-20
e. Desfrutai das Coisas Boas, 6.1-6
f. O Que é Bom para o Homem? 6.7-12

F. PALAVRAS SABIAS, 7.1-29

a. Proverbios, 7.1-12
b. Breves Comentários, 7.13-22
c. Desespero da Sabedoria Humana, 7.23 29

G. OS REIS E O REÍ, 8.1-17

a. Observai um Rei, 8.14


b. O Futuro É Incerto, 8.5-9
c. Desfrutal vosso Labor, 8.10-15
d. Os Caminhos de Deus Sao Desconhecidos, 8.16,17

H. O ÚLTIMO INIMIGO, 9.1 -16

a. A Morte Silencia a Todos, 9.1-6


b. Portanto, Desfrutal a Vida, 9.7-10
c. A Ocasião Chega, 9.11,12
d. A Sabedoria É Melhor que o Poder, 9.13-16

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I. PALAVRAS MAIS SÁBIAS, 9.17-11.7

a. Provérbios e Comentários, 9.17-10.20


b. Observações sobre os Negócios, 11.1-7

J. IDADE AVANÇADA, 11.8-12.7

a. Idade e Juventude, 11.8-10


b. Lembrai-vos de Deus antes da Velhice, 12.1 -7

K. O TEXTO E O PREGADOR, 12.8-12

L. PIEDADE PRÁTICA EM VISTA DO JUÍZO, 12.13

E. Esboço da Passagem Escolhida

Tema: O homem na origem divina

I. Foi criado reto (Ec 7:29a).


II. Desviou-se para o mal (Ec 7:29b).

F. Conclusões do Estudo Histórico

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, diz o sábio e é verdade. O que é nossa
vida se não correr atrás do vento? O que levamos conosco do fruto de nossa
fadiga de debaixo do sol? Nada levamos conosco. Nú viemos ao mundo e nú
voltaremos.

Tudo pertence a Deus, inclusive os nossos próprios talentos com que


adquirimos as coisas. Nada há que façamos debaixo do sol que seja novo, pois
o que fizemos, ainda se fará e o que não fizemos ainda, alguém o fará. Diante
de tal situação pessimista em relação à vida o que compete ao homem então?

Esta foi a conclusão do sábio depois de ter vivido uma vida de glórias, de
conquistas, de derrotas, de lutas, de vaidades que O homem tem o infinito
dentro do seu coração e único que pode preencher o
coração dele é aquEle que é infinito (Deus). O temor do Senhor é a única
resposta que preenche o coração do homem: Ecl. 3:14; 5:7; 7:18; 8:12-13;
12:13

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO
EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

Fica o exemplo histórico de um homem que experimentou de tudo e que ao


final concluiu que o homem deve temer a Deus

Os esforços da crítica conservadora e da alta-crítica em argumentar que


Eclesiastes fora escrito numa época posterior por um autor desconhecido caem
em descrédito quando analisadas em profundidade.

Vale ainda ressaltar que o livro é largamente citado no Novo Testamento (Ecl.
7:2 Mat. 5:3,4; Ecl. 5 Mat. 6:7; Ecl. 5:1 I Tim. 3:15; Ecl. 5:6 I Cor. 11:10; Ecl.
6:2 Luc. 12:20; Ecl. 11:5 João 3:8; Ecl. 12:14 II Cor. 5:1) e ainda que algumas
das declarações sobre fenômenos científicos estão
rigorosamente certas, como por exemplo: a evaporação das águas e a
formação de chuvas e, provavelmente, que a teoria de Redfield sobre as
tempestades tem sua origem aqui.

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO
EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

CAPÍTULO III

Estudo contextual

A. Contexto Próximo

1) Ec 7: 23-28 (antes)

Salomão se entregou a mais baixa apostasia devido a sua união com muitas
mulheres (700 princesas e 300 concubinas – ver I Reis 11:3), em especial
aquelas que Deus tinha claramente proibido.

Deus proibira o casamento misto entre seu povo e outros povos estrangeiros
(Èx 34.16; Dt 7.3-4). E possível que uma boa parte daquelas mulheres fosse
penhor de alianças políticas. Mas de qualquer forma, elas ganharam uma
preeminência tão grande sobre a consciência e as emoções de Salomão, que,
no decurso dos anos, sua fé arrefeceu, pervertendo-lhe a consciência, e
abalando àquela mesma fé que era fonte de tudo quanto ele era e possuía
(2.3-4 e 3.11-4), instigando à ira divina que não se fez por esperar (11.9-11).
Entre os santuários pagãos erigidos pelo rei, alguns perduraram ainda por
mais de três séculos, até sua destruição por ocasião da reforma feita pelo rei
Josias (2 Rs 23.13).

Durante esses anos de apostasia ele se entregou a toda sorte de


empreendimentos em busca da satisfação própria, compreensão do mundo e da
vida buscando esperança e felicidade na base do esforço humano, de sua
capacidade de raciocínio e forças, mas de modo independente de Deus. Ele viu,
então, que tudo era vaidade e correr atrás do vento. Em Eclesiastes nós temos
um relatório desse empreendimento durante os anos de apostasia.

Os versos que antecedem ao texto é um preparativo para a sua conclusão


fatídica que posteriormente o apóstolo Paulo captou muito bem: “desventurado
homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24).

2) EC 7:29 (o texto)

Salomão escreve então a sua conclusão em um versiculo que justifica a sua


conduta errada, reconhecidamente malígna:

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO
EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

“Deus fez o homem reto, mas este se meteu em muitas


astúcias”

3) EC 8:1-9 (depois)

Em seguida, como que aliviado pela confissão de culpa num relance de volta a
Deus, faz diversos conselhos todos eles considerando os mandamentos de Deus
que edificam as nossas vidas.

O bem e o mal estão juntos. Sabedoria é capacidade de discernir a verdade por


trás das aparências. Quem é capaz disso, não se perturba diante dos conflitos
(v. 1).

B. Contexto Remoto

1) Ec 7:15-22

Após ter feita uma comparação entre a sabedoria e a loucura, Salomão medita
na moderação. È a experiência acumulada que nos ensina como viver, é
fazendo que aprendemos, a melhor escola é a vida. A morte lembra que a
condição humana é limitada e frágil. Tristeza e alegria, realização e frustração
se alternam imprevisivelmente na condição limitada da vida humana. Por mais
conhecimento que alguém tenha, não consegue abarcar o futuro. A verdadeira
sabedoria consiste em aceitar e viver intensamente o presente, aprendendo
nele a conhecer e temer a Deus. Só Deus é capaz de unir os contrários. Para
aprender a ser íntegro, o homem deve temer a Deus.

2) Ec 8:10-17

Aqui, Salomão, torna-se bem reflexivo e nele se percebe uma fome pela
justiça. A prosperidade e impunidade dos injustos é sempre uma tentação para
os justos, que acabam perguntando: Por que Deus não faz logo justiça? Vale a
pena continuar sendo justo? No mundo de hoje, vale a pena ser bom, justo e
honesto? Por que muitas vezes os pobres são tratados como preguiçosos?

C. Uso do Texto em Outras Partes da Escritura

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO
EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

Partindo-se da idéia de que o homem foi criado reto e que após o exercício de
seu livre-arbítrio escolheu o mal, uma série de conseqüências são advindas a
ele, a sua mulher e a todos os homens.

No texto de Gn 1:27, vemos que Deus criou o homem à sua imagem e à sua
semelhança ...

D. Relação do Texto Com o Restante das Escrituras

Não iremos encontrar o texto literalmente citado, mas o encontraremos em


toda a bíblia desde a queda do homem, uma vez que este, usando seu livre-
arbítrio, optou pelo mal, pelo pecado, pela astúcia de seus atos. Em todo o
tempo, veremos a luta do homem com Deus procurando restabelecer seu
contato, sua comunhão, mas sem êxito uma vez que a sua escolha (a escolha
de Adão, do primeiro Adão) contaminou toda a raça dos seres humanos
tornando-os não mais detentores do livre-arbítrio, mas estremamente
malígnos.

A relação mais forte, portanto, se encontra em Jeremias 17:9 quando diz:

O coração do homem é extremamente perverso, quem o conhecerá?

Também outro versículo que se assemelha está em Lamentações de Jeremias


3:19, quando diz:

Do que se queixam os homens, senão de seus pecados?

O homem ao escolher o pecado, afastou-se de Deus e pelo conhecimento da lei


jamais poderá estabelecer sua comunhão novamente, por isso a necessidade
do surgimento de um redentor.

Essa relação perdura inclusive no Novo Testamento e somente tem seu fim com
o surgimento dos filhos de Deus, daqueles que não foram nascidos nem do
sangue, nem da vontade de qualquer um, mas de Deus (Jo1:19).

Hoje, os filhos de Deus, cuja natureza aguarda ansiosamente sua manifestação


(I Coxxx) vivem como comentou o apostólo Paulo no final de Romanos 7 e
início do 8:

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

? De sorte que já não sou quem faz, pois com a lei do meu entendimento, eu
sirvo a Deus, mas com a lei do pecado, à carne. Maldito homem que sou,
quem me livrará do corpo desta morte. Graças a Deus por Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo....

E. Importância do Texto Para Compreensão das Escrituras

É vital a importância deste texto e de sua correta compreensão, pois se o


homem, se o seu comportamento fosse explicado pela sua natureza, ou pelo
seu intelecto, ou por suas escolhas, este homem teria como se justificar diante
de seu criador, mas não. O homem jaz no pecado e está corrompido
necessitando de um salvador.

F. Conclusões do Estudo Contextual

A conclusão que se chega desse estudo contextual é de que o homem jaz no


pecado e necessita de um salvador. Por mais que se esforce, ele não consegue
vencer as barreiras espirituais. Embora conheça a Deus, não o segue, antes o
rejeita e para se apaziguar cria as suas próprias religiões conforme o seu
interesse e coração corrompido.

Não ha justo, não há nem um se quer, todos se extraviaram, a uma se fizeram


inúteis, não há quem busque a Deus...

CAPÍTULO IV

Estudo Gramatical Textual

A. Texto da Passagem

1. Texto Hebraico

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

hf'ó[' rv,’a] ytiac'êm' hz<å-haer> ‘db;l. Ecclesiastes 7:29


WTT

`~yBi(r: tAnðboV.xi Wvßq.bi hM'heîw> rv"+y" ~d"Þa'h'-ta, ~yhi²l{a/h'

HEBRAICO MORFOLOGIA TRADUÇÃO


‘db;l. l. particle preposition De, por
dB; noun common masculine singular Mim mesmo
absolute homonym 1
hz<å-haer> har verb qal imperative masculine Olhei, inspecionei
singular
hz< adjective masculine singular no state Isto
ytiac'êm' acm verb qal perfect 1st person common Descobri
singular
rv,’a] rv,a] particle relative Que
hf'ó[' hf[ verb qal perfect 3rd person Foi feito
masculine singular homonym 1
~yhi²l{a/h' h; particle article Por
~yhil{a/ noun common masculine plural Deus
absolute
~d"Þa'h'-ta, tae particle direct object marker Com carinho
homonym 1
h; particle article O
~d'a' noun common masculine singular
absolute homonym 1 Homem, Adão
rv"+y" rv'y" adjective masculine singular Reto, direito
absolute
hM'heîw w> particle conjunction Mas
~he pronoun independent 3rd person Eles, o mesmo,
masculine plural
Wvßq.bi vqb verb piel perfect 3rd person Procuraram
common plural
tAnðboV.xi !AbV'xi noun common masculine plural Invenções, astúcias
absolute
`~yBi(r br;adjective masculine plural absolute Demais, muitas
homonym 1

2. Tradução Literal

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

Conforme quadro, a tradução literal se assemelha a isto:

Por mim mesmo Vi Olhei, inspecionei Isto Descobri Que Foi feito Por Deus Com
carinho O Homem, Adão Reto, direito, Mas Eles, o mesmo, Procuraram
Invenções, astúcias Demais, muitas .

3. Tradução Melhorada

Em minhas divagações, eu descobri que Deus fez o homem reto, mas este se
meteu em muitas astúcias.

B. Análise da Passagem

Gramaticalmente, a passagem de Eclesiastes 7:29 está na relação de


subordinação adverbial conclusiva, pois este versículo depende dos
antecessores e é uma conclusão da idéia que vinha desenvolvendo desde o
início do capítulo 7.

Textualmente, vemos que o capítulo 7 está, aproximadamente, no centro do


livro de Eclesiastes, onde as meditações e divagações do poeta o remetem para
o significado do homem e do que este se tornou sem Deus, isto é, vazio, sujeito
à vaidade. A partir deste momento, do capítulo 8 em diante, o autor começa a
refletir em como este deve viver uma vida reta, apesar de suas astúcias e ao
final conclui que o dever de todo o homem é temer a Deus e dar-lhe glórias.

C. Traduções

SIGLA SIGNIFICADO ECLESIASTES 7:29


Almeida Revista e Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem
ARA Atualizada reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.
ARC Almeida Revista e Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez ao
Corrigida homem reto, mas ele buscou muitas invenções.
Nova Versão Assim cheguei a esta conclusão: Deus fez os
NVI Internacional homens justos, mas eles foram em busca de muitas
intrigas.
ACF Almeida Corrigida e Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao
Fiel homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.
SBP Sociedade Bíblica – Mas repara também nisto: descobri que Deus fez os
Linguagem de Hoje homens simples e rectos. Eles é que procuraram
demasiadas complicações.

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

D. Palavras Chaves

HEBRAICO MORFOLOGIA SIGNIFICADO


hz<å-haer> har verb qal
imperative masculine
singular
hz< adjective
masculine singular no
state
ytiac'êm' acm verb qal perfect
1st person common
singular
rv,’a] rv,a] particle relative
hf'ó[' hf[ verb qal perfect
3rd person masculine
singular homonym 1
~yhi²l{a/h' h; particle article
~yhil{a/ noun
common masculine
plural absolute
~d"Þa'h'-ta, tae particle direct
object marker
homonym 1
h; particle article
~d'a' noun common
masculine singular
absolute homonym 1
rv"+y" rv'y" adjective
masculine singular
absolute
hM'heîw w> particle conjunction
~he pronoun
independent 3rd
person masculine
plural
Wvßq.bi vqb verb piel
perfect 3rd person
common plural
tAnðboV.xi !AbV'xi noun
common masculine
plural absolute
`~yBi(r br; adjective
masculine plural

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absolute homonym 1

Descobri
Deus
Fez
Homem
Reto
Mas
Meteu-se
Astúcias

E. Aspectos Gramaticais

F. Mensagem Para a Época da Escrita

A mensagem para a época da escrita é a mesma para todas as épocas, pois o


autor após refletir, conclui pelo Espírito de Deus, que o homem fora criado,
originariamente, bom, reto, sem inclinação para o pecado e dotado de livre-
arbítrio, mas que ao escolher (puro exercício de seu livre-arbítrio) tornou-se
pecador, essencialmente malígno, sem condições de voltar em sua decisão.
Perdeu seu livre-arbítrio, tornou-se pecador e passou a gerar pecadores. Isso é
o que conclui o autor, com pesar, que o homem se meteu em muitas astúcias.

G. Conclusões do Estudo Gramatical Textual

O texto completo, a análise gramatical das palavras que o constituem, o


sentido original de cada um dos termos, das palavras chaves e de sua relação
sintática, gramatical, juntamente com a comparação com os versículos
traduzidos por outras versões bem distintas uma das outras, nos remetem a
conclusão de que o sentido do versículo é claro, inequívoco e simples. Primeiro,
Deus criou Adão, o homem, reto, perfeito, mas depois, exercendo uma única e
definitiva vez o seu livre-arbítrio, escolheu o mal e se meteu, por isso, em
muitas astúcias.

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CAPÍTULO V

Estudo Teológico e Homilético de Eclesiastes 7:29

A. Introdução à Mensagem do Texto

A pergunta que se ecoa desde os primórdios e que tem sido alvo dos grandes
pensadores de todos os tempos é a questão relacionada à natureza moral do
homem.

Se vamos falar da natureza moral do homem, temos de partir de algum


pressuposto para não tornar o assunto extenso demais. O nosso pressuposto é
de que o homem foi criado com livre-arbítrio por um Deus pessoal.

Deus, ao criar o homem criou-o com o livre-arbítrio. O homem era, portanto,


único, especial, capaz de escolher entre o bem e o mal. Embora fosse dotado
de livre-arbítrio, sua essência, desde o princípio era boa, pois tudo quanto Deus
fez e faz é bom (ref.: xxxxx). Assim poderia ter perpetuado a sua espécie até
os dias de hoje e eternamente, pois a morte não tinha domínio sobre ele.

Essencialmente bom, reto (“... Deus criou o homem reto...”), imortal (com
princípios de dias, mas sem fim de existência), mas dotado de livre-arbítrio,
logo poderia escolher entre o bem (continuar nele) e o mal. Advertiu Deus que
o homem não comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal e lhes
falou da conseqüência: no dia em que dela comerdes, certamente morrereis.

B. Explicação do Texto Escolhido

Esse texto foi escolhido porque é o versículo chave, central do livro de


Eclesiastes que resume numa simples frase como Deus criou o homem “reto” e
como o homem exerceu seu livre-arbítrio, tornando-se não somente pecador
“astuto”, mas também um gerador de pecadores, pois o pecado, e
consequentemente a morte, passou para a sua descendência.

Este texto fala, portanto, ao coração do homem revelando, na verdade, o que


ele é: astuto! Em nossas ações, embora imbuídas de sinceridade, honestidade,
humildade, há o fator astúcia que assim nos tornam volúveis e sujeitos ao
pecado.

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

Não há saída para este homem, a não ser que nasça de novo e se torne filho
de Deus, guiado pelo Espírito de Deus e não pelo livre curso de suas astúcias,
de seus enganos que corrompem o seu coração.

C. Exposição do Texto

O texto não fala do homem reto, mas do homem que foi criado reto. Não há
mais homem reto, embora tenha sido criado assim. Se o homem não tivesse
exercitado seu livre-arbítrio, ainda hoje teríamos essa raça de seres especiais.

Os versículos que antecedem o texto em análise e os que o procedem se


baseiam na assertiva de que o homem se tornou astuto.

1. Tema

a) Argumento

b) Argumento

c) Argumento

D. Mensagem Para a Nossa Época (Teologia)

A mensagem para nossa época é a de que o homem necessita de um salvador


que o resgate de suas astúcias. Por si só, é impossível que o homem deixe de
ser astuto. Estão contaminados com o pecado todos os seus atos ainda que
louváveis ou dignos de admiração.

As escrituras são claras quando dizem que:

• não há um justo sequer e que,


• não há quem busque a Deus

O homem se tornou pecador e está perdido. Por isso que foi anunciado o
Messias...

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E. Aplicação do Texto
A aplicação do texto é de cunho evangelístico, ético e pastoral.

Ético porque
Evangelistico porque
Pastoral porque

F. Conclusões Estudo Teológico Homilético

As afirmativas teológicas impactantes e importantes desse estudo são:

• Deus criou o homem reto


• O homem criado reto tinha livre-arbítrio e era e foi único, singular, ninguém
mais nem nos céus nem na terra o foram
• O homem era, a despeito do livre-arbítrio, essencialmente bom.
• O homem exerceu seu livre-arbítrio, escolhendo o mal.
• O homem tornou-se pecador, astuto, e gerador de pecadores.
• Devido a sua escolha, recebeu a conseqüência: a morte.
• Em sua misericórdia, Deus proveu ao homem um salvador.

CAPÍTULO VI

Estudo Aplicativo

A. Mensagem Para os Nossos Dias

É com sabedoria que as Escrituras dizem que “maldito o homem que confia no
homem e que faz do seu braço a sua força” (ref.: xxxxxxx).

Não há como confiar no homem, pois este não é reto, mas astuto. Vemos as
conseqüências disso na política, na religião, no comércio, nos negócios, na
globalização, nos governos, lideranças, partidos, etc.

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

Por mais que se esforce, o homem somente consegue melhorar os aspectos


tecnológicos, científicos, artísticos e todos aqueles onde a inteligência é a
principal ferramenta. As melhoras morais são lentas e precisam ser sustentadas
a custos muito altos de sacrifícios de homens de bem.

B. Relevância do Texto

O texto é muito importante uma vez que trata da verdade simples, nua e crua.

C. Aplicação

O conhecimento da verdade é muito importante para o desenvolvimento

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA
Ref.: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2007/com112007.html

http://br.groups.yahoo.com/group/cristovaivoltar/message/2841

Ref.: http://xacute.sites.uol.com.br/art_eclesiastes.html

http://www.webservos.com.br/gospel/BibliaOnline/biblia_books.asp?book=22

Merece confiança o Antigo Testamento

Teologia sistemática de Louis Berkhof

Bíblia Russel Shedd

ANEXO (Livro de Eclesiastes)

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Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Ref.: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2007/com112007.html

Eclesiastes ou o Livro do "Pregador"

No presente trimestre, as lições da Escola Sabatina focalizam os ensinamentos do livro de Eclesiastes.

Antes de emitir enunciados interpretativos do conteúdo do livro em referência, considero ser de utilidade
para o estudioso conhecer algumas peculiaridades que envolvem a autenticidade e a trajetória histórica da
preservação do texto.

O nome Eclesiastes é uma derivação fonética do termo grego Ekklesiastes, que aparece como título do
livro na versão grega do Antigo Testamento, denominada Septuaginta. Por sua vez, esse termo encontra
sua raiz no vocábulo: ekklesia; que tem o sentido de reunião ou assembléia. Na Bíblia hebraica, aparece o
termo Qohelet, cuja raiz encontra-se na seqüência das consoantes: Q, H, L, cuja primeira acepção é
reunião ou ajuntamento de pessoas. Nas formas verbais, essas consoantes dão o sentido de reunir,
juntar; dessa maneira, o termo substantivado Qohelet, pode significar aquele que reúne uma assembléia
para falar-lhe; ou seja, o pregador.

A inclusão do livro de Eclesiastes, "o pregador", no Cânon das Sagradas Escrituras foi debatida por muitos
séculos. O Código Samaritano, do período pré-cristão, não inclui os livros classificados como Hagiografos,
entre os quais encontra-se o Eclesiastes. Os judeus do período intertestamentário não aceitavam os
Hagiografos, principalmente os "cinco rolos" (Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester), por
considerarem que os autores da Septuaginta incluíram vários livros (referência aos apócrifos), sem contar
com a devida autoridade que a canonicidade requer.

A expressão assertiva de Jesus, encontrada em Lucas 24:44, outorga autoridade canônica dos
Hagiografos. Neste texto se lê: "Importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés,
nos Profetas e nos Salmos". A palavra Salmos deve ser entendida como uma referência aos Hagiografos,
pois era o nome original pelo qual era conhecido; segundo a declaração de Filo de Alexandria, no seu
texto De Vita Contemplativa, pág. 25, os judeus residentes em Alexandria e que falavam grego decidiram
o impasse na célebre reunião denominada: "Sínodo de Jamnia" ou de "Jabneh", realizada no ano 90 d.C.
incluindo no Cânon das Escrituras Sagradas os Hagiografos, entre eles, o livro de Eclesiastes. Mesmo
assim, durante os primeiros cinco séculos da era cristã, a disputa sobre a canonicidade de alguns livros
(Ezequiel, Cantares, Provérbios, Eclesiastes e Ester), ainda motivava polêmicos debates, no ambiente
judeu.

Os Massoretas, judeus tradicionalistas que divulgaram as Sagradas Escrituras entre os séculos VI a X,


sempre consideraram o livro de Eclesiastes, dentro do Cânon do antigo Testamento. A atual Bíblia
hebraica, que é baseada no texto completo encontrado em Leningrado (Codex Leningradensis), apresenta
uma nota esclarecedora no livro de Eclesiastes, mencionando que a cópia foi feita por Aaron Ben Mosheh
Ben Asher, descendente da notável família de judeus massoretas.

Em relação à autoria do livro de Eclesiastes, um grupo de teólogos e eruditos modernos, utilizando os


parâmetros da assim chamada "alta crítica", negam que o texto tenha sido escrito por Salomão, no fim do
século X a.C.; afirmando que as características lingüisticas, estilo literário, relação histórico-ambiental,
apontam para uma autoria de período posterior, sugerindo diversas datas, como o ano 250 a.C. Outros
argumentos propostos são que o livro não menciona o nome de Jeová; não faz nenhuma referência à Lei
Divina e é omisso ao relacionar o povo de Israel como nação vigente.

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
BACHARELADO EM TEOLOGIA - NOTURNO
EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

O fato de a tradução grega chamada Septuaginta, realizada durante o governo de Ptolomeu II Philadelfo,
entre os anos 285 a 246 a.C., incluir o livro de Eclesiastes indica que cópias do livro já existiam muito
tempo antes. Entre os chamados rolos do Mar Morto, foram encontrados na caverna 4 de Qumram,
fragmentos do livro de Eclesiastes, datados possivelmente no terceiro século a.C. os quais, sem dúvida,
foram cópias de textos anteriores a essa data. Esses achados provam que o texto não teria sido escrito
nos anos 250 a.C. senão muito tempo antes.

Mas o recurso fidedigno para sugerir a autoria do livro é a afirmação encontrada no próprio texto no cap.
1:1, onde se lê: "Palavra do pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém". Os adjetivos indicados claramente
qualificam Salomão como autor desse texto. Essa assertiva ainda é reforçada no uso do pronome em
primeira pessoa do singular do verso 12, do mesmo capítulo: "Eu, o pregador, venho sendo rei de
Israel...", não dando lugar a outra identidade no concerto das personalidades da História.

A grandeza do governo de Salomão

O governo de Salomão era de prosperidade, conseqüência natural da administração progressista de seu


pai, o rei Davi. No entanto, não se pode deixar de reconhecer que houve motivos baseados na política
exterior que determinaram tal situação de prosperidade. Em termos gerais, as grandes nações e as de
menor expressão viviam em ambiente sem pretensões de conquistas. O grande império assírio vivia
atormentado por problemas internos que o impulsavam à procura de uma pacificação nacional. O último
rei assírio que estimulava a expansão territorial foi Tukulti Ninurta I (1.248 – 1208 a.C.). Tomou
Babilônia, destruiu seus muros e se tornou rei desse império. Mais adiante, reclamou honras divinas. Não
contente com sua capital Ashur, fundou nas margens do rio Tigre, uma nova capital com o nome: Kar
Tukulti Ninurta. Sua vida terminou quando o próprio filho o encerrou nessa cidade e lhe ateou fogo. Então,
a Assíria entrou em decadência nos períodos do reinado de Davi e de Salomão.

O Egito era administrado por faraós da XXI dinastia (1.087 a 945 a.C.). As grandes conquistas e
gigantescas construções que caracterizaram o período dos Ramésidas, já haviam passado. Agora, os
egípcios viviam impassíveis, como se temessem uma ameaça externa. Foi nesse período que um dos
faraós dessa dinastia deu sua filha em casamento a Salomão, com a tentativa de manter a paz.

Na Palestina, as ameaças internas de nações estabelecidas sumiram de maneira radical. Os Horitas


retiraram-se à região norte, pelas montanhas do Taurus até alcançar o território da Capadócia. Os hititas,
ou heteus, seguiram em fuga, ao norte da Mesopotâmia onde fundaram o estado Hatina, nos despojos do
antigo império de Mitani. Alguns hititas ou heteus permaneceram em Israel na condição de servos.

Nesse ambiente livre de ameaças externas floresceu o reino de Salomão. No entanto, para manter essa
afirmação, não se deve deixar de destacar os atributos pessoais de Salomão e os dons adquiridos pela sua
dependência de Deus. A formação de Salomão no palácio real de Davi determinou o desenvolvimento de
notáveis qualidades morais. Antes mesmo de ser coroado, seu pai destacou a sua "prudência" (1Rs 2:9) e
"sabedoria" (1Rs 2:6). Assim que foi coroado, Salomão requereu de Deus "coração compreensivo para
julgar... para que prudentemente discirna entre o bem e o mal..." (1Rs 3:9). Munido dessas qualidades,
Salomão engrandeceu seu reino.

O prestígio pessoal de Salomão, não somente como excelente administrador, mas também como homem
de grande saber e intelecto, era amplamente divulgado entre as nações estrangeiras, de onde partiam
personalidades importantes para testemunhar da sabedoria do rei de Israel.

Sabedoria do mundo e sabedoria de Deus

A palavra sabedoria, utilizada por Paulo em I Coríntios 3:19 é a tradução do vocábulo grego sophia. Na
época de Paulo, os cidadãos gregos faziam uso desse vocábulo para referir-se indistintamente à sabedoria
popular e àquela que procede de uma realidade superior, sem avaliar sua natureza de ser falsa ou

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verdadeira. É por essa dupla conotação que Paulo tenta diferenciar uma da outra, especificando: "a
sabedoria deste mundo".

Qual é a "sabedoria deste mundo"? A inferência possível, de acordo com o qualificativo dado por Paulo, é:
a sabedoria originada na mente humana. Mas por que é contrária à sabedoria que procede de Deus? Para
elucidarmos a razão dessa dualidade, precisamos obter maior compreensão do significado do vocábulo
grego sophia, "sabedoria". Para tanto, verificaremos o significado desse termo, no pensamento grego;
isto, sem pretender manter dependência dessa expressão cultural.

Para Aristóteles, sophia, "sabedoria", é identificada com a Filosofia Primeira ou "Metafísica". A "sabedoria"
não está no mundo físico. Ela se torna real mediante a união de uma razão intuitiva (humana) com o
conhecimento rigoroso daquilo que é superior ou que expressa seus princípios (divino). Platão, o filósofo
que exalta o bem e o belo, sugere o conceito de "sabedoria" como uma virtude superior. Sábio é aquele
que possui todas as condições necessárias para pronunciar juízos reflexivos e maduros.

Considerando essas asserções, inferimos que a sabedoria só existe num ambiente superior, além da
natureza humana. Para adquirir sabedoria, o homem precisa buscá-la em Deus; pois há, neste processo,
uma relação de íntima dependência. Na linguagem bíblica, esse conceito se expressa: "O temor do Senhor
é a sabedoria" (Jó 28:28); "O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria" (Sl 111:10). O homem, pela
sua natureza, só pode gerar e adquirir conhecimento. É a prática das virtudes que diferencia o homem
que só tem conhecimento do homem que tem sabedoria. O homem que tem conhecimento pode "saber" o
que é a bondade; mas só o homem sábio é quem "pratica" a bondade; e, todos os outros frutos do
Espírito.

Finalmente, a "sabedoria" que procede de Deus torna o homem prudente, justo e praticante das virtudes
do Espírito. O homem com conhecimentos pode ser "sábio", se seus conhecimentos são utilizados para o
bem. Não pode ser considerado "sábio" o homem cujos conhecimentos adquiridos são utilizados para o
mal; pois Deus não está nele. Esta última condição é aquela que caracteriza a "sabedoria" do mundo.

O declínio do governo de Salomão

A grandeza do governo de Salomão entrou em declínio por causas políticas e causas morais ou por uma
inter-relação entre as elas. Politicamente, Salomão tomou medidas que originaram inconformismo entre o
povo de Israel. Elevou a carga tributária de seus súditos; dividiu o reino em 12 distritos, obrigando-os a
contribuir durante um mês, cada ano, para a alimentação do palácio, estimado em 5.000 pessoas;
aumentou a tributação dos comerciantes estrangeiros que atravessavam o território de Israel; gerou
descontentamento e conseqüente ameaça das nações de Edom, Damasco e, posteriormente, do Egito;
enfrentou sem solução a revolta de Jeroboão.

No campo da moralidade, duas atitudes do rei Salomão: a sensualidade e a idolatria, contribuíram para
consolidar, de forma irreversível, o declínio de seu reino. Nos primeiros anos de governo, manifestou
conivência com o povo que "oferecia sacrifícios sobre os altos" (1Rs 3:2). Seu casamento com a filha de
Faraó não seria a primeira experiência no sentido de manter um harém numeroso com mulheres de várias
etnias. O prestígio de seu reinado e os hábitos político-sociais daquela época, entre as nações do Oriente
Médio, permitiam o permanente aumento de esposas e concubinas a perambular pelos corredores do
palácio real.

As razões para um governante ou homem de prestígio, nobre e rico possuir muitas mulheres eram
eventualmente uma obrigação de estado. Para manter a paz política entre nações, em geral, o governante
do reino vencido oferecia sua filha em casamento ao governante vitorioso. Uma forma de consertar ou
estreitar alianças políticas era consolidar esse ato através de casamentos. Muitos nobres da mesma
nacionalidade ou estrangeiros davam mulheres aos governantes, a título de presente. Muitas mulheres,
capturadas como prisioneiras, ocupavam as recâmaras do palácio, como troféus de guerra; moças e até
crianças eram transferidas dos seus lares ao palácio, como forma incomum de pagamento de dívidas; em
época de baixo índice demográfico, a posse de várias concubinas tornava possível a existência de um

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número elevado de descendentes. Nessas práticas, consideradas legais e adequadas à época, Salomão
não seguiu a regra divina em relação ao casamento, mas obedeceu aos padrões da moralidade
inescrupulosa de nações pagãs.

Essa falha de comportamento levou Salomão e seu reino ao declínio de poder e de comunhão com Deus.
"Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses... Salomão seguiu
Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, abominação dos amonitas, ... edificou Salomão um santuário a
Quemos, abominação de Moabe ... e a Moloque, abominação dos filhos de Amom" (1Rs 11:4-7).

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http://br.groups.yahoo.com/group/cristovaivoltar/message/2841

Eclesiastes
===========

O nome Eclesiastes ou Pregador foi empregado pela primeira vez na


Septuaginta, tradução do hebraico para o grego das Escrituras feita por 72
sábios judeus na cidade de Alexandria. Esta tradução iniciou-se em 285 a.C.
a pedido de Demétrio Falório, Bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo e foi
concluída 39 anos depois. A Septuaginta ajudou no sentido de preparar o
mundo para o 1° Advento de Cristo.

Na Bíblia hebraica o livro é chamado de Qohelete, que significa pregador ou


dirigente de uma reunião. Sua autoria, apesar de a história não confirmar,
pode ser atribuída ao Rei Salomão, filho de Davi (Ecl. 1:1-2).

O contexto histórico é claro em todo o livro. Podemos observar Salomão


falando para uma Assembléia como autentico Pregador. Ele nos fala dos
problemas da vida e de suas paixões. Apesar de ser considerado o Homem Mais
Sábio da Terra, enfrentou muitas dificuldades para manter um bom
relacionamento com Deus.

O tema central do livro fala sobre a existência humana, seus deveres e


destino. Aborda uma eficaz filosofia de vida e propósitos. Através da sua
experiência, podemos, como cristãos aprender sobre a necessidade de
dependermos inteiramente de Deus em todos os momentos.

A crítica textual:

É provavelmente o livro mais polêmico entre todos do AT. Seu conteúdo é


surpreendente de muitas maneiras e tem causado as mais diferentes reações
entre aqueles que têm se dedicado à sua interpretação. Entre judeus e
cristãos muitos têm questionado o direito de Eclesiastes estar entr os
livros do cânon.

Rabi Shamai: conservador da escola conservadora.

Rabi Hillel: liberal.Shamai era contra a permanência do livro no cânon; não


deveria ficar por ser blasfemo e ímpio. Prevaleceu a opnião de Hillel.

No cristianismo, dúvidas sobre a interpretação de Eclesiastes sobrevieram

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até o tempo de Teodoro de Mopsuéstia (400 d.C.), grande exegeta da escola de


Antioquia.

As opiniões hoje, são diversas. Para alguns, Eclesiastes é uma obra prima
do ceticismo, pessimismo, do epicurismo (filosofia grega: baseada em que
sentido da vida e o melhor da vida é o prazer).

Sugestão para a chave de compreensão do livro. A chave de compreensão está


na compreensão da natureza do livro, no contexto no qual foi escrito e no
propósito para o qual foi escrito.

O livro de Eclesiastes foi escrito por Salomão no final de sua vida, depois
de passar anos em apostasia segundo nos relata I Rs 11:1-8.

Salomão se entregou a mais baixa apostasia devido a sua união com muitas
mulheres (700 princesas e 300 concubinas – ver I Reis 11:3). Durante esses
anos de apostasia ele se entregou a toda sorte de empreendimentos em busca
da satisfação própria, compreensão do mundo e da vida buscando esperança e
felicidade na base do esforço humano, de sua capacidade de raciocínio e
forças, mas de modo independente de Deus.

Ele viu, então, que tudo era vaidade e correr atrás do vento. Em
Eclesiastes nós temos um relatório desse empreendimento durante os anos de
apostasia.

- Ec 1:12-14; 16-17; 2:1-11: Relato da busca de satisfação


- Ec 4:1-4: Melhor o que nunca nasceu o que o que veio a existência.
- Ec 7:23-29: Depois de anos de busca desvairada e de se entregar
totalmente a prazeres,
sentimentos, indagações e ao desespero, Salomão foi despertado (de sua
apostasia)
por uma sentença de juízo pronunciada contra ele e contra a sua casa
vinda da parte de
Deus I Rs 11:9-13.

Em penitência ele começou a retroceder de onde ele tinha caído e voltou a


viver novamente de acordo com o plano de pureza e santidade que Deus tem
para seus filhos. Arrependido ele compôs o livro de Eclesiastes e se tornou
o pregador afim
de advertir a outros a não caírem no mesmo erro que ele caiu.

Quando lemos Eclesiastes devemos ter em mente que em suas palavras existem:

1.) Um relato daquilo que aconteceu com ele.


2.) As conclusões que ele chegou dentro dessas circunstâncias “vaidade das
vaidades”).
3.) Uma apresentação de uma perspectiva superior: “Deus” o qual é a única
saída para o
homem.

Nem tudo que ele descobriu, no entanto, é errado. Exemplos:

* Ecl. 4:5-6: Conclui que o trabalho é bom.


* Ecl. 4:7-12: Conclui que é bom o companheirismo.

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* Ecl. 5:1-6: Conclui que é bom ser prudente.


* Ecl. 6:8-12: Advertência quanto ao amor às riquezas.
* Ecl. 8:1-5: Submissão às autoridades.
* Ecl. 9:13-18: A sabedoria é melhor que a riqueza.

Mesmo as boas conclusões não satisfaziam o coração, e ele diz o porquê Ecl.
3:11- “Deus pôs no coração do homem a eternidade” (Olam – no hebraico , sua
tradução é infinito; tanto para tempo como para o espaço).

O homem tem o infinito dentro do seu coração e único que pode preencher o
coração dele é aquEle que é infinito (Deus). O temor do Senhor é a única
resposta que preenche o coração do homem: Ecl. 3:14; 5:7; 7:18; 8:12-13;
12:13.

O Valor de Uma Palavra Chave:

1. Não é possível ler e compreender, com proveito, certos livros da Bíblia


sem que antes de tudo se ache a chave para o estudo. Talvez nenhuma outra
porção das Sagradas Escrituras necessite tanto da chave para estudo como
Eclesiastes.

2. O livro é largamente citado no Novo Testamento:

Eclesiastes Novo Testamento


=========== ===============
Ecl. 7:2 Mat. 5:3,4
Ecl. 5 Mat. 6:7
Ecl. 5:1 I Tim. 3:15
Ecl. 5:6 I Cor. 11:10
Ecl. 6:2 Luc. 12:20
Ecl. 11:5 João 3:8
Ecl. 12:14 II Cor. 5:1

3. Outro fato interessante são as declarações sobre fenômenos científicos


rigorosamente certas, como por exemplo: a evaporação das águas e a formação
de chuvas coincidem perfeitamente com as descobertas dos sábios dos nossos
dias a esse respeito. Alguns tem dito que a teoria de Redfield sobre as
tempestades tem sua origem aqui. A pergunta fica: Quem ensinou Salomão o
emprego de termos que claramente exprimem fatos? E quem lhe revelou a origem
dos ventos, que são regidos por leis tão positivas como as que determinam o
crescimento da planta.

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Ref.: http://xacute.sites.uol.com.br/art_eclesiastes.html

ECLESIASTES OU QOHELET

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FELICIDADE E TRABALHO
Rafael Lopez Villasenor

CONTEXTO

Eclesiastes ou Qohelet é um escrito sapiencial cuja preocupação central é a vida do ser humano sobre
diversos aspectos. O aparente pessimismo do Eclesiastes ou Qohelet pode desconcertar o leitor. Ele
questiona tudo, analisa e se posiciona. Critica a cultura e a opressão. O livro aparece como uma “gozação”
popular da sabedoria dos grandes do tempo, inchados com a novidade do Império Grego que dominava.
Eclesiastes empreende grandes esforços para entender o sentido da vida e apresentar uma proposta para o
ser humano viver e alcançar a felicidade. Trata-se de um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a
condição do povo na Palestina, por volta do século III a.C. A

Um pouco de história Palestina era importante corredor comercial que ligava o Egito com a Fenícia,
o Norte da Síria, a Mesopotâmia e a Arábia. Os grandes impérios lutavam para controlara a área. (Assíria,
Babilônia, Grécia, Roma...). Alexandre Magno constrói um grande império por volta do ano 333 a. C. Ele
dominava pela força e pela imposição cultural, mas morre sem deixar um sucessor. O império fica sob o
governo de um grupo de generais que o dividem entre eles (301 a. C). O grupo do general Ptolomeu (surgindo
à dinastia dos Ptolomeus) assumiu o governo de Egito, ficando também com a Palestina e a Fenícia e o
general Seleuco, (surgindo à dinastia dos Selêucidas) com a Síria e a Mesopotâmia. O general Seleuco não se
conforma com o domínio dos Plomeus sobre a Palestina e entre em guerra cinco vezes para obter o controle
da Palestina (301 a 198 a. C). Finalmente Antíoco III, rei dos Selêucidas derrota os Ptolomeus (198 a. C),
assumindo o controle sobe a Palestina, Fenícia e Síria.

No tempo da dominação dos Ptolomeus, o livre mercado é implantado, a escravidão é uma realidade
constante. A filosofia grega dominava o pensamento e a cultura da época. Os gregos levam um acentuado
individualismo destruindo o espírito de comunitário. O comercio aumenta e o livre comércio exige mais
produtos. Cresce o empobrecimento da maioria.

Os gregos (Ptolomeus e Selêucidas) garantem a liberdade religiosa dos povos dominados, mas com
submissão política e com cobrança de impostos. Assim a colônia do império grego dos Ptolomeus, ao qual
devia pagar pesados tributos, que eram arrecadados pela família dos Tobíadas, que controlava o comércio, a
economia e a política interna. O fardo dos impostos sobre Judá deixa o povo cada vez mais miserável. A
formação de grandes latifúndios exige o uso do trabalho escravo. Há aumento de pessoas empobrecidas e
escravizadas. O idioma grego tornou-se idioma universal da época. O povo judeu falava grego na rua e
hebraico na sinagoga. Os antigos valores da cultura judaica vão caindo e aos poucos a cultura grega vai
orientando a lógica do lucro, do individualismo, tornando-se o modelo dominante.

Um pouco sobre o livro do Eclesiastes. O livro faz parta da literatura sapiencial. O autor é um sábio
provavelmente de Jerusalém, inconformado com a realidade do tempo, recolhe a sabedoria do povo, reflete
sobre algumas verdades. Ele escreveu o livro durante esse tempo de exploração interna e externa no século III
(250 a.C.) bem depois do exílio de babilônia. Era um tempo, que não deixava esperanças de futuro melhor
para o povo. Num mundo sem horizontes, ele fez um balanço sobre a condição humana, buscando

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apaixonadamente uma perspectiva de realização. A maioria dos estudiosos concorda que há pelo menos três
redatores para este livro.

O livro foi escrito numa época muito difícil para o povo. A Judéia estava nas mãos dos Ptolomeus,
estava sofrendo transformações muito rápidas e violentas, Qohelet apresenta uma reflexão muito irônica e
amarga sem muita esperança. Por trás da amargura o livro nos aponta caminhos. Ele tenta sempre responder
a esta pergunta: Tem sentido a vida humana? Ele vê três valores importantes que não vale a pena
questionar: a vida humana com suas limitações (5,17;7,29); o oprimido e o pobre, fruto do sistema injusto
(5,7;9,14); a ação de Deus que não pode ser mudada (3,14-15; 7,23). Diante destes três valores relativiza
tudo. A proposta básica de Qoélet e a felicidade para todos.

A pessoa que escreveu o livro apresenta-se como Qohelet (1,12) Qohelet é uma palavra hebraica que
significa comunidade ou alguém que fala pela comunidade. Eclesiastes é uma palavra grega ekklesia que
significa comunidade. O autor é uma pessoa que participava das reuniões dos sábios, na qual à luz da fé,
discutiam-se a situações do povo e os problemas da vida da comunidade. Talvez coordenador de uma
comunidade que observa vários aspectos da vida humana e reflete sobre eles. Qohelet se apresenta como
filho de Davi (1,1). Na realidade o livro não foi escrito pelo rei Salomão do séc IX a. C. Salomão é considerado
como patrono da literatura sapiencial em Israel. Também naquele tempo era comum uma pessoa esconder-se
atrás de figuras importantes e significativas do passado para comunicar sua mensagem, isso era um recurso
literário. Qohelet usa o método dos sábios de Israel. Os sábios não davam tudo pronto, levavam as pessoas a
participarem no processo da descoberta da verdade. Faziam com que eles mesmos fossem descobrindo as
coisas.

O Eclesiastes ou Qohelet denuncia portanto as conseqüências de uma estrutura social injusta. O povo
não tem presente, quando é impedido de usufruir do fruto do próprio trabalho. Conseqüentemente, fica sem
vida, que lhe foi roubada não por esta ou aquela pessoa, mas por todo um sistema social dependente que,
para privilegiar uma minoria, acaba espoliando a nação inteira. E aqui, o autor mostra que isso se trata, em
primeiro lugar, de um pecado teológico: Deus dá a vida para todos; se ela é roubada, o roubo é um desvio na
própria fonte da vida.

O Eclesiastes é convite para desconstruir e construir. Desconstruir uma falsa concepção a respeito de
Deus e da vida, muitas vezes justificada por concepções teológicas profundamente arraigadas. Depois,
construir uma nova concepção de vida, que é dom gratuito de Deus, para que todos a partilhem com justiça e
fraternidade. Só então todos poderão ter acesso à felicidade, que consiste em usufruir a vida presente que,
intensamente vivida, é a própria eternidade.

O Autor observa que há uma organização social perversa que rouba o trabalhador. Exploração do
poder econômico (5,7); estruturas injustas (3,16); a competição cega e a concorrência desleal (4,4); os que
enriquecem graças ao trabalho alheio (5,9-11); o abuso do poder político (8,3-5); a dominação em nome da
religião (2,26); as famílias israelitas (250-190 a C) tinham que trabalhar como servos a sua própria terra,
entregando quase toda a produção na forma de taxas.

Quais os caminhos para realizar a vida e a felicidade? O autor desmonta as ilusões que um
determinado sistema de sociedade apresenta como ideal (riqueza, poder, ciência, prazeres, status social,
trabalho para enriquecer etc.) e coloca uma pergunta fundamental: “Que proveito tira o homem de todo o

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trabalho com que se afadiga debaixo do sol?” (1,3). Em vez de cair no desespero, o autor descobre duas
grandes perspectivas: Primeiro, descobre Deus como Senhor absoluto do mundo e da história, devolvendo a
Deus a realidade de ser Deus. Depois, descobre o Deus sempre presente, fazendo o dom concreto da vida
para o homem, a cada instante e continuamente. Isso leva o homem a descobrir que a própria realização é
viver intensamente o momento presente, percebendo-o como lugar de relação com o Deus que dá a vida.
Intensamente vivido, o momento presente se torna experiência da eternidade, saciando a sede que o homem
tem da vida. Todavia, para que se possa de fato viver o presente é preciso usufruir o fruto do próprio
trabalho (2,10; 2,24; 3,13.22; 5,18-20; 9,9). E aqui temos uma pergunta crucial: Que presente de vida resta
para o povo, quando ele é impedido de usufruir do resultado do trabalho com que se afadiga debaixo do sol?

Divisão do livro

1,1-11 Introdução

I. 1-12-3,22 Exploração do trabalho e empobrecimento.

II. 4,1-6,9 Passos concretos para alcançar a felicidade.

III. 6,10-8,17 Critica a sabedoria oficial e a teologia da retribuição

IV. 9,1-12,8 O caminho da felicidade

12, 9-14 Epílogos.

COMENTÁRIOS AOS TEXTOS

1,1-11 Vaidade das vaidades, Qohelet (significa aquele que pertence à comunidade) pode ser nome próprio
ou de alguém que fala à comunidade reunida. O autor se personifica como o rei Salomão para dar importância
ao livro do Eclesiastes (1,1) A ganância e opressão do império grego, reforçadas pela exploração da família
dos Tobíadas, tornaram a vida do povo insuportável. Isso levou o autor do Eclesiastes a afirmar: “Ilusão das
ilusões! Tudo é ilusão!” (1,2). A palavra “ilusão” — traduzida em algumas Bíblias por “vaidade” ou “absurdo” —
não diz tudo o que o termo hebel significa em hebraico. Podemos pensar numa bolha de ar no fundo do
tanque: quanto tempo ficará aí sob o peso da água? E se sobe, o que acontece? Podemos pensar numa bolha
de sabão: quanto dura? Para que serve? Assim é a vida do povo quando é explorado na sua força de trabalho.
Na realidade se trata de uma pessoa que viveu muito e reflete bastante como as coisas acontecem, sobre to
que vale a pena na vida. Avalia os sonhos e os projetos do tempo e da comunidade. Examinando a situação
em que o povo vive, a conclusão é que tudo é frágil e passageiro. O povo vive trabalhando. E que proveito ele
tira do seu trabalho? (2-3) Porém o perigo está em perder o sentido da vida. Quando isso acontece todas as
coisas perdem o significado. A vida se torna repetição monótona e enfadonha, sem motivação nenhuma.

• Qual foi o momento mais importante da vida que lhe ensinou alguma coisa?
• Quantas vezes perdemos o sentido da vida?

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1,12-18 A sabedoria como serviço Uma das propostas fundamentais para realização humana é adquirir a
maior quantidade de conhecimento, mas o conhecimento não esta ao alcance da grande maior. O autor
garante que o conhecimento não leva para felicidade. Ao contrario este leva a ver a vida que é passageira.

• Qual é o valor hoje do conhecimento e sabedoria?

2,1-16 A falsa felicidade. O dinheiro, o poder, o sucesso não trazem a verdadeira felicidade. A felicidade é
uma busca de todo ser humano, embora muitas vezes não o encontramos por procurar-lo de maneira e no
lugar errado.

• Qual é a verdadeira felicidade?

2,17-26 Desfrutar o produto do trabalho. Trabalhar incansavelmente para enriquecer, ter prosperidade, isso
não leva a felicidade. O que foi ganho com sacrifício ficara para outro. O povo trabalha muito, e “nem mesmo
de noite repousa seu coração” (2,23). Quando alguém gasta suas energias e criatividade trabalhando (v. 21a),
mas não usufrui do trabalho, pois “vê-se obrigado a deixar tudo em herança para outro que em nada
colaborou” (v. 21b), então a vida se torna “ilusão e grande desgraça” (v. 21c). Se as pessoas trabalham
criativamente, é para os grandes que gastam seus talentos; se trabalham mecanicamente, acabam se
transformando em robôs e peças de uma engrenagem que os devora. Como sair disso? A mensagem que ele
deixa é esta: a felicidade é poder usufruir plenamente dos frutos do trabalho, pois esse é o dom que Deus dá
para todos (24-26). O livro do Qoélet fala pouco de Deus. Por quê? Estaria ausente? Não. Ele está presente
nos anseios do povo que luta por emprego, salários dignos, moradia, saúde, lazer etc., “porque compreendi
que é dom de Deus que o homem possa comer e beber, desfrutando do produto de todo o seu trabalho”.

• Qual é o verdadeiro sentido do trabalho?


• Por que existe hoje tanto desemprego?

3,1-15 Tudo tem seu tempo Qohelet é a resposta de uma resistência cotidiana. Somos condicionados pelo
tempo, pelo fazer, pelo produzir, pelo consumir. A todo custo, o homem tenta dominar a vida, que lhe escapa
numa série de tempos diferentes. O tempo é passageiro. Só Deus tem a visão do conjunto da vida. Só ele
conhece de antemão todos os momentos. Os momentos da vida são todos incertos. Cabe então aceitar o
momento presente como dom de Deus, e ter discernimento para fazer a coisa certa no momento certo. Deus
tem a visão total do projeto que ele realiza na história (v15). Esse projeto, porém, realiza-se pouco a pouco,
através dos momentos que se sucedem. Se o homem quiser encontrar-se com Deus, deverá procurá-lo no
momento que foge, isto é, no momento presente. Assim, o único relacionamento com Deus e a única vida
concreta acontecem aqui e agora. O resto é saudade ou pré-ocupação.

• Como usamos hoje o nosso tempo? Será que é verdade “tempo é dinheiro”?

3,16-22 O tempo é passageiro. O tempo nesta vida é passageiro, ele termina para as pessoas e os animais.
A vida acaba no momento menos esperado muitas vezes sem realizar nossos projetos.

• O que significa: “há mais tempo que vida”?

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4,1-16 A opressão e a vida Frustração, exploração e competição quantas vezes já sentimos na própria pele.
A opressão é o espetáculo mais terrível que acontece na sociedade. Quando um sistema é injusto, todos
acabam tornando-se vítimas dele, a ponto de ser preferível morrer, ou até mesmo nunca ter nascido. (1-3) Um
sistema social baseado na competição e na concorrência produz insegurança e trabalho insano. Isso só é
resolvido quando a competição dá lugar à fraternidade e partilha, possibilitando que o homem viva tranqüilo.
(4-6) A ganância e ambição fazem as pessoas viverem só para si mesmas. (7-12) O relacionamento leva a
viver melhor, pois nele se partilham dificuldades e conquistas, tristezas e alegrias. Um governo absolutizado se
distancia do povo e está a caminho da ruína. Alguém do povo se tornará líder e chegará ao poder, renovando
a vida social. Mais tarde, porém, a mesma coisa se repetirá. (13-16).

• Quais são as explorações e opressões que vivemos?

4, 17-5, 6 Cumprir as promessas Sem ver a possibilidade de mudança cresce a falta de esperança.
Eclesiastes mostra que só nosso compromisso com Deus constrói as mudanças que sonhamos. Palavras
jogadas ao vento nada resolvem. No relacionamento com Deus, o importante é se dispor a colocar em prática
o projeto dele. Não adianta prometer o que de antemão não se pretende cumprir. Com Deus não se brinca
com promessas.

• Como são feitas as promessas hoje pelo povo?


• Qual é o motivo que leva a fazer promessas?

5, 7-6,6 Injustiça e opressão O trabalho sustenta as necessidades básicas da vida humana. A cidade é uma
superestrutura constituída a partir do comércio, que atravessa o produto do campo para os que nela vivem.
Acumulação de terras, unida à injustiça no comércio, cria relações desiguais, produzindo riqueza e poder para
uma minoria, mediante a exploração e opressão de outros. Contudo, toda essa pirâmide social continua
sempre dependendo da produção agrícola. A experiência mostra que a ganância pelo dinheiro é insaciável.
Mas de que adianta acumular riquezas, e em troca perder o sentido da vida? E o que dizer do processo
tortuoso para acumular dinheiro? Vivendo na alegria do momento presente, a pessoa descobre que a
eternidade - experiência de Deus e da vida - não consiste em viver muito, e sim em viver intensamente cada
momento.

• Como nos comportamos em relação com o dinheiro? Acreditamos que dinheiro compara tudo?

6, 7-12 O trabalho é para o sustento A vida passa rápida e nada adianta o acumulo. O mais importante é
viver o presente sem se preocupar em acumular.

• Como vivemos o presente?

7, 1-24 A verdadeira sabedoria é viver Ninguém nasce sabendo as coisas. È a experiência acumulada nos
ensina como viver, é fazendo que aprendemos, a melhor escola é a vida. A morte lembra que a condição
humana é limitada e frágil. Tristeza e alegria, realização e frustração se alternam imprevisivelmente na
condição limitada da vida humana. Por mais conhecimento que alguém tenha, não consegue abarcar o futuro.
A verdadeira sabedoria consiste em aceitar e viver intensamente o presente, aprendendo nele a conhecer e
temer a Deus. Só Deus é capaz de unir os contrários. Para aprender a ser íntegro, o homem deve temer a
Deus.

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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

• O que aprendemos com a experiência da vida?

7, 25-29 O homem insensato. Deus faz o homem correto, mas este complica através da insensatez, se
desvia do caminho de Deus. Este texto traz observações negativas da mulher, o que era próprio da de uma
sociedade machista e patriarcal (v 26).

• Como a mulher é vista hoje na nossa sociedade?

8, 1-17 O bem e o mal O bem e o mal estão juntos. Sabedoria é capacidade de discernir a verdade por trás
das aparências. Quem é capaz disso, não se perturba diante dos conflitos (v. 1). A prosperidade e impunidade
dos injustos é sempre uma tentação para os justos, que acabam perguntando: Por que Deus não faz logo
justiça? Vale a pena continuar sendo justo?

• No mundo de hoje, vale a pena ser bom, justo e honesto?


• Por que muitas vezes os pobres são tratados como preguiçosos?

9, 1-10 O mesmo destino para todos. A vida está cheia de surpresa a morte faz parte da condição humana
(9,3), por mais que se planeja, não se consegue controlar. A morte é uma realidade inevitável, devemos viver a
vida como dom de Deus. Apesar de todos os problemas e dificuldades, vale a pena viver e ser justo, pois,
embora a vida seja um grande mistério, justos e sábios estão todos nas mãos de Deus. Há o desejo do ser
humano de perpetuidade, (9,5) ser esquecido é perder toda possibilidade de existência. Há uma insistência
para desfrutar ao máximo os prazeres cotidianos (9,9) a viver bem a vida, pois a morte é uma realidade que
faz a pessoa refletir sobre o sentido da existência. A vida tem que ser valorizada, pois a morte é uma realidade
inevitável para todos!

• Como se enfrenta hoje a realidade da morte? Qual é o sentido da nossa vida?

9,13-18 Mas vale a sabedoria que as armas. A sabedoria esta acima das guerras e da força. Há uma forte
critica sobre o militarismo dos gregos (9,16) A sabedoria é a sensatez, o equilíbrio, o bom senso, a capacidade
de experiência e de refletir sobre ela. O dia a dia sofrido do povo prova o contrário a teologia da retribuição
que promete vida longa e feliz para a pessoa justa e condena a pessoa injusta com a pobreza, doença,
sofrimento e vida breve.

• Como reagimos diante das surpresas da vida? Diante da morte improvisa?

10, 1-20 O homem sábio. A sabedoria perante o homem insensato não deve de ser contaminado, deve haver
discernimento perante as dificuldades da vida. A sabedoria é agir com prudência e atenção na vida cotidiana.
Muitas vezes é melhor calar que falar insensatezes ou besteiras.

• Em que consiste hoje a sabedoria?


• Qual é a diferença entre ser sábio e ter acumulo de conhecimento?

11,7-12,8 felicidade e juventude Na vida é preciso ser prudente, mas também arriscar. Como só Deus
conhece o mistério da vida, o discernimento ajuda pelo menos a tatear, a fim de descobrir o que fazer no lugar
e momento certo. Diante da fugacidade da vida, o autor deixa um conselho: viver enquanto é tempo, antes que

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chegue o fim. A velhice é aqui descrita através de um poema com largo uso de metáforas. A vida é muito
breve. È preciso vivê-la intensamente: comer, e beber com alegria. Embora sem perspectivas de ressurreição
ou vida após a morte, o autor diz que o sopro vital, isto é, a própria vida, retorna para Deus.

• Será que a verdadeira felicidade está na riqueza, no poder e no prestigio?

12, 9-13 Conclusão. Este texto conclusivo é um acréscimo posterior por um discípulo. O livro termina fazendo
um apelo para o temor a Deus e a observação dos mandamentos, pois Deus julgará.

BIBLIOGRAFIA
MESTERS, Carlos & OROFINO, Francisco O varal da vida- chave de leitura para o Livro do Eclesiastes CEBI -2006

REINER Haroldo Eclesiastes, A sabedoria do viver e conviver – Encontros bíblicos sobre o Livro de Eclesiastes CEBI -
2006.

Bíblia Sagrada - Edição Pastoral, Paulus, São Paulo.

CRB Sabedoria e poesia do povo Tua palavra e vida 4 - Ed. Loyola 1993 pp 117-132

STORNIOLO, Ivo – BALANCIN, Euclides Como ler o livro dos Eclesiastes – trabalho e felicidade. Ed. Paulos 1991.

SAB (Serviço de Animação Bíblica) Come teu pão com alegria, Eclesiastes. Ed. Paulinas 2206.

MARQUES, Maria Antonia - Aprendendo como a vida, uma introdução ao livro de Eclesiastes - Vida Pastoral, Ano XLVII,
número 250, Setembro outubro 2006 pp 3-9.

http://www.webservos.com.br/gospel/BibliaOnline/biblia_books.asp?book=22

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LIVRO DE ECLESIASTES haverá lembrança, nos que hão de


vir depois."
Capítulo 1 12 Eu, o pregador, fui rei sobre
Israel em Jerusalém.
1 Palavras do pregador, filho de 13 "E apliquei o meu coração a
Davi, rei em Jerusalém: esquadrinhar e a informar-me com
2 Vaidade de vaidades! - diz o sabedoria de tudo quanto sucede
pregador, vaidade de vaidades! É debaixo do céu; essa enfadonha
tudo vaidade. ocupação deu Deus aos filhos dos
3 Que vantagem tem o homem de homens, para nela os exercitar."
todo o seu trabalho, que ele faz 14 Atentei para todas as obras que
debaixo do sol? se fazem debaixo do sol, e eis que
4 "Uma geração vai, e outra tudo era vaidade e aflição de
geração vem; mas a terra para espírito.
sempre permanece." 15 "Aquilo que é torto não se pode
5 E nasce o sol, e põe-se o sol, e endireitar; aquilo que falta não
volta ao seu lugar, de onde nasceu. pode ser calculado."
6 "O vento vai para o sul e faz o 16 "Falei eu com o meu coração,
seu giro para o norte; dizendo: Eis que eu me engrandeci
continuamente vai girando o vento e sobrepujei em sabedoria a todos
e volta fazendo os seus circuitos." os que houve antes de mim, em
7 "Todos os ribeiros vão para o Jerusalém; na verdade, o meu
mar, e, contudo, o mar não se coração contemplou
enche; para o lugar para onde os abundantemente a sabedoria e a
ribeiros vão, para aí tornam eles a ciência."
ir." 17 E apliquei o meu coração a
8 "Todas essas coisas se cansam conhecer a sabedoria e a conhecer
tanto, que ninguém o pode os desvarios e as loucuras e vim a
declarar; os olhos não se fartam de saber que também isso era aflição
ver, nem os ouvidos de ouvir." de espírito.
9 "O que foi, isso é o que há de 18 "Porque, na muita sabedoria, há
ser; e o que se fez, isso se tornará muito enfado; e o que aumenta em
a fazer; de modo que nada há novo ciência aumenta em trabalho."
debaixo do sol."
10 Há alguma coisa de que se Capítulo 2
possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi
nos séculos passados, que foram 1 "Disse eu no meu coração: Ora,
antes de nós. vem, eu te provarei com a alegria;
11 "Já não há lembrança das coisas portanto, goza o prazer; mas eis
que precederam; e das coisas que que também isso era vaidade."
hão de ser também delas não

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2 "Do riso disse: Está doido; e da esta foi a minha porção de todo o
alegria: De que serve esta?" meu trabalho."
3 Busquei no meu coração como 11 "E olhei eu para todas as obras
me daria ao vinho (regendo, que fizeram as minhas mãos, como
porém, o meu coração com também para o trabalho que eu,
sabedoria) e como reteria a trabalhando, tinha feito; e eis que
loucura, até ver o que seria melhor tudo era vaidade e aflição de
que os filhos dos homens fizessem espírito e que proveito nenhum
debaixo do céu, durante o número havia debaixo do sol."
dos dias de sua vida. 12 "Então, passei à contemplação
4 "Fiz para mim obras magníficas; da sabedoria, e dos desvarios, e da
edifiquei para mim casas; plantei doidice; porque que fará o homem
para mim vinhas." que seguir ao rei? O mesmo que
5 Fiz para mim hortas e jardins e outros já fizeram."
plantei neles árvores de toda 13 Então, vi eu que a sabedoria é
espécie de fruto. mais excelente do que a estultícia,
6 Fiz para mim tanques de águas, quanto a luz é mais excelente do
para regar com eles o bosque em que as trevas.
que reverdeciam as árvores. 14 "Os olhos do sábio estão na sua
7 "Adquiri servos e servas e tive cabeça, mas o louco anda em
servos nascidos em casa; também trevas; também, então, entendi eu
tive grande possessão de vacas e que o mesmo lhes sucede a todos."
ovelhas, mais do que todos os que 15 "Pelo que eu disse no meu
houve antes de mim, em coração: Como acontece ao tolo,
Jerusalém." assim me sucederá a mim; por
8 "Amontoei também para mim que, então, busquei eu mais a
prata, e ouro, e jóias de reis e das sabedoria? Então, disse no meu
-províncias; provi-me de cantores, coração que também isso era
e de cantoras, e das delícias dos vaidade."
filhos dos homens, e de 16 "Porque nunca haverá mais
instrumentos de música de toda lembrança do sábio do que do tolo;
sorte." porquanto de tudo nos dias futuros
9 "E engrandeci-me e aumentei total esquecimento haverá. E como
mais do que todos os que houve morre o sábio, assim morre o tolo!"
antes de mim, em Jerusalém; 17 "Pelo que aborreci esta vida,
perseverou também comigo a porque a obra que se faz debaixo
minha sabedoria." do sol me era penosa; sim, tudo é
10 "E tudo quanto desejaram os vaidade e aflição de espírito."
meus olhos não lhos neguei, nem 18 Também eu aborreci todo o
privei o meu coração de alegria meu trabalho, em que trabalhei
alguma; mas o meu coração se debaixo do sol, visto como eu
alegrou por todo o meu trabalho, e

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havia de deixá-lo ao homem que


viesse depois de mim. Capítulo 3
19 "E quem sabe se será sábio ou
tolo? Contudo, ele se assenhoreará 1 Tudo tem o seu tempo
de todo o meu trabalho em que determinado, e há tempo para todo
trabalhei e em que me houve o propósito debaixo do céu:
sabiamente debaixo do sol; 2 "há tempo de nascer e tempo de
também isso é vaidade." morrer; tempo de plantar e tempo
20 Pelo que eu me apliquei a fazer de arrancar o que se plantou;"
que o meu coração perdesse a 3 "tempo de matar e tempo de
esperança de todo trabalho em que curar; tempo de derribar e tempo
trabalhei debaixo do sol. de edificar;"
21 "Porque há homem cujo 4 "tempo de chorar e tempo de rir;
trabalho é feito com sabedoria, e tempo de prantear e tempo de
ciência, e destreza; contudo, a um saltar;"
homem que não trabalhou nele, o 5 "tempo de espalhar pedras e
deixará como porção sua; também tempo de ajuntar pedras; tempo
isso é vaidade e grande enfado." de abraçar e tempo de afastar-se
22 Porque que mais tem o homem de abraçar;"
de todo o seu trabalho e da fadiga 6 "tempo de buscar e tempo de
do seu coração, em que ele anda perder; tempo de guardar e tempo
trabalhando debaixo do sol? de deitar fora;"
23 "Porque todos os seus dias são 7 "tempo de rasgar e tempo de
dores, e a sua ocupação é coser; tempo de estar calado e
desgosto; até de noite não tempo de falar;"
descansa o seu coração; também 8 "tempo de amar e tempo de
isso é vaidade." aborrecer; tempo de guerra e
24 Não é, pois, bom para o homem tempo de paz."
que coma e beba e que faça gozar 9 Que vantagem tem o trabalhador
a sua alma do bem do seu naquilo em que trabalha?
trabalho? Isso também eu vi que 10 Tenho visto o trabalho que Deus
vem da mão de Deus. deu aos filhos dos homens, para
25 (Porque quem pode comer ou com ele os afligir.
quem pode gozar melhor do que 11 "Tudo fez formoso em seu
eu?) tempo; também pôs o mundo no
26 "Porque ao homem que é bom coração deles, sem que o homem
diante dele, dá Deus sabedoria, e possa descobrir a obra que Deus
conhecimento, e alegria; mas ao fez desde o princípio até ao fim."
pecador dá trabalho, para que ele 12 "Já tenho conhecido que não há
ajunte, e amontoe, e o dê ao bom coisa melhor para eles do que se
perante a sua face. Também isso é alegrarem e fazerem bem na sua
vaidade e aflição de espírito." vida;"

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13 e também que todo homem o homem nas suas obras, porque


coma e beba e goze do bem de essa é a sua porção; porque quem
todo o seu trabalho. Isso é um o fará voltar para ver o que será
dom de Deus. depois dele?"
14 "Eu sei que tudo quanto Deus
faz durará eternamente; nada se Capítulo 4
lhe deve acrescentar e nada se lhe
deve tirar. E isso faz Deus para que 1 "Depois, voltei-me e atentei para
haja temor diante dele." todas as opressões que se fazem
15 "O que é já foi; e o que há de debaixo do sol; e eis que vi as
ser também já foi; e Deus pede lágrimas dos que foram oprimidos
conta do que passou." e dos que não têm consolador; e a
16 "Vi mais debaixo do sol: no força estava da banda dos seus
lugar do juízo, impiedade; e no opressores; mas eles não tinham
lugar da justiça, impiedade ainda." nenhum consolador."
17 "Eu disse no meu coração: Deus 2 Pelo que eu louvei os que já
julgará o justo e o ímpio; porque morreram, mais do que os que
há um tempo para todo intento e vivem ainda.
para toda obra." 3 "E melhor que uns e outros é
18 Disse eu no meu coração: é por aquele que ainda não é; que não
causa dos filhos dos homens, para viu as más obras que se fazem
que Deus possa prová-los, e eles debaixo do sol."
possam ver que são em si mesmos 4 Também vi eu que todo trabalho
como os animais. e toda destreza em obras trazem
19 "Porque o que sucede aos filhos ao homem a inveja do seu
dos homens, isso mesmo também próximo. Também isso é vaidade e
sucede aos animais; a mesma aflição de espírito.
coisa lhes sucede: como morre um, 5 O tolo cruza as suas mãos e
assim morre o outro, todos têm o come a sua própria carne.
mesmo fôlego; e a vantagem dos 6 Melhor é uma mão cheia com
homens sobre os animais não é descanso do que ambas as mãos
nenhuma, porque todos são cheias com trabalho e aflição de
vaidade." espírito.
20 "Todos vão para um lugar; 7 Outra vez me voltei e vi vaidade
todos são pó e todos ao pó debaixo do sol.
tornarão." 8 "Há um que é só e não tem
21 Quem adverte que o fôlego dos segundo; sim, ele não tem filho
filhos dos homens sobe para cima nem irmã; e, contudo, de todo o
e que o fôlego dos animais desce seu trabalho não há fim, nem os
para baixo da terra? seus olhos se fartam de riquezas; e
22 "Assim que tenho visto que não não diz: Para quem trabalho eu,
há coisa melhor do que alegrar-se privando a minha alma do bem?

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Também isso é vaidade e Deus está nos céus, e tu estás


enfadonha ocupação." sobre a terra; pelo que sejam
9 Melhor é serem dois do que um, poucas as tuas palavras."
porque têm melhor paga do seu 3 Porque da muita ocupação vêm
trabalho. os sonhos, e a voz do tolo, da
10 "Porque, se um cair, o outro multidão das palavras.
levanta o seu companheiro; mas ai 4 "Quando a Deus fizeres algum
do que estiver só; pois, caindo, não voto, não tardes em cumpri-lo;
haverá outro que o levante." porque não se agrada de tolos; o
11 "Também se dois dormirem que votares, paga-o."
juntos, eles se aquentarão; mas 5 Melhor é que não votes do que
um só como se aquentará?" votes e não pagues.
12 "E, se alguém quiser prevalecer 6 "Não consintas que a tua boca
contra um, os dois lhe resistirão; e faça pecar a tua carne, nem digas
o cordão de três dobras não se diante do anjo que foi erro; por
quebra tão depressa." que razão se iraria Deus contra a
13 Melhor é o jovem pobre e sábio tua voz, de sorte que destruísse a
do que o rei velho e insensato, que obra das tuas mãos?"
se não deixa mais admoestar. 7 "Porque, como na multidão dos
14 "Porque um sai do cárcere para sonhos há vaidades, assim também
reinar; sim, um que nasceu pobre nas muitas palavras; mas tu, teme
no seu reino." a Deus."
15 Vi todos os viventes andarem 8 "Se vires em alguma província
debaixo do sol com o jovem, o opressão de pobres e a violência
sucessor, que ficará em seu lugar. em lugar do juízo e da justiça, não
16 "Não tem fim todo o povo, todo te maravilhes de semelhante caso;
o que ele domina; tampouco os porque o que mais alto é do que os
descendentes se alegrarão dele. Na altos para isso atenta; e há mais
verdade que também isso é altos do que eles."
vaidade e aflição de espírito." 9 "O proveito da terra é para
todos; até o rei se serve do
Capítulo 5 campo."
10 "O que amar o dinheiro nunca
1 "Guarda o teu pé, quando se fartará de dinheiro; e quem
entrares na Casa de Deus; e amar a abundância nunca se
inclina-te mais a ouvir do que a fartará da renda; também isso é
oferecer sacrifícios de tolos, pois vaidade."
não sabem que fazem mal." 11 "Onde a fazenda se multiplica,
2 "Não te precipites com a tua aí se multiplicam também os que a
boca, nem o teu coração se comem; que mais proveito, pois,
apresse a pronunciar palavra têm os seus donos do que a verem
alguma diante de Deus; porque com os seus olhos?"

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12 "Doce é o sono do trabalhador,


quer coma pouco quer muito; mas Capítulo 6
a fartura do rico não o deixa
dormir." 1 Há um mal que tenho visto
13 Há mal que vi debaixo do sol e debaixo do sol e que mui freqüente
atrai enfermidades: as riquezas é entre os homens:
que os seus donos guardam para o 2 "um homem a quem Deus deu
próprio dano. riquezas, fazenda e honra, e nada
14 "Porque as mesmas riquezas se lhe falta de tudo quanto a sua alma
perdem por qualquer má aventura; deseja, mas Deus não lhe dá poder
e, havendo algum filho, nada fica para daí comer; antes, o estranho
na sua mão." lho come; também isso é vaidade e
15 "Como saiu do ventre de sua má enfermidade."
mãe, assim nu voltará, indo-se 3 Se o homem gerar cem filhos e
como veio; e nada tomará do seu viver muitos anos, e os dias dos
trabalho, que possa levar na sua seus anos forem muitos, e se a sua
mão." alma se não fartar do bem, e além
16 "Também isto é um mal que disso não tiver um enterro, digo
causa enfermidades: que, que um aborto é melhor do que
infalivelmente, como veio, assim ele,
ele vai; e que proveito lhe vem de 4 porquanto debalde veio e em
trabalhar para o vento," trevas se vai, e de trevas se cobre
17 e de haver comido todos os o seu nome.
seus dias nas trevas, e de haver 5 E, ainda que nunca viu o sol,
padecido muito enfado, e nem o conheceu, mais descanso
enfermidades, e cruel furor? tem do que o tal.
18 "Eis aqui o que eu vi, uma boa e 6 E certamente, ainda que vivesse
bela coisa: comer, e beber, e gozar duas vezes mil anos, mas não
cada um do bem de todo o seu gozasse o bem, não vão todos para
trabalho, em que trabalhou um mesmo lugar?
debaixo do sol, todos os dias da 7 Todo trabalho do homem é para
sua vida que Deus lhe deu; porque a sua boca, e, contudo, nunca se
esta é a sua porção." satisfaz a sua cobiça.
19 E quanto ao homem, a quem 8 Porque, que mais tem o sábio do
Deus deu riquezas e fazenda e lhe que o tolo? E que mais tem o pobre
deu poder para delas comer, e que sabe andar perante os vivos?
tomar a sua porção, e gozar do seu 9 "Melhor é a vista dos olhos do
trabalho, isso é dom de Deus. que o vaguear da cobiça; também
20 "Porque não se lembrará muito isso é vaidade e aflição de
dos dias da sua vida; porquanto espírito."
Deus lhe responde na alegria do 10 Seja qualquer o que for, já o
seu coração." seu nome foi nomeado, e sabe-se

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que é homem e que não pode longânimo do que o altivo de


contender com o que é mais forte coração."
do que ele. 9 Não te apresses no teu espírito a
11 Sendo certo que há muitas irar-te, porque a ira abriga-se no
coisas que aumentam a vaidade, seio dos tolos.
que mais tem o homem de melhor? 10 Nunca digas: Por que foram os
12 Porque, quem sabe o que é bom dias passados melhores do que
nesta vida para o homem, por estes? Porque nunca com
todos os dias da sua vaidade, os sabedoria isso perguntarias.
quais gasta como sombra? Porque, 11 Tão boa é a sabedoria como a
quem declarará ao homem o que herança, e dela tiram proveito os
será depois dele debaixo do sol? que vêem o sol.
12 "Porque a sabedoria serve de
Capítulo 7 sombra, como de sombra serve o
dinheiro; mas a excelência da
1 Melhor é a boa fama do que o sabedoria é que ela dá vida ao seu
melhor ungüento, e o dia da morte, possuidor."
do que o dia do nascimento de 13 "Atenta para a obra de Deus;
alguém. porque quem poderá endireitar o
2 "Melhor é ir à casa onde há luto que ele fez torto?"
do que ir à casa onde há banquete, 14 "No dia da prosperidade, goza
porque ali se vê o fim de todos os do bem, mas, no dia da
homens; e os vivos o aplicam ao adversidade, considera; porque
seu coração." também Deus fez este em oposição
3 Melhor é a tristeza do que o riso, àquele, para que o homem nada
porque com a tristeza do rosto se ache que tenha de vir depois dele."
faz melhor o coração. 15 "Tudo isso vi nos dias da minha
4 O coração dos sábios está na vaidade; há um justo que perece
casa do luto, mas o coração dos na sua justiça, e há um ímpio que
tolos, na casa da alegria. prolonga os seus dias na sua
5 Melhor é ouvir a repreensão do maldade."
sábio do que ouvir alguém a 16 "Não sejas demasiadamente
canção do tolo. justo, nem demasiadamente sábio;
6 "Porque qual o crepitar dos por que te destruirias a ti mesmo?"
espinhos debaixo de uma panela, 17 "Não sejas demasiadamente
tal é o riso do tolo; também isso é ímpio, nem sejas louco; por que
vaidade." morrerias fora de teu tempo?"
7 Verdadeiramente a opressão faz 18 "Bom é que retenhas isso e
endoidecer até o sábio, e o também disso não retires a tua
suborno corrompe o coração. mão; porque quem teme a Deus
8 "Melhor é o fim das coisas do que escapa de tudo isso."
o princípio delas; melhor é o

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19 A sabedoria fortalece o sábio,


mais do que dez governadores que Capítulo 8
haja na cidade.
20 Na verdade, não há homem 1 Quem é como o sábio? E quem
justo sobre a terra, que faça bem e sabe a interpretação das coisas? A
nunca peque. sabedoria do homem faz brilhar o
21 Tampouco apliques o teu seu rosto, e a dureza do seu rosto
coração a todas as palavras que se se muda.
disserem, para que não venhas a 2 Eu digo: observa o mandamento
ouvir que o teu servo te amaldiçoa. do rei, e isso em consideração para
22 Porque o teu coração também com o juramento de Deus.
já confessou muitas vezes que tu 3 Não te apresses a sair da
amaldiçoaste a outros. presença dele, nem persistas em
23 "Tudo isso inquiri com sabedoria alguma coisa má, porque ele faz
e disse: Sabedoria adquirirei; mas tudo o que quer.
ela ainda estava longe de mim." 4 "Porque a palavra do rei tem
24 "Longe está o que foi e poder; e quem lhe dirá: Que
profundíssimo; quem o achará?" fazes?"
25 Eu tornei a voltar-me e 5 "Quem guardar o mandamento
determinei em meu coração saber, não experimentará nenhum mal; e
e inquirir, e buscar a sabedoria e a o coração do sábio discernirá o
razão, e conhecer a loucura da tempo e o modo."
impiedade e a doidice dos 6 "Porque para todo propósito há
desvarios. tempo e modo; porquanto o mal do
26 "E eu achei uma coisa mais homem é grande sobre ele."
amarga do que a morte: a mulher 7 "Porque não sabe o que há de
cujo coração são redes e laços e suceder; e, como haja de suceder,
cujas mãos são ataduras; quem for quem lho dará a entender?"
bom diante de Deus escapará dela, 8 "Nenhum homem há que tenha
mas o pecador virá a ser preso por domínio sobre o espírito, para reter
ela." o espírito; nem tem poder sobre o
27 Vedes aqui, isso achei, diz o dia da morte; nem há armas nessa
Pregador, conferindo uma coisa peleja; nem tampouco a impiedade
com a outra para achar a causa, livrará aos ímpios."
28 "causa que a minha alma ainda 9 "Tudo isso vi quando apliquei o
busca, mas não a achei; um meu coração a toda obra que se
homem entre mil achei eu, mas faz debaixo do sol; tempo há em
uma mulher entre todas estas não que um homem tem domínio sobre
achei." outro homem, para desgraça sua."
29 Vede, isto tão-somente achei: 10 "Assim também vi os ímpios
que Deus fez ao homem reto, mas sepultados, e eis que havia quem
ele buscou muitas invenções. fosse à sua sepultura; e os que

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ANTIGO TESTAMENTO II (Pr. GEOMÁRIO)
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EXEGESE DO TEXTO DE ECLESIASTES 7:29

fizeram bem e saíam do lugar diga o sábio que a virá a conhecer,


santo foram esquecidos na cidade; nem por isso a poderá alcançar."
também isso é vaidade."
11 Visto como se não executa logo Capítulo 9
o juízo sobre a má obra, por isso o
coração dos filhos dos homens está 1 "Deveras revolvi todas essas
inteiramente disposto para praticar coisas no meu coração, para
o mal. claramente entender tudo isto: que
12 Ainda que o pecador faça mal os justos, e os sábios, e as suas
cem vezes, e os dias se lhe obras estão nas mãos de Deus, e
prolonguem, eu sei com certeza também que o homem não
que bem sucede aos que temem a conhece nem o amor nem o ódio;
Deus, aos que temerem diante tudo passa perante a sua face."
dele. 2 "Tudo sucede igualmente a
13 "Mas ao ímpio não irá bem, e todos: o mesmo sucede ao justo e
ele não prolongará os seus dias; ao ímpio, ao bom e ao puro, como
será como a sombra, visto que ele ao impuro; assim ao que sacrifica
não teme diante de Deus." como ao que não sacrifica; assim
14 Ainda há outra vaidade que se ao bom como ao pecador; ao que
faz sobre a terra: há justos a quem jura como ao que teme o
sucede segundo as obras dos juramento."
ímpios, e há ímpios a quem sucede 3 "Este é o mal que há entre tudo
segundo as obras dos justos. Digo quanto se faz debaixo do sol: que a
que também isso é vaidade. todos sucede o mesmo; que
15 "Então, exaltei eu a alegria, também o coração dos filhos dos
porquanto o homem nenhuma homens está cheio de maldade;
coisa melhor tem debaixo do sol do que há desvarios no seu coração,
que comer, beber e alegrar-se; na sua vida, e que depois se vão
porque isso o acompanhará no seu aos mortos."
trabalho nos dias da sua vida que 4 Ora, para o que acompanha com
Deus lhe dá debaixo do sol." todos os vivos há esperança
16 Aplicando eu o meu coração a (porque melhor é o cão vivo do que
conhecer a sabedoria e a ver o o leão morto).
trabalho que há sobre a terra (pois 5 Porque os vivos sabem que hão
nem de dia nem de noite vê o de morrer, mas os mortos não
homem sono nos seus olhos), sabem coisa nenhuma, nem
17 "então, vi toda a obra de Deus, tampouco eles têm jamais
que o homem não pode alcançar a recompensa, mas a sua memória
obra que se faz debaixo do sol; por ficou entregue ao esquecimento.
mais que trabalhe o homem para a 6 Até o seu amor, o seu ódio e a
buscar, não a achará; e, ainda que sua inveja já pereceram e já não
têm parte alguma neste século, em

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coisa alguma do que se faz debaixo contra ela um grande rei, e a


do sol. cercou, e levantou contra ela
7 Vai, pois, come com alegria o teu grandes tranqueiras.
pão e bebe com bom coração o teu 15 E vivia nela um sábio pobre,
vinho, pois já Deus se agrada das que livrou aquela cidade pela sua
tuas obras. sabedoria, e ninguém se lembrava
8 Em todo tempo sejam alvas as daquele pobre homem.
tuas vestes, e nunca falte o óleo 16 Então, disse eu: Melhor é a
sobre a tua cabeça. sabedoria do que a força, ainda
9 "Goza a vida com a mulher que que a sabedoria do pobre foi
amas, todos os dias de vida da tua desprezada e as suas palavras não
vaidade; os quais Deus te deu foram ouvidas.
debaixo do sol, todos os dias da 17 As palavras dos sábios devem
tua vaidade; porque esta é a tua em silêncio ser ouvidas, mais do
porção nesta vida e do teu trabalho que o clamor do que domina sobre
que tu fizeste debaixo do sol." os tolos.
10 Tudo quanto te vier à mão para 18 Melhor é a sabedoria do que as
fazer, faze-o conforme as tuas armas de guerra, mas um só
forças, porque na sepultura, para pecador destrói muitos bens.
onde tu vais, não há obra, nem
indústria, nem ciência, nem
sabedoria alguma. Capítulo 10
11 Voltei-me e vi debaixo do sol
que não é dos ligeiros a carreira, 1 Assim como a mosca morta faz
nem dos valentes, a peleja, nem exalar mau cheiro e inutilizar o
tampouco dos sábios, o pão, nem ungüento do perfumador, assim é
ainda dos prudentes, a riqueza, para o famoso em sabedoria e em
nem dos inteligentes o favor, mas honra um pouco de estultícia.
que o tempo e a sorte pertencem a 2 O coração do sábio está à sua
todos. mão direita, mas o coração do tolo
12 "Que também o homem não está à sua esquerda.
conhece o seu tempo; como os 3 E, até quando o tolo vai pelo
peixes que se pescam com a rede caminho, lhe falta entendimento, e
maligna e como os passarinhos que diz a todos que é tolo.
se prendem com o laço, assim se 4 Levantando-se contra ti o espírito
enlaçam também os filhos dos do governador, não deixes o teu
homens no mau tempo, quando cai lugar, porque o acordo é um
de repente sobre eles." remédio que aquieta grandes
13 Também vi sabedoria debaixo pecados.
do sol, que foi para mim grande. 5 Ainda há um mal que vi debaixo
14 Houve uma pequena cidade em do sol, como o erro que procede do
que havia poucos homens, e veio governador:

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6 o tolo, assentam-no em grandes 18 Pela muita preguiça se


alturas, mas os ricos estão enfraquece o teto, e pela frouxidão
assentados em lugar baixo. das mãos goteja a casa.
7 Vi servos a cavalo e príncipes 19 Para rir se fazem convites, e o
que andavam a pé como servos vinho alegra a vida, e por tudo o
sobre a terra. dinheiro responde.
8 Quem fizer uma cova cairá nela, 20 "Nem ainda no teu pensamento
e quem romper um muro, uma amaldiçoes o rei, nem tampouco no
cobra o morderá. mais interior da tua recâmara
9 Quem acarretar pedras será amaldiçoes o rico; porque as aves
maltratado por elas, e o que rachar dos céus levariam a voz e o que
lenha expõe-se ao perigo. tem asas daria notícia da palavra."
10 "Se estiver embotado o ferro, e
não se afiar o corte, então, se deve Capítulo 11
pôr mais forças; mas a sabedoria é
excelente para dirigir." 1 Lança o teu pão sobre as águas,
11 Se a cobra morder antes de porque, depois de muitos dias, o
estar encantada, então, remédio acharás.
nenhum haverá no mais hábil 2 Reparte com sete e ainda até
encantador. com oito, porque não sabes que
12 Nas palavras da boca do sábio, mal haverá sobre a terra.
há favor, mas os lábios do tolo o 3 Estando as nuvens cheias,
devoram. derramam a chuva sobre a terra,
13 O princípio das palavras da sua e, caindo a árvore para o sul ou
boca, é a estultícia, e o fim da sua para o norte, no lugar em que a
boca um desvario péssimo. árvore cair, ali ficará.
14 "Bem que o tolo multiplique as 4 Quem observa o vento nunca
palavras, não sabe o homem o que semeará, e o que olha para as
será; e quem lhe fará saber o que nuvens nunca segará.
será depois dele?" 5 Assim como tu não sabes qual o
15 O trabalho dos tolos a cada um caminho do vento, nem como se
deles fatiga, pois não sabem como formam os ossos no ventre da que
ir à cidade. está grávida, assim também não
16 Ai de ti, ó terra, cujo rei é sabes as obras de Deus, que faz
criança e cujos príncipes comem de todas as coisas.
manhã. 6 "Pela manhã, semeia a tua
17 Bem-aventurada, tu, ó terra semente e, à tarde, não retires a
cujo rei é filho dos nobres e cujos tua mão, porque tu não sabes qual
príncipes comem a tempo, para prosperará; se esta, se aquela ou
refazerem as forças e não para se ambas igualmente serão boas."
bebedice. 7 Verdadeiramente suave é a luz, e
agradável é aos olhos ver o sol.

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8 Mas, se o homem viver muitos espantos no caminho, e florescer a


anos e em todos eles se alegrar, amendoeira, e o gafanhoto for um
também se deve lembrar dos dias peso, e perecer o apetite; porque o
das trevas, porque hão de ser homem se vai à sua eterna casa, e
muitos. Tudo quanto sucede é os pranteadores andarão rodeando
vaidade. pela praça;"
9 "Alegra-te, jovem, na tua 6 antes que se quebre a cadeia de
mocidade, e alegre-se o teu prata, e se despedace o copo de
coração nos dias da tua mocidade, ouro, e se despedace o cântaro
e anda pelos caminhos do teu junto à fonte, e se despedace a
coração e pela vista dos teus roda junto ao poço,
olhos; sabe, porém, que por todas 7 e o pó volte à terra, como o era,
essas coisas te trará Deus a juízo." e o espírito volte a Deus, que o
10 Afasta, pois, a ira do teu deu.
coração e remove da tua carne o 8 Vaidade de vaidade, diz o
mal, porque a adolescência e a Pregador, tudo é vaidade.
juventude são vaidade. 9 "E, quanto mais sábio foi o
Pregador, tanto mais sabedoria ao
Capítulo 12 povo ensinou; e atentou, e
esquadrinhou, e compôs muitos
1 "Lembra-te do teu Criador nos provérbios."
dias da tua mocidade, antes que 10 "Procurou o Pregador achar
venham os maus dias, e cheguem palavras agradáveis; e o escrito é a
os anos dos quais venhas a dizer: retidão, palavras de verdade."
Não tenho neles contentamento;" 11 As palavras dos sábios são
2 "antes que se escureçam o sol, e como aguilhões e como pregos
a luz, e a lua, e as estrelas, e bem fixados pelos mestres das
tornem a vir as nuvens depois da congregações, que nos foram
chuva;" dadas pelo único Pastor.
3 "no dia em que tremerem os 12 E, de mais disso, filho meu,
guardas da casa, e se curvarem os atenta: não há limite para fazer
homens fortes, e cessarem os livros, e o muito estudar enfado é
moedores, por já serem poucos, e da carne.
se escurecerem os que olham pelas 13 "De tudo o que se tem ouvido, o
janelas;" fim é: Teme a Deus e guarda os
4 "e as duas portas da rua se seus mandamentos; porque este é
fecharem por causa do baixo ruído o dever de todo homem."
da moedura, e se levantar à voz 14 Porque Deus há de trazer a
das aves, e todas as vozes do juízo toda obra e até tudo o que
canto se baixarem;" está encoberto, quer seja bom,
5 "como também quando temerem quer seja mau.
o que está no alto, e houver

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