Professional Documents
Culture Documents
INTRODUÇÃO
*
Mestre em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, professora da PUC/RS, do Centro Universitário Ritter dos
Reis, da Escola da Defensoria, da Escola Forum, do Centro Preparatório para
Concursos e advogada.
Da competência e da legitimidade
1. Considerações Prévias
2.1 Competência
3
1983, p. 22.
4
A competência relativa admite eleição de foro; entretanto, esse pode ser
desconsiderado nos contratos de adesão, como vem ocorrendo nos contratos
bancários. Ex: Todos os contratos bancários do Bradesco tem foro único, qual
seja, o de Osasco, em São Paulo; não obstante, considerando a dificuldade de
acesso à Justiça que essa regra causaria, o foro de eleição dos contratos
bancários, que são títulos executivos, podem ser desconsiderados, mediante
manifestação da parte. Desta forma, tendo sido o contrato com o Bradesco
assinado em Porto Alegre, por exemplo, basta alegar a dificuldade de litigar
com o Bradesco em Osasco, para o foro de eleição ser desconsiderado.
Lembra-se, ainda, que não se pode indicar o foro, a lide se dará no foro
supletivamente aplicado, isto é, aquele que seria usado caso não houvesse
eleição de foro.
5
2001, p. 91.
6
2001, p. 91.
7
1991.
8
1998, p. 201.
9
1991, p. 113.
10
Art. 575 do CPC: “ A execução, fundada em título judicial, processar-se-á
perante:
I – os tribunais superiores, nas causas de sua competência originária;
II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III – o juízo que homologou a sentença arbitral;
IV – o juízo cível competente, quando o título executivo for a sentença penal
condenatória”
11
Atualmente revogado.
12
1998, p. 205.
13
Processo de Execução, 1980 (notas de Joaquim Munhoz de Mello).
14
Processo de Execução, 1946, p. 99.
15
1998, p. 206.
16
2001, p. 100.
17
“Não significa isso, no entanto, que deva ser o mesmo juiz da sentença
exeqüenda aquele que acompanha o feito, ainda que promovido, removido ou
aposentado. O juízo é que permanece o mesmo, competindo ao magistrado
que dele estiver à testa proferir decisão” – RT, 268:244.
18
“Entende-se que, mesmo que o devedor a ser executado tenha mudado de
domicílio, encontrando-se em foro diferente do da causa, ou seus bens
estejam em outra comarca, ainda assim a competência para a execução
continua sendo do juízo que julgou a ação de conhecimento, por isso que se
trata de competência absoluta” – Orlando de Souza, 1987, p. 36.
19
Comentários ao Código de Processo Civil, vol. 9, p. 159.
20
1998, p. 205.
21
“Em regra, é competente para a execução, com base em título executivo
judicial, o juiz da causa, aquele perante quem correu a ação, pouco
importando que sua sentença, na superior instância, tenha sido revogada no
todo ou em parte; e, como a competência se refere ao cargo, ao juízo, e não à
pessoa do juiz, se este tiver sido promovido, removido ou aposentado, seu
substituto legal na comarca, ao tempo da execução da sentença, será o
competente para esta execução” – Orlando de Souza, 1987, p. 35.
22
1998.
23
2001, p. 97.
24
2001, p. 98.
25
A expressão sentença arbitral está empregada impropriamente, correto seria
laudo arbitral.
26
2001, p. 99.
27
“A sentença penal condenatória que, de conformidade com a lei processual
civil, constitui título executivo judicial, deverá constar de certidão do escrivão
do crime, em inteiro teor e com a declaração de haver transitado em julgado”
– Orlando de Souza, 1987, p.38.
28
Araken de Assis, Eficácia Civil da Sentença Penal, n. 15.1.2, pp.92- 95.
29
1991, p. 113.
30
De acordo com o artigo 63 e seg. do CPP, transitada em julgado a sentença
penal condenatória, podem promover-lhe a execução, no juízo cível, para o
efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus
herdeiros; ademais, a ação poderá ser proposta contra o autor do crime e, se
for o caso, contra o responsável civil.
31
1987.
32
Em sendo pobre o titular do direito à reparação do dano, a execução da
sentença condenatória será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério
Público.
33
Art. 576 do CPC: “ A execução, fundada em título executivo extrajudicial,
será processada perante o juízo competente ,na conformidade do disposto no
Livro I, Título IV, Capítulos II e III”.
34
2001, p. 101.
35
1998, p. 216.
36
A respeito de execução cambial, hipotecária e fiscal – Dinamarco, Execução
Civil, 1998, p. 222 e seg.
37
1987, p. 39.
38
1989, p. 83.
39
1989, p.82.
40
Nos títulos extrajudiciais prevalece o foro de eleição sobre qualquer outro,
norma reforçada pela Súmula 335 do STF: “ É válida a cláusula de eleição do
foro para os processos oriundos do contrato”. – José Antônio de Castro, 1983,
p. 24.
41
1975, p. 57.
42
Acredita-se que o autor apenas tenha mencionado acerca dos foros, sem,
entretanto, colocá-los em ordem de preferência.
43
Araken de Assis, 2001, p. 101.
44
Apesar da discordância de Liebman – Processo de execução, n.º 86, pp. 86-
91.
45
1998, p. 230.
46
Araken de Assis, 2001, p. 103.
47
O juízo da primeira penhora permanece competente no caso de intervenção
da União, de suas autarquias ou empresas públicas – 2ª Seção do STJ, CC n.
1.246 – PR, de 13.03.91, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo, DJU de
08.04.91, p. 3.863.
Da mesma forma, a intervenção de empresa pública federal, titular de garantia
federal, não importa o deslocamento do processo para a Justiça Federal – 2ª
Seção do STJ, CC n. 2.295 – PR, de 11.12.91, Rel. Min. Athos Gusmão
Carneiro, RJSTJ, 4 (31)/ 93. Araken de Assis, 2001,p. 314.
48
2001, p.314.
49
Diz o art. 741, VII: “Na execução fundada em título judicial, os embargos só
poderão versar sobre: VII – incompetência do juízo da execução, bem como
suspeição ou impedimento do juiz”.
Já o art. 742 refere que: “ Será oferecida, juntamente com os embargos, a
exceção de incompetência do juízo, bem como a de suspeição ou de
impedimento do juiz”.
50
2001, p. 92.
51
“ O art. 741, VII, se explica com exegese diversa. Toda vez que a única
alegação disponível do executado for matéria de exceção – incompetência,
suspeição, impedimento -, o executado, ao invés de excepcionar juntamente
com os embargos (art. 742), poderá torná-la objeto de embargos”. Araken,
2001, p. 94.
52
Em sentido contrário decidiu a 4ª Turma do STJ: “A exceção de
incompetência, no processo de execução, deve ser apresentada
simultaneamente com o ajuizamento dos embargos. Apresentada em
momento anterior, não tem o condão de suspender o prazo para o
oferecimento daqueles”. Resp. 112.977 – MG, de 22.10.97, Rel. Min. Sálvio
de Figueiredo Teixeira, DJU de 14.11.97, p. 61.224.
53
2001, p. 92.
54
Em sentido contrário, Alberto Camiña Moreira, Defesa sem Embargos do
Executado, n. 17.1.2.4, p. 75.
2.2 Legitimidade
55
2001, p. 38.
56
Consoante Theodoro Jr. “ ...além de ser parte legítima, por figurar no título
como credor, ou por tê-lo legalmente sucedido, para manejar o processo de
execução o interessado terá ainda que: a) ser capaz, ou estar representado de
acordo com a lei civil pelo pai, tutor ou curador; b) outorgar mandato a
advogado” 1989, p.37.
57
RT, 1969, p. 10.
58
Dinamarco, 1998, p. 425.
59
1998, p. 425.
60
É isso que dispõem, em primeiro lugar entre outras hipóteses, os arts. 566, I e
567, I, ao dizer que têm legitimidade ativa para a execução “ o credor a quem
a lei confere título executivo” e “ o devedor, reconhecido como tal no título
executivo”. Dinamarco, 1998, p. 425.
61
“ Se título judicial, é a mesma legitimidade que tiveram para o processo de
conhecimento em que o título foi gerado; se extrajudicial, é a mesma que lhes
permitiu realizar o ato de regulação dos próprios interesses, ao qual a lei
acresce a eficácia executiva (cambiais, etc.). Em ambas as hipóteses, a
legitimidade primária é quase sempre indicada facilmente, na prática, pelo
próprio título executivo (v. arts. 566 e 568 CPC)”. Dinamarco, 1998, p. 427.
são primários, uma vez que não figuram como credor ou devedor
no título executivo. Para essas hipóteses, será apropriada a
denominação legitimidade ordinária independente62.
São exemplos de legitimados ordinários supervenientes
ou independentes: o ofendido com legitimidade ativa para o
processo executivo pelo dano sofrido com o crime, o particular
que vem a juízo na condição de lesado, para a “liquidação” e
execução de sentença genérica referente a direitos individuais
homogêneos, o sub-rogado ou sucessor de qualquer das partes do
processo condenatório ou dos sujeitos da obrigação indicada em
título extrajudicial, o fiador judicial que não foi parte no processo
anterior, não foi condenado, não figura no título executivo, mas
em virtude da garantia prestada nos autos tornou-se devedor
também, com legitimidade passiva à execução, etc. 63.
Há, também, a Legitimidade Extraordinária; ou seja,
aquela de quem vai à juízo postular, em nome próprio, direito
alheio (CPC, art. 6º), a pessoa em juízo não é o titular original do
direito material. Ex: O Ministério Público pode propor a
execução de uma sentença penal condenatória quando a vítima
do ilícito for pobre, mas o MP não é o titular do direito material,
tanto, que no momento de o devedor pagar – se houver dinheiro
– o dinheiro vai para a vítima, que é o titular do direito invocado.
A legitimidade extraordinária subdivide-se em autônoma
e subordinada. Consoante Dinamarco64, no campo da
legitimidade extraordinária, manifestam-se in executivis, tanto
quanto com referência ao processo de conhecimento, situações
que legitimam à qualidade de parte principal e situações que
legitimam à qualidade de mero assistente, sendo que referidas
hipóteses não são idênticas pela intensidade de poderes que o
legislador quis dar aos titulares das diversas situações
legitimantes, os quais serão, conforme o caso, legitimados
autônomos ou subordinados. Têm elas em comum a
62
Dinamarco, 1998, p. 427.
63
Dinamarco, 1998, p. 428.
64
1998, p. 436.
65
Acerca da legitimação extraordinária autônoma, diz José Carlos Barbosa
Moreira (RT, vol. 404, p. 10) que: “Nela o contraditório tem-se como
regularmente instaurado com a só presença, no processo, do legitimado
extraordinário”.
66
“ Inovação extraordinariamente peculiar foi trazida ao direito brasileiro pelo
CDC, cujo art. 97 legitima à execução o Ministério Público e outras entidades
(v. art. 82). Essa legitimidade é em si mesma concorrente, dada a pluralidade
das entidades legitimadas, e também concorrente com a dos sujeitos titulares
de direitos individuais homogêneos. Cada um destes é autorizado a promover
a execução da sentença coletiva na medida do seu direito lesado, conforme
resultar da ‘liquidação’ realizada. Às entidades relacionadas no art. 82 cabe
legitimidade para a chamada ‘liquidação coletiva’, em que são substitutas
processuais dos lesados, assim como para a execução em prol do fundo
instituído em lei (art. 100, caput e par.)”. Dinamarco, 1998, p. 439.
67
1998, p. 438.
68
Seja ele simples ou litisconsorcial.
69
Dinamarco, 1998, p. 441.
70
José Carlos Barbosa Moreira, RT, vol. 404, 1969, p. 10. Referido autor (p.
13/14) ainda tenta fazer uma sistematização das relações entre legitimado
ordinário e extraordinário, quando figurarem juntos, em posições paralelas, no
processo: “Se o processo se instaurou por iniciativa (ou em face) do
legitimado ordinário, e só depois intervém o extraordinário, a relação que se
estabelece entre aquele e este é relação de parte principal a parte acessória.
Autor, ou réu, é o legitimado ordinário; o extraordinário será assistente do
75
Instituições de direito processual civil, vol. 2, n. 214.
76
1955, n.39, p. 211.
77
Primeiras linhas..., 1980, n. 275.
78
1994, p. 7.
79
“Tratava-se de execução hipotecária, controvertida a condição de parte do
terceiro dador da hipoteca. Ora, morrendo o devedor sem deixar bens e
herdeiros, não há sucessão em dívida, e, naturalmente, a execução há de
prosseguir para realizar o crédito do exequente, garantido pela hipoteca, o que
só é possível contra o terceiro hipotecante. Na verdade, deixou ele de figurar
2.2.3 Litisconsórcio
como terceiro, pois não há execução sem executado. Por isso, a 4ª Turma do
STJ reconheceu a legitimidade passiva do terceiro – relativamente à dívida –
hipotecante” – Resp. 7.230 – RS, de 03.09.1991, Rel. Min. Barros Monteiro,
DJU de 30.09.91, p. 13.489. Araken, 2001, p. 43.
80
2001, p. 45.
81
Wilard Villar concorda afirmando que nada impede o litisconsórcio
facultativo – de obrigações indivisíveis - na execução, mas refere ele que o
litisconsórcio não pode ser necessário mesmo que na ação de conhecimento
ele existisse, pois entende ele que na execução qualquer um dos antigos
litisconsortes necessários é parte legítima para requerê-la. 1975, p. 49.
82
Araken de Assis, 2001, p. 44.
83
Respeitando, por certo, o entendimento exposto, não se concorda que todo o
litisconsórcio necessário tenha que, necessariamente, revelar um mesmo
(não primário).
Theodoro Jr86., por seu turno, afirma que é uniforme o
entendimento de que não há litisconsórcio necessário no processo
de execução, seja fundado em título judicial, seja em título
extrajudicial (mesmo sendo múltipla a titularidade do crédito,
com ou sem solidariedade ativa, a cada credor será sempre lícita
a execução da parte que lhe toque); poderão os credores,
entretanto, cobrar a totalidade da dívida em litisconsórcio
facultativo, mas não estarão obrigatoriamente vinculados à
execução única. Um caso excepcional de litisconsórcio
necessário é o do concurso universal do devedor insolvente pois
‘na execução do devedor insolvente, os diversos credores são
partes principais87’.
Ressalta-se, ainda, por necessário, que a falta de citação
de um dos litisconsortes não chega a engessar a execução,
podendo ela ter sua continuidade com os demais citados.
86
1989, p. 38.
87
José Alberto dos Reis apud Theodoro Jr., 1989, p. 38.
88
Instituições..., 1969, p. 329.
89
Processo de execução, 1946, p. 149/150.
90
Diz o art. 566 do CPC: “ Podem promover a execução forçada90:
I – o credor a quem a lei confere título executivo;
II – o Ministério Público, nos casos prescritos em lei”.
Afirma o art. 567 do CPC: “ Podem também promover a execução, ou nela
prosseguir:
I – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, que por
morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
II – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi
transferido por ato entre vivos;
III – o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional”.
91
Após o pronunciamento de Liebman veio a Lei n. 4.215/63, art. 99, que
dispõe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados e que permitiu,
95
Araken embasado em Alcides de Mendonça, 2001, p. 48.
96
Wilard Villar assevera que “ o problema da legitimação ativa é facilitado pela
existência do título executivo. A sentença se refere expressamente ao
vencedor da ação, que é assim legitimado. O Estado somente procede aos atos
executórios a pedido daquele que está legitimado para propô-la, como, aliás,
faz no processo de conhecimento. Essa legitimação ordinária ou primária
tem-na, portanto, o credor a quem a lei confere o título executivo”. 1975, p.
49.
97
Milhomens refere que legitimados ativos diretos e originários são o credor –
titular do direito material expresso no título (legitimatio ad causam) e do
direito processual a promover a execução (legitimatio ad processum), e o MP,
agindo ele de acordo com os arts. 81 a 95 do CPC. – 1991, p. 89.
98
2001, p. 49.
99
3ª Turma do STJ, Resp. 58.137 – 0 – RS, de 17.04.95, Rel. Min. Waldemar
Zveiter, RJSTJ, 8 (79)/202.
100
“ O titular do título extrajudicial (art. 585) só poderá ser considerado
verdadeiramente credor, se não houver embargos ou, os havendo, forem
rejeitados. Ocorrendo um desses casos será considerado vencedor e, aí sim,
credor de fato e de direito. Antes era considerado credor unicamente para o
efeito de ter possibilidade de iniciar a execução”. – José Antônio de Castro,
1983, p.4.
101
Araken de Assis, 2001, p. 49.
102
1989, p. 37.
103
Entende-se tratar de legitimidade extraordinária, autônoma e concorrente.
104
Ricardo Gama afirma ser o Ministério Público legitimado extraordinário,
pois, mesmo em não sendo ele o credor, a lei lhe confere legitimidade para
executar a sentença; entretanto, igualmente observa Gama, que acaso o autor
da ação civil pública, por exemplo, fosse o MP, que a execução deveria ser
promovida por ele, mas caindo para a hipótese de legitimação ordinária do
inciso I. 2000, p. 26.
105
2001, p. 50.
109
José Alberto dos Reis apud Theodoro Jr., 1989, p. 40.
110
Legitimação extraordinária, segundo Wilard Villar, 1975, p. 50. Entende-se,
todavia, tratar-se de legitimidade ordinária, superveniente, mortis causa.
111
Espólio, além de designar a sucessão aberta, até a partilha dos bens, é
também entendido como patrimônio deixado pelo falecido, enquanto não
ultimada a partilha entre os sucessores.
112
Onde está escrito “sucessor” leia-se “legatários”, pois é assim que faz
sentido.
113
Caso de legitimação ordinária derivada para Ricardo Gama, 2000, p. 27.
114
“Quer seja por título extrajudicial, quer por título judicial, os sucessores
referidos no art. 567 não figuram no título, mas a lei lhes dá a faculdade de
intentar a execução ou prosseguir nela. Os sucessores deverão, naturalmente,
provar essa qualidade” – José Antônio de Castro, 1983, p. 4.
115
1989, p. 41.
116
Consoante Wilard Villar, o espólio é representado em juízo pelo
inventariante e, no caso de o crédito já haver sido adjudicado aos herdeiros
em comum, após o encerramento do processo de inventário, cabe a todos os
herdeiros propor a execução, ou a um só deles se crédito solidário. 1975, p.
50.
117
Consoante Theodoro Jr. se o inventariante não cuidar de executar o crédito
do espólio entende ele, como Pontes de Miranda, “que a representação da
herança pelo inventariante é legitimação da comunidade de interesses; não
tira os herdeiros a sua qualidade de partes”. Portanto, “ se o inventariante se
recusar a propor a ação em nome do espólio, qualquer herdeiro pode propô-
la”. 1989, p. 41.
118
2000, p. 27.
119
Araken de Assis comungando pensamento com Theodoro Jr,
(Comentários...); 2001, p. 53.
120
Araken de Assis, 2001, p. 53.
121
1975, p. 50.
122
1989, p. 46.
123
Entende-se como caso de legitimidade ordinária, superveniente, inter vivos.
124
Instituições..., 1969, p. 329.
125
1989, p. 44.
126
Consoante Wilard Villar, “ quando a transmissão do crédito, que resulta de
título executivo for transferida a terceira pessoa por ato entre vivos, esta deve
juntar o documento que prove a sua legitimação para a execução”.1975, p. 50.
127
Araken de Assis, 2001, p. 54.
128
2000, p. 28.
129
1975, p. 51.
130
2000, p. 29.
131
Diz o art. 568 do CPC: “ São sujeitos passivos na execução:
I – o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III – o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a
obrigação resultante do título executivo;
IV – o fiador judicial;
V – o responsável tributário, assim definido na legislação própria”.
132
Paulo Furtado (1991, p. 67), a semelhança do que disse acerca da
legitimação ativa, lembra que: “como na legitimação ativa, esta deriva, ora do
negócio jurídico, ora da própria lei. E assim, também, ora tem legitimação
passiva quem participou da relação jurídica originária, portanto, titular do
interesse em conflito (ex: devedor), ora a tem quem, não sendo titular
originário, legitimou-se posteriormente (ex: os sucessores dos devedor). O
executado será aquele que se obrigou ou é considerado responsável pela
satisfação do direito reconhecido pela sentença, ou da obrigação, a que a lei
confere eficácia de título executivo”. Prossegue, ainda, o autor, afirmando
que, por incompatibilidade procedimental, é inadmissível, na execução, a
intervenção de terceiros sob a forma de denunciação da lide ou de
139
2001, p. 55.
140
2000, p. 30.
141
Consoante Araken de Assis.
142
“É importante distinguir para os efeitos da lei, entre herdeiro e sucessor.
Limita-se a responsabilidade de cada qual ás forças da herança, quer dizer, à
medida econômica do quinhão hereditário ou legado, após a partilha. A
responsabilidade compete ao espólio até a partilha, abrindo-se ao credor a
alternativa de postular o adimplemento da dívida no juízo do inventário,
mediante o procedimento adequado (arts. 1.017 a 1.021 do CPC)” – Araken
de Assis, 2001, p. 56.
143
1936, p. 599.
144
2000, p. 32.
responderão com a força da herança 145 (art. 597 do CPC c/c art.
1.796 do CC). Estando em curso a execução, os sucessores
necessitarão da habilitação para assumir o seu pólo passivo, e
como requisito para assumir o pólo passivo da execução, o
herdeiro deve apresentar prova do óbito e de seu grau de
parentesco.
Ainda Ricardo Gama146 assevera que com a sucessão
inter vivos147, que pode ser verificada quando ocorre a fusão,
incorporação e cisão de empresas, aplicam-se estas regras de
legitimidade passiva também à pessoa jurídica que se encontra
nessa condição.
145
Consoante Orlando de Souza “ como o herdeiro não responde por encargos
superiores às forças da herança, a execução não poderá ultrapassar o limite da
herança que couber a cada herdeiro; não alcança seus bens particulares e terá
de ser requerida contra todos os herdeiros, estabelecendo-se, assim, o
litisconsórcio passivo necessário; isso se já foi feita a partilha no inventário” –
1987, p. 28.
146
2000, p. 31.
147
“A sucessão pode ser tanto a título universal (causa mortis) como a título
singular (inter vivos). (...) Quando a título singular, por ato inter vivos, na
força dessa sucessão responde também o sucessor” – Wilard Villar, 1975, p.
52.
148
Ricardo Gama, 2000, p. 32.
149
A anuência do credor significa a possibilidade de exoneração do primitivo
devedor. Consoante Theodoro Jr. “ faltando este (consentimento do credor),
qualquer ajuste do devedor com terceiro, visando transmitir-lhe a dívida, será
tido como res inter alios acta, sem qualquer eficácia perante o titular do
crédito e sem qualquer efeito em relação à legitimidade das partes para a
execução forçada” – Theodoro Jr. – 1989, p. 53.
150
De acordo com Wilard Villar, não valerá o consentimento tácito do credor
para com o novo devedor. – 1975, p. 53. Orlando de Souza, por seu turno,
igualmente entende que o consentimento precisa ser expresso no respectivo
documento – 1987, p.28.
151
1989, p. 54.
152
1983, p. 9.
153
1989, p. 55.
154
2000, p. 33.
155
De acordo com Ricardo Gama trata-se de legitimidade extraordinária –
2000, p. 33.
156
Wilard Villar assevera que só o fiador judicial poderá ser legitimado passivo
da execução; fiador convencional, civil ou comercial, estão excluídos da
execução, salvo se chamados ao processo, caso em que comparecerão ao
processo como devedor principal.- 1975, p. 53.
157
1975, p. 53.
158
1989, p. 55.
159
O responsável pode, ou excluir o contribuinte do pólo passivo, ou assumir
um caráter supletivo no cumprimento da obrigação.
160
Contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador do
tributo; ao passo que responsável tributário é aquele que, mesmo não sendo o
contribuinte está vinculado ao fato gerador, obrigando-se por força da lei. –
art. 121, par. ún., I e II do CTN.
161
1998, p. 108.
162
1983, p. 10.
163
Theodoro Jr.(1989, p. 59) citando Rubens Gomes de Souza “Sujeito passivo
das taxas”.
164
Theodoro Jr., 1989, p. 61 e 63.
165
2001, p. 61/62; assim como Liebman.
166
Diz o art. 592: “ Ficam sujeitos à execução os bens:
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução de sentença
proferida em ação fundada em direito real;
II – dos sócios, nos termos da lei;
III – do devedor, quando em poder de terceiros;
IV – do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de
sua meação respondem pela dívida;
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução”.
167
Diz o art. 82: “ Compete ao MP intervir:
I – nas causas em que há interesse de incapazes;
II – nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela,
curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposição de
última vontade;
III – nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas
demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide
ou qualidade da parte”.
O art. 84, por seu turno, afirma que: “ Quando a lei considerar obrigatória a
intervenção do MP, a parte promover-lhe-á a intimação sob pena de nulidade
do processo”.
Por fim, o art. 246 refere que “ É nulo o processo, quando o MP não for
intimado a acompanhar o feito em que deva intervir”.
168
Nesse sentido a decisão da 1ª Turma do STF, RE. n. 96.899, RTJ 133/345.
169
Nesse sentido a decisão da 2ª Turma do STF RE n. 52.318, DJU 5112/94, p.
33551.
CONCLUSÃO
170
Nesse sentido a decisão da 3ª Turma do STJ, REsp. n. 6.872, DJU 28.03.94,
p. 6312.
171
Citado por Orlando de Souza, 1987, p. 24.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de Processo Civil. Vol. VI.
Arts. 566 a 645. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2001.
______________. Manual do Processo de Execução. 5ª ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 1998.
CARNEIRO, Athos Gusmão. Intervenção de Terceiros. 6ª ed. São
Paulo: Saraiva, 1994.
CASTRO, José Antônio de. Execução no Código de Processo Civil. 3ª
ed. São Paulo: Saraiva, 1983.
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de Direito Processual Civil. Vol.
I. Trad.: J. Guimarães Menegale. São Paulo: Saraiva, 1969.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. 6ª ed. São Paulo:
Malheiros, 1998.
FURTADO, Paulo. Execução. São Paulo: Saraiva, 1991.
GAMA, Ricardo Rodrigues. Pressupostos Processuais e Condições da
Ação na Execução. São Paulo: Editora de Direito Ltda., 2000.
GOLDSCHMIDT, James. Derecho Procesal Civil. Trad.: Leonardo
Prieto Castro. Barcelona: Editorial Labor, S.A., 1936.
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. Vol. 3
(Processo de Execução a Procedimentos Especiais). São Paulo: Saraiva,
1985.