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APOSTILA

DERIVATIVOS FINANCEIROS

Apostila atualizada até: 23/08/2009


Por: Lucas Cruz
www.derivativosfinanceiros.com
lucasinvest@gmail.com

Atenção: Todo o texto é publicação do meu blog Derivativos Financeiros, essa


apostila foi criada para facilitar a leitura de todo conteúdo do site. Você pode
visitar www.derivativosfinanceiros.com e acompanhar as atualizações, artigos,
materiais para downloads e estratégias desse mercado. Visite:

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1.1 Opções – Introdução

Opções são instrumentos derivativos, isso significa que o objeto de opção está ligado a um ativo, é o
mesmo que dizer que a opção deriva de um ativo. Esse ativo pode ser ações, índice, contrato futuro,
entre outras opções. Vamos focar nas opções de ações.

As opções podem ser opção de compra (call) e opção de venda (put). No Brasil, infelizmente, o
instrumento de opção de venda possuem poucas liquidez. Devido ao fato de liquidez, também focaremos
em opção de compra (call).

Definição: Opção de compra é um instrumento que dá a seu comprador (titular), o direito de comprar
determinado ativo até o dia do vencimento, a um determinado preço pré-estabelecido no contrato.
Observe que trata de um direito de comprar, e não uma obrigação.

Se a opção for exercida pelo comprador, o vendedor tem a obrigação de vender o ativo para o titular.

Dia de vencimento - É sempre a terceira segunda-feira do mês. As opções negociadas no Brasil vencem
todos os meses, portanto são negociadas 12 vencimentos por ano.

Preço de Exercício - Este é o preço pré-estabelecido no momento de adquirir a opção de compra. Para
encontrar o preço de exercício e sua nomenclatura deve consultar o site da CBLC.

Nomenclaturas - A nomenclatura ou código de negociação da bolsa segue determinado padrão:

XZAA – B – 30 > XZAAB30

XZAA – Corresponde ao ativo que a opção deriva.

B – Corresponde ao mês de vencimento, seguindo a ordem de A – Janeiro, B- Fevereiro, C- Março e


segue adiante.

30 – Preço de Exercício da opção. Mas sempre deve consultar a CBLC para verificar o real preço de
exercício, pois quando a ação distribui dividendos afeta no preço de exercício e pode levar muitos
investidores a decisões errada pela falta de informação.

Mais um exemplo para nomenclaturas, dessa vez de uma opção da Petrobrás:

PETRG30

Observe que PETR corresponde ao código da Petrobrás. G corresponde à sétima letra e, portanto
corresponde ao mês de Julho e se observarem o calendário, a terceira segunda-feira do mês cai no dia
20 de Julho. E o 30, é o preço de exercício da empresa.

A dinâmica do mercado de opções é muito interessante. Se chegou até aqui decidido a entender o
mundo de opções, siga adiante. É preciso um pouco de persistência para entender e compreender os
conceitos e a dinâmica do comportamento do preço das opções.

O preço da opção (chamado de prêmio) varia de acordo com o preço de exercício. Explico melhor:

Supondo que a PETR4 está cotada a R$29,00 e faltam 20 dias para o vencimento da opção. Se eu
comprar uma PETRG30 (estou comprando o direito de comprar a Petrobrás a R$30 no dia do
vencimento), eu devo pagar um prêmio por esse direito. Esse prêmio é o preço que a opção é negociada
na bolsa de valores.

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Caso decida comprar a PETRG32, o preço do prêmio deve ser maior ou menor em comparação a
PETRG30?

Obviamente a PETRG32 deve ter o preço do prêmio menor negociada que a PETRG30, já que a
probabilidade da PETR4 subir de R$29 para R$32 é menor do que subir até R$30 em 20 dias. São uma
série de combinações de fatores que interferem na variação do preço da opção. Veremos nos próximos
capítulos o comportamento desses preços.

Os preços entre as séries seguem um certo padrão.

PETR4 – Cotada a R$29,00

PETRG26 – R$ 4,00

PETRG28 – R$ 2,20

PETRG30 – R$ 1,00

PETRG32 – R$ 0,50

PETRG34 – R$ 0,15

Observem que quanto menor o preço de exercício, maior será o seu prêmio justamente por ter maior
probabilidade de ser exercido.

A relação entre o preço da ação e o preço da opção determina se a opção é:

Opção In-The-Money (ITM) - Dentro do preço, quando o valor do exercício da opção está abaixo do
preço da ação. No exemplo acima temos PETRG26 e PETRG28.

Opção At-The-Money (ATM) - No preço, quando o valor do exercício corresponde ao preço da ação. Não
temos uma opção ATM, se a PETR4 for cotada a R$30 a opção PETRG30 passa a ser ATM.

Opção On-The-Money (OTM) - Fora do preço, quando o preço de exercício for maior que o preço da
ação no mercado. Temos as PETRG30, PETRG32 e PETRG34.

Esses são os conceitos básicos. Mais adiante falaremos sobre exercício de opção e fatores que
determinam o preço de uma opção.

Qualquer dúvida, utilize a caixa de comentários ou entre em contato que responderemos na medida do
possível.

1.2 Opções – Prêmio


O prêmio é o valor que o titular paga para adquirir a opção, ou melhor, o preço da opção negociada no
mercado.

O preço é composto pelo Valor Intrínseco e pelo Valor Extrínseco (ou valor do tempo).

Valor Intrínseco é a diferença entre o preço de exercício da opção e o preço do ativo negociado no
mercado a vista. Também podemos afirmar que é o valor dentro do preço. Veja a tabela abaixo:

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Supondo que o preço da ação no mercado a vista, seja negociado a R$40,00.

Preço Exercício Opção — Prêmio —- Valor Intrínseco — Valor do Tempo

………R$ 34,00 …………..R$ 6,00………..R$ 6,00 ………………..R$ 0,00

………R$ 38,00 …………..R$ 3,00 ……….R$ 2,00 ………………..R$ 1,00

………R$ 40,00 …………..R$ 1,00 ...….….R$ 0,00 ………………..R$ 1,00

Observe que na opção com preço de exercício em 34, temos um prêmio negociado a R$6,00. Essa é uma
opção bastante ATM (At-The-Money) e bem possivelmente apresenta baixa liquidez, apresentando seu
valor mínimo que é o valor totalmente intrínseco. Observe que a soma do prêmio (R$6,00) com o preço
de exercício da opção (R$34,00), corresponde justamente ao preço da cotação do ativo negociado no
mercado (R$40,00). Se o VI (Valor Intrínseco) estivesse cotado abaixo de R$6,00 o mercado passaria a
comprar essa opção e exercer a compra para ganhar com a diferença dos preços. Essa pressão
compradora, torna o preço da opção dentro do valor mínimo que é o VI.

Quem está acostumado com a simplicidade do mercado de ações, pode estranhar a combinação de
ativos com opções. Mas recomendo que continue com a leitura ou leia com bastante atenção. O
aprendizado vale a pena.

Agora observe que a opção com preço de exercício em 38, possui R$2,00 de VI (diferença entre preço do
ativo e preço de exercício) e ainda temos R$1,00 de valor do tempo. Pois até a data de vencimento, ainda
existe a expectativa do mercado que o ativo tenha sua valorização e por isso apresenta esse valor
residual de forma positiva.

Já a opção com preço de exercício de R$ 40,00 em diante apresentará o Valor Intrínseco zerado. Pois o
valor do preço de exercício está acima do preço do ativo. Portanto, o preço da opção (prêmio) será
totalmente Valor Extrínseco ou Valor do Tempo, que é a perspectiva do mercado até a data de
vencimento.

Com essa pequena observação da tabela, já podemos observar e concluir que quanto menor for o tempo
para o vencimento menor será o Valor do Tempo ou Valor Extrínseco da opção.

Por quê?

Por que, se estiver faltando poucos dias para o vencimento da opção, menor será a expectativa do
mercado em atingir o preço de exercício muito acima do preço do ativo no mercado a vista.

Exemplo: Faltam cinco dias para o vencimento, o ativo negociado a R$40,00 e a opção com preço de
exercício em R$44,00 terá seu prêmio negociado apenas o valor do tempo. Devido à baixa perspectiva do
mercado, em ter uma ação (ativo) subindo 10% em cinco dias, é bem provável que o prêmio dessa opção
seja cotado a alguns centavos.

Mais adiante, veremos quais variáveis influenciam o preço da opção.

1.3 Opções – Fundamentos

O prêmio é definido de acordo com a expectativa dos operadores do mercado. Mas temos
algumas variáveis que interferem no preço da opção, vamos conhecer cada uma delas para melhor
compreender o comportamento do preço.

As cinco principais variáveis são:

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Preço do ativo objeto - Esta é a variável que causa maior impacto no preço da opção. Quanto maior o
preço do ativo negociado, maior será o preço da opção. O mesmo ocorre com a variação diária da
cotação da opção, se durante o dia a ação ocorrer brusco movimentos de alta ou baixa, terá o efeito
direto no preço da opção de alta ou baixa, respectivamente.

Tabela ilustrativa para preço de exercício em R$40,0

Observe que quanto maior for o preço do ativo objeto maior será o preço da opção.

Preço de Exercício da Opção - Quanto maior for o preço de exercício de uma opção, menor será o
preço da opção negociada no mercado. Isso ocorre devido à baixa perspectiva do mercado, em que o
preço da ação atinja determinada cotação até o dia do vencimento.

Exemplo: Se temos a PETRH40, com preço de exercício em R$40,00 e no momento faltam 20 dias para
o vencimento e a PETR4 está cotado no mercado a R$32,00 podemos concluir que o preço da PETRH40
será alguns centavos ou próximo de R$0,01. Portanto, esta é mais uma variável que interfere no preço da
opção.

Tempo para Exercício – Esse tempo também utiliza a denominação de Theta. Como já foi abordado na
introdução, sabemos que o Valor de Tempo também é conhecido como valor extrínseco. Quanto maior o
tempo para o dia de vencimento, maior é esse valor residual ou valor extrínseco que a opção possui.

Observe com atenção, a tabela acima e verifique que se a opção possui PE (preço de exercício) em R$40
e a ação objeto está negociado a R$38, faltando 15 dias para o vencimento está cotado a R$0,65 e se
permanecer assim por mais uma semana, faltando sete dias com o mesmo preço da ação a opção estará
cotada a um preço menor, de acordo com a tabela ilustrativa temos R$0,20. A ação não saiu do seu
patamar de preço, mas apenas com a passagem de tempo, a opção sofreu perda de valor.

Portanto, é preciso entender bem o comportamento do Theta na opção, é comum alguns investidores
terem fortes perdas apenas com efeito do valor do tempo.

Com isso, quanto maior tempo, maior é o valor extrínseco da opção e trata de mais uma variável
importante no comportamento do preço.

Taxa de Juros - Quanto maior for à taxa de juros, maior o preço das opções pois a taxa de mercado
estão embutidas no preço da opção. Essa variável pouco afetam o preço da opção, mas trata de uma
variável.

Volatilidade - Quanto maior a expectativa do mercado, maior é a volatilidade. E quanto maior for à
volatilidade da ação objeto maior será o prêmio da opção. A idéia por trás dessa afirmação está no
comportamento do investidor.

Imagine que uma ação, durante um ano tenha variado de R$35 a R$45. No momento, a ação está cotado
a R$42,00 e temos uma opção com preço de exercício em R$48. Devido à baixa volatilidade, existe uma
baixa perspectiva do mercado de que a ação suba até os R$48. Por isso afeta diretamente no preço da
opção.

A volatilidade pode ser histórica, futura ou implícita. De acordo com a fórmula de mensuração do preço
de uma opção de Black & Scholes que veremos pouco mais adiante, se descobrirmos uma mensuração

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correta da volatilidade podemos ganhar muito dinheiro com as distorções do mercado. Mas digamos, que
é praticamente impossível descobrir esta volatilidade corretamente, já que a volatilidade da ação muda a
todo instante.

1.4 Opções – Black and Scholes

A fórmula criado por Fischer Black e Myron Scholes foi uma tentativa de precificar o preço das opções,
ou seja, um modelo para atingir um preço teórico. Através desse preço teórico, o investidor teria um
parâmetro para avaliar se as opções estavam sobre avaliadas ou sob avaliadas.

Para calcular o preço teórico é necessário saber o preço do ativo objeto, preço de exercício da opção,
tempo, taxa de juros e a volatilidade. Essas variáveis já abordamos nesse tópico.

Das cincos variáveis do preço da opção, só não temos como mensurar o valor da volatilidade futura e
para isso, o mercado costuma utilizar a volatilidade histórica como uma estimativa para volatilidade futura.
Trata apenas de uma tentativa de encontrar um “preço justo” da opção, mas vamos abordar como um
preço teórico.

Caso tenha interesse em apronfudar sobre a fórmula de Black and Scholes, pode consultar essa planilha
que foi retirado do site Risk Tech. Clique aqui.

Além da tentativa de precificação, Black and Scholes também abordou alguns comportamentos ou
sensibilidades das opções, tratando por letras gregas na qual veremos cada uma delas.

Delta (Variação) – Trata da variação da opção quanto à variação do ativo objeto. Para cada real que a
ação oscila quanto vai variar no preço da opção? Supondo que a ação suba durante o pregão R$1,50 e a
opção suba R$0,75. Para encontrar o valor do Delta basta dividir a variação do preço da opção (R$0,75)
pela variação do preço da ação (R$1,50), chegaremos ao Delta de 0,50.

Quanto mais In-The-Money for à opção, maior será o Delta chegando próximo de 1,00 e quanto mais On-
The-Money for à opção, menor será o Delta atingindo próximo de zero. Quando a opção é At-The-Money
o Delta tende a ficar próximo de 0,50 e normalmente é a opção que apresenta maior liquidez entre as
opções negociadas.

Gama (Movimento) - Indica a variação proporcional de uma opção em relação ao ativo, ou melhor quanto
o delta irá variar para cada variação de R$1 no preço da ação.

Exemplo: Supondo que temos o Delta seja 0,75 ou 75% (também pode ser na forma de porcentagem) e o
Gama seja 0,12 ou 12%. Esse Gama quer dizer que se o preço da ação subir R$1,00 (supondo que a
ação suba de R$26,45 para R$27,45), o novo Delta passaria a valer 0,75+0,12 = 0,87 ou 87%.

Theta (Tempo) - Já sabemos que o valor da opção perde valor apenas com a passagem do tempo. Theta
é o valor que a opção perde por dia apenas pela passagem do tempo. Normalmente é apresentado pelo
valor negativo e irá influenciar apenas o Valor Extrínseco do prêmio.

Supondo que o valor do Theta seja -0,042, isso significa dizer que cada dia que passa o prêmio da opção
perde R$0,042 apenas pela passagem do tempo.

Vega (Volatilidade) - Mede o comportamento do prêmio em relação à mudança na volatilidade. Supondo


que o prêmio da opção seja cotado a R$1,30 e o valor Vega seja 0,01, indica que se a volatilidade
aumentar ou diminuir 1%, o valor do Vega vai ser adicionado ou retirado do prêmio da opção apenas
devido à volatilidade. No exemplo se a volatilidade aumentasse, o novo preço da opção seria 1,30+0,01 e
ficaria R$1,31.

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Rho (Juros) - Mede o comportamento do prêmio em relação à mudança da taxa de juros. Segue a
mesma linha de raciocínio da Vega, se a taxa de juros aumentar 1%, o novo preço da opção deve ser a
soma do prêmio com o valor do Rho.

2.1 Trava de Baixa

Uma das mais tradicionais estratégias para posição baixista. A posição de trava de baixa é ideal para
situações em que aposta em direção de queda do preço do ativo ou que a ação permaneça em preços
deprimidos.

Essa operação consiste na venda de uma série de opções e compra em mesma quantidade da série com
preço de vencimento seguinte, exemplo:

PETRH34 -> - 1.000


PETRH36 -> + 1.000

Vende mil opções de PETRH34 e compra mil opções de PETRH36.

Supondo que o valor da PETR4 esteja cotado em R$34,50 e o preço das opções estejam em PETRH34 a
R$2,20 e PETRH36 a R$1,00, faltando 20 dias para o vencimento.

Observe que vendendo mil PETRH34 a R$2,20, você “receberá” do mercado R$2.200, mas comprou ao
mesmo tempo a PETRH36 e teve que desembolsar R$1.000. O resultado nessa operação foi que
recebeu R$1.200 na conta da sua corretora.

Isso significa que, seu lucro máximo é R$1.200 e o prejuízo máximo de R$800. Como a diferença do
spread entre H36 e H34 é de R$2, significa que a cada mil opções o prejuízo seria de R$2.000, mas como
já recebeu R$1.200 nesse caso, o prejuízo máximo é R$800.

O interessante de trava de baixa, é que você entra em uma operação baixista já sabendo o seu lucro
máximo e o seu prejuízo máximo. Isso permite maior controle de risco, além de operar em posição
vendida.

A faixa de ganho, segue de acordo com o gráfico abaixo:

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Se o preço da ação ficar abaixo de $34 no dia do vencimento, a operação terá o lucro máximo que é de
R$1.200. Isso explica porque a opção vendida em H34 será $0 e a opção comprada em H36 também
zero. No momento de zerar a posição, ficaremos com os R$1.200 que ganhamos pra abrir essa operação.

Entre $34 e $35,20 a faixa de lucro vai diminuindo até ficar em posição sem lucro ou perda, costumo
chamar ponto de equilíbrio.

Nos $35,20, o ponto de equilíbrio, a posição vendida em H34 vai custar $1,20 e a posição comprada em
H36 estará em pó, ou sem valor. Ou seja, a posição em H34 que vendeu a descoberto por $2,20 vai
recomprar essa opção por $1,20, ou seja essa posição ganharemos R$1.000. Mas a posição comprada
em H36 perderemos $1.000, já que a opção virou pó.

Entre R$35,20 e R$36 teremos faixa crescente de prejuízo.

Acima de R$36 teremos o prejuízo máximo, limitado pela trava. Com a ação em $36, a posição vendida
em H34, valerá $2,00 e com isso ganharemos $200 para cada mil opções. Mas a posição comprada em
$1,00, no vencimento em $36 valerá $0 com isso teremos o prejuízo de $1.000 para cada mil opções.
Resultado teremos, (-1.000 +200) um prejuízo de $800.

Pode parecer um pouco confuso na primeira leitura, isso é normal. A melhor forma de aprender a operar
travas com opções é praticar o cálculo dos spreads durante o pregão. Para calcular os spreads, diminua o
valor do preço da opção de uma série, pela outra opção da série subseqüente.

Praticar a diferença dos spreads com papel e lápis ou pela calculadora. Acompanhar o comportamento
dos spreads até a data de vencimento ajuda a assimilar a estratégia de trava de baixa e outras
estratégias.

Outro detalhe durante sua observação, é a diferença de spread entre as opções ATM, ITM e OTM.

2.2 Trava de Alta

Em um tópico anterior falei sobre trava de baixa, que se trata de uma estratégia direcional apostando na
queda do preço da ação.

Agora vou mostrar como funciona uma trava de alta, como o próprio nome diz, você ganha com a alta da
ação. Vou abordar com os mesmos dados e preços utilizados no outro tópico.

PETR4 – $34,50
PETRH34 – $2,20
PETRH36 – $1,00

Para abrir uma posição de trava de alta, temos que comprar uma opção e vender na mesma quantidade
com preço de vencimento acima, por exemplo:

PETRH34 -> + 1.000


PETRH36 -> - 1.000

Observe que vamos comprar mil opções da H34 e desembolsaremos R$2.200 e no mesmo instante
venderemos a descoberto mil opções H36, na qual receberemos R$1.000 e teremos no final do dia, o
desembolso total de R$1.200. Significa que montamos a nossa trava com spread de 1,20 (2,20 – 1,00).

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O interessante da trava de alta que não exige nenhuma margem para montar a estratégia. E que o custo
para montar uma trava de alta já é o seu risco de perda máxima da estratégia. Ou seja, operando com
mil opções pode perder até R$1.200 de acordo com esse exemplo.

E o lucro máximo será os R$800. Para entender o lucro e prejuízo de acordo com a visão de spreads.
Basta diminuir o preço das opções individualmente, assim:

$2,20 – $1,00 = 1,20 de spread para trava de alta

o lucro máximo será 0,80, que é a diferença do spread da operação (1,20) pela diferença do preço de
vencimentos (H34 e H36 = 2).

A faixa de ganho segue de acordo com o gráfico abaixo

Como se trata de uma trava de alta, é preciso que a ação suba até o vencimento pelo menos o preço do
vencimento da parte comprada (H34) somado com o spread da trava (1,20), ou seja a trava de alta ganha
a partir de R$35,20.

Observe no gráfico que abaixo disso, o investidor terá prejuízo e estabiliza abaixo de R$34, justamente no
valor que é conhecido antes de montar a trava que é os R$1.200 para cada mil opções. E se a ação subir
acima de R$35,20 terá lucro e vai alcançar o lucro máximo acima de R$36 que será justamente os R$800
para cada mil opções negociada.

Muitos questionam se não seria mais barato e simples abrir uma compra a seco? Já que trata de uma
estratégia com direção altista.

Bem, para compras a seco. O investidor não pode passar alguns dias comprado esperando a ação subir
para ganhar com a alta, porque perde muito valor apenas pela passagem de tempo. Assim, para
compras a seco é ideal para o investidor fazer pequenos giros e com menor quantia de dinheiro.

Com a trava de alta, permite o investidor permanecer alguns dias com a estratégia aberta que perderá
pouco apenas com a passagem do tempo. E em uma data futura, com a alta da ação pode torna
uma estratégia lucrativa, diferente de compra a seco que depois de perder muito valor extrínseco deve
esperar uma alta mais expressiva.

E pra finalizar esse post, eu repito a dica para aprender sobre travas de opções

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“Pode parecer um pouco confuso na primeira leitura, isso é normal. A melhor forma de aprender a
operar travas com opções é praticar o cálculo dos spreads durante o pregão. Para calcular os spreads,
diminua o valor do preço da opção de uma série, pela outra opção da série subseqüente.

Praticar a diferença dos spreads com papel e lápis ou pela calculadora. Acompanhar o comportamento
dos spreads até a data de vencimento ajuda a assimilar a estratégia de trava de baixa e outras
estratégias.

Outro detalhe durante sua observação, é a diferença de spread entre as opções ATM, ITM e OTM.”

2.3 Venda Coberta com Opções

Eu considero essa estratégia para dois tipos de investidores, aqueles que querem ganhar boas taxas
mensais com a venda de opções de maior valor extrínseco e para o investidor de longo prazo que
pretende remunerar a sua carteira de ações com o lucro da venda coberta.

Essa estratégia é simples, você deve vender as opções na mesma quantidade de ações de sua carteira.
Se você possui mil ações da Petrobrás, você vende mil opções de compra da Petrobrás. Na verdade,
você terá a obrigação de entregar a ação no vencimento a um determinado preço pré-estabelecido. Mas
se esse preço não for alcançado, você ganha todo o prêmio da venda e permanece com a ação.
Veremos adiante com mais detalhes.

Primeiro você deve identificar o seu perfil e qual a sua estratégia para ganhar com a venda coberta.
Primeiro, vou mostrar como maximizar a rentabilidade com a venda coberta para fazer giro com essa
estratégia.

Exemplo:

Você possui 1.000 ações da PETR4 e deve vender 1.000 opções da PETR. O preço de fechamento hoje
é PETR4 a $32,00 e as opções com os seguintes preços de fechamento
PETRI30 – $2,90
PETRI32 – $1,52
PETRI34 – $0,70

Para calcular o valor extrínseco devemos saber primeiro o valor do preço de vencimento de cada opção.
Ao visitar o site da www.cblc.com.br encontramos que o preço de vencimento são respectivamente
$29,75, $31,75 e $33,75. Agora vamos encontrar o valor extrínseco que é todo o valor fora do dinheiro.
Observe que PETRI30 e I32 está dentro do dinheiro, já I34 está fora do dinheiro, então:

PETRI30 – ($32 – $29,75) – $2,90 = $0,65


PETRI32 – ($32 – $31,75) – $1,52 = $1,27
PETRI34 – $0,70

Quando a opção está fora do dinheiro, todo o prêmio já é valor extrínseco. Se sentiu dificuldade sobre
esse cálculo pode ler neste tópico para compreender melhor o prêmio das opções.

Voltando, então como queremos ganhar a melhor taxa do mercado de opções devemos vender a opção
que apresenta maior valor extrínseco, que é o que possui maior valor do tempo para perder, no mercado
chamamos de maior gordura para queimar.

A estratégia fica assim agora:

-1.000 PETR4 – $32,00 – Total de $32.000


+1.000 PETRI32 – $1,52 – Total de $1.520

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Você comprou mil ações e vendeu a coberto mil opções da PETRI32. O cenário e perspectiva ideal para
montar essa estratégia é que a ação permaneça do preço atual ou tenha leve alta. Porque o objetivo é
apenas fazer taxa de mercado. Observe que compramos à ação a $32 e se formos exercidos vamos
entregar a ação a R$31,75 mas como vendemos cada ação por R$1,52, significa que ganhamos por cada
ação $1,27.

Ou seja, o lucro nessa venda coberta será de:

1,27/32 = 3,97% na operação

Como o próximo vencimento nesse caso seria em 21 de setembro, significa que teremos quase 3,97% ao
mês. O que é uma excelente taxa mensal. Mas desde já alerto pela dificuldade de prever o
comportamento da ação durante esse período. Se a ação tiver uma brusca queda, você não será
exercido e permanecerá com a ação no prejuízo, mas temos uma vantagem nessa operação, pois como
ganhamos $1,52 pela venda coberta e compramos cada ação por $32, significa que nosso preço de
compra caiu para $30,48, ou seja, se a ação cair seguramos nossa operação sem prejuízo até $30,48. E
no vencimento seguinte, poderemos repetir a estratégia para diminuir ou zerar o prejuízo.

A segunda estratégia, é para quem tem uma carteira de ações de uma determinada empresa e procura
uma remuneração extra para essa carteira. Geralmente são investidores de longo prazo que não
pretendem desfazer de suas ações independente de alta ou queda da sua carteira.

Normalmente, o perfil desses investidores fazem diversas compras mensais ou por determinados
períodos e tem seu preço médio de compra das ações bem diluídos. Então a principal preocupação desse
investidor é acumular ação, independentemente do preço da ação. Então, de acordo com o preço de
fechamento das opções para o próximo vencimento temos:

PETRI30 – $2,90
PETRI32 – $1,52
PETRI34 – $0,70
PETRI36 – $0,25

O objetivo desse investidor é não ser exercido e ganhar apenas uma remuneração extra. Nesse caso, o
investidor deve lançar a coberto uma opção o mais distante possível, o que chamamos de OTM. Como
falta um mês para o vencimento, vai depender de cada investidor a sua análise de risco de ser exercido
em comparação ao prêmio oferecido pelo mercado. Observe que a opção OTM que oferece melhor
prêmio trata da PETRI34 que está a $0,70. Mas para ser exercido a ação bastaria subir 3,15% em um
mês. Então, o investidor pode optar pela I36 e ganhar $0,25 por ação já que para ser exercido a ação
deve subir 11,7% nesse período.

Imagine uma carteira de longo prazo, onde o investidor faz compras periódicas, ganham dividendos, juros
sobre capital e ainda existe a possibilidade de ganhar alguns centavos mensalmente? A longo prazo, se
todos esses dinheiros foram comprando novas ações e acumulando ações com bons fundamentos,
acredito que trata de uma excelente forma de maximizar a rentabilidade a longuíssimo prazo.

Mas se vender a coberto a PETRI36 a $0,25 e até o vencimento a ação subir para $37,50, o que
deveria fazer?

Calma, nesse momento você não precisa entregar toda suas ações no dia do vencimento. Vamos fazer
uma simulação:

Como a ação subiu até $37,50, então sua opção que vendeu por $0,25 terá um valor próximo de $1,75.
Já que o preço de vencimento é 35,75 e a ação estaria negociado a $37,50 é só fazer a subtração que
teremos um valor aproximado do preço da opção. Então recompramos a opção vendida (1,75 – 0,25) e
pagaremos ao mercado $1,50 por cada opção para fechar a operação com a PETRI36. Mas
imediatamente você vende a coberto à opção do vencimento seguinte que é a série J, aquela opção que

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está com o preço bem próximo do que você teve que arcar para fechar o contrato da I36. Provavelmente,
você vai vender a coberto novamente a J38 que estará com o preço de cerca de $1,50.

Você fez uma rolagem para o próximo vencimento e vai segurar a alta até os $38 para o próximo
vencimento. Se continuar subindo você pode fazer essa operação quantas vezes necessária, é claro que
alguns vencimentos poderá arcar com pequenas diferenças entre os vencimentos. Mas é melhor arcar
com essas pequenas diferenças, do que desfazer de toda sua carteira de ações.

Para quem utiliza essa estratégia mensalmente, eventualmente passará por algumas situações de
rolagens. Mas se você acredita e tem fortes projeções de que a ação vai ter fortes períodos de alta,
é bem recomendável que deixe de lançar coberto para ganhar essa remuneração extra. Caso contrário,
vale a pena traçar essa estratégia para maximizar a rentabilidade de sua carteira.

3.1 Operação a Termo

Esse é o mercado de derivativos que menos me atrai devido ao seu alto custo de transação. Isso
depende de boa relação com a corretora para ter desconto nas corretagens pela mesa de operações.

A operação a Termo é um contrato de compra ou venda, de uma ação, a um preço fixado, para
liquidação em uma data determinada.

Ou seja, você compra um Termo de 100 ações do Bradesco, a um preço fixado (normalmente o preço é
próximo de 1% ao mês em comparação ao preço da ação no mercado à vista), com uma data de
vencimento que pode ser de 30, 60, 90 120, 150 e 180 dias.

Para negociar a Termo, apenas pela mesa de operações. Nunca vi um Home Broker ou E-
broker realizar essas operações.

Por se tratar de um mercado futuro, não qual só vai efetivar a compra da ação no dia do vencimento é
necessário uma margem em custódia para garantias do contrato. Essa margem pode ser em dinheiro ou
títulos de valores mobiliários custodiados.

O valor da margem variam durante o contrato de acordo com a variação da ação que assumiu na
operação, com a mudanças de volatilidade e liquidez, além de possíveis margens adicionais que a
corretora pode solicitar. Normalmente, o valor da margem fixa próximo de 17% do valor do contrato a
Termo total.

O interessante nesse mercado, é que o valor dos dividendos e proventos que são distribuídos às ações já
pertencem diretamente ao comprador do Termo da ação.

Comprar a Termo

- Alavancagem. Se você possui R$50.000 em ações e dinheiro liquido, você pode carregar uma posição
de até R$250.000 já que a margem cobrada fica entre 15 e 20% do valor da posição. Mas, fortemente,
não recomendo o tamanho desta alavancagem. O ideal para o mercado a Termo é ter um contrato do
tamanho da sua posição financeira. Se tem os R$50.000 em títulos, a seu critério pode abrir até um novo
contrato de R$50.000. É o ideal para alavancagens.

- Operação Caixa. Você possui uma carteira de R$50.000 de ações do Banco Bradesco e precisa desse
dinheiro liquido para algum compromisso mas não quer perder a oportunidade de valorização da ação.
Você pode vender no mercado à vista e comprar um Termo de acordo com o tempo que deve repor esse
dinheiro do compromisso (30 até 180 dias).

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Outra estratégia mais comum, é quando o investidor possui uma carteira de ações e uma pequena
quantia em dinheiro. Ao identificar uma boa oportunidade em uma ação mas não pretende desfazer sua
carteira de ações, pode aproveitar as garantias e margens que já possui para fazer uma compra a Termo.
Assim, mantém a carteira de ações atual e aproveita a oportunidade de uma valorização do Termo.

Vender a Termo

- Financiamento. Consiste em comprar a ação no mercado à vista e vender a Termo para ganhar a taxa
de juros do mercado. Essa operação só compensa para Bancos que possui altas quantias em ações e
baixíssimo valor de transação. Para os investidores comuns, as taxas de corretagens tomam boa parte da
remuneração desse financiamento.

- Venda futura. Quando o investidor possui ações no mercado à vista e pretende vender, sem a
necessidade de ter o dinheiro imediatamente, ele pode vender no mercado a Termo para ganhar essa
taxa do mercado adicional no seu preço de venda.

Existe algumas estratégias envolvendo o mercado a Termo e opções. Mas prefiro deixar para uma
próxima oportunidade.

Se quer saber as posições aberto de contratos a Termo, pode ir diretamente à CBLC. Clique em
Mercados > Termo > Contrato em Aberto.

4.1 Operando Mini-Índice Futuro


Este é o melhor mercado para operar com derivativos, na minha opinião. E claro que como qualquer
instrumento de alavancagem, deve ter um bom controle de risco e gerenciamento de dinheiro. Operar
excessivamente alavancado, um dia não termina bem e todo lucro e rentabilidade pode ir embora apenas
com um trade errado.

Bem, passando essas ressalvas, vamos ao aprendizados. Você já viu, como fazer um hedge de carteira
de ações e agora vou mostrar um pouco como funciona o contrato de mini-índice da BOVESPA.

Primeiro ponto, poucas corretoras permitem operar mini-índice pelo Home Broker. Bem provável que vai
operar pela plataforma WebTrading (WTr), que a maioria das corretoras já devem oferecer aos seus
clientes.

Esses contratos de mini-índice são negociados com vencimentos nos meses pares e cada contrato possui
o tamanho de R$0,20 do índice normal. Se o índice BOVESPA está cotado a 50.000 pontos, pelo mini-
índice um contrato equivale a 50.000 x 0,20 = 10.000 pontos.

A maior atração de operar índice futuro é a facilidade em abrir contrato com venda para ganhar na baixa.
Praticamente não existe diferença se você opera comprado ou vendido no mini-índice. O controle de risco
e pedido de margens são bens próximos.

Neste mercado, temos o ajustes diários na qual no final do dia a sua posição é fechada e a diferença
entre o fechamento de hoje e o fechamento do dia anterior é creditado ou debitado na sua conta, de
acordo com sua posição e fechamento do índice. Por isso, é importante que carregue uma baixa posição
e tenha sempre alguns recursos em dinheiro para esses ajustes diários.

As margens pode ser a margem inicial, que geralmente ficam próximo de 15% do valor dos contratos
assumido. E algumas margens adicionais de acordo com o critério das corretoras ou ajustes pelo novo
comportamento do mercado, como volatilidade.

Vamos aos exemplos práticos:

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O índice BOVESPA esta cotado a 55.997 e o mini-índice com vencimento em agosto – WINQ09 esta
cotado a 56.250.

Se você acredita que o mercado vai recuar, você pode especular com mini-índice e abrir uma posição de
venda. Cada contrato vale 56.250 x 0,20 = 11.250. Portanto, fique atento ao tamanho de um contrato com
o valor do seu capital para não alavancar demais.

Vamos vender três contratos de mini-índice futuro da BOVESPA:

3 contratos = 33.750

A margem inicial para abrir essa posição, no momento esta quase 16% de acordo com o sistema. Então,
para abrir essa posição de venda a corretora vai “bloquear” cerca de R$5.300 para garantia.

Ou seja, apenas com R$5.300 já estou carregando uma posição de R$33.750.

Se o índice cair 10% durante o período, passará a ser cotado em 50.625. Então cada contrato do mini
passou a valer 10.125. Como temos 3 contrato, o valor final será 30.375.

Ou seja, vendemos por 33.750 e recompramos por 30.375, isso significa um lucro de R$ 3.375 na
operação. Veja onde está a alavancagem, apesar de 10% de queda do mini-índice, esse lucro de
R$3.375 equivale a uma rentabilidade de 63,68% sobre o valor da margem inicial, que era de R$5.300.

Embora a operação fosse de 3 contratos que equivaleriam a 33.750, na verdade só bastou disponibilizar
uma margem de R$5.300.

Para a compra do mini-índice, vale o mesmo raciocínio.

Atenção!!

Da mesma forma que poderia ter um lucro de quase 64% com apenas uma variação de 10%. Se o
mercado fosse na direção inversa você teria um prejuízo de quase 64% na operação e correria o risco
de perder todo o valor disponível na margem inicial.

Quando o mercado vai na direção inversa, começam a ter os ajustes diários e os pedidos de margens
adicionais levam o investidor a sufocar com falta de recursos adicionais. Se o investidor não tiver mais
recursos para margens adicionais, a corretora fecha sua posição independente do tamanho da sua perda.

Por isso, alerto mais uma vez. Cuidado com a alavancagem.

E como já falei, mini-índice é excelente para proteger uma carteira de ações de uma queda. Saiba
como, neste post.

4.2 Como Calcular Ajuste Diário


Uma das particularidades do mercado de derivativos, mais especificamente os contratos
futuros negociado na Bolsa de Mercadoria e Futuro é o ajuste diário. Ou seja, no final do dia a sua
operação é debitado ou creditado de acordo com a posição do contrato. Esse mecanismo da bolsa
diminui o risco de crédito deste mercado, evitando que uma posição perdedora acumule prejuízo ao longo
do tempo.

A margem do contrato já falei em um post anterior, onde gira entre 15 e 20% do valor do contrato. Varia
de acordo com o tipo de contrato e o cálculo estabelecido pela bolsa.

Mas para encontrar o valor do ajuste diário, temos a seguinte fórmula:

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AD = (Pa – Pc) x M x n

onde:

AD = Ajuste Diário
Pa = Preço de Ajuste
Pc = Preço do Contrato de Compra ou Venda
M = Multiplicador do Contrato
n = Numero de contrato

O Preço de Ajuste é definido pela bolsa, normalmente é estabelecido pela média ponderada dos
negócios realizada nos últimos 15 minutos do pregão, em alguns casos pode ser o próprio preço de
fechamento do contrato.

Vamos fazer um exemplo de uma compra de Índice Futuro, supondo que compramos 5 contratos ao
preço de 56.000 e no final do dia, teve o preço de fechamento em 56.900. Então, o ajuste diário será:

AD = (56.900 – 56.000) 3 x 5
AD = 900 x 15
AD = 13.500

Esses 3 é o multiplicador de mercado utilizado pelo Contrato Futuro do Índice Bovespa, caso o contrato
utilizado fosse o Mini-ìndice, esse multiplicador seria substituído por 0,20.

Como o valor do contrato futuro subiu durante o dia, entrará na sua conta o valor de R$13.500 referente
ao ajuste diário. No segundo dia, você usa a mesma fórmula acima com a diferença que seu Preço de
Contrato (Pc) será o preço de ajuste do dia anterior ( ou preço de fechamento). Na prática, é como se no
final do dia sua operação fosse encerrada pelo preço de fechamento, assumiria o lucro ou prejuízo e no
dia seguinte a sua operação abriria automaticamente com o preço de fechamento do dia anterior.

4.3 Entenda Coeficiente Beta


Para proteger sua carteira de ações com a venda de mini-ibov, é importante conhecer o Beta da carteira.
Como uma antecipação da postagem sobre estratégia de hedge com Derivativos, explicarei um pouco
sobre o Coeficiente Beta e como calcular esse índice.

Beta, nada mais é do que uma regressão linear dos retornos dos ativos com o retorno do mercado. Ou
seja, um cálculo estatístico na qual trabalha com os dados da rentabilidade de um ativo ( ação ), com a
rentabilidade de um índice do mercado ( o melhor parâmetro é o índice BOVESPA).

O valor deste Beta, serve para indicar qual será a variação da ação, quando o Ibov variar 1%.

Se o Beta for menos do que 1, ele possui um Beta defensivo. Por exemplo, se o Beta da ação for 0,75.
Significa que se o Ibov variar 6% durante a semana, é bastante provável que a ação varie 0,75×6% =
4,5%.

Se o Beta for igual a 1, ele possui um Beta neutro. Isso significa que a rentabilidade de ação acompanha
a mesma rentabilidade do índice de parâmetro, no caso Ibov.

Se o Beta for maior que 1, trata de um índice Beta agressivo. Se o Beta for 1,90 e o índice variar 4%, o
valor da ação deve variar próximo de 7,6%.

Você pode aplicar o Coeficiente Beta da ação a qualquer índice. E caso deseje exercitar o cálculo veja o
vídeo no Youtube em duas aulas, como calcular Coeficiente Beta. Clique aqui.

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Caso tenha interesse em uma pequena planilha semi-pronta, mas recomendo que faça o download para
entender a fórmula. Clique aqui.

4.4 Hedge Carteira de Ações


Vou mostrar como proteger uma carteira de ações de um médio investidor através de derivativos com a
venda de mini-índice.

A escolha da explicação utilizando o mini-índice é que cada ponto do Índice Bovespa, no mini-índice
trabalha com 0,20 pontos ao invés de 3 pontos do Índice Futuro Bovespa.

Para terem idéia da diferença, se o Ibov estiver em 55.000 pontos, um contrato do mini-índice equivaleria
a 11.000 pontos (55.000 x 0,20). Enquanto no Índice Futuro normal seriam 165.000 (55.000 x 3).
Resumindo, o mini-índice consegue proteger uma carteira a partir de R$11.000.

Vamos montar uma carteira hipotética de ações:

400 VALE5 – R$ 32,40 -> R$ 12.960


500 PETR4 – R$ 31,66 -> R$ 15.830
100 AMBV4 – 133,78 -> R$ 13.378

Com esta carteira temos um valor de R$42.168 na nossa carteira. O índice à vista supondo que esteja
cotado a 55.000 pontos.

Para saber quantos contratos deveremos vender no mini-indice, temos que utilizar a seguinte fórmula:

Numero de contrato = (Valor da Carteira / Valor do Índice Vista x 0,2) x B

0,20 – Como falei, porque trata de pontos do mini-índice, caso fosse o índice futuro normal, seria 3.

B – Coeficiente Beta da carteira. Veja neste post e entenda o conceito e como calcular o Beta.

Então, antes de calcular quantos contratos devemos vender, vamos encontrar o Beta da carteira de
ações.

De acordo com a planilha do Risck Tech, já temos o Coeficiente Beta da PETR4, VALE5 e AMBV4.

VALE5 – R$ 12.960 – Possui 30,73% da carteira – Beta de 0,75


PETR4 – R$ 15.830 – Possui 37,54% da carteira – Beta de 0,95
AMBV4 – R$ 13.378 – Possui 31,72% da carteira – Beta de 0,70

Para encontrar o Beta da carteira, temos que encontrar a média ponderada de cada ação, assim basta
multiplicar o percentual da carteira pelo Beta e somar com de todas as ações, assim:

(0,3073 x 0,75) + (0,3754x 0,95) + (0,3172 x 0,70) =

0,230475 + 0,35663 + 0,22204 = 0,8091

Portanto, o Coeficiente Beta do portfólio será 0,81. Substituindo todos os dados na fórmula acima
temos:

Numero de contrato = (42.168 / 55.000 x 0,2) x 0,81

Número de contrato = 3,10

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Como não pode vender fração, temos que ajustar a quantidade para 3 mini-índice para proteger a nossa
carteira de ações.

Pronto, com a venda do contrato do mini-índice você protege o seu portfólio. É claro que essa
aproximação do numero de contrato e custos de transação com corretagem, no final do seu hedge pode
ocorrer pequenas perdas. Mas com esse hedge não importa o tamanho da queda do índice que suas
ações estão protegidas.

Se você perder com a queda de ações, você vai ganhar em proporções quase idênticas com a queda do
mini-índice futuro. Se o mercado subir, também deixará de ganhar com a valorização das ações.

Essa estratégias é o ideal para quem não pretende desmontar a carteira de ações em um possível
período de queda. Esses tempos de crise e instabilidade do cenário econômico, um hedge cai muito bem.

5.1 Money Management – Gerenciamento de Dinheiro


Expliquei no artigo anterior, como levei alguns prejuízos no momento de operar através do e-broker
devido à falta de gerenciamento de dinheiro e controle de risco.

Com isso vou mostrar matematicamente a importância de ter um gerenciamento de capital para os seus
trades. Se você já leu o livro de Axiomas de Zurique, pode imaginar que a melhor forma de ganhar
dinheiro é operar todo seu capital em único trade pra maximizar sua rentabilidade. Isso é um grande
engano.

Vamos fazer um exemplo, de um investidor que opere 100% do seu capital por trade.

Capital Inicial = R$1.000

Trade A – Lucro 40% = R$1.400

Trade B – Lucro 40% = R$1.960

Trade C – Lucro 40% = R$2.744

Trade D – Prejuízo 40% = R$1.646,4

Trade E – Prejuízo 38% = R$1.020,77

Observe que mesmo com 3 trades seguidos de 40%, bastou apenas duas perdas seguidas de 40% e
38% sobre o capital para devolver todo o lucro, praticamente.

Capital Final = R$1.020,77

Rentabilidade: 2,08%.

Vamos aplicar uma das técnicas de money management. Ao invés de aplicar todo capital disponível para
todos os trades. Vamos aplicar apenas 40% do nosso capital total, independente das perdas ou
dos ganhos.

Capital Inicial = R$1.000

f = R$400 – Que é a porcentagem máxima do capital que vamos arriscar por trades.

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Trade A – Lucro 40% = (400 x 1,4) = 560 – total de R$1.160
f= R$464 - equivale os 40% do capital total, após o lucro

Trade B – Lucro 40% – R$649,60 – total de R$1.345,60


f= R$538,24 – equivale os 40% do capital total, após o lucro

Trade C – Lucro 40% – R$753,54 – total de R$1.560,90


f= R$624,35 – equivale os 40% do capital total, após o lucro

Trade D – Prejuízo 40% – R$374,61 – total de R$1.311,16


f= R$525,08 – equivale os 40% do capital total, após o prejuízo

Trade E – Prejuízo 38% – R$325,55 – total de R$1.111,63


f= R$444,65 – seria o valor para o próximo trade.

Capital Final = R$1.111,63

Rentabilidade: 11,16%

Observe que foram as mesmas sequências de trades entre lucros e prejuízos, mas a rentabilidade da
segunda situação foi de 11,16%, em comparação aos 2,08% da primeira situação.

A longo prazo, ganhar mais do que perde não é suficiente. É preciso ter uma boa gestão de capital e
risco. Você pode praticar esse raciocínio com diversas sequências de trade e a porcentagem do capital
que deve utilizar por trade.

Você deve ajustar dentro do seu perfil de investidor. Mas, mesmo que você seja um investidor
arrojado saiba que ainda assim, é melhor praticar o money management para ter uma rentabilidade
consistente.

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