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Francisco Barbedo
Arquivo Distrital do Porto, Porto, Portugal
francisco.barbedo@adporto.org
Resumo
As redes de actores sociais (RAS) são frequentemente utilizadas como métodos de análise e
investigação em disciplinas como sociologia, epidemiologia ou antropologia. Do mesmo
modo, a sua utilização constitui uma ferramenta valiosa para empreender análise
organizacional e interorganizacional dirigida para a concepção e implementação de
requisitos e modelos prescritivos e conceptuais para o planeamento de sistemas de
informação.
Palavras chave: actores, processos, sistema de informação, redes de actores sociais, análise
organizacional
1. Introdução
As organizações enquanto sistemas complexos não podem ser consideradas numa perspectiva
simplista. Existem demasiados factores e variáveis, tanto internos como externos, que
influenciam o seu comportamento e desempenho o que implica sob o ponto de vista de
conhecimento do comportamento e estrutura organizacionais a combinação de várias
perspectivas de análise. Consideremos alg uns desses factores:
A orgânica interna que combina estruturas - componentes estabilizadas criadas de acordo com
critérios que podem variar substancialmente em função da forma de articulação entre cargos,
tarefas e controlo adoptados - com processos dinâmicos que correspondem ao conjunto
operativo de execução das actividades organizacionais. Esta imagem tradicional deve ser
ponderada com a horizontalização provocada pelo incremento de mediação tecnológica e
consequentes novos processos de trabalho. Uma organização torna-se progressivamente numa
entidade permeável sem fronteiras claramente delimitadoras relativamente ao ambiente em que
opera e às próprias entidades externas com que interactua [Tsoukas, 1992 ; Araújo, 1998]. Este
aspecto é particularmente significativo em ambientes de negócio centrados em rede1 . A
complexidade destas componentes –estrutura, processos– independentemente da maior ou
menor preponderância de cada uma delas na entidade observada implica aproximações
diferenciadas para o conhecimento da organização.
Simultaneamente existem por parte dos actores participantes diferentes visões e perspectivas
que devem ser consideradas como elemento de complexidade organizacional. É, por exemplo, o
caso dos aspectos políticos traduzidos na procura de estabelecimento de posições vantajosas
com vista a deter recursos e concretizar transacções da forma mais eficiente possível, ou
simplesmente para estabelecer capital conectivo de relações de controlo ou influência dentro da
organização. A correlação de forças e as tentativas de imposição por parte dos actores dos seus
próprios interesses condicionam e moldam o funcionamento da organização2 . De forma idêntica
a multiculturalidade de uma organização, tributária das variadas experiências e contextos de
vivência dos colaboradores participantes ocasionam diferentes percepções relativamente à
missão da mesma, bem como de diferentes formas de desempenho de actividades [Walsham,
1993] [Tricker, 1999].
Os aspectos sociais e tecnológicos, por seu turno, condicionam-se reciprocamente. A introdução
de uma nova tecnologia (por exemplo o correio electrónico) induz alterações nas formas de
relacionamento dos colaboradores com os seus processos de trabalho e igualmente com os
coactores que neles participam [Holland, 1997]. Da mesma forma a adesão a uma nova
tecnologia depende em grande parte da aceitação social conseguida entre os actores que a irão
utilizar (facilidade de utilização, resposta a necessidades, percepção de eficácia, etc.). Neste
cenário métodos diferenciados de aproximação e exploração de análise e conhecimento
organizacionais são aconselháveis.
A análise de uma organização não pode portanto restringir-se a uma perspectiva positivista que
apenas tenha em conta aspectos técnicos e tecnológicos. Trata-se antes de mais um conjunto de
sistemas de actividades com participação humana –e não humana [Law, 2002] - e em que
portanto os aspectos culturais, sociais e políticos, são estruturais. Ignorar este facto e desprezar
o conhecimento detalhado das ramificações existentes pode comprometer qualquer solução
tecnológica e organizacional que envolva sistemas de informação [Checkland, 1997]. A
componente social da organização é no entanto a área em que a recolha de dados e respectiva
1
Por exemplo no caso de empresas virtuais (ver Ahuja, 1998)
2 Inclui-se no fenómeno de “Enactement” referido por Weick (Weick, 1979)
análise são por vezes secundarizadas relativamente a aproximações “hard”, pese embora o facto
de metodologias como a SSM, ou a acção/investigação a tenham intensamente utilizado.
O conceito de sistema de Informação tem, tal como a Organização, dois tipos de interpretação:
compreendendo uma área maior ou menor consoante os objectivos, recursos e política da
organização: Oscilam entre a aproximação positivista - apoio ao desempenho dos objectivos
estratégicos e tácticos do negócio- e a aproximação interpretativista - satisfação das
necessidades pressentidas pelos utilizadores para o desempenho das suas actividades - [Lee,
1999]. Qualquer que seja a aproximação utilizada -e um compromisso entre as duas será
certamente um percurso desejável [Galliers, 1993]-, o SI constitui uma entidade capaz de
diminuir a entropia do sistema organizacional e que portanto reduz a complexidade viabilizando
um desempenho esclarecido e eficiente sobre uma determinada realidade cujos detalhes são
progressivamente conhecidos. Um sistema de informação segundo Checkland [Checkland,
1997] é um sistema social envolvido em tecnologia de informação, operando em posição
intermediária entre o mundo tal como ele é percepcionado pelo actor e o consumidor (pessoa ou
organização) que pretende informação de apoio ao desempenho das suas actividades nas quais
se inclui a tomada de decisão. Neste contexto as organizações são consideradas como sistemas
abertos contendo conjuntos de subsistemas cada um dos quais (por ex., contabilidade, produção,
comercialização) necessita do seu próprio sistema de informação. Paralelamente a esta realidade
o comportamento informacional da organização inclui não apenas o conjunto formal construído
para gerir os fluxos internos de informação, mas igualmente os sistemas desenhados para a
recolha de informação externa e ainda a que é informalmente recolhida pelos actores,
inclusivamente no decurso das suas actividades para-profissionais [Huotari, 2001].
Em qualquer dos casos, o SI responde simultaneamente a funções que são simultaneamente
verticais e transversais. Verticais porque cada unidade orgânica constitui uma fonte de
alimentação enquanto produtora e consumidora de informação; transversal na medida em que
essa mesma informação é normalmente produzida no decurso de processos organizacionais os
quais abrangem várias unidades dentro da organização quer de forma sucessiva ou concorrente.
No cenário acima abordado julgamos que metodologias normalmente utilizada em outros áreas
normalmente mais conotadas com disciplinas como a Sociologia podem ser utilizadas com
grande benefício no análise organizacional e consequente desenho do Sistema de Informação.
A presente comunicação pretende abordar esta área temática estruturando-se da seguinte forma:
Abordam-se primeiro alguns aspectos particulares de análise organizacional, falando-se
seguidamente na metodologia RAS salientando exemplos de potencial aplicabilidade à
caracterização da estrutura social da organização e sua interacção com o SI. Finalmente será
apresentado um estudo de caso em que foi aplicada esta abordagem, comentando-se os
resultados obtidos.
2. Análise organizacional
2.1 Centralidade
A. Análise relacional 2. Actor individual
4. Similaridade
4.1 Posições/papéis
B. Análise posicional
A aplicação destas medidas depende do objectivo que se pretende atingir e das características da
organização analisada. As diversas medidas utilizadas em RAS são susceptíveis de ser
vantajosamente aplicadas no processo de DSI.
Seria naturalmente fastidioso sistematizar extensivamente as potenciais aplicações de todas as
medidas utilizadas, mesmo porque elas não apresentam níveis idênticos de adequação ao
objectivo explicitado. Referem-se no entano alguns aspectos organizacionais identificados ao
longo do estudo que dá origem a esta comunicação, considerados como exemplos propícios à
abordagem de RAS.
• O conhecimento do capital social que um determinado actor possui numa rede e sobre que
actor(es) exerce constrangimento e assume o papel de intermediador relativamente aos
contactos que possui na rede (medição de dimensão efectiva e da hierarquia da rede pessoal
de cada actor, valor agregado de constrangimento para cada actor e para cada díade), pode
ajudar a compreender os circuitos de acesso à informação existentes e os papéis realmente
exercidos por cada actor
• Numa díade (conjunto de dois pontos e uma linha) em que a relação é tendencialmente
transaccional existe uma aceitação de novas tecnologias num contexto de cooperação
interorganizacional e de melhoria de desempenho de actividades. As relações formais
estabelecidas são formais e quase amigáveis. No entanto entre actores em que se
estabelecem exclusiva ou principalmente relações de controlo, a resistência à adopção de
tecnologias para facilitar processos interorganizacionais é significativa constantando-se
ausência de cooperação expontânea.
• A análise de centralidade de actores pode informar o estudo de optimização de processos de
negócio assim como a determinação e escolha de plataforma tecnológica. Por exemplo, um
actor situado numa posição periférica e sem iniciativa de transmissão de recursos ou em que
apenas os receba de um pequeno número de actores, pode ser objecto de uma valorização ou
reposicionamento na rede, dependendo das vantagens que venham a ser equacionadas no
contexto de desempenho de negócio e do posicionamento global dos restantes actores. No
caso do caso estudado verificou-se que actores em posição periférica conectados através de
uma relação de controlo unilateral manifestaram resistência em considerar novos processos
de trabalho ou de gestão de processos que envolvam o actor que exerce controlo. Da mesma
forma a determinação da centralidade intermédia de um actor pode em termos de aplicação
de SI, ser utilizada para averiguar do poder exercido por cada actor na rede e da sua
influência no desenvolvimento de processos organizacionais. A estrutura de informação
pode ser determinada em função da correlação de forças existente, ou da capacidade de cada
actor constituir um ponto de passagem. Se um actor ocupa uma posição central no
desenvolvimento de processos nucleares ao negócio, a estrutura de informação deverá ter
isso em conta de forma a optimizar o desenrolar do mesmo. A não ser que se pretenda
retirar poder a esse mesmo actor (imaginemos uma reestruturação de uma empresa baseado
na adopção de novos processos organizacionais, vulgarmente designado por processos BPR
= Business Process Reengeneering) o que pode justific ar a “decrementação” de influência
desse actor. Este aspecto é igualmente aplicável a organizações virtuais e tradicionais no
contexto de relação tarefa/estrutura
• A proximidade topológica de dois actores numa rede pode ser determinada e quantificada de
forma exacta, sendo atribuídos a esses valores um significado social com repercussões sob o
ponto de vista organizacional. A centralidade de um actor na rede pode ser indicativa de
prestígio ou uma posição fortemente influente como nó de um sistema de informação. De
uma maneira geral a tecnologia e a sua utilização eficiente e voluntária (adesão) depende
em larga medida da forma como os actores se relacionam. No caso estudado verificou-se
que a natureza de uma determinada relação que une dois actores (controlo) impede a
alteração de desempenho de processos a qual no entanto é técnica e juridicamente viável.
• O número de caminhos necessários para um actor atingir outro é uma medida que dá a
possível força das relações entre actores. Se um actor está adjacente a outro
presumivelmente terá com ele uma relação mais forte. A força, neste caso, é medida pelo
proporção inversa do número de caminhos existentes entre díades (relações entre dois
actores) ou tríades (relações entre três actores). Esta situação no entanto nem sempre se
verifica, havendo pelo contrário a teoria dos elos fracos e da sua força. i. e., quanto mais
distante se encontra uma díade mais informação pertinente e expansão na rede é trocada
[Granovetter, 1973] e associativamente a existência de capital social [Burt, 1992]. Este
fenómeno é facilmente explicável se pensarmos que normalmente os actores mais próximos
são aqueles que partilham de interesses comuns sendo portanto a informação recebida
transmitida num círculo restrito de actores unidos por laços específicos dados pela
proximidade. Quanto mais longe se encontrar um actor de outro, mais heterogéneo será o
círculo de actores e relações e portanto mais eficiente será a disseminação de informação.
A identificação e gestão de contactos não redundantes é um elemento significativo no
desenho de SI. No caso de uma organização este fenómeno pode materializar-se da seguinte
forma: actores que dentro de um sistema de actividades desenvolvam tarefas conexas mas se
encontrem organicamente distanciados, podem desenvolver relações de cooperação mais
acentuadas e uma maior predisposição para troca de informação e adopção de novos
processos tendentes a melhorar o desempenho de tarefas.
3
Sectores de aprovisionamento e enologia por exemplo
materializada na consulta da conta corrente do operador que solicitou a transacção no sentido de
averiguar se esse actor tem direito a adquirir a quantidade de selos manifestada.
Isto é explicado pelo facto de cada operador ter uma determinada capacidade de vendas
atribuída anualmente pelo IVP, capacidade essa que não pode ser excedida, excepto em casos
muito raros e sempre sujeitos a autorização pela entidade reguladora. Sabendo que essa
capacidade é expressa em litros e conhecendo a capacidade da vasilha em que o vinho será
engarrafado, a comparação do número de selos pedidos, juntamente com os que foram
adquiridos anteriormente, permite determinar se o operador está ou não a exceder a capacidade
permitida de vendas. Note-se que não é permitida a acumulação se selos, ou seja, um operador
apenas pode adquirir anualmente a quantidade de selos correspondente à sua capacidade de
vendas. Para elucidar o desenrolar do processo vejam-se os diagramas 1 e 2 elaborados (figuras
1 e 2). Note-se um aspecto essencial na análise deste processo: O Actor GCX ocupa
ordinariamente uma área funcional e organizacional que se integra nos chamados processos de
suporte da organização. Tem normalmente funções restritas, localizadas e definidas com
«controlo»
«objectivo»
Actor: GCX
Acelerar processo de
venda de Selos Garantia :
Objectivo quantitativo
«processo»
«in: documento»
«out: material»
VenderSelosGarantia
pedido de selos de
garantia SelosGarantia
«informação»
AS400
PedidoVenda ConsultaAS400
RegistoPedido
Ponto de controlo
«Documento»
LivroManualRegistos
Lançamento
Venda
«Documento»
FolhaCálculoControlo
EmiteGuiaPagamento
«documento»
«Documento» Emite guia de
Factura factura pagamento
EfectuaPagamento
ArquivaGuia
EmiteRecibo
«Documento»
Recibo
EntregaSelos
Selos
No entanto a diferença observada neste contexto é que este actor, ao contrário do que
normalmente se verifica, desempenha mais que um papel. Ou melhor: desempenha papéis
funcionalmente diversificados. Para além de gestor de caixa assume o papel de originador de
receitas através da venda de selos de garantia pela qual é responsável e ainda um terceiro de
fiscalização materializado na actividade desencadeada por cada pedido de venda efectuado que
implica a aferição da conformidade do operador relativamente à sua capacidade de venda. Estes
últimos papéis (venda/receitas e fiscalizador) integram-se claramente na esfera de processos
primários da organização visto que corresponder a funções fim que consistem em permitir a
transacção de produto (através da venda de selos) e ainda fiscalizar a actividade do operador.
Note-se que o triplo papel desempenhado por este actor não é reflectido no incremento de
recursos disponibilizados ou mesmo no seu posicionamento social dentro da rede
4
As aplicações utilizadas foram desenvolvidas de forma amadora pela própria funcionária e são folhas de cálculo em EXCEL
sistematicamente impressas.
organizacional, pelo que naturalmente se geram pontos de bloqueio melhor ou pior resolvidos
pela imaginação e desempenho individuais da colaboradora responsável. Alguns dos aspectos
negativos do processo resultam em atrasos de resposta relativamente a pedidos apresentados
precisamente devido à necessidade de desempenho de papel de fiscalização materializado em
consulta a SBDR mantido pelo IVP e que permite a gestão de alguns processos primários,
nomeadamente a gestão de contas correntes e ainda os serviços analíticos solicitados para
determinação da conformidade do produto relativamente aos requisitos nor mativos exigidos
pelo IVP e definidos por lei em diploma próprio (Decreto-Lei n.º 166/86 de 26 de Junho).
5
Todos os cálculos e desenhos de grafos foram realizados com as aplicações UCINET 6 e NETMINER 1.1
Vemos no quadro 2 uma tabela de adjacência em que são contabilizados o número de ligações
que ligam os diversos actores. Um valor elevado indica uma presença significativa dentro da
rede o que pode indicar poder, influência ou simplesmente forte participação nas actividades
organizacionais. O actor GCX (Tesouraria) aparece com um nº médio de 5 conexões o que
embora não seja um valor baixo não indica particular participação conectiva na rede (Note-se
que sendo as relações estabelecidas não direccionadas, o nº de entrada e saída é idêntico).
PROD
APRO
ENOL
PCAD
PCEV
GINC
GCX
GINF
COM
FISC
SAQ
ATQ
GAT
GPC
indegree 6 5 14 9 9 4 1 JCP
2 5 6 1 4 4 6 3 3
outdegree 6 5 14 9 9 4 1 2 5 6 1 4 4 6 3 3
Ponto de desconexão
Este constitui um resultado inesperado mas significativo já que a sua participação na rede não é
especialmente valorada o que é verificável na tabela 1.
Esta observação é igualmente confirmado pela aplicação de medidas de cliques. Neste caso
específico foram determinadas ncliques em que n=2, ou seja introduziu-se uma restrição de
alcançe para retornar todos os actores coesamente unidos por uma distância geodésica não
superior a dois. Os resultados indicam o actor GCX como participante em 3 cliques num total de
8 o que confirma o peso social representado (ver quadro 3). As cliques representam
funcionalmente e no contexto de uma organização, grupos de actores que interagem
profissionalmente de forma interactiva e coesa no cumprimento de tarefas comuns. Assim sendo
a presença de um actor numa determinada clique em que participam outros actores socialmente
preponderantes indicia o grau de relevância dos papéis desempenhados nessa mesma actividade.
Note-se que das cliques em que o actor GCX participa participam igualmente actores com
elevado grau de participação e influência na rede como é o caso dos actores FISC e SAQ (Veja -
se o seu posicionamento central no grafo da figura 3). Estas duas observações obtidas pela RAS
apontam para a existência de propriedades emergentes do actor em questão propriedades essas
não percebidas através de outros processos de análise organizacional
4. Conclusão
A análise organizacional empreendida para desenho ou redesenho de sistemas de informação,
porque estes incidem sobre sistemas complexos em que se cruzam muitos aspectos que revelam
o modo como sistemas de actividades humanos operam, necessita de recorrer a todos os
métodos e recursos susceptíveis de retornar resultados o mais possível precisos e completos.
Este ponto de partida implica considerar a estrutura social da organização como uma camada
que influencia comportamentos, política e processos sendo portanto determinante para
compreender a organização enquanto entidade global. A metodologia RAS, nativamente
utilizada por áreas científicas relacioadas com Sociologia, é uma ferramenta poderosa para este
propósito visto que partindo da analogia de rede pretende detectar nessa estrutura de análise,
padrões escondidos que de outra forma não seriam imediatamente ou sequer de todo
percebidos. No caso apresentado verificou-se que a existência de uma contradição entre o papel
percebido de um unidade orgânica e seu peso social medido aravés de duas medidas RAS deu
origem a uma explicação coerente para esse facto permitindo a iniciativa de acções correctivas.
Neste contexto julgamos que a RAS constitui uma abordagem promissora, embora de aplicação
6
O poder ou influência social de um actor numa organização é de uma forma geral acompanhado por um maior acesso a tecnologias
disponíveis.
complexa, para discriminar e completar o universo alcançado pela análise organizacional. A sua
adequação a desenvolvimento e redesenho de SI necessita no entanto de mais investigação
assim como de aplicação a cenários organizacionais e interorganizacionais diversos de forma a
desenvolver métodos e ferramentas mais adequados a necessidades operativas.
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