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ENTREVISTA

Clement Lefebvre,
criador do Linux Mint

http://revista.espiritolivre.org | #005 | Agosto 2009

DESKTOP LIVRE MPB - MÚSICA PARA BAIXAR


Graças ao GNU Conheça mais sobre esse movimento

CLOUD DESKTOP SOFTWARE PÚBLICO


O desktop nas nuvens Saiba mais sobre o Linux Educacional

FERRAMENTA PROMOÇÕES
BoletoPHP - A solução ideal para geração de boletos Sorteios de kits, cds e camisetas
COM LICENÇA

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |02


EDITORIAL / EXPEDIENTE

[GNU] Linux na EXPEDIENTE


Diretor Geral

mesa... e correria! João Fernando Costa Júnior

Editor
João Fernando Costa Júnior
Em meio a correria do mês de julho, que é de férias para uns e um
apenas mais um mês para outros, a Revista Espírito Livre traz o [GNU] Linux Revisão
no desktop, apresentando de forma clara e simples, que isto é perfeitamente Marcelo Tonieto
possível mesmo nos dias de hoje, onde muitos ainda insistem em dizer que o
sistema não amadureceu, e que o mesmo tem como propósito habitar apenas Arte e Diagramação
servidores. João Fernando Costa Júnior
Nossa entrevista desta edição é com Clement Lefebvre, criador do Linux
Mint, uma distribuição Linux baseada no Ubuntu, ainda não muito conhecida Capa
entre os brasileiros, mas vem conquistando devotos por onde passa, com forte Cezar Farias
apelo visual, quanto a elegância do Linux. Clement prova com o Linux Mint
que é possível ter um desktop funcional, bonito e direcionado a usuários Contribuiram nesta edição
leigos, com ferramentas que facilitam a vida destes, que ainda estão por entrar Aécio Pires
Alan Lacerda
no mundo do pinguim. Outros projetos nacionais apontam para o mesmo
Alexandre Oliva
objetivo, como o Desktop Paraná, desenvolvido pela Celepar trazendo um
Anderson Goulart
desktop fácil de usar, baseado no Debian. O Ekaaty Linux também não segue
Antônio Augusto Mazzi
a regra e também traz uma solução para usuários desktop com um ambiente Carlos Donizete
fácil de usar e bastante completo. Cárlisson Galdino
A revista traz também novos parceiros que trazem a possibilidade dos Cezar Farias
leitores concorrerem a brindes, entre outros. Os que quiserem participar da Cezar Taurion
revista como parceiros, não se acanhem, entrem em contato! Clement Lefebvre
Cristiano Furtado
Trazemos ainda novas adições a equipe e que, com certeza, só Cristiano Roberto Rohling
enriquecerão ainda mais nosso trabalho. Boas vindas a Antônio Augusto Evaldo Junior
Mazzi, que vai falar sobre emulação do DOS no Linux, Flávia Jobstraibizer que Everton Rodrigues
fala sobre PHPBoleto, Walter Capanema que traz os aspectos jurídicos sobre Flávia Jobstraibizer
Spam, Francisco Junqueira com uma matéria interessante sobre Google App Francisco Junqueira
Engine e Hailton David Lemos, do grupo GoJava, que apresenta como Guilherme Chaves
trabalhar com JSP, Ajax e Servlet. Os tantos outros que colaboraram na Hailton David Lemos
edição, enviando suas dicas, dúvidas, comentários, participando das Jomar Silva
promoções, o nosso muito obrigado. Isso muito nos alegra e nos faz seguir em Jonsue Trapp Martins
frente, mesmo diante das adversidades. José James F. Teixeira
Juliana Prado
Como não poderia ser diferente em nossa seção de emails trazemos Lázaro Reinã
relatos sobre os leitores da revista com suas opiniões e relatos. Você leitor, Luiz Eduardo Borges
pode usar este espaço também para tirar suas dúvidas. Aproveite e participe! Regiane Carvalho
Envie também o seu comentário! Relsi Hur Maron
A Revista Espírito Livre trás a relação de ganhadores das duas promo- Roberto Salomon
ções da edição anterior, que continuam nesta edição. Então, se você não Sinara Duarte
participou das promoções da edição passada, não perca tempo e participe. No Tatiana Al-Chueyr
Wallisson Narciso
site oficial da revista [http://revista.espiritolivre.org] e nas redes sociais onde a
Wesley Samp
revista se encontra presente também pipocam novidades...
Walter Capanema
A Revista Espírito Livre, por meio da colaboração de sua equipe Yuri Almeida
chegou até aqui e espera ir muito além. Junte-se também nós! Nosso
propósito é sermos uma publicação de qualidade feito por e para usuários,
técnicos, professores, estudantes, e tantos outros que fazem parte deste Contato
universo de leitores. Aproveitamos para agradecer mais revista@espiritolivre.org
uma vez a todos os que ajudam o projeto a seguir adiante.
Sem vocês a revista não seria o que é. O conteúdo assinado e as imagens que o
integram, são de inteira responsabilidade
de seus respectivos autores, não
representando necessariamente a
opinião da Revista Espírito Livre e de
seus responsáveis. Todos os direitos
João Fernando Costa Júnior sobre as imagens são reservados a seus
Editor respectivos proprietários.

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |03


EDIÇÃO 005

SUMÁRIO
CAPA
24 Linux & Desktop:
Uma visão de usuário sobre o sistema

27 Ekaaty Linux:
Brazucas à vista...

29 Desktop Paraná
Uma customização do Debian para o
Governo do Paraná

COLUNAS
11 Desktop Livre:
Graças ao GNU

14 Pronto, Sim!
É isso aí...

16 Cloud Desktop
Desktop nas nuvens... Entrevista com
18 A Bola de Fogo Azul Clement Lefebvre
Pura mágica!

TECNOLOGIA
PÁG. 19
32 Interoperabilidade na Prática
Uma questão bastante polêmica...

MOVIMENTO
36 Música Para Baixar
Conheça o MPB, um movimento que
tem muitos desafios à frente...

FERRAMENTA 95 AGENDA 06 NOTÍCIAS

39 Google App Engine


Saiba mais sobre a ferramenta e como
contribuir na elaboração do material de
referência em português

41 BoletoPHP
A solução ideal na geração de boletos
TUTORIAL 65 O modelo "My Precious"
Esqueça este modelo de
desenvolvimento e compartilhe!
43 DOS no Linux
De volta ao passado...
EM DEBATE
REDE 67 Crise em Honduras:
As mídias colaborativas e a censura

45 TCOS
Gerando as imagens dos clientes
magros SYSADMIN
70 Conhecendo o NetBSD
Começando pela configuração de rede...
FÓRUM
50 ReactOS JURIS
Uma alternativa real ao Windows?
73 Spam
54 Google Chrome
O que vem por aí...
Problemas da modernidade: O lixo
eletrônico na Internet

DESENVOLVIMENTO GRÁFICOS
56 Virado pra Lua - Parte 5 77 Computação Gráfica e SL
Simulações, jogos e muito mais movidos
Rumo a LUA! à software livre

58 Joomla
Instalando e configurando... SOFTWARE PÚBLICO
63 JSP, Ajax e Servlet - Parte 1
Trabalhando com essa turma! 80 Linux Educacional
Um sistema para os ambientes de
educação

EDUCAÇÃO
83 Projetos Educativos com SL
É o software livre na sala de aula
através de projetos inovadores

GAMES
08 LEITOR 10 PROMOÇÕES
89 WINE:
Ferramenta em evolução constante nos
jogos exclusivos para plataforma
Windows

QUADRINHOS
93 Os Levados da Breca
Nanquim2
A profissão mais velha do mundo
NOTÍCIAS

NOTÍCIAS
Por João Fernando Costa Júnior e Cristiano Roberto Rohling

Microsoft libera código de drivers sob a GPL Banco do Brasil: 100 mil PCs com Firefox
Em uma atitude inédita, a Mi- Em 2005, o Banco do Brasil
crosoft liberou à comunidade iniciou o processo de migra-
Open Source cerca de vinte ção para o Linux. Hoje, nas
mil linhas de código referentes mais de quatro mil agências
à implementação de drivers. O espalhadas pelo Brasil, cer-
objetivo da empresa é permitir ca de 65 mil equipamentos
que sistemas Linux rodem sob rodam Linux e BrOffice.org.
o Hyper-V, um software de virtualização que é Agora, são mais de 100 mil
parte do Windows Server 2008. Em declaração máquinas com o Firefox instalado, segundo da-
para o site da “ex-revista” Geek, Peter Galli (ge- dos de maio de 2009 fornecidos pela diretoria
rente sênior de comunicação na equipe de plata- de Tecnologia do banco. A opção pelo Firefox
formas da Microsoft) diz que a iniciativa “reforça foi lógica: como ainda existem muitas máquinas
o compromisso da Microsoft com a interoperabili- rodando Windows, tornou-se necessário o uso
dade e padrões abertos, de forma a ajudar seus do browser da Mozilla — que tem versões para
clientes e parceiros em todo o mundo a serem as duas plataformas — para que os sistemas
bem-sucedidos em um mundo de tecnologia he- baseados na Web corressem sem problemas de
terogênea”. Ainda segundo o site da Geek, a Mi- compatibilidade.
crosoft entrou para o rol das empresas que
contribuem com o kernel do Linux, figurando en-
tre nomes como Red Hat, Intel, Novell, IBM e Debian decide adotar novo ciclo de desenvol-
Oracle. vimento
O Projeto Debian anunciou a
Linux Foundation lança cartão de crédito adoção de uma nova política
de “congelamento” nos lança-
Em parceria com a rede mentos baseada em um ciclo
Visa, a Linux Foundation de dois anos. A partir de 2009,
anunciou o lançamento os congelamentos serão efetua-
do “Linux Foundation Vi- dos no mês de dezembro de ca-
sa Platinum”, um cartão da ano ímpar, fazendo com
de crédito especialmente que os lançamentos das novas versões sejam
concebido para pessoas que queiram contribuir efetuados na primeira metade de cada ano par.
com os avanços no sistema operacional do pin- Como consequência dessa nova política, o próxi-
guim. A Fundação receberá 50 dólares a cada mo congelamento do projeto será feito em de-
cartão ativado, além de uma porcentagem sobre zembro deste ano, e o lançamento da próxima
as despesas pagas com cada cartão. A verba ar- versão (ainda sem nome) será realizado em me-
recadada será redirecionada para custear o des- ados de 2010.
locamento de membros da comunidade, além
de financiar eventos técnicos. Por enquanto o
cartão só está disponível nos Estados Unidos.

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |06


NOTÍCIAS

Co-fundador do projeto CentOS "desaparece" Cezar Taurion lança ebook sobre o Padrão
Diversos participantes do proje- ODF
to CentOS (distribuição Linux Cezar Taurion, colaborador ati-
baseada no RedHat) publica- vo da Revista Espírito Livre,
ram uma carta aberta a Lance lançou um livro eletrônico intitu-
Davis, um dos fundadores do lado “Adotando o ODF como
projeto. Davis teria “desapare- Padrão Aberto de Documen-
cido” sem explicações, o que tos”. De acordo com o autor, “o
deixou os membros da equipe sem acesso às do- livro aborda as discussões refe-
ações financeiras recebidas via PayPal e propen- rentes à adoção do ODF e a
sos a perder o registro do domínio decisão do Brasil em relação à
“CentOS.org”. A mensagem – que foi publicada votação do OpenXML na ISO. É uma coletânea
na página inicial do site oficial do CentOS – fala de posts publicados no meu blog entre janeiro
a respeito das inúmeras tentativas infrutíferas de 2007 e julho de 2009”. O livro pode ser obti-
de entrar em contato com Davis. Os desenvolve- do gratuitamente em http://tinyurl.com/krndh9.
dores também se queixam do fato de Davis man-
ter as finanças do projeto em segredo (o projeto
sobrevive graças às doações e das receitas obti- Peter Sunde abandona o Pirate Bay
das através de publicidade). Segundo o site do O sueco Peter Sunde – ini-
projeto, o “desaparecido” deu o ar de sua graça migo número um dos exe-
somente em 01 de agosto, quando teria sido rea- cutivos da indústria de
lizada uma reunião com sua presença de modo entretenimento e herói
a resolver os problemas mais urgentes. dos partilhadores de arqui-
vos – anunciou que deixa-
rá o cargo de porta-voz do
Steve Ballmer ironiza Chrome OS em evento site de compartilhamento
"Chrome OS? O que é isso?" de arquivos “Pirate Bay”.
Foi com estas palavras que Em seu blog “Copy me Happy”, Sunde diz que
Steve Ballmer (atual CEO da "as razões (da saída) são muitas, mas a princi-
Microsoft) comentou o posicio- pal delas é o fato de o site me tomar muito tem-
namento de sua empresa po. Quero construir algo novo e focar minha
quanto ao anúncio do novo energia em direções diferentes. Tenho projetos
SO a ser produzido pelo Goo- esperando por finalização, um livro para finalizar
gle. O comentário foi pronunciado durante a e muitos livros aguardando para serem lidos". A
Worldwide Partner Conference realizada em saída de Sunde não foi tão inesperada, visto
New Orleans, diante de uma platéia cheia. "Eu que os novos proprietários do site – a rede sue-
serei... qual é a palavra certa? Eu serei respeito- ca de lan houses Global Gaming Factory – pro-
so. Para mim esse negócio de 'Chrome OS' é vavelmente não iriam querer ter em seu rol de
muito interessante." — declarou o executivo. Ball- colaboradores uma pessoa que defenda ferre-
mer é conhecido por seus comentários sarcásti- nhamente o direito ao livre compartilhamento de
cos em relação aos concorrentes. Em 2007, o arquivos.
executivo ficou célebre ao comentar que o iPho-
ne seria apenas "o celular mais caro do merca-
Quer contribuir? Então participe entrando
do", e que ninguém estaria disposto a pagar por
em contato através do email
ele.
revista@espiritolivre.org

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COLUNA DO LEITOR

EMAILS,
SUGESTÕES E
COMENTÁRIOS Ayhan YILDIZ - sxc.hu

Você já enviou seu comentário? Ajude a revista É uma publicação que já conquistou minha ad-
ficar ainda melhor! Contribua, envie suas suges- miração e o desejo de acompanhar com assidui-
tões e críticas. Abaixo listamos mais alguns co- dade. A diversificação dos assuntos pertinentes
mentários que recebemos: ao software livre e as diferenças de estilo dos in-
tegrantes do corpo editorial faz com que seja
Não é um projeto inovador, mais a forma com acompanhada pelos mais diversos interesses.
que é distribuido, diagramado e oferecido aos Manoel Aleksandre - Maracanaú/CE
amantes da plataforma livre ou mesmo curiosos
de plantão é inovador. Em cada nova edição a Uma das melhores publicações que já li sobre
revista traz uma linguagem diferente, dinâmica Software Livre. Bem informativa e divertida de
e interessante em todos os aspectos, focando ler. Entretenimento certo entre uma folguinha e
sempre o público geek ou não. Ótima revista co- outra no trabalho(rsrsrs). Compartilhar conheci-
mo referência da platafrma livre, recomendo. mento, sabedoria é crescer!
Rafael Leal da Silva - São Paulo/SP John Anderson S. dos Santos - Ubaitaba/BA

Uma revista muito interessante para os usuários Ótima revista, chegou pra mim através das co-
de sofware livre. Suas matérias abrangem des- munidades do orkut, numa hora muito propícia
de o administrador até o usuário comum, o que porque eu sempre quis entrar no mundo do SL
é muito importante. e agora tenho uma oportunidade riquíssima de
Ricardo Farinhaki - Curitiba/PR saber um pouco de cada coisa de SL!! Sou uma
leitora fiel ;-) Tenho certeza que o futuro dessa
É um importante meio de divulgação de notícias revista é muito "auspicioso". Valeu REL!!!
de qualidade para a comunidade de software li- Juliett Figueirêdo - Gravatá/PE
vre brasileira e sem dúvida nenhuma uma iniciati-
va que ajuda a fortalecer ainda mais este Uma iniciativa muito interessante, com materiais
cenário. de excelente conteúdo, uma leitura de fácil com-
Saulo Vieira de Almeida Filho - Contagem/MG preensão, uma qualidade gráfica/visual muito
boa, com matérias bem distribuidas. Sugestão:
Ótima forma de se manter atualizado sobre as Tutoriais diversos em, no máximo duas páginas,
novidades do "mundo livre". Era algo que o movi- seriam bem vindos.
mento de Software Livre estava precisando. Pa- Alexandre Anacleto - Mauá/SP
rabéns a todos!
Kelligton Fabrício de S. Neves - Goiânia/GO

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COLUNA DO LEITOR

Revista com conteúdo vasto e instrutivo sobre Parabéns.. A comunidade de software livre está
software livre. Nos proporciona grandes reporta- carente de publicação no mercado brasileiro
gens, notícias e dicas! Aprecio bastante! que seja levado em consideração o acesso grá-
Edinilson Ferreira - Santa Maria/DF tis as reportagens publicadas.
Márcio José Antunes Gomes - Aracaju/SE
Uma oportunidade ímpar de conhecer e se atuali-
zar a respeito do SL no Brasil e no mundo, que Realmente muito boa! Matérias incríveis e bem
sem dúvida é o futuro (sem retorno) da tecnolo- elaboradas. Um conteúdo bem interessante que
gia. inclusive incita a estudar mais e mais. Virei um
Márcia Fernanda N. Cardoso - Teresina/PI leitor de carteirinha. Parabéns!
Sandalo Salgado Ribeiro - Belo Horizonte/MG
Leio a Revista Espírito Livre desde sua primeira
edição e gostei muito, pois ela nos proporciona Revista de altíssimo nível. Num país como o
um excelente conteúdo, minha área não é exata- Brasil, difundir o software livre e incentivá-lo é
mente a informática, sou Cientista Social e parti- de fundamental importância para o desenvolvi-
cipo de um projeto de Inclusão Digital chamado mento do país e para a formação das novas ge-
Puraqué, em Santarém do Pará. Estou atualmen- rações. Parabéns a todos que contribuem para
te terminando o curso de especialização em In- a Revista Espírito Livre. Vocês difundem o real
formática na Educação e gosto de ler em sentido de ser livre.
especial os textos da professora Sinara Duarte. Alexandre Melo - Rio de Janeiro/RJ
Eles estão me ajudando neste período de produ-
ção da monografia. O software livre sempre foi a melhor opção no
Maria Francenilda T. Castro - Santarém/PA meio acadêmico e já realidade nos meios corpo-
rativos e governamentais. Como na própria filo-
Uma oportunidade sem par, que soma na luta sofia de existência, requerem constamente a
desgarrada pela liberdade, alguém que infeliz- troca de conhecimentos entre os participantes.
mente não tive a oportunidade de ter acesso Parabéns Espírito Livre pela publicação. Suces-
aos literatura impressa, a Revista Espírito Livre so.
é algo que só vem contribuir. O que posso falar Luciano Silva da Silva - Santa Cruz do Sul/RS
dessa revista! LIBERDADE! LIBERDADE!
Thiago Frederico da Silva - Maceió/AL Uma excelente revista, fundamental para qual-
quer um que se interesse por Software Livre.
É o melhor meio de informação sobre Software Traz conteúdos atualizados, relevantes e com
Livre que eu já vi, abrangente, coeso, buscando excelente redação.
sempre a imparcialidae na definição e na defe- Everton da Rosa - Santo Ângelo/RS
sa do tema. Altamente recomendada para entusi-
astas do assunto, como eu, e também para Uma excelente iniciativa. Eu, que não sou da
quem acompanha a "causa" já a algum tempo. área de informática, mas que sempre acompa-
Além disso, suas matérias sempre bem escri- nho as novidades, acho que uma revista como
tas, e pensadas, trazem a nós leitores novida- essa é muito necessária no meio digital. Espero
des diversas sobre esse mundo que está em que ela fique ainda melhor com o tempo.
franca expansão. Estão de parabéns o editor, e Robson Ferreira Vilela - Prata/MG
todos os colaboradores dessa revista, que é um
primor na arte de informar. Simplesmente espetacular, de primeira qualida-
Raphael Silva Souza - Macarani/BA de!!!
Manoel Alfredo de Lima - Rio de Janeiro/RJ

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PROMOÇÕES · RELAÇÃO DE GANHADORES E NOVAS PROMOÇÕES

PROMOÇÕES
Na edição #004 da Revista Espírito Livre tivemos 2 promoções [VirtualLink e Clube do Hacker], onde
sorteamos diversos brindes, entre eles associações, kits, cds e camisetas. Abaixo, segue a lista de
ganhadores de cada uma das promoções. Para aqueles que não ganharam fica o recado:
acompanhem as novas promoções!

Ganhadores da Promoção VirtualLink:

1. Luciano Silva da Silva - Santa Cruz do Sul/RS


2. Alex Sandro G. Rodrigues - Campo Grande/MS
3. Givanaldo Rocha de Souza - Natal/RN
4. Ana Lucia da S. Beraldo - São José dos Campos/SP
5. Antonio Carlos da Conceição Marques - Curitiba/PR

Ganhadores da promoção Clube do Hacker:

1. José Roberto G. de Vasconcelos - Manaus/AM


2. Rodolfo Azevedo Bueno - Aparecida de Goiânia/GO
3. André Antonio da Silva Neto - Linhares/ES

A promoção continua! A VirtualLink em parceria


com a Revista Espírito Livre estará sorteando kits
de cds e dvds entre os leitores. Basta se inscrever
neste link e começar a torcer!

Não ganhou? Você ainda tem chance! O


Clube do Hacker em parceria com a Revista
Espírito Livre sorteará associações para o
clube. Inscreva-se no link e cruze os dedos!

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COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

Desktop livre,
graças ao GNU
Por Alexandre Oliva

By The Nevrax Design Team | Gnu.org

Sabe aquele seu amigo nhum desse programas, o


que acha que não bebe da fon- GNU não merece seu respeito
te do GNU quando fica só na in- ou gratidão.
terface gráfica do desktop? Será que algum dia se
Ah, se ele tivesse noção... perguntaram o que significa o
Tem uma turma da fac- G do GNOME, ou por que ele
ção Linux que adora minimizar começa com GN? É... Gnome
a relevância do GNU, pra que é um dos grandes ramos do
os louros da combinação projeto GNU. O mesmo G de
GNU+Linux recaiam sobre GNU está lá no nome do
eles mesmos. Tentam fazer pa- GIMP, programa dentro do
recer que GNU se limita a qual nasceu o toolkit GTK, que
Emacs, GCC, GDB e alguns uti- serve de base ao GNOME e a
litariozinhos mais. Os que ca- tantos outros aplicativos de
em nesse conto acabam desktop, GNU e não-GNU. Ve-
achando que, se não usam ne- ja lá se o navegador ou sua

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |11


COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

suíte de escritório usado por


aquele seu amigo não tem o
GTK por baixo! Conte quantos
daqueles programas que ele
usa, cujos nomes Antes da intervenção
começam com G, são do
projeto GNOME, e portanto do
do GNU, nenhum executável do
projeto GNU! KDE era livre...
“Ah, mas eu uso KDE!”,
diz seu amigo. Bom, nesse ca- Alexandre Oliva
so, ele deve agradecer ao
GNU não pelo código, mas pe-
la liberdade. Antes da interven-
ção do GNU, nenhum
executável do KDE era Livre. Is- tre mais de uma máquina flitos entre as licenças de
so porque o projeto todo se ba- virtual inteiramente Livre: tanto patentes e do software. E as li-
seou no toolkit Qt que, na a GNU quanto o IcedTea, que cenças disponíveis ainda po-
época, era proprietário. substitui os componentes ain- dem ser canceladas
da não-Livres do OpenJDK por unilateralmente pela Microsoft!
Deu um trabalhão pro componentes do GNU Class- Por melhor que seja a tecnolo-
GNU conseguir liberar o KDE. path. gia implementada pelo Mono,
Como a turma do KDE não se será que vale o risco?
dispunha a mudar de toolkit, e Chato é que é justamente
a turma do Qt não se dispunha o ambiente de desktop do proje- Infelizmente, as ameaças
a liberá-lo, nasceu o projeto to GNU, o GNOME, que está à liberdade não terminam aí.
GNU Harmony, para duplicar a correndo riscos desnecessári- Sabe aquelas firulas gráficas
funcionalidade do Qt em os por causa do uso crescente que têm aparecido nos desk-
Software Livre. Foi pra frente o de outra máquina virtual. Embo- tops equipados com Compiz
suficiente pra empresa que con- ra o Mono em si seja Software Fusion, envolvendo transparên-
trolava o Qt perceber que o ne- Livre, ele implementa uma sé- cias, animações, efeitos 3D, cu-
gócio era pra valer e decidir rie de especificações da Micro- bos e janelas flexíveis? Elas
licenciar o Qt sob a GNU GPL. soft. Há patentes de software dependem de aceleração gráfi-
cuja sombra paira sobre essas ca das placas de vídeo. Até
Não confundir o GNU Har- especificações, e nem todas es- poucos anos atrás, pra fazer
mony com o projeto de mesmo sas patentes estão licenciadas uso desses recursos, presen-
nome da Fundação Apache, para uso em Software Livre. tes em praticamente qualquer
que tem a ver com Java Livre. placa de vídeo, era necessário
Pena não terem somado for- Mesmo as não licencia-
das não tornam Mono não-Li- usar drivers não-Livres.
ças com o GNU Classpath, o
GNU Interpreter for Java e o vre, mas constituem um risco Hoje em dia, já há drivers
GNU Compiler for Java, que cul- de que, caso a Microsoft resol- ditos Livres que expõem essas
minaram na liberação (ainda in- va agir das formas destrutivas funcionalidades em praticamen-
completa) do OpenJDK. Mas que lhe são típicas, determina- te qualquer cartão de vídeo.
está feito, e agora aplicações das aplicações precisem ser re- Problema resolvido? Lamenta-
Java podem funcionar em desk- movidas às pressas, ou velmente, não. Os drivers para
top Livre, podendo escolher en- mesmo reescritas, para desvi- cartões de vídeo da ATI (AMD)
ar do campo minado ou de con- e da nVidia, ainda que tidos co-

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COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

queçam dele: quem não


valoriza sua liberdade acaba
por perdê-la, e os reflexos da
Quem não valoriza sua perda recaem sobre todos nós.

liberdade acaba por perdê-la, e Copyright 2009 Alexandre Oliva

os reflexos da perda recaem Cópia literal, distribuição e publica-


ção da íntegra deste artigo são permi-
sobre todos nós. tidas em qualquer meio, em todo o
mundo, desde que sejam preserva-
das a nota de copyright, a URL oficial
Alexandre Oliva do documento e esta nota de permis-
são.
http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/
pub/desktop-livre
mo Livres, são Cavalos de
Tróia, pois carregam surpresas estão lá, no código fonte dos
desagradáveis em suas entra- drivers, disfarçados de tabelas
nhas. de números. Alguns até estão
sob licença Livre, mas sem códi-
Com esses cartões se im- go fonte correspondente, en-
plementam dois tipos de DRM: tão não são Software Livre.
a boa Gestão de Renderização Pra quem faz questão das firu-
Direta e a má Gestão Digital las gráficas, dos jogos ou dos
de Restrições. Para ativar as diversos usos sérios do poder
funcionalidades avançadas do ALEXANDRE OLIVA
de processamento das GPUs, é conselheiro da
cartão da boa DRM, sem permi- há placas e fornecedores que Fundação Software
tir que o usuário contorne a má respeitam seus clientes, mas é
Livre América Latina,
mantenedor do Linux-
DRM que degrada ou bloqueia preciso cuidado na hora de libre, evangelizador
o sinal de vídeo quando o moni- comprar.
do Movimento
Software Livre e
tor não é reconhecido como De- engenheiro de
liberadamente Defeituoso, os São grandes as chances compiladores na Red
drivers carregam trechos de có- de que seus amigos usuários Hat Brasil. Graduado
na Unicamp em
digo não-Livre que controlam o de GNU/Linux, *BSDs ou Open- Engenharia de
funcionamento da placa. Solaris estejam usando um Computação e
desktop que deve sua liberda- Mestrado em
Esses trechos de código Ciências da
de ao GNU. Não deixe que es- Computação.

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COLUNA · ROBERTO SALOMON

PRONTO, SIM!
Por Roberto Salomon

Craig Jewell - sxc.hu

O Linux está pronto para O bordão "O Linux não


o desktop faz tempo. Assim co- está pronto para o desktop" é
mo o Windows, o Mac OS, o na verdade uma forma de
Amiga, OS/2 e diversos outros FUD. Se no meu dia-a-dia uso
sistemas operacionais, o Linux um desktop (na verdade um
sempre esteve pronto para o notebook) 100% Ubuntu e com
desktop. Pode até não ter esta- ele realizo todas as minhas ta-
do pronto para todos os desk- refas, porque então o Linux
tops (assim como o Windows, não estaria "pronto" para o
Mac OS, Amiga e OS/2 entre desktop?
outros também não estiveram), O que quero saber, no
mas que está pronto, está. fundo, é: Quem é que determi-
A questão se um sistema na o que é "estar pronto" para
operacional está ou não pronto o desktop? E sobre o desktop
para o desktop desvia o assun- de quem estamos falando?
to e torna a discussão uma me- A definição do que é "es-
ra troca de achismos e de tar pronto para o desktop" é
verdadeiras listas de compras um alvo móvel. Sempre que se
de aplicativos que considera- atende a um determinado rol
mos imprescindíveis. de requisitos que alguém defi-

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COLUNA · ROBERTO SALOMON

niu como sendo "estar pronto", mentando a funcionalidade inici- é incompatível com a impresso-
uma nova lista aparece e o Li- al mas uma vez retirado o CD ra. Sim, como a resolução de
nux volta a "não estar pronto" ou o DVD de instalação, você tela é insuficiente, a impresso-
para o desktop. Não adianta já está em condições de ser ra não pode ser instalada.
corremos e acrescentarmos ca- mais uma pessoa produtiva. En- Os críticos que me descul-
racterísticas a uma distribui- quanto isso, nosso companhei- pem mas a partir do momento
ção. Amanhã alguém aparece ro em Windows ainda está em que é requisito o usuário
com uma lista nova e voltamos digitando códigos de licença saber mudar resolução de tela
a correr atrás. de n caracteres para poder inici- (que é travada no netbook) pa-
Neste quesito, gosto mui- ar a instalação da suite de escri- ra poder instalar uma impresso-
to de comparar o "estar pronto" tório... ra, não podemos mais falar em
do Linux com o "estar pronto" Uma vez que ticamos a dificuldade do Linux. Hoje é
do Windows. Se pararmos pa- caixinha no quesito produtivida- muito mais fácil instalar uma
ra pensar um pouco, (e sei que de, o alvo muda de novo. O Li- impressora no Ubuntu que no
isso está ficando cada vez nux não suporta a mesma Windows XP em um netbook
mais difícil para determinados quantidade de hardware que o HP.
setores hoje em dia), veremos Windows. E instalar uma im- Isso deixa apenas por
que uma distribuição Linux qual- pressora no Linux, por exem- descobrir quem é o dono do
quer está muito mais "pronta" plo, é muito complicado desktop para o qual o Linux
que o Windows Vista super-me- enquanto o Windows é plug- não está pronto. Como funcio-
ga-office edition. Se fizermos and-play. na no meu e em milhares de
uma instalação Windows do ze- Concordo em parte com desktops em instituições como
ro, veremos que no final do pro- este argumento. Instalar Banco do Brasil, Caixa Econô-
cesso de instalação temos um hardware em Linux é mais com- mica e Correios para ficar só
desktop completamente funcio- plicado que instalar o mesmo no Brasil, o Linux só não deve
nal e inútil. A não ser, é claro, hardware no Windows. Mas is- estar pronto para o desktop do
que fossemos gastar os sei-lá- so tem melhorado muito. O pro- Balmer e do Gates.
quantos Reais do Windows ape- blema é que em Windows,
nas para navegar na web. Mini- ações simples, como a de insta-
nimamente, ainda teriamos lar uma impressora, vem se tor-
que instalar o Office e mais nando festivais de
uma quantidade razoável de incongruências e problemas e
aplicativos para, aí sim, termos Maiores informações:
posso citar uma experiência de
um desktop funcional e produti- primeira mão sobre o proble- Blog do Roberto Salomon:
vo. E é esse o "estar pronto" pa- ma. Fui "convidado" a instalar http://rfsalomon.blogspot.com
ra o desktop contra o qual uma impressora HP em um net-
vivem nos comparando. book HP em Windows XP. Pe-
Na questão produtivida- lo manual sagrado do
de, a instalação de uma distri- plug-and-pray, tudo deveria ROBERTO
SALOMON é
buição Linux resulta em um acontecer sem maiores proble- arquiteto de software
desktop completamente funcio- mas. Pluga-se o CD, pluga-se na IBM e voluntário
do projeto
nal com todas as ferramentas a impressora na porta correta BrOffice.org.
de produtividade que você sele- e.... Erro. A tela do netbook
cionou. Se quiser, você ainda não tem resolução mínima sufi-
pode instalar mais coisas, au- ciente e, por isso, o ambiente

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COLUNA · CÉZAR TAURION

CLOUD DESKTOP
Por Cézar Taurion

Wouter Otto - sxc.hu

Esta edição da Espírito Li- não será mais o centro da


vre vai debater o uso do Linux ação. Aliás, eu acho que em
nos desktops. Vou me juntar a dez anos não teremos mais
este debate, mas colocando PCs...Basta ver a crescente po-
aqui um outro ponto de vista... pularidade dos equipamentos
Só para recordar, o Windows e wireless, sejam eles netbooks
o Office se tornaram padrão de ou smartphones. Hoje, para ter-
fato no contexto do computa- mos uma perspectiva do mer-
dor pessoal, onde o PC era o cado mundial de celulares, um
centro do universo e as premis- em cada três habitantes do pla-
sas de sua criação eram que neta tem um celular. São mais
estas máquinas poderiam (e ge- de quatro bilhões de celulares,
ralmente era o caso) funcionar ou seja, 3 vezes mais celula-
de forma independente, em offli- res que PCs e duas vezes
ne, sem necessidade de cone- mais celulares que cartões de
xão à Internet. crédito. Todos os dias o núme-
O que vemos hoje é uma ro de mensagens SMS envia-
mudança de conceitos. Tenho das e recebidas no mundo
a clara percepção que o PC inteiro supera a população

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COLUNA · CÉZAR TAURION

parte do pirncipio que quase to-


da a experiência do usuário se
dará na web e portanto ofere-
No mundo Internet- ce caracteristicas como iniciali-
zação bem rápida, pois os
centric, um sistema operacional aplicativos e arquivos estão na
complexo deixa de ser nuvem. É um sistema open
source, construído em cima do
importante... kernel do Linux, voltado para
operar nos netbooks. Ativida-
des como backup e anti-vírus
Cézar Taurion
acontecerão de forma automáti-
ca, na nuvem, sem necessida-
de de instalar qualquer
mundial. Estes equipamentos dispositivos de acesso podem software na máquina.
evoluem a cada dia e são hoje ser qualquer um, sejam eles
verdadeiros computadores. Portanto, neste novo mun-
smartphones, netbooks e até do, a discussão se usaremos
Os netbooks, por sua mesmo desktops. Linux ou Windows nos desk-
vez, são desenhados para a In- Neste cenário, o atual sis- tops vai deixar de existir, pela
ternet, e portanto são feitos pa- tema dominante, o Windows, simples razão que não tere-
ra operarem quando passará a ter outro significado. mos mais desktops...
conectados. Não são feitos pa- Foi desenhado para operar no
ra trabalhar offline. São ideais mundo PC-centric, e acabou
para usarem softwares e servi- se tornando tão grande e com-
ços nas nuvens computacio- plexo que a própria Microsoft Maiores informações:
nais. Assim, talvez até devam precisa de muitos anos de inten- Revista Espírito Livre - Edição n.
ser chamados de “cloudbooks”. so trabalho para lançar uma no- 1, com o tema Computação em
Para tudo isso precisa- va versão. Nuvem
mos de redes de alta velocida- No mundo Internet-cen- http://revista.espiritolivre.org
de. E, falando nelas, a tric, um sistema operacional
próxima geração de banda lar- complexo deixa de ser impor- Artigo sobre Computação em
ga sem fio, a 4G, poderá alcan- tante. A ação vai ocorrer na nu- Nuvem na Wikipedia
çar 100 megabits por segundo. vem e não mais no PC. Meus http://pt.wikipedia.org/wiki/Computa%
Isto significa que podemos fa- arquivos e programas não C3%A7%C3%A3o_em_nuvem
zer download de um DVD intei- mais estarão nos discos rigi-
ro (cerca de 4,7 gigabytes) em dos do desktop. Mas, quero
cerca de oito minutos. Esta tec- acessa-los de meu netbook,
nologia já está pronta e no ano de meu smartphone, da minha
que vem veremos as primeiras TV digital interativa e até mes-
redes funcionando. CEZAR TAURION é
mo do meu desktop. Gerente de Novas
Portanto, estamos viven- Tecnologias da IBM
Um exemplo deste novo Brasil.
do um novo ciclo, onde o PC contexto é a proposta do Goo- Seu blog está
deixa de ser o centro da compu- gle, anunciando seu sistema
disponível em
www.ibm.com/develo
tação, que passa para as nu- operacional para operar em perworks/blogs/page/
vens computacionais. Os cloud, o Chrome. Este sistema ctaurion

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COLUNA · CÁRLISSON GALDINO

A BOLA DE
FOGO AZUL
Por Carlisson Galdino

Ilker - sxc.hu

- Ó Manèrlim! O que vossa poderes pronunciar qualquer - Um povo de um tal de


profunda sabedoria está a palavra. Escritório Magia e Trovão. Não
articular nesta vasta imensidão - É, é bem verdade... Mas não entendi direito, mas eles
totalmente desamparado, mô é pensando nisso que estou falaram qualquer coisa sobre
fio? empreendendo tais estudos. Patente da Bola de Fogo...
- LAN Sem-Lote, meu caro, - Então em que, diacho?
estou aqui a praticar a Bola de - Lembra que esta magia
Fogo Azul. utiliza palavras em Latim?
- Ah, decerto, meu caro! Não é - Lembro-me sim! Aquilo que
aquela magia poderosíssima ninguém entende nada! Aquele
que costumas utilizar desde monte de coisas de mago que CARLISSON
sempre? Que já foi de suma você fala... GALDINO é
Bacharel em Ciência
importância para nossa - Pois bem, descobri da Computação e
sobrevivência em tantas recentemente que tudo aquilo pós-graduado em
Produção de
batalhas? Contra aquela horda em Latim está protegido por Software com Ênfase
de mortos-vivos ano passado, leis de Direito Autoral. em Software Livre.
- Cacilda! E agora? Já manteve projetos
por exemplo... como IaraJS,
- Esta mesmo, LAN! Esta - Por isso estou reaprendendo Enciclopédia Omega
mesmo... a magia independente de e Losango. Hoje
mantém pequenos
- E por que a praticas? Não és palavras. projetos em seu blog
já extremamente perito nela? - Bom garoto! Olha, vim aqui te Cyaneus. Membro da
Academia
- Estou estudando para procurar, sábio Manèrlim, para Arapiraquense de
executá-la apenas com gestos. informar que estiveram à tua Letras e Artes, é
procura lá na hospedaria. autor do Cordel do
- Muito sábio! Por vezes pode Software Livre e do
ocorrer mesmo de não - Que bom! E quem seria? Cordel do BrOffice.

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CAPA · ENTREVISTA COM CLEMENT LEFEBVRE

Entrevista
exclusiva com
Clement Lefebvre,
criador do
Linux Mint
Por João Fernando Costa Júnior

Clement Lefebvre é a men- anos, casado e tenho dois fi-


te por trás do Linux Mint, uma lhos.
distribuição linux irlandesa, ba- Fiz mestrado em Ciência
seada no Ubuntu, que traz co- da Computação e há nove
mo um de seus principais anos trabalho com tecnologia
atrativos um forte apelo visual. da informação. Também sou
A distribuição constantemente professor e desenvolvedor es-
está no topo do Distrowatch e pecializado em Java/J2EE.
cada vez mais conquista usuári-
os com a prova de que possí-
vel ter um desktop elegante REL: Você usa Linux e
utilizando Linux. software livre há muito tem-
po?
Revista Espírito Livre: CL: Eu comecei a usar
Quem é Clement Lefebvre? software livre e Linux em 1996,
Apresente-se aos leitores da e usei o Slackware na época.
revista.
Clement Lefebvre: Oi! REL: Como teve a idéia
Meu nome é Clement Lefeb- de criar o Linux Mint?
vre, sou o fundador e líder do
CL: Eu trabalhei como es-
projeto Linux Mint. Tenho 30
critor em artigos e algumas re-

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CAPA · ENTREVISTA COM CLEMENT LEFEBVRE

eu não sei ao certo co- los a usar o sistema natural-


mo aconteceu, e em al- mente. Porque temos trabalha-
gum estágio o objetivo do até agora sem qualquer
mudou e o projeto se comercialização e as pessoas
tornou algo sério,e a que apreciam o nosso trabalho
meta passou a ser o de- e tem divulgado para a outros
senvolvimento de um e os convencido sobre as van-
trabalho que pudesse tagens de nosso projeto em re-
competir com o Micro- lação as outras distribuições
soft Windows, Mac OS Linux como também em rela-
e as outras distribui- ção ao Mac OS e Windows. Es-
ções Linux. tamos agora em uma posição
Acho que aconte- confortável, atrás do Ubuntu e
ceu com o lançamento entre os mais sistemas operaci-
do Linux Mint 2.2 Bian- onais mais amplamente utiliza-
ca, e isto ocorre quan- dos em ambiente doméstico e
do o próprio projeto temos muito para crescer ain-
torna-se mais ambicio- da.
so e mais sério do que Como o nosso produto é
Figura 1 - Clement Lefebvre, líder do projeto Linux Mint
suas metas inicialmen- novo ainda, naturalmente, em
visões de artigos sobre Linux. te estabelecidas e, quando o comparação com á projetos
Eu sempre fui fascinado pelo te- mesmo não deseja somente mais estabelecidos, como Fe-
ma e sempre gostei entender o modificar as coisas e experi- dora, Mandriva ou Opensuse.
motivo pelo qual tudo funciona mentar, mas sim também cons- Preferimos pelo menos por en-
e por esta razão me tornei de- truir algo inovador que quanto não focarmos na custo-
senvolvedor. proporcione ativamente a tenta- mização de um pacote próprio
Eu escrevi uma série de tiva de desenvolvimento e a me- básico de aplicativos, Pois isso
revisões e eu tenho muita famili- lhoria do ambiente de trabalho. nos permite centralizar esfor-
aridade com as principais distri- ços no desenvolvimento de ino-
buições. vações para o projeto e com
REL: Muitos se referenci- isso sem dúvida podemos es-
E tinha uma percepção am ao Linux Mint como tar entre os mais inovadores
do que o Linux poderia ser e ba- "mais uma distribuição Li- projetos perante á comunidade
seado nisso pensei no que falta- nux." O que você tem a dizer de Software Livre.
va. sobre isso?
Eu acho que isso é muito
Então comecei a colocar CL: Gostaria de mentir... importante e estou muito feliz
algumas idéias em prática e pa- Mas se eu o fizesse não esta- com o resultado e com a opi-
ra a execução de algumas de- ria me importando com o proje- nião proveniente de nossa co-
las foi só uma questão de to:) Mas a primeira munidade.
tempo. Pois antes eu estava preocupação não é criar algo
brincando com as minhas pró- para convencer usuários de ou- Pode levar algum tempo
prias ISOs. tros sistemas operacionais a para que todas as pessoas co-
nheçam o que estamos fazen-
Provavelmente começou usarem o Linux Mint, pois ele é do, mas nós temos muito a
como uma experiência, e quan- constantemente aprimorado e oferecer e de uma forma lenta
do ela se popularizou, e isso com isso conseguimos atraí- e gradual a notícia acaba se

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CAPA · ENTREVISTA COM CLEMENT LEFEBVRE

REL: O Linux de identidade para o sistema


Mint em seus relea- operacional.
ses costuma trazer Os nomes são escolhidos
nomes femininos. por mim. Limito-me aos nomes
Há alguma razão femininos que terminam com
em especial? E co- um "a" e o índice da primeira
mo são escolhidos letra corresponde ao número
os nomes? Já tem da versão da liberação. Embo-
o nome para o próxi- ra este ainda seja o nome ofici-
mo lançamento? al, o Linux Mint 8.0 é muito
CL: Primeiro pre- provável que seja "Helena".
cisávamos de codino-
Figura 2 - Área de trabalho do Linux Mint mes. Números de
espalhando. versões não são fáceis de lem- REL: Você espera que o
brar, sobretudo depois de al- Linux Mint possa ser utiliza-
guns anos. do por outros usuários além
REL: O Linux Mint está dos usuários domésticos?
na terceira posição na Dis- Sei que eu estava pesqui-
troWatch. O que você acha is- sando sobre o Slackware em CL: Seja em casa ou no
so? 1996 e por mais que gostasse escritório, o Linux Mint é feito
de usá-lo, eu não poderia dizer- para os usuários domésticos.
CL: O ranking da DIS- lhe qual a versão eu estava Também pode ser usado como
TROWATCH é importante para usando na realidade. um servidor ou para outros
nós, para compreendermos me- fins, mas os usuários domésti-
lhor o que pessoas vêem e per- Com um código forte, as cos e o que temos em mente
cebem e com isso elas pessoas acabam se lembran- quando ao trabalharmos á dis-
poderem realmente assimilar o do do tempo gastado com tribuição.
que o Linux é na realidade. eles. Então, não há paixão, e
como alguém passar o tempo
Ele mede o interesse das em um barco e desenvolvendo
pessoas na distribuição, como REL: Como o Linux
uma paixão por ele. A maioria Mint é sustentado financeira-
uma espécie de medição de dos usuários Linux é tão apaixo-
raio ou de ferramenta de medi- mente? Você tem outros pro-
nada que pensamos em algo jetos de código aberto?
ção de curiosidade. que pudesse criar uma proximi-
O que é mais relevante e CL: Não, estou totalmen-
dade maior dos usuários com
que indica o nosso sucesso é te focado no Linux Mint e eu
o Mint e aí pensei em colocar
a página Distrowatch Awstats. não tenho a intenção de inves-
nomes femininos como codino-
Estes indicadores nos dizem tir tempo em outros projetos.
mes para podermos fazer a se-
que entre os visitantes da Dis- guinte analogia quando temos Se a distribuição crescer
trowatch temos atualmente 3 um barco queremos dar um no- e puder liberar mais tempo pa-
vezes mais utilizadores de nos- me ao mesmo e torná-lo mais ra que eu venha a desenvolver
so sistema do que OpenSUSE customizado possível e dando novas atividades e assumir pro-
e duas vezes mais do que Fe- nomes femininos as versões es- jetos maiores de desenvolvi-
dora. Isto para nós é uma gran- tamos incentivando os usuári- mento, mas apenas no âmbito
de conquista, e estou os no desenvolvimento de do Linux Mint.
realmente feliz com isso, natu- proximidade com o produto e is-
ralmente. to incentiva a dar algum tipo

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CAPA · ENTREVISTA COM CLEMENT LEFEBVRE

REL: Além de liderar o tos com a qualidade


Linux Mint, o que faz você pa- do pacote básico e
ra sobreviver? Somente proje- antes de sair rein-
tos de software livre? ventando a roda há
CL: Eu trabalho em tem- uma série de outros
po integral para uma empresa aspectos que preten-
de telecomunicações. demos melhorar.

Estou atualmente com


uns três meses sem salário e REL: O que os
estou deixando ver como as coi- usuários podem es-
sas vão e também como é a vi- perar para as ver-
da sem um salário. sões futuras do Figura 3 - Tela de boas vindas

A longo prazo, gostaria Linux Mint?


de me tornar independendente CL: Instalação OEM, me- tos outros sistemas operacio-
financeiramente e me dedicar lhorias no mintbackup, talvez nais agora fornecem um
integralmente ao Linux Mint. um pacote central na seção sistema que é mais fácil de
mintinstall. usar e manter do que o Micro-
soft Windows.
REL: A distribuição se- Nós só começamos a colo-
car essas idéias á respeito da Claro que estamos ainda
rá sempre lançada após a pró-
distribuição do Linux Mint 8.0 faltam compatibilidade com al-
xima versão do Ubuntu, ou
há alguns dias, por isso é dema- gumas aplicações, não pode-
está pensando em criar um
siadamente cedo para dizer o mos competir quando se trata
pacote básico, desvinculado
que estará disponível nele, pa- de jogos ou pseudo-compatibili-
do irmão mais velho, o Ubun-
ra não mencionar que a comuni- dade com hardware (como em
tu?
dade vem geralmente dispositivos que funções são in-
CL: Quanto mais tempo e ajudando com idéias fantásti- teiramente colocados nativa-
independência que tivermos os cas. mente como drivers do
projetos serão maiores e uma Windows), mas quando aconte-
maior quantidade de peças do ce a utilização em si... Produti-
quebra cabeça poderão ser as- REL: Como você vê a as- vidade, web-browser, temos
sumidas. censão do Linux em desk- um produto muito melhor e nós
O pacote básico represen- tops? Você acha que a devemos perceber isto.
ta uma enorme quantidade de estética prejudique o siste-
Linux tem sido comerciali-
trabalho e, embora isso não se- ma?
zado como uma alternativa ba-
ja benéfico à manutenção de tu- CL: Bem, vamos continu- rata para o Windows por
do isso no projeto. Desejamos ar falando sobre "O ano do Li- empresas como a Asus, e pen-
contribuir de algum modo para nux no desktop" e em minha so que foi um erro.
a inovação e o desenvolvimen- opinião o Linux, como um siste-
Linux não é barato. É grá-
to de novas ferramentas e isto ma operacional desktop, foi pre-
tis o design.
irá baixar o nível de compatibili- parado somente á alguns
dade entre o Linux Mint e Ubun- anos, ou seja, recentemente. É também um produto
tu. Mas, não há motivos para melhor em muitos aspectos do
Linux Mint, PCLinuxOS,
que isso seja feito em breve. que o Microsoft Windows ou
PCBSD, Fedora, Mandriva,
Apple Mac OS, e eu estou mui-
Estamos bastante satisfei- OpenSUSE, Ubuntu ... E tan-

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CAPA · ENTREVISTA COM CLEMENT LEFEBVRE

to confiante sobre o seu futuro. ra ser utilizado em desktops. Espírito Livre, obrigado por le-
O que você pensa sobre is- rem a revista e graças a vocês
so? expus minhas idéias.
REL: Onde podemos en-
contrar informações sobre o CL: Eu acho que eles es- Se você não tiver tido a
Linux Mint? tão mal informados. oportunidade de ler a revista,
Linux Mint está entre os tente pesquisar sobre o Mint, e
CL: No guia do usuário não se esqueça de nos enviar
do Linux Mint: ftp://ftp.hea- melhores SO' s para desktop,
há muito poucas pessoas que o seu feedback.
net.ie/pub/linuxmint.com/stable
/7/user-guide/english.pdf voltam para o Windows depois
de tentar usar qualquer distribui-
Nos fóruns: http://forums.li- ção linux e em especial Ubun-
nuxmint.com tu (não sei qual é a sua taxa
No chatroom: # linuxmint de retenção, mas eu diria para
sobre irc.spotchat.org fazer um monte de usuários po-
der migrar do Windows para o
E no site principal site:
Linux).
http://www.linuxmint.com

REL: Existe uma "fórmu-


REL: Muitos dizem que
la perfeita" (como-fazer) para
o Linux não é um sistema pa-
a construção de uma base Maiores informações:
desktop para usuári- Site oficial do Linux Mint
os? http://www.linuxmint.com

(CL: Sim, ouvi- Guia do usuário do Linux Mint


los:) ftp://ftp.heanet.ie/pub/linuxmint.
com/stable/7/user-guide/english.pdf

REL: Deixe
Forum do Linux Mint
uma mensagem
http://forums.linuxmint.com
aos leitores da re-
vista Espírito Livre.
IRC sobre o Linux Mint
CL: Bem caros Chatroom: #linuxmint em irc.spot-
leitores da Revista chat.org
Figura 4 - Tela do mintinstall

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CAPA · LINUX & DESKTOP: UMA VISÃO DE USUÁRIO SOBRE O SISTEMA

Linux & Desktop:


Uma visão de usuário
sobre o sistema
Por Guilherme Chaves

É um assunto intrigante, - Wally(“onde está Wally?”):


muitos se deparam com esse indivíduo que indeciso, não sa-
tema e tem possíveis reações be pra que lado correr, total-
conhecidas que caracterizam mente perdido.
perfis interessantes de usuári- - Hermes: indivíduo que só
os; vamos conhecê-los: quer levar o conhecimento a to-
do o mundo.
- Ortodoxo: indivíduo que só
Enfim...
faz o que foi ensinado pra fazer
- Capiau: indivíduo que não se Não precisamos escolher
envolve com esses assuntos, um lado, pelo menos não ago-
alheio a inovações ra. Essas considerações são
- Xiita: temos dois tipos; importantes para esclarecer al-
- Xiita capitalista: indivíduo guns aspectos seguintes.
que defende até à morte o do- Sistemas abertos tem vivi-
mínio do planeta pelo dinheiro do um crescente avanço no
- Xiita idealista: indivíduo cha- contexto de desktop's, conta-
to, nasceu pra aborrecer a to- mos com várias distribuições
dos

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CAPA · LINUX & DESKTOP: UMA VISÃO DE USUÁRIO SOBRE O SISTEMA

gratuitamente em sua casa.


Após o download ou receber o
... Se você nunca cd, você tem em mão um Live-
Cd e isso é maravilhoso. Um Li-
viu um sistema operacional ve-cd permite que você teste o
sistema, se acostume com ele,
GNU/Linux em funcionamento, sem a necessidade de instalar
nada em sua máquina, é só co-
não se assuste, não tenha medo, locar o cd e dar boot pelo drive.
ao contrário do que dizem, ele A primeira consideração
muito importante: se você nun-
não é somente uma ca viu um sistema operacional
GNU/Linux em funcionamento,
tela preta... não se assuste, não tenha me-
do, ao contrário do que dizem,
Guilherme Chaves
ele não é somente uma tela
preta onde somente um Nerd,
GNU/Linux, diversos focos, hacker, cracker, biscoito maria
e etc), Fedora, Open Suse e
usuários diferentes; essa é e etc consigam manipular,
muitas outras.
uma questão bem interessan- acredite ele é mais fácil do que
te; algumas pessoas me per- Falaremos do Ubuntu, pode imaginar, muito intuitivo e
guntam: Porque a comunidade uma distribuição com o foco simples.
de software livre não se junta bem embasado para o usuário
A segunda consideração
pra criar uma única distribui- final, tem como ambiente gráfi-
importante: Não, ele não tem
ção? A resposta é bem sim- co padrão o Gnome ( é só um
botão iniciar.
ples, pessoas são diferentes e exemplo, esse artigo não é so-
tem necessidades diferentes, is- bre Ubuntu ). Mas antes de Uma primeira olhada no
so é liberdade pra ter algo que abordarmos o assunto precisa- Sistema em ação, mostra o
atenda completamente sua ne- mos esclarecer sobre interfa- quanto é simples e como é in-
cessidade. ces gáficas; citarei o Gnome tuitivo achar as funcionalida-
por estar nativo ao Ubuntu, des, pastas e aplicações. Com
Muitas são as distribui- mas existem ótimas interfaces um menu bem intuitivo pode-
ções Linux, porém muitas tem gráficas como o KDE (Nativo mos visualizar o conteúdo diví-
seu foco voltado a usuários do Kubuntu) que é totalmente dido por temas e dentro dos
avançados, programadores, ad- customizado com um ambiente mesmos as aplicações.
ministradores de servidor e muito agradavél, muitos efeitos
etc, quanto ao usuário final te- Considero o Nautilus uma
gráficos, recursos de gerencia- grande ferramenta do Gnome
mos distribuições que entende- mento e ótima intuitividade.
ram que o conhecimento e que nas últimas versões do
também deve estar livre de for- O Ubuntu pode ser adquiri- Ubuntu trás muitas inovações.
ma que qualquer um o acesse do através de download no site O Nautilus é o navegador de
sem dificuldades, de forma sim- do projeto www.ubuntu.com, on- arquivos, com ele temos aces-
ples e intuitiva. Vamos citar al- de você pode escolher o mode- so às pastas (diretorios) do sis-
gumas: Ubuntu e suas lo da distribuição (desktop, tema, além de contar com um
variações de interface gráfica servidor ou netbook remix), campo de pesquisa bastante
(Kubuntu, Xubuntu, Edubuntu além de optar por receber o cd apurado, além do top: navega-

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CAPA · LINUX & DESKTOP: UMA VISÃO DE USUÁRIO SOBRE O SISTEMA

ção por abas (lembra das abas sobre um exemplo de GNU/Li- etc...).
do navegador de Internet? Acre- nux em funcionamento, obser- O homem tem uma ten-
dite, o Nautilus navega por vamos o quão simples, dência estranha sabia? Dificil-
abas!), além de uma infinidade objetivo e intuitivo é o sistema. mente largamos conceitos
de recursos avançados como Possíveis dificuldades antigos, que antes eram a ba-
marcar suas pastas mais usa- que podemos encontrar: se de nossos conceitos para
das, tornando o acesso a elas aderir a coisas novas, mas pre-
mais simplificado na lateral do Drivers de vídeo, wirel-
less, webcam: as empresas cisamos olhar tudo de forma
navegador. ampla e escolher o melhor. Se-
que fabricam esses itens, tem
Eu tenho que me acostu- interesse em cobrar royalties so- ja Livre!
mar com a aparência nativa do bre os produtos cedidos, assim
Ubuntu? Não! O Gnome permi- temos um grande movimento
te alteração em toda sua apa- de interesses voltado ao merca-
rência desde coisas simples do de softwares proprietários.
como papeis de parede até per- No entanto a comunidade sem-
sonalização apurada de íco- pre trabalha pra resolver essas
nes, painéis, laterais das questões, hoje temos até gran-
janelas e etc, basta clicar com des empresas financiando pro-
o botão direito na área de traba- jetos com software livre, um Maiores informações:
lho e ir modificando de acordo exemplo disso é a Intel que
com sua vontade, teste, experi- apoia o desenvolvimento do Mo-
Site Oficial do Ubuntu:
mente (cuidado, a customiza- blin, que agora está na versão
http://www.ubuntu.com
ção é tão legal que pode 2.0 com um toque todo especi-
viciar...). No site www.gnome- al para processadores Atom.
Site Gnome Look:
look.org/ encontramos muitos http://www.gnome-look.org
complementos pra deixar a in- Adaptação e simples e pu-
terface bem interessante. ramente a boa vontade de Ten- Site oficial do Gnome:
tar. http://www.gnome.org
Meus arquivos de texto,
mp3, vídeo e outros funcio- Falei difícil? Vou explicar:
Site oficial GNU:
nam? Sim! É tão simples quan- Desktop – termo usado http://www.gnu.org
to passar manteiga no pão. Ao para designar a área de traba-
abrir um determinado tipo de ar- lho do seu sistema, mas tam-
quivo, o sistema sempre encon- bém é usado para nominar os GUILHERME
tra uma solução pra que computadores de mesa, esse CHAVES é gestor
possamos executá-lo. A exem- que você tem em casa. pedagógico pelo CDI
(Comitê para a
plo disso podemos abrir um ví- Democratização da
Linux – correto afirmar
deo em rmvb, naturalmente o Informática) –
GNU/Linux, projeto que integra Telecentros de
codec não está incluso no siste-
projeto Linux, núcleo do siste- Vitória; cursando
ma, mas o reprodutor de filmes gestão em
ma que comunica funções com tecnologia da
abrirá e solicitará o download
a parte física de seu computa- informação pela
do codec adequado, é só confir- Faculdade Novo
dor e o projeto GNU, permitin-
mar, o codec será baixado e Milênio; Idealizador e
do visualizar seu sistema desenvolvedor do
instalado, tornando possível a Projeto Alforria na
numa interface gráfica (Gno-
reprodução do mesmo. Prefeitura de Vila
me, KDE, Fluxbox, XFCE e Velha/ES no ano de
Em tudo que foi mostrado 2008.

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CAPA · EKAATY LINUX

EKAATY
LINUX:
BRAZUCAS
À VISTA
Por Anderson Goulart e Cristiano Furtado

O início samos algo relacionado à união e busca por no-


Em 2005, administradores da comunidade vos conhecimentos. Foi então que nasceu o
Fedora Brasil se depararam com a situação de nome Ekaaty, que em tupi significa: EKA de Bus-
que usuários brasileiros estavam tendo proble- ca e ATY de União. Para completar a idéia e cri-
mas com conexão de mouses seriais com o Fe- armos um logotipo, se formou “Busca por União”.
dora. Como a comunidade era a única O logo do Ekaaty foi criado com a seguinte
representante não oficial desta distribuição no ideia: da direita para a esquerda a primeira bar-
Brasil, os administradores mandaram um e-mail ra remete aos desenvolvedores, a segunda aos
para o Fedora Project informando o problema usuários e a terceira barra quebrada ao meio
que muitos “brazucas” estavam enfrentando ao significa a união entre desenvolvedores e usuári-
utilizar a distribuição pelo fato de não ter suporte os na nova distribuição. O resultado dessa for-
para o mouse serial. Naquele momento, houve mação é uma figura semelhante a um 'IK'
várias tentativas frustradas de conseguir essa fa- alternando as cores verde e amarelo (depois be-
çanha. A história do Ekaaty começou a partir ge). Passado algum tempo, o logotipo ganhou
daí, com a idéia de criar uma versão Fedora um retângulo verde com bordas arredondadas e
com suporte aos drivers que o time do Fedora margem bege ao redor do 'IK'.
Project não suportava mais.
Neste mesmo ano, foi feita uma pesquisa
perguntando aos usuários o que eles achavam
sobre ter uma distro baseada no Fedora com su-
porte ao hardware utilizado no Brasil. A resposta
Figura 1: A evolução da logo do Ekaaty
dos usuários foi positiva! Assim começava no fi-
nal de 2005 um estudo para a criação de uma
distro com suporte aos drivers. Cinco administra- O lançamento
dores se juntaram para escolher o nome da distri- Em janeiro de 2006 foi lançada a primeira
buição, tarefa nada fácil, pois queríamos algo versão da distribuição Ekaaty Linux tendo como
que tivesse ligação com a alma da comunidade diferencial ser a primeira distribuição a utilizar o
Fedora Brasil. BROffice.org como padrão. Em junho desse
mesmo ano, o time do Ekaaty - formado por Du-
Após longos dias e noites perdidas, pesqui- da Grass, Christian Tosta e Cristiano Furtado -

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |27


CAPA · EKAATY LINUX

apresenta o Ekaaty Linux e a idéia inicial do pro-


jeto. Na platéia estavam presentes membros do
BROffice.org, Caixa Econômica Federal, Serpro
entre outros. Estava lançado o Ekaaty Linux e a
distribuição brazuca com um tema e cores fortes.

O Projeto
O projeto Ekaaty é um sistema operacional
livre, robusto, seguro e amigável baseado em
GNU/Linux e desenvolvido em conjunto com a
comunidade. Seu diferencial em relação às ou-
tras distribuições é o fato de atender as necessi-
dades específicas dos usuários brasileiros. No
Figura 2: Screenshot do Ekaaty 3
Ekaaty, os usuários têm contato direto com os
desenvolvedores, em sua língua nativa, para re- guns pacotes. Além desse trabalho, estamos
portar falhas ou solicitar ajuda na utilização do elaborando um conjunto de manuais e vídeo-au-
sistema. A comunidade Ekaaty se fortalece com las para auxiliar os usuários na utilização das
a participação ativa de todos os membros da ferramentas livres: gimp, blender, inkscape, etc.
equipe nas listas de discussão disponíveis. O pacote educacional ganha destaque com a
A distribuição é otimizada para o uso em participação de pedagogos, jornalistas e artistas
desktops e preparada para uso em laptops. O sis- na equipe. Aliado aos desenvolvedores, toda a
tema é baseado em KDE, otimizado para ocu- equipe está trabalhando para criar novos meios
par menos espaço em disco e menos recursos para interação infantil com a era digital.
computacionais, além de ter uma aparência poli-
da, possibilitando uma melhor usabilidade e ex- Maiores informações:
periência.
Site Oficial Ekaaty Linux
O Ekaaty vem com todos os programas http://www.ekaaty.org
que o usuário precisa para o uso diário em casa
e no trabalho: editores de textos, planilhas, nave-
gador web, suíte groupware, mensageiro eletrôni-
co e muito mais. Associado a sua facilidade de
uso, o sistema é indicado para estudantes, pe- ANDERSON GOULART é desenvolvedor do
Ekaaty Linux, do Sacix e ativista do to
quenas empresas e entusiastas de GNU/Linux. movimento de software livre no território
nacional. Também é membro da Célula de
Software Livre da Faculdade AREA1 em
Salvador - Bahia.
Futuro
Nos próximos meses, além do lançamento
do Ekaaty 4 que ja virá com o KDE 4.3 e as no-
vas ferramentas existentes, trabalhamos para a CRISTIANO FURTADO é um dos
fundadores do projeto ekaaty Linux e
criação de 4 sub-projetos: Live, Media Box, Desk- atualmente é o articulador da distribuição.
top e Educacional. São customizações elabora- Membro ativo de comunidades de software
das para usuários com determinado perfil, livre em todo território nacional e lider da
Célula de Software Livre da Faculdade
sendo que uma versão poderá se tornar outra AREA1 em Salvador - Bahia.
apenas com a instalação e/ou remoção de al-

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CAPA · DESKTOP PARANÁ

DESKTOP PARANÁ
Por Jonsue Trapp Martins

O Desktop Paraná é uma customização do


Sistema Operacional Debian GNU/Linux, desen-
volvido utilizando a ferramenta Live-Helper,
adaptado às necessidades do Governo do Para-
ná pela CELEPAR - Companhia de Informática
do Paraná, através da Gerência de Gestão de
Ambientes (GGA).
Além do Sistema Operacional personaliza-
do a customização contém a interface gráfica
GNOME, além de inúmeros pacotes como a suí-
te de escritório BrOffice.org (editor de textos,
planilha eletrônica e apresentações) atualizada
para a versão 3.1, navegador de internet Icewe-
asel (Mozilla Firefox), X3270 (Emulador de Ter-
minal para acesso ao Mainframe), entre outros
aplicativos.
A customização Desktop Paraná torna o
ambiente muito amigável para o usuário além
de reunir num único CD todos os softwares ne-
cessários para o trabalho dos servidores públi-
cos do Estado. E é livre!

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CAPA · DESKTOP PARANÁ

ma Operacional Debian GNU/Linux, que utiliza o


kernel (núcleo de um sistema operacional) Li-
nux, mas a maior parte das ferramentas do Sis-
tema Operacional vêm do projeto GNU; daí o
nome GNU/Linux. Sendo o Debian uma das ver-
sões mais aprimoradas do Linux pois possui
mais de 25 mil pacotes, softwares pré-compila-
dos e empacotados em um formato amigável,
que permitem fácil instalação no computador.
Outra definição foi a escolha da interface
gráfica GNOME, que a exemplo do Debian faz
parte do projeto GNU e foi projetada para ofere-
Figura 1: Equipe de desenvolvimento cer aos usuários e desenvolvedores o máximo
de controle sobre sua área de trabalho, aplica-
ções e dados.
Oportunidade para desenvolvimento Ao fazer a opção pela versão Debian e pe-
da solução la GNOME, o Desktop Paraná procurou oferecer
A CELEPAR trabalha para que o Governo aos usuários o resultado do desenvolvimento de
do Paraná maximize os resultados da administra- inúmeras comunidades que disponibilizam seus
ção pública e dos serviços que presta ao cida- conhecimentos para usufruto de todos quantos
dão, através do uso e desenvolvimento de queiram contribuir para o aperfeiçoamento e a
tecnologia da informação e comunicação, instru- expansão das ferramentas que possibilitem o
mento cada vez mais determinante para o suces- acesso à informação e aos modernos meios de
so das ações empresariais e de governo. Por comunicação.
isso, seu papel é estratégico na estrutura do Es-
tado.
Em 2003 quando o atual Governador assu- Características
miu e implementou a política de rompimento de O Projeto Desktop Paraná posui as seguin-
contratos com empresas terceirizadas e a prefe- tes características:
rência pela adoção de software livre para utiliza-
ção nos computadores dos órgãos do Estado do
Paraná, foi incumbida a CELEPAR, por sua posi-
ção estratégica e responsável pela informática
pública do Estado, encontrar uma solução eficien-
te e sem custos de licenciamento.
Em pouco mais de 2 anos foram testadas
várias soluções do mercado e de comunidades
de software livre para tentar a definição de uma
solução que atendesse as necessidades e limi-
tasse o escopo de suporte técnico.
Após os testes optou-se por adotar por
uma solução que possibilitasse uma flexibilidade
para adaptações a realidade do Estado.
Figura 2: Desktop Paraná em execução
Como sistema base escolheu-se o Siste-

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CAPA · DESKTOP PARANÁ

versões Zandor (2.0) e Thundor (2.1) - customi-


zadas a partir do Debian Lenny - podem ser ins-
taladas em computadores a partir de tecnologia
Pentium III 800 MHz com 512 MB de RAM e HD
de 40 GB.

Equipe do Projeto
A equipe do projeto é composta por Edgar
Leandro Machoski – Gerente de Gestão de Am-
bientes, Jonsue Trapp Martins – Coordenador
de Implantação de Software Livre e os técnicos
Figura 3: Equipe de suporte
de informática André Lucas Falco, David Alves
França Júnior e José Manoel da Pena Roza,
1)Conteúdo em CD – Toda a instalação es- que desenvolveram o projeto.
tá em CD para fácil e rápida instalação;
2)Pacotes Customizados – Programas e Versões disponíveis
configurações personalizadas para utilização pe- Atualmente são mantidas duas versões do
los órgãos do Estado; Desktop Paraná:
3)Instalações Personalizadas – Os clientes
que necessitarem podem solicitar o desenvolvi-
mento de pacotes pré-prontos para instalações * Versão 1.0 [2007] - Customizada a partir da
das Estações de Trabalho com personalização versão Etch do Debian (codificação ISO 8859-1).
do ambiente de trabalho em relação as configura- * Versão 2.x [2009] - Customizada a partir da
ções e aos programas utilizados; versão Lenny do Debian (codificação UTF-8).

4)Autenticação de Rede – Pacotes para au-


tenticação das Estações como cliente de rede pa- Maiores informações:
ra servidores de autenticação Linux (openLDAP)
e Windows (NT, 2000 e 2003); Site oficial do Desktop Paraná
http://www.desktopparana.pr.gov.br

Retorno à comunidade
Como a customização Desktop Paraná é
baseada no Debian GNU/Linux e regida pelas
leis de GPL, pode ser utilizado, copiado e redistri-
buído por qualquer indivíduo que desejar fazer.
Todos os softwares utilizados no projeto es-
tão documentados através de Apostilas, Manu-
ais e Procedimentos de Instalação utilizados JONSUE TRAPP MARTINS é formado
em Sistemas de Informação e pós-
tanto para treinamentos de usuários como base graduado em Redes e Sistemas
para outros projetos a quem desejar. Distribuídos pela UFPR, trabalha na
Celepar - Companhia de Informática do
Paraná desde dezembro de 2002 -
Atualmente é Coordenador da Área de
Hardware Mínimo para Instalação Planejamento, Projeto e Capacitação.
A customização Desktop Paraná em suas

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TECNOLOGIA · INTEROPERABILIDADE NA PRÁTICA

INTEROPERABILIDADE NA
PRÁTICA
Por Jomar Silva

Ariel da Silva Parreira - sxc.hu

Participei nas últimas se- les que irritam até o mais paci-
manas de uma extensa, inten- ente dos monges budistas
sa e por vezes até irritante (aliás, tem gente trabalhando
discussão sobre interoperabili- hoje em padronização em TI
dade e gostaria de comparti- que se daria muito melhor ex-
lhar com vocês algumas plorando algum ramo da filoso-
coisas conclusões, ao menos fia... ou quem sabe foram
parciais, desta discussão. Ca- expulsos de lá e por isso traba-
be apenas um esclarecimento lham com TI :) ).
sobre os qualificatórios que utili- Chegamos à conclusão
zei: extensa, pois a discussão de que existem basicamente
durou algumas semanas (e ain- duas formas “mais eficientes”
da não está propriamente con- de se obter interoperabilidade
cluída). Intensa, pois em no mundo real: Padrões propri-
diversos momentos a discus- etários e monopólio ou Pa-
são foi feita com o fígado. Irri- drões abertos e código aberto.
tante, pois existiam partidários
de uma certa empresa na dis- Todos nós já fomos (ou
cussão (e esse pessoal não se ainda somos) usuários da inte-
enquadra nunca), além de roperabilidade descrita pelo pri-
uma série de teóricos, daque- meiro caso, e ela realmente
funciona, mas tem como efeito

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TECNOLOGIA · INTEROPERABILIDADE NA PRÁTICA

colateral o total aprisionamen-


to do usuário. O exemplo clássi-
co no mundo da computação ...existem basica-
pode ser os formatos binários
de documentos de escritório cri- mente duas formas "mais eficientes"
ados pela Microsoft e o aprisio-
namento destes á sua suíte de de se obter interoperabilidade no
escritórios (Microsoft Office),
mas este não é o único exem-
mundo real: Padrões proprietários e
plo deste caso, e temos diver-
sas outras aplicações que
monopólio ou Padrões abertos e có-
fizeram o mesmo durante anos digo aberto.
e anos (olhe para seu telefone
celular e vai encontrar alguns Jomar Silva
bons exemplos: agenda de con-
tatos, agenda de compromis-
sos, carregador e acessórios,
para citar apenas alguns de- sempre são desenvolvidos por a preguiça de lado, pois a revis-
les). uma única empresa, e que co- ta é excelente e gratuita, vai).
mumente são desenvolvidos Quero explicar aqui o mo-
É importante notar que es- por consórcios. Recomendo a
te tipo de interoperabilidade es- tivo pelo qual o código aberto
quem quiser entender melhor entra nesta definição. Sei que
tá sempre restrita aos como isso funciona, que pesqui-
interesses comerciais da empre- muita gente já consegue enten-
se sobre o formato de áudio der o motivo, mas vale a pena
sa que desenvolve o padrão, e MP3 tão conhecido e utilizado
por isso, não pense que a utili- o detalhamento dele.
por todos nós. Aproveite a opor-
zação de um padrão proprietá- tunidade e pesquisem também Quando falamos em códi-
rio, seja ele qual for, vai te sobre o padrão OGG, e as dife- go aberto nesta definição, esta-
permitir a liberdade plena pois renças entre aberto e proprietá- mos dizendo que a
em algum momento, quando a rio vão ficar muito claras. implementação de referência
sua liberdade significar queda do padrão aberto citado deve-
de receita para o dono do pa- A segunda forma de se ob- ria idealmente ser feita em có-
drão, pode ter certeza que sua ter Interoperabilidade, para digo aberto.
necessidade será sumariamen- mim a única que realmente exis-
te, é através de Padrões aber- Uma das principais barrei-
te ignorada. ras existente á inovação em ge-
tos e código aberto.
Por causa desta limitação ral, é a barreira enfrentada
gigantesca de liberdade, eu Acho que aqueles que para que uma empresa (ou
não considero que exista aí a in- têm acompanhado meus arti- pessoa) domine determinada
teroperabilidade verdadeira, gos aqui na revista já sabem tecnologia para que possa utili-
mas sou obrigado a reconhe- muito bem reconhecer um pa- za-la para resolver um determi-
cer que muita gente no merca- drão aberto de verdade e sa- nado problema de forma
do acha que isso aí é bem também quais são as inédita.
interoperabilidade. suas vantagens e benefícios.
Para os que não leram os arti- Imaginemos o caso de
Ainda olhando este primei- gos anteriores, fica aqui a reco- uma empresa que trabalha
ro caso, é importante salientar mendação de leitura (…deixe com gestão de documentos, e
que padrões proprietários nem que já tenha desenvolvido di-

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TECNOLOGIA · INTEROPERABILIDADE NA PRÁTICA

drão DMTF/DMI, amplamente


utilizado na indústria de PCS
há décadas. Foram meses de
...é importante sali- estudo e pesquisa tateando no
escuro e só consegui resulta-
entar que padrões proprietários dos quando parti para a análi-
se dos códigos fontes de
nem sempre são desenvolvidos por aplicações com suporte ao pa-
drão em Linux (na raça mes-
uma única empresa, e que comu- mo, pois a documentação
destes softwares era na maio-
mente são desenvolvidos por ria das vezes feita dentro do
código fonte).
consórcios.
Voltando ao nosso exem-
Jomar Silva plo, felizmente o ODF possui
uma implementação, que é
considerada como referência
do padrão, licenciada em códi-
rante o desenvolvimento al-
go aberto: o OpenOffice.org
versos sistemas de GED em gum dos desenvolvedores
(notem que não existe um "re-
sua história. Imagine que esta tivesse uma dúvida qualquer so-
conhecimento oficial" sobre is-
empresa não conheça o pa- bre uma determinada parte da
so, mas eu e muita gente que
drão ODF e que ao assistir especificação, ou se encontras-
conheço, pensa assim... e cla-
uma palestra minha, descubra se dificuldade para implemen-
ro, tem sempre a turma do con-
que o padrão pode ser utiliza- tar o código necessário para
tra, mas deixa prá lá). Além do
do por ela para resolver um pro- suportar determinado elemen-
OpenOffice.org, existem diver-
blema, ou atender a uma to ou atributo do padrão, ele po-
sas outras aplicações em códi-
necessidade de seus usuários deria recorrer a fóruns na
go aberto atualmente com
(qualquer semelhança aqui Internet, mas provavelmente
suporte ao padrão.
com a realidade é intencional não encontraria grande ajuda
:) ). ali (certamente ele iria encon- Por conta destas aplica-
trar muita gente com a mesma ções, os desenvolvedores da
Vamos imaginar agora
dúvida dele, na mesma situa- empresa hoje podem até ler a
que o ODF não tenha uma im-
ção). Isso faria com que o tem- especificação do ODF inteira
plementação em código aber-
po e esforço necessário para (aliás, recomendo que o fa-
to, sendo ainda um padrão
que aquela empresa dominas- çam), mas na verdade eles po-
aberto.
se a tecnologia e desenvolves- dem consultar as partes da
Para poder utilizar o pa- se seu software com suporte especificação que vão precisar
drão, os desenvolvedores des- ao ODF fosse muito longo, o utilizar (como empacotamento,
ta empresa teriam que ler toda que poderia até inviabilizar a estrutura de documentos e con-
a especificação do padrão e ini- sua utilização pela empresa. teúdo de texto), e podem partir
ciar do zero o desenvolvimento para a análise de alguma das
do software (incluindo bibliote- Eu passei por uma situa-
implementações já existentes.
cas necessárias) para que o ção dessas há alguns anos,
Em poucos dias (para não di-
ODF pudesse ser suportado quando precisei desenvolver
zer poucas horas), eles certa-
dentro de sua aplicação. Se du- um software com suporte ao pa-
mente já terão em mãos um

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TECNOLOGIA · INTEROPERABILIDADE NA PRÁTICA

protótipo das funcionalidades drões abertos e existe um Maiores informações:


que gostariam de ver em seu detalhe que passa quase des- ODF Alliance:
software. percebido mas que é fundamen- http://www.odfalliance.org
Além do código propria- tal nesta história toda: Só um
mente dito, existe sempre por padrão verdadeiramente aber- Site do OpenOffice.org:
trás destas aplicações a comu- to, sem armadilhas de licencia- http://www.openoffice.org
nidade que a desenvolve e mento de propriedade
que normalmente está sempre intelectual, pode ser utilizado e Artigo na Wikipedia sobre o ODF
disposta a receber novos mem- implementado com segurança http://pt.wikipedia.org/wiki/Open
bros e pronta para tirar toda e em código aberto. Document
qualquer dúvida que novos Por isso que a existência
usuários ou desenvolvedores de uma implementação de refe- Blog do Jomar:
do software possam ter. Além rência em código aberto de um http://homembit.com
do código, se ganha um ecos- padrão, é praticamente uma va-
sistema de desenvolvimento e cina (ou um atestado) de que o
suporte ao software todo monta- licenciamento de propriedade
do. intelectual daquele padrão é re-
É importante destacar ain- almente isento de armadilhas.
da que apesar do OpenOffi- Para finalizar, acho que fi-
ce.org ter sido desenvolvido na ca fácil de entender o motivo
tecnologia Java, já existem apli- pelo qual eu tenho defendido in-
cações e bibliotecas com supor- ternacionalmente que a existên-
te ao ODF em código aberto cia de uma implementação de JOMAR SILVA é
engenheiro
desenvolvidas em outras lingua- referência em código aberto se- eletrônico e Diretor
gens como Python, Perl e PHP ja condição primordial para Geral da ODF
Alliance Latin
(para citar apenas três bem co- que um padrão possa ser cha- America. É também
nhecidas). mado de “Padrão Aberto” (e adi- coordenador do
vinha quem é sempre contra grupo de trabalho na
Percebem como esta bar- ABNT responsável
reira é muito menor agora? esta proposta ???) pela adoção do ODF
como norma
Eu costumo dizer que o Alerta final: Cuidado quan- brasileira e membro
do ouvirem falar de Interopera- do OASIS ODF TC,
código aberto é um anabolizan- o comitê
te (ou um catalizador, para os bilidade por aí... o pessoal internacional que
mais chegados à química) pa- "proprietário" anda se assa- desenvolve o padrão
ODF (Open
ra a adoção e utilização de pa- nhando novamente com a pala- Document Format).
vrinha mágica !

www.blogcampes.com.br

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MOVIMENTO · MÚSICA PARA BAIXAR

Início positivo para o MPB,


para o futuro da música,
com muitos desafios à frente
Por Everton Rodrigues

Após realizarmos o 1º Fó- de passe. em que irão acontecer boas


rum do movimento Música Pa- Claro que ficar rico com a “coisas” para a música e de
ra Baixar, faz-se necessária música é possível. Mas é possí- preparação para muitas outras
uma reflexão sobre os avan- vel para poucos que estão ali- novidades.
ços, e também um dimensiona- nhados com as margens de O ano de 2009 nos cha-
mento dos desafios que se lucro da indústria cultural, orga- ma à reflexão sobre a música.
apresentam a partir do instante nizada majoritariamente pelos É o ano de aniversário de 40
em que decidimos nos envol- monopólios dos veículos de co- anos de Woodstock (aconte-
ver com outras pessoas para municação, pelas gravadoras, ceu de 15 a 18 de agosto de
debater e agir na melhoria da editoras e sociedades arrecada- 1969), É o ano de aniversário
cadeia produtiva da música. doras. Quem não estiver nesse de 10 anos do Fórum Internaci-
Antes de tudo, é preciso esquema do jabá está fora, e onal de Software Livre onde
referir que mobilizar pessoas sua obra não poderá circular. nasceu o movimento Música
que vivem da música é uma ta- Claro que defendo que as pes- Para Baixar. É o ano da con-
refa um tanto complexa. Isso soas possam viver muito bem quista da 1ª Conferência Nacio-
porque, historicamente, a indús- da música, e isso é o mínimo. nal de Comunicação (http://
tria cultural, da qual a maioria www.proconferencia.com.br/).
dos músicos faz parte, desen- Entretanto, toda essa for-
ma com que a indústria cultural É o ano onde nasce o movi-
volveu uma concepção de que: mento de articulação em defe-
“quem vive da música não é vem trabalhando está em pro-
funda crise, reflexo também da sa da 1ª Conferência Nacional
uma pessoa qualquer”. da Música.
crise mundial pela qual passa-
A pessoa que vive da mú- mos. Ou seja, tudo que as pes- É o ano em que a mãe
sica não tem sequer um valor soas produzem tem um único Jammie Thomas Rasset, de 32
por sua hora de trabalho, como objetivo: transformar-se em mer- anos e quatro filhos, foi conde-
qualquer outra pessoa que tra- cadoria para ser vendida, e, nada pelo tribunal americano a
balhe em qualquer outra área. em última instância, produzir lu- pagar US$ 1,9 milhão por bai-
Dessa forma, a grande maioria cro. xar 24 músicas na Internet. É o
que entrou para o ramo da mú- ano em que o Parlamento Fe-
sica sonha com fama, muito di- O MPB já nasce em um
momento especial, em uma con- deral Brasileiro quer punir, com
nheiro, luxo e que encontrará até três anos de prisão, quem
todas as portas abertas por on- juntura interessante. Um ano

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MOVIMENTO · MÚSICA PARA BAIXAR

baixar música. É o ano de pre-


paração da 2ª Conferência Naci-
onal de Cultura que ... o MPB é um
acontecerá em março de 2010.
É o ano de preparação aos 10 movimento amplo que, por
anos do Fórum Social Mundial.
É o ano da maior crise mundial
essência, não discrimina nenhum
econômica e da indústria cultu-
ral.
agente da música...
Esse é o ano do nascimen- Everton Rodrigues

to do movimento Música Para


Baixar (MPB). Sim! Queremos GOG, Rapper e Poeta
bém outros artistas impor-
provocar e fazer um trocadilho (http://gograpnacional.com.br),
tantes como Zélia Duncan
com a antiga MPB cujo modelo Casarão cultural (http://griopro-
(www.zeliaduncan.com.br), Rit-
beneficia apenas algumas pes- ducoes.blogspot.com/), Pedro
chie (www.ritchie.com.br), Ro-
soas, e nós queremos mudar is- Jatobá (Diretor de Ações Cultu-
ger Rocha Moreira da banda
so. rais do Instituto Intercidadania
Ultraje a rigor (http://www.ultra-
Em seis meses de vida, o je.com), Trupe o Teatro Mági- (http://www.intercidadania.org.
movimento MPB está crescen- co (http://www.oteatromagico. br/), Sergio Amadeu da Silvei-
do muito porque se propõe co- mus.br/novo/), Banda Bataclã ra, sociólogo e ativista do
mo espaço não somente para FC (www.bataclafc.com.br), software livre (http://samadeu.
especialistas da música, mas Banda Sol na Garganta do Futu- blogspot.com/), , Cabeto Roc-
para quem cria, produz e usa to- ro (http://www.solnagargantado- ker – Pas.colato-Músico/Produ-
dos os gêneros da música. Ou futuro.com.br/), Fernando tor Cultural, Mateus
seja, é um movimento amplo e Rosa (http://www.senhorf.com. Zimmermann, Jornalista, desig-
que, por essência, não discrimi- br), Banda Coyote Guará ner editorial e fotógrafo
na nenhum agente da música, (www.coyoteguara.com.br), (www.mateus.jor.br), Socieda-
e defende conviver como dife- Nei Lisboa (http://www.neilis- de de Usuários da Tecnologia
rentes idéias desde que preten- boa.com.br/), Moysés Lopes Java – SouJava (http://www.
da realmente construir uma das bandas Camerata Brasilei- soujava.org.br), Richard Serra-
nova relação de trabalho que ra e Sombrero Luminoso ria, Compositor, músico, poeta
seja mais justa para todas as (www.moyseslopes.mus.br), Ju- e ativista (http://vilabrasilcodi-
partes envolvidas. ca Culatra da banda Juca Cula- golivre.blogspot.com/), Pontão
tra e Power Trio (http://www. de Cultura Digital Ganesha
Após o encontro em Por- (www.projetoganesha.org.br) e
to Alegre, lançamos o manifes- myspace.com/jucaculatrapower-
trio) e Eduardo Ferreira da ban- tantas outras bandas e ativis-
to do movimento Música Para tas que estão se articulando
Baixar, e, em 8 dias, alcança- da Osviralata e colaborador do
OverMundo, Marcelo Branco co- no MPB.
mos mais de 800 assinaturas.
Dentro dessas adesões, temos ordenador da Associação Com a idéia de regionali-
o cantor e compositor Leoni Software Livre.org (www.softwa- zar, saímos de Porto Alegre
(http://www.leoni.art.br e http:// relivre. org), Ellen Oléria, Canto- com o objetivo de articular de-
musicaliquida.blogspot.com) ra e Compositora (http://sapa- bates sobre música para bai-
que é uns dos principais articu- tariadf.wordpress.com/), Kaline xar na Feira da Música de
ladores do movimento. Tam- Lima, Rapper, Banda Nuvens Fortaleza (http://www.feiramusi-
(http://www.nuvens.net/), ca.com.br/), que acontecerá de

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MOVIMENTO · MÚSICA PARA BAIXAR

19 a 22 de agosto. Além disso, tização do acesso à comunica- dar dos seus negócios de fato”.
iremos articular debates com es- ção e ao conhecimento, Essa idéia é fundamental
ses temas na feira da música elementos indispensáveis à di- e vai de encontro com algo
que acontecerá entre novem- versidade de pensamento”, co- que os artistas ainda não sa-
bro e dezembro desse ano no mo está em nosso manifesto. bem fazer: a autogestão da su-
RS, e também queremos deba- Muito importante é poder as obras. Está aí mais uma
ter o tema na feira Música Bra- ler no manifesto MPB: “Novos questão. É preciso que artistas
sil no final do ano. Estamos tempos necessitam de novos façam a gestão das suas
ainda planejando um seminá- valores. Temas como econo- obras sem trabalhar de forma
rio nacional do MPB para deba- mia solidária, flexibilização do alienada, onde sempre alguém
ter o direito autoral, e diversos direito autoral, software livre, precisa resolver tudo no pro-
outros debates pelo Brasil. cultura digital, comunicação co- cesso de gravação, shows e
Além disso, o MPB está se so- munitária e colaborativa são as- distribuição das suas músicas.
mando ao movimento pró-confe- pectos fundamentais para a
rência nacional da música. Sim, um outro mundo é
criação de possibilidades de possível para todas as pesso-
Iremos nos articular para partici- uma nova realidade a quem
par de todas as etapas da Con- as e para quem vive da música
cria, produz e usa música”, e is- também. Para mudar nossa re-
ferência Nacional de so é fundamental para o movi-
Comunicação e das etapas da alidade é preciso de protago-
mento. nismo, de atitudes sem medos.
conferência nacional de cultu-
ra. Entretanto, sentimos difi- Por isso, é importante agir, se-
culdades de mobilizar as pesso- ja escrevendo, articulando, can-
Em Cuiabá (MT), artistas as para os nossos debates, tando, gritando e assinando o
locais irão lançar o MPB duran- pois entendemos que isso é fru- manifesto Música Para Baixar.
te o REMECÂNICA DA PALA- to de uma sociedade hegemoni- Assine e mobilize outras pesso-
VRA, que acontecerá no dia zada pela idéia do espetáculo, as para assinar. Acesse aqui e
13 de agosto. No dia 26 de onde se cria a consciência de assine: http://musicaparabai-
agosto, em Vitória (ES), na Con- que os artistas são integrantes xar.org.br/?page_id=9.
ferencia Regional de Comunica- de uma classe superior com di-
ção, o MPB estará reitos especiais. Diante disso,
representado para o debate pro- é possível dizer que o movimen-
dução cultural e comunicação.
Maiores informações:
to entende que a arte não de-
Nos dias 19 e 20 de setembro, ve ser tratada como se fosse Site oficial Música Para Baixar
teremos debate em Florianópo- semente transgênica, passível http://www.musicaparabaixar.org.br
lis articulado pelo Pontão de cul- de ser propriedade de alguns,
tura Ganesha. Ainda estamos e que provoca danos ao ambi-
planejando o 1º Festival de Mú- ente planetário.
sica Para Baixar. EVERTON
Estamos ainda no início RODRIGUES é
Além disso, estamos fir- do processo, e temos muito tra- educador popular,
mes em combater “qualquer ati- balho pela frente. È como o Le-
técnico e consultor
em tecnologias
tude repressiva de controle da oni defende: “o artista de hoje livres. Faz parte do
Internet e as ameaças contra tem toda a liberdade do mun-
Projeto Software
Livre Brasil e do
as liberdades civis que impe- do, mas, em contrapartida, mui- movimento de
dem inovações. A rede é a úni- to trabalho. Os artistas não economia solidária.
ca ferramenta disponível que Está na articulação
podem mais ser crianças mima- do Movimento
realmente possibilita a democra- das, devem, sim, partir para cui- Música para Baixar.

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |38


FERRAMENTA · GOOGLE APP ENGINE

GOOGLE
APP ENGINE
Por Francisco Junqueira

appengine.google.com

Motivação to pequeno e o desenvolvimento é muito rápido


e além disso não é necessário se preocupar
Recentemente, aproveitando a oportunida-
com a parte de hardware (servidores, banco de
de de desenvolver um trabalho relacionado com
dados). Sobra mais tempo para o desenvolve-
software livre, optei por fazer um estudo sobre o
dor concentrar-se mais na solução do proble-
ambiente Google Application Engine GAE [1]. Re-
ma, ou resolver uma quantidade maior de
solvi iniciar a criação de um tutorial online [2] pe-
problemas.
los seguintes motivos principais: pouco material
de estudo existente sobre o tema, além da docu-
mentação oficial e tradicionalmente tutoriais são GAE e software livre
uma forma rápida de distribuir qualquer tipo de
conteúdo aos interessados de uma forma geral. Hoje em dia basta consultar um desses
grandes repositórios, por exemplo o Sourcefor-
ge [3] para encontrar um software que atenda
O que é GAE as nossas necessidades. Na minha opinião, a in-
fra-estrutura GAE não é aproveitada adequada-
Basicamente é a possibilidade de você utili-
mente como poderia ser. Pode-se pensar na
zar da infra-estrutura física (servidores) e bibliote-
idéia de migrar software livre de código aberto,
cas (API's) Google, para criar aplicativos web.
que já existe, para versões GAE.
Algumas vantagens mais aparentes do uso do
GAE são a velocidade na construção de aplicati-
vos e a facilidade na escalabilidade. A lingua- GAE e educação
gem utilizada na criação dos aplicativos pode
ser Java ou Python. Dependendo das necessida- Leciono matemática na rede pública minei-
des do aplicativo que você estiver construindo, ra, e tive a oportunidade de fazer algumas expe-
pode-se usar Javascript, CSS, bibliotecas de ter- riências na infra-estrutura GAE. Atualmente, as
ceiros, etc. Pode-se usar de qualquer uma das bi- escolas possuem um laboratório de informática
bliotecas (API's Google), tais como que na maioria das vezes não funciona, funcio-
armazenamento de dados, imagens, mensa- na mal ou o hardware é bem ultrapassado e limi-
gens, cache de memória, usuários, entre outras. tado. Nem em pensamento funciona fazer
projetos onde haja necessidade de estabelecer
O código dos aplicativos desenvolvidos e um servidor web e um banco de dados. Montar
hospedados nessa infra-estrutura GAE fica mui-

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FERRAMENTA · GOOGLE APP ENGINE

al está sendo construído, acessar a página de


login [6] e fornecer a senha de participação ap-
peslufla. Contribua escrevendo algum aplicativo
pequeno e comentando, dando sugestões, divul-
gando para alguém que se interesse em partici-
par, etc.

Referências:
[1] Google App Engine
http://code.google.com/intl/pt-BR/appengine/
Figura 1: Buddypoke utiliza GAE
[2] Tutorial sobre GAE (início)
algo parecido com o Moodle [4], localmente, http://lit1.wikidot.com/
nem pensar. O GAE traz uma possibilidade ilimi-
tada de criação e uso de ferramentas educacio- [3] Repositório Sourceforge
nais em prol de uma real interatividade, em http://sourceforge.net/
auxílio a uma aprendizagem significativa e mais
lúdica. [4] Moodle
http://docs.moodle.org/en/About_Moodle

Versão gratuita [5] Wikidot


http://www.wikidot.com/
Até um determinado patamar de utilização
de banco de dados, de requisições e outros que-
[6] Tutorial sobre GAE (join)
sitos, a utilização do GAE é gratuita. Dependen-
http://lit1.wikidot.com/system:join
do da implementação do seu aplicativo, essas
cotas são suficientes mesmo quando ele for usa-
do por um número grande de usuários.

Objetivo do tutorial
Maiores informações:
O principal objetivo é disponibilizar uma
quantidade de pequenos exemplos na lingua- Google App Engine
gem Python para uma segunda versão do tutori- http://code.google.com/intl/pt-BR/appengine/
al. Outro objetivo é ir traçando um paralelo do
que já está pronto, para a linguagem Java.
FRANCISCO JUNQUEIRA é professor de
matemática (ensino médio). Se interessa
Como contribuir por ensino, aprendizagem,
desenvolvimento de software e software
A todos que quiserem contribuir, isso pode livre. Formando em engenharia de software
ser feito de várias formas. Inicialmente, basta fa- livre.
zer um cadastro na wiki wikidot [5], onde o tutori-

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FERRAMENTA · GERAÇÃO DE BOLETOS COM BOLETOPHP

Geração de
Boletos com
BoletoPHP
Por Flávia Jobstraibizer

svilen mushkatov - sxc.hu

Com o aumento das negociações e transa- Partindo desta premissa é que se baseia o
ções de compra e venda realizadas através da in- projeto BoletoPHP. Ativamente presente em
ternet, cresce também a necessidade de 70% dos sites de empresas que utilizam paga-
soluções eficazes e seguras para a cobrança de mento online sobre produtos e serviços através
clientes. Sejam produtos ou serviços, atualmen- de boleto bancário e que não se utilizam de em-
te pode-se vender praticamente tudo através des- presas intermediárias para esta finalidade.
te meio. A solução, totalmente open source, foi ori-
Dentre tantas formas atualmente divulga- ginada de outros projetos descontinuados e
dos para pagamentos online, o meio efetivamen- mais complexos, e é mantida por uma equipe de
te mais seguro e consequentemente mais profissionais voluntários, que se propõe a melho-
utilizado pelos compradores para o pagamento rar o projeto através de suas contribuições, se-
de compras feitas pela internet é o pagamento jam elas através de programação PHP,
via boleto bancário. montagem de layouts com as regras de cada
Existem diversas empresas que fornecem banco, ou mesmo propondo e efetuando melho-
soluções para pagamento online, cobrando exor- rias no pacote que atualmente atende as cobran-
bitantes quantias por transação ou mesmo atra- ças de mais de 15 bancos.
vés de cobranças de mensalidades. Empresas Com recém completados três anos de vi-
de pequeno porte, ou comerciantes individuais da, o projeto, mantido por Elizeu Alcantara é
que possuem um pequeno negócio, estão sem- campeão quando se trata de qualidade e benefí-
pre em busca de uma solução barata para comer- cios, pois foi concebido e possui como principal
cializar seus produtos ou serviços, uma vez que, característica, a forma de uso extremamente
geralmente, a margem de lucro destes peque- simplificada.
nos empresários é pequena.

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FERRAMENTA · GERAÇÃO DE BOLETOS COM BOLETOPHP

Veja um exemplo de boleto gerado através dia são feitas melhorias e novos bancos são in-
do pacote BoletoPHP, configurado para o banco cluídos;
Caixa Econômica: - Possibilidade de colaborar com o projeto, caso
tenha interesse e conhecimentos em programa-
ção para tal.

O uso e configuração do boleto desejado,


pode ser facilmente realizado através de três ar-
quivos simples:
- boleto_nomedobanco.php : Neste arquivo es-
tão presentes as configurações necessárias pa-
ra a geração do boleto
- layout_nomedobanco.php : Estrutura HTML
que irá compor o layout do boleto
- funcoes_nomedobanco.php : Arquivo que ar-
mazena as funções utilizadas para a geração do
boleto.

A implantação de boletos bancários utili-


zando o o BoletoPHP, também é bastante simpli-
ficada, como veremos posteriormente.

Figura 1: Boleto gerado pelo BoletoPHP


Maiores informações:
Site oficial do BoletoPHP
Existem várias vantagens em utilizar o pa- http://www.boletophp.com.br
cote BoletoPHP. Dentre elas, destaco:
- Extrema facilidade na configuração para funcio-
namento;
- Código simples e de fácil entendimento e manu-
tenção;
- Vários bancos atendidos (cerca de 90% dos
bancos presentes no Brasil);
- Não exige amplos conhecimentos em programa-
FLÁVIA JOBSTRAIBIZER é é analista de
ção para o uso e configuração; sistemas, atualmente gerente de projetos
- Projeto open source, ou seja, é de livre uso e e trabalha na área de TI desde 1998. É
autora de vários livros e artigos em
distribuição, sem custos; revistas na área, entusiasta do software
- Boletos reais com o layout oficial de cada ban- livre, instrutora de PHP e linguagem SQL,
co, ou seja, não há problemas em utilizá-los em e mantém diversos projetos em
andamento na área de software livre
empresas ou comércio de qualquer porte; sendo um deles o Projeto Sons para
- Projeto em constante atualização, onde a cada deficientes visuais.

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TUTORIAL · DOS NO LINUX

DOS no Linux
E o passado toma vida...

Por Antônio Augusto Mazzi

Olá pessoal, esse é meu primeiro artigo na Para essas empresas existe uma solução
revista espírito livre e espero contribuir um pou- que é emular o ambiente DOS no Linux. Para is-
co com a Revista Espírito Livre. Nesse artigo so existem vários software como DosBox, DosE-
vou mostrar o software DosEmu que possibilita mu, etc.
trabalhar com o famoso DOS. Se você é um dinossauro em informática,
Por incrível que pareça muitas empresas você deve se lembrar também dos bons e ve-
ainda utilizam softwares desenvolvidos em Clip- lhos jogos que rodavam no DOS. Quem não se
per e nessa matéria iremos ver que é extrema- lembra, por exemplo, do jogo DOOM ou SimCity
mente possível executar e compilar esses 2000, um clássico da época. Com esse software
softwares no ambiente Linux. será possível relembrar os velhos tempos.
Para aqueles que não conhecem, Clipper Nesse artigo vamos instalar e configurar o
é uma linguagem de programação para ambien- DosEmu para executar programas em Clipper
te MS-DOS da década de 80 que fez muito su- ou aqueles jogos antigos.
cesso por ser uma linguagem de fácil
programação (menos para montar as telas),
com um processamento de dados rápido e que Instalação:
praticamente executava em qualquer computa- $ sudo apt-get install dosemu
dor, uma vez que não exigia muita memória.
Por outro lado se tornou uma linguagem ob-
soleta, pois, não acompanhou a evolução das lin-
guagens de programação bem como a evolução
dos bancos de dados.
Apesar disso muitas empresas utilizam
softwares desenvolvidos com essa linguagem e
seus motivos são variados, indo desde o custo
para migrar para uma nova linguagem e con-
seqüentemente migrar as informações para um
novo banco e até pelo simples motivo de que “ti-
me que esta ganhando não se meche”. Figura 1: DosEmu em ação

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TUTORIAL · DOS NO LINUX

Figura 3: Configurando a impressão

Configurando Autoexec.bat e Con-


fig.sys
Para programas feito em Clipper é neces-
Figura 2: Doom rodando no DosEmu
sário configurar ainda os arquivos Autoexec.bat
Nota: Por padrão a instalação do DosEmu e Config.sys, esses arquivos estão localizados
já vem com o FreeDos. em /etc/dosemu/freedos.
Essas configurações são as mesmas de
um ambiente tradicional.
Carregado o DosEmu
$ sudo dosemu
Configuração do Config.sys
Adicione no arquivo as linhas:
Nota: Por padrão o diretório home é carre-
gado na unidade D e o drive de cdrom na unida- FILES=200
de E. BUFFERS=30

Configuração básica Configuração do Autoexec.bat


O arquivo principal de configuração do Adicione no arquivo a linha:
DosEmu é o dosemu.conf que esta localizado
SET CLIPPER=F210
no diretório /etc/dosemu.

Maiores informações:
Habilitando impressão
Site Oficial do DosEmu:
Acesse o arquivo de configuração: http://dosemu.sourceforge.net
$ sudo gedit /etc/dosemu/dosemu.conf
ANTÔNIO AUGUSTO MAZZI
(gutomazzi@gmail.com) é graduado em
Tecnólogo em Informática, pós-graduado
Nesse arquivo encontre a sessão ##Printer em Administração em Sistemas de
and parallel ports settings e a linha: # $_lpt1 = Informação pela UFLA. Atualmente é
professor de nível técnico do Centro Paula
"lpr -l". Remova o comentário dessa linha, com is- Souza do curso de informática e membro
so a impressão será enviada para a impressora da equipe responsável pelos laboratórios e
servidores da Etec. Em 2008 foi
padrão do Linux. coordenador do curso técnico e professor
universitário.

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REDE · TCOS: Gerando as imagens dos clientes magros

Gerando as imagens
dos clientes magros
com o TcosConfig
Por Aécio Pires

Jorge Vicente - sxc.hu

Na edição anterior, eu mostrei o tutorial de permite uma configuração bastante flexível.


instalação do TCOS (Thin Client Operating Sys- - base.conf: template básico de configuração.
tem) no Kubuntu 9.04. Falando nisso... você já - tcos.conf.low: desabilita o suporte a dispositi-
instalou e configurou o seu servidor TCOS? Já?! vos USB, o som, TcosMonitor (a ferramenta de
Então, agora vou lhe ensinar a configurar e ge- gerenciamento dos clientes), a discos IDE e SA-
rar a imagem do microsistema operacional dos TA.
clientes magros. - tcos.conf.all: habilita todas as funcionalidades
Esse tarefa pode parecer complicada, mas do TCOS, incluindo o suporte a dispositivos
será realizada de forma rápida e simplificada USB, o som, TcosMonitor, a discos IDE e SATA.
com a ferramenta TcosConfig. Ela é desenvolvi- - tcos.conf.nfs: força a inicialização dos termi-
da em Python+Gtk2 e atua como uma interface nais a usar NFS (Network File System) e desabi-
gráfica ao bash script gentcos. Para instalá-la lita: o suporte a dispositivos USB, o som,
use o comando abaixo: TcosMonitor, discos IDE e SATA.

apt-get install tcosconfig Escolha um desses templates e clique no


botão Avançar para iniciar a configuração bási-

OBS.: O ambiente de rede usado nesse tu-


torial é o mesmo descrito no artigo: TCOS no
Kubuntu 9.04, publicado na 4° edição.
Ao final da instalação, acesse (no Kubuntu
9.04) o Menu K > Applications > System >
TCOS-Config. Na tela inicial da ferramente cli-
que em Avançar.
Na figura 1 é mostrada uma tela na qual
permite selecionar o template de configuração
do microsistema. Há cinco templates disponí-
veis:
- tcosconfig.conf: utiliza os parâmetros a se-
rem personalizados pelo administrador, o que Figura 1: Definindo o template de configuração do sistema

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REDE · TCOS: Gerando as imagens dos clientes magros

ca do sistema. Se os clientes magros da rede possuir pla-


Na próxima tela clique em Opções do ca de rede sem fio, clique em Configuração da
Xorg. Marque as opções: Habilitar o Xorg e In- rede sem fio e configure os parâmetros neces-
cluir os drivers do Xorg disponíveis. No cam- sários. Caso contrário clique em Avançar para
po Mapa do Teclado escolha a opção iniciar a configuração avançada.
Espanhol – ES e no campo Modelo do teclado Clique em Usuários e senhas (autentica-
preencha com pc105. (não se preocupe porque ção). Nessa sessão informe o usuário root do
mais a frente eu mostrarei como mudar o tecla- sistema e uma senha (cuidado para não confun-
do para Brasil e abnt2). No campo Tipo de Ses- dir com o usuário root do servidor, eles são dife-
são Gráfica escolha a opção Sessão Gráfica rentes: um é o usuário root do servidor e o outro
Remota (XDMCP). No campo Driver de Vídeo será o usuário root do microsistema de cada cli-
Padrão escolha o driver compatível com a placa ente magro). Marque a opção Proteger o pri-
de vídeo dos clientes (a maioria dessas placas meiro console (tty1) e defina um numero de
tem suporte ao driver VESA). Por fim, defina a re- consoles (tty), entre 1 e 6, a serem disponibiliza-
solução de tela padrão a ser pelos clientes e mar- dos em cada cliente. A figura 3 mostra essas
que a opção Use XFS e XFSTT. Essas configurações.
configurações são mostradas na figura 2.

Figura 3: Configurando o usuário e senha do administrador dos clientes


magros

Figura 2: Configurando o Xorg dos clientes magros Clique em Configuração de depuração,


essa sessão é mostrada na figura 4. Marque
Se você não escolheu os templates apenas as opções: Depurar a compilação das
tcos.conf.low e tcos.conf.nfs, clique em Op- imagens, Incluir as Ferramentas de depura-
ções de Som. As opções previamente marca- ção, Arquivo externo do squashfs (download
das são compatíveis com a maioria das placas via TFTP).
de som. Se necessário configure essas opções Clique em Configuração de serviços e
de acordo com os clientes da rede. daemons. Marque as opções: Habilitar o Tcos-
Clique em Suporte ao acesso remoto. Monitor, Ativar o Inetd, Habilitar o SSH, Habi-
Marque apenas a opção Habilitar o servidor litar o Discover para a autodetecção do
X11VNC. Isso lhe permitirá controlar os clientes hardware, Incluir o TcosInstaller e Habilitar o
magros e oferecer melhor suporte remoto aos ACPID. No campo Sistema de arquivos remo-
usuários usando o VNC. to escolha a opção Sistema de Arquivos

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REDE · TCOS: Gerando as imagens dos clientes magros

dor local no cliente magro, por padrão o Dillo[2]


ou links[3] (se nenhum deles for especificado se-
rá usado o do servidor); além de incluir o supor-
te ao AUTOFS, usar um servidor NFS e fazer
cache de pacotes. Configure esses parâmetros
de acordo com as suas necessidades e depois
clique em Avançar.
Na sessão Método de Boot escolha o mé-
todo Boot via PXE, para ativar a inicialização
dos clientes através da placa de rede. Geralmen-
te, os clientes magros não possuem disco rígido
e por isso eles poderão obter esse microsistema
que estará no servidor usando a placa de rede,
Figura 4: Configurando a depuração da inicialização dos clientes magros desde que ela tenha suporte ao protocolo PXE.

LTSP, que permite utilizar os dispositivos removí-


veis (pen drives, CD-ROM, etc) conectados nos
clientes magros.
Clique na sessão Menu de inicialização e
usplash e escolha um dos menus de inicializa-
ção, que será mostrado sempre que os clientes
magros forem inicializados. O gerenciador de ini-
cialização usado nesse microsistema será o
GRUB[1]. Depois disso clique em Avançar.
Clique em Opções do kernel. Defina a ver-
são do kernel a ser usado na compilação do mi-
crosistema dos clientes. Marque a opção
Figura 5: Configurando o kernel do microsistema dos clientes magros
Habilitar o suporte aos dispositivos USB. E
se necessário informe, no campo Módulos Ex-
tras do Kernel, os módulos do kernel para habili- Caso contrário escolha outro método disponível
tar o suporte a algum hardware específico dos e descrito na tela dessa sessão.
clientes ou se preferir marque a opção Incluir to-
No artigo Dissecando o TCOS, publicado
dos os módulos, para incluir no microsistema
na terceira edição dessa revista, eu mostrei os
dos clientes magros todos os módulos disponí-
métodos de inicialização disponíveis.
veis no kernel do sistema do servidor. Veja um
exemplo na figura 5. Terminada a configuração é hora de iniciar
a compilação desse microsistema. Na sessão
Se estiver usando algum thin client das mar-
Criando a imagem de boot, clique no botão Co-
cas EPATEC, Intel Dot Station ou o driver Via
meçar, que a própria ferramenta se encarregará
Openchrome, clique na sessão Suporte aos
de realizar essa tarefa. Perceba que após clicar
Thin clients para ativar o suporte ao equipamen-
no botão Começar, o TcosConfig verificará se,
to que será usado.
na sessão Configuração Avançada => Usuári-
Ao clicar na sessão Outras configura- os e Senhas, foi informada a senha do usuário
ções é possível habilitar o uso de um navega- root do cliente magro. Se nenhuma senha foi in-

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REDE · TCOS: Gerando as imagens dos clientes magros

formada, então a senha padrão também será ro- Na execução do comando acima, lhe será
ot. pedido o diretório onde será armazenado as cha-
Durante a compilação da imagem serão exi- ves pública e privada usadas pelo ssh, bem co-
bidas as mensagens descrevendo as etapas do mo será pedido uma senha para proteger o
processo. É importante prestar bem atenção a acesso a essas chaves.
essas mensagens, pois se houver algum erro, o
TcosConfig irá sugerir os comandos ou as confi- 2- WARNING: pulseaudio-esound-compat is not
gurações necessárias para solucioná-los. Veja is- installed, need some esound modules
so na figura 6. install this package or disable PulseAudio in
/etc/tcos/tcos.conf
Solução: Digite o comando:

# gentcos -instpkg pulseaudio-esound-compat

3- Warning: libesd0 not found in packages ca-


che dir.
Solução: Digite o comando:

# gentcos -instpkg libesd0

Depois disso, tente recompilar o microsiste-


Figura 6: Compilando o microsistema dos clientes magros
ma dos clientes magros.

Terminado esse processo clique em Avan-


çar e depois clique no botão Terminar e Salvar, Inicializando os clientes
para salvar as alterações. Ligue o cliente magro e acesse a BIOS (Bo-
ot Input/Output System) para colocar a opção
Simples não é mesmo? :-) Boot PXE Network ou outra semelhante em pri-
meiro lugar na lista dos dispositivos de inicializa-
ção. Como a configuração da BIOS dos
Resolvendo Erros na Compilação do
computadores variam de acordo com os fabri-
Kernel
cantes, esse configuração não será aprofunda-
Alguns erros ou avisos são mostrados fre-
da.
quentemente na compilação do kernel:
Após a inicialização, o cliente procura pelo
servidor DHCP para obter as configurações de
1- WARNING: /root/.ssh/id_rsa not found !!! rede e, em seguida, se conecta ao servidor
You need to create ssh-key as "root" user TCOS para o obter o gerenciador de inicializa-
Solução: Acesse o Menu K > Applicati- ção, mostrado na figura 7.
ons > System > Terminal. Obtenha os poderes
Neste momento você pode pressionar F1
de root com o comando sudo su e depois digite
para obter mais opções de boot, F2 para obter
o comando:
ajuda ou ENTER para inicializá-lo pelo método
# ssh-keygen -t rsa de inicialização padrão, selecionado no proces-

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REDE · TCOS: Gerando as imagens dos clientes magros

Figura 9: Tela de login

Figura 7: Gerenciador de inicialização do cliente magro


Ah! Se tiver qualquer dúvida, crítica ou su-
gestão para os próximos artigos envie um email
para o endereço aecio@tcosproject.org. Até a
so de configuração do microsistema. A figura 8
próxima!
mostra o cliente magro sendo iniciado.

Maiores informações:
[1] GRUB
Figura 8: Cliente magro sendo inicializado http://www.gnu.org/software/grub

[2] Dillo
Os detalhes da inicialização de um cliente
http://www.dillo.org
TCOS também foi explicado no artigo Dissecan-
do o TCOS. Ao fim desse processo, será exibi-
[3] Links
da uma tela de login, como mostra a figura 9.
http://links.sourceforge.net
Faça o logon com um dos usuários cadas-
trados no servidor ou cadastre um novo com o
comando adduser nome_do_usuário e divirta-
se!!! :-)
AÉCIO PIRES (http://aeciopires.rg3.net) é
Na próxima edição você aprenderá a geren- graduando em redes de computadores pelo
ciar os clientes usando a ferramenta gráfica Tcos- IFPB (www.ifpb.edu.br), tradutor do TCOS,
fundador da comunidade TCOS Brasil e
Monitor. administrador de rede da Dynavideo
(http://www.dynavideo.com.br).

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FÓRUM · REACTOS: UMA ALTERNATIVA REAL AO WINDOWS?

Uma alternativa real ao


Windows?
Por Cristiano Roberto Rohling

Encaremos os fatos: apesar das óbvias defi- também mudaram: a equipe decidiu que seria
ciências, o Windows ainda é o SO favorito da bem mais proveitoso duplicar a arquitetura do
grande maioria dos usuários. O Linux, por sua Windows NT 4.
vez, amarga uma injusta fama de “complicado”: “O Windows XP e o Windows 2K são siste-
muitos não migram para o Pinguim apenas pa- mas construídos sobre o NT4 – ou seja, são up-
ra não ter que reaprender o “bê-a-bá” da informá- grades dele.” – declarou Filby em entrevista
tica. concedida em 2001. Ele continua: “Isto significa
Mas… e se alguém criasse um sistema ope- que a maior parte do que já fizemos (no Reac-
racional livre capaz de rodar a grande maioria tOS) é compatível com esses novos sistemas
dos programas desenvolvidos originalmente pa- operacionais”.
ra o Windows? É aí que entra o ReactOS, um sis-
tema operacional Open Source que visa ser
binariamente compatível com o Windows
Um pouco de História – Pode-se dizer
que as sementes do projeto ReactOS foram lan-
çadas em 1996 por Yannick Majoros, com o pro-
jeto FreeWin95. Na época, o Windows 95 ainda
era novidade, e os desenvolvedores planejavam
“cloná-lo” sob licença Open Source.
Após um ano de muita discussão, pratica-
mente nada de concreto foi feito. No final de
1997 o projeto trocou de nome para “ReactOS”
(o termo “react” vem de “reagir”). Agora sob a li-
derança de Jason Filby, os objetivos do grupo Figura 1: Tela de Setup do ReactOS 0.3.9

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FÓRUM · REACTOS: UMA ALTERNATIVA REAL AO WINDOWS?

No mais, o ReactOS Team divulga ampla-


mente o fato de ter se baseado no código-fonte
do WINE para implementar sua API win-like. “O
ReactOS não tem como objetivo competir como
WINE”, afirma o site do projeto. “Na realidade, a
porção user-mode do ReactOS é quase integral-
mente baseada neste último, e os nossos times
já cooperaram estreitamente no passado”.
Se o WINE é capaz de rodar inúmeros pro-
gramas Windows a partir do Linux, que vanta-
gens práticas alguém teria ao instalar o
ReactOS? Segundo os desenvolvedores, a do-
bradinha “Linux + WINE” jamais poderia substi-
Figura 2: Desktop do ReactOS - semelhança marcante com o Windows
tuir um sistema Win32, “não somente pelo fato
de muitos usuários acharem a transição para o
Linux/BSD difícil, mas também por causa das
Atualmente, a equipe conta com inúmeros
decisões de design e implementação da arquite-
colaboradores ao redor do mundo – mas novos
tura do Linux e do WINE, que evitam uma com-
desenvolvedores são sempre bem recebidos. De-
patibilidade de 100%”.
senvolvido em C e C++ e em sua maioria licenci-
ado sob a GPL, o ReactOS ainda está em fase Como o ReactOS é um sistema NT comple-
alfa (a última versão estável no momento da edi- to, existe também a questão da compatibilidade
ção deste artigo é a 0.3.10). de drivers. Um usuário rodando ReactOS seria
(teoricamente) capaz de instalar novos periféri-
Embora a ISO do CD de instalação esteja
cos utilizando drivers de dispositivos desenvolvi-
disponível para download, ainda não é recomen-
dos para os SOs da Microsoft, o que por si só já
dado o uso do ReactOS como SO principal. Aos
vem a ser uma vitória.
iniciantes, é aconselhável que o ReactOS seja
testado em emuladores de PC, como o VMware Atualmente, os desenvolvedores estão tra-
ou o QEMU. balhando em melhorias no sistema de reconheci-
mento de novos dispositivos de hardware –
Sala Limpa - O ReactOS é desenvolvido
através de Engenharia Reversa no modelo “cle-
an room” (“sala limpa”, em tradução literal). Nes-
te método, o sistema a ser “refeito” deve ser
examinado por uma pessoa tecnicamente habili-
tada para tal tarefa. Este examinador deverá des-
crever todas as especificações do software para
um relator, que por sua vez criará um documen-
to descritivo dos detalhes que deverão fazer par-
te do novo sistema.
As especificações descritas só poderão
ser implementadas em código pela equipe de
programadores após a liberação por parte de
um assessor jurídico. Tudo isso é feito de modo
a assegurar que nenhum copyright seja quebra- Figura 3: Nas horas vagas, que tal uma partida de Unreal Tournament?
do no processo.

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FÓRUM · REACTOS: UMA ALTERNATIVA REAL AO WINDOWS?

deste artigo, tentamos instalar o BrOffice.org


3.1.0 no ReactOS 0.3.9. A instalação aparente-
mente correu bem, mas quando a máquina foi
reiniciada, uma tela azul tomou conta do moni-
tor. É claro, devemos levar em consideração
que o projeto ainda se encontra em fase alfa.
Apesar de falhas menores como esta, di-
versos programas Windows rodam sem proble-
mas na última versão do ReactOS. O AbiWord,
por exemplo, roda muito bem, assim como al-
guns diversos jogos antigos como o Quake II e
o Unreal Tournament. Também foram testadas
versões antigas do Mozilla Firefox, com sucesso
Figura 4: BSOD: você ainda vai ver uma...
absoluto.
Observação: enquanto este artigo era redi-
nosso já tão conhecido “plug-and-play”. O time di- gido, o ReactOS Team liberou (no dia 5 de julho
vulgou que a versão 0.4 do sistema terá melhor de 2009) o acesso à versão 0.3.10. De acordo
suporte a dispositivos USB e diversos melhora- com Kiepper (editor do blog ReactOS Brasil,
mentos nas áreas de redes e multimídia. Espera- sem vínculos diretos com o projeto), “A impres-
se que o sistema entre na fase “beta” na versão são geral é de que esta versão é um polimento
0.5, que deve ser estável o suficiente para o uso da versão anterior, a 0.3.9”. Kiepper prossegue:
cotidiano. “nesta versão foram implementados o suporte
ao padrão Universal ATA, já sendo possível ao
Cara de um, focinho do outro – De acor-
ReactOS reconhecer partições superiores a
do com o site do projeto, “em seu estado final, o
8GB e discos no padrão SATA. Foi ainda imple-
ReactOS será um SO completamente amigável.
mentado suporte a dispositivos USB como mi-
Se você já usou Windows, certamente percebe-
crofones e teclados, mas conforme aviso ainda
rá que o ReactOS lhe será bem familiar. Sua cur-
estão instáveis e com bugs. O suporte a placas
va de aprendizagem, se existir, será mínima, já
de rede foi estendido a mais de 20 modelos de
que o ReactOS duplica a maioria dos elementos
diferentes fabricantes e um clone do Microsoft
do ambiente gráfico do Windows.”
Paint foi introduzido”.
Basta olhar de relance para a interface do
Imitado, mas nunca igualado – Se você
ReactOS para compreender que esta última afir-
pensa que o ReactOS é o único projeto do gêne-
mação foi feita ao pé da letra. Todos os elemen-
ro, está redondamente enganado. Encabeçado
tos presentes no Windows também estão lá,
por Shamsuddoha Ranju (engenheiro executivo
desde o emblemático botão “Iniciar” até o ícone
da Siemens), um time de 30 desenvolvedores
“Meu Computador”. A única grande inovação na
sediados em Bangladesh decidiu em 2003 criar
interface do ReactOS é a possibilidade nativa
o seu próprio clone do “Janelas”.
de se lidar com múltiplos desktops virtuais — no
Windows, isto só é possível através da instala- Segundo Ranju , a idéia básica para a cria-
ção de um “PowerToy”. ção do “Ekush OS” (como era chamado) surgiu
por causa das recusas da Microsoft em traduzir
O ReactOS emula até uma triste caracterís-
o Windows para o idioma bengali. Problema:
tica do seu “parente” de código proprietário: a
quando os binários da primeira versão do Ekush
BSOD (“Blue Screen of Death”, ou “Tela Azul da
OS foram liberados – isso mesmo, não foi divul-
Morte”). Em testes realizados para a redação

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FÓRUM · REACTOS: UMA ALTERNATIVA REAL AO WINDOWS?

gado o código fonte – ficou óbvio que o sistema rém, é questão de tempo. Sinceramente espero
nada mais era que uma cópia “maquiada” do Re- que em dez ou quinze anos o ReactOS tenha se
actOS. consolidado como uma real alternativa ao Win-
De acordo com o Slashdot, foi necessário dows, chacoalhando as estruturas do castelo de
apenas que se fizesse uma varredura superficial cartas que a Microsoft tem construído nos últi-
nos arquivos executáveis do Ekush OS para mos vinte e tantos anos.
que a string ASCII “ReactOS” aparecesse inúme-
ras vezes. Após a revelação do engodo, o site Fontes Consultadas
do projeto bengalês saiu do ar para logo retor-
nar com uma nova versão do sistema, desta vez LOLI-QUERU, Eugenia. Interview with Jason Filby from
sem as strings do ReactOS. the ReactOS Project [online], Disponível em
De acordo com Greg “Gé” van Geldorp, ex- http://tinyurl.com/l66d97.
integrante do ReactOS Team, “O Ekush OS não
apenas violou os direitos do ReactOS (por ter cri- REACTOS TEAM. What is ReactOS [online], Disponível
ado um software derivado sem divulgar a auto- em http://tinyurl.com/kn7c8o.
ria do código-fonte), mas também violou os
direitos dos projetos WINE, FreeType e QEMU, KABIR, Ridwan A. Ekush OS, an alternative to MS Win-
de quem o ReactOS deriva código”. dows [online], Disponível em http://tinyurl.com/l7pcdg.

Após este escândalo é desnecessário di-


VAN GELDORP, Greg. Ekush: a CherryOS For the Win-
zer que o projeto bengalês sumiu do mapa.
dows World? [online], Disponível em
Conclusões – Antes de testar o ReactOS http://tinyurl.com/kj7574.
pela primeira vez, confesso que tinha muitas dú-
vidas quanto à real utilidade do projeto. Eu esta-
va acostumado a rodar minhas aplicações
Windows preferidas através do WINE, e não con- Maiores informações:
seguia entender a razão que levaria uma equipe
Site oficial do Projeto ReactOS
de pessoas altamente capacitadas a se dedicar
http://www.reactos.org
à clonagem de um sistema operacional tão exe-
crado como é o Windows.
Blog ReactOS Brasil
Após experimentar um pouco da versão http://www.reactosbrasil.blog.br
0.3.9, percebi que o ReactOS tem muito potenci-
al. Se tudo correr bem, o projeto tem tudo para Blog Geeknologia
repercutir como uma bomba no meio corporati- http://geeknologia.wordpress.com
vo: inúmeras empresas que vivem hoje “amarra-
das” às escravizadoras políticas de
licenciamento da Microsoft poderão finalmente
se libertar desse jugo, tudo isso através da imple-
mentação de uma plataforma livre e compatível CRISTIANO ROHLING é jornalista, mas
abraçou a Tecnologia como paixão
com os melhores softwares existentes no merca- pessoal e profissional. Formado em
do. Comunicação Social pela Universidade
Estadual de Londrina, também cursou
É claro, a equipe do ReactOS tem um lon- Tecnologia em Processamento de Dados
no Centro Universitário Filadélfia. É editor
go caminho a trilhar, visto que o sistema ainda do blog "Geeknologia", onde
tem várias imperfeições óbvias. Tudo isso, po- periodicamente publica pequenas
reportagens sobre o mundo digital.

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FÓRUM · CHROME OS: O QUE VEM POR AÍ

Chrome OS:
o que vem por aí
Por Cristiano Roberto Rohling

Cerca de nove meses rápido e livre de vírus e malwa- O novo sistema levará às
após o lançamento do browser res: "Essa é a nossa tentativa últimas consequências o con-
Chrome, o Google volta a sur- de repensar o que os sistemas ceito de “cloud computing”: os
preender. De maneira totalmen- operacionais devem ser". principais programas do Chro-
te inesperada, foi anunciado Como será o Chrome me OS estarão na “nuvem”, as-
no último dia 7 o desenvolvi- OS – A esta altura do campeo- sim como os arquivos dos
mento de um sistema operacio- nato, dizer como será este no- usuários. O Google Apps —
nal singelamente batizado vo sistema operacional é um que recentemente deixou de
como ''Google Chrome Opera- verdadeiro exercício de futurolo- ser rotulado como “beta” — po-
ting System'' (ou simplesmente gia. Todavia, as poucas informa- derá ser utilizado como suite
''Chrome OS''). ções divulgadas até o de aplicativos primária pelos
O novo SO será baseado momento apontam para um sis- usuários do Chrome OS. As in-
no kernel do Linux e está pro- tema baseado primariamente formações gravadas pelos
metido para o segundo semes- em aplicações Web. usuários ficarão então “hospe-
tre de 2010. O Google mira dadas” nos servidores do Goo-
primariamente no mercado de Tudo indica que a espi- gle.
netbooks, mas não descarta o nha dorsal do Chrome OS será
o atual navegador Google Chro- Mas… será que esse mo-
uso do Chrome em PCs desk- delo “pega”? Pichai e Upson
top: o sistema deverá rodar me. O “motor” do browser deve-
rá rodar sobre um window acreditam que sim. Para eles,
bem tanto em chips de arquite- os usuários comuns não que-
tura ARM (utilizados nos portá- manager ainda desconhecido
(provavelmente desenvolvido rem saber de complicação:
teis) quanto nos “velhacos” “Eles querem ter acesso a
microprocessadores baseados pelo Google) “montado” sobre
um kernel Linux com “adapta- seus dados em qualquer lugar,
na x86. sem ter que se preocupar com
ções”. A interface promete ser
Sundar Pichai e Linus Up- minimalista, com boa parte do a possível perda do computa-
son, autores do anúncio, prome- espaço da tela reservado para dor ou com backups de arqui-
teram um sistema estável, os aplicativos. vos. E, mais importante de

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FÓRUM · CHROME OS: O QUE VEM POR AÍ

tudo, eles não querem passar horas a configurar Fadado ao Fracasso? - Agora, a grande
suas máquinas”. polêmica: haveria real segurança e privacidade
Deste modo, os desenvolvedores de softwa- em um sistema operacional onde o grosso das
re que desejarem investir no Chrome OS deve- informações pessoais dos usuários ficarão arma-
rão aplicar seus esforços na produção de zenadas em algum lugar na rede mundial? Nas
aplicações baseadas no modelo web. Entretan- palavras a jornalista Melissa Perenson (PC
to, como o Chrome será um SO baseado no Li- World/EUA), "é difícil imaginar alguém que quei-
nux, não é totalmente descartada a idéia de se ra colocar todas as suas informações na nu-
“portar” para ele aplicações nativas do pinguim, vem".
que poderiam rodar “offline”. Já o jornalista Eric Savitz (The Wall Street
Briga de Cachorros Grandes – Ao perce- Journal) acredita que o Google Chrome Opera-
ber a ameaça, a Microsoft já esboça algumas re- ting System está fadado a um retumbante fra-
ações. Mesmo antes do anúncio do Chrome OS casso. Segundo ele, o Google ainda não captou
o pessoal de Redmond já tinha a meta de fazer a real essência do que as pessoas realmente de-
do Windows 7 um sistema operacional bem sejam dos netbooks: “Netbook não é um nome
mais “netbook friendly”. Agora tudo indica que a apropriado: embora as pessoas o usem para co-
Microsoft quer mesmo é “matar no ninho” a inicia- nectar-se à Internet, elas o usam também para
tiva do Google. muitas outras coisas. O usuário quer usar o net-
book também para rodar software comum”.
Primeiramente, foi anunciado o desenvolvi-
mento do “Microsoft Gazelle”, um browser “com
Referências e fontes:
características de sistema operacional” que pode-
rá substituir o Internet Explorer em um futuro in- PICHAI, Sundar; UPSON, Linus. Introducing the Google
determinado. O Gazelle será capaz de gerenciar Chrome OS [online], Disponível em http://tinyurl.com/
os recursos da Web de forma independente ao mkt6lv
Windows, e poderá lidar de forma isolada com o
que roda em cada uma de suas abas. O curioso Gazelle pode ser resposta da Microsoft ao Google
é que esta é um das características principais Chrome OS [online], Disponível em http://tinyurl.com/
do navegador Google Chrome — seria por aca- lggar7
so?
Microsoft vai colocar versão do Office 2010 online
Outro movimento suspeito: a Microsoft [online], Disponível em http://tinyurl.com/m3vdqa
anunciou que o Office 2010 terá uma versão gra-
tuita online para usuários que tenham contas no Google Chrome: Does the World Need Another OS?
Windows Live. Esta é uma tentativa direta de [online], Disponível em http://tinyurl.com/n4atgn
competir com o Google Apps através da explora-
ção intensiva da marca “Microsoft Office” que — Barron's: por que o Google Chrome OS é uma grande
bem ou mal — é para a maior parte dos usuári- tolice [online], Disponível em http://tinyurl.com/nrkwsf
os um sinônimo de suite de produtividade.
CRISTIANO ROHLING é jornalista, mas
Enquanto a Microsoft se descabela, o pes- abraçou a Tecnologia como paixão
soal da Canonical (empresa que desenvolve o pessoal e profissional. Formado em
Ubuntu Linux) aparenta estar bem tranquilo e se- Comunicação Social pela Universidade
Estadual de Londrina, também cursou
guro de si. “O sucesso do Chrome não é garanti- Tecnologia em Processamento de Dados
do só porque o Google fez o anúncio”, diz Gerry no Centro Universitário Filadélfia. É editor
do blog "Geeknologia", onde
Carr, gerente de marketing da empresa. periodicamente publica pequenas
reportagens sobre o mundo digital.

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DESENVOLVIMENTO - VIRADO PRA LUA - PARTE 5

VIRADO PRA LUA


Parte 5
Por Lázaro Reinã
Asif Akbar - sxc.hu

Olá pessoal, estou aqui mais uma vez pra ção abre ou fecha um arquivo para leitura. Ela
falar mais um pouco sobre a linguagem Lua. Es- pega a string passada como parâmetro e abre o
pero que estejam gostando de tudo que foi escri- arquivo que tenha esse nome, porém caso ne-
to até então e o que ainda há de ser escrito. nhuma string seja passada como parâmetro, ela
Sintam-se à vontade e boa leitura. restaura a entrada padrão.

Ex.: readfrom(“/home/lazaro/teste.txt”)
Funções Pré-estabelecidas
Em todas as linguagens de programação
nós temos funções previamente estabelecidas writeto(nome_do_arquivo) – Essa função
que são usadas para agilizar o processo de de- abre ou fecha um arquivo para escrita. Ela rece-
senvolvimento. Funções para a entrada e saída be a string como parâmetro e abre esse arquivo
de dados (I/O), funções matemáticas, funções pa- para que o mesmo receba os dados a serem es-
ra tratamento de strings, etc. E Lua não é diferen- critos.
te disso, nós veremos a seguir algumas dessas
Ex.: if writeto( "/home/lazaro/teste") then
funções que são essenciais para o domínio da write( "conteúdo do arquivo" )
linguagem. writeto()
end

Funções de Entrada e Saída apendto(nome_do_arquivo) – Ao contrário


São de longe as funções mais utilizadas, e da função writeto, se já existir um arquivo de
portanto devem ser as primeiras a serem mencio- mesmo nome, essa função não apaga os dados
nadas. que existem nele e sim acrescenta conteúdo a
readfrom(nome_do_arquivo) – Essa fun- ele.

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DESENVOLVIMENTO - VIRADO PRA LUA - PARTE 5

Ex.: if appendto( "a.txt") then abs(value)


write( "conteúdo do arquivo" ) valor absoluto de value
appendto() sqrt(value)
end raiz quadrada de value
ceil(value)
read([patern]) – Essa função recebe os da- inteiro imediatamente inferior a value
dos da entrada padrão. floor(value)
inteiro imediatamente superior a value
Ex.: i = read()
mod(value,div)
resto da divisão inteira de value por div
write() - Essa função recebe uma lista de
valores e exibe no arquivo de saída corrente.
Funções de Manipulação de Strings
Ex.: write(“Linguagem Lua”) A biblioteca de funções de manipulação de
strings, possui funções que viabilizam a manipu-
print() - Essa função da mesma forma que
lação de cadeias de caracteres. Operações co-
a função write() exibe seus dados no arquivo de
mo contagem do número de caracteres que
saída corrente, porém nesse caso ela adiciona
uma string possui, etc.
uma quebra de linha no final da string.
strlen(string) – Essa função informa o tama-
Ex.: print(“Linguagem Lua”) nho da string.
Ex.: cont = (strlen(“Linguagem Lua”))
Funções Matemáticas
Existem várias funções matemáticas na lin- strlower(string) – Essa função converte as
guagem Lua, e a seguir podemos ver uma lista letras maiúsculas em minúsculas dentro da
contendo algumas delas: string que ela recebe como parâmetro.
log(value) Ex.: print (strlower(“Linguagem Lua”))
logaritmo de value na base e
log10(value) strupper(string) – Essa função faz exata-
logaritmo de value da base 10 mente o contrário da função anterior, ela conver-
cos(angle) te as letras minúsculas em maiúsculas.
cosseno de angle (especificado em graus)
sin(angle) Ex.: print (strupper(“Linguagem Lua”))
seno de angle (especificado em graus)
tan (angle)
Obrigado a todos e até a próxima!! Na pró-
tangente de angle (especificado em graus)
xima edição teremos alguns exemplos mais prá-
acos(value)
arco cosseno, em graus, de value ticos, claro que os exemplos serão aprimorados
asin(value) gradativamente até chegarmos num estágio sa-
arco seno, em graus, de value tisfatório.
atan(value)
arco tangente, em graus, de value
LÁZARO REINÃ é usuário Linux,
atan2(y,x) estudante C/C++, Lua, CSS, PHP.
arco tangente, em graus, de y/x Integrante do EESL, ministra palestras
deg(angle) e mini-cursos em diversos eventos de
converte angle (especificado em radianos) para graus Software Livre.
rad(angle)
converte angle (especificado em graus) para radianos

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DESENVOLVIMENTO · JOOMLA

Instalando e configurando

Por Relsi Hur Maron

No artigo anterior vimos uma apresentação A instalação do sistema se dá em 7 pas-


sobre o CMS Joomla, no presente aprendere- sos, o primeiro deles é a escolha do idioma. Se
mos a instalá-lo e fazer a configuração da estru- tu baixou o pacote com o idioma pt_br pré insta-
tura básica de um site baseado apenas em lado esse será o idioma pré-selecionado na ins-
Seções e Categorias, estrutura esta que pode talação:
ser expandida para qualquer tipo de instalação
posterior com seus devidos ajustes e com a orga-
nização do conteúdo em artigos, que é o padrão
estrutural do Joomla.
O Joomla roda sobre uma plataforma
LAMP, de forma que já deves ter a mesma insta-
lada na máquina, para quem não tiver essa plata-
forma nesse artigo [1] ensino como instalar para
usar com qualquer sistema que faça uso da mes-
ma.
Figura 1: Passos da instalação do Joomla
Primeiramente iremos instalar o Joomla, an-
tes de qualquer coisa. Baixe o sistema de al-
guns dos sites mencionados no artigo anterior, e
dê preferência para os que já vem com o idioma
pt_BR pré-configurado. A versão atual do Joom-
la é a 1.5.14.
Descompacte o pacote dentro do diretório
/www do apache, ou para o diretório mapeado Figura 2: Idioma pt_BR pré-selecionado

de sua preferência, renomeie o diretório para 'si-


te' e no navegador acesse o endereço Clique no botão próximo, localizado no can-
http://127.0.0.1/site. to superior direito da página e tu serás direciona-

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DESENVOLVIMENTO · JOOMLA

do para a página de verificação da instalação atu- Clique em 'Próximo' e aguarde o redirecio-


al da plataforma LAMP disponível no servidor, ca- namento para a próxima tela.
so algum dos itens não esteja de acordo tu não Na próxima tela é para a inserção dos da-
conseguirás dar prosseguimento à instalação, dos de acesso a uma conta FTP para a utiliza-
se tudo estiver OK, clique novamente no botão ção do Joomla, passo desnecessário nessa
'Próximo' localizado no canto superior direito da nossa instalação pois não pretendemos nos utili-
página e tu serás direcionado para a página zar desse recurso, apenas clique em 'Próximo'.
com a licença do CMS, que nesse caso é a GPL
versão 2. Na tela Seguinte temos as configurações
globais do nosso site, como o Nome do Site, e-
mail e senha do usuário admin.

Figura 3: Tela da configuração atual do sistema LAMP da máquina Figura 5: Informações de acesso do admin e o nome do site

A aceitação da licença é compulsória, cli-


que no botão Próximo para acessarmos a confi- É nessa página também de definimos se
guração do banco de dados. Nessa parte é iremos instalar uma base de dados de exemplo,
necessário ter um banco de dados criado no nesse caso iremos começar um site do zero, de
MySQL com usuário e permissão de acesso já forma que não acionaremos essa opção, ape-
configuradas, caso não o tenhas, pare a instala- nas clique em 'Próximo'.
ção e crie sua base agora, feito isso entre com
os valores de acesso:
Tipo do banco de dados: MySQL
Nome do Servidor: localhost (na maioria dos ca- Figura 6: Botão para instalar base de exemplo
sos, contate o administrador do seu sistema)
Nome do usuário: seu_nome_de_usuario A clicarmos em Próximo o Joomla irá avi-
Senha: senha de acesso da base MySQL de sar que nenhuma base de exemplo está sendo
seu_nome_de_usuario instalada, apenas clique em OK e espere as ta-
Nome do Banco de Dados: nome_da_base de belas serem criadas.
dados MySQL criada para o Joomla.

Figura 7: Confirmação de instalação sem conteúdo de exemplo

A última etapa é a remoção do diretório


/instalattion do Joomla para que possamos utili-
zar nosso site, remova o diretório e acesse o en-
dereço http://127.0.0.1/site.
Figura 4: Tela da configuração da base de dados

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DESENVOLVIMENTO · JOOMLA

O que teremos é um site padrão do Joom-


la sem nenhum conteúdo:

Figura 10: Dados da seção criada

Na parte da descrição coloque uma descri-


Figura 8: Site sem conteúdo gerado pela Instalação
ção da seção criada, não é obrigatório e sua exi-
bição também é opcional.
Como já havia mencionado anteriormente
a utilização do Joomla nos obriga a sermos Também criei uma Seção chamada 'O Si-
mais organizados, de forma que para facilitar as te', a qual vou relacionar os conteúdos a respei-
coisas, sendo dessa forma, a primeira coisa que to do site, feito isso iremos agora criar as
decidi foi como seria a estrutura do site, as se- categorias do site, voltando ao menu administra-
ções e as categorias e o conteúdo. Resolvi criar tivo clique no item Administrar Categoria e em
uma página informativa a respeito da melhor ban- seguida clique em 'Novo', o processo é seme-
da de todos os tempos: Ramones. lhante a criação de seções, com a diferença que
nessa parte devemos escolher a qual seção a
Em meu site decidi ter duas Seções, uma Categoria estará associada.
com dados administrativos e outra com o conteú-
do propriamente dito, para criar as Seções que
nosso site terá, acessaremos o módulo adminis-
trativo do Joomla através do endereço
http:127.0.0.1/site/administrator.
Entre com o usuário admin e com a senha
cadastrada durante a instalação e tu serás direci-
onado para o painel de controle do Joomla.
Figura 11: A criação de categorias é semelhante à criação de seções

Repetindo-se o processo foram criadas 5


categorias, três associadas a seção 'A banda' e
duas associadas a seção 'O Site'.

Figura 9: Opções administrativas do painel de controle do Joomla

Clique no item Administrar Seções e na te-


la que se abrir clique em 'Novo' e entre com os Figura 12: Categorias criadas que serão a base para o site

dados relativos à seção que será criada. Nesse


caso estou criando a seção que terá as informa-
ções a respeito da Banda. Conforme mencionado no início do artigo,
criaremos um site apenas baseado em Seções
e Categorias, o padrão do Joomla é organizar o
conteúdo em artigos, para exemplo didático e

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DESENVOLVIMENTO · JOOMLA

por questão de espaço vamos ficar nas categori-


as inicialmente, em um artigo futuro falaremos so-
bre a administração de artigos.
Criadas as Seções e Categorias, iremos
agora criar os links para acessá-las, acesse o
painel de controle do Joomla e em seguida cli-
que na opção 'Administrar Menu'.
Por padrão o Joomla criou um menu que
dá acesso a página inicial do site com o título
'Main Menu', vamos utilizar esse menu para dar
acesso as seções e categorias de nossa página,
clique no título e o altere para 'Menu' apenas, fei-
to isso clique no ícone 'Itens de Menu' e em se-
guida clique em 'Novo'.

Figura 14: Tipos de links

Figura 13: Inserir itens de menu

O que faremos aqui é criar os links de aces-


so ao nosso conteúdo, note que já existe um
item 'Home', é um link que dá acesso a página
inicial e ao seu conteúdo.
Ao clicar em 'Novo', seremos direcionados
para a tela em que iremos escolher o tipo de link
que queremos.
Como eu disse anteriormente, a base da or-
ganização de conteúdo do Joomla são os arti- Figura 15: Parâmetros do link

gos, de forma que para dar acesso às Seções e


Como estamos criando um site sem arti-
Categorias devemos selecionar o a opção 'Arti-
gos, é interessante deixar zerados alguns parâ-
gos' em itens de menu.
metros conforme a imagem abaixo.
Em seguida selecione a opção 'Categoria'
e 'Layout do Blog de Categoria', e insira os valo-
res correspondentes às categorias a que darão
acesso.

Figura 16: Parâmetros necessários para utilização sem artigos

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DESENVOLVIMENTO · JOOMLA

Repita o processo para todos os outros porém não o remova, iremos utilizá-lo no ŕoximo
links, no final teremos a estrutura de links cria- artigo, apenas selecione-o e clique em despubli-
dos conforme a figura abaixo: car, isso ocultará o item, e apenas para uma
questão de organização, renomeie o item 'Sobre
o site' para Home e coloque-o em primeiro lugar
na ordem de itens.
Feito isso, sem muito esforço, já temos
Figura 17: Estrutura de links
nosso site operacional. Conforme dito anterior-
mente essa não é a forma padrão de publicar
Acesse agora a página principal do site conteúdo com o Joomla, eu apenas quis de-
com as modificações feitas, ao clicar nos links no- monstrar aqui que com esse CMS é possível cri-
tem que somos direcionados para páginas sem ar páginas facilmente em poucos passos, como
conteúdo, vamos resolver isso agora. fizemos aqui.
Como não usaremos artigos, teremos que No próximo artigo reformularemos nosso si-
inserir o conteúdo diretamente na descrição das te e organizaremos o conteúdo em artigos para
categorias, é bem simples e funcional para pági- uma melhor administração, e também criaremos
nas estáticas em que o conteúdo não é modifica- uma área de acesso ao conteúdo fora da parte
do regularmente, porém a cada novo conteúdo administrativa (backend) do Joomla além de en-
uma nova categoria deverá ser criada o que não trarmos em outros detalhes como templates e
é conveniente. componentes extras, publicação e manutenção
Para inserir o conteúdo nas categorias, de conteúdo. Para quem quiser acessar o site
acesse o painel de controle do Joomla e clique criado até aqui basta seguir o endereço [2].
em Administrar Categoria, no campo 'Descrição' Qualquer dúvida, sugestão, ou até mesmo
insira o conteúdo que será exibido, repita o pro- chingamentos podem acessar minha página [3]
cesso em todas as outras categorias. e deixar um recado. Até a próxima.
Note que ao clicar em Home, a página inici-
al é exibida sem conteúdo, porque esse item ins-
talado automaticamente espera que façamos o Maiores informações:
uso padrão do Joomla, com a organização em ar-
tigos, então nesse momento ele é desnecessá- [1] http://tinyurl.com/mfcs48
rio, Vamos transformar uma de nossas
categorias em página inicial do site, nesse caso [2] http://www.relsi.info/ramones
a categoria escolhida será a 'Sobre o Site'
[3] http://www.relsi.info
Acesse o Painel de Controle do Joomla cli-
que em administrar Menu e em seguida clique
em Itens de Menu, selecione o Item 'Sobre o Si-
te', na barra de componentes, localizada na par-
te superior, clique na opção 'Padrão', ícone da
RELSI HUR MARON é empresário,
estrela amarela, isso transforma nossa catego- participa do desenvolvimento do projeto
ria 'Sobre o Site' em conteúdo padrão de nosso B2Stoq (http://b2stok.sourceforge.net/) e
colabora com traduções e artigos para a
sistema, logo sempre aparecerá na página inici- comunidade livre; curte Poesia, PHP e
al. Acesse o site e veja que isso se confirma. interfaces gráficas, não necessariamente
nessa ordem.
Agora o item Home não é mais necessário,

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DESENVOLVIMENTO · TRABALHANDO COM JSP, AJAX E SERVLET - Parte 1

Trabalhando com JSP,


Ajax e Servlet
Parte 1
Por Hailton David Lemos
Ben Lancaster - sxc.hu

O objetivo deste artigo é propiciar ao leitor


uma visão mais simplista da integração entre
JSP, Ajax e Servlet, tornando mais agradável e
fácil a utilização desta tecnologia, que não é no-
va, e que por vezes fica obscura dentro de paco-
tes e calhamaços de livros.

Mas, o que é AJAX?


AJAX (Asynchronous JavaScript and XML)
é um termo criado para designar duas caracte-
rísticas dos browsers, efetuar pedidos ao servi-
dor sem ter que fazer um refresh, e trabalhar
com documentos XML, Figura 01. Entretanto es-
ta segunda característica muitas vezes pode se
tornar confusa para alguns, pode ser facilmente
substituída por uma seqüência lógica mais sim-
ples, e com o mesmo resultado, e à medida que

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DESENVOLVIMENTO · TRABALHANDO COM JSP, AJAX E SERVLET - Parte 1

Opera 8+, e Netscape 7), porque o Ajax é uma


aplicação independente de browser ou platafor-
ma.
O Ajax trabalha com quatro princípios bási-
cos: O navegador hospeda uma aplicação, e
não conteúdo; O servidor fornece dado, e não
conteúdo; A interação do utilizador com a aplica-
ção pode ser flexível e continua; Real codifica-
ção requer disciplina, e isto requer a aplicação
das boas praticas; e a técnica do Ajax é basea-
da em quatro pilares da Web: JavaScript; XML;
HTML; CSS.

Maiores informações:
Artigo na Wikipedia sobre JavaScript
http://pt.wikipedia.org/wiki/JavaScript

Artigo na Wikipedia sobre XML


http://pt.wikipedia.org/wiki/XML

Artigo na Wikipedia sobre HTML


Figura 1: Ajax
http://pt.wikipedia.org/wiki/HTML

o usuário for se familiarizando com o XML pode- Artigo na Wikipedia sobre CSS
rá ir adotando como padrão. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascading_Style_Sheets
O Ajax não é uma nova linguagem de pro-
gramação, mas sim uma técnica para criar me- Artigo na Wikipedia sobre Ajax
lhores, mais rápidas, mais eficientes e http://pt.wikipedia.org/wiki/AJAX_(programação)
interativas aplicações web. A técnica do Ajax faz
com que as aplicações para Internet, fiquem me-
nores, e tenha um uso mais amigável. Com o
Ajax é possível fazer uma comunicação direta- HAILTON DAVID LEMOS (hailton@ter-
mente com o servidor, utilizando o objeto do Ja- ra.com.br) Bacharel em Administração de
Empresas, Tecnologo em Internet e Re-
vaScript XMLHttpRequest. O objeto des, Especialista em: Tecnologia da Infor-
XMLHttpRequest é o responsável por criar a in- mação, Planejamento e Gestão
Estratégica, Matemática e Estatistica. Tra-
terface web. balha com desenvolvimento de Sistema
há mais de 20 anos, atualmente desenvol-
As diretivas utilizadas no Ajax são muito ve sistemas especialistas voltados à pla-
bem definidas, e suportada pela maioria dos nejamento estratégico, tomada de
browsers disponíveis no mercado, (Internet decisão e normas iso, utilizando platafor-
ma Java e tecnologia Perl, VBA, OWC, é
Explorer 5.0+, Safari 1.2, Mozilla 1.0, Firefox, membro do GOJAVA (www.gojava.org).

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DESENVOLVIMENTO · MY PRECIOUS

Abandone hoje mesmo o estilo


“My Precious” de desenvolvimento
Mostre seu código para o mundo e aumente a chance de receber ajuda!
Por Evaldo Junior B S K - sxc.hu

Recentemente passei por duas situações


bem interessantes, ambas envolvendo código
aberto, mas com um estilo de desenvolvimento
não muito colaborativo.
O primeiro dos casos aconteceu há alguns
meses. Eu estava aguardando para conversar
com a orientadora do meu trabalho de conclu-
são da pós graduação e enquanto isso aprovei-
tava para pesquisar algumas coisas para
incrementar as aulas de Python[1] no meu blog.
Foi navegando pelo site do projeto PyGame[2]
que eu conheci um jogo que me lembrava um
antigo jogo para o Windows 95 me fez passar al-
gumas horas em frente ao pc. Gostei da cara do
jogo e resolvi baixar uma cópia para ver se a jo-
gabilidade era mesmo parecida com a do jogo
da minha pré adolescência. E não é que ele era
mesmo parecido? Não era exatamente igual,
mas a jogabilidade era praticamente a mesma.
Eu gostei tanto do projeto que resolvi ajudar no
desenvolvimento.
E então veio o primeiro problema, o projeto
não tinha uma página além da página no site do
PyGame e nem informações de contato, certo ti-
nha um e-mail nos fontes, mas na hora eu não

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DESENVOLVIMENTO · MY PRECIOUS

percebi. Resolvi deixar um recado lá na página o Github e aprenda a extrair o máximo que eles
do PyGame mesmo, e para minha surpresa, ou têm a oferecer, pois além da exposição do códi-
não, o recado acabou dando resultado! O desen- go você ainda pode ter ferramentas de bug trac-
volvedor respondeu e então começamos a tro- king, wikis e muito mais. Garanto que os
car alguns e-mails. Foi neste momento que eu possíveis colaboradores estão por aí, e uma pá-
sugeri que ele procurasse alguma forma de facili- gina com informações centralizadas e fonte dis-
tar o acesso ao programa e aproveitei para falar ponível pode ser a isca ideal para traze-los para
do Google Code e do Github. Ele acabou esco- o seu projeto!
lhendo o Google Code e hoje o projeto está hos-
pedado lá com o nome de PyConquer[3], mas
não se enganem com o nome, ele tem a jogabili-
dade do Slay[4] e não de algum game com Con-
quer no nome. Isso facilitou muito as minhas
contribuições ao projeto e é claro que vai facili-
Maiores informações:
tar ainda mais para quem mais quiser ajudar.
[1] Blog Infog
O outro caso aconteceu pouco antes de eu http://infog.casoft.info/?p=232
escrever este texto, em Julho/2009, e segue a
mesma linha. Eu vi um anúncio[5] no site Br-Li- [2] Projeto PyGame
nux.org de um script para documentar uma má- http://pygame.org/news.html
quina, mais precisamente um servidor, rodando
Debian GNU/Linux. Achei o script muito interes- [3] Projeto PyConquer
sante e em poucos minutos acrescentei algu- http://pyconquer.googlecode.com/
mas funcionalidades a ele e então me
comuniquei com o desenvolvedor original. E lá [4] Projeto Slay
se foi a mesma história, eu o pedi para que colo- http://www.windowsgames.co.uk/slay.html
casse o script em algum serviço que hospeda
projetos de software livre e ele foi atrás e hospe- [5] Notícia veiculada no site Br-Linux
dou o projeto e também outros projetos dele. http://br-linux.org/2009/script-para-gerar-documentacao-
Esse tipo de coisa já me aconteceu algu- de-servidores-debian-gnulinux/
mas outras vezes e eu fico me perguntando o
motivo de os desenvolvedores não buscarem es- [6] Site de Aurélio Verde
tes serviços assim que iniciam um projeto ou pe- http://aurelio.wordpress.com/
lo menos antes de lançarem as primeiras
versões. O estilo “Caverninha My Precious”, fra- [7] A Catedral e o Bazar, escrito por Eric S. Raymond
se do Aurélio Verde[6], é muito utilizado por aí, http://catb.org/esr/writings/cathedral-bazaar/cathedral-
mas acredito que a grande maioria seja mais bazaar/ar01s04.html
por não conhecer as ferramentas do que por que-
rer esconder os estágios iniciais dos seus softwa-
res. Lembrem-se sempre do famoso “Release
Early, Release Often[7]” dito por Eric S. Ray- EVALDO JUNIOR (InFog) é formado pela
Fatec em processamento de dados e
mond em “A Catedral e o Bazar”, e acreditem atualmente é desenvolvedor, administrador
que essa frase faz muito sentido. de sistemas e membro da comunidade de
software livre.
Se você está iniciando um projeto não te-
nha medo de mostra-lo para o mundo, procure
serviços como o SourceForge, o Coogle Code e

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EM DEBATE · MÍDIAS COLABORATIVAS E CENSURA NA CRISE EM HONDURAS

MÍDIAS COLABORATIVAS E
CENSURA NA CRISE EM HONDURAS:
Podem parar as rotativas,
mas calar o grito dos oprimidos jamais
Por Yuri Almeida
Yamil Gonzales - Flickr.com

Década de 60. A América Latina era palco


de inúmeros golpes militares, patrocinados pe-
los Estados Unidos, visando consolidar o capita-
lismo na região e afastar o spectro do
comunismo dos países latinos. Os governos gol-
pistas contavam com o apoio dos meios de co-
municação de massa, que eram de propriedade
de grandes famílias e grupos industriais subser-
vientes ao capitalismo internacional. Os jornais
que se rebelavam contra o golpe eram censura-
dos e, quando eram autorizados a veicularem
notícias, ocorria sob forte “filtro censor”. Desta
forma, a repressão, as torturas e mazelas en-
frentadas pela sociedade eram silenciadas pe-
los jornais e ocultadas da esfera de visibilidade
pública.
Junho/Julho de 2009, Honduras. Golpe
articulado pelo Legislativo, Judiciário e Forças

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EM DEBATE · MÍDIAS COLABORATIVAS E CENSURA NA CRISE EM HONDURAS

Armadas (com “consultoria” dos Estados Uni- Uma prova deste fenômeno é o projeto colabora-
dos) expulsa de Honduras o presidente eleito, tivo HablaHonduras, que tem por objetivo dar
Manuel Zelaya, que deixa o país sob a mira de voz aos cidadãos insatisfeitos com a crise políti-
um fuzil. Os golpistas elegem o presidente do ca instaurada no país. Muito além de um espaço
Parlamento de Honduras, Roberto Micheletti, co- destinado à produção colaborativa de conteúdo,
mo o novo presidente, para desgosto popular. O o HablaHonduras adicionou as informações e
povo se levanta, vai às ruas e exige o retorno de opiniões que circulam em blogs, rádios e até o
Zelaya. Como resposta recebe tiros do Exército. Twitter em sua página, constituindo desta forma
O confronto deixa civis mortos e feridos. um espaço para o debate público sobre a situa-
Micheletti, temeroso da revolta popular, de- ção política do país.
Foto: MiMundo.org
creta estado de sítio no país, proíbe organiza-
ção popular em via pública, inicia uma caça aos
opositores, censura rádios, jornais e emissoras
de televisão. A velha tática de “silenciar” o grito
dos oprimidos teria êxitos se não fosse a rede
mundial de computadores. Através e com auxí-
lio da Internet, a sociedade civil organizada arti-
cula mobilizações, cria canais alternativos de
informações e, colaborativamente, consegue
romper a censura e denunciar à comunidade in-
ternacional a crise política instaurada no país.
Foto: Yamil Gonzales

Figura 2: Apesar da violência policial, manifestantes demonstram


resistência

O poder das mídias colaborativas torna-se


mais evidente em momentos de “anormalida-
des” na política de um país/estado/cidade. As-
sim como no Irã, e agora com o clima tenso em
Honduras, revela que a esfera de visibilidade pú-
blica mudou radicalmente após a liberação do
pólo emissor, ou seja, a possibilidade que as no-
vas tecnologias de informação e comunicação
(TIC's) e a cibercultura trouxeram para cada ci-
Figura 1: População protesta contra golpe em Honduras dadão em informar/reportar/noticiar os fatos, re-
sulta em uma contra-hegemonia informativa
Neste caso, especificamente, a conexão à fundamental para esclarecer a sociedade sobre
rede mundial de computadores e a liberação no a realidade das ações e afastar a alienação do
pólo de emissão da informação, proporcionada tradicional “está tudo sobre controle” e “precisa-
pela internet, é capaz de gerar uma nova dimen- mos deter o comunismo em nosso país”.
são da realidade política e visibilidade pública so- Napoleão Bonaparte, que entrou para a his-
bre Honduras. Cabe destacar também, como os tória como um grande estrategista militar, disse
blogueiros e os repórteres-cidadãos tornam-se certa vez: “Tenho mais medo de três jornais do
protagonistas na produção da visibilidade públi- que de cem baionetas”. O que diria hoje o gene-
ca e fontes valiosas para os medias tradicionais. ral francês ao presenciar que cada SMS, ima-

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EM DEBATE · MÍDIAS COLABORATIVAS E CENSURA NA CRISE EM HONDURAS

gem e tweet se converte em uma arma contra a mento para mobilização popular e manifestação
censura, contra a tentativa de se “abafar” a críti- por garantia da democracia e denuncia a viola-
ca? ção de direitos humanos.
Foto: Reprodução/ Jacques-Louis David
Até o fechamento deste artigo, em 15 de ju-
lho de 2009, ainda não foi encontrada uma solu-
ção para o fim do golpe. Navegando pela Web
lê-se relatos da violência publicados em blogs,
no Twitter, em sites colaborativos. Fotos e víde-
os circulam em sites de compartilhamento reve-
lando as faces da tirania e as manchas de
sangue após cada atentado contra os manifes-
tantes. Rádios e jornais, contrários ao golpe, en-
contram na Internet um campo fértil para criticar
o abuso de poder do governo golpista. Se corta-
rem o sinal da TV, não faz mal, através das fer-
ramentas de streaming as imagens de soldados
atirando contra jovens desarmados ganham o
mundo e causam comoção internacional. Eles
podem parar as rotativas, mas calar o grito dos
oprimidos jamais.
Figura 3: O que Napoleão diria sobre as
mídias colaborativas?

Vale destacar que não é apenas na esfera


YURI ALMEIDA é jornalista, especialista
comunicativa que as TIC's e a cibercultura exer- em Jornalismo Contemporâneo,
cem sua influencia, mas também no campo políti- pesquisador do jornalismo colaborativo e
edita o blog herdeirodocaos.com sobre
co, pois trouxeram consigo a expectativa de cibercultura, novas tecnologias e
auxiliar o déficit democrático da sociedade con- jornalismo. Contato: hdocaos@gmail.com /
twitter.com/herdeirodocaos
temporânea e romper com a falta de interesse
pela coisa pública. O ciberespaço é um prolonga-

Acesse www.blender.pro.br para maiores informações.

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SYSADMIN · CONHECENDO O NETBSD

Conhecendo o
NetBSD
Começando pela
configuração de rede!

Por Alan MeC Lacerda

Muitas pessoas admiram os sistemas ope- Características do sistema


racionais da família BSD (os mais conhecidos
Após a instalação, muitos se surpreendem
são: FreeBSD, OpenBSD, NetBSD e Dragon-
ao ver que não conseguem usar a tecla TAB pa-
FlyBSD), mas poucos são os que se arriscam a
ra completar os comandos na console. Isso se
peitar esses sistemas. Realmente os BSDs são,
dá por que o shell (interpretador de comandos)
em muito, superiores à maioria dos sistemas ope-
padrão do NetBSD não é o bash, como aconte-
racionais existentes quanto a robustez e seguran-
ce com a devastadora maioria dos GNU/Linux.
ça (deixando até mesmo o GNU/Linux para trás).
O shell padrão dele é o sh. Mas é claro que é
Se você deseja iniciar a jornada no mundo possível, em poucos e simples passos, realizar
dos BSDs não existe uma opção melhor que co- a instalação do bash também no NetBSD e dis-
meçar com o NetBSD, um sistema bastante sim- por das facilidades desse shell fantástico.
ples de se gerenciar, até a compilação do
Quanto aos comandos utilizados no
kernel, que geralmente é a pedra no sapato dos
NetBSD (ou nos demais BSDs) não se difere
iniciantes, é muito simples. Caso você sinta difi-
muito do que os usuários do GNU/Linux já estão
culdade na instalação do NetBSD procure infor-
acostumados a usar. Isso se dá pelo fato de to-
mações na terceira edição desta revista, onde
dos eles terem a mesma origem indireta – o sis-
demonstramos como instalar o NetBSD passo-a-
tema operacional UNIX. Mas alguns comandos
passo.
se comportam de maneira diferente, por exem-
O NetBSD é conhecido em especial por plo o comando ifconfig usado para exibir e confi-
ser um sistema que roda em tudo, até em uma gurar o endereço IP. Se, no GNU/Linux, você
torradeira de pão (http://www.embedde- digitar o comando sem nenhuma opção ele exibi-
darm.com/software/arm-netbsd-toaster.php). En- rá para você a lista de interfaces de rede dispo-
tão se você tem um computador antigo em sua níveis e seus respectivos endereçamentos, já
casa, quer fazer algo de útil com ele mas não sa- no NetBSD, se você digitar o comando sem op-
bia qual sistema operacional usar, agora já sabe! ções e pressionar enter, uma lista de opções se-
rá exibida na tela mostrando que sem opções

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SYSADMIN · CONHECENDO O NETBSD

não é possível usar o comando. interface.


Caso queira exibir a lista de interfaces de
rede e seus respectivos endereços, use o coman- Configurações de rede
do:
Se o seu sistema estiver em uma rede que
# ifconfig -a distribui endereços IP por DHCP, e então, caso
ainda não esteja com endereçamento e queira
Configurações básicas adquirir um IP, basta digitar o comando dhclient
É importante, principalmente em servido- e as configurações de rede serão atribuídas di-
res, definir o nome da máquina. Por padrão o no- namicamente ao seu computador. Mas caso
me da máquina vem em branco, isso pode ser queira definir manualmente as configurações de
verificado com o comando a seguir: rede, manipularemos mais de uma opção. Siga
os passos a seguir.

# hostname
# Descubra o nome da sua placa de rede:
# ifconfig -a
Observe que nada foi retornado. Para defi-
nir o nome da máquina em tempo de execução Em meu caso as placas de rede retorna-
(só é válido até que a máquina seja reiniciada) das foram: pcn0 e lo0. A lo0 é a placa virtual (lo-
use o próprio comando hostname seguido pelo opback), sendo assim a outra é a minha placa
nome desejado, exemplo: física.

# hostname interface Defina o endereço e a mascara de rede


# hostname #ifconfig pcn0 172.31.255.10 netmask
interface 255.255.255.0
#
Se você não definir a máscara de rede, o
Agora, após a definição do nome na primei- sistema irá definir a máscara padrão para a clas-
ra linha, temos um retorno para o comando host- se do IP digitado, neste caso ele definiria a más-
name, mas essa configuração feita em tempo cara 255.255.0.0 ao invés da máscara
de execução não permanecerá caso a máquina desejada. Por isso bastante atenção na hora da
reinicie. Para manter o nome mesmo em caso definição do endereçamento para que você não
de reinicialização crie o arquivo, pois ele não perca tempo por ter se atrapalhado com uma
existe por padrão, /etc/myname e lá dentro colo- coisa tão simples quanto a definição da másca-
que nada mais que o nome desejado. Exemplo: ra de rede.

# echo interface > /etc/myname Configure a saída padrão


# cat /etc/myname Mais conhecido como gateway padrão, ele
interface é o responsável por permitir que nos conecte-
mos a redes diferentes da nossa (mais freqüen-
Pronto, desta forma na próxima vez que o temente a internet). Para definir em tempo de
computador reiniciar o nome permanecerá como execução qual a saída padrão (volto a repetir,

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SYSADMIN · CONHECENDO O NETBSD

configurações em tempo de execução não têm # echo "nameserver 172.31.255.254" > /etc/re-
validada caso a máquina reinicie) digite o seguin- solv.conf
te comando: # cat /etc/resolv.conf
nameserver 172.31.255.254

# route add default 172.31.255.254


Com essas configurações você terá aces-
so à Internet através do seu NetBSD. Pode usar
Com esta configuração você já será capaz o velho teste do ping para algum site conhecido.
de pingar para IPs na Internet (caso a faixa de
endereçamento de sua rede tenha sido correta- Por enquanto ficaremos por aqui, em bre-
mente definida no lugar dos endereçamentos do ve voltaremos a falar sobre esse sistema. Este
exemplo). artigo é apenas um duma série que estamos ini-
ciando sobre a família BSD. Iremos seguir com
os assuntos até podermos falar em segurança
Para que a configuração da saída padrão de redes usando os sistemas BSDs.
permaneça em caso de reinicialização da máqui-
na é necessário criar o arquivo, pois por padrão
ele não existe, /etc/mygate e dentro dele colocar
nada mais que o endereço IP do gateway. Exem-
plo:

# echo 172.31.255.254 > /etc/mygate Maiores informações:


# cat /etc/mygate Site Oficial NetBSD:
172.31.255.254 http://www.netbsd.org

ALAN MeC LACERDA é formando em


Configure o resolvedor de nomes (DNS) Tecnologia de Redes de Computadores.
Amante de segurança de redes e
Para tal insira no arquivo /etc/resolv.conf a programação desde a infância. Co-fundador
entrada nameserver seguida pelo IP do servidor da Célula de software livre da Universidade
Jorge Amado. Consultor de Redes e
DNS. Exemplo: sistemas operacionais há 7 anos.

www.consegi.gov.br

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JURIS · SPAM

hu
c.
sx
i-
sk
ew
rz
ha
ac
lZ
Problemas da

ha
ic
M
modernidade: o lixo
eletrônico da Internet -
Spam
Por Walter Aranha Capanema

Sem sombra de dúvida, a Internet revoluci-


onou todos os setores da sociedade, permitindo
uma interação entre pessoas do mundo todo,
em uma troca contínua de informações, dados e
sentimentos, através de uma importante ferra-
menta de comunicação: o correio eletrônico -
email.
Essa possibilidade de contato direto, per-
manente e rápido também trouxe efeitos negati-
vos para esse novo mundo conectado.
Indivíduos inescrupulosos passaram a utilizar o
correio eletrônico como forma de distribuição de
suas mensagens publicitárias, que não foram so-

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JURIS · SPAM

licitadas pelos respectivos destinatários, originan-


do o fenômeno do spam[1].
O spam, em uma análise superficial, pode- O spam, em
ria parecer uma versão eletrônica daqueles folhe-
tos de publicidade que são distribuídos nas ruas
uma análise superficial,
das grandes cidades e, assim, tratar-se de um
mero aborrecimento ao destinatário que, para
poderia parecer uma
se livrar de tal incômodo, bastaria apagar a men- versão eletrônica
sagem.
Todavia, os danos causados pelo spam
daqueles folhetos de
são muito maiores do que se pode imaginar, cau-
sando prejuízos tanto à Internet, quanto aos pro-
publicidade que são
vedores e aos usuários. No que tange à distribuídos nas grandes
Internet, essa praga digital é responsável por cer-
ca de 95% de todo o tráfego de emails no mun- cidades...
do, equivalente a mais de 150 bilhões de
Walter Capanema
mensagens[2], o que provoca um imenso conges-
tionamento de dados, o que, em um futuro, pode-
rá provocar um colapso. Quanto aos
provedores, há grandes despesas com armaze- ao indefeso usuário o ônus de ter de se desca-
namento dessas mensagens, o que os transfor- dastrar em todas as listas de emails em que ele
ma em verdadeiros “depósitos de lixo foi indevidamente inserido.
eletrônico”. E, em relação aos usuários, há a pos- O outro sistema, adotado por países como
sibilidade real de suas caixas-postais ficarem lo- Austrália, é denominado de opt-in, ao estipular
tadas dessas mensagens, de sorte a que a mensagem publicitária só poderá ser envi-
impossibilitar o recebimento de outras mais im- ada ao destinatário se for previamente solicitada
portantes. por ele, o que protege a privacidade e os direi-
Os danos causados pelo spam despertou a aten- tos do consumidor[11]. Não foi por acaso que a
ção das nações do mundo, surgindo leis em paí- lei australiana foi considerada uma das mais pe-
ses como os Estados Unidos (2003)[3], sadas do mundo, de sorte a diminuir considera-
Espanha (2002)[4], Finlândia (2004)[5], Portugal velmente o envio de spam no país[12].
(2004)[6], Itália (2003)[7], Coréia do Sul O Brasil, por sua vez, não possui nenhuma
(2001)[8], Austrália (2003)[9] e , mais recente- lei que trate especificamente sobre o tema. To-
mente, Nova Zelândia (2007)[10]. O spam tam- davia, existem diversos projetos de lei munici-
bém foi combatido pela Diretriz 2002/58/EC da pais[13], estaduais[14] e federais[15] antispam,
União Européia, estabelecendo regras de obser- sendo que a maioria deles, infelizmente, procura
vância obrigatória pelos Estados-membros. adotar o sistema opt-out, que já se mostrou fa-
As leis dos Estados Unidos e da Coréia do lho e inofensivo ao combate do spam.
Sul adotam o entendimento no qual é lícito ao re- No entanto, o spam pode ser configurado
metente enviar ao destinatário publicidade não como publicidade enganosa e abusiva, confor-
solicitada, mas desde que permita a este último me determina o art. 37 e §§ 1º e 2º, do Código
a faculdade de não mais receber tais mensa- de Defesa do Consumidor. Na esfera criminal,
gens, o que se convencionou chamar de siste- há entendimento isolado no sentido de que tipifi-
ma opt-out, que já nasceu falho, pois transfere ca o crime do art. 265 do Código Penal[16].

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JURIS · SPAM

Maiores informações e referências:


O spam pode [1] "A expressão spam não tem sua origem no mundo tec-
nológico, mas em uma marca de carne enlatada com o
ser configurado como pu- mesmo nome, produzido pela empresa americana Hor-
mel Foods Corporation. Com o desenrolar da II Guerra
blicidade enganosa e Mundial no continente europeu, tal produto era um dos

abusiva, conforme deter- poucos permitidos no grave racionamento de suprimen-


tos da Inglaterra. Por isso, o grupo humorístico inglês
mina o art. 37 e §§ 1º e Monty Python, em seu programa de televisão, criou um es-
quete em um bar, todos os pratos do menu teriam como i
2º, do Código de Defesa ngrediente “Spam”. Havia personagens vestidos como vi-
kings sempre repetindo “spam”, o que mostrava como os
do Consumidor. ingleses não aguentavam mais consumir tal produto.Ten-
do em vista que grande parte dos tecnólogos é fã desse
Walter Capanema grupo, adotou-se tal expressão para significar o email re-
petitivo, cansativo e insuportável”.

Enquanto permanece a lacuna legislativa, [2] Precisariam de quase 3 milhões de cdroms para arma-
o spam cresce no Brasil[17], que se tornou o 6º zenar essa quantidade de dados. Cálculo do autor
país[18] que mais envia spam no mundo, e é PANDALABS. Annual Report PandaLabs 2007. Disponí-
um dos líderes mundiais no envio de fraudes vel em: <http://www.pandasecurity.com/homeusers/secu-
através de mensagens não solicitadas, o denomi- rity-info/tools/reports>. Acesso em: 19 jan. 2008.
nado phishing scam. Surge também novas for-
mas de spam, seja permitindo o seu [3] A lei norte-americana, denominada de CAN SPAM Act
recebimento por outros dispositivos, como telefo- of 2003, entrou em vigor em 1° de Janeiro de 2004, no go-
nes celulares e palmtops, seja ampliando seu es- verno do Presidente George W. Bush. Seu objetivo era
pectro de lesividade, de sorte a estimular a criar um padrão de regras para o envio de emails de con-
compra de ações negociáveis em bolsas de valo- teúdo comercial. Revogou as leis estaduais em tudo que
res[19]. não tratam de estelionato ou falsidade via email.
Portanto, o legislador brasileiro deveria
aproveitar a inaceitável demora legislativa para [4] A Espanha criou a Lei 34/2002, publicada em 11 de ju-
aprender com as falhas cometidas pelas outras lho de 2002, para regular os serviços da sociedade de in-
nações, de sorte a adotar os posicionamentos formação e do comércio eletrônico.
que sejam mais eficazes no combate ao spam.
A experiência comprova que o sistema opt-in, [5] A Finlândia aprovou o Act on the Protection of Privacy
que exige a prévia autorização do remetente pa- in Electronic Communication, vigente desde 1o de Setem-
ra enviar uma mensagem publicitária, é o mais bro de 2004.
correto e o que valoriza a privacidade e a liberda-
de do consumidor-destinatário. [6] Decreto-Lei n° 7/2004, de 7 de janeiro de 2004.

Precisamos evitar que a Internet, que é [7] Decreto Legislativo nº 196, de 30 de junho de 2003.
uma ferramenta tão importante para a dissemina-
ção de cultura e informação fique inviabilizada [8] Act on Promotion of Information and Communication
pelo “engarrafamento” de spam. Network Utilization and information Protection, vigente des-
de 1° de julho de 2001.

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JURIS · SPAM

los Valadares.
[9] A lei australiana, denominada Spam Act 2003, entrou
em vigor em 12.12.2003, sendo que as normas que tra- [16] Entende Amaro Moraes e Silva Neto que o envio de
tam de penalidades só entraram em vigor 120 dias depois. spam constitui o crime do art. 265, CP, sob o fundamento
de que a internet é um serviço público de comunicações,
[10] A Nova Zelândia aprovou em março de 2007 sua lei pois o envio de muitos emails por um spammer atentaria
anti-spam, denominada Unsolicited Electronic Messages contra a segurança e o funcionamento da rede, que sofre-
Act, com uma vacatio legis de 6 meses. ria com o excessivo fluxo de dados. SILVA NETO, Amaro
Moraes. Emails indesejados à luz do direito. Quartier La-
[11] Há algumas variações do sistema opt-in, como o deno- tin. São Paulo: 2002. p. 135-137.
minado soft opt-in, que é uma versão mais branda, na
qual, como via de regra, exige-se a concordância do desti- [17] Segundo estatísticas do CERT.br - Centro de Estu-
natário em receber as mensagens publicitárias, mas cria a dos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança
exceção em caso da existência de prévia relação comerci- no Brasil, foram reportados ao órgão, em 2005, 2.414.200
al entre as partes. Seria o caso, por exemplo, do consumi- spams, 3.403.430 em 2006, e um declínio no ano de
dor que realiza uma compra de uma televisão em um site 2007, com 2.446.154 notificações. CENTRO DE ESTU-
e, assim, passa a receber mensagens publicitárias de pro- DOS, RESPOSTA E TRATAMENTO DE INCIDENTES
dutos relacionados com o que comprou (aparelhos de DE SEGURANÇA NO BRASIL - CERT.BR. Estatísticas
DVD, home theathers etc). A União Européia adotou um de Notificações de Spam Reportadas ao CERT.br. Dispo-
sistema duplo: para as pessoas físicas, o soft opt-in, para nível em: <http://www.cert.br/stats/spam/>. Acesso em: 15
as pessoas jurídicas, o opt-out. jan. 2008.

[12] DIGITAL ECONOMY OF CANADA. International [18] SOPHOS. Sophos reveals dirty dozen spam-relaying
Spam Measures Compared - Part III: Analysis of the Effecti- nations. Disponível em < http://www.sophos.com/pressoffi-
veness of Various Anti-Spam Efforts. Disponível em ce/news/articles/2007/07/dirtydozjul07.html>.Acessado
<http://www.e-com.ic.gc.ca/epic/site/ecic-ce- em 15.jan.2008.
ac.nsf/en/gv00344e.html>. Acessado em 14.fev.2007.
[19] Esse tipo de spam recebeu o nome de stock touting
[13] Projeto de Lei 669/03, do vereador Goulart, perante a spam (spam para a corretagem de ações), e visa manipu-
Câmara Municipal de São Paulo. lar a bolsa de valores. Há um excelente trabalho de pes-
quisadores das Faculdades de Direito de Harvard e
[14] Projeto de Lei nº 574/2003, deputado estadual Ênio Oxford sobre os efeitos desse tipo de spam. FRIEDER,
Tatto (SP) e o n° 3.088/2006, proposto pelo deputado Alti- Laura, ZITTRAIN, Jonathan. Spam Works: Evidence from
neu Cortes (RJ). Stock Touts and Corresponding Market Activity Disponí-
vel em <http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abs-
[15] Na Câmara dos Deputados: PLCs n° 7093/2002 - De- tract_id=920553>. Acessado em 03.mai.2007.
putado Ivan Paixão; n° 757/2003 – Deputado José Carlos
Martinez, 2186/2003 – Deputado Ronaldo Vasconcellos;
Substitutivo do PL n° 2186/2003 – Deputado Nelson Proen-
ça; n° 2423/2003 – Deputado Chico da Princesa; n°
2766/2003 – Deputado Milton Monti; n° 3731/2003 – Depu- WALTER CAPANEMA é professor da
Escola da Magistratura do Estado do Rio de
tado Takayama; n° 3872/2004 – Deputado Eduardo Paes; Janeiro – EMERJ (Brasil). Formado pela
n° 169/2007 - Deputada Professora Raquel Teixeira; Universidade Santa Úrsula - USU. Advogado
1227/2007 – Deputado Eduardo Gomes. No Senado: no Estado do Rio de Janeiro. Email:
waltercapanema@globo.com
PLSs nº 367/2003 – Senador Hélio Costa; nº 21/2004 – Se-
nador Duciomar Costa; nº 36/2004 – Senador Antônio Car-

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GRÁFICOS · COMPUTAÇÃO GRÁFICA E SOFTWARE LIVRE

Computação
Gráfica e
Software Livre
Parte 1
Por Luiz Eduardo Borges

A Computação Gráfica (CG) é a área da Ci- No caso dos jogos, que na verdade são
ência da Computação que estuda a geração, re- uma forma de simulação interativa que faz uso
presentação e manipulação de conteúdo visual de recursos visuais para aumentar a sensação
em sistemas computacionais e tem aplicação de realismo, muitas vezes chamada de imersão,
em várias áreas do conhecimento humano. e com isso, enriquecer a experiência do jogador.
Simulações, por exemplo, são sistemas Outra aplicação é a visualização, como di-
que empregam cálculos matemáticos para imitar zia um antigo ditado popular: "uma imagem vale
um ou mais aspectos de um fenômeno ou pro- por mil palavas", e isso é mais verdadeiro ainda
cesso que existe no mundo real. Simulações per- quando é necessário interpretar grandes quanti-
mitem entender melhor como o experimento real dades de dados, como acontece em diversas ati-
funciona e verificar cenários alternativos com ou- vidades cientificas, médicas e de engenharia.
tras condições.

Figura 1: Uma área de aplicação para Computação Gráfica: Games Figura 2: CG é usada em áreas como engenharia e arquitetura de
diversas formas, como na criação de maquetes virtuais

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GRÁFICOS · COMPUTAÇÃO GRÁFICA E SOFTWARE LIVRE

ções sobre cor, chamados de elementos de ima-


gem (picture element, geralmente abreviado
como pixel). Esta forma requer algoritmos com-
plexos para ser manipulada e armazenada, devi-
do ao volume de dados e a operações, como
interpolar valores durante um redimensionamen-
to, por exemplo.
A segunda forma são as imagens vetori-
ais, que são descritas através de entidades ma-
temáticas que representam a geometria da
imagem (linhas, polígonos, texto e outros). Esta
forma é menos exigente em termos de recursos
computacionais e não apresenta problemas as-
Figura 3: Uma image bitmap gerada por uma câmera digital. No lado
sociados a redimensionamento, porém não per-
direito, uma parte da imagem ampliada mite muitas operações que o mapa de bits
viabiliza.
Áreas como geografia, cartografia e geolo-
gia demandam por GIS (Geographic Information Entre outras formas de representação, é in-
Systems / Sistemas de Informações Geográfi- teressante destacar os fractais, em que as co-
cas), que representam topologias e dados associ- res dos pixels são geradas através de
ados, tais como altura, umidade e outros. algoritmos.

A engenharia e atividades afins usam ferra- Estas formas de representação levaram ao


mentas CAD (Computer Aided Design / projeto surgimento de vários formatos de arquivo para
assistido por computador) para facilitar a criação armazenamento de imagens, inclusive abertos,
de desenhos técnicos para componentes ou pe- como o PNG (Portable Network Graphics), que
ças de maquinaria. suporta imagens raster, com transparência inclu-
sive, e o SVG (Scalable Vectorial Graphics), pa-
Além disso, várias formas de arte se benefi- ra imagens vetoriais, mapas de bits e até
ciam da CG, como o cinema, principalmente pa- animações. Ambos são homologados pelo W3C
ra a criação de efeitos especiais. A CG também (World Wide Web Consortium).
permitiu o surgimento novas formas de arte, em
usam um ambiente digital como mídia, como por
exemplo a animação em três dimensões (3D).

Mapas de bits versus vetores


É muito comum representar uma informa-
ção visual em forma bidimensional (2D), seja
em fotos, gráficos impressos ou em uma tela de
LCD. Existem duas formas para a representa-
ção de imagens bidimensionais amplamente utili-
zadas.
A primeira é o mapa de bits (bitmap) ou
raster, onde a imagem é representada como
Figura 4: Uma image vetorial produzida no Inkscape. No lado direito,
uma matriz bidimensional de pontos com informa- uma parte da imagem ampliada

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GRÁFICOS · COMPUTAÇÃO GRÁFICA E SOFTWARE LIVRE

plementar novas funcionalidades.


Com uma proposta diferente, ImageMa-
gick é um conjunto de ferramentas para proces-
sar imagens raster, feito basicamente para uso
através de linha de comando ou através de lin-
guagens de programação.
Na área de manipulação de imagens vetori-
ais, Inkscape é um editor bastante completo,
que utiliza o formato SVG como padrão.
Especializado em GIS, MapServer é uma
plataforma para desenvolvimento e publicação
na Web com suporte a diversas linguagens e for-
matos.
Figura 5: Tela do GIMP
Na próxima parte: 3D.
Aplicativos
Existem hoje vários aplicativos livres e pa- Maiores informações:
drões abertos voltados para CG que estão em es- [1] Site oficial GIMP
tado avançado de maturidade. http://www.gimp.org

GIMP (GNU Image Manipulation Program)


[2] Site oficial Imagemagick
é um software bastante conhecido, que imple-
http://www.imagemagick.org
menta várias ferramentas para processamento e
edição de imagens bitmap (com alguns recursos
[3] Site oficial Inkscape
vetoriais, para lidar com texto, por exemplo),
http://www.inkscape.org
além de algoritmos de conversão para diversos
formatos. Permite a manipulação de imagens
[4] Site oficial Mapserver.org
compostas de múltiplas camadas e possui uma
http://mapserver.org
arquitetura baseada em plugins que permite im-
[5] Artigo sobre SVG na Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/SVG

[6] Artigo sobre PNG na Wikipedia


http://pt.wikipedia.org/wiki/PNG

[7] Artigo sobre CAD na Wikipedia


http://pt.wikipedia.org/wiki/CAD

LUIZ EDUARDO BORGES é autor do livro


Python para Desenvolvedores, analista
de sistemas na Petrobras, com pós
graduação em Ciência da Computação
pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ) e criou o blog Ark4n
Figura 6: Tela do Inkscape [http://ark4n.wordpress.com/].

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SOFTWARE PÚBLICO · LINUX EDUCACIONAL

Linux Educacional:
Um sistema para os ambientes de educação
Por Regiane Carvalho

O Linux Educacional é uma distribuição


GNU/Linux, disponibilizada desde 2006 para as
escolas públicas brasileiras através do Progra-
ma Nacional de Tecnologia Educacional
(PROINFO). A versão 3.0 do Linux Educacional
é baseada no Kubuntu, e foi customizada pelo
Analista de Testes Francisco Willian Saldanha.
O propósito do Linux Educacional é facilitar
a utilização de um sistema GNU/Linux em ambi-
entes de informática voltados para a educação.
Neste contexto, o sistema operacional GNU/Li-
nux proporciona maior liberdade de personaliza-
ção do ambiente do usuário.
Escolher um sistema operacional é mais
que uma escolha tecnológica. Um sistema ope-
racional define os aplicativos usados e os recur-
sos a serem embarcados em um computador.
Nesse ponto está uma das principais diferenças
entre o Gnu/Linux e os demais sistemas operaci-
onais existentes para os computadores. A outra
é ser um software livre, possível de ser modifica-
do, de código aberto e gratuito.

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SOFTWARE PÚBLICO · LINUX EDUCACIONAL

entre outros.
O trabalho de identidade visual do desktop
do Linux Educacional é feito por Claudia Quei-
roz, que trabalha no desenvolvimento de bo-
tões, ícones e papéis de parede.

Edubar
A barra localizada na parte superior da
Área de Trabalho permite ao usuário um acesso
rápido aos conteúdos educacionais e aplicati-
vos. Esta barra, denominada “Edubar”, foi capta-
da do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
de Regiane Soares de Carvalho - Curso de En-
Figura 1: Área de Trabalho do Linux Educacional versão 3.0
genharia da Computação da Universidade Esta-
dual do Amazonas - (UEA) e inserido no Linux
Educacional a partir da versão 2.0. Na versão
“O Linux Educacional suporta e oferece pro-
atual foi implementado em JAVA pelo Analista
gramas com características educacionais – apli-
de Sistemas Milton César de Souza Leite.
cativos, linguagens de programação (Logo),
sistemas de autoria (Squeak), utilitários, acessóri-
os, entre outros – e conteúdos categorizados do
currículo e recursos educacionais – vídeos edu-
cacionais da TV Escola, objetos de aprendiza-
gem do Banco de Conteúdos, obras literárias e Figura 2: Edubar
outras produções técnicas, científicas e artísti-
cas, que o torna em mais um recurso da estraté- Conteúdos Educacionais
gia de inovação da prática educativa com o A Edubar é uma forma simples e elegante
suporte das tecnologias, que pode ser encami- de acessar os conteúdos educacionais disponibi-
nhada tanto em sala de aula (ou no “laboratório” lizados pelo Ministério da Educação. Através de
de informática) ou com laptops educacionais co- um repositório Debian de Conteúdos, os usuári-
nectados, ou outros portáteis de uso pessoais / os com a acesso a Internet possuem à disposi-
individuais ”, descreve o Mestre em Educação e ção conteúdos que compreendem 2.583 Obras
Coordenador de Política em Tecnologia Educaci- do Portal Domínio Público e 508 Vídeos da TV
onal da Secretaria de Educação a Distância do Escola. Estes conteúdos já estão presentes na
Ministério da Educação (SEED-MEC), Pedro instalação dos computadores entregues pelo
Ferreira de Andrade. PROINFO para as escolas públicas. Desta for-
O ambiente gráfico da distribuição é o KDE ma, nas escolas onde não há acesso à inter-
(K Desktop Environment), software de origem net, o acesso a uma parte do acervo está
alemã, que inclui um gerenciador de janelas e garantido.
uma plataforma de desenvolvimento de código
aberto, desenvolvido com base na biblioteca Qt.
Além de dar sentido à parte gráfica do sistema Ferramenta de Busca
operacional, também oferece uma gama de apli- Visando facilitar a busca dos conteúdos
cativos para multimídia, utilitários de escritório, educacionais, a “Ferramenta de Busca”, possi-
rede, impressoras, gerenciamento de usuários, bilita pesquisar os conteúdos por tipo de Mídia

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SOFTWARE PÚBLICO · LINUX EDUCACIONAL

(Texto, Som, Imagem e Vídeo), Categoria (Ensi- Contribua com o Linux Educacional
no Médio, Salto para o Futuro, História, Língua Participe você também da comunidade do
Portuguesa, Educação Especial, Escola/Educa- Linux Educacional através do http://www.softwa-
ção, Ciências, Ética, Matemática, Literatura, Geo- republico.gov.br.
grafia, Pluralidade Cultural, Arte, Saúde,
Educação Física, Literatura Infantil, Recortes, Ar-
tes, Filosofia, Biologia Geral, Psicologia, Literatu- Maiores informações:
ra de Cordel, Hinos, Teologia), Autor e Título. Software Público
http://www.softwarepublico.gov.br

Linux Educacional
http://webeduc.mec.gov.br/linuxeducacional/

Banco Internacional de Objetos Educacionais


http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/

Portal Domínio Público


http://www.dominiopublico.gov.br/

Portal do Professor
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

KDE
http://www.kde.org/

Kubuntu
Figura 3: Ferramenta de Busca de Conteúdos http://www.kubuntu.org/

Em 25 de junho de 2009, durante o 10o Fó-


rum Internacional de Software Livre, o Linux Edu-
REGIANE CARVALHO é Engenheira da
cacional foi disponibilizado à sociedade Computação pela Universidade Estadual do
brasileira através do Portal do Software Público. Amazonas, usuária de software livre desde
2004, coordenadora da Comunidade Linux
Os interessados podem se cadastrar no Educacional, trabalha desde 2007 no Centro
de Experimentação em Tecnologia
Portal e participar da comunidade Linux Educaci- Educacional (CETE) do Ministério da
onal, contribuindo para que o projeto cresça de Educação no desenvolvimento do Linux
forma a favorecer os ambientes de educação. Educacional.

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EDUCAÇÃO · PROJETOS EDUCATIVOS COM SOFTWARE LIVRE

Implementando
projetos
educativos
inovadores
com software
livre
Por Sinara Duarte

Raja R - sxc.hu

Toca o sinal. O professor dos estudantes das séries ter-


chega na sala de aula, faz a minais, com raras exceções.
chamada, pede silêncio, escre- Para um jovem de 12, 14
ve alguns apontados no qua- anos, ávidos de curiosidade e
dro, faz alguns comentários, energia, passar quatro horas
passa a atividade de casa, e já passivelmente sentado, ouvin-
se passaram 50 minutos. Toca do o professor falar é um ato
o sinal. Lá vem outro profes- de “tortura”. O pior de tudo, é
sor, faz a chamada, pede silên- ainda levar o nome de indisci-
cio, escreve alguns plinado e desatento, como se
apontamentos... Enfim, quem a culpa fosse dele. E pense,
trabalha em escolas, de qual- que estamos nos tempos mo-
quer lugar do país, sabe que es- dernos, pois até poucas déca-
sa é a rotina diária da maioria das as cadeiras escolares

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EDUCAÇÃO · PROJETOS EDUCATIVOS COM SOFTWARE LIVRE

eram aparafusadas ao chão pa- dade? Como despertar a das revoluções educacionais
ra facilitar a organização da sa- curiosidade adormecida e mobi- ainda é o professor.
la de aula! lizar as energias juvenil para al- O laboratório de informáti-
Para os professores tam- go produtivo? Como ser ca educativa (LIE) é ambiente
bém é igualmente difícil repetir criativo e inovador neste contex- propício para o nascimento de
o mesmo conteúdo, por anos a to? idéias inovadoras. Até o nome
fio, com o mesmo entusiasmo São perguntas difíceis de é perfeito: Laboratório. Não é
da primeira vez. Quem atua no responder. Na educação não uma sala informatizada, pois
ensino público, sabe muito existe fórmulas prontas nem qualquer sala assim pode ser,
bem do que eu estou falando: mágicas. Cada escola, cada basta equipar com tudo de
turmas numerosas, currículos professor, cada aluno é singu- mais moderno e high tech da
engessados, professores sobre- lar. Esse é o nosso desafio diá- atualidade.
carregados, cobranças de to- rio! Já o laboratório é um lo-
das as partes, turmas muito Muitos acreditam que a in- cal diferente da sala de aula
heterogêneas, indisciplina, fal- trodução da tecnologia pode convencional, foi idealizado pa-
ta de recursos, desde o básico de fato revolucionar a sala de ra pesquisa, para manipulação
como papel até o mais avança- aula. De fato, a utilização da de dados, experimentação de
do, como internet na escola, tecnologia no ambiente escolar hipóteses, onde ora acerta-
por exemplo. contribui para essa mudança mos, ora erramos, mas sempre
Enfim, o fato é que quan- de paradigmas, sobretudo, pa- recomeçamos. Um verdadeiro
to mais se avança nos anos es- ra o aumento da motivação em convite a subversão!
colares, mais difícil é manter a aprender, pois as ferramentas Ao implementar projetos
motivação. A ciência e a experi- de informática exercem um de aprendizagem por meio da
ência provam que todo ser hu- enorme fascínio em nossos alu- incorporação das TICs – Tec-
mano é curioso, nos. Todavia, o computador nologias de Educação e Comu-
principalmente quando crian- não é uma panaceia para to- nicação, o professor passa a
ças ou adolescentes. Se a curi- dos os problemas educacio- ser um estimulador e facilitador
osidade é inata ao jovem nais, pelo contrário é um da aprendizagem de seus alu-
porque na escola, parecem tão grande aliado, mas sozinha, a nos e estes passam a ser ver-
desmotivados? E o mais impor- tecnologia não é capaz de mu- dadeiros pesquisadores,
tante: Como mudar essa reali- dar nada. O grande mentor sujeitos ativos, reflexivos e ci-
dadãos conscientes de seu pa-
pel na sociedade, atuantes e
participativos.
Trabalhar com projetos é
Ao adotar o uma forma de ressignificar o
software livre no contexto educa- espaço de educativo. O aluno
sai do papel de figurante para
tivo, contribuímos para a democra- protagonista da própria apren-
dizagem, participando ativa-
tização do saber... mente do próprio aprendizado,
por meio da experimentação,
Sinara Duarte da pesquisa em grupo, do estí-
mulo à dúvida, enfim, o aluno

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EDUCAÇÃO · PROJETOS EDUCATIVOS COM SOFTWARE LIVRE

se envolve mais e aprende mui- mo dizia a abertura de uma fa- tem como eixo estruturante a
to mais do que aprenderia nu- mosa série ficcional inclusão digital, faz-se necessá-
ma situação de simples “audaciosamente indo onde ne- rio abordar o contexto sócio-po-
receptor de informações. Na pe- nhum homem jamais este- lítico onde o mesmo foi
dagogia de projetos o aluno é ve...”Como diria o Dr. Spock: realizada.
instigado a produzir e acaba Vida longa e próspera ao O referido projeto foi reali-
por desenvolver a capacidade software livre! zado em uma escola pública
de selecionar, organizar, priori- Ao adotar o software livre educativa localizada em um
zar, analisar, sintetizar, tão ne- no contexto educativo, contribuí- bairro periférico da capital cea-
cessária nos dias atuais. mos para a democratização do rense marcado por graves pro-
Dentro desta perspectiva, saber, diminuindo o grande fos- blemas sociais como: altos
o professor assume papéis dife- so da exclusão digital. Deixa- índices de prostituição, consu-
renciados na promoção do de- mos de ser reféns da mo de drogas, violência domés-
senvolvimento e aprendizado tecnologia proprietária e princi- tica e acidentes de trânsito
dos alunos. Este é ao mesmo palmente da dependência he- aliada a baixa escolaridade da
tempo propiciador de ativida- gemônica americana, nos sua população de forma geral.
des, situações e recursos que libertando dos grandes monopó- O principal objetivo foi
levem o aluno a aprender a lios. sensibilizar jovens em alta situ-
aprender, e também mediador Poderia passar horas a ação de vulnerabilidade social
no processo ensino-aprendiza- fio, explicitando as razões por- acerca de sua importância en-
gem. Deixando de ser mero que adotar o software livre na quanto sujeito histórico-social
transmissor de conhecimento, escola, mas vamos logo ao e da escola como partícipe des-
para mediador, levando o alu- que interessa. te processo através do uso
no a uma atitude positiva fren- das TICs em uma plataforma li-
te ao conhecimento, Um dos projetos desenvol-
vidos que vem contribuindo pa- vre. A intensão é que os jo-
despertando-lhe o interesse e vens concludentes do ensino
sugerindo-lhe situações que o ra resignificar a aprendizagem
chama-se Minha Escola, Mi- fundamental, pudessem produ-
motivem a aprender. zir material midiático, utilizando
nha vida. Idealizado inicialmen-
E o que o software livre te pela professora Liduina as ferramentas livres, e princi-
tem haver com isso? O softwa- Vidal (Fortaleza-CE), depois palmente valorizasse o ambien-
re livre tem uma grande parce- adaptado pela professora Sina- te escolar, dando continuidade
la de culpa nesta revolução. ra Duarte. Por descrever uma a sua escolarização. Muitos
Primeiro, porque oferece uma experiência educacional que questionavam: “Estudar para
gama de softwares nas mais di- que? Se nada vai mudar na mi-
versas áreas de atuação, que
podem ser livremente, baixa-
dos, copiados, replicados, alte-
rados e adequados a dinâmica
escolar.
...Como diria o Dr.
Assim, é possível cons- Spock: Vida longa e próspera ao
truir novas civilizações, viajar
no cosmos, desvendar os misté- software livre!
rios da ciência, aprender no- Sinara Duarte
vas formas de se comunicar,
vivenciar o inusitado, enfim, co-

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EDUCAÇÃO · PROJETOS EDUCATIVOS COM SOFTWARE LIVRE

nha vida”, ou “eu não tenho so- mica e a função social da esco- relho de DVD e que havia inte-
nhos.” É triste constatar que la, por meio de entrevistas com resse da maioria, em
pessoas tão jovens possam os pais e funcionários da esco- apresentar sua produção para
acreditar que não possuem la, produzindo textos acerca os familiares, portanto seria a
chances de modificar sua reali- destas temáticas. forma mais acessível e demo-
dade ou mesmo que se tornem A terceira etapa foi a ses- crática de divulgação, enquan-
dependentes da ideologia domi- são de fotos. Para ilustrar o to que poucos tinham acesso a
nante. photobook, optou-se por foto- computadores conectados a re-
Diante desta problemáti- grafar individualmente todos de mundial de computadores.
ca, surgiu o projeto Minha Esco- os formandos do 9º ano, funcio- Mesmo assim, ficou acordado
la, Minha Vida que tem como nários da escola (corpo gestor, que a produção também seria
premissa básica: a liberdade administrativo, apoio e docen- colocada na Web, por meio do
de produzir o conhecimento. O te) além dos fatos considera- blog pessoal da professora Si-
referido projeto foi desenvolvi- dos mais relevantes dentro da nara Duarte.
do em seis etapas: planejamen- trajetória escolar. Os principais recursos uti-
to coletivo, pesquisa textual, A quarta etapa foi a edi- lizados foram máquina fotográ-
sessão de fotos, edição e pro- ção e elaboração da mídia (pho- fica digital, computador com
dução, oficinas e divulgação. tobook). Depois de criados os Sistema Operacional Linux Ku-
A primeira etapa envol- slides no BrOffice Impress, os rumin (versão 7.0) instalado e
veu o planejamento coletivo do alunos foram desafiados a cri- acesso a Internet, CDs virgem,
trabalho. Os alunos concluden- ar e editar um projeto audiovisu- televisão e aparelho de DVD.
tes do ensino fundamental, jun- al utilizando as ferramentas Para criação, edição e ilustra-
tos com a professora do LIE e livres, de forma que possibilitas- ção do vídeo utilizaram-se as
de Literatura, planejaram o for- se a gravação em formato de seguintes ferramentas compu-
mato do projeto que deveria a DVD/VCD. Ressalta-se que a tacionais livres: BrOffice Writer
ser desenvolvido dentro dos re- escolha do tipo de mídia levou (editor de texto) BrOffice.org
cursos disponíveis. Como a es- em consideração o fato de que Impress (confecção de slides),
cola não dispunha de uma todos os alunos possuíam apa- Kdenlive (edição de video), Ko-
filmadora nem similar, foi acor- lorPaint (Desenho), Gimp (edi-
dado uma apresentação (audio-
visual) em formato de slides
(fotos e textos usando o BrOffi-
ce.org). Cada aluno teria dois
slides para falar de suas experi-
É triste constatar
ências, enquanto sujeito históri-
co-social e sua relação com o
que pessoas tão jovens não
ambiente escolar, sendo que possuem chances de modificar sua
ao final, seria produzido um
photobook com todas as apre- realidade ou mesmo que se tornem
sentações em formato de ál-
bum virtual coletivo. dependentes da ideologia
A segunda etapa foi de dominante.
pesquisa e produção textual.
Os alunos foram motivados a Sinara Duarte
pesquisar sobre sua vida acadê-

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EDUCAÇÃO · COMPUTADOR E CRIANÇAS EM CASA

tor de foto), Mozilla-Firefox edade e cooperação, caracterís- o grupo de forma generalizada


(software de navegação na ticas inatas do movimento do de forma a impossibilitar a feitu-
Web), fotos do arquivo particu- software livre. ra das atividades propostas.
lar da escola e dos alunos. Geralmente os que senti- Os alunos também foram ins-
A quinta etapa foi a partici- am mais dificuldade preferiam truídos de que as atividades
pação em oficinas de Inclusão o contato com os colegas, do propostas não valeriam pon-
Sócio-Digital. Portanto, parale- que a mediação docente. Ou- tos, nem qualquer complemen-
lo a produção do photobook, tros tiveram mais preocupação to na média bimestral de cada
os alunos também participa- com o layout, dedicando muito aluno e que seria uma nova for-
ram de oficinas de informática tempo a decoração dos slides. ma de construir o conhecimen-
básica, visando o domínio das A escolha das imagens e gifs to, visto que seriam desafiados
ferramentas tecnológicas. Res- refletiam de certa forma a vivên- a construir algo novo de forma
salta-se que foi utilizado, exclu- cia e história sócio-cultural dos coletiva (multimídia), que poste-
sivamente o software livre, nas educandos, por isso era recor- riormente também seria com-
oficinas práticas. rente imagens de personagens partilhada com a comunidade
de histórias em quadrinhos, he- escolar. Desta forma, a avalia-
A sexta e última etapa foi ção foi contínua e formativa,
a culminância do projeto e ocor- róis de filmes de ação, bandei-
ras e símbolos de times ocorrendo durante o desenvol-
reu na solenidade de formatu- vimento de todas as etapas do
ra do término do curso do nacionais, atores e cantores na-
cionais e internacionais. projeto. O objetivo maior não
ensino fundamental, no qual era controlar ou qualificar os
houve a exposição da produ- Apesar da aparente “de- estudantes, mas ajudá-los a
ção coletiva (DVD) para a comu- sorganização”, os alunos conse- progredirem na busca do co-
nidade escolar. Ao final, cada guiram dentro das limitações nhecimento. Assim, foi privilegi-
aluno foi presenteado com temporais e espaciais desenvol- ada a abordagem sócio-
uma mídia com o resultado do ver autonomia na criação da interacionista na qual cada par-
trabalho. multimídia. A intervenção dos ticipante foi sujeito de sua pró-
A experiência foi desenvol- professores só ocorria quando pria aprendizagem,
vida no Laboratório de Informáti- alguma dispersão atrapalhava destacando-se o “aprender fa-
ca Educativa – LIE da referida
escola, no contra-turno escolar
no período de dezembro de
2007 a fevereiro de 2008, totali-
zando cerca de 80 horas e aten-
A aparente
deu cerca de 57 adolescentes.
Durante este período, perce-
fragilidade das pequenas
beu-se a dicotomia existente en- iniciativas, como esta têm indicado
tre os que já possuíam algum
conhecimento de informática e a viabilidade da inclusão digital nas
os que não possuíam nenhum
conhecimento. Os primeiros escolas brasileiras...
conseguiam concluir rapidamen-
te suas atividades, porém per-
maneciam no LIE, ajudando os
Sinara Duarte
colegas, exercendo sua solidari-

Revista Espírito Livre | Agosto 2009 | http://revista.espiritolivre.org |87


EDUCAÇÃO · PROJETOS EDUCATIVOS COM SOFTWARE LIVRE

zer fazendo”, estimulando-se a no ensino, tornando o proces- dos seres humanos. A aparen-
aprendizagem cooperativa e co- so educativo mais dinâmico e te fragilidade das pequenas ini-
laborativa. atraente. Incluir não deve ser ciativas, como esta têm
O professor do LIE desem- apenas uma simples ação de indicado a viabilidade da inclu-
penhou a função de mediador formação técnica dos aplicati- são digital nas escolas brasilei-
do conhecimento, criando situa- vos, como acontece na maioria ras, o que reforça o discurso
ções problemas para que o alu- dos projetos, mas um trabalho de que a implementação de
no pudesse desenvolver suas de desenvolvimento das habili- uma escola de qualidade, que
potencialidades e construir sua dades cognitivas, transforman- é igualitária, justa e acolhedora
autonomia na construção do co- do informação em para todos, não é um sonho im-
nhecimento e no manuseio conhecimento, transformando possível.
dos softwares livres. utilização em apropriação. A re-
flexão crítica da sociedade de-
Os resultados encontra- verá gerar práticas criativas de
dos foram acima das expectati- recusa de todas as formas de
vas. Os alunos outrora, exclusão social.
considerados desmotivados e
desinteressados, mostraram- Por meio de projetos co- Maiores informações:
se bastante motivados e engaja- mo este, o aluno é preparado
dos em construir algo único. não apenas para ser usuário Blog Software Livre na Educação
De fato, organizar e implantar de ferramentas tecnológicas, http://softwarelivrenaeducacao.word
abordagens educacionais que mas também para ser capaz press.com
vão ao encontro das necessida- de criar, resolver problemas e
des dos educandos, desenvol- usar os vários tipos de tecnolo-
vendo estratégias de ensino gias existentes de forma racio-
centradas no aprendiz, enfati- nal, eficiente e significativa.
SINARA DUARTE
zando a autonomia, acomodan- Não se trata do professor ensi- é professora da
do a diversidade e nar tecnologia, mas de utilizar rede municipal de
o recurso tecnológico como fa- Fortaleza,
maximizando as oportunidades pedagoga,
para o sucesso e as conquis- tor de motivação para, a partir especialista em
do interesse, levando o aluno Informática
tas pessoais é condição sine Educativa e
qua non do professor na con- à construção do seu próprio co- Mídias em
temporaneidade. nhecimento. Educação, com
ênfase no Software
O fazer docente por meio Essa é a essência do livre. Colaboradora
do Projeto
da adoção da tecnologia no am- software livre: a possibilidade Software Livre
biente educacional, capacita seu potencial transformador, Educacional e
mantenedora do
os professores a um novo agir visto que envolve a participa- Blog Software Livre
ção coletiva e a emancipação na Educação.

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GAMES · WINE

WINE: Ferramenta em evolução


constante nos jogos exclusivos
para plataforma Windows®
Por Carlos Donizete

Muitos usuários leigos que possuem e tra- Neste caso existe uma ferramenta existen-
balham constantemente com programas do tipo te em todas distribuições Linux que preferir utili-
Corel Draw, Photoshop e até as vez preferem tra- zar ou pelo menos experimentar chamado
balhar mais com Microsoft Office® do que o Ope- WINE.
nOffice (ou BROffice) por simples costumes Traduzindo em português o “vinho”, não é
rotineiro diário na plataforma Windows®, e não uma ferramenta 100% funcional para todos os
quer mudar da “água para o vinho”. programas exclusivos da Microsoft Windows®,
Outros até trabalham muito bem com os mas consegue instalar seus programas preferi-
programas opensource normalmente no Win- dos numa plataforma Linux e inclusive vários jo-
dows®, mais não querem deixar por causas de gos estão tendo um desempenho ótimo no Wine.
alguns jogos preferidos. Wine é uma implementação livre de APIs
(ou Interface de Programação de Aplicativos) do
Windows sobre as bibliotecas linux. (Mais deta-
lhes sobre API acesse o wikipédia - http://pt.wiki-
pedia.org/wiki/API)
Wine significa “Wine Is Not an Emulator”
ou seja, não é um emulador, nem uma máquina
virtual, é um tradutor onde funciona como uma
camada que “engana” os programas, fazendo-
os acreditar que estão rodando sobre um siste-

Figura 1 - Adobe Photoshop sendo executado no wine


Figura 2 - Logomarca do projeto

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CAPA · EVOLUÇÃO DOS JOGOS PARA LINUX

ma Windows®, quando na verdade esta usando INSTALANDO O WINE


no Linux. Para instalar é muito simples e existe dois
Assim, não precisa uma licença Microsoft tipos de Wine que são Wine Stable (Wine Está-
Windows® para instalar e tem um desempenho vel) e o Wine Development (Wine que atualiza
final próximo de um binário nativo. Em alguns ca- quinzenalmente).
sos até melhor que no próprio ambiente Win- O Wine Stable é existente em todas as dis-
dows. E se não precisa de licença Microsoft tribuições Linux com instalação simples, no ca-
Windows®, o que é uma enorme economia. so no Ubuntu Linux usando ambiente gráfico
O projeto Wine já fez um trabalho hercú- GNOME.
leo, mas ainda tem muito pela frente e para insta- Vá em Aplicações > Adicionar/Remo-
lar e configurar é um tanto trabalhoso, ainda ver..., selecione no Exibir “Todos os aplicati-
mais para iniciantes. vos disponíveis” e procure por "wine", marque
Está melhorando nesses pontos, mas é a caixinha e dê OK.
um trabalho em progresso, que faz quinzenal-
mente uma versão nova do Wine. E agora sobre
os jogos via Wine tem uma evolução constante-
mente em relação aos jogos.
O que esta surpreendendo cada vez mais,

Figura 4 - Adicionar/Remover aplicações

Ao terminar vai encontra-lo nos Aplicativos


do Ubuntu Linux.
Para o Wine Development, abre o terminal
(Aplicações > Acessórios > Terminal ou Con-
Figura 3 - Game SilkRoad via Wine na distribuição Ubuntu Linux sola caso utiliza o Ubuntu versão 8.04 ou 8.10)
e digite este comando:
é que esta ferramenta a cada 15 dias do mês
que lançam uma versão nova, os jogos famosos wget -c http://wine.budgetdedicated.com/apt/
que são exclusivos para o Windows® (com exce- Scott%20Ritchie.gpg
ção aos jogos com que utilizam a ferramenta Ga-
meGuard como protetor contrar hacker) estão Em seguida, tecle enter.
melhorando muito na parte gráfica e também na
qualidade do som. Sem dizer a jogabilidade, Terminado, feche o terminal e vá em Siste-
que agora posso dizer que ficam idêntico ao que ma > Administração > Canais de Software, e
jogam no Windows®. clique na aba Programas de Terceiros e de-
pois clique em Adicionar.

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CAPA · EVOLUÇÃO DOS JOGOS PARA LINUX

Figura 5 - Adicionando repositórios Figura 6 - Autenticação da chave

E para instalar seus jogos pelo wine, só


Escolha qual a versão Ubuntu Linux que es- dar um duplo clique no arquivo “.exe”, caso não
ta utilizando, e digite a linha APT e depois clique funcionar, clique lado direito do mouse em cima
em Adicionar Canal. do arquivo e clicar “Abrir com”.
No Portal Ubuntu Games obtivemos duas
Para Ubuntu 9.04 - Jaunty Jackalope: parcerias de dois grandes jogos conhecidos
deb http://wine.budgetdedicated.com/apt jaunty mundialmente usando servidores privados com-
main petentes, que são o Ragnarok Online do servi-
dor OFFTOPIC (http://www.offtopicro.com)
Para Ubuntu 8.10 - Intrepid Ibex:
deb http://wine.budgetdedicated.com/apt intrepid anunciado na edição passada da Revista Espíri-
main to Livre.
E agora o MU Online do servidor privado
Para Ubuntu 8.04 - Hardy Heron: MuTH (http://www.muth.com.br/home). Mu Onli-
deb http://wine.budgetdedicated.com/apt hardy
main

Colocada a linha escolhida acima, vá na


aba em Autenticação. Clique em Importar Ar-
quivo Chave..., e procure por Scott Ritchie.gpg
e de OK.
Feche o Canais de Software e depois cli-
que na opção "Recarregar", para que faça o up-
date do sistema.
Pronto! Agora vá em Aplicações > Adicio-
nar/remover... e procure por wine, que está nu-
ma versão mais atual que sempre estará se
atualizando.
Figura 7 - Game PES 2009 rodando no Wine

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CAPA · EVOLUÇÃO DOS JOGOS PARA LINUX

O único gerado o jogo para distribuição De-


bian/Ubuntu em arquivo “.deb” com ajuda do
Mauro Xavier da Portal Criativa (http://www.por-
talcriativa.com.br) e Alfa Training Informática.
Para mais informações em obter como ter
o jogo acesse: http://www.ubuntuga-
mes.org/pt/wine/95-mu-online.
Bom divertimento!

Maiores informações:
Site Ubuntu Games:
Figura 8 - Jogo Mu Online via wine http://www.ubuntugames.org

ne é um MMORPG, ou seja, um Massive Multi- Site Oficial WineHQ


player Online Role Playing Game que seria algo http://www.winehq.org
como "Jogo Online Massivo de Multijogadores
de RPG”.

CARLOS DONIZETE é técnico em suporte


de hardware e software onde reside no
Estado de São Paulo. Criador e
administrador do site Ubuntu Games, onde
desenvolve tutoriais de jogos para as
disbtribuições Debian/Ubuntu Linux desde
2006 voltado ao público iniciante. É
conhecido pela comunidade Ubuntu Brasil
pelo apelido Coringao, onde participa desde
Figura 9 - Jogo Trackmania rodando via wine 2005.

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QUADRINHOS

QUADRINHOS
Por Wesley Samp, Wallisson Narciso e José James Figueira Teixeira

OS LEVADOS DA BRECA

http://www.OSLEVADOSDABRECA.com

NANQUIM2

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QUADRINHOS

A PROFISSÃO MAIS VELHA DO MUNDO

http://josejamesteixeira.blogspot.com

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AGENDA · O QUE TÁ ROLANDO NO MUNDO DE TI

AGENDA
AGOSTO Evento: CONSEGI 2009 Evento: Tchelinux 2009 Ediçao
Data: 26 a 28/08/2009 Santa Maria
Evento: RoadShow CNT Brasil Local: Brasília/DF Data: 12/09/2009
Data: 13/08/2009 Local: Santa Maria/RS
Local: Brasília/DF Evento: 14º EDTED
Data: 29/08/2009 Evento: Tchelinux 2009 Edição
Evento: 4º Circuito CELEPAR Local: Brasília/DF Santana do Livramento
de Software Livre Data: 26/09/2009
Data: 14 e 15/08/2009 Evento: 1º Blender Day Local: Santana do Livramento/RS
Local: Pato Branco/PR Data: Em diversos dias
Local: Vários locais do Brasil Evento: Rio Info 2009
Evento: 16º Debian Day Data: 09 a 11/09/2009
Data: 15/08/2009 Local: Rio de Janeiro/RJ
Local: Campo Grande/MS SETEMBRO
Evento: ENECOMP 2009
Evento: II SISOL - Simpósio de Evento: I ENINED - Encontro Na- Data: 04 a 08/09/2009
Software Livre cional de Informática e Educa- Local: Curitiba/PR
Data: 17 a 19/08/2009 ção
Local: Jequié/BA Data: 01 a 03/09/2009 Evento: SFD - Dia da Liberdade
Local: Cascavel/PR de Software 2009
Evento: 4º Circuito CELEPAR Data: 19/09/2009
de Software Livre Evento: #8.ART - 8° Encontro In- Local: Vários locais do Brasil e do
Data: 21 e 22/08/2009 ternacional de Arte e Tecnolo- mundo
Local: Cianorte/PR gia
Data: 16 a 19/09/2009 Evento: I ENINC - 1º Encontro
Evento: II GNUGRAF Local: Brasília/DF de Informática do Cariri
Data: 22 e 23/08/2009 Data: 25 a 27/09/2009
Local: Rio de Janeiro/RJ Evento: 4º Circuito CELEPAR Local: Juazeiro do Norte/CE
de Software Livre
Evento: 2º Blogcamp ES Data: 11 e 12/09/2009
Data: 22 e 23/08/2009 Local: Bandeirantes/PR
Local: Vitória/ES
Evento: 4º Circuito CELEPAR
Evento: Digital Age 2.0 de Software Livre
Data: 26 a 27/08/2009 Data: 25 e 26/09/2009 Divulgação de eventos:
Local: São Paulo/SP Local: Dois Vizinhos/PR revista@espiritolivre.org

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