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COMO CALCULAR A POTÊNCIA DO MOTOR E SELECIONAR O REDUTOR NO


ACIONAMENTO DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS

𝑇 ∗ 𝑟𝑝𝑚
𝑇 = 4000𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,44𝑚 = 1760𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑃= = 𝐶𝑉
716,2

A teoria aplicada à prática no cálculo do torque necessário, da potência do motor e na seleção do


redutor para o acionamento de diversos tipos de equipamentos
Edição outubro 2023

0
ORIGEM DESTA APOSTILA

A Redutores Transmotécnica Ltda. foi um dos maiores fabricantes de redutores industriais no Brasil e
trabalhei na área de vendas dessa empresa desde 1974 até 2004.

Durante esses 30 anos de vida profissional calculando a potência necessária para acionamentos de diversos
tipos de equipamentos, adquiri muito conhecimento nessa área e resolvi produzir este trabalho contendo a
maioria dos cálculos necessários para definir a potência requerida para o acionamento dos mais diversos
tipos de equipamentos industriais, podendo atender projetistas, engenheiros, técnicos, além de vendedores
técnicos de motores, redutores, acoplamentos e outros que envolvam essa área.

O cargo de vendedor técnico de motoredutores, exige conhecimento dos cálculos da potência requerida
para o acionamento da máquina para em seguida selecionar o redutor. O procedimento normal é que o
cliente informe a potência do motor, mas somente uma pequena parte dos projetistas calcula corretamente
a potência efetiva.

A falta de conhecimento técnico induz muitos técnicos e engenheiros a super dimensionar a potência do
motor no sentido de evitar falhas, porém onera em demasia os custos com maior tamanho do redutor, além
aumentar os gastos com energia pelo usuário final.

Citando o exemplo de uma empresa fabricante de pequenos transportadores que havia selecionado um
motor de 2,0CV para acionamento de um transportador de 32m para indústria de calçados. Dado o preço
achou que o conjunto estava acima do custo. Mediante dados fornecidos, fizemos alguns cálculos da
potência requerida para o acionamento, concluindo que 0,6 CV seriam mais do que suficientes. Colocamos
então um motor de 0,75CV com o tipo de redutor adequado para essa potência e durante os testes
funcionou perfeitamente bem mesmo testando com carga muito acima da requerida pelo usuário final.

Outra empresa, fabricante de máquinas destinadas a indústria alimentícia, comprava rotineiramente de


nosso concorrente um redutor para motor de 40CV para acionamento de um misturador de massas. Após
alguns cálculos aproximados, concluímos que um motor com potência de 25CV seria o suficiente para o
acionamento. Selecionamos um redutor com a mesma redução, porém com capacidade nominal equivalente
a pouco mais de 27CV acionado por motor 40CV por exigência do cliente. Após a entrega e montagem no
misturador, teve sua performance aprovada nos primeiros testes realizados com carga. Após 5 anos, esse
mesmo redutor (identificado pela plaqueta nele fixada), foi enviado por um fabricante de biscoitos de
Guarulhos à nossa fábrica para conserto. Retirada uma das tampas constatamos surpresos que estava com
muitos quilos de farinha misturada ao óleo de lubrificação. A farinha deve ter entrado aos poucos pelo
respiro ao longo de seu funcionamento, mas o redutor aguentou todos esses anos de trabalho.

Esta obra é fruto de pesquisas a diversas publicações técnicas ao longo de muitos anos, sempre com foco
nos cálculos da potência mais próxima possível da requerida e testadas em todos os equipamentos citados
nesta apostila.

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PARTE I – EQUIPAMENTOS MECÂNICOS Pág PARTE II – AGITADORES E MISTURADORES Pág
Alavancas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Teoria básica da mecânica dos fluídos . . . . . 116
Coeficiente de atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 - coeficiente de viscosidade dos fluídos . . . . . 117
- atrito de deslizamento .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
- ângulo de atrito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04 - resistência viscosa – Lei de Stokes. . . . . . . . . 116
- atrito de rolamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04 - resistência dinâmica – Lei de Newton. . . . . . 118
- braço de alavanca resistente ao rolamento 05 - viscosidade cinemática. . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Conversão de unidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Energia cinética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - movimento laminar e turbulento. . . . . . . . . . 120
11
Energia cinética rotacional .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 - número de Reynolds. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Equivalência Newton/kgf. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Forças – Noções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Agitadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
03
- força de atrito.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 - cálculo da potência de acionamento. . . . . . . 121
- força de aceleração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 - dimensões do tanque padronizado. . . . . . . . 121
- forças atuantes no plano inclinado. . . . . . . . . . . . . 06
- impelidores tipo pás – tabelas e gráfico do
Momento de torção – Torque - Noções. . . . . . . . . . 08
- momento de aceleração e frenagem . . . . . . . . . . 09 número de potência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
- momento de inércia de massa . . . . . . . . . . . . . . . . 10 - impelidores tipo turbina - tabelas e gráfico
Potência – Noções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 do número de potência. . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Polias e roldanas – multiplicação de força . . . . . . . 19
Velocidade angular e periférica. Radianos/s- rpm - impelidores tipo âncora - tabelas . . . . . . . . 143
18
Elementos de transmissão - impelidores tipo hélice naval. . . . . . . . . . . . . 148
Acoplamentos elásticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 - disco de Cowles – disco dispersor . . . . . . . . 149
Corrente de rolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Polias e correias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Misturadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
23
Redutores e engrenagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 -Y, V e duplo cone. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Teste da potência motora instalada . . . . . . . . . . . . 40 - Duplo eixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Equipamentos – Métodos de cálculo - Ribbon Blender . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 152
Calandra piramidal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
- Seleção de motores e redutores. . . . . . . . . . 152
Carro de transporte de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Correia transportadora sobre roletes . . . . . . . . . . . 43
Correia transportadora sobre chapa metálica . . . . 48
Elevador de canecas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Elevador de carga e guincho de obra . . . . . . . . . . . . 70
Foulard – Cilindro sobre pressão . . . . . . . . . . . . . . 88
Fuso com rosca trapezoidal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Girador de tubos - dispositivo de soldagem . . . . . . 95
Guincho de arraste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Guincho giratório. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Laminador (de chapas). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Mesa de rolos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Mesa pantográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Peneira rotativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Plataforma giratória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Ponte rolante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Tombador e virador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Transportador de correia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Transportador helicoidal - Rosca transportadora 54
Transportador apoiado em corrente . . . . . . . . . . . . 52

2
NOÇÕES DE FORÇA
Chama-se força a tudo que é capaz de modificar o movimento ou repouso de um corpo.
Qualquer corpo tem massa, popularmente denominada peso, mas nos conceitos da física, peso de um corpo
é a força com que a Terra o atrai.
A intensidade da força pode ser medida, no sistema técnico, em kgf (kilograma força) ou, no sistema
internacional de medidas, em N (Newton).
l N é a força necessária para deslocar no espaço um corpo de massa 1 kg acelerando-o a razão de 1m/s². Na
superfície de nosso planeta, sobre a ação da força gravitacional de 9,8 m/s², é preciso uma força acima de
9,8 N para elevar um corpo de massa 1 kg.
1 kgf é a força mínima necessária para elevar um corpo de massa 1 kg vencendo a mesma força gravitacional
da Terra.
Concluindo, 1 kgf equivale a 9,8N. Na prática costuma-se arredondar para 10 N
Exemplo: Para elevar um corpo de massa 5 kg, é necessário aplicar uma força com intensidade superior a 5
kgf ou 49 N, contrária a força da gravidade.

Força necessária p/ elevar o corpo = 5kgf ou 49N

m
5kg

Força gravitacional da Terra (força peso) = 5 kgf ou 49 N

Mas para deslocar um corpo na horizontal, que esteja apoiado sobre uma superfície horizontal, não é
necessário aplicar uma força igual a massa do corpo. A força necessária para arrastar um armário é muito
menor que a força para levantar o mesmo.
Para deslocar um corpo apoiado sobre um plano horizontal é necessário vencer a FORÇA DE ATRITO gerada
pelo atrito entre as superfícies de contato. Esta força tem sentido de direção contrário à força que se faz
para se deslocar o corpo e será sempre de menor valor do que seu peso.

A força de atrito é o resultado da multiplicação da força peso pelo COEFICIENTE DE ATRITO.


Conhecendo a força peso exercida pelo corpo e o coeficiente de atrito é possível calcular a força necessária
ou requerida para deslocar um corpo na horizontal.

1- COEFICIENTE DE ATRITO DE ESCORREGAMENTO OU DESLIZAMENTO. Citando como exemplo, é o atrito


gerado entre os pés de uma mesa e o assoalho quando você arrasta esse móvel ou outro qualquer.
Exemplo: Força necessária para deslocar um armário com pés de madeira com massa m= 200 kg sobre um
assoalho de madeira sabendo-se que o coeficiente de atrito de deslizamento entre madeira e madeira é 0,4.
Sistema técnico: 𝐹𝑛 = 200𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,4 = 80𝑘𝑔𝑓
3
Sistema internacional: 𝐹𝑛 = 200𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚⁄𝑠 2 ∗ 0,4 = 200𝑁 ∗ 0,4 = 784𝑁
O coeficiente de atrito depende do material e do acabamento das partes em contato, mas não depende da
área de contato. Os valores mais utilizados são:

Coeficiente de atrito estático

ÂNGULO DE ATRITO
Como conhecer na prática o coeficiente de atrito estático entre dois materiais:
Utilizar uma placa plana feita com um dos materiais a serem testados. Para a outra peça, um bloco de
formato cúbico com um dos lados bem plano o qual servirá de base. Poderá ser um pedaço de madeira
qualquer com um dos materiais de teste colado na base. Iniciar o teste inclinando a rampa suavemente a
partir de 0° até atingir a inclinação onde o corpo principia a deslizar lentamente pela rampa. Nesse exato
momento medir o ângulo de inclinação , denominado ângulo de atrito ou, conhecendo a base B da rampa e
a altura A, calcular o coeficiente de atrito pela fórmula:
𝐴
𝜇 = tang𝜃 =
𝐵

Na figura ao lado, um exemplo


da determinação do coeficiente
de atrito estático entre aço e
bronze
𝜇 = tang𝜃 = tang10° = 0,1762
ou
𝐴 0,1735
𝜇= = = 0,1762
𝐵 0,9848

4
2- COEFICIENTE DE ATRITO DE ROLAMENTO - BRAÇO DE ALAVANCA DA RESISTÊNCIA AO ROLAMENTO
Coulomb, em ensaios de laboratório, fez experimentos para determinar os valores dos atritos de rolamento
e verificou que esse atrito está em razão direta do peso e em razão inversa do diâmetro da roda ou esfera.
Para melhor entender o atrito de rolamento, observe as figuras a seguir:

As figuras representam uma roda de aço apoiada sobre uma superfície plana e de material mais mole onde,
devido à força peso P e em função da deformação dos materiais, há um aumento da área de contato. Com a
roda parada (fig. 1), f é a metade do valor do contato (atrito estático). Quando a roda entra em movimento
(fig.2 e 3), f diminui de valor (atrito cinético).
Na figura 2, o raio da roda R é a mesma distância de P até a aplicação da força F e também uma alavanca
onde a dimensão f, é o braço de alavanca da resistência ao rolamento.
A força F com apoio em N, eleva e movimenta P e, para fazer a roda girar, seu valor deverá ser:
𝑓
𝐹 ≥ 𝑃 ∗ conforme figura 2 ou ainda 𝐹 = 𝑃 ∗ 𝑡𝑔𝛽 conforme figura 4
𝑅
O valor de f depende muito das rugosidades das superfícies e dos tipos de materiais em contato.

Força de atrito nos mancais de rolamentos. Cálculo da força resistente ao movimento

𝒇𝟐 ≤ 𝒇𝟏
𝒇𝟐 ; 𝒇𝟏 ≅ f (𝒓)
𝒇𝟏
𝑭𝟏 = 𝑷 ∗
𝒓
𝒇𝟐
𝑭𝟐 = 𝑷 ∗
𝒓

𝑓1 ; 𝑓2 = braço de alavanca de resistência ao rolamento.


𝑓1 + 𝑓2
𝐹 =𝑃∗( ) = 𝑃 ∗ 𝑡𝑔𝛽
𝑟
Na prática, a fração f/r pode ser substituída pelo coeficiente de atrito para mancais de rolamento
representado pela letra grega 𝜇𝑟 , cujo valor adimensional utilizado normalmente é 0,005.
𝑓1 + 𝑓2
( ) ≅ 𝜇𝑟
𝑟
𝜇𝑟 = coeficiente de atrito de rolamento.
Então
𝐹 = 𝑃 ∗ 𝜇𝑟

5
Exemplo de cálculo no sistema técnico:
Calcular as forças de atrito geradas pelo movimento de um automóvel com massa 1000kg com rodas
diâmetro 560mm e eixo mancal com rolamentos
Considerar f = 4mm para pneus deslocando sobre asfalto em bom estado.

- Calculando, a força de atrito de rolamento dos pneus com o solo.


𝑓 𝑓∗2 4𝑚𝑚 ∗ 2
𝐹𝑎𝑡1 = 𝑃 ∗ = 𝑃 ∗ = 1000𝑘𝑔𝑓 ∗ = 14,3𝑘𝑔𝑓
𝐷 𝐷 560𝑚𝑚
2
- Cálculo da força de atrito gerada pelos mancais de rolamentos entre o eixo e a roda.
𝐹𝑎𝑡2 = 𝑃 ∗ 𝜇𝑟 = 1000𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,005 = 5𝑘𝑔𝑓
A força tangencial necessária ou requerida Ft para fazer a roda girar e a força de tração necessária Fn para
puxar o carro por um cabo preso ao seu eixo, deve ser levemente maior do que a soma das duas forças de
atrito.
𝐹 = 𝐹𝑡 = 𝐹𝑛 = 𝐹𝑎𝑡1 + 𝐹𝑎𝑡2 = 14,3𝑘𝑔𝑓 + 5𝑘𝑔𝑓 = 19,3𝑘𝑔𝑓

Valores do coeficiente de atrito de rolamento


Coeficiente de atrito de rolamento Sem unidade
Carros sobre vias asfaltadas 0,010 a 0,015
Pneus de caminhão 0,006 a 0,01
Vagões 0,002 a 0,005

FORÇA RADIAL, FORÇA AXIAL e FORÇA TANGENCIAL

DESLOCANDO UM CORPO EM UM PLANO INCLINADO


Quando for necessário deslocar um corpo num plano inclinado, outro fator deverá ser considerado, ou seja,
o ângulo de inclinação ou a altura A em relação ao comprimento C.

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A figura acima representa um corpo de peso P em um plano inclinado onde a componente “a” é uma força
resultante de
a = 𝑃 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼

que tende a puxar o corpo rampa abaixo. Quanto maior a inclinação, ou seja, sen aproximando-se de 1,
maior será o valor dessa força.
A componente “b”, (resultado de 𝑃 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝛼) multiplicada pelo coeficiente de atrito entre os materiais do
corpo e da rampa, gera uma força de atrito Fat, resistente ao movimento para cima. Essa força tende a ser
menor quanto maior for a inclinação (cos tendendo a 0).
Para o corpo subir a rampa, o valor da força Fn deverá ser maior do que a soma destas duas forças.
Concluindo:
𝐹𝑛 ≥ 𝑃 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑃 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ∗ 𝜇
ou
𝐴 𝐵
𝐹𝑛 ≥ 𝑃 ∗ + 𝑃 ∗ ∗ 𝜇
𝐶 𝐶
Fn = força de tração necessária ou requerida para fazer o corpo subir a rampa
P = força peso exercida pelo corpo
 = ângulo de inclinação
 = coeficiente de atrito
𝐴 𝐵 𝐶 = √𝐵2 + 𝐴2
𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑐𝑜𝑠 𝛼 =
𝐶 𝐶

FORÇA DE ACELERAÇÃO
Quando for necessário deslocar grandes massas partindo do repouso para alta velocidade em tempo muito
curto, há necessidade de se considerar a FORÇA DE ACELERAÇÃO que em muitos casos é maior do que a
força de atrito. Exemplo: Translação de pontes rolantes, correias transportadoras de minério, vagões,
locomotivas e similares.
No sistema técnico, o cálculo da força de aceleração causa confusão porque G é a força peso, ou seja, a força
da gravidade está subentendida no valor dessa força. No cálculo da força de aceleração, a força da gravidade
deixa de ser importante e, na fórmula, é preciso elimina-la dividindo pelo valor de 9,8m/s²

No sistema técnico
𝐺(𝑘𝑔𝑓) ∗ 𝛼(𝑚/𝑠²)
𝐹𝑎 = = 𝑘𝑔𝑓
9,8𝑚/𝑠²
No sistema internacional
𝐹𝑎 = 𝑚(𝑘𝑔) ∗ 𝛼(𝑚/𝑠²) = 𝑁

aceleração em m/s²
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑚⁄𝑠)
𝛼=
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑠)

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𝑚 = massa
𝐺 = força peso
Simplificando a fórmula, considerando a variação da velocidade partindo do repouso até a velocidade de
trabalho.
𝐺 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐. 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 (𝑚⁄𝑠)
𝐹𝑎 = ∗ = 𝑘𝑔𝑓
𝑔 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑠)
ou
𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐. 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 (𝑚⁄𝑠)
𝐹𝑎 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 ∗ =𝑁
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 (𝑠)

Exemplo: Calcule a força de aceleração necessária para acelerar uma ponte rolante com massa 30000kg do
repouso até a velocidade de trabalho 0,666 m/s com tempo de aceleração de 4 s.
30000 0,666 0,666
𝐹𝑎 = ∗ = 509𝑘𝑔𝑓 𝐹𝑎 = 30000 ∗ = 4995𝑁
𝑔 4 4

NOÇÕES DE TORQUE
Quando uma força atua sobre um corpo e a direção dessa força não passa pelo ponto de apoio do corpo ela
irá produzir um giro do mesmo. Ao produto da intensidade da força pela distância de atuação da mesma até
o ponto de apoio dá-se o nome de TORQUE, MOMENTO DE TORÇÃO, MOMENTO TORÇOR ou ainda
CONJUGADO.
Quando você aplica uma força no arco do volante do seu carro você está aplicando um MOMENTO DE
TORÇÃO ou TORQUE sobre o sistema de direção do mesmo.
A força tangencial exercida pelo seu braço na periferia do volante multiplicada pelo raio (diâmetro do
volante dividido por 2) resultará no valor desse torque ou momento de torção.

Para o momento de torção normalmente são usadas as unidades de medida Nm (para força em N e raio em
m) e kgfm (para força em kgf e raio em m)

Outro exemplo para entender o que é torque ou momento de torção é o pedal da bicicleta:
Quando você põe o peso do seu corpo sobre o pedal, você está aplicando torque ou momento de torção
sobre o conjunto pedal-pedivela.
No sistema técnico, a força peso G exercida pelo seu corpo sobre o pedal e multiplicada pelo comprimento
do pedivela R (na posição da foto), lhe dará o valor desse momento de torção.

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Exemplo:
G = força peso do ciclista: 60 kgf
R = comprimento do pedivela: 0,20 m
M = 60kgf x 0,20m = 12 kgfm
Aos momentos acima poderemos chamar de MOMENTO DE TORÇÃO FORNECIDO
Nos catálogos de motores esse momento é chamado de CONJUGADO NOMINAL (em kgfm)
Nas tabelas técnicas dos catálogos de redutores e acoplamentos elásticos, você verá o torque ou momento
de torção indicado para o eixo de saída. Este é o torque que o redutor e o acoplamento foram calculados
para suportar (porém inclui alguns fatores de segurança sobre esse torque) e ao qual chamamos de
MOMENTO DE TORÇÃO NOMINAL ou TORQUE NOMINAL.
Em alguns catálogos de redutores você verá o torque no eixo de saída expresso em daNm (10 ∗ 𝑁𝑚). Isto
facilita a leitura do catálogo porque na prática 1daNm é igual a 1kgfm (em valor mais exato, 1daNm é igual a
1,02 kgfm). Em outros catálogos o torque está em kgfm ou Nm.
A finalidade de um conjunto motor redutor é fornecer um momento de torção a uma determinada rotação
no eixo de saída, momento esse necessário para o acionamento de uma máquina ou equipamento qualquer.
O motor fornecerá o torque ou conjugado a uma alta rotação e o redutor multiplicará esse torque na mesma
proporção (deduzido o rendimento) em que reduz a rotação.
Para calcular um momento de torção fornecido no eixo de saída de um redutor acionado por um motor
devem-se utilizar as fórmulas seguintes:
-Para calcular o momento em kgfm a potência do motor deverá estar em CV e a fórmula será:
716,2 ∗ 𝑃 ∗ 𝜂
𝑀2 = = 𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑛
𝑀2 – Momento de torção no eixo de saída em kgfm
n – Rotação por minuto no eixo de saída do redutor
P – Potência do motor em CV
 – Rendimento do redutor
- Para calcular o torque em Nm, a potência do motor deverá estar em kW e a fórmula será:
9550 ∗ 𝑃 ∗ 𝜂
𝑀2 = = 𝑁𝑚
𝑛
𝑀2 – Momento de torção no eixo de saída em Nm
n – Rotação por minuto no eixo de saída do redutor
P – Potência do motor em kW
𝜂 - Rendimento do redutor
Quando calcular um acoplamento para o eixo de saída de um redutor também deverá levar em conta as
fórmulas acima além dos fatores de serviço indicados pelo fabricante.
MOMENTO DE TORÇÃO RESISTENTE AO MOVIMENTO. Esse é o momento gerado pelas massas a serem
deslocadas e pelos atritos internos entre as peças quando uma máquina se encontra em movimento.
Seguindo o exemplo do volante do carro: O atrito do pneu com o solo, gera um momento de torção
resistente quando você tenta girar o volante. Então, para que você possa efetivamente mudar a direção do

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veículo, precisa gerar no eixo do volante um momento de torção maior do que o momento resistente gerado
pelo atrito entre os pneus e o solo.
Ou seja: Para que a máquina funcione é necessário que o MOMENTO DE TORÇÃO FORNECIDO seja maior do
que o MOMENTO DE TORÇÃO RESISTENTE.

MOMENTO DE ACELERAÇÃO e MOMENTO DE DESACELERAÇÃO ou FRENAGEM


é muito importante quando a finalidade é acelerar ou frear cilindros e discos com grande massa de inércia e
em tempo muito curto.
Em inúmeros casos é maior do que o momento necessário para vencer as forças de atrito nas partes internas
dos equipamentos.
As fórmulas seguintes são utilizadas para calcular o momento de aceleração e frenagem de mesas giratórias,
cilindros pesados, fornos rotativos e outros equipamentos girantes de alta massa de inércia.

- Cilindros ou discos maciços Exemplo.: Mesa giratória e eixos maciços


Sistema técnico Sistema internacional
2
𝐺∗𝑛∗𝑑 𝑚 ∗ 𝑛 ∗ 𝑑2
𝑀𝑎 = 𝑀𝑓 = = 𝑘𝑔𝑓𝑚 𝑀𝑎 = 𝑀𝑓 = = 𝑁𝑚2 /𝑠 2
4 ⋅ 9,81 ∗ 19,1 ∗ 𝑡 4 ∗ 19,1 ∗ 𝑡
- Anéis (aros), tubos e cilindros ocos. Exemplo: Cilindros rotativos e secadores
𝐺 ∗ 𝑛 ∗ 𝑑2 𝑚 ∗ 𝑛 ∗ 𝑑2
𝑀𝑎 = 𝑀𝑓 = = 𝑘𝑔𝑓𝑚2 /𝑠 2 𝑀𝑎 = 𝑀𝑓 = = 𝑁𝑚2 /𝑠 2
2 ∗ 9,81 ∗ 19,1 ∗ 𝑡 2 ∗ 19,1 ∗ 𝑡
G = força peso - m = massa em kg - n = rotação por minuto - d = diâmetro em m - t = tempo em s
Considerações: A constante 19,1 expressa nas duas fórmulas, serve para ajustar as diferentes unidades entre
o numerador e o denominador. No numerador rotação por minuto e no denominador o tempo de
aceleração ou frenagem em segundos.
Nas fórmulas do sistema técnico, o valor de 9,8m/s², é utilizado para eliminar a força gravitacional já
embutida na força peso (𝐺 = 𝑚 ∗ 𝑔 = 𝑚 ∗ 9,8𝑚/𝑠²)

Sistema em equilíbrio → 𝐺 ∗ 𝑟 = 𝐺1 ∗ 𝑟1

É possível também calcular o momento de aceleração ou frenagem a partir do momento de inércia de


massa.

MOMENTO DE INERCIA DE MASSA


O momento de inércia, representado pelas letras J ou I, mede a massa de um corpo em torno de seu eixo
de rotação e depende da sua geometria. A massa, quanto mais afastada do eixo de rotação, mais aumenta o
momento de inércia, motivo pelo qual um disco oco com a mesma massa de um cilindro maciço gera maior
momento de inércia por ter raio maior. Sua unidade de medida no sistema internacional é kg.m². Catálogos
de acoplamentos elásticos e hidráulicos e, motores elétricos fornecem o momento de inércia de massa.
A seguir as fórmulas utilizadas em função da geometria do corpo e em relação ao eixo de giro

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Anel ou aro 𝐽 = 𝑚 ∗ 𝑟 2 = 𝑘𝑔𝑚2

Disco ou cilindro maciço


𝑚 ∗ 𝑟2
𝐽= = 𝑘𝑔𝑚2
2

Disco ou cilindro oco


𝑚 ∗ (𝑅² + 𝑟²)
𝐽= = 𝑘𝑔𝑚2
2

Fórmula para calcular o momento de aceleração ou frenagem desses componentes


𝑚 ∗ 𝑣 ∗ 𝑟 𝑚 ∗ 𝜋 ∗ 2𝑟 ∗ 𝑛 ∗ 𝑟 𝑚 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 2 ∗ 𝑛
𝑀𝑎 = = = = 𝑁𝑚2 /𝑠 2
𝑡 60 ∗ 𝑡 30 ∗ 𝑡
Na fórmula acima se, 𝐽 = 𝑚 ∗ 𝑟 2 = 𝑘𝑔𝑚2 substituindo 𝑚 ∗ 𝑟 2 por 𝐽, teremos
𝐽∗𝜋∗𝑛
𝑀𝑎 = = 𝑁𝑚2 /𝑠 2
30 ∗ 𝑡
𝒕 = tempo em s 𝒗 = m/s 𝑛 = rotações por minuto 𝑟 = raio em metros
ENERGIA CINÉTICA
É a energia que um corpo em movimento possui devido a sua velocidade.
𝑚 ∗ 𝑣2
𝐸𝑐 = =𝐽
2
𝑣 = velocidade em m/s m = massa em kg

Exemplos
1 - Calcular a energia cinética de uma barra de massa m =10 g no instante em que está com uma velocidade
de 700 m/s.
Sistema internacional Sistema técnico
2 2
𝑚∗𝑣 0,01𝑘𝑔 ∗ 700 𝐺 ∗ 𝑣 2 0,01𝑘𝑔𝑓 ∗ 7002
𝐸𝑐 = = = 2450𝐽 𝐸𝑐 = = = 249𝑘𝑔𝑓𝑚2 /𝑠 2
2 2 𝑔∗2 9,8𝑚
∗2
𝑠2

2 - Calcular a energia cinética de um corpo de massa 5kg que cai em queda livre de uma altura de 10 m. Usar
o sistema internacional.
Cálculo da velocidade final
9,8𝑚
𝑣 2 = 𝑣02 + 2 ∗ 𝑔 ∗ ℎ = 0 + 2 ∗ 2 ∗ 10
𝑠
2
𝑣 = 196
𝑣 = 14𝑚/𝑠
Cálculo da energia cinética
𝑚 ∗ 𝑣 2 5 ∗ 142
𝐸𝑐 = = = 490𝐽
2 2

11
𝑣𝑜 = velocidade inicial g = força gravitacional ℎ = altura 𝑣 = velocidade final

Para explicação da unidade joule J veja a descrição abaixo (fonte: wikipédia)


O joule (símbolo: J) é a unidade de energia e trabalho no sistema internacional, e é definida
𝑚²
1𝐽 = 1𝑘𝑔 ∗
𝑠²
O nome da unidade foi escolhido em homenagem ao físico britânico James Prescott Joule.
O plural do nome da unidade joule é joules.
Um joule compreende a quantidade de energia necessária para se efetivar as seguintes ações:
• A aplicação da força de um newton pela distância de um metro. Essa mesma quantidade poderia ser
dita como um newton metro. No entanto, e para se evitar confusões, reservamos o newton metro
como unidade de medida de binário (ou torque);
• O trabalho necessário para se mover a carga elétrica de um coulomb através de uma diferença de
potencial de um volt; ou um coulomb volt, representado por C·V;
• O trabalho para produzir a energia de um watt continuamente por um segundo; ou um watt
segundo (compare quilowatt-hora), com W·s. Assim, um quilowatt-hora corresponde a 3.600.000
joules ou 3,6 megajoules;
• A energia cinética de uma massa de 2 kg movendo-se à velocidade de 1 m/s. A energia é linear
quanto à massa, mas quadrática quanto à velocidade, como em E = ½mv²;
• A energia potencial de uma massa de 1 kg posta a uma altura de 1 m sobre um ponto de referência,
num campo gravitacional de 1 m/s². Como a gravidade terrestre é de 9,81 m/s² ao nível do mar, 1 kg
a 1 m acima da superfície da Terra, tem uma energia potencial de 9,8 joules relativa a ela. Ao cair,
esta energia potencial gradualmente passará de potencial para cinética, considerando-se a
conversão completa no instante em que a massa atingir o ponto de referência. Enquanto a energia
cinética é relativa a um modelo inercial, no exemplo o ponto de referência, energia potencial é
relativa a uma posição, no caso a superfície da Terra.
• Outro exemplo do que é um joule seria o trabalho necessário para levantar uma massa de 98g (uma
pequena maçã) na altura de um metro, sob a gravidade terrestre, que também se equivale a um
watt por um segundo.

ENERGIA CINÉTICA ROTACIONAL DE UM DISCO OU CILINDRO MACIÇO


Em um disco ou cilindro sólido é possível calcular o momento de torção máximo gerado pela energia cinética
rotacional.

Motor WEG 50CV - 4 polos (1720 rpm). Momento de inércia: I = 0,374kgm². Momento de torção: 199Nm
Cálculo do momento de energia cinética rotacional devido ao rotor, eixo e ventilador

1𝑟𝑝𝑚 = 0,105𝑟𝑎𝑑/𝑠

𝑟𝑎𝑑 2
𝑤2 ( 𝑠 ) (0,105 ∗ 1700𝑟𝑝𝑚)2
𝐸𝑐𝑟𝑜𝑡 =𝐼∗ =𝐼∗ = 0,374𝑘𝑔𝑚² ∗ = 5958𝑘𝑔𝑚² → 58388𝑁𝑚²
2 2 2

Conclusão: No instante do travamento de um equipamento qualquer acionado por esse motor, o mesmo
fornecerá um torque muito acima do torque em regime normal de funcionamento

MOMENTO DE TORÇÃO REQUERIDO: é o momento necessário para acionar um equipamento qualquer. Na


partida é a soma do momento resistente por atrito e do momento de aceleração. Na frenagem o momento

12
resistente de atrito será subtraído do momento de frenagem e o momento de aceleração requerido será
maior do que o momento de frenagem desde que os tempos de partida e parada sejam iguais.

NOÇÕES DE POTÊNCIA
POTÊNCIA é o produto da força multiplicado pela velocidade.
kW
No sistema internacional, a potência é medida em kW (quilowatts) ou W (watts) =
1000
Se você conhece a força necessária para deslocar um peso e sabe qual a velocidade em m/s é fácil calcular a
potência necessária ou requerida de acionamento através da fórmula abaixo:
- Para o cálculo usar a força em N (Newton) e as fórmulas são as seguintes:
𝑃=𝐹∗𝑣 =𝑊 𝐹∗𝑣
𝑃= = 𝑘𝑊
1000
F = força em N v – velocidade em m/s

No sistema técnico:
𝐹∗𝑣
𝑃= = 𝐶𝑉
75

F = força em kgf v = velocidade em m/s

Comparando:
- 1W é a potência necessária para deslocar um corpo de massa 1kg a 1m/s² e, como na superfície do
planeta a aceleração da gravidade é 9,8 m/s², há necessidade de 9,8 W para elevar esse corpo a
altura de 1 m no tempo de 1 segundo.
- 1 CV é a potência necessária para elevar um corpo de massa 75 kg (força peso 75kgf) a altura de 1 m
no tempo de 1 segundo.
- Na superfície da Terra para elevar um corpo de massa 75 kg à altura de 1 metro no tempo de
1 segundo, é necessário a potência de 75kg x 9,8m/s² = 735 W

Concluindo:
1 CV = 735 W
1 CV = 0,735 kW

13
1kW = 1,36 CV

Exemplo de aplicação da fórmula


Qual a potência em CV e Watts de uma queda de água de vazão 0,20 m³ por segundo sendo a altura da
queda 10 m?

No sistema técnico

𝐹 ∗ 𝑣 200𝑘𝑔𝑓 ∗ 10𝑚/𝑠
𝑃= = = 26,6𝐶𝑉
75 75

No sistema internacional
9,8𝑚
𝑃 = 𝐹 ∗ 𝑣 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ 𝑣 = 200𝑘𝑔 ∗ ∗ 10𝑚 = 1960𝑊−→ 19,6𝑘𝑊
𝑠2

CÁLCULO DA POTÊNCIA NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE UM EQUIPAMENTO EM FUNÇÃO DO


MOMENTO ou TORQUE REQUERIDO.

Podemos calcular a potência requerida de acionamento de um equipamento, ou seja, a potência do motor


que será utilizado, a partir do conhecimento do momento de torção ou torque requerido e da rotação por
minuto no seu eixo de acionamento. O rendimento do sistema de transmissão, geralmente um redutor,
também deverá ser conhecido.

PARA POTÊNCIA EM CV
𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
M – Momento de torção requerido em kgfm no eixo de acionamento da máquina.

PARA POTÊNCIA EM kW
𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂
M – Momento de torção requerido em Nm no eixo de acionamento da máquina.
n – rotação por minuto no eixo de acionamento da máquina.
 – rendimento do sistema de acionamento (redutor, polias e engrenagens)

Exemplo de cálculo com objetivo didático para aplicação das fórmulas referentes as forças de atrito, força
de aceleração, torque e potência.
Cálculo da potência do motor e seleção do redutor para o movimento de translação de um pórtico acionado
por dois motores e redutores (terreno nivelado).
Neste caso foi usado um sistema antigo de motorização. Atualmente, a maioria dos equipamentos deste
tipo, dispensa o uso de polias, correias e transmissão por corrente.

14
Dados:
Massa da carga: 22000 kg
Massa da estrutura do pórtico: 6000 kg
Velocidade desejada: v =10 m/min
Tempo de aceleração do repouso até a velocidade máxima: 6 s
Diâmetro da roda (𝑫𝒓 ) = 400mm
Atrito das rodas com os trilhos: f1 = 0,5mm (braço de alavanca da resistência ao rolamento aço/aço)
Diâmetro médio dos rolamentos dos mancais das rodas (𝒅𝒎 ): 100mm
Atrito dos rolamentos dos mancais das rodas: 𝑓2 = 0,1mm
Diâmetro da polia do motor (𝒅𝒑 ): 75mm
Diâmetro da polia no eixo de entrada do redutor (𝑫𝒑 ): 150mm
Diâmetro do pinhão no eixo de saída do redutor (𝒅𝒆 ): 80mm
Diâmetro da engrenagem no eixo das rodas (𝑫𝒆 ): 240mm
Para melhor entendimento das fórmulas de cálculo, vamos calcular isoladamente as forças envolvidas no
sistema. Como são dois acionamentos, a massa da carga + estrutura poderia ser dividida por 2 mas há uma
particularidade: A carga no pórtico pode estar deslocada para as laterais com a força peso concentrada
encima de uma das rodas. Sendo assim, para maior segurança nos cálculos, podemos considerar a força peso
da carga toda de um lado e sendo movimentada por um único motor. A massa da estrutura em equilíbrio
será dividida por 2.
Então a massa sobre as rodas de um único lado será 22000kg + 6000kg / 2 = 25000kg
Lembrando que, no sistema técnico, a medida de força peso (G) é a própria massa. No sistema internacional,
a força em N (Newton) (massa x aceleração da gravidade) leva em consideração a força da gravidade do
lugar onde se encontra o equipamento e, na superfície do nosso planeta para efeito dos cálculos, o valor da
gravidade (g) é 9,8m/s².
Para fins didáticos, os cálculos serão efetuados no sistema técnico e sistema internacional. As fórmulas do
sistema internacional estarão dentro de um retângulo para facilitar a visualização.

Forças resistentes ao movimento contínuo


1 - Força de atrito de rolamento entre as rodas e os trilhos:
No caso de roda sobre trilhos, há um atrito de escorregamento entre o flange das rodas e os trilhos. O valor
desse atrito depende do bom alinhamento dos trilhos e até mesmo de ventos transversais que podem
provocar uma força transversal ao pórtico e as rodas. Então, para compensar, é adicionado na fórmula o
coeficiente multiplicador 𝒌𝒇 referente a esse atrito.
Valor de 𝑘𝑓 - 1,2 para trilhos bem alinhados
1,5 para trilhos mal alinhados e ventos fortes transversais ao movimento.

15
2 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 2 ∗ 0,5𝑚𝑚 ∗ 1,2
𝐹𝑎𝑡1 = 𝐺 ∗ = 25000𝑘𝑔𝑓 = 75𝑘𝑔𝑓
𝐷𝑟 400𝑚𝑚

2 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 9,8𝑚 2 ∗ 0,5𝑚𝑚 ∗ 1,2


𝐹𝑎𝑡1 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ = 25000𝑘𝑔 ∗ 2 ∗ = 735𝑁
𝐷𝑟 𝑠 400𝑚𝑚

2 - Força de atrito referente aos rolamentos dos mancais:


2 ∗ 𝑓2 2 ∗ 0,1𝑚𝑚
𝐹𝑎𝑡2 = 𝐺 ∗ = 25000𝑘𝑔𝑓 ∗ = 50𝑘𝑔𝑓
𝑑𝑚 100

2 ∗ 𝑓2 9,8𝑚 2 ∗ 0,1𝑚𝑚
𝐹𝑎𝑡2 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ = 25000𝑘𝑔 ∗ 2 ∗ = 490𝑁
𝑑𝑚 𝑠 100
d = diâmetro médio dos rolamentos dos mancais das rodas (mm)

Conhecidas as forças, partimos para o cálculo do momento de torção requerido no eixo das rodas:
3 - Momento de torção para vencer a força de atrito entre as rodas e os trilhos
𝐷𝑟 400𝑚𝑚
𝑀𝑎𝑡1 = 𝐹𝑎𝑡1 ∗ = 75𝑘𝑔𝑓 ∗ = 15𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2000

𝐷𝑟 400𝑚𝑚
𝑀𝑎𝑡1 = 𝐹𝑎𝑡1 ∗ = 735𝑁 ∗ = 147𝑁𝑚
2 ∗ 1000 2000
4 - Momento de torção para vencer a força de atrito nos rolamentos dos mancais de apoio.
𝑑𝑚 100𝑚𝑚
𝑀𝑎𝑡2 = 𝐹𝑎𝑡2 ∗ = 50𝑘𝑔𝑓 ∗ = 2,5𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2000

𝑑𝑚 100𝑚𝑚
𝑀𝑎𝑡2 = 𝐹𝑎𝑡2 ∗ = 490𝑁 ∗ = 25𝑁𝑚
2 ∗ 1000 2000

5 – Momento de torção para vencer os atritos de rolamento


𝑀𝑎𝑡 = 𝑀𝑎𝑡1 + 𝑀𝑎𝑡2 = 15𝑘𝑔𝑓𝑚 + 2,5𝑘𝑔𝑓𝑚 = 17,5𝑘𝑔𝑓𝑚

𝑀𝑎𝑡 = 𝑀𝑎𝑡1 + 𝑀𝑎𝑡2 = 147𝑁𝑚 + 25𝑁𝑚 = 172𝑁𝑚

As fórmulas 3, 4 e 5 podem ser substituídas pelas fórmulas a seguir


𝐺 ∗ (𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2 ) 25000𝑘𝑔𝑓(0,5 ∗ 1,2 + 0,1)
𝑀𝑎𝑡 = = = 17,5𝑘𝑔𝑓𝑚
1000 1000

9,8𝑚
𝑚 ∗ 𝑔 ∗ (𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2 ) 25000𝑘𝑔 ∗ 𝑠 2 ∗ (0,5 ∗ 1,2 + 0,1)
𝑀𝑎𝑡 = = = 172𝑁𝑚
1000 1000

6 - Maquinas com elevada massa de inércia e baixo coeficiente de atrito, necessitam de torque
relativamente alto na partida.
Para calcular o momento de aceleração é preciso calcular a força de aceleração.
Força de aceleração (velocidade em m/s e tempo de aceleração em s).

16
No sistema técnico, o cálculo da força de aceleração causa confusão porque a força peso é a massa do corpo
submetida à força da gravidade (𝐺 = 𝑚 ∗ 𝑔 ) e, como neste caso deixa de ser importante, é preciso elimina-
la e substitui-la pela força de aceleração.
0,166𝑚
𝐺 𝑣 25000𝑘𝑔𝑓 𝑠
𝐹𝑎 = ∗ = ∗ = 70,5𝑘𝑔𝑓
𝑔 𝑡𝑎 9,8𝑚 6𝑠
𝑠2
0,166𝑚
𝑣 𝑠
𝐹𝑎 = 𝑚 ∗ = 25000𝑘𝑔 ∗ = 691,6𝑁
𝑡𝑎 6𝑠

Momento de aceleração para vencer inércia das massas


𝐷𝑟 (𝑚𝑚) 400𝑚𝑚
𝑀𝑎 = 𝐹𝑎 ∗ = 70,5𝑘𝑔𝑓 ∗ = 14,1𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2000

𝐷𝑟 (𝑚𝑚) 400𝑚𝑚
𝑀𝑎 = 𝐹𝑎 ∗ = 691,6𝑁 ∗ = 138,3𝑁𝑚
2 ∗ 1000 2000

7 – Momento de torção requerido no eixo das rodas. Somando os momentos:


𝑀 = 𝑀𝑎𝑡 + 𝑀𝑎 = 17,5𝑘𝑔𝑓𝑚 + 14,1𝑘𝑔𝑓𝑚 = 31,6𝑘𝑔𝑓𝑚

𝑀 = 𝑀𝑎𝑡 + 𝑀𝑎 = 172𝑁𝑚 + 138𝑁𝑚 = 310𝑁𝑚

8 - Momento de torção ou torque requerido no eixo de saída do redutor:


𝑀 ∗ 𝑑𝑒 31,6𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 80𝑚𝑚
𝑀2 = = = 11𝑘𝑔𝑓𝑚
𝐷𝑒 ∗ 𝜂𝑒 240𝑚𝑚 ∗ 0,95

𝑀 ∗ 𝑑𝑒 310𝑁𝑚 ∗ 80𝑚𝑚
𝑀2 = = = 109𝑁𝑚
𝐷𝑒 ∗ 𝜂𝑒 240𝑚𝑚 ∗ 0,95
𝐷𝑒 = diâmetro engrenagem de transmissão por corrente no eixo da roda (mm)
𝑑𝑒 = diâmetro engrenagem de transmissão por corrente no eixo de saída do redutor (mm)
𝜂𝑒 = rendimento do conjunto de engrenagens e corrente

9 - Cálculo da rotação (rpm) no eixo das rodas:


10𝑚
𝑣 ∗ 1000 ∗ 1000
𝑛𝑒 = = 𝑚𝑖𝑛 = 7,96𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑟 3,14 ∗ 400𝑚𝑚

𝐷𝑟 = diâmetro da roda (mm) 𝑣 = velocidade do carro (m/min)

10 - Cálculo da rotação por minuto no eixo de saída do redutor:


𝑛𝑒 ∗ 𝐷𝑒 7,96𝑟𝑝𝑚 ∗ 240𝑚𝑚
𝑛2 = = = 23,9𝑟𝑝𝑚
𝑑𝑒 80𝑚𝑚

11 - Cálculo da rotação por minuto no eixo de entrada do redutor considerando motor de 4 polos -1750rpm
𝑛𝑚 ∗ 𝑑𝑝 1750𝑟𝑝𝑚 ∗ 75𝑚𝑚
𝑛1 = = = 875𝑟𝑝𝑚
𝐷𝑝 150𝑚𝑚

17
12 - Cálculo da redução do redutor:
𝑛1 875𝑟𝑝𝑚
𝑖𝑟 = = = 36,6
𝑛2 23,9𝑟𝑝𝑚

13 - Cálculo da potência necessária ou requerida do motor:


𝑀 ∗ 𝑛𝑒 31,6𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 7,96𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,42𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂𝑒 ∗ 𝜂𝑟 ∗ 𝜂𝑝 716,2 ∗ 0,95 ∗ 0,97 ∗ 0,90

𝑀 ∗ 𝑛𝑒 310𝑁𝑚 ∗ 7,96𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,31𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂𝑒 ∗ 𝜂𝑟 ∗ 𝜂𝑝 9550 ∗ 0,95 ∗ 0,97 ∗ 0,90
𝜂𝑒 = rendimento do conjunto de engrenagens e corrente
𝜂𝑟 = rendimento do redutor
𝜂𝑝 = rendimento do conjunto de polias

MULTIPLICADORES PARA CONVERSÃO DE UNIDADES MÉTRICAS, SI E AMERICANAS

VELOCIDADE ANGULAR e VELOCIDADE TANGENCIAL ou PERIFÉRICA


Define-se velocidade angular como sendo o ângulo descrito na unidade de tempo que o móvel percorre o
percurso A - B. É representado pela letra grega 

18
obtemos a velocidade angular em radianos por segundo- rad/s pela fórmula
𝑣(𝑚/𝑠)
𝜔= = 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑅(𝑚)
EQUIVALÊNCIAS
- rotações (rpm) em radianos por segundo (rad/s)
𝑛 ∗ 2 ∗ 𝜋 𝑟𝑎𝑑 𝑟𝑎𝑑
= ∴ 𝑛 ∗ 0,1047 =
60 𝑠 𝑠
Exemplo: A roda de um trem gira a razão de 125 rpm e o seu diâmetro é 650mm. Determinar sua velocidade
linear ou tangencial e a velocidade angular.
𝜋 ∗ 𝐷 ∗ 𝑛 𝜋 ∗ 0,65𝑚 ∗ 125𝑟𝑝𝑚
𝑣= = = 4,25𝑚/𝑠
60 60

𝑣 4,25
𝜔= = = 13,07𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑅 0,325

- radianos em graus
180°
𝑟𝑎𝑑 = = 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠
𝜋

POLIAS E ROLDANAS – MULTIPLICAÇÃO DE FORÇA


multiplicação exponencial da força

19
ALAVANCAS

P – Peso a ser
elevado
F – Força a ser
aplicada
 – Ponto de
apoio
 -- Ponto fixo

20
ACOPLAMENTOS ELÁSTICOS
A função do acoplamento elástico é compensar possíveis desalinhamentos entre os eixos do redutor e do
equipamento acionado, evitando o mal funcionamento dos seus respectivos rolamentos ou quebra por
fadiga de um dos eixos. Conseguir o alinhamento na fabricação, principalmente em equipamentos fora de
série, é difícil.
No exemplo abaixo, uma rosca transportadora apoiada em 2 rolamentos e acionada por um motoredutor
com eixos coaxiais.

Detalhes do acoplamento com seu elemento elástico de borracha flexível

A seguir, possíveis desalinhamentos, aqui exagerados para melhor visualização e entendimento.


Desalinhamento angular

21
O detalhe a seguir, mostra a folga irregular provocada entre as duas metades do acoplamento pelo
desalinhamento angular da base do motoredutor

Desalinhamento de nível

Supondo que fosse utilizado acoplamento rígido com os mesmos desalinhamentos

Nessa situação algo vai quebrar.


- o acoplamento se for a parte mais fraca do conjunto.

22
- e se o acoplamento for muito resistente, quebrará o eixo do redutor ou seus rolamentos.

23
SISTEMA DE POLIAS E CORREIAS
Cálculo da velocidade e rpm

1 – fórmula para o cálculo da velocidade periférica da polia motora e da correia V em m/min


𝑣1 = 𝜋 ∗ 𝐷1 (𝑚) ∗ 𝑛1 (𝑟𝑝𝑚) = 𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑛1 – rotação (rpm) no eixo do motor e da polia motora – conforme motor selecionado
𝐷1 – Diâmetro da polia motora em metros

𝑛2 – cálculo da rotação (rpm) no eixo da polia movida


𝐷1 (𝑚)
𝑛2 = 𝑛1 ∗
𝐷2 (𝑚)
𝐷2 – Diâmetro da polia movida em metros

𝑣2 – cálculo da velocidade da correia transportadora em m/min


𝑣2 = 𝜋 ∗ 𝐷𝑡 (𝑚) ∗ 𝑛2 (𝑟𝑝𝑚) = 𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝐷𝑡 – Diâmetro do tambor em metros

Cálculo da força e torque

𝐷1 = Diâmetro da polia motora

𝐷2 = Diâmetro da polia movida

𝐷𝑡 = Diâmetro do tambor

𝑅1 = Raio da polia motora

𝑅2 = Raio da polia movida

𝑅𝑡 = Raio do tambor

24
No catálogo do motor, baixar o valor do torque (conjugado nominal) no eixo do motor

Ou calcular o torque no eixo do motor / eixo da polia motora através da fórmula a seguir
716,2 ∗ 𝑃
𝑇1 = = 𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑛1
P = Potência do motor em CV
𝑛1 = rotação por minuto no eixo do motor

𝐹1 = fórmula para o cálculo da força de tração na correia em V, força tangencial na polia motora e na polia
movida
𝑇1
𝐹1 =
𝑅1

𝑇2 = fórmula para o cálculo do torque no eixo da polia movida / eixo do tambor


𝑇1 ∗ 𝐷2
𝑇2 = = 𝑘𝑔𝑓𝑚
𝐷1

𝐹2 = Força tangencial no tambor. Força de elevação. Força de tração na correia transportadora


𝑇2
𝐹2 =
𝑅𝑡

25
TRANSMISSÃO POR CORRENTE DE ROLOS
Esse tipo de transmissão é utilizado em máquinas e
equipamentos para transmitir o torque e rotação de
um eixo para outro, desde que a relação de
transmissão não ultrapasse i = 6. É versátil e sua
eficiência chega a 98% de rendimento quando em
condições corretas de trabalho e lubrificação.

Informações necessárias para seleção da corrente e engrenagens.


- Potência transmitida em kilowatts
- características da máquina acionada
- rotação no eixo motor e eixo movido
- distância entre centros dos eixos

Para um projeto correto observe os passos a seguir

1 - Determine a relação de transmissão


Usar a tabela 1 para seleção da quantidade de dentes das engrenagens com as seguintes recomendações
- a quantidade ideal do número de dentes das engrenagens deve ser:
acima de 19 para máquinas sem choques
acima de 25 para acionamentos sujeitos a trancos.
- principalmente em altas reduções, a relação de transmissão (i), associada a distância entre centros, deve
ser de tal forma que o ângulo de abraçamento da corrente na engrenagem menor, seja superior a 120°
𝑍2
𝑖=
𝑍1

26
Tabela 1 – Relação de transmissão
Número de dentes da engrenagem motora 𝑍1 Núm. de dentes engrenagem
movida 𝑍2
15 17 19 21 23 25
- - - - - 1,00 25
2,53 2,23 2,00 1,80 1,65 1,52 38
3,80 3,35 3,00 2,71 2,48 2,28 57
5,07 4,47 4,00 3,62 3,30 3,04 76
6,33 5,59 5,00 4,52 4,13 3,80 95
7,60 6,70 6,00 5,43 4,96 4,56 114

2 - Selecione o fator de aplicação f1


Este fator leva em consideração a sobrecarga dinâmica exercida sobre a corrente. O valor pode ser
determinado pelo projetista em função de sua experiência ou consultando a tabela 2

Tabela 2 – Características da máquina acionada

27
3 - Selecione o fator de aplicação 𝒇𝟐 (fator relativo aos dentes)
Este fator, determinado conforme tabela 3, irá modificar a seleção da potência final porque, ao ser
selecionada uma engrenagem de um determinado diâmetro, a mesma irá modificar a transmissão da
potência máxima que é função da força de tração exercida sobre a corrente. Menor diâmetro da
engrenagem maior a tração sobre a corrente.
O fator de dente 𝒇𝟐 é calculado por meio da fórmula 𝑓2 = 19/𝑍1
O valor 19 no numerador é devido a classificação das curvas de seleção serem para uma roda dentada de 19
dentes.
Tabela 3- Fator𝑓𝟐 para rodas dentadas padronizadas
𝒁𝟏 𝒇𝟐 𝒁𝟏 𝒇𝟐
15 1,27 21 0,91
17 1,12 23 0,83
19 1 25 0,76

4 – Calcule o valor da potência de seleção multiplicando a potência transmitida pelos fatores f1 e f2.
𝑃𝑠 = 𝑃𝑡 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑓2
5 – Selecione o passo da corrente cruzando a rpm da engrenagem motora com a potência de seleção nas
tabelas a seguir

28
6 – Cálculo da quantidade de passos ou elos da corrente

𝑍1 + 𝑍2 2 ∗ 𝐶 (𝑍2 − 𝑍1 )2 ∗ 𝑝
𝑄= + + = 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑠
2 𝑝 39.48 ∗ 𝐶

A quantidade de passos ou elos da corrente deve ser arredondada para número par e, evidentemente,
inteiro. Se uma roda tensora for utilizada para esticar a corrente, dois passos devem ser adicionados ao
comprimento da corrente.
C é a distância entre centros em mm determinada pelo projetista e deve estar entre 30 e 50 passos

29
7 - Cálculo da distância exata entre centros
A distância entre centros efetiva, estará em função da quantidade de passos ou elos.
𝑝
𝐶 = ∗ [2 ∗ 𝑄 − 𝑍2 − 𝑍1 + √(2 ∗ 𝑄 − 𝑍1 − 𝑍2 )² − (0,81 ∗ (𝑍2 − 𝑍1 )2 )]
8
p – passo da corrente – mm 𝑍1 – quantidade de dentes da engrenagem motora
Q – quantidade de passos ou elos 𝑍2 – quantidade de dentes engrenagem movida

Fatores de segurança
O fator de segurança deve ser 8 para máquinas e equipamentos que não transportem passageiros.
Para equipamentos de transporte de passageiros o fator de segurança deve ser 10

Velocidade da corrente
𝑛1 ∗ 𝑝 ∗ 𝑍1
𝑣= = 𝑚/𝑠
60000
𝑛1 = 𝑟𝑝𝑚 𝑑𝑎 𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑎
A velocidade, em geral, não deve exceder a 45m/min
Para velocidades superiores, selecionar a corrente como se fosse utilizada para transmissão de carga,
convertendo em potência de acordo com a fórmula abaixo:
𝐹∗𝑣
𝑃= = 𝑘𝑊
1000
F – Carga – N (Newton)
v – Velocidade da corrente – m/s
O resultado obtido é o valor da potência transmitida. Após multiplicar pelos fatores f1 e f2, entrar no gráfico
para selecionar a corrente considerando a rpm da engrenagem menor.
6000 ∗ 𝑣
𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 (𝑟𝑝𝑚) =
𝑝 ∗ 𝑍1

Lubrificação
O sistema de transmissão por corrente deve ser protegido contra poeira e umidade e lubrificado com óleo
mineral de boa qualidade e não detergente. Evitar o uso de óleos demasiadamente viscosos e menos ainda a
graxa, porque não penetra nas superfícies internas de trabalho
Viscosidade recomendada do óleo em função da temperatura
Temperatura ambiente Lubrificante
C° SAE
-5 a +5 20
5 a 40 30
40 a 50 40
50 a 60 50
Na gama de temperaturas acima, pode ser usado óleo multiviscoso SAE 20W50
Para temperaturas muito elevadas (250°C), utilizar lubrificantes secos como grafite coloidal ou bissulfeto de
molibdênio

Cálculo do diâmetro primitivo das engrenagens


conforme http://cerello.ind.br/engrenagem.php

30
Exemplo de cálculo
Informações básicas
Bomba rotativa acionada por motor elétrico 1800 rpm
Potência requerida – 7,5kW
Rotação da bomba – 300rpm
Distância entre centros – 460mm
Serviço suave
Seleção da relação de transmissão
𝑍1 = 19 dentes
Relação de transmissão
𝑍2 𝑛2 1800
𝑖= = = =4
𝑍1 𝑛1 450

𝑍2 = 4 ∗ 𝑍1 = 4 ∗ 19 = 76 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
Selecionando fatores, de aplicação 𝑓1 e de dentes 𝑓2
𝑓1= 1,0 – motor elétrico acionando bomba rotativa
𝑓2= 1,0 – Engrenagem motora com 19 dentes
Calculando potência selecionada
𝑃𝑠 = 𝑃𝑡 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑓2 = 7,5 ∗ 1 ∗ 1 = 7,5𝑘𝑊

Selecionando a corrente consultando o gráfico

Trace uma linha laranja correspondente a rotação da engrenagem motora.


31
Para corrente simples, trace uma linha vermelha correspondente a potência de seleção. Na intersecção da
linha laranja com a linha vermelha e selecione a corrente imediatamente acima - passo 1/2”.
Para corrente dupla, trace uma linha verde correspondente a potência de seleção. Na intersecção da linha
laranja com a verde e selecione a corrente imediatamente acima -passo 3/8”.
Essas correntes transmitem com folga a potência transmitida pelo motor e optaremos pela corrente simples
de passo ½” → 12,7mm

Calculando a quantidade de passos da corrente


𝑍1 + 𝑍2 2 ∗ 𝐶 (𝑍2 − 𝑍1 )2 ∗ 𝑝 19 + 76 2 ∗ 460 (76 − 19)2 ∗ 12,7
𝑄= + + = + + = 122,21
2 𝑝 39.48 ∗ 𝐶 2 12,7 39,48 ∗ 460
Comprimento da corrente arredondando a quantidade para número inteiro
𝐿 = 𝑄 ∗ 𝑝 = 122 ∗ 12,7 = 1549,4𝑚𝑚

Calculando a distância exata entre centros


𝑝
𝐶 = ∗ [2 ∗ 𝑄 − 𝑍2 − 𝑍1 + √(2 ∗ 𝑄 − 𝑍1 − 𝑍2 )² − (0,81 ∗ (𝑍2 − 𝑍1 )2 )]
8
12,7
𝐶= ∗ [2 ∗ 122 − 76 − 19 + √(2 ∗ 122 − 19 − 76)² − (0,81 ∗ (76 − 19)2 )]
8

𝐶 = 1,5875 ∗ [149 + √19570,29]

𝐶 = 1,5875 ∗ [149 + 139,89] = 458,61𝑚𝑚

Velocidade da corrente em m/s


𝑛1 ∗ 𝑝 ∗ 𝑍1 1800 ∗ 12,7 ∗ 19
𝑣= = = 7,23𝑚/𝑠
60000 60000

Carga na corrente em função da potência transmitida


𝑃𝑠 ∗ 1000 7,5𝑘𝑊 ∗ 1000
𝑤= = = 1037𝑁
𝑣 7,23𝑚/𝑠

Calculando os diâmetros primitivos das engrenagens conforme fabricante. Veja tabela na página seguinte
Diâmetro primitivo 19 dentes = 12,7 ∗ 6,076 = 77,1652𝑚𝑚
Diâmetro primitivo 76 dentes = 12,7 ∗ 24,198 = 307,3146𝑚𝑚

32
Diâmetro primitivo das engrenagens
Para o cálculo do diâmetro primitivo usar a tabela a seguir na seguinte forma:
Determine o número de dentes, verifique na tabela o fator X correspondente, multiplique o passo da
corrente pelo fator e obtenha o diâmetro primitivo

Exemplo:
-- Engrenagem 32 dentes passo 1 ½” → 31,75mm = 10,202 x 31,75mm = 323,91mm

33
CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAIS DAS CORRENTES
CORRENTE SIMPLES

CORRENTE DUPLA

34
CORRENTE TRIPLA

Este trabalho foi resumido com o objetivo de facilitar o projetista com as informações mais necessárias.
Para mais informações consulte o trabalho do Prof. Flavio de Marco Filho da Universidade Federal do Rio de
Janeiro
https://pt.scribd.com/document/56103356/Elementos-de-Transmissao-Flexiveis-2009-4

Para desenho
Como desenhar uma engrenagem de corrente

35
ENGRENAGENS E REDUTORES

Engrenagens
São rodas dentadas utilizadas na maioria das máquinas para transmitir o movimento de um eixo para outro e
sempre invertem o sentido de rotação. Sendo ambas de mesmo diâmetro, mantém a mesma velocidade
entre os eixos. Na maioria das vezes, a engrenagem motora, de menor diâmetro, diminui a rotação e
multiplica o torque no eixo da engrenagem movida. Em alguns casos é o contrário.
A permanência ou mudança de velocidade de uma engrenagem em relação a outra, se chama relação de
transmissão (i) e, seu valor, está em função dos diâmetros primitivos e número de dentes das mesmas.
Engrenagens cilíndricas com dentes retos Engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais

Engrenagens com dentes helicoidais transmitem maior potência do que engrenagens com dentes retos de
mesmo diâmetro e largura. Isso por causa do maior largura efetiva e portanto, maior contato entre os
dentes. Além disso são mais silenciosas porque transmitem o movimento do dente de uma emgrenagem
para o dente da outra de forma progressiva.
Clique abaixo para
Teoria
Planilha de cálculos

36
Redutores e motoredutores com eixos coaxiais e engrenagens helicoidais
São compactos e os eixos de entrada e de saída estão na mesma linha de centro

Motoredutor e redutor com engrenagens helicoidais e eixos paralelos


eixo de saída vazado eixo de saída maciço com motor acoplado

Redutor com eixos paralelos e engrenagens helicoidais, especial para acionamento de extrusoras

Engrenagens cônicas com dentes retos


Este tipo de engrenagem é utilizado quando se deseja transmitir
torque e rotação de um eixo para outro posicionado em ângulo
diferente (eixos não paralelos entre si). Sendo os dentes paralelos ao
eixo de giro, a transmissão de movimento, provoca impactos entre
os dentes do par de engrenagens e consequente barulho e vibração.

Engrenagens cônicas com dentes helicoidais


Tem a mesma função da engrenagem cônica com dentes retos, mas transmite o movimento de forma mais
silenciosa em função de baixo impacto entre os dentes. Com essa vantagem em relação as engrenagens com
dentes retos, pode trabalhar com altas rotações (motores de 2 polos ou 3500 rpm). Além disso é mais
eficiente tendo maior rendimento na transmissão de potência.

37
Motoredutor e redutor com engrenagens cônicas

Rosca sem fim e coroa


Este tipo de engrenamento é utilizado para transmitir rotação e torque de um eixo para outro em ângulo de
90°. Sua vantagem em relação aos tipos anteriores é a maior relação de transmissão de velocidade com o
mesmo número de peças sendo que, com um único conjunto, pode chegar a redução de 1:100. Um conjunto
duplo pode chegar a redução de 1:10000. A desvantagem é o baixo rendimento.

Redutores a rosca sem fim


Com relação ao preço, os redutores a rosca sem fim, tem menores custos de fabricação até o torque
aproximado de 80kgfm no eixo da coroa (reduções próximas de 1:30), comparado aos redutores de
engrenagens cônicas helicoidais que cumprem a mesma função. Mas o rendimento é baixo, principalmente
nas altas reduções, necessitando maior potência do motor de acionamento.

38
Motoredutor com dupla rosca sem fim Motoredutor com braço de torção

UMA PARTE DA HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE REDUTORES NO BRASIL


A Redutores Transmotécnica Ltda. foi no passado um dos maiores fabricantes de redutores industriais no
Brasil. Nos anos 90 foi vendida para um grupo americano e comprada de volta por uma fábrica de balanças
nacional. Posteriormente foi adquirida por um empresário que a associou a mais 2 fabricas de redutores.
Trabalhei nessa empresa desde 1974 até 2004 na área de vendas e acompanhei, assistindo palestras do
departamento de engenharia, o desenvolvimento da tecnologia de projeto e fabricação de nova linha de
redutores. Nosso departamento de engenharia era dirigido por engenheiros alemães mais focados nas
normas DIN do que AGMA. Afirmavam que a norma DIN era superior nos detalhes.
Em 1974, a Transmotécnica lançou a nova linha de redutores a rosca sem fim denominada Xevex, com aço
temperado na rosca sem fim e bronze centrifugado da Termomecânica na coroa. Além dos materiais, o perfil
dos dentes foi modificado obrigando ao desenvolvimento de caracóis especiais fabricados pela SU, hoje Sar
SU. A capacidade de transmissão de torque subiu muito em relação aos redutores fabricados anteriormente
com tecnologia mais conservadora e, nos acionamentos, passamos a fornecer redutores bem menores para
a mesma máquina. Os redutores funcionavam bem, mesmo acima da capacidade nominal, um sinal de que
estavam com folga na capacidade de transmitir e multiplicar o torque do motor.
Após o lançamento da linha a rosca sem fim mais moderna, o departamento de engenharia passou a se
envolver no desenvolvimento de redutores a engrenagens helicoidais com maior tecnologia de projeto e
fabricação. A linha antiga consistia em projeto comum a todos os fabricantes brasileiros e com material das
engrenagens aço 1045 cortado por fresas comuns e posteriormente nitretado com tratamento de baixa
temperatura feito pela Brasimet, processo denominado pela mesma de “Tenifer”. Os cálculos das
engrenagens eram os mais comuns à época. Os dentes eram cortados no ângulo de pressão 15°. Lembro
que a tensão admissível, estava de acordo com o livro de um professor de engenharia da FEI, mas o fator de
segurança era bem alto. O material aço 1045 posteriormente nitretado, com dureza baixa em relação aos
utilizados nas engrenagens atualmente, obrigava o projetista a se preocupar mais com o desgaste dos
dentes após determinadas horas de trabalho.
O pé do dente, em função do módulo adotado e da largura do dente, estava sempre com folga na relação
tensão admissível / tensão atuante. Em função disso, os dentes das engrenagens de um redutor raramente
quebravam por causa de um tranco qualquer no acionamento da máquina, mas com o tempo de trabalho, os
dentes das engrenagens se desgastavam obrigando sua troca.
Em 1984, a Transmotécnica lançou a nova linha de redutores com eixos paralelos e engrenagens helicoidais
denominada Maxidur. Com a utilização de material aço cromo níquel molibdênio no pinhão e 20manganês
cromo5 na engrenagem, com alta dureza após a tempera, a pressão específica no contato dos dentes ficou
bem menor do que a resistência oferecida pelo material, a tal ponto que a engenharia afirmava que os
redutores poderiam durar dezenas de anos com aplicação correta e manutenção adequada. A maior dureza
dos dentes permitiu módulos menores e consequentemente um pé do dente de menor dimensão. Então a
preocupação do projetista passou a ser a resistência a flexão do pé do dente e houve a necessidade de
mudar o ângulo de pressão de 15° para 25° para tornar o pé do dente proporcionalmente mais largo em
relação aos dentes com material mole. Também foi adotado deslocamento de perfil para aumentar mais
ainda a espessura do pé do dente em relação a cabeça. Outros detalhes também foram adotados para
aumentar a resistência do pé do dente à flexão. Com todos esses procedimentos puderam ser diminuídos os
39
diâmetros das engrenagens para o mesmo torque e, evidentemente, o entre centros dos eixos que, por falta
de espaço, obrigou o uso de rolamentos especialmente desenvolvidos para esses redutores. Os tamanhos e
pesos dos redutores reduziram aproximadamente 2/3 em relação aos anteriores de mesma capacidade.

Diferença entre os dentes de engrenagens com ângulo de pressão 15° e 25°


Ângulo de pressão 15° Ângulo de pressão 25°

Essa linha de redutores funcionou muito bem em diversos equipamentos. Selecionamos vários redutores
para elevação de turbina em usina de força com cálculos bem apertados relativos ao torque e potência do
motor. Capacidade nominal do redutor com fator de serviço 1,2 sobre o motor. O cliente (muito importante
na área de pontes rolantes), comprou, instalou e não tivemos problemas.
Mas, com essa linha de redutores compactos, tivemos alguns problemas em torres de resfriamento devido
as vibrações inerentes a esse tipo de equipamento. Nossa engenharia chegou à conclusão que, na seleção do
redutor, não estavam sendo seguidos os fatores de serviço indicados pela norma AGMA, ou seja 2 para
trabalho 24 h/dia, que obrigava a seleção de um tamanho maior. Os redutores da linha antiga, com
engrenagens de aço 1045, eram bem maiores permitindo a utilização de eixos e mancais sobre
dimensionados para os esforços gerados no eixo e nas engrenagens, não exigindo tanto cuidado na seleção.
Outros fabricantes de redutores internacionais também tiveram problemas de baixa durabilidade com essa
linha de redutores, mas a Hansen Industrial Gearboxes, adquirida pela Sumitomo Drive Technologies passou
a fornecer redutores específicos para esse tipo de aplicação.

VERIFICAÇÃO DAS CARGAS RADIAIS ADMISSÍVEIS NAS PONTAS DE EIXO DOS REDUTORES
Quando cargas radiais incidirem sobre um ponto mais afastado da dimensão K/2 da ponta de eixo do redutor
há necessidade de verificar se essa carga P2 é admissível pelos rolamentos do mesmo. A força 𝐹𝑟1 e a
dimensão 𝐿1 são os dados fornecidos pelo catálogo do fabricante.
Para verificar a força radial admissível na nova posição aplicar a fórmula a seguir
𝐿1
𝐹𝑟2 = 𝐹𝑟1 ∗
𝐿2

40
TESTE DA POTÊNCIA MOTORA DA MÁQUINA OU EQUIPAMENTO

1 – A potência motora necessária para o acionamento de um equipamento qualquer, pode ser avaliada,
medindo a amperagem e voltagem do motor.
Para verificar a potência absorvida utilize a fórmula abaixo:
𝑈 ∗ 𝐼 ∗ √3 ∗ 𝜂 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝜑
𝑃= = 𝑘𝑊
1000
U = Voltagem da rede
I = amperagem medida a plena carga
 = porcentagem de rendimento do motor (verificar catálogo do fabricante)
cos = fator de potência (verificar no catálogo do fabricante)
Observação:  e cos estão em função da potência instalada conforme se pode verificar no catálogo do
fabricante. Exemplo: Motor de 3,7 kW (5 CV) – 4 polos (1730rpm) funcionando em 220V e com amperagem
10A (aproximadamente 75% da nominal).

Verificando no catálogo da WEG:


Conjugado Rendimento  Fator pot. cos
Potência Corrente Conjug. com Conjug. % da potência nominal
Carcaça Rpm nominal nominal rotor máximo
CV kW 220 v kgfm bloqueado Cmax 50 75 100 50 75 100
Cp/Cn Cn
5,0 3,7 100L 1730 13,6 2,07 3,1 3,0 80,5 82,3 83,5 0,68 0,79 0,85

220𝑉 ∗ 10𝐴 ∗ 1,73 ∗ 0,823 ∗ 0,79


𝑃= = 2,46𝑘𝑊 → 3,34𝐶𝑉
1000
A maioria dos motores fornece um conjugado na partida até 3 vezes maior do que o nominal servindo para
iniciar a partida de equipamentos com grande massa de inércia desde que não sejam muitas partidas por
hora.

2 – Ou, em alguns casos, substituindo o acionamento motorizado por acionamento manual através do
sistema descrito a seguir:

Exemplo real: Rosca transportadora, acionada por um motor de 5,0CV e redutor de 1:27 que não movimenta
a rosca nem mesmo com 80kg de material, sendo que foi projetada para movimentar no mínimo 250kg.

41
Dados da rosca
Comprimento: 6m
Diâmetro externo: 0,30m
Passo: 0,25m
Inclinação: 45°
Rpm: 62 rpm
Mancais em bronze fosforoso
Material a ser transportado: Areia de quartzo
Densidade do material: 2,0 ton/m³
Capacidade de transporte mínima desejada: 4 ton/h

Material necessário para o teste: Um tubo de aço com parede grossa e 1m de comprimento, um grifo de
cano de tamanho adequado, um saco de 60kg para ser enchido com o próprio material e balança para mais
de 100kg.

Calculando o torque fornecido pelo motoredutor


716,2 ∗ 𝐶𝑉 716,2 ∗ 5
𝑇2 = ∗𝜂 = ∗ 0,95 = 54,8𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑟𝑝𝑚 62
𝜂 = 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟

Para substituir a força tangencial fornecida pelo motoredutor de 5,0CV, o peso necessário pendurado na
ponta do tubo com comprimento C = 1m, deverá ter o valor de:
𝑇2 54,8𝑘𝑔𝑓𝑚
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑜 = = = 54,8𝑘𝑔𝑓
𝐶 1𝑚

Se dispõe somente de uma alavanca de 0,80m aumentar o peso para


𝑇2 54,8𝑘𝑔𝑓𝑚
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑜 = = = 68𝑘𝑔𝑓
𝐶 0,80𝑚

42
O resultado será válido para alavanca posicionada exatamente na horizontal.

Para alavanca na posição inclinada em relação a horizontal, aumentar seu comprimento de acordo com os
desenhos a seguir:

Se, nas situações acima, o peso de 55kg movimentar com facilidade a rosca com o material, diminuir o peso
para valores menores. Neste caso, poderá também ser diminuído o comprimento da alavanca. Dessa forma,
verificar a potência realmente necessária para movimentar o material.
Para calcular a potência do novo motoredutor utilizar a fórmula

𝑝ê𝑠𝑜 ∗ 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟. 𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎 ∗ 𝑟𝑝𝑚


𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝑟𝑒𝑛𝑑. 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟

Neste exemplo, após executado os testes acima e visto que um peso bem menor do que 50kgf movimentava
a rosca, foi constatado que o motor não girava o equipamento porque não haviam ligado os fios
corretamente na caixa de ligação.

Nas páginas seguintes:


ACIONAMENTOS – MÉTODOS DE CÁLCUL0

43
CORREIA TRANSPORTADORA APOIADA SOBRE ROLETES.

Para o cálculo mais preciso da potência de acionamento em transportadores de correia para produtos a
granel, consulte este trabalho
O peso do material e da correia ao longo do transportador são os dados necessários para calcular as
forças resistentes ao movimento esquematizadas no desenho abaixo.
Cálculo da força peso exercida pelo material (𝐺𝑀 ) sobre a correia em função da capacidade de transporte:
𝑄
𝐺𝑀 = = 𝑘𝑔𝑓/𝑚
𝑣 ∗ 3,6
L = comprimento do transportador (m)
Q = capacidade de transporte (ton/hora)
v = velocidade da correia (m/s)
Forças de atrito resistentes ao movimento geradas pela correia rolando sobre os roletes.

Podemos dividir as forças de atrito na parte superior e inferior da correia.


Na parte superior, o valor dessa força está em função do peso do material (𝐺𝑀 ), somado ao peso da correia
(𝐺𝐵 ) nessa parte do percurso.
𝐹𝑎𝑡𝑠 = (𝐺𝑀 + 𝐺𝐵 + 𝐺𝑅 ) ∗ 𝐿 ∗ 𝜇𝑜 = 𝑘𝑔𝑓
Na parte inferior da correia, a força de atrito é gerada principalmente pelo peso da correia rolando sobre os
roletes ou deslizando sobre chapa de aço ou outro material qualquer. Os valores dos coeficientes de atrito
estão listados nas tabelas mais abaixo.
𝐹𝑎𝑡𝑖 = (𝐺𝐵 + 𝐺𝑅 )𝐿 ∗ 𝜇𝑜 = 𝑘𝑔𝑓 𝑜𝑢 𝐹𝑎𝑡𝑖 = 𝐺𝐵 ∗ 𝐿 ∗ 𝜇 = 𝑘𝑔𝑓

44
𝐺𝑀 = peso do material por metro linear (kgf/m)
𝐺𝐵 = peso da correia por metro linear (kgf/m)
𝐺𝑅 = peso dos roletes (kgf/m). Vide tabela abaixo
𝐿 = comprimento do transportador (m)
𝜇𝑜 = coeficiente de atrito de rolamento
O valor do coeficiente de atrito de rolamento 𝜇𝑜 depende da maior ou menor tensão da correia e das
condições de trabalho.

𝜇 = coeficiente de atrito de escorregamento da correia de retorno sobre o apoio. Alguns projetos de


transportadores tem a parte inferior (retorno da correia) deslizando sobre material ultra massivo UHMW

Força para elevar o material a uma altura H


𝐻
𝐹𝑒 = 𝐺𝑀 ∗ = 𝑘𝑔𝑓
𝐿
H = altura de elevação ou desnível (m)
L = comprimento do transportador (m)
45
O valor das forças a seguir foram retiradas do manual da Faço

𝐹𝑓𝑙 = Força para flexionar a correia em torno do tambor de acionamento e tambor de retorno:
Conforme manual da Faço, será admitido a força de 41kgf para os dois tambores considerando correia de
largura 84 polegadas. Então, podemos considerar para correias de menor largura e mesma espessura, uma
força proporcionalmente menor:
41𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑓𝑙 = ∗ 𝐵 = 0,49 ∗ 𝐵 = 𝑘𝑔𝑓
84"
B – Largura da correia em polegadas

Forças adicionais 𝐹𝑎𝑑


Quando acessórios fazem parte do sistema, as forças resistentes ao movimento devem ser somadas às
anteriores.
𝐹𝑎 = Força para acelerar o material na alimentação do transportador.
Citando a tremonha como exemplo mais trivial, a velocidade vertical está de acordo com o
escoamento, mas a velocidade horizontal pode ser considerada próximo de 0. Exemplo:
𝑄 ∗ (𝑣 2 − 𝑣𝑐2 ) 60𝑡/ℎ ∗ (0,52 − 0²)
𝐹𝑎 = = = 0,8𝑘𝑔𝑓
36 ∗ 𝑣 36 ∗ 0,5
𝑄 = capacidade de transporte (t/h)
𝑣 = velocidade da correia (m/s)
𝑣𝑐 = componente da velocidade do material na direção do deslocamento da correia (m/s)
A força de aceleração do material, pode ser resumida em
𝑄(𝑡/ℎ) ∗ 𝑣(𝑚/𝑠) 60𝑡/ℎ ∗ 0,5𝑚/𝑠
𝐹𝑎 = = = 0,8𝑘𝑔𝑓
36 36

𝐹𝑔𝑢 = Força resistente ao movimento do material contra as guias laterais:


𝐹𝑔𝑢 = (0,004 ∗ 𝐿𝑔 ∗ 𝐵) + (8,92 ∗ 𝐿𝑔 ) = 𝑘𝑔𝑓
𝐿𝑔 = comprimento das guias laterais (m) B – Largura da correia em polegadas

𝐹𝑟𝑎 = Força resistente ao movimento da correia em cada raspador:


𝐹𝑟𝑎 = (0,9 𝑎 1,4) ∗ 𝐵 (𝑝𝑜𝑙𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠) = 𝑘𝑔𝑓

Cálculo da força de tração


𝐹𝑡 = 𝐹𝑎𝑡𝑠 + 𝐹𝑎𝑡𝑖 + 𝐹𝑒 + 𝐹𝑓𝑙 + 𝐹𝑎 + 𝐹𝑔𝑢 + 𝐹𝑟𝑎 = 𝑘𝑔𝑓

Cálculo do torque requerido no eixo do tambor de acionamento:


𝐷
𝑇 = 𝐹𝑡 ∗ = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000

46
Cálculo da rotação no eixo do tambor.
𝑣 ∗ 60 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋∗𝐷
𝑣 = velocidade da correia (m/s)
𝐷 = diâmetro do tambor de acionamento (mm)

Cálculo da potência requerida para o acionamento


𝐹𝑡 ∗ 𝑣
𝑃= = 𝐶𝑉
75 ∗ 𝜂
𝜂 = rendimento do redutor
v = velocidade do transportador em m/s
Para obter a potência em kW multiplicar o valor por 0,736

Cálculo simplificado da potência do motor. Conforme Ctborracha.com


Fórmula prática para cálculo da potência do motor em transportadores baseada em um coeficiente (C) em
função do comprimento.
Potência para movimentar a correia sem carga
𝐶 ∗ 𝜇𝑜 ∗ 𝐿 ∗ 𝑣 ∗ (2 ∗ 𝐺𝐵 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜆 + 𝐺𝑅 )
𝑃1 =
75
Potência para movimentar o material
𝐶 ∗ 𝜇𝑜 ∗ 𝐿 ∗ 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜆
𝑃2 =
270
Potência para elevar o material a uma altura H

𝑄∗𝐻 𝑄 ∗ 𝐿 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜆
𝑃3 = 𝑜𝑢 𝑃3 =
270 270
𝐺𝐵 = peso da correia por metro linear (kgf/m)
𝐺𝑅 = peso dos roletes (kgf/m). Vide tabela abaixo no início deste capítulo
𝐿 = comprimento do transportador (m)
𝜇𝑜 = coeficiente de atrito de rolamento
Os valores do coeficiente de atrito 𝜇𝑜 e C são obtidos nas tabelas a seguir

47
Potência do motor
𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3
𝑃= = 𝐶𝑉
𝜂

ESTEIRA TRANSPORTADORA APOIADA SOBRE CHAPA METÁLICA

Chapa de apoio

Para calcular o torque requerido para o acionamento deste tipo de transportador onde a correia desliza
sobre uma chapa lisa de aço, devemos considerar o peso do material distribuído sobre a correia somado ao
peso da mesma.
Quando for informado a capacidade de transporte em kg/h, aplicar a seguinte fórmula para cálculo do peso
do material sobre o transportador
𝐿∗𝑄
𝐺𝑀 = = 𝑘𝑔𝑓
𝑣 ∗ 60
L = comprimento do transportador (m)
Q = kg/h de material transportado
v = velocidade (m/min.)

1 – Transportador horizontal
𝐷
𝑀 = (𝐺𝑀 + 𝐺𝐵 ) ∗ 𝜇 ∗ = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000

48
2 – Transportador inclinado

𝐷
𝑀 = [𝐺𝑀 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 + (𝐺𝑀 + 𝐺𝐵 ) ∗ 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∗ 𝜇] ∗ = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000
M = Momento de torção necessário no eixo do tambor de acionamento
𝐺𝑀 = força peso do material sobre o transportador (kgf)
𝐺𝐵 = força peso da correia (kgf)
D = diâmetro do tambor (mm)
 =  a  para correia de material sintético deslizando sobre chapa de aço
 = ângulo de inclinação em graus
𝐴
𝑠𝑒𝑛𝛼 =
𝐿

Cálculo da rotação no eixo do tambor / eixo de saída do redutor (rpm).

𝑣(𝑚/𝑚𝑖𝑛) ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷(𝑚𝑚)
v = velocidade da correia (m/min)

Cálculo da potência necessária para o acionamento


𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
n = rotação no eixo do tambor de acionamento  = rendimento do motoredutor.

Exemplo de aplicação
Iremos utilizar como exemplo o projeto de uma esteira transportadora de peças automotivas.
Detalhes do projeto

Capacidade de transporte: 1260 peças por hora


Peso de cada peça com embalagem = 15kg
Peso da correia: 10kg
Comprimento do transportador = 7m

49
Diâmetro do tambor: 141,3mm
Largura da correia: 280mm
Velocidade desejada: 20m/min

Inicialmente calcular qual o peso a ser transportado no tempo de 1 hora.


𝑄 = peso total das peças a ser transportado em 1 hora = 1260 peças/hora x 15kgf = 18900kgf/h

Calcular a força peso do material sobre a esteira em um momento qualquer 𝐺𝑀


𝐿∗𝑄 7𝑚 ∗ 18900𝑘𝑔𝑓/ℎ
𝐺𝑀 = = = 110𝑘𝑔𝑓
𝑣 ∗ 60 20𝑚/𝑚𝑖𝑛 ∗ 60
L = comprimento do transportador em m
Q = capacidade de transporte em kgf/h
v = velocidade em m/min

Para selecionar a correia é necessário calcular a força de tração 𝐹𝑡 exercida sobre a mesma
𝐹𝑡 = 𝐺𝑀 ∗ 𝜇 = 110𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,4 = 44𝑘𝑔𝑓
 = coeficiente de atrito de escorregamento = 0,30 a 0,40 para correia de material sintético
deslizando sobre chapa de aço

Carga de trabalho exercida pela força de tração sobre toda a largura da correia – 280mm
𝐹𝑡 44𝑘𝑔𝑓
𝐶𝑡 = = = 0,15𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚
𝑙 280𝑚𝑚
Cálculo do momento de torção necessário no eixo do tambor / eixo de saída do redutor
𝐷 141𝑚𝑚
𝑀 = (𝐺𝑀 + 𝐺𝐵 ) ∗ 𝜇 ∗ = (110𝑘𝑔𝑓 + 10𝑘𝑔𝑓) ∗ 0,4 ∗ = 3,4𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2 ∗ 1000
𝐺𝑀 = força peso do material sobre o transportador (kgf)
𝐺𝐵 = força peso da correia (kgf)
D = diâmetro do tambor (mm)

Cálculo da rotação no eixo do tambor / eixo de saída do redutor


𝑣 ∗ 1000 20𝑚⁄𝑚𝑖𝑛 ∗ 1000
𝑛= = = 45𝑟𝑝𝑚
𝜋∗𝐷 3,14 ∗ 141𝑚𝑚
v = velocidade da correia (m/min)
Conhecendo o momento de torção necessário para o acionamento e a rotação por minuto no eixo do
tambor/eixo de saída do redutor já pode ser selecionado o motoredutor

Motoredutor NMRZ 50 redução 1:40 eixo de saída vazado com flange # 110mm e motor 0,5CV 4 polos.
Torque nominal: 7,5kgfm; rotação de saída com motor de 4 polos = 43rpm; capacidade nominal: 0,68CV;
rendimento: 0,71

Cálculo da potência requerida do motor a partir do torque calculado M e rotação n


𝑀∗𝑛 3,4𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 43𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,3𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,71
 = rendimento do motoredutor

50
Relação de correias transportadoras fabricadas pela DAMATEC

51
TRANSPORTADOR APOIADO EM CORRENTE DE ROLOS
Planilha de cálculo

Cálculos efetuados no sistema técnico


No cálculo da potência necessária para acionamento de transportadores de corrente, considere o peso do
material distribuído sobre o transportador (𝐺𝑚𝑎 ) somado ao peso da corrente (𝐺𝑐𝑜 ) e das canecas (𝐺𝑐𝑎 ).
Todo esse peso (𝑄) distribuído sobre a corrente que trabalha sobre as guias de apoio gera uma força de
atrito resistente ao movimento.
𝑄 = 𝐺𝑚𝑎 + 𝐺𝑐𝑎 + 𝐺𝑐𝑜
Cálculo das forças resistentes ao movimento
Força de atrito relativa ao rolo da corrente deslizando sobre seu pino
𝑑2
𝐹𝑎𝑡𝑒 = 𝑄 ∗ 𝜇𝑒 ∗
𝑑1
𝜇𝑒 = (estático) - 0,20 coeficiente de atrito aço deslizando sobre aço (sem lubrificação)
𝜇𝑑 = (dinâmico) - 0,15 coeficiente de atrito para aço deslizando sobre aço (lubrificado)
𝑑2 = diâmetro do pino da corrente
𝑑1 = diâmetro do rolo da corrente

Força de atrito relativa ao rolamento dos rolos da corrente sobre as guias de apoio
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑄 ∗ 𝜇𝑜
𝜇𝑜 = coeficiente de atrito de rolamento aço/aço = 0,002 a 0,005
Coeficiente de atrito

52
Força necessária ou requerida para vencer as forças de atrito
𝐹 = 𝐹𝑎𝑡𝑒 + 𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑘𝑔𝑓

Para transportadores com carga total, alta velocidade e muitas partidas por hora, calcule a força de
aceleração
𝑄∗𝑣
𝐹𝑎 = = 𝑘𝑔𝑓
9,8 ∗ 𝑡𝑎
𝑣 = velocidade da corrente (m/s)
𝑡𝑎 = tempo de aceleração. A maioria dos motores admite até 6s para aceleração quando há poucas
partidas por hora.

Transportador em aclive:
Força para elevar o material a uma altura H
𝐻
𝐹𝑒 = 𝐺𝑚𝑎 ∗ = 𝑘𝑔𝑓
𝐿
𝐺𝑚𝑎 =peso total do material sobre o transportador
H – Altura de elevação ou desnível (m)
L – Comprimento do transportador (m)

Cálculo da potência mínima do motor


(𝐹 + 𝐹𝑎 + 𝐹𝑒 ) ∗ 𝑣
𝑃𝑚 = = 𝐶𝑉
75 ∗ 𝜂
𝜂 = rendimento do redutor
𝑣 = velocidade da corrente (m/s)

Capacidade de transporte (t/h)


𝐺𝑚𝑎 ∗ 𝑣 ∗ 3,6
𝐶= = 𝑡/ℎ
𝐿
𝐺𝑚𝑎 =peso total do material sobre o transportador
𝐿 = comprimento do transportador (metros)

53
TRANSPORTADOR HELICOIDAL – ROSCA TRANSPORTADORA
Planilha de cálculos

Referências para consultas


Livro Transporti Meccanici de Vittorio Zignoli
Manual da Faço – Grupo Allis Mineral Systems – 4ª edição (1991)

Exemplo de aplicação
Produto: açúcar bruto
Granulometria: 0,5 a 0,6mm
Peso específico: 0,88t/m³
Capacidade de transporte: 20000 sacos (50kg) / dia
Comprimento da rosca: 11m
Desnível H = 3m
Ângulo de inclinação
𝐻 3
𝜃 = 𝑠𝑒𝑛−1 ( ) = 𝑠𝑒𝑛−1 ( ) = 15,8°
𝐿 11

Capacidade de transporte por hora


20000 ∗ 50𝑘𝑔
𝑄= = 41,7𝑡/ℎ
24ℎ

Cálculo do diâmetro externo aproximado da rosca em função da capacidade de transporte


3 𝑄
𝐷𝐶 = √ =𝑚
47 ∗ 𝛾 ∗ 𝛼 ∗ 𝐾 ∗ 𝑛
K = Fator de correção em função do ângulo de inclinação K = 0,8

𝛾 = densidade do material (t/h)


𝛼 = grau de enchimento. Conforme características do produto na tabela a seguir
𝑛 = rotação (rpm) aproximada da rosca. Conforme classe do produto na tabela do livro de Vittorio Zignoli, a
seguir

54
Tabela 1

Tabela 2

55
Tabela 3

56
3 𝑄 3 41,7
𝐷𝐶 = √ =√ = 0,364𝑚
47 ∗ 𝛾 ∗ 𝛼 ∗ 𝐾 ∗ 𝑛 47 ∗ 0,88 ∗ 0,3 ∗ 0,7 ∗ 100
Diâmetro arbitrado = 360mm
Passo:
𝑝 = 0,8 𝑎 1 ∗ 𝐷
Passo arbitrado: 300mm
Verificando a velocidade de transporte máxima para material não abrasivo na tabela 3 (CEMA): 0,6m/s
60 ∗ 𝑣 60 ∗ 0,6𝑚/𝑠
𝑛= = = 120𝑟𝑝𝑚
𝑝 0,3𝑚
Conferindo na tabela 1, confirmamos a rotação para diâmetro da rosca 360mm: 120 rpm
Tabela 4

Cálculo da potência do motor


Conforme Vittorio Zignoli. Não considera o ângulo de inclinação e vazamento de material por entre a rosca e
o tubo
Capacidade de transporte
𝑄 = 47 ∗ 𝐷 2 ∗ 𝑝 ∗ 𝛼 ∗ 𝛾 ∗ 𝑛 = 47 ∗ 0,362 ∗ 0,30 ∗ 0,3 ∗ 0,8 ∗ 120 = 52,6𝑡/ℎ
Voltando a tabela 1 para selecionar coeficiente de atrito relativo aos mancais
Diâmetro da rosca 360mm, 120 rpm e mancais em bronze fosforoso:  = 
𝑃 = 0,004 ∗ 𝐿 ∗ (𝜇 ∗ 𝑛 + 𝑓 ∗ 𝑄) = 0,004 ∗ 11 ∗ (0,054 ∗ 120 + 2 ∗ 52,6) = 4,9𝐶𝑉
f = fator referente coeficiente de atrito entre a rosca e o material na tabela 4

Cálculo conforme Assessotec. Considera o ângulo de inclinação e vazamento de material entre rosca e tubo
Cálculo da força peso do material sobre a rosca
𝐷 2 0,360 2
𝐺 = 𝜋 ∗ ( ) ∗ 𝐿 ∗ 𝛼 ∗ 𝛾 ∗ 1000 = 𝜋 ∗ ( ) ∗ 11 ∗ 0,3 ∗ 0,8 ∗ 1000 = 295,6𝑘𝑔𝑓
2 2

57
Verificando a capacidade de transporte
𝐺 ∗ 𝑣 ∗ 3,6 ∗ 𝐾 295,6 ∗ 0,6 ∗ 3,6 ∗ 0,8
𝑄= = = 40,63𝑡/ℎ
𝐿 11
Potência requerida do motor

(𝐺 ∗ 𝑓 + 𝐺 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃) ∗ (1 + 𝜇) ∗ 𝑣
𝑃𝑅 =
75 ∗ 𝜂

(295,6 ∗ 2 + 295,6 ∗ 𝑠𝑒𝑛16°) ∗ (1 + 0,054) ∗ 0,6


= 6,6𝐶𝑉 → 4,86𝑘𝑊
75 ∗ 0,95
Seleção do motor: Considerando a potência calculada de 4,86kW e verificando a tabela da WEG, o motor
5,5kW – 4 polos (1740rpm) atende a necessidade.
Seleção do redutor:
A redução do redutor (i) 1740 / 120 = 14,5. Para seleção do
tamanho do redutor em função da sua capacidade nominal,
deve se considerar um possível travamento da rosca e, devido
ao conjugado máximo (torque) do motor acima de 200% do
nominal, o redutor deve ser selecionado com reserva na sua
capacidade de transmitir e multiplicar o torque do motor para o
eixo da rosca. O ideal é usar fator de serviço 2 ou seja, 100% a
mais da sua capacidade nominal.

Motorredutor com engrenagens helicoidais, eixo de saída vazado e sistema de montagem que dispensa o
uso de acoplamento elástico e base do motorredutor
MOTORREDUTORES COM ENGRENAGENS HELICOIDAIS E EIXO VAZADO SEW

58
CARRO DE TRANSPORTE DE CARGA
Planilha de cálculos
No cálculo da potência requerida de acionamento de um carro de transporte temos,
Acionamento direto no eixo das rodas
Exemplo - Dados:
Massa da carga + massa do carro = 25000kg Velocidade = 15m/min
Diâmetro da roda 300mm Tempo de aceleração = 3s
Considerar a possibilidade de algum desalinhamento no paralelismo dos trilhos

Motorredutor Carro

Cálculo do momento de torção devido aos atritos de rolamento no eixo das rodas - 𝑀𝑡
Considere o peso do carro + peso da carga concentrado em uma única roda.
1- Fórmula utilizada para rodas de aço sobre trilhos e terreno nivelado
No sistema internacional
(𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2 ) (0,5 ∗ 1,5 + 0,1)
𝑀𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ = 25000𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ = 208,2𝑁𝑚
1000 1000

No sistema técnico
(𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2 ) (0,5 ∗ 1,5 + 0,1)
𝑀𝑡 = 𝐺 ∗ = 25000𝑘𝑔𝑓 ∗ = 21,2𝑘𝑔𝑓𝑚
1000 1000
m = massa da carga + massa do carro (kg)
𝐺 = Força peso da carga + força peso do carro (kgf)
𝑓1 = braço de alavanca da resistência ao rolamento da roda de aço sobre os trilhos: 0,5mm
𝑓2 = braço de alavanca da resistência ao rolamento dos mancais: 0,1 para mancais de
rolamento
𝑘𝑓 = Valor relativo ao atrito dos flanges das rodas com os trilhos
1,2 para trilhos bem alinhados - 1,5 para trilhos mal alinhados
g = força da gravidade (9,8m/s²)
2- Fórmula utilizada para rodas com pneus rolando sobre asfalto ou concreto nivelado
59
No sistema internacional No sistema técnico
𝑓3 𝑓3
𝑀𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ = 𝑁𝑚 𝑀𝑡 = 𝐺 ∗ = 𝑘𝑔𝑓𝑚
1000 1000
𝑓3 = braço de alavanca da resistência ao rolamento: 4mm

Convertendo a velocidade para m/s


15𝑚/𝑚𝑖𝑛
= 0,25𝑚/𝑠
60
Cálculo do momento de aceleração para a partida.
No sistema técnico
𝐺∗𝑣 𝐷 25000𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,25𝑚/𝑠 0,3𝑚
𝑀𝑎 = ( )∗ = ( )∗ = 31,8𝑘𝑔𝑓𝑚
9,8 ∗ 𝑡𝑎 2 9,8 ∗ 3𝑠 2

No sistema internacional
𝑚∗𝑣 𝐷 25000𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,25𝑚/𝑠 0,3𝑚
𝑀𝑎 = ( )∗ =( )∗ = 312,5𝑁𝑚
𝑡𝑎 2 ∗ 1000 3𝑠 2

m = massa
v = m/s
D = Diâmetro das rodas (m)
𝑡𝑎 = tempo de aceleração (s)

Cálculo da rotação por minuto no eixo das rodas


𝑣 15𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑛= = = 15,9𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷 3,14 ∗ 0,3𝑚
v = velocidade do carro (m/min.) D = diâmetro da roda (m)

Cálculo da potência requerida para o acionamento no eixo das rodas – eixo de saída do redutor:
No sistema técnico
(𝑀𝑡 + 𝑀𝑎 ) ∗ 𝑛 (21,2𝑘𝑔𝑓𝑚 + 31,8𝑘𝑔𝑓𝑚) ∗ 15,9𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 1,24𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95

No sistema internacional
(𝑀𝑡 + 𝑀𝑎 ) ∗ 𝑛 (208,2𝑁𝑚 + 312,5𝑁𝑚) ∗ 15,9𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,91𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂 9550 ∗ 0,95

n = rotação por minuto no eixo da roda  = rendimento do redutor

Quando não houver controle sobre o tempo de aceleração, em equipamentos com baixo momento de atrito
e alto momento de inércia como este, é importante que o redutor seja selecionado com fator de serviço 1,5
ou mais sobre o motor.
Neste caso, a aceleração assim como a desaceleração, antes do freio entrar em operação, serão controladas
pelo inversor de frequência.

Acionamento externo

60
No caso de acionamento externo por qualquer tipo de cabo ou corrente, é necessário calcular a força
resistente aos atritos de rolamento nas rodas:
- rodas de aço rolando sobre trilhos
2 ∗ (𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2 )
𝐹𝑟 = 𝐺 ∗ = 𝑘𝑔𝑓
𝐷𝑟
𝐷𝑟 – Diâmetro das rodas (mm) G - Peso da carga + peso do carro (kgf)
𝑘𝑓 - Valor relativo ao atrito dos trilhos 𝑓1 = braço de alavanca da resistência ao rolamento da
com o flange das rodas roda de aço sobre os trilhos: 0,5mm
1,2 para trilhos bem alinhados 𝑓2 = braço de alavanca da resistência ao rolamento dos
1,5 para trilhos mal alinhados mancais: 0,1 para rolamentos
- rodas com pneus rolando sobre asfalto ou concreto
2 ∗ 𝑓3
𝐹𝑟 = 𝐺 ∗ = 𝑘𝑔𝑓
𝐷𝑟
𝑓3 = braço de alavanca da resistência ao rolamento: 4mm

Cálculo da força de aceleração


𝐺∗𝑣
𝐹𝑎 = = 𝑘𝑔𝑓
𝑔 ∗ 60 ∗ 𝑡𝑎
v = velocidade do carro = m/min 𝑡𝑎 = tempo de aceleração em segundos

Cálculo da força de tração


𝐹𝑡 = 𝐹𝑟 + 𝐹𝑎 = 𝑘𝑔𝑓

Cálculo do momento de torção no eixo da polia – eixo de saída do redutor


𝐷𝑝
𝑀 = 𝐹𝑡 ∗ = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000

Cálculo da rotação (rpm) no eixo da polia - eixo de saída do redutor:


𝑣 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑝
v = velocidade do carro (m/min.) 𝐷𝑝 = diâmetro da polia (mm)

Cálculo da potência requerida ou potência mínima do motor e capacidade do redutor


𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
n = rotação (rpm) no eixo da polia  = rendimento do redutor

61
GUINCHOS DE ARRASTE
Planilha de cálculos

Para calcular a potência requerida para o acionamento, somar o peso do carro + carga e anotar o diâmetro
das rodas. Se houver inclinação do terreno, anotar o desnível (dimensões C e A).
Cálculo da força resistente ao rolamento devido aos atritos nas rodas:
1 - Plano horizontal:
(𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2 )
𝐹𝑟 = 𝐺 ∗ = 𝑘𝑔𝑓 → 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑡𝑟𝑖𝑙ℎ𝑜𝑠
𝑟
(𝑓1 + 𝑓2 )
𝐹𝑟 = 𝐺 ∗ = 𝑘𝑔𝑓 → 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑛𝑒𝑢𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑎𝑠𝑓𝑎𝑙𝑡𝑜 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜
𝑟

2- Em terreno inclinado

𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 𝐴
𝐹𝑟 = 𝐺 ∗ + 𝐺 ∗ = 𝑘𝑔𝑓 → 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑡𝑟𝑖𝑙ℎ𝑜𝑠
𝑟 𝐶

𝑓1 𝐴
𝐹𝑟 = 𝐺 ∗ + 𝐺 ∗ = 𝑘𝑔𝑓 → 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑛𝑒𝑢𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑎𝑠𝑓𝑎𝑙𝑡𝑜 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜
𝑟 𝐶
G = força peso do carro +carga (kg)
𝑓1 = braço de alavanca da resistência ao rolamento:
- roda de aço sobre trilho = 0,5mm
- eixo de aço e roda de madeira = 1,2mm
- pneu ou roda revestida com borracha rodando sobre asfalto ou concreto liso = 4mm
𝑘𝑓 = coeficiente de atrito referente flange da roda =1,2 a 1,5 para rodas sobre trilhos
𝑓2= braço de alavanca da resistência ao rolamento dos mancais: 0,1 para mancais de rolamento
r = raio da roda (mm)

62
Cálculo da força de aceleração
𝐺∗𝑣
𝐹𝑎 = = 𝑘𝑔𝑓
9,8 ∗ 60 ∗ 𝑡𝑎
v = velocidade do carro (m/min)
𝑡𝑎 = tempo de aceleração desejado (s).
A força de tração 𝐹𝑡 é igual a soma da força resistente com a força de aceleração
𝐹𝑡 = 𝐹𝑟 + 𝐹𝑎

Tendo a força de tração, determine o diâmetro do cabo e do tambor. Estime a quantidade de camadas do
cabo acumuladas em torno do tambor e calcule o diâmetro efetivo conforme fórmula.

Cálculo do diâmetro efetivo do conjunto tambor + cabo


𝐷𝑒 = 𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ∗ 𝑞
𝐷𝑡 = Diâmetro do tambor
𝐷𝑐 = Diâmetro do cabo
q = Quantidade de camadas do cabo em torno do tambor

Cálculo do momento de torção no eixo do tambor / eixo de saída do redutor:


𝐹𝑡 ∗ 𝐷𝑒
𝑀= = 𝑘𝑔𝑓𝑚
1000 ∗ 2

Cálculo da rotação (rpm) em função da velocidade máxima


1000 ∗ 𝑣
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒
v = velocidade máxima (m/min)

Cálculo da potência requerida em função da velocidade máxima desejada:


𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
Para obter a potência em kW multiplique o valor por 0,736
 = rendimento do redutor

Exemplo de aplicação
Peso próprio do carro: 10000kgf Carga: 70000kgf
Diâmetro das rodas de aço: 414mm → r = 207mm Velocidade: 15 m/min
Deslocamento do carro: 22m Terreno nivelado

Cálculo da força resistente 𝐹𝑟 , referente aos atritos nas rodas considerando trilhos nivelados:
(𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 + 𝑓2 ) 0,5 ∗ 1,4 + 0,1
𝐹𝑟 = 𝐺 ∗ = 80000𝑘𝑔𝑓 ∗ = 309𝑘𝑔𝑓
𝑟 207𝑚𝑚

Cálculo da força de aceleração


𝐺∗𝑣 80000𝑘𝑔𝑓 ∗ 15𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝐹𝑎 = = = 680𝑘𝑔𝑓
𝑔 ∗ 60 ∗ 𝑡𝑎 9,8𝑚/𝑠² ∗ 60 ∗ 3𝑠

63
A força de tração Ft é igual a soma da força resistente com a força de aceleração
𝐹𝑡 = 𝐹𝑟 + 𝐹𝑎 = 309 + 680 = 989𝑘𝑔𝑓

Diâmetro do cabo 9,5mm = carga de ruptura 5960kgf. Fator de segurança = 5960 / 989 = 6
Diâmetro do tambor: 216mm
Cálculo do diâmetro efetivo considerando 2 camadas de cabo em torno do tambor
𝐷𝑒 = 𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ∗ 𝑞 = 216𝑚𝑚 + 9,5𝑚𝑚 ∗ 2 = 235𝑚𝑚

Momento de torção no eixo do tambor / eixo de saída do redutor


𝐹𝑡 ∗ 𝐷𝑒 989𝑘𝑔𝑓 ∗ 235𝑚𝑚
𝑀= = = 116,2𝑘𝑔𝑓𝑚
1000 ∗ 2 2000

Cálculo da rpm em função da velocidade máxima


1000 ∗ 𝑣 1000 ∗ 15𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑛= = = 20,3𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒 3,14 ∗ 235𝑚𝑚

Cálculo da potência requerida em função da velocidade máxima:


𝑀∗𝑛 116,2𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 20,3𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 3,6𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,92
 = rendimento do redutor

GUINCHOS PARA ARRASTE DE BARCOS

Cálculo da potência requerida para o acionamento de guincho para retirar barcos da água em uma rampa.
Considere o peso do barco com tudo que estiver dentro + peso da carreta, velocidade desejada e dimensões
da rampa. A fórmula de cálculo da potência do motor deve considerar, para efeito de segurança, a
possibilidade de uma roda estar travada pela entrada de água dentro de um rolamento, o que acontece
frequentemente. O coeficiente de atrito de escorregamento do pneu travado, inflado e molhado varia em
torno de 0,25 a 0,6 (para segurança foi usado o maior valor). No caso de uma carreta com 4 rodas, como
somente aproximadamente 1/4 do peso estará sobre uma das rodas travadas, na fórmula foi tomado o valor
de 0,6/4 = 0,15 para determinar a força de tração Ft. Nesse caso, o coeficiente de atrito de rolamento
normal dos pneus com o solo, valor de 0,010 a 0,015 será desprezível e por isso não considerado na fórmula.
Ainda devido a esse alto valor de coeficiente de atrito, quando a carreta for montada com rodas de madeira,
sem rolamento, a potência do motor estará bem folgada.
Cálculo da força de tração
𝐴
𝐹𝑡 = 𝐺 ∗ + 𝐺 ∗ 0,15 = 𝑘𝑔𝑓
𝐶
G = peso ou massa do barco + carreta (kg)
A = Altura do solo em relação ao nível da água (m)
C = Comprimento da rampa (m)

64
Cálculo do diâmetro efetivo do conjunto tambor + cabo
𝐷𝑒 = 𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ∗ 𝑞
𝐷𝑡 = Diâmetro do tambor
𝐷𝑐 = Diâmetro do cabo
q = Quantidade de camadas do cabo em torno do tambor

Cálculo do momento de torção no eixo do tambor / eixo de saída do redutor:


𝐹𝑡 ∗ 𝐷𝑒
𝑀= = 𝑘𝑔𝑓𝑚
1000 ∗ 2

Cálculo da rpm em função da velocidade máxima


1000 ∗ 𝑣
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒
v = velocidade máxima (m/min)

Cálculo da potência requerida em função da velocidade máxima desejada:


𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
Para obter a potência em kW multiplique o valor por 0,736
 = rendimento do redutor

Exemplo de aplicação
Peso do barco + carreta = 1000kgf Velocidade desejada = 10m/min
Dimensões da rampa: C = 10m; A = 1,5m

Cálculo da força de tração


𝐴 1,5𝑚
𝐹𝑡 = 𝐺 ∗ + 𝐺 ∗ 0,15 = 1000𝑘𝑔𝑓 ∗ + 𝐺 ∗ 0,15 = 300𝑘𝑔𝑓
𝐶 10𝑚

Diâmetro do cabo considerando fator de segurança = 5 → 300kgf x 5 = 1500kgf


Cabo flexível para guincho (filler) = 5mm (carga de ruptura > 1500kgf)
Diâmetro do tambor (aconselhável min. 21 x diâmetro do cabo →125mm. Com 5 camadas de cabo em torno
do tambor o diâmetro efetivo passa a ser
𝐷𝑒 = 𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ∗ 𝑞 = 125 + 5 ∗ 5 = 150𝑚𝑚
Cálculo do momento de torção no eixo do tambor / eixo de saída do redutor:
𝐹𝑡 ∗ 𝐷𝑒 300𝑘𝑔𝑓 ∗ 150𝑚𝑚
𝑀= = = 22,5𝑘𝑔𝑓𝑚
1000 ∗ 2 2000
Cálculo da rpm em função da velocidade máxima
1000 ∗ 𝑣 1000 ∗ 10𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑛= = = 21,2𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒 3,14 ∗ 150𝑚𝑚
v = velocidade máxima (m/min)
Cálculo da potência requerida em função da velocidade máxima desejada:
𝑀∗𝑛 22,5𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 21,2𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 1,0𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,63
 = rendimento do redutor

65
FUSO COM ROSCA TRAPEZOIDAL
Planilha de cálculos
Para calcular a potência necessária de acionamento de um fuso com rosca trapezoidal submetido a uma
força F qualquer em sua extremidade (força ou carga axial) as equações são:

F = força axial de tração ou compressão 𝐹𝑡 = força tangencial


p = passo da rosca 𝑑𝑚 = Diâmetro médio da rosca
𝜃 = Ângulo de avanço do fuso  = ângulo da rosca
𝑝 180°
𝜃= ∗ = 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠
𝜋 ∗ 𝑑𝑚 𝜋

Cálculo da força tangencial na rosca (conforme Shigley)


𝜇𝑓 ∗ 𝜋 ∗ 𝑑𝑚 ∗ 𝑠𝑒𝑐 ∝ +𝑝 ∗ 𝑁𝑒
𝐹𝑡 = 𝐹 ∗
𝜋 ∗ 𝑑𝑚 − 𝜇𝑓 ∗ 𝑝 ∗ 𝑁𝑒 ∗ 𝑠𝑒𝑐 ∝
𝑁𝑒 = Número de entradas ou filetes da rosca.
 = ângulo da rosca = 30° → sec30° = 1,154
𝜇𝑓 =coeficiente de atrito entre os materiais do fuso e da porca roscada (fonte – Shigley)
Fuso de aço e porca de bronze sem lubrificação = 0,15 a 0,23 Fuso e porca de aço sem lubrificação = 0,15 a 0,25
Fuso de aço e porca de bronze lubrificado = 0,10 a 0,16 Fuso e porca de aço lubrificado = 0,11 a 0,17
Fuso roscado e porca com esferas recirculantes = 0,02 Os valores acima também são válidos para porca de
Os valores acima também são válidos para porca de latão ferro fundido

Cálculo da força de atrito devida aos mancais de apoio com rolamentos

66
R é a força resistente à força axial e, estando em equilíbrio, R = F
𝐹𝑎𝑡 = 𝐹 ∗ 𝜇𝑚
𝜇𝑚 = coeficiente de atrito do mancal de apoio: 0,005 a 0,01 para mancais com rolamento.

Cálculo da força de atrito devida ao mancal de apoio com colar


𝐹𝑎𝑡 = 𝐹 ∗ 𝜇𝑐

𝜇𝑐 = coeficientes de atrito relativos ao colar

A força necessária para rotacionar o fuso é o resultado da somatória da força de atrito gerada pelo conjunto
fuso/porca com a força de atrito gerada pelo mancal de apoio
𝐹𝑠 = 𝐹𝑡 + 𝐹𝑎𝑡

Cálculo do momento de torção devido às forças 𝐹𝑡 e 𝐹𝑎𝑡 . Essas forças deverão ser somadas, mas como
atuam em diâmetros diferentes, há necessidade de separação na fórmula,
𝐹𝑡 ∗ 𝑑𝑚 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷
𝑀=
2000
D = diâmetro médio do rolamento de apoio. Não há necessidade de muita precisão porque não muda
significativamente o valor do torque de acionamento

Cálculo da potência do motor


-- no sistema técnico
𝑀(𝑘𝑔𝑓𝑚) ∗ 𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
-- No sistema internacional
𝑀(𝑁𝑚) ∗ 𝑛
𝑃= = 𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂
 = rendimento do redutor
Caso não seja usado redutor o rendimento da transmissão é 1 (100%). Em compensação não haverá
aumento de torque proporcionado pelas engrenagens do redutor
Neste caso, é melhor utilizar motor de 4 polos (mais barato) com inversor de frequência para chegar na
rotação calculada. O motor deve ser selecionado pelo torque acima do calculado para o acionamento. No
catálogo de motores o torque (conjugado nominal) está em kgfm
Exemplo de aplicação na página seguinte

67
Deslocamento de um carro utilizando fuso com rosca trapezoidal
Peso do carro + carga = 1600kgf. Deslocamento: 900mm. Tempo para efetuar o percurso 25s
Para apoio do fuso será montado um acoplamento rígido ligando o fuso ao eixo do motor. No lado oposto
será previsto mancal com rolamentos para suportar a carga axial em ambos sentidos
Para a movimentação do carro, foi selecionado um fuso com as seguintes dimensões de rosca:

Fuso passo = 3mm; diâmetro externo d4 = 14,5mm; diâmetro médio d2 = 12,5mm; diâmetro interno d3 =
10,5mm; 𝑁𝑒 = Número de entradas ou filetes da rosca = 1 entrada

Neste exemplo de aplicação, no sentido de facilitar o entendimento, os cálculos serão feitos no


sistema técnico.

Cálculo da força axial sobre o fuso, necessária para vencer as forças resistentes ao deslocamento do carro.

- força de atrito devida à resistência ao rolamento das rodas sobre os trilhos


2 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑘𝑓 2 ∗ 𝑓2 2 ∗ 0,5 ∗ 1,2 2 ∗ 0,1
𝐹𝑎𝑡 = 𝐺 ( + ) = 1600𝑘𝑔𝑓( + ) = 13,7𝑘𝑔𝑓
𝐷𝑟 𝑑 230𝑚𝑚 60𝑚𝑚
𝐷𝑟 = diâmetro das rodas = 230mm
d = diâmetro médio dos rolamentos das rodas = 60mm
𝑓1= braço de alavanca da resistência ao rolamento aço sobre aço = 0,5mm
𝑓2 = Atrito de rolamento dos mancais das rodas = 0,1mm
𝑘𝑓 = coeficiente referente atrito dos flanges das rodas com os trilhos = 1,2 para trilhos bem alinhados

- força necessária para aceleração do carro em função do tempo de aceleração pré determinado de 1s
Antes é necessário calcular a velocidade do carro
𝑝𝑒𝑟𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 900𝑚𝑚 36𝑚𝑚 36𝑚𝑚/𝑠
𝑣= = = → = 0,036𝑚/𝑠
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 25𝑠 𝑠 1000

68
𝐺 ∗ 𝑣 1600𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,036𝑚/𝑠
𝐹𝑎 = = = 5,8𝑘𝑔𝑓
𝑔 ∗ 𝑡𝑎 9,81𝑚/𝑠² ∗ 1𝑠
𝑡𝑎 = tempo de aceleração do carro em segundos

Força axial atuante no fuso. Soma da força de atrito com a força de aceleração
𝐹 = 𝐹𝑎𝑡 + 𝐹𝑎 = 13,7 + 5,8 = 19,7𝑘𝑔𝑓

Cálculo da rotação do fuso com passo 3mm:


𝑣 ∗ 60 36𝑚𝑚/𝑠 ∗ 60
𝑛= = = 720𝑟𝑝𝑚
𝑝 3𝑚𝑚

Cálculo da força tangencial na rosca


𝜇𝑓 ∗ 𝜋 ∗ 𝑑𝑚 ∗ 𝑠𝑒𝑐 ∝ +𝑝 ∗ 𝑁𝑒
𝐹𝑡 = 𝐹 ∗
𝜋 ∗ 𝑑𝑚 − 𝜇𝑓 ∗ 𝑝 ∗ 𝑁𝑒 ∗ 𝑠𝑒𝑐 ∝
0,18 ∗ 3,14 ∗ 12,5𝑚𝑚 ∗ 1,154 + 3𝑚𝑚 ∗ 1
𝐹𝑡 = 19,7𝑘𝑔𝑓 ∗ = 5,67𝑘𝑔𝑓
3,14 ∗ 12,5𝑚𝑚 − 0,18 ∗ 3𝑚𝑚 ∗ 1 ∗ 1,154

Fuso passo = 3mm; diâmetro médio 𝑑𝑚 = 12,5mm


𝑁𝑒 = Número de entradas da rosca = 1
 = ângulo da rosca = 30° → sec30° = 1,154
𝜇𝑓 = coeficiente de atrito entre os materiais do fuso e da porca roscada = 0,18

Cálculo da força de atrito devida ao mancal de apoio com rolamentos


𝐹𝑎𝑡 = 𝐹 ∗ 𝜇𝑚 = 19,7𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,01 = 0,19𝑘𝑔𝑓 → 1,9𝑁
𝜇𝑚 = coeficiente de atrito do mancal de apoio para mancal com rolamento = 0,01

Cálculo do momento de torção devido às forças 𝐹𝑡 e 𝐹𝑎𝑡


𝐹𝑡 ∗ 𝑑𝑚 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷 5,69𝑘𝑔𝑓 ∗ 13,5𝑚𝑚 + 0,19𝑘𝑔𝑓 ∗ 25𝑚𝑚
𝑀= = = 0,04𝑘𝑔𝑓𝑚 → 0,4𝑁𝑚
2000 2000
D = diâmetro médio do rolamento de apoio. 25mm

Cálculo da potência do motor para o acionamento


𝑀∗𝑛 0,04𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 720𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,04𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 1

 = rendimento do redutor

Como não será usado redutor o rendimento da transmissão é 1 (100%).


O motor será selecionado pelo conjugado nominal acima do calculado. M = 0,04kgfm
Motor 0,25CV – 4 polos, 1720rpm, conjugado nominal 0,1kgfm com inversor de frequência para chegar na
rotação calculada de 720rpm.
A frequência para o motor trabalhar com 720 rpm é proporcional a rotação com frequência 60Hz - 1720rpm
60𝐻𝑧 ∗ 720
𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 720𝑟𝑝𝑚 = = 25𝐻𝑧
1720

69
ELEVADORES DE CARGA - GUINCHOS DE OBRA
Planilha de cálculo
Valor da força de tração F
- Elevadores ou guinchos sem polia na cabine

𝑠𝑒𝑚 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑎 𝑛𝑎 𝑐𝑎𝑏𝑖𝑛𝑎 → 𝐹 = 𝐺

- Elevadores ou guinchos com polia na cabine e o cabo dividido em 2 segmentos:

𝐺
𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑎 𝑛𝑎 𝑐𝑎𝑏𝑖𝑛𝑎: 𝐹 =
2

70
O diâmetro do cabo pode ser determinado em função da força F considerando um fator de segurança
Exemplo: Elevador para carga + cabina = 250kg; altura de elevação: 9m
Seleção do cabo de aço. Catálogo Siva

𝑭𝒕
Tambor gêmeo e ranhurado para distribuição do cabo ao
longo do comprimento. Carga dividida em 2 cabos: 125kg
Força de tração no cabo (a tabela abaixo está em kgf)
𝐹𝑡 = 𝐶 ∗ 𝑓𝑠 = 125𝑘𝑔 ∗ 12 = 1500𝑘𝑔𝑓

O diâmetro do tambor está relacionado com o diâmetro do cabo. Tabelas, seleção e desenho
Diâmetro mínimo do tambor: 6,35 x 26 = 165mm
Matéria prima para usinagem do tambor
Tubo mecânico laminado.

71
CABOS CIMAF

Cálculo do torque no eixo do tambor


O momento de torção requerido para o acionamento é maior quando há uma maior quantidade de camadas
do cabo em torno do tambor quando o elevador está no ponto mais alto do percurso. Nessa posição, pode
ser medido o diâmetro efetivo do tambor (De na figura abaixo)
𝐷𝑒
𝑀 = 𝐹𝑡 ∗ = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000
Para poucos andares, um diâmetro e comprimento do tambor adequado, permitindo várias voltas numa só
camada, é o suficiente para que não haja sobreposição do cabo como já visto no exemplo anterior.
Para guinchos e elevadores de obras com muitos andares, há um acúmulo de camadas do cabo em torno do
tambor (figura abaixo).

Diâmetro efetivo do conjunto tambor + cabo


𝐷𝑒 = 𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ∗ 𝑞 q = Quantidade de camadas do cabo em torno
𝐷𝑡 = Diâmetro do tambor do tambor
𝐷𝑐 = Diâmetro do cabo

Cálculo da rotação (rpm) no eixo tambor


- elevador ou guincho sem polia na cabine
𝑣 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒

- elevador ou guincho com polia na cabine e cabo dividido em 2 segmentos


𝑣 ∗ 2 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒
v = velocidade de subida em m/min.
72
Cálculo da potência mínima requerida para o acionamento
𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂𝑟
ou
𝐺∗𝑣
𝑃= = 𝐶𝑉
60 ∗ 75 ∗ 𝜂𝑟

em kW
𝑚∗𝑔∗𝑣
𝑃= = 𝑘𝑊
60 ∗ 1000 ∗ 𝜂𝑟
G, m = Peso da carga mais cabina kg
g = força da gravidade = 9,8m/s²
𝑣 = velocidade máxima em m/min
𝜂𝑟 = rendimento do motoredutor.

Exemplo de aplicação: Elevador de tubos de aço (exemplo real)


Comprimento da estrutura de suporte do elevador: 8m
Devido ao grande comprimento da estrutura de suporte dos tubos foram planejados 2 motoredutores, um
de cada lado do comprimento
Peso da carga + moitão + cabo de aço = Máximo 12000kgf divididos por 2 acionamentos
Altura da elevação: 5m
Velocidade de elevação: 4,5m/min
Cada acionamento se compõe de 1 motofreio redutor, 1 moitão gêmeo com 2 polias
Força F
𝐹 = 𝐺/4
𝐹𝑡 = 2 ∗ 𝐹 = 𝐺/2
Cálculo da força de tração do cabo em torno do tambor.
𝐺 6000𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑡 = 𝑞
= = 3124𝑘𝑔𝑓
2∗𝜂 2 ∗ 0,982
𝜂 = rendimento de cada polia
q = quantidade de polias do sistema = 2
Tração máxima no cabo
𝐺 6000𝑘𝑔
𝑇= 𝑞
= = 1562𝑘𝑔𝑓
4∗𝜂 4 ∗ 0,982

Seleção do cabo e diâmetro do tambor em função da força de tração.


Fator de segurança recomendado para elevação de cargas: 8 a 10
Diâmetro do cabo 6x41 AF WS: 5/8” (16mm). Carga de ruptura 16200kgf (16,2tf).
Fator de segurança 10 em relação a tração máxima.

73
Diâmetro do tambor 480mm (30 vezes o diâmetro do cabo)

Cálculo do momento de torção no eixo do tambor / eixo de saída do redutor


𝐷𝑒 496𝑚𝑚
𝑀 = 𝐹𝑡 ∗ = 3124𝑘𝑔𝑓 ∗ = 775𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2000

Cálculo da rotação (rpm) no eixo do tambor / eixo de saída do redutor.


𝑣 ∗ 2 ∗ 1000 4,5𝑚/𝑚𝑖𝑛 ∗ 2 ∗ 1000
𝑛𝑡 = = = 5,77𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒 3,14 ∗ 496𝑚𝑚
Redução do redutor considerando motor de 4 polos (~-1700 rpm)
𝑛1 1700𝑟𝑝𝑚
𝑖= = = 294,6
𝑛𝑡 5,77𝑟𝑝𝑚

Cálculo da potência requerida para o acionamento


𝑀 ∗ 𝑛𝑡 775𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 5,77𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 6,8𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂𝑟 716,2 ∗ 0,92
𝜂𝑟 = rendimento do redutor = 0,92
Seleção do motofreio no catálogo WEG: 7,5CV 4 polos 1750 rpm. Carcaça 112M. Conjugado máximo:3,5kgfm
Corrente nominal a 220V: 20,6A (11,9A a 380V)
Nota importante: No sistema de elevação de carga, o inversor tem a função de manter a velocidade na
descida e desacelerar antes do freio entrar em ação e, para isso, é importante a correta parametrização do
mesmo. Deve ser usado um resistor junto do inversor para dissipar as correntes excessivas que podem
queimar o inversor na desaceleração.
No caso deste equipamento, nos primeiros testes, a velocidade de subida ficou de acordo com os cálculos e, o
consumo medido no inversor, 7,7 A à 380V. Mas, na descida, a velocidade chegou ao dobro da desejada
(amperagem 5,4A) e somente estabilizou após a correta parametrização do inversor.

ELEVADORES COM CONTRAPESO


Cabo sem polia na cabine

74
Recomendação para peso do contrapeso:
𝐺𝑐𝑎𝑟
𝐺𝑐𝑝 = 𝐺𝑐𝑎𝑏 −
2
Dessa forma, quando houver carga total, o motor deverá fornecer potência para elevar a carga + cabina.
Quando não houver carga nenhuma, o motor fornecerá potência para elevar o contra peso, porém com
mesmo valor.
Exemplo:
Peso da cabina: 600kgf
Peso da carga: 900kgf
Contra peso ideal: 600kgf + 900kgf/2 = 1050kgf

Cálculo do momento de torção no eixo da polia considerando carga máxima:


(𝐺𝑐𝑎 − 𝐺𝑐𝑝 ) ∗ 𝐷
𝑀= = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000
𝐺𝑐𝑎𝑏 = peso da cabina (kgf)
𝐺𝑐𝑎𝑟 = peso da carga (kgf)
𝐺𝑐𝑎 = peso da carga + cabina (kgf)
𝐺𝑐𝑝 = peso do contrapeso (kgf)
𝐷 = diâmetro da polia (mm) + diâmetro do cabo (mm)

Cálculo da rotação (rpm) no eixo da polia


𝑣 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋∗𝐷
v = velocidade em m/min.

Cálculo da potência requerida para o acionamento


𝑀∗𝑛
𝑃=
716,2 ∗ 𝜂𝑟
𝜂𝑟 = rendimento do motoredutor.

Elevador com polia na cabine e no contrapeso.

75
Recomendação: Para o cálculo do contrapeso veja a recomendação na página anterior;

Cálculo do momento de torção máximo requerido no eixo da polia


(𝐺𝑐𝑎 − 𝐺𝑐𝑝 ) ∗ 𝐷
𝑀= = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 2 ∗ 1000
𝐺𝑐𝑎 = Peso da carga mais cabina (kg)
𝐺𝑐𝑝 = Peso do contrapeso (kg)
D = diâmetro da polia motora (mm) + diâmetro do cabo (mm)

Cálculo da rotação (rpm) no eixo da polia motora


2 ∗ 𝑣 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋∗𝐷
v = velocidade em m/min.

Cálculo da potência requerida para o acionamento


𝑀∗𝑛
𝑃=
716,2 ∗ 𝜂𝑟
𝜂𝑟 = rendimento do motoredutor.

76
PONTE ROLANTE
Elevação
Para o movimento vertical da carga, é inserido um moitão com uma ou várias polias entre o cabo e o gancho
com a finalidade de diminuir a força necessária para elevar a carga. Esse arranjo diminui a força tangencial
sobre o tambor e o torque nominal no eixo de saída do redutor. Além disso, reduz a velocidade de elevação
ou abaixamento da carga. Na seleção de redutor pelo torque ou potência requerida para a elevação, deverá
ser considerado um fator de segurança de acordo com a norma NBR 8400 assim como no cálculo do
diâmetro do cabo.
Vantagem mecânica obtida pelo sistema (𝑉𝑚 )
Para nosso cálculo, será considerado o número de segmentos do cabo (𝑛𝑠𝑐 ) pelo valor atribuído ao tipo de
moitão(𝑡𝑚 ).
- Moitão simples = 1
- Moitão gêmeo = 2
𝑛𝑠𝑐
𝑉𝑚 =
𝑡𝑚
Exemplo 1
Moitão com uma polia, dividindo por 2 a tensão de tração exercida pelo peso da carga.
Vantagem mecânica = 2: cabo único dividido em 2 segmentos pela polia

Carga dividida entre os 2 segmentos de cabo


Vantagem mecânica
𝑛𝑠𝑐 2
𝑉𝑚 = = =2
𝑡𝑚 1

Força tangencial requerida no tambor para elevar a carga

G 1 10000kg
Ft = ∗ q= = 5263kgf
𝑉𝑚 η 2 ∗ 0,95

Potência requerida para a elevação


𝐺∗𝑣 10000𝑘𝑔 ∗ 7𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑃= 𝑞
= = 18,2𝐶𝑉 → 13,3𝑘𝑊
75 ∗ 60 ∗ 𝜂 ∗ 𝜂𝑟 4500 ∗ 0,95 ∗ 0,90
𝐺 = força peso da carga + moitão + cabo (kg)
𝑣 = velocidade em (m/min.) 𝜂𝑟 = rendimento da caixa de engrenagens
𝜂 = rendimento das polias = 0,90 a 0,95 𝑞 = quantidade total de polias do sistema = 1
77
Exemplo 2
Moitão com mais de uma polia exige a utilização de tambor gêmeo ou tambor duplo com ranhuras à mão
esquerda e à mão direita para guiar o cabo e centralizar a carga (figura abaixo)

Ponte para elevação de cargas até 15t


Velocidade: 7m/min

Vantagem mecânica: 8 segmentos do cabo divididos em 2 partes pelo


moitão do tipo gêmeo A polia compensadora equaliza a tensão entre os Valores mínimos de Q
segmentos do cabo.
𝑛𝑠𝑐 8
𝑉𝑚 = = =4
𝑡𝑚 2
Força tangencial no tambor
𝐺 15000𝑘𝑔
𝐹𝑡 = 𝑞
= = 5102𝑘𝑔𝑓
𝑉𝑚 ∗ 𝜂 4 ∗ 0,956
𝜂 = rendimento das polias com rolamento = 0,95
q = quantidade de polias no sistema: 6
Diâmetro do cabo a ser definido pela norma NBR 8400. Cálculo do
diâmetro e posterior seleção na tabela dos fabricantes na página
seguinte Mais informações orientativas para
𝐷𝑐 = 𝑄 ∗ √𝑇𝑐 = 0,300 ∗ √3500𝑘𝑔𝑓 = 17,8𝑚𝑚 selecionar o grupo de mecanismo
𝑄 = valor conforme tabela ao lado.
𝑇𝑐 = tração máxima. Valor obtido no desenho esquemático acima. Diâmetro mínimo do tambor
Diâmetro selecionado do cabo na tabela da Cimaf abaixo: 19mm

𝐷𝑡 = Diâmetro do tambor: 30 𝑥 𝐷𝑐 = 570𝑚𝑚 conforme tabela ao lado

Torque requerido no eixo do tambor / eixo de saída do redutor


(𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ) (570𝑚𝑚 + 19𝑚𝑚)
𝑇2 = 𝐹𝑡 ∗ = 5102𝑘𝑔𝑓 ∗ = 1503𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2 ∗ 1000

78
CABOS CIMAF

Resistência a ruptura em tf (tonelada força)

Rotação no eixo do tambor / eixo de saída do redutor (rpm)


𝑣 ∗ 𝑉𝑚 ∗ 1000 7𝑚/𝑚𝑖𝑛 ∗ 4 ∗ 1000
𝑛2 = = = 7,9𝑟𝑝𝑚 =
𝜋 ∗ (𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ) 𝜋 ∗ (570𝑚𝑚 + 19𝑚𝑚)
velocidade de elevação (m/min)
𝐷𝑡 = Diâmetro do tambor 𝐷𝑐 = Diâmetro do cabo

Potência requerida para elevação


𝐺∗𝑣 15000𝑘𝑔 ∗ 7𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑃= = = 35,3𝐶𝑉
75 ∗ 60 ∗ 𝜂 ∗ 𝜂𝑟 4500 ∗ 0,956 ∗ 0,90
𝑞

Exemplo 3
Talha com trolley para 10000kg

79
Força tangencial requerida no tambor para elevar a carga
Força F
𝐹 = 𝐺/4
𝐹𝑡 = 2 ∗ 𝐹 = 𝐺/2
𝐺 10000𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑡 = = = 5540𝑘𝑔𝑓
2 ∗ 𝜂𝑞 2 ∗ 0,952
𝜂 = rendimento de cada polia
q = quantidade de polias do sistema = 2

Tração máxima no cabo


𝐺 10000𝑘𝑔
𝑇𝑐 = = = 2770𝑘𝑔𝑓
4 ∗ 𝜂 𝑞 4 ∗ 0,952
𝐺 = força peso da carga + moitão + cabo (kg)
𝑞 = quantidade total de polias do sistema = 2 (polia compensadora não gira então não entra nos cálculos)

Torque requerido no eixo do tambor/eixo de saída do redutor


(𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 )
𝑇2 = 𝐹𝑡 ∗ = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000
𝐷𝑐 = Diâmetro do cabo (mm) = 15mm conforme dados do fabricante
𝐷𝑡 = Diâmetro do tambor (mm). Admitindo diâmetro do tambor 26 x 𝐷𝑐 :
𝐷𝑡 = 26 ∗ 𝐷𝑐 = 26 ∗ 15 = 390𝑚𝑚
(𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ) (390𝑚𝑚 + 15𝑚𝑚)
𝑇2 = 𝐹𝑡 ∗ = 5540𝑘𝑔𝑓 ∗ = 1122𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2 ∗ 1000

Rotação no eixo do tambor / eixo de saída do redutor (rpm)


𝑣 ∗ 𝑉𝑚 ∗ 1000 𝑣 ∗ 2 ∗ 1000
𝑛2 = =
𝜋 ∗ (𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ) 𝜋 ∗ (𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 )

𝑣𝑝 ∗ 1000 7𝑚/𝑚𝑖𝑛 ∗ 2 ∗ 1000


𝑛2 = = = 11𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ (𝐷𝑡 + 𝐷𝑐 ) 𝜋 ∗ (390𝑚𝑚 + 15𝑚𝑚)
𝑣𝑝 = velocidade periférica do tambor 𝑣𝑝 = 𝑣 ∗ 2 - conforme desenho esquemático acima

𝑣 = velocidade de elevação (m/min)

Potência requerida para a elevação


𝐺∗𝑣 10000𝑘𝑔 ∗ 7𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑃= = = 17,6𝐶𝑉
75 ∗ 60 ∗ 𝜂 𝑞 ∗ 𝜂𝑟 4500 ∗ 0,952 ∗ 0,98
𝐺 = força peso da carga + cabos + moitão (kg).
𝑣 = velocidade em (m/min)
𝜂 = rendimento das polias
𝑞 = quantidade total de polias do sistema (polia compensadora não gira e não entra nos cálculos)
𝜂𝑟 = rendimento da caixa de engrenagens

Potência requerida para translação do carro


Força peso da carga + moitão + cabos + força peso do carro: 𝐺 = 10800kg
𝑣 = velocidade: 30m/min
D = Diâmetro das rodas: 200mm

80
Força de deslocamento 𝑓 = braço de alavanca da resistência
2∗𝑓 ao rolamento: 0,5mm
𝐹𝑑 = 𝐺 ∗ ( ∗ 𝐾𝑓 + 𝜇𝑚 ) = 𝑁
𝐷
2 ∗ 0,5
𝐹𝑑 = 10800𝑘𝑔 ∗ ( ∗ 1,2 + 0,005) = 118,8𝑘𝑔𝑓
200𝑚𝑚

Força de aceleração
𝐺 𝑣 10800𝑘𝑔 0,33𝑚/𝑠
𝐹𝑎 = ∗ = ∗ = 183,7𝑘𝑔𝑓
𝑔 𝑡𝑎 9,8𝑚/𝑠² 2
𝑔 = aceleração da gravidade (m/s²)
𝑘𝑓 = Valor relativo ao atrito do flange das rodas com os trilhos
1,2 para trilhos bem alinhados
1,5 para trilhos mal alinhados ou ventos fortes transversais ao movimento
𝜇𝑚 = coeficiente de atrito dos rolamentos das rodas: 0,0022 a 0,005 conforme catálogo de rolamentos NSK
𝑣 = velocidade (m/s)
𝑡𝑎 = tempo de aceleração (s). Conforme norma nas tabelas a seguir ou arbitrar.

Mais informações orientativas para selecionar o grupo de mecanismo

Torque requerido na partida


𝐷(𝑚𝑚) 200(𝑚𝑚)
𝑇 = (𝐹𝑑 + 𝐹𝑎 ) ∗ = (118,8𝑘𝑔𝑓 + 183,7𝑘𝑔𝑓) ∗ = 30,3𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2 ∗ 1000

Rotação (rpm) no eixo das rodas / eixo de saída do redutor


𝑣(𝑚/𝑚𝑖𝑛) ∗ 1000 20𝑚/𝑚𝑖𝑛 ∗ 1000
𝑛= = = 31,8𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷(𝑚𝑚) 𝜋 ∗ 200𝑚𝑚
= diâmetro das rodas (mm)

Potência requerida para início do movimento. Dividir o resultado pelo número de acionamentos
𝑇(𝑘𝑔𝑓𝑚) ∗ 𝑛(𝑟𝑝𝑚) 30,3𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 31,8𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 1,5𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,90
ou
(𝐹𝑑 + 𝐹𝑎 ) ∗ 𝑣 (118,8𝑘𝑔𝑓 + 183,7𝑘𝑔𝑓) ∗ 20𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑃= = = 1,5𝐶𝑉
45 ∗ 60 ∗ 𝜂 4500 ∗ 0,90
𝜂= rendimento do redutor

Para cálculo da potência requerida para translação da ponte usar as mesmas fórmulas.
Dividir o resultado pelo número de acionamentos

81
GUINCHO GIRATÓRIO
No cálculo da potência requerida de acionamento do giro do braço, mais de 90% do valor é devido à
aceleração das massas. O momento resistente devido aos rolamentos é pouco significativo.
Cálculo da potência do motor e seleção do redutor para o giro, utilizando um exemplo real.

Massa da carga: 500kg Velocidade circular máxima da carga: 17m/min


Massa da talha (inclui cabo e moitão): 60kg Tempo de aceleração do movimento de translação: 2 s
Raio de giro 6m Rotação desejada no eixo da viga / eixo da coluna: 0,45rpm
Viga perfil W 360 x 64 x 6500mm Diâmetro do anel (pista de rolamento): 550mm
Massa da viga: 64𝑘𝑔 ∗ 6,50𝑚 = 416𝑘𝑔 Diâmetro do rolete: 150mm

82
Conjunto de redução:
Motoredutor coaxial Siti MNHL 25, redução aproximada 1: 240 com pinhão montado na ponta de eixo
Jogo de pinhão / engrenagem redução 1:2,85 (De/Dp = 171/60). A engrenagem faz parte do rolete.

Forças que incidem sobre os rolamentos e sobre o rolete


Massa da carga (mc) = 500kg
Massa da talha (mt ) = 60kg
Massa da viga (mv) = 416kg

Força axial sobre o rolamento de suporte da viga


𝐹𝑎 = (𝑚𝑐 + 𝑚𝑡 +𝑚𝑣 ) ∗ 𝑔 = (500𝑘𝑔 + 60𝑘𝑔 + 416𝑘𝑔) ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 9574,5𝑁
g = aceleração da gravidade = 9,8m/s²

Força radial entre o anel e o rolete com seus rolamentos


(𝑚𝑐 + 𝑚𝑡 ) ∗ 𝑔 ∗ 5,810 + 𝑚𝑣 ∗ 𝑔 ∗ 3,020
𝐹𝑟 = =𝑁
1,740
560𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ 5,810𝑚 + 416𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ 3,020𝑚
𝐹𝑟 = = 30635𝑁
1,740𝑚

Força tangencial necessária para vencer os atritos de rolamento nos eixos dos roletes
2 ∗ 𝑓1 2 ∗ 0,5𝑚𝑚
𝐹𝑎𝑡 = 𝐹𝑟 ∗ = 30635𝑁 ∗ = 204𝑁
𝐷𝑟 150𝑚𝑚
𝐹𝑎𝑡 = Força de atrito
𝑓1 = braço de alavanca da resistência ao rolamento dos roletes: 0,5mm
𝐷𝑟 = Diâmetro do rolete (mm)

Força tangencial necessária para vencer os atritos de rolamento


𝐹𝑡 ≥ 𝐹𝑎𝑡
83
Momento de torção necessário no eixo do rolete motorizado para vencer os atritos de rolamento
𝐹𝑡 ∗ 𝐷𝑟 204𝑁 ∗ 150𝑚𝑚
𝑀= = = 15,3𝑁𝑚
2 ∗ 1000 2 ∗ 1000

Potência para vencer atrito de rolamento no eixo do rolete


𝑀 ∗ 𝑛𝑟 15,3𝑁𝑚 ∗ 1,65𝑟𝑝𝑚
𝑃1 = = = 0,003𝑘𝑊
9550 9550
𝑛𝑟 = rotação no eixo do rolete

Conferindo a velocidade máxima da carga em função da rotação no eixo da viga.


2 ∗ 𝜋 ∗ 𝐿 ∗ 𝑛 2 ∗ 3,14 ∗ 5,81𝑚 ∗ 0,45𝑟𝑝𝑚
𝑣= = = 0,28𝑚/𝑠
60 60
n = rotação no eixo da viga
L = distância do centro da coluna até o limite de utilização da talha

Cálculo da potência de aceleração da carga + talha (𝑚𝑐 + 𝑚𝑡 )


(𝑚𝑐 + 𝑚𝑡 ) ∗ 𝑣 560𝑘𝑔 ∗ 0,28𝑚/𝑠
𝑃2 = = = 0,08𝑘𝑊
1000 ∗ 𝑡𝑎 1000 ∗ 2𝑠
𝑡𝑎 = tempo de aceleração desejado

Calculando a velocidade média da viga


2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑛 𝐿 2 ∗ 3,14 ∗ 0,45𝑟𝑝𝑚 ∗ 6𝑚
𝑣= ∗ = = 0,14𝑚/𝑠
60 2 60 ∗ 2

Cálculo da potência de aceleração da viga


𝑚𝑣 ∗ 𝑣 416𝑘𝑔 ∗ 0,14𝑚/𝑠
𝑃3 = = = 0,03𝑘𝑊
1000 ∗ 𝑡𝑎 1000 ∗ 2𝑠
𝑚𝑣 = massa da viga
𝑡𝑎 = tempo de aceleração desejado

Potência mínima do motor incluindo rendimento do redutor e jogo de engrenagens externas


𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 0,003𝑘𝑊 + 0,08𝑘𝑊 + 0,03𝑘𝑊
𝑃𝑚 = = = 0,124𝑘𝑊
𝜂1 ∗ 𝜂2 0,95 ∗ 0,95

𝜂1 = rendimento do redutor = 0,95


𝜂2 = rendimento do par de engrenagens = 0,95 engraxado

84
ELEVADOR DE CANECAS
Planilha de cálculos

Para o cálculo da potência requerida para o acionamento de elevadores de canecas, não se considera o peso
das canecas ou da correia por estarem em equilíbrio em ambos os lados do elevador (Gc). Para cálculo do
momento de torção no tambor de acionamento, considerar o peso do material dentro das canecas cheias
(G) e a força resistente devido à extração (Fr). A fórmula de cálculo é baseada na prática dos fabricantes
deste tipo de equipamentos e na norma CEMA.
Na maioria das vezes é informada a capacidade de transporte em ton./hora (Q) e para se obter o valor de G
(peso do material dentro das canecas), utilizam-se as fórmulas:
𝑄∗𝐴
𝐺 = 𝑞 ∗ 𝑐 ∗ 𝛾 = 𝑘𝑔𝑓 𝑜𝑢 𝐺= = 𝑘𝑔𝑓
𝑣 ∗ 3,6
q = quantidade de canecas carregadas
c = capacidade máxima de cada caneca (dm³ - litros)
 = peso específico do material
Q = capacidade de transporte em t/h
A = altura do elevador (m)
v = velocidade de transporte (m/s)

Para o cálculo do momento de torção no eixo do tambor de acionamento:


12 ∗ 𝐷2 𝐷
𝑀 = 𝐺( + 1) = 𝑘𝑔𝑓𝑚
𝐴 2
M = momento de torção no eixo do tambor acionador
G = peso do material dentro das canecas carregadas (kgf)
𝐷2 = diâmetro do tambor inferior (m)
A = altura do elevador (m)
D = diâmetro do tambor de acionamento (m)

85
Calculando a rotação por minuto no eixo do tambor de acionamento.
𝑣 ∗ 60
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋∗𝐷
v = velocidade m/s
D = diâmetro do tambor de acionamento (m)

Para o cálculo da potência necessária de acionamento no eixo de entrada do redutor / eixo do motor utilizar
a fórmula:
𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
Para obter a potência em kW multiplicar o valor por 0,736
P = potência requerida ou necessária de acionamento
M = momento de torção no eixo do tambor
n = rpm no eixo do tambor de acionamento
 = rendimento do redutor.

Verificação da capacidade de transporte do elevador em ton/hora


3,6 ∗ 𝑐 ∗ 𝛾 ∗ 𝑣
𝑄= = 𝑡/ℎ
𝑝
c = capacidade total de cada caneca (dm³ - litros)
 = peso específico do material
v = velocidade de transporte (m/s)
p = passo das canecas (m)

86
FOULARD - CILINDROS SOBRE PRESSÃO

Para o cálculo da potência necessária para o acionamento de cilindros emborrachados, operando na


indústria têxtil, de plásticos ou de papel, submetidos a uma pressão gerada por pistões pneumáticos,
hidráulicos ou qualquer outro meio, aplicar as fórmulas a seguir:

Para o cálculo da força tangencial Ft necessária para acionar os cilindros:


𝑓
𝐹𝑡 = 𝐹 ∗ + 𝐹𝑎 = 𝑘𝑔𝑓
𝐷
F = pressão em kgf
𝑘
𝑓 = (𝑚𝑚)
2
k = área de contato entre cilindros (mm)
D = diâmetro do cilindro (mm)
Fa = força de arraste ou tração do tecido, plástico ou papel (kgf). É muitas vezes a força resistente ao
giro de uma bobina contida por um freio no eixo da mesma.

Cálculo do momento de torção M no eixo do cilindro:


𝐹𝑡 ∗ 𝐷
𝑀= = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2000
D = diâmetro dos cilindros (mm)

87
Cálculo da rotação no eixo do cilindro motorizado
𝑣 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋∗𝐷
v = velocidade m/min

Cálculo da potência do motor:


𝑀∗𝑛
𝑃= = 𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂
Para obter a potência em kW multiplicar o valor por 0,736
 = rendimento do redutor

Exemplo de aplicação
Foulard
Pressão 10000kgf
Diâmetro dos cilindros: 300mm
Velocidade 8 a 80 m/min controlada por inversor de frequência trabalhando 9 a 90 Hz
Área de contato entre os cilindros sobre pressão: K= 60mm → f = 30mm
Força de tração para puxar o tecido: 100kgf

Cálculo da força tangencial Ft necessária para acionar os cilindros:


𝑓 30
𝐹𝑡 = 𝐹 ∗ + 𝐹𝑎 = 10000 ∗ + 100 = 1100𝑘𝑔𝑓
𝐷 300

Cálculo do momento M no eixo do cilindro / eixo de saída do redutor


𝐹𝑡 ∗ 𝐷 1100 ∗ 300
𝑀= = = 165𝑘𝑔𝑓𝑚
2000 2000

Para calcular as rotações por minuto no eixo de saída do redutor é necessário considerar neste caso que a
rotação do motor de 4 polos (1750rpm a 60 Hz) com 90Hz estará trabalhando a
1750 ∗ 90
𝑛1 = = 2625𝑟𝑝𝑚
60
Acima de 1800rpm o motor de 4 polos alimentado por inversor de frequência perde torque e, para calcular a
rotação dos cilindros / rotação de saída do eixo de saída do redutor, sua redução e a potência do motor, é
correto fazer os cálculos a partir da rotação nominal do motor ou seja, 1750rpm ou 60Hz. Então, se a
velocidade da máquina a 90Hz é de 80 m/min, a 60Hz será
80 ∗ 60
𝑣= = 53,3𝑚/𝑚𝑖𝑛
90
Rotação no eixo de saída do redutor
𝑣 ∗ 1000 53,3 ∗ 1000
𝑛= = = 56,5𝑟𝑝𝑚
𝜋∗𝐷 𝜋 ⋅ 300
Para o cálculo da potência do motor:
𝑀∗𝑛 165 ∗ 56,5
𝑃= = = 13,7𝐶𝑉 → 15𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95

Seleção do redutor: Motoredutor Siti MBH 125 redução 1: 31,55 com eixo de saída vazado;
capacidade nominal a 1750rpm 22CV; torque de saída 280kgfm

88
LAMINADORES
Para calcular a potência necessária de acionamento de cilindros de laminação é necessário conhecer
resistência a compressão 𝜎 do material a ser laminado no ponto de escoamento; a espessura do material
antes de ser laminado (E) e após ser laminado (e); largura da chapa ou da fita a ser laminada; diâmetro dos
cilindros e dos mancais; coeficiente de atrito entre os materiais em contato dos mancais; velocidade de
laminação e rendimento do sistema de transmissão. As fórmulas apresentadas, foram por mim
desenvolvidas a pedido de um amigo que precisava ter uma ideia da potência do motor para um laminador
que estava projetando a pedido do diretor da fábrica de panelas. Após os primeiros testes, medindo a
amperagem consumida pelo motor, chegamos à conclusão que a potência do motor estava acima do
necessário

Os valores do ângulo de contato , da distância f e do arco de contato c, podem ser obtidos pelas fórmulas a
seguir:
Ângulo de contato 
𝐸−𝑒
𝛼 = 𝑐𝑜𝑠 −1 ∗ (1 − )
𝐷
𝑡𝑎𝑛 𝛼
𝑓=𝐷∗ = 𝑚𝑚
4
𝛼
𝑐 =𝜋∗𝐷 = 𝑚𝑚
360

89
Os valores acima também podem ser obtidos desenhando os cilindros e a chapa a ser laminada em qualquer
programa de desenho como na figura acima
Calcular a pressão de laminação 𝑄 nos cilindros
𝑄 = 𝜎 ∗ 𝑙 ∗ 𝑐 = 𝑘𝑔𝑓
𝜎 = resistência a compressão do material a ser laminado em kgf/cm²
𝑐 = arco de contato em cm
𝑙 = largura da chapa ou da fita a ser laminada em cm

Calcular a força de atrito gerada pelos mancais Fat1 (a fórmula considera os 2 eixos e 4 mancais)
𝐹𝑎𝑡 = 𝑄 ∗ 𝜇 = 𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑎𝑡1 = 2 ∗ 𝐹𝑎𝑡
𝐹𝑎𝑡1 = 2 ∗ 𝑄 ∗ 𝜇 = 𝑘𝑔𝑓

𝜇 = coeficiente de atrito de escorregamento dos mancais entre os materiais em contato.

Cálculo da força de atrito referente ao rolamento dos 2 cilindros sobre a chapa.


𝑓(𝑚𝑚)
𝐹𝑎𝑡2 = 𝑄 ∗ = 𝑘𝑔𝑓
𝑅(𝑚𝑚)

Cálculo do torque resistente devido aos atritos nos mancais dos cilindros
𝐹𝑎𝑡1 ∗ 𝑑
𝑇1 = = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2
𝑑 = diâmetro dos mancais (eixo dos cilindros) em metros

Cálculo do torque resistente ao rolamento dos cilindros


𝐹𝑎𝑡2 ∗ 𝐷
𝑇2 = = 𝑘𝑔𝑓𝑚
2

Cálculo da rotação por minuto dos cilindros em função da velocidade de laminação.


𝑣
𝑟𝑝𝑚 =
𝜋∗𝐷
𝐷 = diâmetro dos cilindros em metros v = velocidade de laminação em m/min

Cálculo da potência necessária de acionamento


(𝑇1 + 𝑇2 ) ∗ 𝑟𝑝𝑚
𝑃=
716,2 ∗ 𝜂
 = rendimento do redutor (+ conjunto de polias e correia + engrenagens de redução entre eixo de
saída do redutor e eixo dos cilindros, se fizerem parte do sistema de transmissão)
Exemplo:  = 0,95 x 0,9 x 0,98 = 0,84 (redutor + conjunto de polias e correia + engrenagens)

90
Tabelas de resistência de alguns tipos de aço e ligas de alumínio.
1MPa = 0,102kgf/mm² = 10,2kgf/cm²
Aços

Alumínio Alcoa

91
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Laminador montado na Alumínio Nacional Industria e Comercio
https://www.youtube.com/watch?v=rom7AR6v-Gs
Material: Alumínio 1200-0
Resistência a compressão: 30,5MPa → 305kgf/cm²
Redução de laminação: 9,6 para 8,0mm
Largura da chapa 960mm
Diâmetro dos cilindros: 620mm
Diâmetro dos mancais: 490mm
Coeficiente de atrito de escorregamento entre eixo do cilindro/mancal → aço/celeron grafitado = 0,07
Rotação dos cilindros: 23 rpm
Rendimento do sistema: 90%

Ângulo de contato
𝐸−𝑒
𝛼 = 𝑐𝑜𝑠 −1 ∗ (1 − )
𝐷
9,6 − 8
𝑐𝑜𝑠 −1 ∗ (1 − ) = 4,11°
620

𝑡𝑎𝑛 𝛼 𝑡𝑎𝑛 4 , 11°


𝑓=𝐷∗ = 620 ∗ = 11,14𝑚𝑚
4 2

𝛼 4,11
𝑐 =𝜋∗𝐷∗ = 3,14 ∗ 620 ∗ = 22.23𝑚𝑚 > 2,22𝑐𝑚
360 360

𝑄 = 𝜎 ∗ 𝑙 ∗ 𝑐 = 305𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² ∗ 96𝑐𝑚 ∗ 2,22𝑐𝑚 = 65000𝑘𝑔𝑓


𝑐 = arco de contato = 2,22 cm
𝑙 = largura da chapa ou da fita a ser laminada = 96cm

92
Forças de atrito
𝐹𝑎𝑡1 = 2 ∗ 𝑄 ∗ 𝜇 = 2 ∗ 65000 ∗ 0,07 = 9100𝑘𝑔𝑓
𝜇 = coeficiente de atrito de escorregamento entre os materiais em contato nos mancais
𝑓(𝑚𝑚) 11,14
𝐹𝑎𝑡2 = 𝑄 ∗ = 65000 ∗ = 2336𝑘𝑔𝑓
𝑅(𝑚𝑚) 310

Torque resistente devido as forças de atrito


𝐹𝑎𝑡1 ∗ 𝑑 9100 ∗ 0,49
𝑇1 = = = 2230𝑚𝑘𝑔𝑓
2 2
𝑑 = diâmetro dos mancais = 0,49m

𝐹𝑎𝑡2 ∗ 𝐷 2336 ∗ 0,62


𝑇2 = = = 724𝑚𝑘𝑔𝑓
2 2
𝐷 = diâmetro dos cilindros = 0,62m

Cálculo da potência mínima do motor


(𝑇1 + 𝑇2 ) ∗ 𝑟𝑝𝑚 (2230 + 724) ∗ 23
𝑃= = = 105,4𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,9
𝜂 = rendimento total do sistema = 0,9

Com a laminadora pronta e funcionando, foi feita medição da amperagem consumida pelo motor de 200CV
(superdimensionado) que chegou no máximo 85 e 109 amperes na redução da espessura de 9,6mm para
8mm. Veja o vídeo

Calculando a potência absorvida pelo motor com voltagem 440V.


𝑃𝑐 = 𝑉 ∗ 𝐴 ∗ √3 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝜙 ∗ 𝜂𝑚 = 440 ∗ 100 ∗ 1,73 ∗ 0,9 ∗ 0,8 = 54806𝑊 ⇒ 54,8𝑘𝑊 ⇒ 74,5𝐶𝑉
𝑐𝑜𝑠 𝜙 = rendimento da instalação elétrica da fábrica
 m = rendimento do motor.

Nota: Motores superdimensionados apresentam baixo rendimento conforme catálogo WEG

93
GIRADOR DE TUBOS – DISPOSITIVO DE SOLDAGEM PARA EMENDA DE TUBOS
As forças resistentes ao giro são as forças de atrito entre os tubos e os roletes de apoio. Os roletes
normalmente são revestidos com borracha dura para evitar o deslizamento.

Fórmulas de cálculo utilizando um exemplo


Emenda de tubos por solda contínua (MIG)
Força peso dos tubos: G =12000 kgf
Diâmetro dos tubos: 𝐷 = 730 mm
Velocidade máxima de soldagem: 0,1 m/s.
Variação da velocidade através de inversor de frequência na alimentação elétrica do motor
Diâmetro dos roletes 𝑑 = 254mm
Roletes revestidos de borracha com rolamentos no eixo: Coeficiente de atrito de rolamento 𝜇 = 0,015

Cálculo das forças de atrito geradas pelo apoio do tubo nos roletes.
Cálculos no sistema internacional SI
9,8𝑚
𝐹𝑎𝑡 = 𝐺 ∗ 𝑔 ∗ sec(𝛼) ∗ 𝜇 = 12000𝑘𝑔 ∗ 2 ∗ sec(30°) ∗ 0,015 = 2036,9𝑁
𝑠
𝐺 = Massa dos tubos (kg)
𝑔 = força da gravidade: usual 9,8m/s²
𝜇 = coeficiente de atrito de rolamento para roletes com rolamentos no eixo = 0,010 a 0,015

94
Força necessária para iniciar a operação (aceleração)
𝐺(𝑘𝑔) ∗ 𝑣(𝑚/𝑠) 12000𝑘𝑔 ∗ 0,1𝑚/𝑠
𝐹𝑎 = = = 600𝑁
𝑡𝑎 (𝑠) 2𝑠
𝑣 = velocidade tangencial do tubo e do rolete (m/s)
𝑡𝑎 = tempo de aceleração (s)

Cálculo do torque requerido no eixo dos roletes - eixo de saída do redutor


(𝐹𝑎 + 𝐹𝑎𝑡 ) ∗ 𝑑(𝑚𝑚) (2036,9𝑁 + 600𝑁) ∗ 254𝑚𝑚
𝑇2 = = = 334,9𝑁𝑚
2 ∗ 1000 2 ∗ 1000

Cálculo da rotação no eixo dos roletes - eixo de saída do redutor


𝑣(𝑚/𝑠) ∗ 60 ∗ 1000 0,1 ∗ 60 ∗ 1000
𝑛2 = = = 7,5𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝑑(𝑚𝑚) 𝜋 ∗ 254
𝑑 = Diâmetro dos roletes (mm)

Cálculo da potência mínima do motor


𝑇2 (𝑁𝑚) ∗ 𝑛2 334,9𝑁𝑚 ∗ 7,5𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,44𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂 9550 ∗ 0,6
𝜂 = rendimento estimado do redutor a dupla rosca sem fim

Selecionado motor de 0,55kW - 4 polos (1680rpm)


Redução do redutor
𝑛1 1680
𝑖= = = 224
𝑛2 7,5
Optando por redutor a dupla rosca sem fim. Motorredutor MU 40/90; redução 1:225 com eixo de saída
vazado e braço de torção
www.sitiriduttori.it
Rotação no eixo de saída com inversor a 60Hz
1680
𝑛2 = = 7,46𝑟𝑝𝑚
225

95
CALANDRA PIRAMIDAL

Imagem internet
Cálculos tomando como exemplo uma calandra com dimensões conhecidas, conforme desenho acima.
Objetivo: calandrar chapas de aço SAE1020 com espessura (e)120 mm e largura (b)1000mm.
𝜎𝑓 = tensão de flexão do material da chapa = 40kgf/mm²
Velocidade dos rolos de apoio (rolo motorizado): 2 rpm
L = Distância entre os rolos de apoio = 1560mm
b = largura da chapa = 1000mm
e = espessura da chapa = 120mm

Fórmulas básicas para os cálculos


Tensão de flexão e Momento fletor Módulo resistente para chapa
compressão 𝑃∗𝐿 plana
𝑀𝑓 =
𝑀𝑓 4 𝑏 ∗ 𝑒²
𝜎𝑓 = 𝑊=
𝑊 6
𝑃
𝜎𝑐 =
𝐴

Deduzindo a fórmula para calcular o valor de P


𝑃∗𝐿
𝑀𝑓 𝑃∗𝐿∗6 𝑃∗𝐿∗3 𝜎𝑓 ∗ 2 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒² 𝜎𝑓 ∗ 2 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒²
𝜎𝑓 = = 4 = = → 𝑃=
𝑊 𝑏 ∗ 𝑒² 𝑏 ∗ 𝑒 ∗ 4 𝑏 ∗ 𝑒 2 ∗ 2
2
𝑃∗𝐿∗3 𝐿∗3
6

Cálculo da força P

𝜎𝑓 ∗ 2 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒² 40𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚² ∗ 2 ∗ 1000𝑚𝑚 ∗ (120𝑚𝑚)²


𝑃= = = 246154𝑘𝑔𝑓
𝐿∗3 1560𝑚𝑚 ∗ 3

96
Os mancais dos cilindros Ra e Rb serão as duas reações de apoio à força P exercida pelo cilindro central em
um ângulo de 34°.
𝑃 ∗ 𝑐𝑜𝑠34° 246154𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,829
𝑅𝑎 = 𝑅𝑏 = = = 102035𝑘𝑔𝑓
2 2

Cálculo das forças resistentes ao giro Fr e Fe)

Cálculo do valor do contato k


A pressão do cilindro central sobre a chapa a ser calandrada
provoca deformação (amassamento) das superfícies em
contato (S em mm²) nos 3 cilindros
𝑃 𝑃 𝑃 𝑃
𝜎𝑐 = → → 𝜎𝑐 = →𝑘=
𝑆 𝑏∗𝑘 𝑏∗𝑘 𝜎𝑐 ∗ 𝑏
sendo 𝜎𝑐 = 40𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝑃 246154𝑘𝑔𝑓
𝑘1 = = = 6,2𝑚𝑚
𝑏 ∗ 𝜎𝑐 1000𝑚𝑚 ∗ 40𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝑅𝑎 102035𝑘𝑔𝑓
𝑘2 = = = 2,5𝑚𝑚
𝑏 ∗ 𝜎𝑐 1000𝑚𝑚 ∗ 40𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝑘2 = 𝑘3 = 2,5𝑚𝑚
k = contato longitudinal entre o cilindro e a chapa.
b = contato transversal - largura da chapa = 1000mm

- Força resistente ao movimento no cilindro central


(diâmetro 510mm)
𝑘1 6,2𝑚𝑚
𝐹𝑟1 = 𝑃 ∗ = 246154𝑘𝑔𝑓 ∗ = 2992,5𝑘𝑔𝑓
𝐷 510𝑚𝑚
𝜇=coeficiente de atrito p/ mancais deslizamento

- Força resistente ao movimento nos cilindros de apoio Fonte


Ra e Rb (diâmetro 410mm)
𝑘2 2,5𝑚𝑚
𝐹𝑟2 = 𝑅𝑎 ∗ = 102035𝑘𝑔𝑓 ∗ =
𝑑 410𝑚𝑚
𝐹𝑟2 = 𝐹𝑟3 = 622𝑘𝑔𝑓

97
Forças resistentes ao giro nos eixos dos mancais de
deslizamento
𝜇 = coeficiente de atrito para mancal mal lubrificado = 0,2
- atrito do mancal do cilindro central
𝐹𝑒1 = 𝑃 ∗ 𝜇 = 246154𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,2 = 49231𝑘𝑔𝑓

- atrito do mancal dos cilindros Ra e Rb


𝐹𝑒2 = 𝑅𝑎 ∗ 𝜇 = 102035𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,2 = 20407𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑒3 = 𝑅𝑏 ∗ 𝜇 = 102035𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,2 = 20407𝑘𝑔𝑓

Dedução da fórmula de torque para vencer as forças resistentes nos cilindros


Considerando o cilindro central
𝐷(𝑚𝑚) 𝑑1 (𝑚𝑚)
𝑀1 = 𝐹𝑟 ∗ + 𝐹𝑒 ∗
2 ∗ 1000 2 ∗ 1000
𝑘1 𝐷 𝑑1 𝑃 ∗ 𝑘1 𝑃 ∗ 𝜇 ∗ 𝑑1
𝑀1 = 𝑃 ∗ ∗ +𝑃∗𝜇∗ = +
𝐷 2 ∗ 1000 2 ∗ 1000 2 ∗ 1000 2 ∗ 1000
𝑃 ∗ 𝑘1 + 𝑃 ∗ 𝜇 ∗ 𝑑1
𝑀1 =
2 ∗ 1000
𝑃 ∗ (𝑘1 + 𝜇 ∗ 𝑑1 )
𝑀1 =
2000

Substituindo P por Ra ou Rb, a fórmula de cálculo do torque é a mesma


para os outros cilindros
Momento necessário para vencer as forças resistentes nos cilindros
𝑃 ∗ (𝑘1 + 𝜇 ∗ 𝑑1 ) 𝑅𝑎 ∗ (𝑘2 + 𝜇 ∗ 𝑑2 ) 𝑅𝑏 ∗ (𝑘3 + 𝜇 ∗ 𝑑2 )
𝑀= + +
2000 2000 2000

246154 ∗ (5,2 + 0,2 ∗ 260) 102035 ∗ (2,5 + 0,2 ∗ 150) 102035 ∗ (2,5 + 0,2 ∗ 150)
𝑀= + + =
2000 2000 2000
𝑀 = 10356𝑘𝑔𝑓𝑚

Potência necessária para acionamento da calandra


𝑀∗𝑛 10356𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 2𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 34𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂1 ∗ 𝜂2 716,2 ∗ 0,95 ∗ 0,9
𝑛 = rotação do cilindro
𝜂1 = rendimento do redutor
𝜂2 = rendimento do par de engrenagens
Tabelas de resistência de alguns tipos de aço
1MPa = 0,102kgf/mm²

98
TOMBADORES E VIRADORES
Para calcular a potência de acionamento de tombadores ou viradores é necessário calcular inicialmente o
braço de alavanca da resistência ao giro (basculamento) cujo valor será o produto do peso da peça situado
no seu baricentro, multiplicado pela distância do mesmo ao centro de giro.
No caso destes tipos de equipamentos é mais elucidativo usar exemplos de aplicação e o sistema técnico
(kgfm e CV).

Exemplo de aplicação 1:
Descrição do equipamento: Bascular um tambor de 200litros contendo um líquido que deverá ser
derramado em outro recipiente. A estrutura de apoio do tambor deverá girar em torno de um eixo mancal e,
para diminuir o custo do redutor, será utilizado um conjunto de engrenagens entre o eixo de saída do
redutor e o eixo do mancal de giro com redução de 1:5 (pinhão diâmetro 60mm e engrenagem 300mm).

O ângulo de basculamento de 120° deverá ser feito no tempo de 15 segundos.


Dados:
Peso do tambor com o líquido: 265kgf
Peso da estrutura móvel de suporte: 33 kgf
Neste caso, para calcular o torque ou momento de torção resistente ao acionamento, há necessidade de
separar o peso das partes da estrutura móvel e da carga que estão com seus baricentros em distâncias
diferentes do centro de giro. Posteriormente os momentos serão somados.

99
Torque referente ao suporte base de 15kg
𝑇𝑏 = 15𝑘𝑔 ∗ 1,072𝑚 = 16,08𝑘𝑔𝑓𝑚
Torque referente ao suporte lateral de 18kg
𝑇𝑙 = 18𝑘𝑔 ∗ 0,605𝑚 = 10,89𝑘𝑔𝑓𝑚
Torque referente ao tambor com carga pesando o total de 265kg. Evidentemente, aqui haverá um pequeno
sobre dimensionamento porque, antes mesmo do tambor atingir a linha horizontal, haverá derramamento
do líquido e consequente diminuição do peso, mas em termos práticos são válidos os valores calculados a
seguir:
𝑇𝑐 = 265𝑘𝑔 ∗ 0,57𝑚 = 151𝑘𝑔𝑓𝑚
Para calcular o momento de giro/torque de giro no eixo da engrenagem movida, temos que somar todos os
momentos.
Torque (momento de torção) de basculamento no eixo de giro do conjunto
𝑇 = 𝑇𝑏 + 𝑇𝑙 + 𝑇𝑐 = 16,08 + 10,89 + 151 = 178𝑘𝑔𝑓𝑚
O torque requerido no eixo de saída do redutor será reduzido pelo conjunto de pinhão e engrenagem na
proporção de 1:5
178
𝑇2 = = 37,5𝑘𝑔𝑓𝑚
5 ∗ 0,95
O valor 0,95 refere-se ao rendimento do conjunto pinhão / engrenagem (perda de 5% em atritos referentes
ao engrenamento e mancais).

Para calcular as rotações por minuto (rpm) no eixo de giro


Se para girar 120° o tempo é de 15 segundos, para girar 360° (giro completo) o tempo deverá ser 360/120 =
3 vezes maior ou 15s x 3 = 45 segundos. Então, 1 giro completo a cada 45 segundos. Para calcular rotação
por segundo usar o inverso do tempo: 1/45 = 0,022 rotações por segundo. Para o cálculo da rotação por
minuto multiplicar por 60: 0,022 x 60 = 1,33 rpm.

Ou usando a fórmula válida para quando for informado tempo de basculamento em segundos:
𝛼 ∗ 60 120 ∗ 60
𝑛= = = 1,33𝑟𝑝𝑚
𝑡 ∗ 360 15 ∗ 360
𝛼 = ângulo de basculamento
t = tempo de basculamento em segundos
Para calcular a rotação por minuto no eixo de saída do redutor multiplicamos a rpm no eixo de giro pela taxa
de redução do pinhão e engrenagens
𝑛2 = 1,33𝑟𝑝𝑚 ∗ 5 = 6,65𝑟𝑝𝑚

Calculo da potência mínima do motor


𝑇2 ∗ 𝑛2 37,5 ∗ 6,65
𝑃= = = 0,36𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95
𝑛2 = rotação por minuto no eixo de saída do redutor
 = rendimento do redutor

Seleção do redutor: Pelo desenho da máquina o redutor mais adequado para essa aplicação deverá ser do
tipo ortogonal com torque no seu eixo de saída acima de 37,5 kgfm ou 367Nm e rotação 6,65 rpm.
Considerando motor de 4 polos ou 1750 rpm a redução aproximada deverá ser 1750/6,65 = 264.

100
Exemplo 2
Forno de refinamento de aço líquido
Este forno, revestido internamente com material refratário, com 4000kgf de aço líquido em seu interior,
deverá fazer giros completos com 2 voltas por minuto em torno de um eixo mancal onde será montado o
redutor e motofreio adequado para o acionamento. Com o movimento de giro o aço líquido se movimenta
dentro do forno deslocando seu centro de gravidade a todo o momento em relação ao eixo mancal.

O vaso formado por um duplo cone não simétrico e com revestimento interno, tem seu centro de gravidade
não coincidente com o centro do eixo mancal, resultando um momento de torção resistente ao giro.
Para calcularmos o momento de torção necessário para fazer o sistema girar, é melhor fazer isoladamente o
cálculo dos momentos devidos ao desbalanceamento do vaso e, posteriormente ao deslocamento do
produto dentro do mesmo.
Primeiramente calcular o momento de giro do vaso posicionando na horizontal. As massas dos dois lados do
eixo mancal foram calculadas anteriormente e os centros de gravidade foram obtidos utilizando os recursos
do AutoCad. Veja figura a seguir:

Partindo da posição horizontal, o lado direito com 5213kgf tende a girar o conjunto no sentido horário e o
lado esquerdo com 4016kgf se contrapõe, tendendo a girar no sentido anti horário. Então, a fórmula a seguir
101
vai determinar qual é o momento resultante. Evidentemente, pelos maiores valores de massa e afastamento
do centro (575mm), o vaso tenderá a girar no sentido horário até atingir a posição vertical com o lado mais
pesado para baixo.
𝑀𝑣 = 4016𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,496𝑚 − 5213𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,575𝑚 = 1005𝑘𝑔𝑓𝑚

Em seguida, verificar qual o maior torque desenvolvido pelo deslocamento de aço líquido dentro do vaso. No
caso deste vaso, olhando os desenhos que estão em escala, é obvio que a somatória dos momentos de giro
no sentido horário será maior do que a somatória no sentido anti horário. Então, usando os recursos do
AutoCad ou outro programa de desenho qualquer, primeiramente girar o vaso no sentido anti horário em
diversos ângulos até encontrar o ponto no qual o baricentro da carga de 4000kgf esteja mais afastado do
centro do eixo mancal conforme figura

𝑀𝑐𝑎ℎ = 4000𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,49𝑚 = 1960𝑘𝑔𝑓𝑚


Este momento, relativo ao deslocamento da carga, é de sentido anti horário e contrário ao momento Mv
devido ao desbalanceamento do vaso que tende para o sentido horário.
Então podemos determinar qual a diferença entre os mesmos.
𝑀1 = 𝑀𝑐𝑎ℎ − 𝑀𝑣 = 1960𝑘𝑔𝑓𝑚 − 1005𝑘𝑔𝑓𝑚 = 955𝑘𝑔𝑓𝑚

A seguir usar o mesmo procedimento anterior deslocando a carga de 4000kgf para o lado direito, conforme
figura abaixo, e verificar o momento de giro.

𝑀𝑐ℎ = 4000𝑘𝑔 ∗ 0,44𝑚 = 1760𝑚𝑘𝑔𝑓

102
Este valor do momento de giro da carga, é no sentido horário e por tanto deverá ser somado ao momento
devido ao desbalanceamento do vaso que também é no sentido horário.
𝑀2 = 𝑀𝑣 + 𝑀𝑐ℎ = 1005 + 1760 = 2765𝑚𝑘𝑔𝑓

Supondo que os valores de carga, as massas dos componentes do vaso e os baricentros estejam bem
calculados e situados nos pontos corretos, este é o momento de torção mínimo necessário para acionar esse
equipamento, mas se houver alguma desconfiança quanto aos dados informados, é melhor utilizar um fator
de segurança. Se utilizar fator de segurança 1,3 (30% a mais) então a potência do motor poderá ser calculada
pela fórmula a seguir:
𝑀2 ∗ 𝑓𝑠 ∗ 𝑛2 2765 ∗ 1,3 ∗ 2
𝑃= = = 10,56𝐶𝑉 → 12,5𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95
fs = fator de segurança
𝑛2 = rotação por minuto do equipamento
𝜂 = rendimento do redutor

Seleção do redutor: Este tipo de equipamento giratório tem o torque resistente muito variável chegando a
ser negativo em alguns ângulos. Se o sentido de rotação for horário e considerada a posição mostrada na
última figura, o torque gerado pela carga em função da força de gravidade, tenderá a acelerar o motor que
nesse momento deverá atuar como freio se alimentado por inversor de velocidade. Estando o motor
trabalhando como freio, o redutor deverá suportar o torque gerado pelo sistema e seu dimensionamento
deverá ser feito em função do torque M2 multiplicado pelo fator de serviço recomendado pela norma AGMA
para este tipo de equipamento.

103
MESA PANTOGRÁFICA
Para este caso vamos utilizar um exemplo efetuando os cálculos no sistema técnico.
Média de 10 partidas/hora:
Carga total incluindo estrutura: G = 1100 kgf
Ângulo de partida do braço: 10 °
Fuso com rosca trapezoidal diâmetro 60 mm, passo 10 mm - Fuso de aço. Porca de bronze
Rotação do fuso: 72 rpm

Os maiores esforços para elevar a carga são exercidos quando a mesa está na posição mais baixa.
É nessa posição que devem ser efetuados os cálculos.
Dedução da fórmula para cálculo da força axial 𝐹1
𝐹𝑛
𝐹2 =
𝑠𝑒𝑛𝛼

𝐹𝑛 𝐹𝑛 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝐹1 = 𝐹2 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ⇒ 𝐹1 = ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ⇒ 𝐹1 =
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑠𝑒𝑛𝛼

𝐹𝑛 = 𝐺 = 1100𝑘𝑔𝑓
Aplicando a fórmula
𝐹𝑛 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 1100𝑘𝑔𝑓 ∗ 𝑐𝑜𝑠 1 0𝑜
𝐹1 = = = 6239𝑘𝑔𝑓
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑠𝑒𝑛10𝑜

Para vencer os atritos no mancal de apoio e eixos dos braços, multiplique o valor de F1 por 1,4.
𝐹 = 𝐹1 ∗ 1,4 = 6239 ∗ 1,4 = 8735𝑘𝑔𝑓

Para calcular o torque no fuso / eixo de saída do redutor:


𝑝 𝐷 10 60
𝑀 =𝐹∗( + 𝜇) ∗ = 8735 ∗ ( + 0,18) ∗ = 61𝑘𝑔𝑓𝑚
𝐷∗𝜋 2 ∗ 1000 60 ∗ 𝜋 2 ∗ 1000
p = passo da rosca (mm)
D = Diâmetro primitivo da rosca (mm)
 = coeficiente de atrito entre os materiais do fuso: Aço com bronze a seco = 0,18

Para calcular a potência do motor:


𝑀∗𝑛 61 ∗ 72
𝑃= = = 6,5𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95
 = rendimento do redutor

104
MESA DE ROLOS

Força de atrito gerada pela carga sobre os roletes e pelo atrito dos mancais.
𝑓1 ∗ 2
𝐹𝑎𝑡 = 𝑚𝐶𝐴 ∗ 𝑔 ∗ ( + 𝜇) = 𝑁𝑚
𝐷𝑟
𝑚𝐶𝐴 = Massa da carga = kg
𝑔 = força de gravidade = 9,8m/s²
𝐷𝑟 - Diâmetro dos roletes = mm
𝑓1 = braço de alavanca da resistência ao rolamento
0,5mm - atrito dos roletes com peças de aço
1,2mm - atrito dos roletes com pallets de madeira
2,0mm - atrito dos roletes com caixas de papelão
𝜇 = coeficiente de atrito
Coeficiente de atrito para mancais com rolamentos = 0,005
Coeficiente de atrito para mancais de deslizamento PTFE = 0,09 https://incomplast.com.br/ptfe/

Cálculo do torque para vencer a força de atrito


𝐷𝑟
𝑇𝑎𝑡 = 𝐹𝑎𝑡 ∗ = 𝑁𝑚
2

Cálculo do torque de aceleração


𝑣 𝐷𝑟
𝑇𝑎 = (𝑚𝐶𝐴 + 𝑚𝑅𝑂 ) ∗ ∗ = 𝑁𝑚
𝑡𝑎 2 ∗ 1000
𝑚𝐶𝐴 - Massa da carga = kg
𝑚𝑅𝑂 - Massa total dos roletes = kg
𝑣 = velocidade da carga = m/s
𝑡𝑎 - Tempo de aceleração estimado = s

Torque no eixo de saída do redutor. É a soma do torque relativo aos atritos e do torque de aceleração
𝑇2 = 𝑇𝑎𝑡 + 𝑇𝑎 = 𝑁𝑚

105
Cálculo da rotação
𝑣 ∗ 60 ∗ 1000
𝑛= = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑟
v – Velocidade da carga = m/s
Cálculo da potência do motor considerando um único motoredutor acionando todos os roletes. A fórmula é
válida para a situação em que o acionamento esteja na extremidade como nas figuras no início da página.
Consultar para outras situações, como 2 acionamentos, acionamento no meio do transportador.
𝑇2 ∗ 𝑟𝑝𝑚
𝑃= = 𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂 𝑞 ∗ 𝜂𝑟
𝜂 𝑞 = Rendimento da transmissão por corrente, elevado à potência q
𝜂 = 0,90 na prática. O rendimento real é 0,98 para correntes novas, limpas e lubrificadas
q = quantidade de correntes do sistema
𝜂𝑟 = rendimento do redutor

Coeficiente de atrito conforme fabricante de roletes Catálogo Interroll

106
PLATAFORMA GIRATÓRIA
Como existem muitos tipos de plataforma giratória é melhor utilizar um exemplo como demonstração de
método de cálculo. Esta plataforma foi fabricada e colocada em funcionamento numa exposição de
lançamento de um carro de marca conhecida.

DADOS
Peso total: 5100kg
Peso do carro:1700kg

107
108
Distância do eixo central de giro da plataforma até o centro de gravidade do carro considerando que esteja a
1/3 de sua altura quando em posição normal: 784/2 + 484 + 1300/3 = 1526mm
Peso e diâmetro da plataforma horizontal: 1000kg; 5000mm
Peso e dimensões da plataforma vertical: 2400kg; largura: 750mm x 5000mm; altura: 4000mm
Peso total apoiado em 16 rodízios de aço com rolamento no eixo e banda de rodagem diâmetro 150mm
revestida com poliuretano dureza 90 shore.
Velocidade desejada: 180° em 6 segundos → 360° em 12 segundos → 1volta/12s = 0,0833 rotações/segundo
→ 0,0833 x 60 = 5 rotações por minuto
Aceleração de 0 até velocidade nominal: 2 segundos
Velocidade (média) no diâmetro 2,5m = 3,14 x 2,5m x 0,0833 r/s = 0,654 m/s → 2,35 km/h
No eixo de saída do redutor será montado um pinhão com 11 dentes acionando uma engrenagem com 144
dentes montada no eixo central da plataforma

Potência para vencer o atrito de rolamento


Coeficiente de atrito admitido para o rolamento: 0,015
Força resistente ao rolamento𝐹𝑟 = 5100kg x 9,8 x 0,015 = 749N
0,654𝑚 490𝑊
𝑃 = 𝐹𝑟 ∗ 𝑣 = 749𝑁 ∗ = 490𝑊 ∴ = 0,49𝑘𝑊
𝑠 1000

Potência para aceleração da plataforma horizontal. Tempo de aceleração 2 segundos


Momento de inercia
𝑚 ∗ 𝑟²
𝐽=
2
Momento de aceleração
𝑟𝑝𝑚 1000𝑘𝑔 ∗ 2,5²𝑚 5𝑟𝑝𝑚
𝑀 = 𝐽(𝑘𝑔𝑚2 ) ∗ = ∗ = 818𝑁𝑚
9,55 ∗ 𝑡𝑎(𝑠) 2 9,55 ∗ 2𝑠
Potência necessária para aceleração
𝑀 ∗ 𝑟𝑝𝑚 818𝑁𝑚 ∗ 5𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,43𝑘𝑊
9550 9550

Potência para aceleração da plataforma vertical. Tempo de aceleração 2 segundos


Momento de inercia
1
𝐽= 𝑚 ∗ (𝑎2 + 𝑏 2 )
12
Momento de aceleração
𝑟𝑝𝑚 1 5𝑟𝑝𝑚
𝑀 = 𝐽(𝑘𝑔𝑚2 ) ∗ = 2400𝑘𝑔 ∗ (0,752 𝑚 + 52 𝑚) ∗ = 1338,35𝑁𝑚
9,55 ∗ 𝑡𝑎(𝑠) 12 9,55 ∗ 2𝑠
Potência necessária para aceleração
𝑀 ∗ 𝑟𝑝𝑚 1338,35𝑁𝑚 ∗ 5𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,7𝑘𝑊
9550 9550

Potência para aceleração do carro em 2 segundos


Peso do carro: 1700kg
Raio de giro: 1526mm = 1,526m
Velocidade do carro em m/s
5𝑟𝑝𝑚
2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 ∗ 𝑛 = 2 ∗ 3,14 ∗ 1,526𝑚 ∗ = 0,798𝑚/𝑠
60

109
Potência de acionamento
𝑚∗𝑣 1700𝑘𝑔 ∗ 0,798𝑚/𝑠
𝑃= = = 0,67𝑘𝑊
1000 ∗ 𝑡𝑎 1000 ∗ 2𝑠

Potência total de acionamento incluindo perdas com atrito interno do redutor (0,8) e engrenagens externas
(0,95):
0,49𝑘𝑊 + 0,43𝑘𝑊 + 0,7𝑘𝑊 + 0,67𝑘𝑊
𝑃= = 3,01𝑘𝑊 ∗ 1,36 = 4,09𝐶𝑉
0,8 ∗ 0,95

Seleção do motor
Como não há muito espaço para motor de maior capacidade e, visando menor custo, foi selecionado um
motor de 3,0CV – 4 polos – 1710rpm baseado nos cálculos e nas seguintes considerações:
-- Conforme dados do motor abaixo, seu fator de serviço é 1,15 e seu conjugado (torque) máximo em
relação ao nominal 3 vezes maior;
-- 79% da potência calculada é devida a aceleração das massas em movimento e 21% ao atrito de rolamento;
-- O percurso de 180° no tempo de 6 segundos será dividido em aceleração e velocidade nominal sendo 2
segundos (33% do tempo) para aceleração e 4 segundos (67% do tempo) para velocidade nominal. Daí,
conclui-se que, o motor trabalhará 33% do tempo com potência 28% acima da nominal e 67% do tempo com
29% da sua capacidade nominal. Deverá ser o suficiente para baixar a temperatura elevada no momento da
partida e aceleração.

Dados técnicos do motor de 3,0CV – 4 polos

Seleção do redutor
Redução total baseada no motor de 1710rpm e 5rpm no eixo central da plataforma:
1710 / 5 → 1:342
Redução externa por pinhão e engrenagem 1:11
Redução do redutor 342/11 = 31
Motoredutor Zara a rosca sem fim NMRZ 90, redução 1:30,0. Capacidade nominal 4,9CV; Torque nominal
48,5 kgfm; Rendimento 0,8. Eixo de saída 35mm. Com motor 3,0CV 4 polos 220/380V

110
PENEIRA ROTATIVA PARA SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS NO TRATAMENTO DA ÁGUA
Cálculo da potência de acionamento feito para: BARIONTEC FILTRAGEM INDUSTRIAL LTDA.
http://www.bariontec.com.br/
vídeo da peneira

Dados do material: água misturada com milho, soja, cavaco de madeira, plástico, pedrisco, areia fina
Como usar o AutoCad 3D para calcular o braço de alavanca da resistência ao giro
-desenhe o tambor.
-determine e desenhe o volume ocupado pelo material sólido esquecendo o volume de água
-posicione o eixo do desenho (X, Y, Z) no centro do tambor e, usando o comando Massprop e clicando na
figura do material →enter, determine seu centro de massa em relação ao eixo central da peneira

111
-no AutoCad, o volume está em mm³. 123963394𝑚𝑚³/106 = 123,96𝑑𝑚³
103 ∗ 𝜋 ∗ 42 ∗ 19 6,245 ∗ 2,5 ∗ 19
𝑉= − = 124𝑑𝑚³
360 2
-multiplicando o volume dos resíduos sólidos pela sua densidade máxima, obtemos sua massa
124𝑑𝑚³ ∗ 1,5 = 186𝑘𝑔
Ângulo de acomodação do material

- centro de massa (centroid) em relação ao eixo central da peneira: Z = 311,08mm


- girando a peneira 40° obtemos a distância do centro do tambor ao centro de gravidade de massa dos
resíduos
sólidos, medindo no plano horizontal = 199,9mm

Momento de torção devido ao peso dos resíduos sólidos considerando ângulo de repouso de 40° com a
peneira
𝑀𝑠 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ 𝑟 = 186𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ 0,200𝑚 = 364,6𝑁𝑚

112
Momento de aceleração da massa da peneira
-momento de inércia para cilindro oco
𝑚 ∗ (𝑅² + 𝑟²) 950𝑘𝑔 ∗ (0,408² + 0,400²)
𝐽= =
2 2
= 155𝑘𝑔𝑚2
𝐽 ∗ 𝜋 ∗ 𝑛 155 ∗ 3,14 ∗ 6
𝑀𝑎 = = = 48,7𝑁𝑚2 /𝑠 2
30 ∗ 𝑡 30 ∗ 2
m = massa = kg 𝑡 = tempo em s
𝑛 = rotações por minuto 𝑟 = raio em m

Força aplicada sobre os roletes considerando massa da peneira


somada à massa dos resíduos sólidos
𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ 𝑠𝑒𝑛45° = (950𝑘𝑔 + 186𝑘𝑔) ∗ 9,8 ∗ 0,7 = 7793𝑁

Força de atrito de rolamento


𝐹𝑎𝑡 = 𝐹 ∗ 𝜇𝑟 = 7793𝑁 ∗ 0,015 = 117𝑁
𝜇𝑟 = coeficiente de atrito de rolamento dos rodízios

Momento de atrito de rolamento.


𝑀𝑎𝑡 = 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝑅 = 117𝑁 ∗ 0,408𝑚 = 46,8𝑁𝑚

Momento total no centro de giro da peneira


𝑀 = 𝑀𝑎 + 𝑀𝑠 + 𝑀𝑎𝑡 = 48,7 + 364,6 + 46,8 = 460,1𝑁𝑚

Momento de torção requerido no eixo de saída do redutor 𝑀2


- Jogo de engrenagens de corrente
diâmetro primitivo do pinhão = 170mm
diâmetro primitivo da coroa = 580mm
0,17 0,17
𝑀2 = 𝑀 ∗ = 460,1𝑁𝑚 ∗ = 142𝑁𝑚
0,58 ∗ 𝜂𝑒 0,58 ∗ 0,95
𝜂𝑒 = rendimento do sistema de corrente = máximo 0,98 para corrente bem lubrificada

Rotação no eixo de saída do redutor


0,58 0,58
𝑛2 = 𝑛 ∗ = 6𝑟𝑝𝑚 ∗ = 20,5𝑟𝑝𝑚
0,17 0,17
Potência mínima do motor
𝑀2 ∗ 𝑛2 142𝑁𝑚 ∗ 20,5𝑟𝑝𝑚
𝑃1 = = = 0,32𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂𝑟 9550 ∗ 0,95
𝜂𝑟 = rendimento do redutor

113
Motorredutor sugerido pelo catálogo da SEW

Verificando se o eixo de saída desse motorredutor suporta a


força radial Fr gerada pelo sistema de transmissão por
corrente
𝑀2 ∗ 2 142𝑁𝑚 ∗ 2
𝐹𝑡 = = = 1670𝑁
𝑑𝑝 0,17𝑚
𝐹𝑟 = 𝐹𝑡 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝛼
𝑂𝐾 𝐹𝑟 < 𝐹𝑅𝑎

Peneira rotativa instalada no cliente da Bariontec

114
AGITADORES E MISTURADORES
Teoria básica da mecânica dos fluídos
RESISTÊNCIA DO MEIO
As forças que dificultam o movimento de um corpo dentro de um fluído decorrem de duas causas
- atrito entre as partículas do fluído devido à diferença de velocidade entre as mesmas
- inércia do fluído devido aos choques do corpo com as partículas do fluído
Para baixas velocidades, a resistência do movimento é determinada principalmente pela viscosidade do
fluído denominada resistência viscosa.
Para velocidades mais altas, a resistência é determinada também pela inércia das partículas do fluído. É a
resistência dinâmica.
Resistência da água

RESISTÊNCIA VISCOSA - LEI DE STOKES


Quando um fluído escoa, verifica-se um movimento relativo entre as suas partículas, resultando atrito entre
elas. Este atrito interno recebe o nome de viscosidade.
Lei de Stokes: A resistência é viscosa e proporcional à velocidade quando inferiores a 0,03m/s na água.
Para uma esfera pequena, movendo-se a baixa velocidade em um fluído viscoso, a resistência ao movimento
é dada pela fórmula
𝑅 =6∗𝜋∗𝜇∗𝑟∗𝑣
𝜇 = coeficiente de viscosidade dinâmica do fluído
𝑟 = raio da esfera
v = velocidade
A resistência viscosa pode ser dimensionada por vários métodos.
1 - Pelo método de Hoppler - deixando uma esfera com dimensões conhecidas cair lentamente num líquido
viscoso. A força da gravidade agirá sobre a esfera, aumentando sua velocidade, até o momento em que a
força resistente (empuxo + resistência do líquido) tiver o mesmo valor equilibrando as forças. A partir desse
momento, a velocidade de descida será constante. A força de empuxo é o valor do peso do líquido deslocado
pela esfera, quando mergulhada no mesmo.
Neste caso a fórmula usada é:
P = Força peso da esfera = Força de empuxo + Resistência viscosa do líquido.
4
𝑃= ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 3 ∗ 𝜌𝑒 ∗ 𝑔
3
4
𝐸 = ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 3 ∗ 𝜌𝑙
3
𝑅 =6∗𝜋∗𝜇∗𝑟∗𝑣

115
Então:
4 4
𝑃 =𝐸+𝑅 = ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 3 ∗ 𝜌𝑒 ∗ 𝑔 = ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 3 ∗ 𝜌𝑙 + 6 ∗ 𝜋 ∗ 𝜇 ∗ 𝑟 ∗ 𝑣
3 3
Concluindo:
2 ∗ (𝜌𝑒 − 𝜌𝑙 ) ∗ 𝑔 ∗ 𝑟²
𝜇=
9∗𝑣
𝜌𝑒 = peso específico da esfera
𝜌𝑙 = peso específico do líquido
𝑟 = raio da esfera
𝑔 = força da gravidade
v = velocidade terminal
Utilizando as unidades: gramas, cm, cm/s, teremos o valor em g/cm.s (poise) - Sistema CGS
Utilizando as unidades: kg, m, m/s, teremos o valor em N.s/m (Pas) - Sist. internacional
Eliminando na fórmula anterior a força g, teremos o valor em kgf.s/m - Sistema técnico
2 - Pelo viscosímetro de Ostwald - Através da resistência do líquido ao escoamento, passando por um tubo
capilar e medindo o tempo de vazão.
Neste caso a fórmula utilizada é
𝜋 ∗ 𝑟4 ∗ 𝑠 ∗ 𝑃
𝜇=
8∗𝑉∗𝐿
𝑟 = raio da esfera
𝑠 = tempo de escoamento em segundos
𝑉 = Volume do líquido que flui pelo tubo
𝐿 = Comprimento do tubo
𝑃 = Pressão hidrostática
𝑃 =ℎ∗𝜌∗𝑔
ℎ = altura da coluna do líquido
𝜌 = densidade do líquido
𝑔 = força da gravidade
Utilizando as unidades: pascal (N/m²), m, s, teremos o valor em N.s/m (Pas)

COEFICIENTE DE VISCOSIDADE DINÂMICA DOS FLUIDOS


O coeficiente de viscosidade dinâmica dos fluídos pode ser medido em
- Poise (P) (gramas/cm.s) no sistema CGS ou
- Pas (Ns/m²) no sistema internacional SI
Pa (pascal) é a unidade do sistema SI para medir pressão = Força/área = N/m²
1 poise (P) = 0,1Pas
1 centipoise (cP) = 0,001Pas

No interior de um líquido, as partículas contidas em duas lâminas paralelas de área (S) movem-se com
velocidades (v) diferentes e proporcionais à distância (d) entre si. A lâmina com maior velocidade (𝒗𝟏 )
tenderá a arrastar a lâmina com menor velocidade (𝒗𝟒 ) devido ao atrito entre as partículas.

116
Nos agitadores o atrito é causado pela diferença de velocidade entre o líquido próximo das pás e o líquido
próximo ao fundo e às laterais do tanque, onde tende a ficar parado.

A força e velocidade no fundo do tanque decorrente dos atritos internos, serão calculadas pelas fórmulas:
𝑣1 𝑇 2 𝜋∗𝐷∗𝑛 𝐹 𝑚 ∗ 𝑣4
𝐹 =𝜇∗𝑆∗ =𝜇∗𝜋∗( ) ∗ =
𝐶 2 60 ∗ 𝐶 𝐴 𝐶
2 2
𝜇∗𝜋 ∗𝑇 ∗𝐷∗𝑛 𝑚 ∗ 𝑣4 ∗ 𝐴
𝐹= 𝐹=
4 ∗ 60 ∗ 𝐶 𝐶
S = área do tanque m² 𝐶∗𝐹
𝑣4 =
𝑣 = 𝑚/𝑠 𝑚∗𝐴
O resultado será em:
- N, se usarmos as unidades do sistema SI (Pas; m²; m/s; m)
- Dina, se usarmos as unidades do sistema CGS (poise; cm²; cm/s; cm)
Equivalências: 1N = 1kgf.m/s² = 100000 dina
1 dina = 1gf.cm/s²

RESISTÊNCIA DINÂMICA - LEI DE NEWTON


Para velocidades de 0,05m/s a 2m/s na água, a intensidade da resistência do meio é dada pela lei de
Newton.
Sistema técnico
𝑚 2 𝑚2
𝑣2 𝑘𝑔𝑓 𝑚2 (𝑠) 𝑘𝑔𝑓 𝑚2
𝑅 = 𝑐𝑓 ∗ 𝜌 ∗ 𝑆 ∗ = 𝑐𝑓 ∗ 3 ∗ ∗ = 𝑐𝑓 ∗ 3 ∗ ∗ 𝑠2 = 𝑘𝑔𝑓
2∗𝑔 𝑚 1 2 ∗ 9,8 𝑚 𝑚 1 2 ∗ 9,8 𝑚
𝑠 2 𝑠 2

Sistema internacional
𝑚 2 𝑚2
2
𝑣 𝑘𝑔 𝑚 2 (𝑠) 𝑘𝑔 𝑚2
2 𝑘𝑔𝑚
𝑅 = 𝑐𝑓 ∗ 𝜌 ∗ 𝑆 ∗ = 𝑐𝑓 ∗ 3 ∗ ∗ = 𝑐𝑓 ∗ 3 ∗ ∗ 𝑠 = 2 =𝑁
2 𝑚 1 2 𝑚 1 2 𝑠
𝑐𝑓 = coeficiente de resistência dinâmica (ver tabela abaixo)
𝜌 = peso específico do fluído (kg/m³)
S = área da secção mestra do móvel (m²) (pás dos agitadores e misturadores)
g = força da gravidade = 9,81 m/s²
𝑣 = velocidade relativa do móvel (m/s)
𝑁𝑜𝑠 𝑎𝑔𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 → 𝑣 = 𝜋 ∗ 𝐷 ∗ 𝑁
D = 2/3 do diâmetro das pás
N = rotação por segundo
Peso específico da água: 1000kg/m³

117
VISCOSIDADE CINEMÁTICA
Viscosidade cinemática é o quociente da divisão do valor da viscosidade dinâmica () pela densidade do
fluído ().
𝑔
𝜇 𝑐𝑚 ∗ 𝑠 𝑔 𝑐𝑚3 𝑐𝑚2
𝑉= = 𝑔 = = = = 𝑠𝑡𝑜𝑘𝑒𝑠
𝜌 𝑐𝑚 ∗ 𝑠 𝑔 𝑠
𝑐𝑚3
A viscosidade cinemática pode ser medida em
stokes(st) - cm²/s (sistema CGS)
m²/s no sistema SI (sistema internacional)
1st = 0,0001m²/s
1 centistokes (cst) = 0,000001m²/s
m²/s = 1000000 centistokes

118
Viscosidade cinemática de alguns materiais

MOVIMENTO LAMINAR E MOVIMENTO TURBULENTO


A observação dos líquidos em movimento nos leva a distinguir dois tipos de movimento

Regime laminar Regime turbulento


O regime muda de laminar para turbulento de acordo com a velocidade. A velocidade para a qual essa
transição ocorre denomina-se velocidade crítica.
O melhor critério para se determinar o tipo de movimento (laminar ou turbulento), não se prende
unicamente a velocidade, mas também ao valor do número de Reynolds Re (adimensional)

NÚMERO DE REYNOLDS
Reynolds concluiu que, para cada velocidade de escoamento e determinada forma geométrica de um corpo
movendo-se em um líquido viscoso, se a relação entre força de inércia e viscosidade (fórmula abaixo) for
pequena o escoamento será laminar, mas se for grande será turbulento.
NRey < 2 – Regime laminar
O fluxo tem a forma de escoamento laminar. Não ocorre formação de esteira
e as linhas do fluxo se fecham atrás da esfera ou cilindro. A resistência é
predominante de atrito devido às forças viscosas. É o chamado Regime de
Stokes.

2 < NRey < 40 – Regime de transição


Ocorre a separação da camada limite de ambos os lados da esfera formando
dois turbilhões simétricos de movimentos lentos. As linhas de fluxo se
fecham com esteira de pequeno comprimento. Presença de forças viscosas
adicionadas ao aparecimento de forças de pressão (forças resistentes).

119
40 < NRey < 2x10^5 – Regime de transição
Os turbilhões destacam-se de um modo alternado e periódico em ambos os
lados. Os turbilhões ao se destacarem produzem uma força lateral periódica
e um turbilhonamento muito grande na esteira, caracterizado por uma
grande perda de energia. Estes vórtices alternados são conhecidos como
vórtices de Karman. São causadores de colapso de muitas estruturas. Nota-se
a presença de forças viscosas e aumento considerável de forças de pressão.
NRey > 5x10^5 – Regime de transição
Não se formam mais vórtices alternados, mas sim de maneira aleatória. O
número de Reynolds em que se dá esta queda súbita de resistência chama-se
número de Reynolds crítico, não sendo propriamente um valor único, mas
certa faixa de número de Reynolds. As forças de pressão predominam. É o
chamado Regime de Newton

Em um tanque agitador ou misturador, para se determinar o número de Reynolds aplicar a fórmula:


𝐷2 ∗ 𝑁 ∗ 𝜌
𝑅𝑒 =
𝜇
𝐷 = Diâmetro do impelidor em m
𝑁 = rotação por segundo
𝜌 = Peso específico em kg/m³
𝜇 = viscosidade em Pas
Viscosidade (µ): 1Pas = 1000 centipoise (cP)

CÁLCULO DA POTÊNCIA DE ACIONAMENTO DE IMPELIDORES EM TANQUES PADRONIZADOS


Um tanque padronizado deve ter suas dimensões proporcionais conforme abaixo.
Impelidores tipo turbina

pás retas pás inclinadas

𝐷 1 𝐻 1 𝐽 1 𝐶 1 𝑊 1 𝐿 1
= = = = = =
𝑇 3 𝑇 1 𝑇 12 𝐷 1 𝐷 5 𝐷 4

Quantidade de lâminas do impelidor: 4 a 16 (usual - 6 a 8 lâminas). Quantidade de defletores: 4

120
A potência de acionamento de um impelidor é função da densidade e viscosidade do líquido a ser agitado,
da velocidade periférica, do formato das pás e das dimensões do tanque. É o valor resultante da
multiplicação de uma fórmula teórica (𝑃 = 𝑁 3 ∗ 𝐷 5 ∗ 𝜌) pelo 𝑁𝑝 (número de potência) com valores
empíricos.
𝑛 3
𝑃 = ( ) ∗ 𝐷 5 ∗ 𝜌 ∗ 𝑁𝑝 /1000 = 𝑘𝑊
60
𝑃 = Potência em Watts
N = rotação por segundo
D = Diâmetro do impelidor em m
𝜌 = Peso específico em kg/m³
𝑁𝑝 = Número de potência

121
O número de potência está relacionado ao número de Reynolds. Cada tipo de impelidor tem um número de
potência obtido em experimentos práticos feitos em laboratórios. Esses experimentos são feitos com
tanques padrão, com rotações variáveis e líquidos diferentes.

𝐷2 ∗ 𝑁 ∗ 𝜌
𝑅𝑒 =
𝜇
Os agitadores com alta velocidade, contendo líquidos com alto peso específico e baixa viscosidade
(resultando em alto número de Reynolds), provocam agitação turbulenta e resultam em número de potência
invariável como se pode notar na curva 6 do gráfico. Números de potência iguais significam que a força
resistente ao avanço das pás é sempre a mesma e a potência absorvida pelo sistema será função
principalmente da velocidade (parte teórica da fórmula).
Os agitadores com baixa velocidade, contendo líquidos com alta viscosidade (resultando em baixo número
de Reynolds) tem movimento laminar. A superfície do líquido é plana e o sistema de agitação vai depender
muito da viscosidade do líquido.

Exemplo de cálculo da potência requerida para o acionamento.

Volume do tanque: 6000 litros


Diâmetro do tanque: T = 2000mm
Impelidor tipo turbina com 6 pás retas D = 635mm; relação W/D = 1/8
Rotação = 180 rpm --> 3 rps
Viscosidade (µ): 1000cP → 1000 centipoise (cP) = 1Pas
Peso específico: 1240 kg/m³

Cálculo do Número de Reynolds


𝐷 2 ∗ 𝑁 ∗ 𝜌 0,6352 ∗ 3𝑟𝑝𝑚 ∗ 1240𝑘𝑔/𝑚³
𝑅𝑒 = = = 1500
𝜇 1

𝐷 = Diâmetro do impelidor em m N = rotação por segundo


𝜌 = Peso específico em kg/m³ 𝜇 = viscosidade em Pas
Gráfico para determinar o Np (Núm. de potência) em função de Re (Núm. de Reynolds)

122
IMPELIDOR TIPO TURBINA

. Tanque sem defletores


𝑅𝑒 = 1500 ⇒ 𝑁𝑝𝑜 = 1,5
Cálculo da potência de acionamento
𝑃 = 𝑁 3 ∗ 𝐷 5 ∗ 𝜌 ∗ 𝑁𝑝𝑜 = 3³ ∗ 0,6355 ∗ 1240 ∗ 1,5 = 5185𝑘𝑔𝑚2 /𝑠 3 = 5185𝑊
5185 W = 5,18 kW → 5,185 kW x 1,36 = 7 CV

Utilizando fórmula mais usual. Rotação por minuto e viscosidade em centipoises


𝐷2 ∗ 𝑛 ∗ 𝜌 0,6352 ∗ 180𝑟𝑝𝑚 ∗ 1240𝑘𝑔/𝑚³
𝑅𝑒 = = = 1500
𝜇 ∗ 0,001 ∗ 60 1000𝑐𝑝 ∗ 0,001 ∗ 60

𝐷 = Diâmetro do impelidor em m n = rotação por minuto


𝜌 = Peso específico em kg/m³ 𝜇 = viscosidade em centipoises

Capacidade de bombeamento do sistema


𝑄 = 𝑁 ∗ 𝑁𝑞 ∗ 𝐷3 = 3 ∗ 0,72 ∗ 0,6353 = 0,55𝑚³/𝑠
𝑁𝑞 = Número de bombeamento do impelidor. Esse número é obtido do fabricante do impelidor
Site para consulta de impelidores

123
IMPELIDORES TIPO A
Cálculo da potência de acionamento de impelidores tipo pás (tipo A) conforme tabelas extraídas do livro
AGITATOR SELECTION AND DESIGN - E.E.U.A. HANDBOOK - publicado por
The Engineering Equipment Users Association - London, S.W.1

Observe nas tabelas que os valores de potência de acionamento dependem da densidade e viscosidade do
líquido. Dependem também dos diâmetros e altura dos tanques, dos defletores, das dimensões das pás, da
velocidade média a 2/3 do centro do agitador. A distância do impelidor ao fundo do tanque (C) também
influi na potência e, quanto mais próximo do fundo, maior será a potência requerida para o acionamento.
Cálculo do Nº Reynolds
𝐷2 ∗ 𝑛 ∗ 𝜌
𝑅𝑒 =
𝜇 ∗ 60 ∗ 0,001
n = rotação por minuto
𝜌 = Peso específico em kg/m³
𝜇 = viscosidade em centipoises (cP)

Cálculo da potência de acionamento em CV


𝑛
𝐷 5 ∗ (60) ³ ∗ 𝜌 ∗ 𝑁𝑝𝑜
𝑃= = 𝐶𝑉
735
𝐷 = Diâmetro do impelidor em m
𝑁𝑝𝑜 = Número de potência obtido no gráfico

Para obter o número de potência consultar o gráfico a seguir:


Observação: O gráfico não faz parte do livro. As curvas de número de potência em relação ao número de
Reynolds, foram levantadas pelo autor deste trabalho consultando as tabelas do livro e calculando o número
de potência de cada impelidor em função das características do líquido, da rotação e dimensões dos
agitadores.

124
Gráfico do Número de potência em função do Número de Reynolds dos impelidores tipo A

Dimensões dos tanques agitadores com valores da potência de acionamento publicados nas tabelas da
página seguinte e adiante.
DIMENSÕES PROPORCIONAIS

DIMENSÕES mm
TIPO A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8

T-H 686 991 1220 1448 1830 2592 3736 4575

D 457 661 813 966 1220 1728 2491 3050

W 51 63 82 95 127 178 254 305

C 133 190 235 279 356 502 724 889

J 70 100 120 146 184 268 305 305

Volume (litros) 255 760 1420 2380 4810 13640 40935 75150

125
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE

IMPELIDORES TIPO
A1
DIAMETRO DO VASO 0,69m (255 litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 457mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDAD 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,01 0,013 0,13 1,3
30 43 1,0 0,01 0,013 0,13 1,3
1,4 0,01 0,013 0,13 1,3
0,6 0,01 0,01 0,01 0,013 0,05 0,5 5
60 86 1,0 0,01 0,01 0,01 0,02 0,05 0,5 5
1,4 0,01 0,01 0,02 0,03 0,05 0,5 5
0,6 0,04 0,04 0,06 0,09 0,2 2,1
SEM 120 172 1,0 0,06 0,06 0,09 0,14 0,2 2,1
DEFLETORES 1,4 0,09 0,09 0,12 0,18 0,3 2,1
0,6 0,3 0,3 0,4 0,7 1,0
240 344 1,0 0,5 0,5 0,7 1,0 1,5
1,4 0,7 0,7 0,9 1,3 2,0
0,6 2,4 2,4 3,0
480 688 1,0 4,0 4,0 5,0
1,4 6,0 6,0 6,0
0,6 0,01 0,01 0,01 0,01 0,013 0,13 1,3
30 43 1,0 0,01 0,01 0,01 0,01 0,013 0,13 1,3
1,4 0,01 0,01 0,01 0,01 0,013 0,13 1,3
0,6 0,03 0,03 0,03 0,03 0,05 0,5 5
COM 60 86 1,0 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,5 5
DEFLETORES 1,4 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,5 5
0,6 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 2,1
120 344 1,0 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 2,1
1,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 2,1
0,6 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8
240 688 1,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
1,4 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0

126
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
A2
DIAMETRO DO VASO 0,99m (760 litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 661mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,01 0,03 0,3 3,0
30 62 1,0 0,013 0,03 0,3 3,0
1,4 0,018 0,03 0,3 3,0
0,6 0,03 0,03 0,04 0,06 0,13 1,3 13
60 124 1,0 0,04 0,04 0,06 0,10 0,14 1,3 13
1,4 0,06 0,06 0,08 0,12 0,19 1,3 13
0,6 0,2 0,2 0,3 0,45 0,7 5,5
SEM 120 249 1,0 0,4 0,4 0,45 0,7 1,0 5,5
DEFLETORES 1,4 0,5 0,5 0,6 0,9 1,3 5,5
0,6 1,7 1,7 2,0 3,0 5,0
240 498 1,0 3,0 3,0 3,0 5,0 7,0
1,4 4,0 4,0 4,0 6,0 9,0
0,6 13 13 14
480 996 1,0 22 22 22
1,4 30 30 30
0,6 0,02 0,02 0,02 0,02 0,035 0,3 3,0
30 62 1,0 0,03 0,03 0,03 0,03 0,035 0,3 3,0
1,4 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,3 3,0
0,6 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 1,3 13
COM 60 124 1,0 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 1,3 13
DEFLETORES 1,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 1,3 13
0,6 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 5,5
120 249 1,0 2 2 2 2 2 5,5
1,4 3 3 3 3 3 5,5
0,6 10 10 10 10 10
240 498 1,0 17 17 17 17 17
1,4 25 25 25 25 25

127
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
A3
DIAMETRO DO VASO 1,22m (1420litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 813mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,016 0,02 0,07 0,7 6,5
30 76 1,0 0,02 0,04 0,07 0,7 6,5
1,4 0,03 0,05 0,07 0,7 6,5
0,6 0,08 0,08 0,11 0,17 0,3 2,5 25
60 153 1,0 0,13 0,13 0,17 0,25 0,4 2,5 25
1,4 0,18 0,18 0,25 0,4 0,5 2,5 25
0,6 0,6 0,6 0,8 1,2 1,8 11
SEM 120 306 1,0 1,0 1,0 1,2 1,8 3,0 11
DEFLETORES 1,4 1,4 1,4 1,6 2,5 4,0 11
0,6 5,0 5,0 5,5 8,5 13
240 612 1,0 8,5 8,5 8,5 13 20
1,4 12 12 12 17 25

0,6 0,06 0,06 0,06 0,06 0,07 0,65 6,5


30 76 1,0 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,65 6,5
1,4 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,65 6,5
0,6 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 2,5 25
COM 60 153 1,0 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 2,5 25
DEFLETORES 1,4 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 2,5 25
0,6 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 11
120 306 1,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 11
1,4 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 11

128
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
A4
DIAMETRO DO VASO 1,45m (2380 litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 966mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,04 0,4 4,0
15 45 1,0 0,04 0,4 4,0
1,4 0,04 0,4 4,0
0,6 0,035 0,035 0,055 0,08 0,16 1,6 16
30 91 1,0 0,06 0,06 0,08 0,12 0,19 1,6 16
1,4 0,08 0,08 0,11 0,16 0,25 1,6 16
0,6 0,25 0,25 0,4 0,6 0,85 6,5 65
SEM 60 182 1,0 0,45 0,45 0,6 0,9 1,3 6,5 65
DEFLETORES 1,4 0,65 0,65 0,75 1,1 1,7 6,5 65
0,6 2,0 2,0 2,5 4,0 6,0 25
120 364 1,0 3,5 3,5 4,0 6,0 9,0 25
1,4 5,0 5,0 5,5 8,0 12 25
0,6 17 17 20 30
240 728 1,0 30 30 30 45
1,4 40 40 40 55
0,6 0,04 0,4 4,0
15 45 1,0 0,04 0,4 4,0
1,4 0,04 0,4 4,0
0,6 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 1,6 16
COM 30 91 1,0 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 1,6 16
DEFLETORES 1,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1,6 16
0,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 6,5 65
60 182 1,0 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 6,5 65
1,4 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 6,5 65
0,6 13 13 13 13 13 25
120 364 1,0 22 22 22 22 22 25
1,4 30 30 30 30 30 30

129
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
A5
DIAMETRO DO VASO 1,83m (4810 litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 1220mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,06 0,6 6,0
15 57 1,0 0,06 0,6 6,0
1,4 0,07 0,6 6,0
0,6 0,08 0,08 0,11 0,16 0,25 2,5 25
30 115 1,0 0,13 0,13 0,16 0,25 0,40 2,5 25
1,4 0,18 0,18 0,20 0,35 0,50 2,5 25
0,6 0,6 0,6 0,75 1,2 1,7 9,0 90
SEM 60 230 1,0 1,0 1,0 1,2 1,8 2,5 9,0 90
DEFLETORES 1,4 1,4 1,4 1,5 2,5 3,5 9,0 90
0,6 5,0 5,0 5,5 8,0 12 35
120 460 1,0 8,0 8,0 8,0 12 20 35
1,4 11 11 11 16 25 40
0,6 40 40 40 60 90
240 920 1,0 65 65 65 90 130
1,4 90 90 90 110 170
0,6 0,06 0,6 6,0
15 57 1,0 0,06 0,6 6,0
1,4 0,08 0,6 6,0
0,6 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45 2,5 25
COM 30 115 1,0 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 2,5 25
DEFLETORES 1,4 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 2,5 25
0,6 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 9,0 90
60 230 1,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 9,0 90
1,4 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 9,0 90
0,6 30 30 30 30 30 35
120 460 1,0 50 50 50 50 50 50
1,4 70 70 70 70 70 70

130
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
A6
DIAMETRO DO VASO 2,60m (13640 litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 1728mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,04 0,4 4,0
7,5 41 1,0 0,04 0,4 4,0
1,4 0,04 0,4 4,0
0,6 0,17 1,6 16
15 81 1,0 0,25 1,6 16
1,4 0,35 1,6 16
0,6 0,4 0,4 0,55 0,8 1,2 6,5 65
SEM 30 163 1,0 0,7 0,7 0,8 1,2 1,9 6,5 65
DEFLETORES 1,4 1,0 1,0 1,1 1,6 2,5 6,5 65
0,6 3,5 3,5 4,0 6,0 9,0 25 250
60 326 1,0 5,5 5,5 6,0 9,0 13 25 250
1,4 8,0 8,0 8,0 11 18 30 250
0,6 25 25 30 40 60 100
120 652 1,0 45 45 50 60 95 140
1,4 65 65 65 80 120 190
0,6 0,04 0,4 4,0
7,5 41 1,0 0,04 0,4 4,0
1,4 0,06 0,4 4,0
0,6 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 1,6 16
15 81 1,0 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55 1,6 16
1,4 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 1,6 16
0,6 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 6,5 65
COM 30 163 1,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 6,5 65
DEFLETORES 1,4 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,5 65
0,6 20 20 20 20 20 25 250
60 326 1,0 35 35 35 35 35 35 250
1,4 50 50 50 50 50 50 250
0,6 160 160 160 160 160 160
120 652 1,0 300 300 300 300 300 300
1,4 400 400 400 400 400 400

131
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
A7
DIAMETRO DO VASO 3,76m (40935 litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 2491mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,13 1,2 12
7,5 59 1,0 0,20 1,2 12
1,4 0,25 1,2 12
0,6 0,65 0,95 5,0 50
15 117 1,0 0,95 1,4 5,0 50
1,4 1,2 1,9 5,0 50
0,6 2,5 2,5 3,0 4,5 6,5 19 190
SEM 30 235 1,0 4,5 4,5 5,0 7,0 10 19 190
DEFLETORES 1,4 6,0 6,0 7,0 9,0 13 19 190
0,6 20 20 25 30 45 75 750
60 469 1,0 35 35 35 45 70 110 750
1,4 50 50 50 60 95 140 750
0,6 170 170 170 200 350 500
120 938 1,0 300 300 300 350 500 750
1,4 400 400 400 450 650 1000
0,6 0,14 1,2 12
7,5 59 1,0 0,25 1,2 12
1,4 0,35 1,2 12
0,6 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 5,0 50
15 117 1,0 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 5,0 50
1,4 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 5,0 50
COM 0,6 16 16 16 16 16 19 190
DEFLETORES 30 235 1,0 25 25 25 25 25 25 190
1,4 35 35 35 35 35 35 190
0,6 130 130 130 130 130 130 700
60 469 1,0 200 200 200 200 200 200 700
1,4 300 300 300 300 300 300 700

132
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
A8
DIAMETRO DO VASO 4,57m (75150 litros)
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 3050mm

VISCOSID.
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,35 2,0 20
7,5 72 1,0 0,5 2,0 20
1,4 0,65 2,0 20
0,6 0,9 0,9 1,0 1,6 2,5 8,5 85
15 144 1,0 1,5 1,5 1,5 2,5 3,5 8,5 85
SEM 1,4 2,0 2,0 2,0 3,0 5,0 8,5 85
DEFLETORES 0,6 7,0 7,0 7,5 11 17 35 350
30 287 1,0 12 12 12 17 25 40 350
1,4 16 16 16 20 35 50 350
0,6 60 60 60 80 120 180 1400
60 574 1,0 95 95 95 120 180 250 1400
1,4 130 130 130 160 250 350 1400

0,6 0,40 2,0 20


7,5 72 1,0 0,65 2,0 20
1,4 0,90 2,0 20
0,6 5,5 5,5 5,5 5,5 5,5 8,5 85
15 144 1,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 9,0 85
COM 1,4 12 12 12 12 12 12 85
DEFLETORES 0,6 40 40 40 40 40 40 350
30 287 1,0 70 70 70 70 70 70 350
1,4 100 100 100 100 100 100 350
0,6 350 350 350 350 350 350 1400
60 574 1,0 550 550 550 550 550 550 1400
1,4 800 800 800 800 800 800 1400

133
IMPELIDORES TIPO TURBINA
Potência de acionamento de agitadores conforme tabelas extraídas do livro AGITATOR SELECTION AND
DESIGN - E.E.U.A. HANDBOOK - publicado por
The Engineering Equipment Users Association - London, S.W.1
Observe nas tabelas que os valores de potência de acionamento foram calculados em função da densidade e
viscosidade do líquido, do diâmetro e altura do nível do líquido dentro do tanque, dos defletores, das
dimensões das pás, da velocidade média a 2/3 do centro do agitador. A distância do impelidor ao fundo do
tanque também influi na potência e, quanto mais próximo do fundo, maior será a potência requerida para o
acionamento.
Cálculo do Nº Reynolds – Diâmetro em m; rotação por minuto; viscosidade em centipoises
𝐷2 ∗ 𝑛 ∗ 𝜌
𝑅𝑒 =
𝜇 ∗ 60 ∗ 0,001

Cálculo da potência de acionamento em CV


𝑛 3
𝐷 5 ∗ ( ) ∗ 𝜌 ∗ 𝑁𝑝𝑜
𝑃= 60 = 𝐶𝑉
735
𝐷 = Diâmetro do impelidor em m
n = rotação por minuto
𝜌 = Peso específico em kg/m³
𝜇 = viscosidade em centipoises (cP)
𝑁𝑝𝑜 = N° de potência obtido no gráfico a seguir

O gráfico a seguir não faz parte do livro. As curvas de número de potência em relação ao número de
Reynolds foram levantadas pelo autor deste trabalho consultando as tabelas do livro e calculando o número
de potência de cada agitador em função das características do líquido, da rotação e dimensões dos
impelidores.

134
Dimensões dos tanques com valores da potência de acionamento publicados nas tabelas

TIPO B1 B2 B3 B4 B5 B6

D 228 305 458 610 915 1220

L 57 76 114 152 228 305

W 44 63 89 120 184 241

Quant. palhetas 6 6 6 8 8 12

Dimensões em mm

DIMENSÕES DOS DEFLETORES


T 686 991 1220 1448 1830 2592 3736 4575
J 70 100 120 146 184 268 305 305
f 19 25 38 51 76 76 76 76
g 25 51 76 89 102 102 102 102

DIMENSÕES PROPORCIONAIS
𝐷 1 𝐻 1 𝐽 1 𝐶 1 𝑊 1 𝐿 1
= = = = = =
𝑇 3 𝑇 1 𝑇 12 𝐷 1 𝐷 5 𝐷 4

pás retas pás inclinadas

135
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
B1
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 228mm
DIAMETRO DO VASO 685 a 1220mm
VISCOSIDE.
centipoises
RPM DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
kg/l
0,6 0,016 0,017 0,05
120 1,0 0,01 0,01 0,02 0,025 0,055 0,5 5
1,4 0,014 0,015 0,03 0,035 0,065
0,6 0,02 0,02 0,04 0,055 0,11
180 1,0 0,03 0,035 0,06 0,085 0,14 1,1 11
1,4 0,04 0,045 0,075 0,12 0,16
0,6 0,04 0,045 0,085 0,12 0,2
SEM 240 1,0 0,065 0,07 0,12 0,2 0,25 1,8 18
DEFLETORES 1,4 0,09 0,10 0,14 0,3 0,35
0,6 0,12 0,13 0,25 0,4 0,6
360 1,0 0,2 0,2 0,3 0,65 0,8 4 40
1,4 0,25 0,3 0,4 0,85 1,1
0,6 0,25 0,3 0,45 0,9 1,2
480 1,0 0,45 0,45 0,6 1,4 1,8 7,5 75
1,4 0,6 0,65 0,8 1,7 2,5
0,6 0,025 0,025 0,025 0,025 0,05
120 1,0 0,04 0,04 0,04 0,04 0,05 0,5 5
1,4 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06
0,6 0,085 0,085 0,085 0,085 0,11
180 1,0 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 1,1 11
1,4 0,2 0,2 0,2 0,2 0,16
0,6 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
COM 240 1,0 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 1,8 18
DEFLETORES 1,4 0,45 0,45 0,45 0,45 0,45
0,6 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7
360 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 4 40
1,4 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6
0,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6
480 1,0 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 7,5 75
1,4 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0

136
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
B2
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 305mm
DIAMETRO DO VASO 680 a 1830mm
VISCOSIDE
centipoises
RPM DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
kg/l
0,6 0,01 0,012 0,025 0,025 0,065
90 1,0 0,017 0,02 0,035 0,045 0,08 0,6 6
1,4 0,025 0,025 0,045 0,06 0,09
0,6 0,025 0,025 0,05 0,06 0,12
120 1,0 0,04 0,04 0,075 0,10 0,16 1,1 11
1,4 0,055 0,055 0,085 0,14 0,19
0,6 0,075 0,08 0,14 0,2 0,35
SEM 180 1,0 0,12 0,13 0,19 0,35 0,45 2,5 25
DEFLETORES 1,4 0,16 0,17 0,25 0,55 0,55
0,6 0,16 0,17 0,3 0,5 0,65
240 1,0 0,25 0,3 0,35 0,85 1,0 4,5 45
1,4 0,35 0,4 0,5 1,1 1,3
0,6 0,5 0,5 0,7 1,6 2
360 1,0 0,8 0,85 1,1 1,5 3 10 100
1,4 1,1 1,2 1,4 3 4
0,6 0,045 0,045 0,045 0,045 0,065
90 1,0 0,075 0,075 0,075 0,075 0,08 0,6 6
1,4 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
0,6 0,11 0,11 0,11 0,11 0,12
120 1,0 0,18 0,18 0,18 0,18 0,18 1,1 11
1,4 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25
0,6 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35
COM 180 1,0 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 2,5 25
DEFLETORES 1,4 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85
0,6 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85
240 1,0 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 4,5 45
1,4 2 2 2 2 2
0,6 3 3 3 3 3
360 1,0 5 5 5 5 5 10 100
1,4 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5

137
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
B3
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 458mm
DIAMETRO DO VASO 990 a 2590mm
VISCOSIDE
centipoises
RPM DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
kg/l
0,6 0,025 0,03 0,055 0,06 0,11
60 1,0 0,04 0,045 0,075 0,10 0,14 0,9 9
1,4 0,055 0,06 0,085 0,13 0,17
0,6 0,075 0,085 0,14 0,2 0,3
90 1,0 0,13 0,13 0,18 0,4 0,4 2 20
1,4 0,17 0,18 0,25 0,55 0,55
0,6 0,17 0,18 0,3 0,45 0,6
SEM 120 1,0 0,3 0,3 0,4 0,9 0,9 4 40
DEFLETORES 1,4 0,4 0,4 0,5 1,1 1,2
0,6 0,5 0,55 0,75 1,7 1,9
180 1,0 0,85 0,9 1,1 2,5 3 8,5 85
1,4 1,1 1,2 1,5 3 4
0,6 1,1 1,2 1,5 3,5 4
240 1,0 1,8 2,0 2,5 5 6,5 15 150
1,4 2,5 2,5 3 6 9
0,6 0,10 0,10 0,10 0,10 0,11
60 1,0 0,17 0,17 0,17 0,17 0,17 0,9 9
1,4 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25
0,6 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35
90 1,0 0,55 0,55 0,55 0,55 0,55 2 20
1,4 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
0,6 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8
COM 120 1,0 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 4 40
DEFLETORES 1,4 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9
0,6 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
180 1,0 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 8,5 85
1,4 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5
0,6 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 15
240 1,0 11 11 11 11 11 15 150
1,4 15 15 15 15 15 17

138
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
B4
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 610mm
DIAMETRO DO VASO 1220 a 3730mm
VISCOSIDE
centipoises
RPM DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
kg/l
0,6 0,055 0,06 0,11 0,13 0,2
45 1,0 0,09 0,10 0,14 0,2 0,25 1,5 15
1,4 0,13 0,13 0,18 0,4 0,35
0,6 0,13 0,13 0,2 0,3 0,4
60 1,0 0,2 0,2 0,3 0,65 0,6 2,5 25
1,4 0,3 0,3 0,4 0,85 0,8
0,6 0,4 0,4 0,55 1,2 1,2
SEM 90 1,0 0,6 0,65 0,85 1,8 1,9 6 60
DEFLETORES 1,4 0,85 0,9 1,1 2,5 2,5
0,6 0,85 0,9 1,2 2,5 3,0
120 1,0 1,3 1,5 1,8 3,5 4,5 11 110
1,4 1,8 2 2,5 4,5 5,5
0,6 2,5 2,5 3,5 7 9 25
180 1,0 4,0 4,5 5 10 14 25 250
1,4 5,5 6,0 7 12 19 30
0,6 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
45 1,0 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 1,5 15
1,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5
0,6 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5
60 1,0 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85 2,5 25
1,4 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2
0,6 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8
COM 90 1,0 3 3 3 3 3 6 60
DEFLETORES 1,4 4 4 4 4 4
0,6 4 4 4 4 4 11
120 1,0 7 7 7 7 7 11 110
1,4 10 10 10 10 10 12
0,6 14 14 14 14 14 25
180 1,0 25 25 25 25 25 25 250
1,4 35 35 35 35 35 35

139
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
B5
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 915mm
DIAMETRO DO VASO 1830 a 4570mm
VISCOSIDE
centipoises
RPM DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
kg/l
0,6 0,18 0,19 0,3 0,4 0,5
30 1,0 0,3 0,3 0,4 0,9 0,9 3 30
1,4 0,4 0,4 0,55 1,1 1,1
0,6 0,55 0,55 0,75 1,7 1,7
45 1,0 0,85 0,95 1,2 2,5 2,5 7 70
1,4 1,2 1,3 1,5 3 3
0,6 1,2 1,2 1,6 3,5 3,5 12
SEM 60 1,0 1,9 2 2,5 5 5,5 12 120
DEFLETORES 1,4 2,5 3 3,5 6,5 7 14
0,6 3,5 4 4,5 9,5 11 30
90 1,0 6 6,5 7 14 17 30 250
1,4 8 9 9,5 17 25 40
120 0,6 7,5 8,5 10 19 25 50
1,0 13 14 15 25 40 65 500
1,4 18 20 20 35 55 75
0,6 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65
30 1,0 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 3 30
1,4 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5
0,6 2 2 2 2 2
45 1,0 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 7 70
1,4 5 5 5 5 5
0,6 5,5 5,5 5,5 5,5 5,5 12
COM 60 1,0 9 9 9 9 9 12 120
DEFLETORES 1,4 12 12 12 12 12 14
0,6 18 18 18 18 18 30
90 1,0 30 30 30 30 30 30 250
1,4 40 40 40 40 40 40
120 0,6 40 40 40 40 40 50
1,0 70 70 70 70 70 70 500
1,4 100 100 100 100 100 100

140
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO
B6
DIÂMETRO DO IMPELIDOR 1220mm
DIAMETRO DO VASO 2590 a 4570m
VISCOSIDE
centipoises
RPM DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
kg/l
0,6 0,7 0,75 1,0 2 2 7
30 1,0 1,1 1,2 1,5 3 3 7,5 70
1,4 1,6 1,7 2 4 4 8
0,6 2 2,5 3 6 6 16
45 1,0 3,5 4 4,5 8,5 9 18 160
1,4 5 5,5 6 11 13 20
0,6 4,5 5 6 12 13 30
SEM 60 1,0 7,5 8,5 9,5 17 20 35 300
DEFLETORES 1,4 11 12 13 20 30 40
0,6 14 16 18 30 45 80
90 1,0 25 25 25 45 70 100 650
1,4 35 35 40 50 120 130
0,6 3 3 3 3 3 7
30 1,0 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 7,5 70
1,4 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 8
0,6 9,5 9,5 9,5 9,5 9,5 16
45 1,0 16 16 16 16 16 18 100
1,4 20 20 20 20 20 20
0,6 20 20 20 20 20 30
COM 60 1,0 35 35 35 35 35 35 300
DEFLETORES 1,4 50 50 50 50 50 50
0,6 75 75 75 75 75 80
90 1,0 130 130 130 130 130 130 650
1,4 180 180 180 180 180 180

141
IMPELIDORES TIPO ÂNCORA
São utilizados para mistura de líquidos muito consistentes com viscosidade entre 5 e 50 Pas
O tipo âncora fornece um escoamento misto
Há também o tipo helicoidal para fluxo axial

Cálculo da potência de acionamento em CV


𝑛 3
𝐷 5 ∗ ( ) ∗ 𝜌 ∗ 𝑁𝑝𝑜
𝑃= 60 = 𝐶𝑉
735
D = Diâmetro do impelidor em m
n = rotação por minuto
 = Peso específico em kg/m³
 = viscosidade em centipoises (cP)
N po = N° de potência obtido conforme fórmulas abaixo

Para determinar o número de potência N po no caso de agitadores


para fluídos de alta viscosidade devem-se usar relações empíricas.
Helicoidal: 𝑅𝑒 = Número de Reynolds
150 𝐻𝑖 −0,28 𝑝 −0,53 ℎ 𝑊 0,33 𝜌 ∗ 𝑁 ∗ 𝐷2
𝑁𝑃𝑜 = ∗( ) ∗( ) ∗ [( ) ∗ ( )] ∗ 𝑛𝑝0,54 𝑅𝑒 =
𝑅𝑒 𝐷 𝐷 𝐷 𝐷 𝜇
𝜌 = Peso específico (kg/m³)
Âncora: N = rotação por segundo
85 𝐻𝑖 −0,31 ℎ 0,48 𝐷 = Diâmetro do impelidor (m)
𝑁𝑃𝑜 = ∗( ) ∗( )
𝑅𝑒 𝑇 𝐷 𝜇 = viscosidade (Pas)
𝐻𝑖 = distância entre agitador e fundo do tanque
𝐷 = diâmetro externo do impulsor Nota: Equações válidas para o
𝑝 = “pitch” (distância entre linhas de fluxo) (m) regime laminar que, geralmente, é o
caso existente nas aplicações
ℎ = altura do agitador
𝑊 = largura das pás
𝑛𝑝 = número de pás

142
TABELAS DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE
IMPELIDORES TIPO ÂNCORA
Tabelas extraídas do livro AGITATOR SELECTION AND DESIGN - E.E.U.A. HANDBOOK - published by The
Engineering Equipment Users Association - London, S.W.1
Observe nas tabelas que os valores de potência de acionamento foram calculados em função das
características do líquido, dos diâmetros e altura dos tanques, das dimensões da âncora e da velocidade
periférica. A distância da âncora às paredes do tanque também influi na potência necessária e quanto mais
próxima, maior é a necessidade.
Dimensões dos tanques com valores da potência de acionamento publicados nas tabelas

TIPO C1 C2 C3 C4 C5 C6

T 685 990 1220 1450 1830 2590

D 635 940 1170 1370 1750 2515

W 50 75 100 115 127 180

C 25 25 25 38 38 38

Volume (litros) 250 690 1400 2100 4800 13600

Dimensões em mm

143
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO C1
DIAMETRO DO VASO 0,685m
VISCOSIDADE
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,09
18 36 1,0 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 0,05 0,14
1,4 0,19
0,6 0,02 0,2 0035 0,09 0,13 0,45 2
54 108 1,0 0,03 0,04 0,045 0,12 0,19 0,45 3
1,4 0,04 0,05 0,06 0,13 0,25 0,5 4
0,6 0,15 0,18 0,2 0,5 0,85 2
SEM 108 215 1,0 0,25 0,3 0,35 0,7 1,2 2,5
DEFLETORES 1,4 0,35 0,4 0,45 0,75 1,6 2,5
0,6 0,5 0,6 0,7 1,4 2,5
162 323 1,0 0,85 1,0 1,1 1,8 4
1,4 1,1 1,3 1,5 2,5 5
0,6 1,2 1,4 1,6 3
216 431 1,0 1,9 2 2,5 4
1,4 2,5 3 3,5 5

TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO C2


DIAMETRO DO VASO 0,99m
VISCOSIDADE
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,01 0,01 0,05 0,18
12 35 1,0 0,01 0,02 0,07 0,35
1,4 0,02 0,02 0,08 0,35
0,6 0,04 0,05 0,06 0,16 0,25 0,7 4
36 106 1,0 0,07 0,08 0,09 0,2 0,35 0,75 5,5
1,4 0,09 0,11 0,12 0,25 0,45 0,85 6
0,6 0,3 0,4 0,4 0,85 1,6 3
SEM 72 212 1,0 0,5 0,6 0,7 1,1 2,5 4
DEFLETORES 1,4 0,7 0,8 0,9 1,5 3 5,5
0,6 1,0 1,2 1,4 2,5 5 8,5
108 319 1,0 1,8 1,9 2,5 3,5 7,5 13
1,4 2,5 2,5 3 4,5 10 17
0,6 2,5 3 3 5
144 425 1,0 4 4,5 5 7,5
1,4 5,5 6 7 9,5

144
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO C3
DIAMETRO DO VASO 1,22 mm
VISCOSIDADE
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,01 0,08 0,25
9 33 1,0 0,02 0,08 0,35
1,4 0,03 0,085 0,45
0,6 0,05 0,06 0,075 0,19 0,3 0,75 5
27 99 1,0 0,08 0,10 0,11 0,25 0,4 0,85 6,5
1,4 0,11 0,13 0,15 0,3 0,55 1,0 6,5
0,6 0,4 0,45 0,5 1,0 2 3,5 25
SEM 54 198 1,0 0,65 0,75 0,8 1,4 3 5 30
DEFLETORES 1,4 0,9 0,95 1,2 1,7 4 6,5 30
0,6 1,3 1,5 1,7 3 6 10
81 297 1,0 2 2,5 2,5 4 9 16
1,4 3 3 4 5,5 12 20
0,6 3 3,5 4 6,5 14 25
108 397 1,0 5 6,5 6,5 9 20 35
1,4 7 7,5 9 11 25 45

TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO C4


DIAMETRO DO VASO 1,45m
VELOC VISCOSIDADE
PERIF. centipoises
RPM m/min DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
kg/l
0,6 0,02 0,1 0,35
8 34 1,0 0,03 0,1 0,5
1,4 0,04 0,11 0,65
0,6 0,08 0,09 0,11 0,25 0,45 1,0 7
24 103 1,0 0,13 0,15 0,17 0,35 0,65 1,2 8,5
1,4 0,18 0,2 0,25 0,4 0,8 1,4 8,5
0,6 0,6 0,7 0,8 1,4 3 5 25
SEM 48 206 1,0 1,0 1,1 1,3 2 4,5 7,5 35
DEFLETORES 1,4 1,4 1,5 1,8 2,5 5,5 10 40
0,6 2 2,5 2,5 4 9 15
72 310 1,0 3,5 3,5 4,5 6 14 25
1,4 4,5 5 6 7,5 18 30
0,6 5 5 6 6 20 35
96 413 1,0 7,5 8 10 13 30 50
1,4 11 12 14 16 40 65

145
TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO C5
DIAMETRO DO VASO 1,83 m
VISCOSIDADE
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,03 0,12 0,45
6 33 1,0 0,04 0,13 0,7
1,4 0,055 0,13 0,9
0,6 0,11 0,13 0,15 0,3 0,6 1,1 9
18 99 1,0 0,18 00,2 0,25 0,4 0,85 1,5 9,5
1,4 0,25 0,3 0,35 0,55 1,1 1,9 10,5
0,6 0,9 1,0 1,1 1,9 4 8,5 40
SEM 36 199 1,0 1,4 1,5 1,8 3,0 6 11 45
DEFLETORES 1,4 2 2 2,5 3,5 8 14 45
0,6 3 3 4 6 12 20
54 298 1,0 5 5 6 8,5 19 30
1,4 6,5 7 8,5 10 25 40
0,6 7 7 8,5 13 30
72 398 1,0 11 12 14 18 40
1,4 15 17 20 20 50

TABELA DE POTÊNCIA EM CV NECESSÁRIA PARA ACIONAMENTO DE IMPELIDORES TIPO C6


DIAMETRO DO VASO 2,59m
VISCOSIDADE
VELOC centipoises
RPM PERIF. DENSIDADE 1 10 102 103 104 105 106
m/min kg/l
0,6 0,25 1,5
5 39 1,0 0,25 2
1,4 03 2,5
0,6 0,4 0,45 0,5 0,85 1,8 3
15 117 1,0 0,65 0,7 0,8 1,3 3 4,5 20
1,4 0,9 0,9 1,2 1,6 3,5 5
0,6 3 3 4 6 13 20 90
SEM 30 235 1,0 5 5 6,5 8 19 30 95
DEFLETORES 1,4 7 7,5 9 10 25 40 95
0,6 10 11 13 18 40 65 200
45 352 1,0 16 18 20 25 60 100 220
1,4 20 25 30 35 75 120 250
0,6 25 25 30 35 85 150
60 470 1,0 40 40 50 55 130 200
1,4 50 60 70 75 170 280

146
IMPELIDORES TIPO HÉLICE NAVAL
São impelidores em formato de hélice e medem geralmente menos de 1/4 do
diâmetro do tanque de mistura, e giram a uma grande velocidade (acima de
1000 rpm).
Este tipo de impelidor relativamente pequeno, tem bastante eficiência em
tanques grandes. Devido à natureza predominante longitudinal dos fluxos de
corrente do produto, os hélices não são muito efetivos se forem montados no
centro do tanque verticalmente, sendo recomendado a sua instalação
descentralizada com o eixo formando um certo ângulo com a vertical do
tanque. Os impelidores tipo hélice são bastante utilizados na mistura de
produtos de pouca viscosidade e, como cortam e cisalham as substâncias do
produto, são utilizados também para dispersar sólidos e no preparo de
emulsões.

Site para consulta


Este site mistura muitos tipos de impulsores e seus números de potência estão anotados.
Sem defletores, a maioria dos tipos, impõe um padrão de fluxo tangencial. Com defletores, a maioria mostra
suas características reais de fluxo. Os impelidores são classificados pelos padrões de fluxo que foram
destinados a criar.
O impelidor tipo hélice foi provavelmente o primeiro de fluxo axial. A maioria dos hélices é projetado com
um passo quase perfeito, mas são fundidos e pesados.
O passo do hélice descreve a distância que uma ponta de lâmina percorre na direção axial para uma rotação.
Um passo de 1:1 significa que em um hélice com diâmetro de 500mm, o líquido na periferia das pás,
percorre uma distância de 500mm a cada rotação.
Um hélice com passo 1:1 é denominado como sendo de passo quadrado. Hélices com passo 1,5:1, são
chamados de passo super ou passo ingreme e podem obter 50 a 70% a mais de fluxo em relação aos hélices
de passo quadrado.
Cálculo da potência de acionamento em CV
𝑛 3
𝐷 5 ∗ (60) ∗ 𝜌 ∗ 𝑁𝑝𝑜
𝑃= = 𝐶𝑉
735
D = Diâmetro impelidor em m
n = rotação por minuto
𝜌 = Peso específico em kg/m³
𝜇 = viscosidade em centipoises (cP)
𝑁𝑝𝑜 = N° de potência fornecido pelo fabricante
Exemplo de impelidor tipo hélice naval com o número de potência fornecido

Observação: O número de potência informado é válido para a relação


D/T (diâmetro do impelidor / diâmetro do tanque) anotado.
147
IMPELIDOR TIPO PBT
É de fluxo axial, leve por ser feito de material plano e fácil de
construir com 4 pás inclinadas a 45°. A largura das lâminas é
20% do diâmetro.
Número de potência 1,27
A fórmula para o cálculo da potência de acionamento é o
mesmo do agitador tipo hélice

DISCO DE COWLES
Os dispersores são batedores especiais utilizados para homogeneizar produtos pastosos, deixando um
aspecto cremoso ao produto. Este tipo de batedor efetua o cisalhamento dos sólidos quebrando-os em
partículas extremamente minúsculas.

Cálculo da potência do motor para acionamento do disco


Cálculo da potência de acionamento em CV
𝑛 3
𝐷 5 ∗ ( ) ∗ 𝜌 ∗ 𝑁𝑝𝑜
𝑃= 60 = 𝐶𝑉
735
D = Diâmetro impelidor em m
n = rotação por minuto
𝜌 = Peso específico em kg/m³
𝜇 = viscosidade em centipoises (cP)
𝑁𝑝𝑜 = N° de potência fornecido pelo fabricante

Mais informações neste link

148
MISTURADORES ROTATIVOS
Site para consulta
Como o próprio nome diz, funcionam girando e misturando o alimento. As formas dos misturadores
rotativos são variadas: Duplo Cone e em forma de Y e V. São bastante utilizados na indústria farmacêutica e
na produção de alimentos em pó.

Misturadores em Y ou V
Estes tipos de misturadores consistem de dois cilindros colocados em um angulo que forma a letra "Y" ou
"V".

Duplo Cone
Este tipo de misturador corresponde a dois cones unidos por uma pequena seção cilíndrica.

O produto a ser misturado não deve ocupar mais de 60% do volume do recipiente

149
Para os misturadores em Y, V ou duplo cone, o cálculo do torque de acionamento consiste em conhecer o
centro de gravidade das massas em movimento de um lado e do outro do eixo do misturador. Deve-se
procurar a posição onde há uma maior concentração do material em um dos lados como na figura 2 do
desenho a seguir:

MISTURADOR COM DUPLO EIXO


Os eixos giram em sentido contrário com suas pás levando o produto das laterais para o centro e em seguida
para cima com efeito de mistura muito intensa.

150
MISTURADOR RIBBON BLENDER

É conhecido como misturador de cintas. É formado por um canal horizontal com um eixo central e um
agitador de cintas helicoidais. Estas cintas helicoidais são montadas de tal forma que as mesmas atuam em
direções contrárias sobre um único eixo, ou seja, uma move lentamente o produto em uma direção e a outra
move rapidamente o produto em direção oposta.

SELEÇÃO DE MOTORES E REDUTORES PARA O ACIONAMENTO


Misturadores Ribbon Blender
Para calcular a potência necessária de acionamento do motor é preciso conhecer a resistência do produto ao
avanço das lâminas 𝐹𝑟 em toda sua extensão e também sua rotação. Para calcular a força resistente 𝐹𝑟 em
kgf, os fabricantes costumam considerar o valor do volume de massa e seu peso dentro do misturador.

Exemplo
Misturador Ribbon Blender
Volume útil: V =1000litros
Densidade da massa: d = 1,2kg/litro
Largura: 780mm; comprimento 2700mm
Diâmetro médio das lâminas externa e interna: D = 500mm
Rotação desejada: 32 rpm
Resistência estimada ao avanço das lâminas Fr = Peso da mistura = V x d = 1000litros x 1,2 = 1200kgf
Para calcular o momento resistente 𝑀𝑟 em kgfm
𝐷 500
𝑀𝑟 = 𝐹𝑟 ∗ = 1200 ∗ = 300𝑘𝑔𝑓𝑚
2 ∗ 1000 2000
Para calcular a potência em CV consumida pelo equipamento, aplicar a fórmula
𝑀𝑟 ∗ 𝑟𝑝𝑚 300 ∗ 32
𝑃= = = 14𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95
rpm = rotação por minuto das lâminas
𝜂 = rendimento do redutor (verificar no catálogo do fabricante)

151
Seleção do motor. Selecionar um motor com potência imediatamente superior à potência necessária. No
exemplo acima motor de 15CV - 4 polos (1760rpm) por ser mais comercial. Motores de rotações mais baixas
tem maior custo e os de maior rotação 3500 rpm (2 polos) diminuem a vida útil do redutor. As diferentes
reduções do mesmo tamanho de redutor normalmente não alteram o valor do mesmo.

Seleção do motor no site da WEG

O conjugado nominal do motor (momento ou torque nominal) não está mencionado na tabela acima, mas
pode ser calculado pela fórmula:
716,2 ∗ 𝑃 716,2 ∗ 15𝐶𝑉
𝐶𝑛 = = = 6,1𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑟𝑝𝑚 1760𝑟𝑝𝑚

Curvas de corrente e conjugado máximo em relação ao nominal

152
Seleção do redutor:
Como pode ser observado no gráfico, na curva do conjugado do motor (linha vermelha), com 80% da rotação
nominal (0,8 x 1760 = 1408 rpm), o motor atinge torque 3,2 vezes maior do que o nominal. Os misturadores
estão sujeitos a altos momentos de inércia (impactos) ou maior resistência da massa ao avanço das pás em
função de pedaços de material mais compactos ou ainda mal uso por parte do operador. Por causa desses
fatores, os fabricantes de redutores indicam fator de serviço no mínimo 1,5 sobre a potência do motor ao
selecionar um redutor para misturador.
No exemplo acima a redução do redutor seria: 1760 / 32 = 55
Procurando no catálogo da SITI
Capacidade nominal mínima: 15CV x 1,5 = 22,5 CV e redução 1:55
MBH 140 - Reduções disponíveis: 1:48,6 → 26 CV a 1760 rpm → rotação de saída = 36 rpm
1:64,7 → 19 CV a 1760 rpm → rotação de saída = 27 rpm
As rotações não são as desejadas no projeto inicial ocasionando a necessidade de maior ou menor potência
de acionamento, mas o torque permanece o mesmo.
Recalculando:
- Selecionando redução mais baixa - 1:48,65 → rotação e potência de acionamento mais alta
𝑀𝑟 ∗ 𝑟𝑝𝑚 300𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 36𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 15𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95
η = rendimento do redutor

- Selecionando redução mais alta -1:64,7 → rotação e potência de acionamento mais baixa
𝑀𝑟 ∗ 𝑟𝑝𝑚 300𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 27𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 11,9𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,95

CONCLUSÃO: Para seleção do tamanho do redutor pouco importa aumentar ou reduzir a rotação do
equipamento porque a sua seleção, será feita em função do momento resistente.
A seleção do redutor também pode ser feita tomando o momento resistente e multiplicando pelo fator de
serviço e com esse valor selecionando um redutor com momento igual ou maior no seu eixo de saída (𝑀2 )

153
No nosso exemplo anterior:
Momento resistente: 300kgfm
𝑀2 = 𝑀𝑟 ∗ 𝑓𝑠 = 300𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 1,5 = 450𝑘𝑔𝑓𝑚
No catálogo da SITI: Redutor MBH 140, redução 1:48,65, M = 5000Nm →510kgfm

VERIFICAÇÕES FINAIS:
Cálculo do momento fornecido no eixo de saída do redutor ou eixo do misturador em função da potência do
motor.
716,2 ∗ 𝑃 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 15𝐶𝑉 ∗ 0,95
𝑀2 = = = 283𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑟𝑝𝑚 36𝑟𝑝𝑚

Outra fórmula para calcular o momento no eixo de saída do redutor


Conjugado nominal do motor x redução do redutor x rendimento do redutor
𝑀2 = 𝐶𝑛 ∗ 𝑖 ∗ 𝜂 = 6,1 ∗ 48,65 ∗ 0,95 = 283𝑘𝑔𝑓𝑚

O momento fornecido pelo conjunto motor redutor tem que estar acima do momento resistente, mas por
ser calculado em função da força resistente que, como foi estimada, poderá ser menor do que a real. Porém
em alguns casos se for de maior valor haverá necessidade de se fazer correções no equipamento já
existente. Uma das correções seria diminuir a quantidade de material dentro do misturador. Se o motor está
subdimensionado e o redutor apresenta problemas de quebra das engrenagens por ser mal selecionado ou
de má qualidade, diminuir o raio das pás poderá ser uma boa solução, mas com a provável necessidade de
maior tempo para a mistura. Aumentar a redução do redutor só vai melhorar a situação do motor, mas o
conjugado fornecido no eixo de saída será maior, aumentando a possibilidade de quebra do redutor.

154

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