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A GRANDE CRISE DO CAPITALISMO

→Sinais de instabilidade
Em meados de 1929, tudo parecia ainda ir bem na economia americana. A produção
agrícola e a produção industrial atingiam níveis elevadíssimos e, na Bolsa de Nova Iorque, as
acções alcançavam as cotações mais altas de sempre. Sob essa aparente prosperidade cresciam,
no entanto, os sinais da crise. Esses sinais eram: a especulação e a superprodução,

Para lá dos bancos, também muitos milhares de particulares investiam na Bolsa. E quantas
mais pessoas se interessavam pela compra de acções, mais o seu valor subia. Tratava-se, no
entanto, como vês, de uma actividade puramente especulativa, o valor das acções na Bolsa
aumentava de forma muito mais rápida que o seu valor real, pois as empresas não estavam tão
prósperas como o valor das respectivas acções fazia crer.

Outro problema fundamental era o da superprodução: a produção agrícola e industrial


crescia mais rapidamente que o consumo, o que fazia com que os stocks se acumulassem e os
preços tivessem de baixar. Entrou-se então, claramente, num período de deflação, isto é, numa
situação económica caracterizada por uma baixa importante dos preços e por uma quebra da
produção económica. Foi na agricultura que a situação se tornou mais difícil, agravada ainda
pelo facto de, desde 1925, se terem sucedido os bons anos agrícolas. Os agricultores não
conseguiam vender as suas produções e muitos foram à ruína. Este facto reduzia, naturalmente,
ainda mais a capacidade de consumo dos produtos industriais.

→A crise declarada
Em Outubro de 1929, as estatísticas apontavam para uma baixa nos lucros de muitas
empresas americanas. Assustados, os maiores possuidores de acções tentaram vendê-las antes
que o seu valor baixasse. Todos procuraram, no entanto, fazer o mesmo. A partir de 21 de
Outubro, as cotações na Bolsa de Nova Iorque começaram a baixar, acentuando-se a queda nos
dias seguintes. Em 24 de Outubro, a 5a feira negra, 12 milhões de acções foram apresentadas na
Bolsa sem encontrarem comprador. Foi o crash de Wall Street.

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Milhares de accionistas ficaram arruinados e alguns suicidaram-se no auge do desespero. O
valor das acções continuaria em descida permanente até 1932 . Muitos bancos foram à falência,
arrastando consigo as empresas que dependiam do crédito bancário.

Entretanto, a par da crise financeira agravava-se a crise de superprodução: apesar da


acentuada descida dos preços, grande parte da produção agrícola e industrial não tinha
compradores. Milhares de empresas, sobretudo as pequenas e médias, tiveram de fechar. O
desemprego aumentou e começou o «círculo vicioso» das crises.

Falência
Desemprego das
empresas

Diminuição do Diminuição da
consumo procura

O “Círculo vicioso” da crise

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→ Mundialização da crise

• Retirada dos capitais americanos: Com a 1ª Guerra Mundial houve a


entrada de capitais americanos na Europa, sob a forma de investimentos ou
de empréstimos. Com a crise, os Americanos retiram o dinheiro, levando à
falência de muitos bancos e empresas.
• Diminuição do comércio mundial: Com a crise, a maior parte dos países
procurou tornar-se auto-suficiente, levando a uma redução das importações
e, logo, das exportações. Esta situação afectou os países industrializados, que
não conseguiam escoar a produção, e os países subdesenvolvidos, que não
conseguiam vender as matérias-primas, sua principal fonte de rendimentos.

→ Consequências sociais da crise

Todos os grupos sociais foram atingidos. Nos EUA, os agricultores


foram à ruína; a miséria atinge quer as cidades, quer os campos; os produtores
destruíam as produções para fazerem subir os preços.
Em todo o mundo houve uma proletarização da sociedade. Os industriais
arruinados tornaram-se assalariados, na melhor das hipóteses, ou caíram no
desemprego. As classes médias ficaram arruinadas devido à falência dos bancos
onde tinham as suas poupanças. Há uma subida em flecha do desemprego.

Esta situação vai ter consequências políticas. A classe média vai apoiar o
desenvolvimento de regimes ditatoriais. Surgem tendências nacionalistas e
surgem ideias racistas.

*Nos EUA aumentou o ódio contra os negros→renascimento do ku-klux-klan.


*Na Alemanha desenvolve-se o anti-semitismo→contra os judeus ou povos de
origem judaica.

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→O “New Deal” Americano
Em 1932 houve eleições nos EUA, tendo o Partido Democrático saído vitorioso,
contra o Partido Republicano. Franklin Roosevelt foi eleito Presidente dos EUA.
Para solucionar a crise económica e social que o país vivia, Roosevelt pôs em
prática o “New Deal”.
Foram tomadas várias medidas:
• No campo agrícola, o governo indemnizou os agricultores que aceitaram
reduzir as áreas cultivadas. O objectivo era diminuir a produção e estabilizar
os preços;
• Ofereceu créditos agrícolas, a longo prazo, para que os agricultores
pagassem as dívidas contraídas anteriormente;
• No sector industrial, limitou a livre concorrência, fixando preços mínimos
aos produtores e estabelecendo níveis de produção.

O governo tomou ainda medidas de carácter social:


• Foram financiadas grandes obras públicas (barragens, escolas, estradas, etc),
para criar novos empregos;
• A semana de trabalho passou a ter 40 horas;
• Foram concedidos subsídios de desemprego, velhice e doença;
• Foi estabelecido o salário mínimo nacional;
• Foi reconhecida total liberdade de formação de sindicatos.

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