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O DIA DE AMANHÃ

Sou de um tempo ruim


Estava eu no jardim
E como amor é âmago que se come
O vejo de novo florir.
O meu amor passageiro
Sou de ruim passatempo
Mas dever o tempo inteiro
No meu passageiro amrgo.
Sou um inverno ruim
Amo de o ver a florir
Nasço eu
Nascem as compostas nuvens
E eu as declaro Deus dificilmente.
Serei eu Deus ou primeiro as nuvens.
Sou de ruim.
As nuvens correm ligeiras
Mas depois fecho as janelas.
Sou de ruim. De tempo.
SOMENTE O LAR

Sonho
Sonhar com o lar.
Sonhar. Andar.
Sonhas.
Eu sonho
Tu sonhas
Sonhamos.
SONHAR COM O MEU MUNDO AGORA

É um sonho chegar aqui e ver


O quê
O mundo
É assim tão irreal.
Não
Sou eu que respondo.
Sonhar que o sonho é esse
Poderia ser responder.
DEUS E O UNIVERSO

O Universo
É o meio de vermos o modo de sermos iguais.
É o verbo do Universo.
Assim nos conhecemos.
O Universo e eu.
DEUS DE TUDO NO MEU MUNDO

Ser assim ser e de tudo ser


Ver e de tudo e de tudo ser.
De tudo sou.
De tudo.
De tudo.
SOBRE O MEU AMOR

Não sonho com nada


Apenas com a palavra mais linda do mundo.
O amor
É assim tão linda.
Faça o favor.
Não apenas a palavra amor.
Está linda.
O meu amor.
É linda a linha.
Do amor.
Sim.
SABER DE TUDO A SI MESMO

Conhecer
Saber
Saber de tudo.
Conhecer o mal
Falar
Estar mal.
Esquisito.
Falar de si mesmo
Piadas.
Valor em tudo.
Esquecer.
Fintar e agarrar.
Família.
Facto de valor.
Estudo.
O MUNDO E A SOLIDÃO

A madrugada chega rápido


Sem sequer se julgar
A madrugada sonha
E porque é assim
Porque não tem pés asas ou mãos
E eu também sou assim
O mundo deveria parar.
É certo deveriamos ter asas nos pés.
O MUNDO É IGUAL AO MEU MUNDO

Estou a ver o lado de fora


O mundo de fora de lugar.
Mas é preciso vencermos
Não é preciso é o mundo ser dado como tal
Na realidade ele está vencido
É preciso é darmos as mãos.
Isto é a ignorância
Mas para que tal aconteça
O que faz falta.
O conhecimento.
Então e o poeta luta por isso tudo
Não. Mas luta por si mesmo.
É assim o mundo
Ainda um dia falha.
O VER E O MUNDO DE SER

Saber que no mundo existe a justiça


E no fundo existe outra missa.
É verdade.
E como se chama essa justiça
Alegria
E essa tal missa
Tristeza.
A VIDA DE UM FALHADO

Sonho que estou no meu mundo


Mas no fundo não estou eu está o João.
Começo a duvidar da insanidade do mundo
E ainda hoje o acho mais obtuso
Cada vez mais este se encaixa
Num manicómio que anda
É maior o andar de ambos
Mas não o quero assim.
Alguns me olham e sorriem
Outros me chamavam de Deus
Hoje o sou em mim e isso é bastante.
Neles também e isso ajuda no deserto.
O VER DO MUNDO

De dia o mundo é uma coisa


De noite é uma outra coisa
Mas o mundo não é o primeiro
Nem é o segundo
Nem o que se disser o primeiro
Mas é aquilo que é
E estar certo assim.
O mundo é devedor de si mesmo
Mas não o mundo a ser o seu devedor.
Isto é nem eu o sei explicar
É devedor de si mesmo.
Deus e o mundo existe
Eu serei o seu rei.
DEUS E A VIRA DO MUNDO

Será possível se amar sendo assim tão feio


Não sei o final mas eu arriscaria fazer este verso
Sem muito problema quem falou aí.
Coisas de religião de ensino ou de graúdos
Não sei mas nem de tudo querem fazer chocolate.
Que se come no futuro
Apenas entulho
Tudo será mais perto.
Bom é verdade.
E será verdade no mundo
O quê
O fazer amor.
Não.
Será de verdade.
Deus atirou a pedra
Mas esta saiu errada.
O AMOR DE DEUS NO PRESENTE

O mundo nem sempre se acaba por tudo


O mundo é bonito mas ouvido
Tem um ouvido do mundo.
Assim nem sempre é preciso o ver
Mas sempre preciso o detonar
E não o esquecer porque se o vai ver
Por luta por amor e de nascimento.
O problema no mundo
É o ser morto por gente sem fundo.
Ainda existe no mundo o velhaco
Esse escouceia o seu espírito afinal.
Olho que pensa que não sente
Não é de um olho mas de gente.
Deus nos uniu havemos de nos unificar.
DEUS

Deus
Deus em tudo.
Deus de tudo.
DEUS E O MUNDO DE TUDO

Cedo te enviei um poema


Mas mais cedo me acordaste
Porque eu não ouvira ainda.
Mas cedo me apercebi que tinha um lado
Um lado de futuro
De esvaziar a fama
De chegar para encantar
Mas a medo desapareceu
Mesmo o dia que chegava.
Ainda o sonho ficou longe
Mas longe longe de tudo e o mar.
O mar e o búzio no fundo
O encanto do meu mar.
VERDE ESTAMOS VERDE

O soldado aperta a sua garganta


No muro que cerca a sua luta
Não o vê findar. A luta é bruta.
Armas fazem-se e vendem-se
E ele sem as vingar. Assim é o mundo.
Serão as andorinhas vizinhas de tudo
Porque vão e ouvem se não ouvem
Porque ouvem se não se matam
Porque andam voando espertas
O fim da guerra a anunciar
Para breve está para isso.
Aí grita o soldado
E levando a mão ao peito morreu.
Se levantou correu e gritou
Alguém me matou.
E assim socorrendo o dia
O dia e o inferno gelaram
E fim do dia. A poesia morta.
O OUVIR E O CALAR DO MUNDO

Estamos no auge do mundo


E que vimos e que ouvimos
Nada de especial mas de tudo mal
Estando caidos e disso dizendo é normal.
Espero no mundo a queda
Para melhor pois sempre é assim
E a espero de repente
Enquanto o diabo esfrega um olho
Que o mundo se torne da gente.
Assim é deste anormal
Pois na vida não se diz és
Se o mundo anda tão mal.
VALOR DE ANTEMÃO

No mundo a guerra hasteia


O fim se premeia e deseja
Que o povo fale e vença
Que o sofrimento esmoreça
Que saltem os grilhões de tudo
Que Deus o possa ser e verdade
Que a escravatura nos deixe
Que a medicina comece
Que ao poeta premeie
Que tudo seja bem dito
Que se saiba que o meu desejo
É faça
E que isso não é de aprendiz
Mas de quem tem o pensado.
Deus assim seja louvado.
DEUS E A VIDA NO ALÉM

Sonhar com o vento


Amar como o vento
Disfrutar de tudo
Falar com o Sol
Acordar devagar
Amar de o ver
No fundo
O entender.
Sonho que está no meu paraíso.
SENHOR DE LÁ OUTRA VEZ

O mundo se acabou
Caiu de lá em baixo
Existiu é verdade mas caiu
Lá em cima era seu lugar
Caiu
Catrapum
Seu barulho
No fundo do precepício.
Apareceu São João
E disse
Caiste é verdade
Mas desta vez
Nem existo.
E assim terminou o mundo
Com tudo de fecundo
E de sagrado que existe.
Deus apareceu e disse
Coisas do outro mundo
E assim acabou a cena.
A cena do mundo existe
O mundo é que existe
De outrem.
Deus e apareceu
De novo e disse
O mundo de jovem.
E assim saiu e correndo disse
Adeus.
Deus disse
Adeus
E catrapum
Caiu outra vez nisso.
NASCI DE UM SAPATEIRO

Não sei ainda não


Não quero ver tanta confusão
Da massa do açúcar di feijão e da cachaça
Porque tanta maldade se existe partido de graça.
Penas que eu penso que tu tens juízo
Engano teu
Algum tem
Mas não vota.
Que faz aquele
Com os braços abertos
Sendo eu Deus.
Castigo seu
De minha pátria
Isso eu ainda tolero.
Não a toda a mulher
Que nem quer
Falar ou ser
Inteligente sendo só.
De algo se parece o mesmo.
Que o mundo saia
De rabo cortado
Nâo muito
Porque não é bonito.
Revolução.
Revolucionário ou alguém.
Pensa
Pede teu juízo ainda o tenhas
Serás gente.
Não sejas sapateiro.
O AMOR DE UM VADIO

Um poema de estudo
Acerca de tudo isto no mundo
Sem isto ser bonito
Se estuda o que não é preciso.
Será isso bonito
Sim havendo de tudo.
E de tudo que significa
Deus com juízo.
Não é bonito vermos a derrota
Mas não é bonito vermos a idiotice da mentira
Isso machuca a gente
E o pessoal todo doente.
Será preciso ser Deus
Para se dizer que o mundo anda todo trocado
Ou a inexistência da esperança
É um facto conseguido.
Será necessária a nova escravidão
Ou apenas a vemos de outro irmão.
Será Deus. Bonito é isso mesmo.
Deus e o mundo acabado.
Deus e o mundo.
UM DEUS DE MAIS

Seu escritor
Pegava de novo na caneta e escrevia
E que fazia
Escrevia.
No final da vida
Sessenta livros
Trezentas poesias
360 total.
Sim nada mais é.
Escritora.
Cara doutora.
E assim é o final do poema.
O AMOR DE UM POETA

O vermos de si em si
Não é em fácil o método
O declaro de nascimento
Pois algo é de maduro
No mundo de termos um furo.
O escrever é uma escrita
E é tão fácil de ser bonita
E o mais importante da vida
Que decorra assim na fala
E no estudo de outro mundo
Assim como na via facilidade
E no amor de tudo o resto.
Ora escrita tão bonita
Já não é precisa.
Já eu não presto...escrevia.
O FIM DE AZUL

Existe algo pior do que não se ver sendo Deus


Ver significado de quê
Do que existe
Bem depende
Algo se vê
Por vezes
Se conta
E todos reflectimos acerca de nossos espíritos.
A matéria dada e relida.
O amor constante.
O amor de Deus.

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