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Universidade Federal do Piauí

Centro de Tecnologia - CT
Departamento de Construção Civil e Arquitetura – DCCA
Curso: Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: Trabalho Final de Graduação II
Orientadora: Alcília Afonso Albuquerque Costa

Projeto Arquitetônico Reitoria da Universidade Federal do Piauí

Ana Rosa Soares Negreiros Feitosa

Teresina – PI
Julho | 2009
Ana Rosa S. Negreiros Feitosa

Projeto Arquitetônico Reitoria da Universidade Federal do Piauí

Trabalho à Universidade Federal do Piauí –


UFPI como requisito da conclusão da
disciplina de Trabalho Final de Graduação I,
do curso de Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora:
Dra. Alcília Afonso Albuquerque Costa.

Teresina – PI
Julho | 2009
Agradeço a Deus e aos meus
Antepassados. Aos meus pais Juvenal e
Zilmair pelo apoio que sempre recebo ao
meu irmão Filipe pelo companheirismo.
Aos meus queridos professores que
deram base e orientações na vida
acadêmica.
Aos meus amigos que deram VIDA
a todos os dias de Projetos, em especial in
memoriam Marina.
Agradeço a todos meus familiares,
professores e amigos pelos ensinamentos e
presença durante esses anos de curso.
Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 3

3. OBJETIVOS........................................................................................................ 7

3.1 Geral ............................................................................................................. 7

3.2 Específicos ...................................................................................................... 7

4. METODOLOGIA ................................................................................................ 8

5. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 10

5.1 Evolução Histórica das Universidades .............................................................. 12

5.2 Primeiras estruturas das Universidades ............................................................. 14

5.3 Universidades no Brasil .................................................................................. 20

5.4 Universidades Brasileiras e suas estruturas físicas .............................................. 25

5.5 Universidade do Brasil ................................................................................... 26

6. ESTUDO DE CASOS......................................................................................... 31

6.1 Reitoria da Universidade Nacional Autônoma do México .................................. 32

6.2 Reitoria da Universidade de Brasília ................................................................ 40

6.3 Reitoria da Universidade Federal de Sergipe .................................................... 47

7. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ ................................................................... 52

7.1 Estrutura Física – UFPI .................................................................................... 56

7.2 Estrutura Administrativa da UFPI ...................................................................... 63

7.2.1 Levantamento Quantitativo Funcionários da Administração UFPI (2008) ......... 70

7.3 Reitoria da Universidade Federal do Piauí ........................................................ 74

8. ANALISE DO TERRENO .................................................................................... 87

9. PROGRAMA DE NECESSIDADES ....................................................................... 93

9.1 Reitoria ......................................................................................................... 93


9.2 Pró-Reitorias ................................................................................................. 94

9.3 Serviços Gerais ............................................................................................. 98

9.4 Geral ........................................................................................................... 99

10. PROJETO ................................................................................................... 100

10.1 Critérios projetuais ................................................................................... 100

10.1.1 Escolha do Terreno ............................................................................... 100

10.1.2 Definições básicas do programa ............................................................. 101

10.2 O Partido urbanístico................................................................................ 101

10.2.1 Estacionamento..................................................................................... 102

10.2.2 Organização Espacial ........................................................................... 102

10.2.3 Áreas verdes ......................................................................................... 103

10.3 O Partido arquitetônico ............................................................................ 104

10.3.1 Estrutura ............................................................................................... 104

10.3.2 Distribuição espacial ............................................................................. 104

10.3.3 Flexibilidade ......................................................................................... 105

10.3.4 Bloco 01- Reitoria ................................................................................. 105

10.3.5 Galeria e passarelas .............................................................................. 105

10.3.6 Bloco 2 - Pró – reitorias ......................................................................... 106

10.3.7 Setor de Serviços ................................................................................... 106

11. ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA ............................................................. 108

12. ANALISE SOLAR .......................................................................................... 111

12.1 Bloco 1 ................................................................................................... 111

12.2 Bloco 2 ................................................................................................... 116

13. ESPECIFICAÇÕES ....................................................................................... 119

13.1 Disposições gerais: ................................................................................... 119


13.2 Estrutura .................................................................................................. 119

13.3 Cobertura ................................................................................................ 119

13.4 Fechamentos ........................................................................................... 120

13.5 Revestimento ............................................................................................ 120

13.5.1 Paredes ................................................................................................ 120

13.5.2 Piso...................................................................................................... 121

13.5.3 Forro.................................................................................................... 122

13.6 Baterias de Apoio ..................................................................................... 122

13.6.1 Cozinha de apoio ................................................................................. 122

13.6.2 Louças, metais e acessórios das baterias sanitárias. .................................. 122

13.6.3 Louças, metais e acessórios das baterias sanitárias (setor de serviços) ........ 123

13.6.4 Itens setor de serviços modo geral .......................................................... 123

13.7 Escadas ................................................................................................... 123

13.8 Luminárias ............................................................................................... 123

13.9 Esquadrias ............................................................................................... 124

13.9.1 Portas e Portões: ................................................................................... 124

13.9.2 Janelas e Painéis: .................................................................................. 125

13.9.3 Elevadores ............................................................................................ 126

14. ESTUDOS VOLUMÉTRICOS ......................................................................... 128

14.1 Perspectivas volumétricas em 3D ............................................................... 128

14.2 Fotografias da maquete física .................................................................... 129

15. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 133


Sumário de Figuras

Figura 01: Porta de entrada da Reitoria da Universidade Federal do Piauí. .................... 4

Figura 02: Vista externa do Bloco 06. ......................................................................... 4

Figura 03: Estacionamento ao lado da Reitoria e espaço aberto para solenidade. .......... 5

Figura 04: Estrutura da Pro-Reitoria de Planejamento. .................................................. 5

Figura 05: Novas instalacoes da Universidade Sorbonne em Paris............................... 15

Figura 06: Magdalen College, Universidade de Oxford. ............................................. 15

Figura 07: Quadrantes. Magdalen College Oxford, Inglaterra. ................................... 16

Figura 08: Universidade de Harvard, EUA. ................................................................ 17

Figura 09: Universidade de Virginia. ......................................................................... 18

Figura 10: Plana da Cidade Universitária do México.1953. ........................................ 19

Figura 11: Fachada do Palácio Universitário. ............................................................ 26

Figura 12: Prédio da Reitoria. .................................................................................. 29

Figura 13: Vista Aérea do Campus Ilha do Fundão. ................................................... 30

Figura 14: Localização da Reitoria,em vermelho, no Campus da Universidade Nacional


Autônoma do México. ............................................................................................. 32

Figura 15: Plana da Cidade Universitária do México.1953. ........................................ 33

Figura 16: Prédio da Reitoria Cidade Universitária do México. Década de 1950. ......... 34

Figura 17: Prédio da Reitoria Cidade Universitária do México. 2005. .......................... 35

Figura 18: Plantas Baixas......................................................................................... 36

Figura 19: Planta de Locação da reitoria. ................................................................. 36

Figura 20: Planta Baixa. .......................................................................................... 37

Figura 21: Planta Baixa. .......................................................................................... 37

Figura 22: Fachada Norte. ...................................................................................... 38


Figura 23: Fachada Sul. .......................................................................................... 38

Figura 24: Fachada Leste. ....................................................................................... 39

Figura 25: Localização da Reitoria no Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília.


............................................................................................................................. 40

Figura 26 e 27: Prédio da reitoria. Década de 70. .................................................... 41

Figura 28: Fachada Reitoria .................................................................................... 41

Figura 29: Pátio interno da Reitoria ......................................................................... 42

Figura 30: Planta Subsolo. ....................................................................................... 43

Figura 31: Planta Térreo. ......................................................................................... 43

Figura 32: Planta Primeiro Pavimento. ...................................................................... 44

Figura 33: Planta Segundo Pavimento. ..................................................................... 44

Figura 34: Planta Terceiro Pavimento........................................................................ 45

Figura 35: Planta de Coberta. .................................................................................. 45

Figura 36: Corte Transversal. ................................................................................... 46

Figura 37: Corte Transversal. ................................................................................... 46

Figura 38: Corte Longitudinal. ................................................................................. 46

Figura 39: Localização da Reitoria no Campus da Universidade Federal de Sergipe. .... 47

Figura 40: Reitor José Aloísio de Campos apresenta maquete do campus de São
Cristóvão, julho de 1980. ........................................................................................ 48

Figura 41: Vista aérea do campus da UFS, visualizando-se ao fundo o Bairro Rosa Elze.
............................................................................................................................. 48

Figura 42: Planta Baixa do pavimento térreo. ............................................................ 49

Figura 43: Planta Baixa do pavimento superior. ......................................................... 50

Figura 44: Desenho das Fachadas Reitoria de Sergipe. .............................................. 51

Figura 45: Fotografia das Fachadas Reitoria de Sergipe. ............................................ 51

Figura 46: Faculdade de Direito, atual Biblioteca Cromwell de Carvalho ..................... 52


Figura 47: Reitoria da UFPI em 1971. Atual Centro Pastoral Paulo VI. ......................... 56

Figura 48: Logomarca da Universidade Federal do Piauí. ........................................... 57

Figura 49: Proposta de implantação do campus da Universidade Federal do Piauí. ...... 58

Figura 50: Estudo de implantação do campus da Universidade Federal do Piauí. ......... 59

Figura 51: Vista aérea dos 10 galpões construídos. ................................................... 60

Figura 52: Bairro aonde esta ineserido o Campus Petrônio Portela.............................. 61

Figura 53: Implantação do Campus Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí


(2008). .................................................................................................................. 62

Figura 54: Localização da Reitoria no Campus da Universidade Federal do Piauí. ........ 74

Figura 55: Campus Petrônio Portela, vista aérea, 2005.............................................. 75

Figura 56: Mapa esquemático da distribuição dos blocos administrativos da UFPI, em


vermelho. ............................................................................................................... 76

Figura 57: Localização Fachada Bloco 7. ................................................................. 77

Figura 58: Fachada principal a Oeste da PREG......................................................... 77

Figura 59: Fachada Lateral da PREG. ....................................................................... 78

Figura 60: Bloco Anexos.......................................................................................... 78

Figura 61: Planta de Locação anexo do DRH. Projeto de 2002. Atualmente já construido.
............................................................................................................................. 79

Figura 62: Esquema Representativo dos Setores Administrativos da UFPI. ..................... 80

Figura 63: Estrutura da Pró-Reitoria de Extensão, guichê da Pós-Graduação, ao lado do


estacionamento. ..................................................................................................... 81

Figura 64: Sala de espera do Pro- Reitoria, e fios da rede de comunicação. ................ 82

Figura 65: Setor de Divisão de Contabilidade .PRAD. ................................................ 83

Figura 66: DIPRO, sala de trabalho dos arquitetos. ................................................... 83

Figura 67: Arquivo da Dipro no corredor para os banheiros. ...................................... 84

Figura 68: Entrada do Setor da Dipro, e cozinha de apoio a direita . .......................... 84


Figura 69: Sala de Reunião dos conselho. ................................................................ 85

Figura 70: Sala de Reuniões do Conselho . ............................................................... 85

Figura 71: Mapa esquemático da cidade de Teresina-PI.Localização do Bairro Ininga. . 87

Figura 72: Mapa esquemático delimitação do Bairro Ininga. Linhas de acesso ao


Campus. ................................................................................................................ 88

Figura 73: Entrada principal da UFPI, acesso pela Av. Nossa Senhora de Fátima. ....... 88

Figura 74: Mapa esquemático delimitação do terreno proposto. ................................. 89

Figura 75: Cotas do Terreno. ................................................................................... 89

Figura 77: Mapa esquemático acesso ao terreno por vias internas da universidade. ..... 90

Figura 78: Via interna da UFPI, proximo ao Setor de Esportes. .................................... 91

Figura 79: Acesso via internas da UFPI proposta (2), proximo ao Centro de Tecnologia.
............................................................................................................................. 91

Figura 80: Acesso via interna proposta (1), proximo a Biblioteca Cetral e anexo do CCE.
............................................................................................................................. 91

Figura 81: Estudo de insolcao. ................................................................................. 92

Figura 82: Planta baixa esquemática Bloco 1, ângulos relação fachada ao norte. ...... 111

Figura 83: Carta solar, insolação fachada a Sudeste e faixa de proteção solar. .......... 112

Figura 84: Carta solar, insolação fachada a Noroeste. ............................................ 113

Figura 85: Carta solar, insolação fachada a Nordeste e faixa de proteção solar......... 114

Figura 86: Carta solar, insolação fachada a Sudoeste e faixa de proteção solar. ........ 115

Figura 87: Planta baixa esquemática Bloco 2, ângulos relação fachada ao norte. ...... 116

Figura 88: Carta solar, insolação fachada a Leste. .................................................. 116

Figura 89: Carta solar, insolação fachada a Oeste. ................................................. 117

Figura 90: Desenho representativo dos ângulos da proteção formada pelos corredores
laterais. A esquerda fachada a norte, a direita fachada a sul. ................................... 117
Figura 91: Carta solar, insolação fachada a norte e faixa de proteção solar do brise
horizontal, 51º...................................................................................................... 118

Figura 92: Carta solar, insolação fachada a sul e faixa de proteção solar do brise
horizontal, 45º...................................................................................................... 118

Figura 93: Fachada sul, suldeste. ........................................................................... 128

Figura 94: Fachada noroeste, norte ....................................................................... 128

Figura 95: Fachada sul. ....................................................................................... 129

Figura 96: Vista sudeste........................................................................................ 129

Figura 97: Fachada sul. ....................................................................................... 130

Figura 98: Fachada norte. .................................................................................... 130

Figura 99: Detalhe ligação entre blocos................................................................. 131

Figura 100: Fachada norte . ................................................................................. 131

Figura 101: Fachada oeste. .................................................................................. 132

Figura 102: Fachada leste. ................................................................................... 132


0
1. INTRODUÇÃO

A Fundação Universidade Federal do Piauí- FUFPI, criada em 12 de setembro de


1968, pelo decreto Lei 5.528, foi instituída oficialmente em 01 de maio de 1971 em
caráter de autonomia administrativa, política, didático - cientifica, financeira e
patrimonial; com caráter público, instalada na cidade capital Teresina-PI (UFPI, 2008).
A formação da instituição teve como fundadores grandes personalidades
históricos do Estado, como governantes, estudiosos e intelectuais que visavam um futuro
de desenvolvimento a partir de uma educação superior de qualidade. O momento
histórico coincide com o de maior crescimento econômico do Estado, época do “milagre
econômico”.
A demarcação de uma área para a implantação do primeiro campus, Campus
Ministro Petrônio Portella, causou influências significativas no direcionando urbanístico da
cidade. O crescimento da configuração urbana de Teresina iniciou-se no plano 1852 e o
processo de expansão da cidade em direção a leste, ultrapassando os limites do rio Poti
ocorreu após a década de 70. O antigo entorno possuía como paisagem a vegetação
nativa, atualmente o compreende-se de uma área completamente integrada a
urbanização, considerada área privilegiada e nobre da cidade.
Atualmente a Universidade consta com mais 4 campi, como o Campus Ministro
Reis Velloso, em Parnaíba; Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos;
Campus Profª. Cinobelina Elvas, em Bom Jesus; e o Campus Doutor Amílcar Ferreira
Sobral, em Floriano. A instituição tornou-se centro de referência com o passar dos anos e
seu desenvolvimento ajudou o crescimento local, com a formação de profissionais
capacitados trazendo pesquisa e produção científica para o Estado do Piauí. De modo
que sua importância ao Estado já é de consciência aos cidadãos de nossa comunidade.
No Campus Ministro Petrônio Portella está localizado a sede administrativa
representativa de toda a Universidade Federal do Piauí. O novo plano de gestão visa
adequar as estruturas físicas para representar e atender as necessidades acadêmicas e
sociais do Piauí e por meio de participação conjunta com a sociedade, a instituição tende
a firmar o seu caráter democrático.
Sabemos que a gestão democrática na Universidade Federal do Piauí, é um
desafio coletivo, que depende do envolvimento de todos os segmentos
constituintes e se da pela participação crescente da sua comunidade no
processo decisório e administrativo do seu desiderato. (UFPI, 2008).
1
O presente trabalho trata-se de um projeto de pesquisa para a criação do
Projeto Arquitetônico da Reitoria da Universidade Federal do Piauí, tendo como
elementos da proposta arquitetônica a criação da Sede Administrativa, Reitoria e as Pró-
Reitorias de Extensão – PREX, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PRPPG, Pró-
Reitoria de Administração – PRADE, Pró-Reitoria de Planejamento – PREG, Pró-Reitoria de
Assuntos Estudantis e Comunitários – PRAECE, e suas respectivas direções, divisões e
coordenações.

2
2. JUSTIFICATIVA

Reitoria é uma sede administrativa, órgão executivo máximo, que juntamente


com suas acessórias, o conselho administrativo e o conselho universitário são
responsáveis pela administração e consecução dos objetivos de uma universidade. As
Pró-Reitorias também são órgãos administrativos e estão vinculada diretamente a Reitoria,
tendo como principal função à realização dos planos e programas inerentes a suas
atuações, administrando e viabilizando o crescimento em todos os sentidos da instituição
universitária.
Diante a realidade local, a sede administrativa da Universidade Federal do Piauí
no Campus Petrônio Portela, exibe uma carência na estrutura física para cumprir suas
funções institucionais, relacionada à administração. As instalações apresentam-se de
modo fragmentado e mal articulada, dificultando o atendimento à comunidade
acadêmica e à comunidade de todo o Estado a que esta presta serviços.
O conjunto administrativo ocupa os primeiros galpões construídos no campus na
década de 70. Foram construídos para abrigar provisoriamente o setor educacional e
administrativo da universidade prevendo que, com o crescimento da instituição, estes
passariam a abrigar somente o Setor de Serviços Gerais. Contudo, esta meta no Plano de
Gestão não foi cumprida e atualmente a estrutura continua a abrigar os mesmos setores.
Houve também a implantação de anexos na tentativa de resolver as necessidades de
crescimento das atividades, tanto acadêmicos como administrativas.
Assim as instalações administrativas, ocupando os Blocos 6, 7 e seus vários
anexos (Figura 01, 02, 03 e 04), não cumprem as funções básicas de seu programa de
necessidades.

3
Figura 01: Porta de entrada da Reitoria da Universidade Federal do Piauí.
Fonte: Fotografia da autora.

Figura 02: Vista externa do Bloco 06.


Fonte: Fotografia da autora.

4
Figura 03: Estacionamento ao lado da Reitoria e espaço aberto para solenidade.
Fonte:Fotografia da autora.

Figura 04: Estrutura da Pro-Reitoria de Planejamento.


Fonte:Fotografia da autora.

A necessidade de um projeto arquitetônico, para a Reitoria da Universidade,


justifica-se mais recentemente com a elaboração do Plano de Gestão 2008/2012 da
UFPI. Feito através de um diagnóstico realizado em todos os Centros da Universidade,
reunindo funcionários, professores, alunos e pró-reitores tem como objetivo discutir e
sugerir soluções as dificuldade constatadas. Uma das principais questões discutidas foi a
elaboração de um projeto arquitetônico e a construção de uma nova reitoria
universitária, que abrigasse adequadamente a instituição e suas pró-reitorias.
5
A inexistência de propostas oficiais na Diretoria de Projetos e Obras –
DIPRO/UFPI para tais equipamentos é mais uma motivação para realização desse
estudo. Deste modo coube ao curso de Arquitetura e Urbanismo do DCCA/CT
desenvolver propostas acadêmicas baseadas no Programa de Aceleração do Crescimento
– PAC proposto pelo MEC/Governo Federal, que possam ser viabilizadas posteriormente
pela DIPRO/UFPI, no intervalo 2008/2012.
O Projeto Arquitetônico da Sede Administrativa para o Campus Ministro Petrônio
Portella da Universidade Federal do Piauí, propõe um estudo de um edifício público
adequado às necessidades atuais, e visando um crescimento da Universidade,
procurando para tanto soluções de uma arquitetura auto-sustentável, de acordo com a
nossa época.

6
3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Desenvolver Projeto Arquitetônico para a Reitoria da Universidade Federal do


Piauí, no Campus Ministro Petrônio Portella em Teresina - PI.

3.2 Específicos

- Desenvolver um espaço adequado para as atividades administrativas de modo


sustentável da Universidade Federal do Piauí.
-Concentrar todas as Pró-reitorias e Reitoria em um só espaço, de maneira a
permitir melhor funcionamento interno administrativo, como facilitar o acesso de todos os
usuários a esse serviço.
- Urbanizar áreas ainda não utilizadas no Campus Petrônio Portela.
- Desenvolver um espaço acessível, e agradável para todos os usuários dos
serviços da administração universitária da UFPI.

7
4. METODOLOGIA

A Metodologia utilizada para a realização deste projeto de pesquisa seguiu a


mesma das matérias de projeto arquitetônico do curso de Arquitetura e Urbanismo, mas
com a linha de produção empregada no departamento de projetos arquitetônicos da
Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona, ETSAB/ UPC da linha “la forma
moderna” orientado, pela Arquiteta, Professora Doutora em Projetos Arquitetônicos pela
ETSAB/ UPC, Alcília Afonso de Albuquerque Costa. Utilizando-se da coleta de dados em
arquivos públicos e privados, diagnóstico da situação atual, estudo de casos, análise de
programas de necessidade, organização de fluxogramas e organogramas, e a criação do
partido arquitetônico. Baseando-se em uma arquitetura racional, sustentável, em que a
arquitetura e estrutura seguem juntas, utilizando-se uma tendência contemporânea.
A seqüência metodológica para a realização deste trabalho foi à seguinte:
 Pesquisa bibliográfica em bibliotecas e acervos públicos e privados.
Informações disponíveis em livros, jornais, internet como teses,
dissertações, artigos em congressos e periódicos, para uma
fundamentação teórica do tema estudado.
 Visitas a órgão competentes, como departamentos da própria
Universidade Federal do Piauí. Como propósito de coletar dados como
mapas, projetos, ações e planos relacionados ao histórico,
desenvolvimento e perspectivas do campus universitário.
 Entrevistas como responsáveis técnicos da infra-estrutura do campus;
como também responsáveis administrativos da UFPI; como objetivo de
melhor esclarecimento da funcionalidade e estrutura do objeto analisado.
 Levantamento fotográfico. Fotografias do inicio das obras da universidade
e da situação em que esta se encontra. Analisando o desenvolvimento e a
situação atual da estrutura física do campus.
 Análise do campus, observando as necessidades e perspectivas de
crescimento da instituição.
 Elaboração do referencial teórico. Observando desde evolução histórica e
o desenvolvimento de temas semelhantes no mundo, Brasil e Piauí.

8
 Realização de estudos de projetos semelhantes ao tema. Estudo de caso
com visão critica, analisando os espaços e sua funcionalidade,
plasticidade, estrutura construtiva, histórico e ideologia a qual foram
inseridas as estruturas ou projetos propostos.
 Escolha do terreno, juntamente com os responsáveis técnicos do plano de
estruturação do Campus Petrônio Portela; para uma escolha mais realista
seguindo as necessidades e objetivos do crescimento da instituição.
 Elaboração do Estudo Preliminar (programa de necessidades, fluxograma,
organograma e do zoneamento). Elaboração do Anteprojeto, juntamente
com os memoriais justificativos descritivos e especificações de matérias. E
elaboração do projeto arquitetônico final. Com a utilização do Software
AutoCAD, para realização dos desenhos do projeto arquitetônico.
Incluindo plantas de situação, locação, plantas esquemática, plantas
baixas, fachadas, cortes, detalhamentos e produção de maquete
eletrônica.

9
5. REFERENCIAL TEÓRICO

O principal foco dessa pesquisa está relacionado à Universidade e toda sua


história de formação. Analisando aspectos administrativos, políticos, educacionais e
arquitetônicos esta pesquisa tem como base os principais centros universitários do
mundo; sendo estes modelos de instituições nos modos educacionais e construtivos, e
referência para outras unidades de ensino.
Considerando essa linha de pesquisa, percebe-se que a Reitoria não é o ponto
focal da universidade, mas ela é de extrema importância para o pleno funcionamento da
instituição. Sendo, portanto, necessária a análise histórica, cultural e organizacional dos
campi universitários, como a estrutura administrativa representada por sua Reitoria e suas
subdivisões.
A análise histórica e referencial considera os acontecimentos de relevância e de
forma cronológica; relatando a nível internacional, passando pelo nacional, até chegar à
instituição local.
Inicialmente é necessário esclarecer alguns conceitos e fundamentos básicos.
Universidade do latim “universitas”, termo com idéia de centro “unus”, e “versus” voltado
pluralidade de objetos; dando uma unidade na pluralidade (ÁVILA, 1978).
“A Universidade é um organismo só e, como tal, precisa de unidade.” (ATCON,
1970, p. 19). Considera-se que as “cidades universitárias” são assim reconhecidas pela
aproximação física dos prédios que a compõem, dando-lhe um ideal de união entre os
setores da universidade. Já “campus universitário” trata-se de:

[...] um local geográfico que reúne todas as atividades de uma universidade e as


integra da maneira mais econômica e funcional num serviço acadêmico -
cientifico coordenado e da maior envergadura possível, respeitadas as limitações
se seus recursos humanos técnicos e financeiros. (ATCON, 1970, p. 8).

Segundo Ávila (1978), campus é o instrumento ideal para integração das


unidades universitárias. Enquanto unidade cultural todas suas partes contribui, criando e
difundindo os interesses nacionais; para os alunos representa um ambiente adequado,
por ter espaços esportivos, sociais e culturais. Funcionando de modo agrupado, o
campus tem a possibilidade de diminuir custos fixos de manutenção e, para um bom

10
funcionamento, necessita de uma administração responsável voltada principalmente aos
ideais comunitários.
Atcon (1973) fala que os princípios da administração universitária consistem na
separação do controle de essência e de finanças e na separação das atribuições
legislativas e executivas. Uma boa administração compreende em um controle objetivo
sobre os serviços da instituição. Para atingir estes seus objetivos declarados de forma
criativa, eficaz e do modo econômico, é necessário planejamento e relações humanas
“positivamente orientadas”. A Coordenação de Controle da Universidade é representada
por um Reitor, líder institucional, a quem lhe confere as atribuições de executar e decidir.
Além dos vários conselhos, as classes de lideranças coletivas, que reúnem
números de pessoas dentro e fora do âmbito universitário, podem ter representantes
dentro das assembléias para solucionar problemas ou aprovar modificações, sempre
presididas pelo Reitor.
De modo geral, em uma Sede Administrativa, a Reitoria se caracteriza pelo
órgão executivo responsável pela administração. Suas Pró-Reitorias estão diretamente
vinculadas à Reitoria e possuem como objetivo principal a viabilização dos planos e dos
programas inerentes às suas atuações, com a função de administrar e viabilizar o
crescimento da instituição universitária em todos os sentidos.

11
5.1 Evolução Histórica das Universidades

Segundo Kohlsdorf citado por Rodrigues :

A Universidade vem do latim universitas e inicialmente indicava associação dos


estudantes, mas logo passou a incluir tanto alunos quanto mestres. O
documento mais antigo onde comparece a palavra com esse significado é de
1208 e assinado pelo papa Inocêncio III, dirigindo-se a Stadium generale de
Paris; tempos mais tarde universidade passou a designar a própria instituição de
ensino e estudos superiores na mais alta esfera. (KOHLSDORF, 1998 apud
RODRIGUES, 2005 , p.6)

As universidades são instituições medievais e tiveram um crescimento significativo


nos séculos XI e XII, caracterizada por um estudo baseado no enciclopedismo e no
verbalismo. Sendo completamente desvinculada da pesquisa científica e vinculada
principalmente ao forte poder da Igreja, em que tudo estava subordinado a Teologia
(SOUZA, 1996).
Loureiro ([19--], p. 399) afirma a importância:

[...] incontestavelmente, a Universidade da Idade Média que institucionalizou,


organicamente, o saber. Percebia-se que era necessário delimitar os campos e
consignar métodos às diversas disciplinas científica, visando a harmonia do
conjunto.

As primeiras escolas superiores de maior reputação foram formadas em Paris e


em Bolonha, possuindo linhas de pensamento diferenciadas. A primeira teve destaque
por ser organizada por mestres e estudantes, conseguiu conciliar o estudo da Filosofia e a
da Teologia por meio da dialética, criando o maior centro de estudos da Idade Média
(SILVA, 1994). Já a Universidade de Bolonha formou-se por meio de uma corporação de
estudantes, focalizadas em estudos jurídicos ocidentais.
A partir do século XVII surgem as universidades modernas. Valorizavam a
racionalidade cientifica vinculada ao Renascimento, não renunciando a antiguidade
Grega (SOUZA, 1996). Neste período ocorre um grande crescimento de universidades
públicas e privadas.
A partir da formulação de universidade moderna, surgiu a concepção atual
referentes a centros de pesquisa e de tecnologia e pensamento crítico. Esta instituição se
consagrou com a criação da Universidade de Berlim na Alemanha, em 1810 por Wilhelm
12
Von Humboldt. Teve com base a reflexão sobre os ideais de uma verdadeira
universidade, em que visavam uma instituição com desenvolvimento no ensino e
pesquisa, modelo de ligação ao Estado, mas com autonomia dentro do campo
administrativo e intelectual, passando aqui a surgir às premissas de desenvolvimento
administrativo.
Os históricos das universidades no mundo baseiam-se em formulações realizadas
por grandes grupos possuidores do poder político, econômico ou intelectual. Sendo que
em todo o decorrer desta evolução os participantes desses meios são valorizados e
considerados parte de uma elite, possuindo maiores privilégios e prestígios. É certo que a
concepção e a formulação dos pensamentos relacionados tanto da parte de objetivos
que iriam nortear o ensino, quanto à formulação organizacional e administrativas dessas
instituições foram muito discutidas causando grandes linhas de pensamentos
diferenciados.
As reflexões sobre as necessidades de uma universidade são discutidas como
forma prioritária na maior parte dos países desenvolvidos, por conta do saber e do poder
que uma organização em nível econômico, social, político e tecnológico pode produzir.
Como justifica Sucupira (apud LOUREIRO, [19--],p. 399):

Criar sua universidade é uma das preocupações primeiras de todo país novo
que se institui. Nos tempos medievais contumava- se dizer que o Sacerdotium, o
Imperium e o Studium, isto é a Universidade, eram os três pilares sobre os quais
repousava toda a estrutura social.

A Universidade atual é considerada uma grande instituição do seu tempo.


Puramente humana e de vital importância para solucionar os problemas da sociedade,
devido à eficácia do ensino superior, já que depende das soluções cientificas e
tecnológicas. Deste modo “não será exagero dizer-se que jamais a universidade ocupou
lugar tão significativo na estrutura intelectual de sua época, desde Idade Média.”
(LOUREIRO ,[19--], p. 399).

13
5.2 Primeiras estruturas das Universidades

De acordo com Verger (1990, apud BUFFA, PINTO, 2006), as estruturas das
universidades passaram por grandes transformações. Inicialmente pela ausência de
espaços para as assembléias, exames, cerimônias universitárias e os debates solenes as
atividades eram realizadas em conventos e igrejas. No século XIII, os primeiros prédios
onde funcionavam os colégios eram quartos ou salas alugadas. Juntamente com o
crescimento destas instituições e devido o aumento da importância desta para a
sociedade, os espaços utilizados foram reestruturados e grandes áreas foram construídas.
As universidades francesas, caracterizadas pelo modelo napoleônico em que as
instituições trabalhavam unicamente para o império, funcionavam de modo fragmentado
nas cidades. Nas faculdades autônomas, onde cada mestre possuía sua própria escola,
quando havia necessidade de discutir assuntos em comum, as reuniões aconteciam em
igrejas.
Mais tarde estas universidades ocuparam grandes casarões ou prédios públicos
de mais variados estilos, como antigos pensionatos de estudantes, nos quais foram
introduzidas salas de aulas aonde os mestres vinham ensinar. Percebe-se a formação da
não unidade na localização físicas das estruturas, mas a Universidade Francesa possui o
chamado edifício da Sorbonne como o centro. A antiga escola fundada pelo teólogo
Robert de Sornbón em 1257, cuja utilização de seus espaços, principalmente de seu
auditório para os debates de teologia, tornou o local como referência em Paris.
Porém os principais prédios dessa instituição considerada sinônimo da
Universidade de Paris foram destruídos e depois reconstruídos, com instalações três vezes
maiores (Figura 05). Entre as novas funções, espaço para a administração do distrito
educacional, serviços administrativos da universidade, gabinete do reitor, escritórios, e o
anfiteatro para três mil pessoas. A reforma que ocorreu em 1968 a 1970, na educação
do ensino superior, Paris passa a compreender cerca de 13 faculdades autônomas e
financiadas pelo Estado.

14
Figura 05: Novas instalacoes da Universidade Sorbonne em Paris.
Fonte: Fotografo Victor van Wekhooven.

Enquanto os colleges ingleses, outro exemplo de unidades autônomas que se


conglomeraram e formaram-se as universidades, exercia grande influência na vida
comunitária. Um dos principais é o Magdalen College da Universidade de Oxford (Figura
06), fundado em 1448 por Willian Wavnflete bispo de Winchester.

Figura 06: Magdalen College, Universidade de Oxford.


Fonte: Fotografo: Prabhu B. Doss.

15
Segundo Turner (1995, apud BUFFA, PINTO, 2006), as Universidades de Oxford
e Cambridge chegaram ao ponto alto de seu desenvolvimento no inicio do século XVII.
Este fato é decorrente da reforma política e religiosa, na qual estas instituições romperam
com suas tradições medievais, em relação ao currículo. Mas quanto às suas estruturas
ainda estavam ligados à tradição:

Inspirados nos claustros medievais, a planta dos colleges adotou o quadrângulo


(quadrangle ou quad) como espaço articulador de todo edifício [Figura 07]. Nos
claustros medievais, tratava-se de um retângulo ou quadrado cercado por
arcadas sob as quais a circulação era livre, abertas nas laterais e cobertas. Nos
colleges, – o quadrângulo é um espaço cercado de edifícios, usualmente de dois
andares, com um gramado simples no centro e circulação aberta ao seu redor.
Na maioria das escolas, esse espaço de circulação e de lazer era destinado aos
alunos mais adiantados (seniors) e permitia acesso interno a todos os edifícios.
(...)
As construções, geralmente feitas com paredes e estrutura de pedra, comumente
se reportavam ao gótico mais austero e simplificado, como podemos ver em
várias construções, sobretudo as de Oxford. (BUFFA, PINTO, 2006, p. 5730).

Figura 07: Quadrantes. Magdalen College Oxford, Inglaterra.


Fonte: Site sacred-destinations.

Buffa e Pinto (2006) ressaltam o caráter urbano das construções universitárias. É


certo que estas nasceram do processo de urbanização das cidades na Europa e que os
espaços do ensino superior passaram por longos períodos de transformações.

16
Posteriormente às salas alugadas, construíram os próprios prédios com a localização e
propósitos definidos, e começaram a integrar-se surgindo nova “categoria” de prédios
urbanos. Na Inglaterra, os primeiros centros eram implantados nos limites da cidade, e
quando os novos cursos surgiram, novos prédios eram construídos próximos
transformando-se em universidades (collegiate university); e esta universidade fazia-se
parte das cidades.
Na America do Norte, as estruturas educacionais iniciais baseavam-se nos
“colleges”, de tradição vinda dos colonos ingleses. E após a independência do país
durante o século XIX, segundo Loureiro [19--], ocorreu uma maior diversidade das
universidades americanas, com estas mantidas sobre o controle do Estado, privado ou
sobre o controle religioso (Figura 08).

Figura 08: Universidade de Harvard, EUA.


Fonte: Fotografo Trent Maunard.

Mas a educação superior americana mesmo que possuísse as concepções


européias seguiu caminhos distintos. Diferentemente dos padrões ingleses que não se
importavam muito com a vida extracurricular dos estudantes, os americanos crivam
estruturas com salas de aulas e outros espaços acadêmicos como refeitórios, dormitórios
e espaços esportivos e recreativos. E que o trabalho do arquiteto em construir essa
estrutura America, não era apenas de projetar edifícios isolados e sim de projetar uma
comunidade inteira (TUNER, 1995 apud BUFFA, PINTO, 2006, p. 5736).

17
Nos EUA, os campi tornaram-se verdadeiras cidades especiais cercadas, com o
decorrer do tempo, pela malha urbana das cidades próximas existentes, mas,
continuando fechadas, com seu território definido e limitado e com o privilégio
de estabelecer, dentro de certos limites, suas normas, regras e padrões. O
campus tornava-se o território de privilegiados: local destinado à formação de
dirigentes, à pesquisa e à produção cientifica sem a interferência nefasta das
cidades. Território independente, calmo, agradável e completamente equipado
para cumprir seus objetivos. (BUFFA, PINTO, 2006, p.5737)

Um exemplo da nova estrutura universitária, foi o campus da Universidade de


Virginia. Possuía uma configuração diferenciada, marcada por um eixo monumental, que
ao final era marcado pela construção de uma biblioteca, uma “rotunda” em estilo
romano (Figura 09). Como todos os edifícios, possuíam configurações clássicas por ser
uma referência ao racionalismo desejado.

Figura 09: Universidade de Virginia.


Fonte: Site Universidade de Virginia.

A locação dos prédios no campus permitia que todos as fachadas recebessem a


iluminação solar e ventilação, isso permitido pelo afastamento entre eles, provendo
também uma individualização de cada edifícios. Cada conjunto era mais acessível, por
possuírem acessos diferenciados e o entorno dos prédios trabalhados paisagisticamente.
Já na America Latina, conforme Segre (2008), as três grandes estruturas públicas
de ensino, que criaram campus representativo de valoração arquitetônica cultural
nacional, foram a Universidade Central de Caracas, a Universidade Autônoma do México
e a Universidade Federal do Rio de Janeiro no Campus do Fundão, esta sendo a única
inacabada.
18
A Cidade Universitária da Universidade Nacional Autônoma do México,
construído entre 1949 a 1952, é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 2007.
Fundada em 1553, como Universidade Real e Pontifícia do México, situava-se na área
central da capital do México, transformando-se em 1910 em uma instituição de caráter
autônomo. Mais tarde foi transferida para a região sul da cidade do México, com o
projeto dos arquitetos Mario Pani e Enrique Del Moral, ganho por meio de concurso
(Figura 10).

Figura 10: Plana da Cidade Universitária do México.1953.


Fonte: Museu Nacional de Arquitetura de México. Fotografo: Guillermo Zamora.

O projeto básico, com um planejamento para 25.000 alunos, representa a


integração das unidades da universidade através da estrutura. Possuindo museus, clubes,
restaurantes, estádio olímpico, reservas ambientais, bibliotecas, prédios residenciais,
prédio administrativo, prédios de sala de aula para cada centro, entre outros.
Demonstrando a integração dos partidos arquitetônicos, planos urbanísticos e
paisagísticos.
19
5.3 Universidades no Brasil

Segundo Leyendecker citado por Fávero:

A universidade não esta fora da historia de um país; tampouco é toda a história;


mas por ela „passa‟ a história do país e do povo e ela participa da história, da
vida; neste sentido,é aspiração humana, tentativa, ensaio, verificação , drama e
desenlace, tarefa comunitária, trabalho de homens que querem se expressar
como homens; fato humano que nenhuma lei poderá abolir e que se expressará
muitas vezes apesar da lei. Ela é uma realidade que fala. Deixemo-la, portanto,
falar e trataremos de escutá-la, não no que queremos ou no que nos convém,
mas no que ela nos quer dizer. (LEYENDECKER, 1974 apud FÁVERO, 1980).

Segundo Gurgel et al. (2006), no Brasil o ensino superior veio por meio dos
jesuítas, instalando-se no Estado da Bahia em 1550, com escolas fundamentadas nos
valores cristãos, em cursos de Teologia e Artes. Em 1808, com a transferências da
Família Real surgiram algumas faculdades com o intuito de servir a aristocracia e a
burguesia portuguesa. Os métodos eram técnico profissionalizante com o intuito de
qualificar mão-de-obra, atendendo as necessidades da elite e seguindo os modelos de
ensino europeus; como exemplo as escolas: da Médica e Cirúrgica na Bahia, Academia
Real Militar, Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica no Rio de Janeiro.
Fávero (1980) ressalta que a universidade brasileira é uma instituição nova, por
motivos de suas características únicas no seu processo de colonização, além de ter
passado por todo o período da república sem ser uma verdadeira universidade.

A primeira experiência no Brasil aconteceu em Manaus em 1909 com curto


período de existência, na medida que a economia da borracha entrou em
declínio a universidade seguiu mesmo caminho. A segunda tentativa foi a de
São Paulo em 1911, e por falta de recurso tornou-se inviável a sua existência. A
terceira universidade foi a de Curitiba em 1912, formada por várias cátedras e
que também tivera vida curta. A que viria a conquistar um status de universidade
e a perpetuar, se transformando na primeira universidade do Brasil foi a do Rio
de Janeiro criada em 1920, pela anexação de Faculdades isoladas a de Direito,
Medicina e Escola Politécnica, onde se concentrava o Curso de Engenharia.
(CUNHA, 1980 apud GURGEL et al, 2006, p. 1).

Em 7 de setembro de 1920, o Presidente Epitácio Pessoa, institui a Universidade


do Rio de Janeiro (URJ), sendo a primeira instituição universitária criada pelo Governo
Federal, e ainda assim recebida com reservas. A criação desta teve como mérito a

20
intensificação do debate sobre o problema universitário no país. As principais questões
desse debate são as concepções de universidade, as funções que esta possuiria, a sua
autonomia e a questão do modelo de universidade a ser adotado no Brasil.
Todo o processo na criação de universidades brasileiras foi turbulento e por
muitas vezes dificultado, pois estava vinculado ao receio das classes dominantes, do
esclarecimento e formulação do conhecimento pela população que era subjugada.

A história da criação de universidade no Brasil revela, inicialmente, considerável


resistência, seja de Portugal, como reflexo de sua política de colonização, seja
da parte de brasileiros, que não viam justificativa para a criação de uma
instituição desse gênero na Colônia, considerando mais adequado que as elites
da época procurassem a Europa para realizar seus estudos superiores.
(MOACYR, 1937 apud FÁVERO, 2006, p.18).

Com a revolução de 1930, em que o governo vislumbrava uma modernização


na sociedade, com a criação do Estatuto das Universidades Brasileiras, no decreto nº19.
815, de 11 de abril de 1931, eram deixados claros os fins do ensino universitário. Elevar
o nível cultural do país, estimular a pesquisa científica em quais quer domínios do
conhecimento humano, habilitar o exercício de atividades que requeriam conhecimentos
científicos e técnicos superiores, com o objetivo de elevar a grandeza da Nação e o
aperfeiçoamento da Humanidade.
Segundo o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema (1935 apud
FÁVERO, 1980), o país não possuía verdadeiras universidades, não havia uma tradição e
as instituições existentes não correspondiam às exigências do ensino e nem das pesquisas.
A Universidade do Brasil iniciou o seu processo de organização apenas em
1935, com o Plano de Reorganização do Ministério de Educação e Saúde Pública,
apresentado ao poder legislativo. Enfatiza a estruturação da Universidade do Brasil
baseada na necessidade em que o país precisava de um “aprimoramento intelectual”.

O Brasil não poderá progredir na sua industria, na sua agricultura, no seu


comércio, em todas as variadas manifestações de sua vida política e espiritual,
se na dispuser de um grande quadro de homens altamente preparados nas
técnicas, nas ciências e nas letras. Dá-nos disto cabal demonstração o exemplo
de toras as nações modernas, que prosperaram. Ora, o ensino superior, como
se sabe, deve ser preferivelmente universitário. Por isto dizemos que o Brasil
precisa de universidades. (CAPENEMA,1935 apud FÁVERO,1980).

21
No período do Estado Novo, o Governo Central começa a criar espaços dentro
do sistema de ensino, para regulamentá-lo e organizá-lo, com o intuito de submetê-lo ao
seu controle; com um ideal de transformá-lo em um “aparelho” de manipulação
ideológica do Estado.

A partir do Estado Novo, a política educacional não se limitava apenas a


decretar a legislação e ditar normas para a sua implantação, mais que isso, ela
visa transformar o sistema de ensino em um instrumento eficaz de manipulação
dentro do sistema instituído. (FREITA, 1977 apud FÁVERO, 1980)

Já se era certo todo o poder que as instituições de ensino, principalmente ensinos


superiores, possuíam por serem formuladoras de pensamento crítico. Com o Golpe de
1937 e a instalação do Estado Novo, a centralização e o autoritarismo são explícitos, o
papel ideológico da educação era um veiculo de “incubamento” e preservação do estado
predominante. “O ensino é invadido por uma exacerbada centralização e unificação,
como de resto ocorreu com todo o setor público” (TEIXEIRA apud FÁVERO, 1980).
Após 1945, com o fim do Estado Novo e uma tentativa de redemocratização do
estado político no Brasil, por meio do Decreto-Lei nº 8.393 em 17/12/1945, as
universidades permitiam-se certa autonomia, tão discutida como necessidade das funções
básicas de uma universidade, no campo de sistema de ensino, financeiro e
principalmente administrativo. Tendo que a administração passaria a ser realizada por
um Reitor, e os conselhos universitários de curadores.
Os reitores, professores e participantes do conselho continuavam a ser
nomeados pelo Presidente da República, existindo ainda o controle do Estado sobre as
Instituições. Mas o ensino superior ainda sim se desenvolveu, com o surgimento e
crescimento de varias universidades.
Uma das principais conquista, em relação à gestão universitária, deu-se no
decorrer do período de 1945 a 1968, com a participação ativa do movimento nacional
estudantil organizado (UNE), que centrava suas discussões e questões relevantes em
pontos como:

a) autonomia universitária; b) participação dos corpos docente e discente na


administração universitária, através de critério de proporcionalidade
representativa; c) adoção do regime de trabalho em tempo integral para
docentes; d) ampliação da oferta de vagas nas escolas públicas; e) flexibilidade
na organização de currículos. (FÁVERO, 2006, p. 29).

22
As tentativas de democratização são também desenvolvidas dentro das
instituições por meio dos conselhos universitários da Universidade de Brasília, durante
1960 a 1963; mas como o golpe militar de 64 todas as tentativas foram fracassadas. Já
em 1968, a Reforma Universitária Brasileira foi considerada “um marco do Estado como
orientador de políticas para a educação superior” (MENEGHEL, 2001), além de muitos
atributos como o controle rígido de administração pelo Estado, institui-se que as
universidades teriam que estabelecer o estudo baseado na associação do ensino e da
pesquisa, visando o desenvolvimento científico e tecnológico do país. Tendo a primeira
universidade brasileira concebida nos modelos modernos, a Universidade de Brasília
(1961), que se utilizava nos padrões universitários americanos, baseado na produtividade
e em um desenvolvimento econômico.
Na década de 1970, as discussões evidenciaram-se na Câmara dos Deputados,
juntamente com o Departamento de Assuntos Universitários – DAU, destacando o ensino
e não a política. Na década de 80, com a Nova República, os interesses são voltados a
restabelecer os problemas criados na ditadura, novas comissões foram organizadas para
novos debates, conseguindo enfim liberdades administrativas, políticas e de ensino.
As instituições brasileiras possuem eleições diretas para seus dirigentes, a
pesquisa e o ensino se mantêm como principal enfoque nas instituições e os docentes são
valorizados quanto aos salários. Apesar de se perceber um menor interesse de
investimentos por parte do Estado em instituições públicas, demonstra uma
desfocalização dos interesses do Governo para com as universidades brasileiras em um
sentido de valor nacional.
Diante dos problemas da formação do processo construtivo das Universidades
brasileiras concluiu Fávero (2006, p. 35):

[...] parece-me inadiável, nos dias atuais, reconstruir com seriedade e


competência o trabalho universitário, vendo nele um empreendimento difícil,
mas imprescindível, processo esse que deverá ser entendido e assumido como
algo em permanente construção.

Construção essa que deve ser defendida, tanto pelas comunidades acadêmicas,
e repassada à sociedade de cada região que estas universidades estão inseridas. O
desenvolvimento deve ser discutido e democraticamente estabelecido. Os meios e

23
espaços para que este crescimento seja realizado são atualmente de responsabilidade e
prioridades das instituições, principalmente federais de cada Estado brasileiro.

24
5.4 Universidades Brasileiras e suas estruturas físicas

No Brasil, os espaços utilizados para desenvolver as atividades acadêmicas


foram inicialmente unidades isoladas em centros urbanos, utilizando-se de imóveis de
diversos estilos, principalmente do estilo neoclássico. Em períodos posteriores, quando se
iniciou a produção de projetos arquitetônicos, para as instituições de ensino em centros
universitários, não seguiam um padrão. Ocorrendo de forma diferente da tradição da
construção de escolas para o ensino fundamental, que se utilizava de uma normatização
existente em cadernos de orientação de projetos escolares definida pelo Ministério da
Educação.
Segawa (1999) observa que as primeiras universidades brasileiras oficiais foram
a do Rio de Janeiro (1922), seguidas das de Minas Gerais (1927), São Paulo (1934),
Pernambuco, Bahia (1940), Rio Grande do Sul, Paraná, Pará, Paraíba (1950). Mas a
construção de cidades universitárias ocorreu apenas no final da década de 40 a 50,
como as cidades universitárias projetadas para Universidade de São Paulo, Minas Gerais
e Universidade do Rio de Janeiro. Posteriormente surgiu o Centro Politécnico da
Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, projeto de Rubens Meister em 1956,
construído apenas na década de 60.
Segawa (1999) ressalta que o “milagre econômico” permitiu a construção de
vários edifícios nos campus universitários em todo o país. Acrescenta também que “[...] os
arquitetos brasileiros desenvolveram uma larga experiência em planejamento de espaços
universitários no período.”.
Em 1964, com o golpe militar e as reformulações sobre a educação superior no
Brasil, a construção de vários campi universitários foram interrompidas. Tendo apenas se
restabelecido no período do crescimento econômico, que ocorreu no país durante 1969
a 1973, em que algumas obras foram consolidadas ao longo de décadas seguintes.

25
5.5 Universidade do Brasil

Segundo Lima e Fávero (2006), a instituição Universidade do Rio de Janeiro


(Figura 11), formou-se pelo compromisso do Governo Federal em realizar o projeto
universitário no país. Constituiu-se inicialmente pela aglutinação dos cursos da Escola
Politécnica, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito, do Rio de Janeiro, com a
função de desenvolver a pesquisa e de formar profissionais.

Figura 11: Fachada do Palácio Universitário.


Fonte: PDI UFRJ.

Constituída pela agregação das três faculdades preexistentes, de Engenharia, de


Medicina e de Direito, do Rio de Janeiro, nem, ao menos, têm elas a sua
localização comum ou próxima, vivem apartados e alheios uns aos outros os três
institutos que a compõem, sem laço de ligação, além do Conselho Universitário,
cujos membros procedem das três Faculdades. A Universidade Federal do Rio de
Janeiro incorporou assim, desde sua fundação, aqueles que são até hoje seus
traços constitutivos: retardatária, fragmentada, patrimonialista e elitista - traços
esses que se reproduziram ao longo do tempo. (Professor Ramiz Galvão,
primeiro reitor da UFRJ, em documento encaminhado ao Ministro de Educação,
LOUREIRO [19--]).

Em 1931, com a elaboração do projeto universitário pelo Governo Federal, foi


criando o Estatuto das Universidades Brasileiras, que reorganizava a Universidade do Rio
de janeiro. Juntamente com as propostas do Ministério da Educação e Saúde, foi

26
institucionalizada em julho de 1937 a Universidade do Brasil, em que esta deveria ser
seguida pelas demais universidades brasileiras como um padrão de organização do
ensino superior.

Dizemos que universidade federal deve ser padrão, para significar que, nas
linhas fundamentais de sua estrutura, nas suas instalações, na sua
administração, no seu funcionamento, em todas as numerosas manifestações de
sua atividade, cumpre-lhe aparecer como um exemplo de boa organização. Em
segundo lugar, a universidade federal deve constituir-se um ativo centro de
pesquisas científicas, de investigação técnicas, de atividades filosóficas, literárias
e artísticas, de um estudo desinteressados de toda sorte, que a situem e definam
como a mais alta expressão de nossa cultura intelectual. (CAPANEMA, 1937
apud FÁVERO, LIMA, 2006, p. 89)

Segundo histórico da UFRJ (2006), analisa que o desenvolvimento da


universidade, em função as pressões da sociedade com aumento do número de vagas,
multiplicou de maneira desordenada as unidades, muitas para resolver conflitos de
interesses entra catedráticos no interior das já existentes. A história da instituição é
marcada, pelos “vícios de origens” como a falta de planejamento em todos seus âmbitos.
Essa falta de organização administrativa e de planejamento interferiu diretamente
na estrutura de pesquisa, por estar desfragmentada do ponto de vista acadêmico e
dispersa geograficamente. Ressaltando que, até a Reforma de 1931, a Reitoria não
possuía nenhuma influência na vida das unidades, anteriormente funcionando no prédio
da Faculdade de Direito e sendo transferida em 1935 para o prédio do Ministério da
Educação e Saúde. Onde, conforme Capanema, era necessário “Conceituar a
universidade, em seguida, localizá-la e projetar sua construção” (CAPANEMA, 1935
apud UFRJ, 2006).

[...] fazer uma universidade que deixasse de ser o que tem sido até hoje no
Brasil: um postulado regulamentar, uma aspiração e lei. Pra isso era necessária
a criação de uma cidade universitária.
(discurso de Capanema, na sessão de abertura dos trabalhos da comissão de
professores para estudo de um plano para a Universidade do Brasil).
(CAPANEMA, 1940, apud FÁVERO,1980)

Com o auxilio da comissão de planejamento para a formação da Universidade


do Brasil, entre 1949 a 1950, durante a elaboração dos planos de estruturação da
instituição, foram realizados planos para criação das instalações físicas. A proposta de
criação de um campus universitário com o ideal de integração das unidades de ensino,

27
reduziria o efeito histórico da URJ de apenas conglomeração de faculdades, visando uma
maior unificação.
Em ênfase esses estudos iniciados para construção de Cidade Universitária foram
realizados nos anos após 1964. Fávero (1980), lembra dos planos em relação a
localização deste campus, o terreno seria na Quinta da Boa Vista, com área de
2.300.00m² no Rio de Janeiro. Tenham como responsáveis para desenvolver o
anteprojeto os arquitetos Le Corbusier, arquiteto já de renome internacional, Lucio Costa,
o Professor Marcelo Placenti e seu colaborador arquiteto Vittorio Maorpurgo.
Mas a escolha de sua localização foi modificada tendo recaído sobre a chamada
Ilha do Fundão1; resultante de aterros e desmontes, unificando nove ilhas e regularizando
a topografia do terreno. Formalizando uma área do campus de
aproximadamente 5.238.337,90 m².

Quando assumiu a direção do Escritório Técnico da Universidade do Brasil


(Etub), em 1949, com uma equipe de mais de 20 profissionais capacitados, ele
tinha longa experiência de projeto e de construção, que lhe permitia dominar o
conjunto complexo e multifuncional da Cidade Universitária. A visão de futuro
de um Brasil “grande” - surgida com Getúlio Vargas, mantida por Juscelino
Kubitschek e que culminou com a ditadura militar - levou Machado Moreira a
imaginar uma multidão de estudantes e professores, que ocupariam os terrenos
do campus, criando uma cidade alternativa voltada para a educação e a
cultura, inserida na paisagem natural. Daí a escala monumental dos prédios e a
dimensão inusitada dos espaços livres, contemporâneas de outras obras de
escala semelhante [Figura 12], [...] (SEGRE, 2008).

A equipe na construção foi coordenada pelo Arquiteto Jorge Machado Moreira,


responsável este pela concepção urbanística e arquitetônica, desenvolvida entre 1949 a
1962, com o primeiro anteprojeto de 1952 modificado em 1957, em que dividia a ilha
em 10 centros
A concepção arquitetônica do campus expressava uma estrutura e um Estatuto
que já não correspondiam às demandas da sociedade em relação ao ensino
superior. Com a reforma universitária promovida pela ditadura militar.
Entretanto, tornou·se necessária uma revisão da estrutura física já projetada.
Para tanto, a Lei 4402, de 1964, transferiu para a Universidade os encargos de
planejar, projetar, executar e fiscalizar as obras e serviços necessários à
implantação da Cidade Universitária. Para atender às contraditórias exigências
da política educacional da ditadura, que, como vimos, redimensionavam a
importância das áreas de ciência, tecnologia, saúde e formação de professores,
o Plano Diretor foi reelaborado. (UFRJ, 2006)

1
“A Ilha do Fundão, no interior da Baía da Guanabara,é uma ilha artificial criada a partir da
aplicação de aterro q um pequeno arquipélago existente, no inicio do século XX.” ,(SOUZA, 2007,p.223)

28
As modificações alteraram a área a ser construída de 1.000.000m² para
750.000m². Compreendendo a implantação de grandes complexos arquitetônicos para
os centros e unidades, e estruturas específicas para a administração restaurantes, centro
esportivos, residência para estudantes, funcionário e instalações de serviços gerais. O
plano de obras elaborado foi dividido em duas etapas, a primeira chamada de Plano de
Obras Prioritário, realizada entre 1970/1972, e a segunda etapa não chegou a ser
realizada.

Figura 12: Prédio da Reitoria.


Fonte: acervo da Prefeitúra Universitária do Rio de Janeiro.

A não conclusão da obras foi causada por diversos fatores desde falta de
recursos financeiros, administrativas, jurídicas a dificuldades políticas como a resistências
de algumas unidades transferirem-se para a Ilha.
Atualmente, a Faculdade de Arquitetura funciona também como prédio da
Reitoria, e começou a funcionar efetivamente no inicio de 1960; já o hospital
universitário passou por diversos anos apenas com esqueleto estrutural realizado, e a
maiorias dos outros prédios não chegaram a serem construídos. Desse modo, a
Universidade do Brasil, que teria a função de ser o “protótipo exemplar”, não conseguiu
chegar ao seu êxito; sendo realizadas obras esparsas no meio do imenso terreno e
perdendo, de maneira incontestável, o significado do campus universitário de 1955.

29
Entretanto, novas construções foram realizadas, baseada no Plano Diretor de
1972, e usos foram redefinidos para edificações existentes. A cidade universitária era
utilizada e passara a agrupar cerca de 65% das instalações na Ilha do Fundão,
reforçando a idéia de campus da UFRJ (DPI, 2005).
Atualmente a Universidade Federal do Rio de Janeiro possui unidades no
Campus da Ilha do Fundão, com área de 5.238.337,8 m² (Figura 13), sede da cidade
universitária, e onde se localiza a maior parte das unidades; o Campus da Praia
Vermelha (área de 100.976,90 m²) localiza as instalações de pesquisa, prestação de
serviços, assistência e unidades de ensino. Além de prédios no centro da cidade do Rio
de Janeiro.

Figura 13: Vista Aérea do Campus Ilha do Fundão.


Fonte: acervo do Parque Tecnológico do Rio de Janeiro.

30
6. ESTUDO DE CASOS

A proposta do projeto para uma Reitoria para a Universidade Federal do Piauí


possui um conteúdo programático complexo e de grande representatividade, composto
principalmente por um prédio administrativo adequado para cumprir as atividades
administrativas e guiar os objetivos da instituição.
De modo a estudar estruturas semelhantes a que será projetada a análise
arquitetônica serão observados os fatores históricos, ideológicos, espaciais formais,
plásticos, estruturais, funcionais e sua sustentabilidade.
A escolha dos casos buscou projetos em âmbito internacional, nacional como
regionais. Inicialmente foi escolhido uma as melhores instituições de ensino, com uma
estrutura de qualidade que serviram de modelo para formação de outros campi, o
exemplo internacional da Cidade Universitária da Universidade Nacional Autônoma do
México construída entre 1949 a 1952, sendo ainda considerada a melhor universidade
da America Latina, Espanha e Portugal, segundo a revista The Times, em 2005.
Como exemplo de universidade brasileira, escolheu-se a instituição em Brasília
(UNB), que possui sua Reitoria no Campus Darcy Ribeiro, inaugurada em 1960, e
representa de modo precursor as instituições nacionais. Em âmbito regional, considerada
menor porte, mas possuindo estrutura administrativa adequada, a reitoria da
Universidade Federal de Sergipe, de 1968.

31
6.1 Reitoria da Universidade Nacional Autônoma do México

Fundada em 1553, como Universidade Real e Pontifícia do México, situada na


área central da capital do México, transformou em 1910 em uma instituição de caráter
autônomo. E mais tarde foi transferida para a região sul da cidade do México (Figura
14), com o projeto ganho por meio de concurso pelos arquitetos Mario Pani e Enrique
Del Moral.

Figura 14: Localização da Reitoria,em vermelho, no Campus da Universidade Nacional Autônoma do


México.
Fonte: imagem Google Earth. Edição de imagem da autora.

Cidade Universitária da Universidade Nacional Autônoma do México,


considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura) em 2007; foi construído entre 1949 a 1952, em
momento de desenvolvimento político e cultural do México, em que se buscava o ideal
do homem moderno em busca do progresso.
Os Edifícios do Campus apresentam claramente as interpretações dos postulados
da arquitetura moderna internacional (Figura 15), em que os projetos baseiam-se na
32
racionalidade, técnica e objetividade, ao mesmo tempo com intervenções da tradição
mexicana, quando se utiliza grandes espaços (não apenas painéis, mas toda fachada ou
várias fachadas) para demonstrações artísticas da sua cultura.

Figura 15: Plana da Cidade Universitária do México.1953.


Fonte: Museu Nacional de Arquitetura de México.

Foram utilizados materiais construtivos considerados modernos com uso do


concreto, aço e vidro; como também a pedra vulcânica que evoca o local; por a cidade
universitária esta erguida sobre solo vulcânico.
O projeto básico, com um planejamento para 25.000 alunos, representa a
integração das unidades da universidade através da estrutura. Em que blocos
independentes como museus, clubes, restaurantes, estádio olímpico, reservas ambientais,
bibliotecas, prédios residenciais; prédios de salas de aula e prédio administrativo entre
outros, responde as necessidades da integração dos partidos arquitetônicos juntamente
com o plano urbanísticos e paisagísticos.
A organização dos edifícios que formam o campus é notoriamente zoneada de
acordo com os pontos cardeais, de maneira geral os prédios possuem características
modernas, como propostas por Le Corbusier, como planta baixa livre, uso das colunas na
planta térrea, fachada livre e janelas horizontais, com a utilização de vários artifícios de

33
proteção como vidros refletivos, persianas, fixas e moveis brise-solei, etc. Alem dos
volumes prismáticos puros.
A maioria dos prédios é de configuração horizontal, com exceção do edifício da
reitoria, a biblioteca central e a torre de ciências.
A torre da reitoria, (Figura 16) construída entre 1951 e 1953, de autoria dos
arquitetos Mario Pani, Enrique Del Moral e Salvador Ortega, é um dos símbolos
universitários. Sua localização esta na área central da composição do conjunto de
edifícios, sendo esta a área mais alta do terreno, podendo ser visível por todo o campus,
rodeada por praças e espelhos d‟água de níveis diferenciados (Figura 18).

Figura 16: Prédio da Reitoria Cidade Universitária do México. Década de 1950.


Fonte: Museu Nacional de Arquitetura de México. Fotografo: Guillermo Zamora .

Nas fachadas norte e leste (Figura 22 e 24) recebem trabalho de um mural


incorporado a sua estrutura, realizado pelo por David Alfaro Sequeiros, sendo uma das
marcantes referencias da Cidade Universitária do México, o trabalho plástico realizado
por meio de grandes painéis coloridos.
De acordo com Martinez (2002), a configuração da Reitoria esta dividido em
duas partes, um bloco horizontal de três pavimentos destinado a serviços ao publico com
vários acessos laterais, permitindo facilmente o atendimento das atividades de grande
fluxo.

34
E a torre de 12 pavimentos para o funcionamento dos escritórios internos,
possuindo um acesso direto para o Reitor. Essa configuração permite facilitar os serviços
e diferenciar os fluxos, sem comprometer a interligação dos assuntos relacionados a
reitoria. E o volume prismático puros traz o contraste entre a torre estreita e alta, e o
baixo amplo horizontal. (Figura 17)

Figura 17: Prédio da Reitoria Cidade Universitária do México. 2005.


Fonte: Fotografo: Eunice Garcia .

A organização estrutural baseia-se na modulação com o distanciamento dos


pilares a cada 6 metros no sentido norte sul, e 5, 4 metros no sentido leste oeste (Figura
19). Os pilares possuem formatos diferenciados, quadrados, retangulares, circulares e
elípticos alem de dimensões que variam segundo a necessidade de suporte das cargas. O
acesso leste é aberto por um espaço amplo de grandes colunas circulares.
As plantas principais possuem a estrutura livre, que permite a utilização dos
espaços para o funcionamento administrativo, que possibilita a flexibilidade, e permite as
modificações passiveis das administrações por meio de modificações do layout. Os
fechamentos dos espaços são em vidro e os materiais utilizados nos revestimentos são
principalmente ônix e cerâmica vitrificada.

35
Figura 18: Plantas Baixas.
Fonte: Eric Cuevas Martínez

Figura 19: Planta de Locação da reitoria.


Fonte: Eric Cuevas Martínez
36
Figura 20: Planta Baixa.
Fonte: Eric Cuevas Martínez

Figura 21: Planta Baixa.


Fonte: Eric Cuevas Martínez

37
Figura 22: Fachada Norte.
Fonte: Eric Cuevas Martínez

Figura 23: Fachada Sul.


Fonte: Eric Cuevas Martínez

38
Figura 24: Fachada Leste.
Fonte: Eric Cuevas Martínez

39
6.2 Reitoria da Universidade de Brasília

A Universidade de Brasília teve sua inauguração em 1960 e as obras de


construção do Campus Darcy Ribeiro foi iniciada em março de 1962, tendo a produção
de seus projetos iniciais (1962) passados pelas mãos de arquitetos como Lucio Costas e
Oscar Niemeyer (1964).
O ano de 1961 foi de grande importante para vida universitária no país, pela
criação do modelo acadêmico da UNB, sobre a orientação de Anísio Teixeira e Darcy
Ribeiro, o qual foi criado padrões a serem seguidos na criação das novas universidades
brasileiras.

Figura 25: Localização da Reitoria no Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília.


Fonte: imagem Google Earth. Edição de imagem da autora.

Na estrutura do campus foram realizados alguns prédios residenciais para


professores, o edifício provisório do refeitório, e o auditório Dois Candangos, onde
funcionou a Reitoria ate 1974.

40
Figura 26 e 27: Prédio da reitoria. Década de 70.
Fonte: Arquivo/Cedoc – UnB.

A projeto da sede da Reitoria (1972), localizada no Campus Darcy Ribeiro UNb,


é de autoria dos arquitetos Paulo Zimbres, Vera Braun Galvão e Josué Macedo , o qual
possui o partido de um prédio aberto por todos os lados, visando o fácil acesso por
todos, de maneira democrática.
O prédio possui características marcantes da arquitetura moderna, os pilotis e a
clareza dos elementos estruturais, o brutalismo, característico da escola paulista. Sendo
diferenciados segundo Lauande (2004), por não ser uma estrutura hermética, fechada,
sendo algo não finito podendo expandir segundo as necessidades do programa; foi uma
das intenções dos arquitetos.

Figura 28: Fachada Reitoria


Fonte: Fotografia Caio Frederico.
41
O edifício é marcado por dois volumes horizontais, estando estes paralelamente
de modo independente aonde são localizadas as salas de escritórios que funcionam toda
a área administrativa, e o volume do auditório suportado por tirantes na estrutura da
cobertura.
A unidade do conjunto e criada pela rampa que da o acesso aos pavimentos, e
pelo jardim coberto por pérgulas (Figura 29) que permitem a entrada de luz, ajudando a
criar um micro clima, tornando o edifício integrado à natureza a buscar o equilíbrio entre
interior e exterior. No grande hall criado foi instalada uma escultura em aço do arquiteto
Jaime Kerbel Golubov, nomeada „No verde, vejo azul‟ trazendo uma harmonia ao
espaço.

Figura 29: Pátio interno da Reitoria


Fonte: Fotografia Caio Frederico.

Quando o arquiteto Paulo Zimbre comenta sobre o projeto sobre uma


arquitetura aberta e integrada, diz que esta consegue incluir a poesia, dentro de uma
racionalidade estrutural no prédio da reitoria. “Não estaria cometendo nenhum excesso
em considerá-la uma obra prima junto com tantas outras construídas em Brasília.”
(LAUANDE, 2004)

42
Figura 30: Planta Subsolo.
Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

Figura 31: Planta Térreo.


Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.
43
Figura 32: Planta Primeiro Pavimento.
Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

Figura 33: Planta Segundo Pavimento.


Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

44
Figura 34: Planta Terceiro Pavimento.
Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

Figura 35: Planta de Coberta.


Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

45
Figura 36: Corte Transversal.
Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

Figura 37: Corte Transversal.


Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

Figura 38: Corte Longitudinal.


Fonte: CEPLAN-UnB. Edição de imagem da autora.

46
6.3 Reitoria da Universidade Federal de Sergipe

A Universidade Federal de Sergipe instala-se oficialmente em 15 de maio 1968,


por necessidade de uma instituição que congregasse os cursos superiores existentes e
buscasse condições para a sua ampliação. Incorporando seis Faculdades, e criados
segundo a Reforma Universitária quatro centro acadêmicos, atualmente possuindo 26
departamentos e 103 cursos. Localizadas a unidades administrativas e acadêmicas, em
sua maioria na Cidade Universitária em Aracajú no Campus Prof. José Aloísio de
Campus. Como a Reitoria, a Prefeitura do Campus, o Setor Esportivo, os Centros
Acadêmicos (CCBS, CCET, CCSA, e CECH), a Biblioteca Central - BICEN, o Restaurante
Universitário - RESUN, o Centro de Processamento de Dados - CPD, o Arquivo Central, o
Centro Editorial e Audiovisual - CEAV, e o Colégio de Aplicação - CODAP.

Figura 39: Localização da Reitoria no Campus da Universidade Federal de Sergipe.


Fonte: imagem Google Earth. Edição de imagem da autora.

O prédio da Reitoria projetado em 1977, com obra realizada entre 1978 a


1979, é de autoria do arquiteto Miguel Juliano. A estrutura ocupa área de 5100m² e

47
mostra-se integrada ao campus, possuindo acessos independentes e integrados aos
demais edifícios do campus (JULIANO, 1981).

Figura 40: Reitor José Aloísio de Campos apresenta maquete do campus de


São Cristóvão, julho de 1980.
Fonte: Disponivel em <http://www.ufs.br/ufs40anos/>

Figura 41: Vista aérea do campus da UFS, visualizando-se ao fundo o Bairro Rosa Elze.
Fonte: Disponivel em <http://www.ufs.br/ufs40anos/>

A entrada principal segue-se a um grande saguão, para atividades culturais,


como exposições, e este logo se abrem pra o pátio exterior em que se encontra o espelho
d‟água, jardins e o volume do auditório.

48
Referindo-se a realidade local, procurou adaptar-se aos excessos climáticos
regionais, desenvolvendo-se em torno de um pátio central, parcialmente coberto,
transformando em um elo dos diversos setores.
A estrutura modular, realizada em concreto armado, abre-se para o sul, e as
demais fachadas recebem proteção de grandes brises. Observa-ser no projeto uma
concepção simples, mas com a plasticidade integrada, estrutura que trás maior
enriquecimento da paisagem local. (Figura 42 e 43)

Figura 42: Planta Baixa do pavimento térreo.


Fonte: Revista Projeto, 1981. Redesenho da planta pela autora.

49
Figura 43: Planta Baixa do pavimento superior.
Fonte: Revista Projeto, 1981. Redesenho da planta pela autora.

50
Figura 44: Desenho das Fachadas Reitoria de Sergipe.
Fonte: Revista Projeto, 1981.

Figura 45: Fotografia das Fachadas Reitoria de Sergipe.


Fonte: Fotografo Adilson Andrade.

51
7. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

Nos arquivos do Palácio de Karnak, relativo à criação da Universidade Federal


do Piauí, encontrava-se tramitando, desde 1965, pelo Ministério da Educação o Processo
CFE n° 1925/65. No dia de 04 de julho de 1968, é homologado pelo Ministério da
Educação; e sobre esse processo o Conselheiro e relator Raymundo Muniz de Aragão,
emitiria o parecer nº457/68:

E evidente a conveniência que o Estado inteiro desperta para um novo destino


desenvolvimentista. E tudo que nele vimos há seis anos atrás, quando lhe
percorremos grande parte do interior, e que sentimos hoje, quando ali voltamos,
o desejo de modernização e aceitação dos riscos correlatos manifestaram-se
psicologicamente na inquietação e na impaciência com que se guardam e
promovem iniciativas tendentes à implantação da infra- estrutura capaz de servir
como ponto de apoio ao crescimento econômico e ao desenvolvimento cultural.
(ARAGÃO, 1968, apud DIAS, 2006, p.89).

Segundo Dias (2006), a cidade de Teresina ainda iniciava seu processo de


urbanização, em 1931, quando a primeira instituição de ensino superior foi instalada no
Estado, a Faculdade de Direito (Figura 47). Segundo Gurgel et al (2006, p. 3), esta:

[...] foi instalada oficialmente em 14 de abril de 1931, [...] instalada


provisoriamente na Assembléia Legislativa Estadual (antiga Câmara dos
Deputados), durante o governo do Interventor Federal no Estado do Piauí o
Capitão Joaquim de Lemos Cunha. A elite formada pelos grandes comerciantes,
políticos e intelectuais tiveram sempre à frente desta envergadura.

Figura 46: Faculdade de Direito, atual Biblioteca Cromwell de Carvalho


Fonte: Fotografia da autora.
52
Em 12 novembro de 1968, pela promulgação da Lei n°5.528, que seguiu as
determinações da Reforma Universitária de 1968, baseada na organização de
departamentos de pesquisa, atividades de extensão e órgãos colegiados centrais
subdivididos em administrações setoriais, foi fundada a Fundação Universidade Federal
do Piauí - FUFPI.

Em 01 de março de 1971, foi instituída oficialmente como Universidade Federal


do Piauí. Sua constituição englobou as unidades isoladas de ensino superior
preexistentes naquela época: Faculdade de Direito, Faculdade de Filosofia,
Faculdade de Odontologia, Faculdade de Medicina, localizadas em Teresina; e
Faculdade de Administração, em Parnaíba. (CARVALHO, 2008, p. 14)

A fundação foi:

[...] fruto da luta despendida pela sociedade piauiense, com a adesão dos
Diretores das Faculdades, professores, autoridades civis, eclesiásticas,
intelectuais, jornalista e a classe política em geral, como empenho do direto do
Governador, Senadores e Deputados. (DIAS, 2006, p. 87).

As questões políticas que circundavam a elaboração da instituição no Piauí


foram discutidas pelos poderes locais para nortear-la com as estratégias de crescimento e
ajustar a legislação segundo os interesses do Governo Nacional. Como se pode observar
nas palavras do então Governador do Piauí Helvídio Nunes de Barros. “A nova
Universidade nasce em muito boa hora quando a Nação se prepara por determinação
do Governo da República, para desencadear a forma das instituições de ensino
superior.” Em mensagem aos piauienses, no Palácio de Karnak em 1 de novembro de
1968.
Sob as orientações do regime militar, imposto na época, foram escolhidos na
sociedade seus representantes. O primeiro Reitor foi o Desembargador Robert Wall de
Carvalho, quem muito trabalhou para implantar a nova universidade (DIAS, 2006).
Robert Wall de Carvalho fora nomeado por tempore, já o segundo Reitor Hélcio Ulhôa
Saraiva, com apenas 29 anos de idade e mineiro de Teófilo Otoni, fora indicado pelo
Governo em Brasília.
Com o desenvolvimento da historia política brasileira e uma situação mais
democrática, se constitui na universidade uma política mais autônoma, apresentando de

53
modo mais justo o modo de escolha dos seus Reitores por meio de votações, e seus
funcionários como constantes concursos públicos.
Quanto aos rumos e focos do ensino no Estado, cada reitor direcionava sua
administração de maneira diferenciada; o Reitor Hélcio Saraiva considerava de maior
importância local a criação de cursos técnicos e formação de professores para o ensino
fundamental. Já os seguintes reitores da universidade basearam-se nos cursos tradicionais
do ensino superior brasileiro, mas mantiveram a estrutura de cursos técnicos e a
preparação de professores e profissionais educadores para suprir as necessidades do
Estado.
As expectativas e objetivos da fundação da UFPI atenderam as necessidades
inicias da sociedade. Atualmente continua a busca do desenvolvimento, com interesse da
participação da sociedade piauiense. A Universidade por meio de suas escolhas, metas e
prioridades levam a formulação de uma instituição voltada para o ensino, como para a
pesquisa e extensão, como dito no objetivo inicial:

[...] de cultivar o saber em todos os campos do conhecimento puro e aplicado,


incumbida de a) ministrar o ensino em terceiro grau e em graus posteriores
formando profissionais e especialistas capazes de contribuírem relevantemente
para o aceleramento do processo de desenvolvimento econômico e cultural
regional e nacional; b) realizar pesquisa e estimular atividades que venham a
contribuir para o enriquecimento do conhecimento do científico e cultural; c)
estender a comunidades, através de cursos se serviços especiais,suas atividades
de ensino e pesquisa. (Estatuto (arts. 1º e 3º) apud RODRIGUES,1998, p. 71)

As vagas na universidade Federal foram continuamente aumentadas, mesmo


quando a crise na situação econômica ou no ensino superior cresciam. Essa atitude
ajudou a reforçar as bases da universidade e permitiu manter uma parte da população
que geralmente buscavam formação profissional de qualidade em outros estados.
Na época de sua implantação existiam nove cursos em diferentes áreas e
contava com 1037 alunos; no segundo semestre de 1996, 30 cursos e 10.235 alunos.
Em 2006, a Universidade consta com dois campi e 43 cursos (RODRIGUES, 1998).
Em 2009 conta com cinco campi: Campus Ministro Petrônio Portella, em
Teresina; Campus Ministro Reis Veloso, em Parnaíba; Campus Senador Helvídio Nunes
de Barros, em Picos; Campus Profª. Cinobelina Elvas, em Bom Jesus; e Campus Doutor
Amílcar Ferreira Sobral, em Floriano, e três Colégios Agrícolas (Teresina, Floriano e Bom
Jesus). Conforme o relatório de auto-avaliação da UFPI (2006-2008) (CARVALHO,
54
2008), além dos 58 cursos de graduação com um contingente de 14.381 alunos, possui
3.101 nos cursos de pós-graduação e 2.153 matriculados nos colégios agrícolas.

Ao longo dos seus 37 anos de existência, a UFPI conquistou o reconhecimento


social como a mais importante instituição de ensino superior do Estado do Piauí,
desempenhando papel fundamental na própria expansão desse nível de ensino,
considerando-se que a grande maioria dos profissionais que atuam nas IES
públicas e privadas no Estado é egressa dos seus cursos de graduação e de pós-
graduação. É também a universidade piauiense que se diferencia das demais,
pelo nível de consolidação das funções de pesquisa e de extensão. (CARVALHO,
2008, p. 16).

Tabela 01: Os cursos oferecidos pela UFPI estão distribuídos em seus diversos Campi.
Fonte:UFPI, 2008.

55
7.1 Estrutura Física – UFPI

Em Janeiro de 1971, o primeiro Reitor por tempore, Desembargador Roberto


Wall de Carvalho teve como uma das suas primeiras ações administrativas, estabelecer o
local adequado para a sede da reitoria.
“De imediato alugar-se-ia o prédio do antigo seminário de Teresina, situado na
Avenida Frei Serafim, com possibilidade futura de aquisição desse imóvel, o qual
reformado acolheria em definitivo a Universidade.” (DIAS, 2006, p.95). E complementa:
“[...] a reitoria passou a funcionar no prédio do seminário, alugado por Cr$ 12 mil
mensais. Somente na administração do segundo reitor, veio a ser adquirido um terreno
localizado na zona leste de Teresina.” (Figura 48).

Figura 47: Reitoria da UFPI em 1971. Atual Centro Pastoral Paulo VI.
Fonte:Fotografia da autora.

A administração do segundo Reitor Hélcio Ulhôa Saraiva, teve com ponto


marcante a transferência da Universidade para o Campus Ininga. As faculdades na época
encontravam-se em vários locais na cidade, como a Faculdade de Medicina, próximo ao
Hospital Getúlio Vargas, a Faculdade de Direito na Praça Demóstenes Avelino, prédio da
atual Biblioteca Cromwell Carvalho, Faculdade de Filosofia na Praça Saraiva, e
Faculdade de Odontologia na Rua Rui Barbosa. (DIAS, 2006).
O projeto de transferência visava implantar em um único local todos os prédios
que pudessem ser previstos nas metas de longo prazo para a universidade, com área
para implantação de bibliotecas, complexo esportivo, instalações para hospitais, centros

56
de pesquisa, e o corpo administrativo. Tendo como equipe arquitetônica responsável
Vasco de Melo, Ronaldo Pinto Marques, Lourival Machado, e auxilio do arquiteto local
Raimundo Castro Dias.

Em julho de 1972 o jornal “O Dia” informava que conforme declarações do


Reitor chegaria em Teresina uma equipe técnica encarregada dos estudos para
a localização e instalação do campus universitário, cujo o terreno ficaria situado
no outro lado do Rio Poty, conforme a promessa do Governador do Estado .
(DIAS, 2006, p.99).

O Governado Alberto Silva e o Reitor Hélcio Ulhôa Saraiva apresentaram à


sociedade o projeto para o campus, em um terreno com 180 hectares, com a disposição
de prédios que possibilitariam ao mesmo tempo a intercomunicação das escolas como os
ideais de autonomia. O projeto baseava-se em espaços bem arborizados para possibilitar
o silêncio e a tranqüilidade, foi levado em consideração o clima da cidade, nas
dependências existiria boa ventilação e seu estilo arquitetônico seria completamente
inovador.
O primeiro plano urbanístico, descrito pelo jornalista Bello em 1971, citado por
Dias (2006, p. 100):

Os arquitetos Lourival Machado e Ronaldo Pintos Marques, apresentaram o


logotipo da Universidade, que a simboliza como pólo de desenvolvimento,
dando idéia de convergência e irradiação,num conjunto de palmas de babaçu
estilizadas nas cores verde e azul. [Figura 48]
O projeto descrito da seguinte maneira:” Em formato de semicírculo, o campus
será bem servido por sistema viário,mas no seu interior só circularão pedestre. A
ausência de carros e uma grande área verde assegurarão um ambiente de
tranqüilidade e silêncio. [Figura 49]

Figura 48: Logomarca da Universidade Federal do Piauí.


Fonte:Site da UFPI.

57
LEGENDA: 01-Centro de Tecnologia | 02-Centro de Ciências da Natureza | 03-CCE-Centro de
Ciências da Saúde | 04-Administração | 05-Centro de Educação e Centro de Artes | 06-Centro de
Ciências Humanas | 07-Setor de Informática e Setor Comunitário | 08-Setor de Serviços Gerais | 09-
Setor Esportivo

Figura 49: Proposta de implantação do campus da Universidade Federal do Piauí.


Fonte: DIPRO. Desenho Edson Castro,1973. Redesenho da autora.

O terreno localizado no Bairro Ininga escolhido para a implantação do campus,


segundo DIAS, 2006, na época era ocupado pela vegetação nativa bastante preservada,
por um pequeno centro educacional, pela Cerâmica da família Noé Fortes, um
loteamento denominado “Loteamento Capaz”, e a fazenda do Sr. Constantino Pereira
nas imediações. Tendo o acesso apenas pela estrada do fio de telégrafo dos correios e a
Avenida Nossa Senhora de Fátima.
Ocorreram modificações do projeto inicial para implantação, causada pela não
aquisição do terreno como um todo, por falta de pagamento da área para os
proprietários, pelo Governo do Estado. Com a alteração no formato do terreno,
ocorreram outros estudos para a locação das estruturas do campus (Figura 50).

58
Figura 50: Estudo de implantação do campus da Universidade Federal do Piauí.
Fonte: DIPRO. Autor desconhecido. Redesenho da autora.

Na Planta de Anexo I, de 15 de junho 1973, fornecida pela DIPRO -


Departamento de Obras da UFPI, onde esta desenhada a Primeira Proposta observa-se
toda a configuração urbana da cidade de Teresina. Na planta trabalhada pelos então
funcionários e arquitetos, desenhada por Edson Castro, foram marcadas as áreas
ocupadas das quadras da cidade, o que demonstra como o entorno do campus
encontrava-se distante das áreas mais urbanizadas e ocupadas da cidade.
O desenho mostrava propostas como a da atual ponte a Ponte da Primavera, e
vias e balões para facilitar o acesso e o fluxo, ligando a Av. Petrônio Portela (zona Norte),
a atual Av. Universitária (zona leste), hoje um das principais vias do entorno.
No processo inicial de construção, foram realizados os 10 galpões (Figura 51)
que abrigariam provisoriamente o setor educacional e administrativo e com o crescimento
da Universidade, estes passariam a abrigar somente o Setor de Serviços Gerais.

59
Figura 51: Vista aérea dos 10 galpões construídos.
Fonte:DIAS, 2006, p. 102.

Os arquitetos Lourival Machado e Ronaldo Pinto Marques da Universidade de


Brasília mas servindo à UFPI, revelaram que o plano de construção do campus
estava dividido em três etapas.
A primeira, seriam construídos três prédios destinados as áreas de Ciência da
Natureza com uma área coberta de 4 mil e 200 metros quadrados.
Na segunda etapa ocorreria construção de dois prédios com área coberta de 2
mil e 800 metros quadrados e ainda uma prédio com cerca de 1mil e 200
metros quadrados para o setor de Medicina. Na terceira e ultima fase seria
construídos um prédio com dependências para biblioteca e auditório, com uma
área de 1mil e 200 metros quadrados” (BELLO,1971 apud DIAS, 2006, p. 101).

Nos meados da década de 70, com a criação da Coordenação de Projetos e


Obras – CEPRO, as obras tiveram um grande impulso. Com a ampliação do quadro de
funcionários com cinco arquitetos José Poli Lopes Pereira, Francisco Washington Bandeira
Santos, João Alberto Carlos Monteiro, Neuza Galvão e Alberto José Bona e os
engenheiros João Carlos Barbosa de Siqueira e Marco Antonio Mastrângelo. Os projetos
foram ampliados e desenvolvidos, como instalados o Centro de Ciências Humanas e
Letras e o Centro de Ciências da Educação (DIAS, 2006).
Atualmente as instalações do Campus encontram-se inseridos em uma área
bastante urbanizada da cidade, na Figura 53 observa-se a demarcação do bairro Ininga
aonde esta o campus. Este conta com os prédios do Centro de Tecnologia, a Biblioteca
Central Jornalista Carlos Castelo Branco, a maior do estado, além do Hospital
Universitário e um Centro de Convivências. Na Figura 17 o mapa esquemático destas
estruturas atuais que continuam sendo mantidas com freqüentes reformas e manutenções,

60
sendo já necessárias mais ampliações para acompanhar o contínuo crescimento da
universidade.

Figura 52: Bairro aonde esta ineserido o Campus Petrônio Portela.


Fonte: PRODATER, 2005.

Sendo este o Campus Petrônio Portela sede da Universidade Federal do Piauí, e


principal referencia do Ensino Superior no Estado, confirmando a sua imensa necessidade
e importância para a comunidade.

61
Figura 53: Implantação do Campus Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí (2008).
Fonte: Arquiteto João Alberto Carlos Monteiro.

62
7.2 Estrutura Administrativa da UFPI

Segundo RODRIGUES (1998), a estrutura da UFPI é composta por órgão de


Administração Superior e órgãos da Administração Setorial.
Órgão de Administração Superior:
a) deliberativos e consultivos:
-Conselho de Administração-CAD, composto pelo Reitor, como Presidente, o
Vice-Reitor, como Vice-Presidente, os Prós-Reitores de Administração e de Parlamento,
dos diretores de Centro, de 2 (dois) representantes dos servidores técnico-administrativos
e da representação estudantil na proporção de 1/5 ( um quinto).
-Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão-CEPEX, composto pelo Reitor, como
Presidente, o Vice-Reitor, como Vice-Presidente, os Prós –Reitores de Ensino de
Graduação e de Pesquisa e Pós- Graduação, um representante de cada conselho
Departamental dos Centros, acrescidos da representação estudantil na proporção de 1/5
( um quinto).
-Conselho Universitário – CONSUN, órgão Maximo deliberativo, quem se
compõem pelo Reitor, como Presidente, o Vice-Reitor, como Vice-Presidente, os membros
do Conselho Deliberativo supra identificados, acrescido de 3 (três) representantes da
comunidade não –acadêmica, sendo 1 (um) da categoria dos empregadores, 1 (um) dos
empregados e 1 (um) da área cultural, indicados por seus sindicados, respectivamente.

b) executivos:
-Reitoria, composta pelo Reitor e Vice-Reitor
-Pró- Reitorias de Assuntos Administrativos, Assuntos de Planejamento, de Ensino
e Graduação, Pesquisa e Pós- Graduação, Extensão e de Assuntos Estudantis e
Comunitários.
- Órgãos Suplementares: Setor de Artes, de Informática, Comunitário e Esportivo.
Biblioteca Central, Editora Universitária e Hospital Universitário.

Órgãos da Administração Setorial, dividido em:


63
a)deliberativos e consultivos:
- Conselhos Departamentais, órgão relacionados à administração e didático –
científica, no âmbito dos Centros, compostos pelos seus Diretores e Vice- Diretores, dos
chefes de Departamentos, da representação docentes, formado por 2( dois) professores
dos Departamento dos Coordenadores de Curso, da representação estudantil1/5 (um
quinto)1/5 e 1 (um) representante dos servidores técnicos- administrativos.
-Assembléias Departamentais, primeira instância deliberativa, no âmbito dos
Departamentos, composto pelo Chefe de Departamento respectivo, como seu Presidente,
dos professores nele lotados, pela representação discente, na proporção de 1/5 (um
quinto), e de um representante dos servidores técnico administrativos, lotados no
respectivo Departamento.
-Colegiados de Cursos, um para casa curso, composto pelos respectivos
Coordenadores, e Sub-Coordenadores, como Presidentes e Vice-Presidentes, por um
representante docente por Departamento que ministre disciplinas específicas do curso, e
da representação discente, na proporção dos outros órgãos deliberativos.

b) executivos:
- Diretoria, exercido por um Diretor, incumbido de superintender, fiscalizar e
coordenar as atividades do Centro e suas dependências; na suas faltas e impedimentos,
substituídos por um Vice-Diretor.
-Departamento, para todos os efeitos de organização administrativos e didáticos
científicos, administrados por um chefe, assistido por um subchefe.
- Coordenação de Curso, vinculada a Diretoria, representado por um
coordenador e legalmente substituído por um sub-coordenador.

A estrutura organizacional da UFPI, segundo Relatório de auto- avaliação da


UFPI, 2006-2008
A FUFPI é constituída por um Conselho Diretor, composto por sete membros
efetivos, nomeados pelo Presidente da República. O Presidente do Conselho
Diretor da FUFPI é, também, o Reitor da UFPI.
As unidades gestoras estão organizadas em Órgãos Centrais e Unidades de
Ensino.
Os Órgãos Centrais são: Reitoria, Pró-Reitoria de Administração - PRAD, Pró-
Reitoria de Ensino de Graduação - PREG, Pró-Reitoria de Extensão - PREX, Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - PRPPG, Pró-Reitoria de Planejamento e

64
Orçamento - PROPLAN, Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários -
PRAEC, Vice-Reitoria e Biblioteca Central - BC.
As Unidades de Ensino são as seguintes: Centro de Ciências da Saúde - CCS,
Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL, Centro de Ciências da Natureza -
CCN, Centro de Ciências da Educação - CCE, Centro de Tecnologia – CT,
Centro de Ciências Agrárias – CCA, Campus Ministro Reis Veloso – CMRV,
Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB), Campus Profª. Cinobelina
Elvas – CPCE, Colégio Agrícola de Teresina – CAT, Colégio Agrícola de Floriano
– CAFS e Colégio Agrícola de Bom Jesus – CABJ. (UFPI, 2008)

E quanto a Administração superior da Reitoria segundo o Estatuto da


Universidade Federal do Piauí: o Capitulo I, Art. 3º ,2005.
Quanto às funções de cada setor administrativo, descritos e disponíveis no site da
UFPI, as Pró-Reitorias e suas Diretorias e Coordenações possui as seguintes
determinações:
1- Pró- Reitoria de Extensão (PREX) tem como objetivo o desenvolver a extensão
universitária, em uma perspectiva curricular, contribuindo para a motivação
no processo acadêmico. Em busca de uma integração dos estudos e
pesquisas desenvolvidos realizados pela comunidade acadêmica com a
sociedade. Em que a produção do conhecimento realizado traga uma melhor
qualidade de vida na sociedade em geral.

São princípios norteadores das atividades de extensão: (a) a relação social de


impacto entre a UFPI e demais setores da sociedade, como agente
transformador, enquanto instrumento de mudança em busca de melhoria da
qualidade de vida da população; a bilateralidade na relação com os outros
setores da sociedade, numa interação com grupos sociais, empresas e
organizações na troca de saberes populares e acadêmicos; (b)
interdisciplinaridade, caracterizada pela interação de modelos, conceitos
complementares e metodologias, buscando a consciência teórica e operacional,
que estruture o trabalho dos agentes no processo de extensão; (c) a
indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão que reafirme a extensão como
processo acadêmico de formação e de geração de conhecimentos.(UFPI, 2008)

2- Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG)- encarregada pela


política institucional da Pesquisa e Pós-Graduação. Com o objetivo de
incentivar e gerenciar a pesquisa científica e tecnológica na universidade e
realizar relações externas com outras instituições de ensino e pesquisa. Alem
da relação com as agências de financiamento, para o desenvolvimento da
Ciência e Tecnologia. Propor políticas, viabilizando as ações em relação ao
interesse e necessidade da sociedade como relação a tecnologia, cultura ,
economia e artístico. Divulgando as atividades realizadas junto a sociedade.
65
Dentro da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação estão suas
coordenadorias:
 Coordenadoria Geral de Pós-Graduação, responsável pela condução
dos programas de pós-graduação (mestrados e doutorados da UFPI),
e os cursos de especialização, aperfeiçoamento e residências. Tendo
como objetivo coordenar, assessorar e avaliar as atividades de Pós-
Graduação, através dos cursos lato sensu e programas stricto sensu,
promovendo entendimentos com órgãos de fomento e gestores, como
a CAPES e o INEP.
 A Coordenadoria Geral de PESQUISA (CGP)-tem os objetivos:
a) cadastrar os projetos de pesquisa desenvolvidos na UFPI; b) acompanhar os
projetos de pesquisa apoiados pela PRPPG/UFPI; c) coordenar o programa de
Iniciação Científica; d) certificar os grupos de pesquisa da UFPI; e) fazer a
relação externa da PRPPG com as instituições de fomento à pesquisa. (site UFPI,
2008)

 Coordenadoria Geral de Capacitação Docente - viabiliza ações de


qualificação dos docentes e técnicos da UFPI. Com orientações,
informações e encaminhamento de processo de afastamento para a
pós-graduação. Alem de gerenciar os programas institucionais de
bolsas, programas de capacitação de recursos humanos, como
acompanhar os docentes e técnicos em todo o processo de
qualificação.
 Coordenadoria de Informação em Ciência e Tecnologia (CICT)-tem
como função a difusão da Informação de Ciência e Tecnologia dentro
da instituição. Objetivo de coletar, e sistematizar e divulgar as
informações de Ciência e Tecnologia, promovendo eventos

3- Pró-Reitoria de Administração (PRAD)- tem com função coordenar, dirigir e


executar as atividades relativas a administração material, patrimonial,obras,
conservação, vigilância,comunicação, financeiro, transporte, e de pessoal
dentro da instituição. Formada pelas diretorias: Diretoria Administrativa e
Financeira (DAF) que coordena,planeja, controla e organiza as atividades da
pró-reitoria em relação aos registros, execução contábil e os recursos do
Tesouro Nacional e de Convênios da Universidade
66
Diretoria de Recursos Humanos (DRH), planeja, coordena, organiza e
desenvolve as atividades de manutenção, aplicação, controle e
desenvolvimento dos recursos humanos.
Diretoria de Projetos e Obras (DIPRO)- administra a estrutura física dos
campi, realiza a manutenção, elabora projetos e a execução do
planejamento das obras e serviços de engenharia da infra-estrutura dos bens
moveis da instituição.
Além das coordenadorias:
 Coordenadoria Financeira (CF)
 Coordenadoria de Serviços Gerais - CSG
4- Pró-Reitoria de Ensino de Graduação ( PREG) responsável pelo planejamento,
coordenação, execução e avaliação das ativididades relacionadas ao ensino
de graduação. Formada pela Diretoria de Administração Acadêmica (DAA),
que é responsável pelo sistema de matrícula da UFPI. E pelas
Coordenadorias de Estatística e Documentação de Ensino (CEDE),
Coordenadoria de Apoio e Assessoramento Pedagógico (CAAP),
Coordenadoria de Estágio Curricular Obrigatório (CEC) e a Coordenadoria
de Currículo (CC), Coordenadoria de Estatística e Documentação de Ensino
(CEDE) e Comissão Permanente de Concurso Vestibular (COPEVE).
5- Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) - responsável pelo
acompanhamento e execução financeira dos convênios da universidade com
terceiros. Realiza planos de extensão e pela aplicação do plano de
desenvolvimento institucional da universidade. Formada também pela
Coordenadoria de Planos, Programas e Projetos (CPPP), Coordenadoria de
Orçamento (COR), Coordenador de Planejamento Administrativo (CPA) e
Coordenadoria de Planejamento Informacional (CPI).
6- Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (PRAEC)- relacionada os
assuntos estudantis e comunitários subdividida em duas coordenações:
 Coordenadoria de Nutrição e Dietética (CND)- planeja, coordena e
supervisiona os serviços prestados pelo Serviço de Orientação Nutricional
e Dietética (SOND) e Restaurante Universitário (RU).A coordenadoria
criada no ano de 1996.

67
 Coordenadoria de Assistência Comunitária (CACOM), criada pelo
Magnífico Reitor da UFPI José Camilo da Silveira Filho, possuía
vinculação administrativa direta à Reitoria, era chamada de Coordenação
de Assistência ao Estudante. Com a criação da Pró-Reitoria de Assuntos
Estudantis e Comunitários, passou a ser Coordenadoria de Assistência
Comunitária (CACOM), em 1992. Possui por responsabilidade os
programas de assistência ao estudante e ao servidor da UFPI. Como os
serviços de benefícios ao estudante, serviços médicos, odontológicos,
psicossocial, e serviços de benéfico ao servidor.

68
Estrutura Organizacional da Universidade Federal do Piauí.
Fonte: Pró- Reitor de Planejamento Edilberto Duarte Filho. Redesenho da autora.

69
7.2.1 Levantamento Quantitativo Funcionários da Administração UFPI (2008)

Funcionários
REITORIA
Gabinete do Reitor (sala, estar, bwc) 1
Secretaria 2 (fixas)
Recepção 2
Assessor Jurídico do Reitor 0
Assessor de imprensa 0
Secretaria Administrativa 10
Secretaria dos Conselhos Superiores 6
Protocolo ( gabinete ) 5
Procuradoria Jurídica | PROJUR 1
Apoio - Procuradoria Jurídica | PROJUR 11
Cerimonial 1
Apoio - Cerimonial 5
Assessoria Especial 1(outros)
Auditoria interna 4
VICE – REITORIA (BLOCO 6)
Gabinete 1
Secretária 1
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação – PREG (BLOCO 6| 7)
Gabinete 1
Secretaria 1
Secretaria administrativa 4
Diretoria de administração acadêmica DAA 1
1
Divisão de programação e matricula DPM 1
Serviço de programação acadêmica SPA 2
Serviço de matrícula SM 5
Serviço de atendimento estudantil SAE 2
Divisão de controle acadêmico DCA 4
Serviço de registro diploma e certificado SRDC 4

70
Coordenadoria de apoio e assessoramento pedagógico CAAP 4
Coordenadoria de estatística e documentação de ensino CEDE 2
Coordenadoria de estágio curricular CEC 3
Coordenadoria de currículo CC 3
Sala de comissão própria de avaliação sala de reunião
Pró-Reitoria de Extensão – PREX (BLOCO 6)
Gabinete 1
Secretaria 1
Secretaria administrativa 4
Coordenadoria de programas e projetos de extensão CCPEX 1
3
Coordenadoria de cursos, sem. e estágios extracurriculares CCSEE 1
5
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PRPPG (BLOCO 6)
Gabinete 1
Secretaria 1
Secretaria administrativa 3
Coordenadoria Geral de Pós-Graduação – CGPG 1
Funcionários 2
Protocolo 2
Coordenadoria Geral de PESQUISA - CGP 1
Coordenadoria Geral de Informação em Ciência e Tecnologia - CICT 1
Funcionários 4
Coordenadoria Geral de Capacitação de Docentes – CGCD 1
2

Pró-Reitoria de Administração – PRAD (BLOCO 7e 7|8)


Gabinete 1
Secretaria 1
Secretaria Administrativa 2
Diretoria Administrativa e Financeira DAF 1
Secretaria Administrativa 2
Divisão de Contabilidade DC

71
Sistema Integrado de Administração Financeira SIAF
Divisão de Execução Financeira DEF 1
7
Coordenadoria Financeira - CF 1
Serviço de Protocolo 1
microfilmagem 9
Divisão de Patrimônio DP 1
Funcionários 9 alternam
turno
Divisão de Compras DC 1
Secretária 1
Funcionários 2
Comissão de Licitação 1
Funcionários 8
Diretoria de Projetos e Obras – DIPRO 1
Secretaria 1
Secretaria Administrativa 2
Divisão de Controle de Obras DCO 4
Divisão de Projetos DP 7
Seção de Desenho SD 3
Diretoria de Recursos Humanos – DRH 1
Secretaria 1
Divisão de Administração de Pessoal DAP 1
5
Serviço de Controle de Pagamento SCP 1
7
Seção de Direitos e Deveres SDD
Seção de Registro e Cadastro SRS
Divisão de Seleção e Orientação DSO 2
Serviço de Recrutamento e Seleção SOS
Sala de Informática 2
DDD atendimento ao publico 5
SAA Serviço de Avaliação e Acompanhamento 3

72
Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho SESMT 4
Sala de Reunião 30
Pró-Reitoria de Planejamento – PROPLAN (BLOCO ME 6|7)
Gabinete 1
Secretaria 1
Secretaria Administrativa 4
Coordenador de Planos, Programas e Projetos - CPPP 3
Coordenadoria de Orçamento - COR 2
Coordenador de Planejamento Administrativo - CPA 4
Coordenadoria de Planejamento Informacional - CPI 3
Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários – PRAEC (BLOCO
PRAEC)
Gabinete 1
Secretaria 1
Secretaria Administrativa 4

73
7.3 Reitoria da Universidade Federal do Piauí

O plano urbanístico do primeiro campus da Universidade Federal do Piauí foi


apresentado à comunidade no ano 1971, muitas modificações ocorreram do projeto
inicial ao projeto que esta realizada atualmente.

Figura 54: Localização da Reitoria no Campus da Universidade Federal do Piauí.


Fonte: Imagem Google Earth. Edição de imagem da autora.

O primeiro impasse surgiu com a não aquisição da totalidade dos terrenos que
faziam parte do projeto proposto, isso ocorreu por conta da falta de pagamento do
Governo aos proprietários dos terrenos, e adequações foram realizadas no projeto inicial.
Mesmo com uma nova proposta, a falta de recursos não permitiu a construção do projeto
como um todo.
Como explica o Arquiteto João Alberto Carlos Monteiro (2008), muitos dos
prédios construídos na universidade foram construídos de maneira pontual, a suprir
necessidades que surgiam ao longo do crescimento da universidade, e essas
necessidades são prementes e a serem resolvidas com recursos financeiros muito baixos.

74
Como explicado no referencial teórico sobre o histórico de formação da
Universidade, os primeiros blocos construídos foram 10 galpões periféricos ao esquema
do campus, que abrigariam provisoriamente o setor educacional e administrativo. Tendo
em vista que estes galpões iriam posteriormente abrigar somente o Setor de Serviços
Gerais.

Figura 55: Campus Petrônio Portela, vista aérea, 2005.


Fonte: Fotografo Meneses.

Em 2008, a Universidade Federal do Piauí consta com o Campus Ministro


Petrônio Portella, em Teresina; onde esta a sede da Reitora da Universidade
representando também os outros campi, Campus Ministro Reis Veloso, em Parnaíba;
Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos; e Campus Profª. Cinobelina Elvas,
em Bom Jesus; e três Colégios Agrícolas (Teresina, Floriano e Bom Jesus).
A sede da Reitoria dentro do campus Petrônio Portela, está em funcionamento de
maneira fragmentada (Figura 56), ocupando blocos e pequenos anexos construídos com
a intenção de suprir as necessidades de espaço físico para realização das atividades
administrativas. Tendo sua administração principal localizada nos blocos 06, anexo 06-
07, bloco 07 e anexo 07-08.

75
Figura 56: Mapa esquemático da distribuição dos blocos administrativos da UFPI, em vermelho.
Fonte: DIPRO, 2008. Redesenho da autora.

Os Blocos ocupados são módulos de tamanho geral de 100 x 20 metros, com


estacionamentos e áreas destinadas a jardins entre eles. A estrutura sem nenhum
tratamento plástico com aspecto de galpões é coberto em telhas de cimento amianto,
sustentadas por estruturas metálicas treliças apoiadas em pilares em concreto armado
aparente, estes com distanciamentos 6,50 metros no sentido longitudinal e 19,50 metros
transversal. A estrutura interna onde estão às salas de atividades administrativas é solta
do pilares, com recuo de 2,00 metros criando corredores laterais, com acesso direto aos
estacionamentos.
Os fechamentos são em paredes em alvenaria, com portas de madeira,
esquadrias das janelas de madeira e vidro, e piso simples em concreto ou piso interno em
granillite (Figura 57 a 59).
76
Figura 57: Localização Fachada Bloco 7.
Fonte: Fotografia da autora.

Figura 58: Fachada principal a Oeste da PREG.


Fonte: DIPRO, 2008

77
Figura 59: Fachada Lateral da PREG.
Fonte: DIPRO, 2008.

Com crescente desenvolvimento da Universidade, foram surgindo necessidades


de ampliação das estruturas, e por falta de renda foram realizadas ampliações como
medidas imediatistas. Os blocos menores, com certa de 40 x 20 metros, foram
construídos com aproveitamento do espaço e criando interligação, estes possuem a
mesma tipologia, apenas como sentido perpendicular aos blocos maiores (Figura 60). Já
é existente expansões dos próprios anexos, como a ampliação do anexo da Diretoria de
Recursos Humanos (DRH) (Figura 61).

Figura 60: Bloco Anexos.


Fonte: Fotografia da autora.

78
Figura 61: Planta de Locação anexo do DRH. Projeto de 2002. Atualmente já construido.
Fonte: DIPRO, 2008.

Esquematicamente (Figura 62), demonstra os acessos e as divisões espaciais das


áreas ocupadas pela Reitoria, Pró-Reitorias e suas respectivas Diretorias e
Coordenadorias; demonstrando que de modo funcional a estrutura dificulta a
compreensão do usuário aos locais de interesse, criando dificuldade para localizar os
serviços oferecidos.
A existência de diversos acessos teoricamente torna o local acessível, mas
desorganiza o ambiente e dificultando o controle de fluxo comprometendo a segurança
do local.

79
Figura 62: Esquema Representativo dos Setores Administrativos da UFPI.
Fonte: Desenho da autora.

80
Os locais de atendimento ao público não possuem uma devida estrutura o que
trazem transtornos; áreas como os Protocolos não possuem locais de espera e estão
localizados nos corredores externos diretamente ligados ao estacionamento, estes locais
abertos são sujeitos a intempéries. (Figura 63).

Figura 63: Estrutura da Pró-Reitoria de Extensão, guichê da Pós-Graduação, ao lado


do estacionamento.
Fonte: Fotografia da autora.

Locais de atendimento ao público como o Diretoria de Administração Acadêmica


(DAA), não são bem dimensionados, segundo funcionários do setor, em alguns períodos
do ano, a necessidade de atendimento a estudantes é maior, chegando a pico de mais
de 50 alunos em uma manha, e é existente apenas um balcão de atendimento para no
máximo de cinco pessoas.
Já locais como o Pró-Reitoria de Extensão que possui sala de espera com
algumas cadeiras e uma TV é possível observar toda fiação de comunicação em rede
exposta de modo desorganizado (Figura 64).

81
Figura 64: Sala de espera do Pro- Reitoria, e fios da rede de comunicação.
Fonte: Fotografia da autora.

A organização espacial internas dos ambientes também é confusa, em alguns


casos a existência de muitos funcionários e muitos móveis em um pequeno espaço, casos
de alguns setores da Pró-Reitoria de Administração (PRAD), como o Protocolo Geral o
Setor de Divisão de Contabilidade e este ultimo que alem dos serviços internos o
atendimento ao público é realizado em uma mesma sala. (Figura 63). Em outros casos
como a Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) são existentes amplos espaços para
poucos funcionários e poucos móveis.
As reformas internas são constantes e as paredes internas em alvenaria dificultam
as interferências, e em muitos espaços já foram acrescentadas divisórias de materiais
mais flexíveis. (Figura 65 e 66)

82
Figura 65: Setor de Divisão de Contabilidade .PRAD.
Fonte: Fotografia da autora.

Figura 66: DIPRO, sala de trabalho dos arquitetos.


Fonte: Fotografia da autora.

A falta de espaços adequados para os arquivos é outra questão em cheque,


como setor administrativo de uma fundação importante são existentes muitos documentos
e arquivos de segurança, alguns com necessidades de rápido acesso outros apenas como
arquivos históricos. Setores como a DIPRO possuem arquivos no corredor do acesso aos

83
banheiros (Figura 67). As áreas de serviços como cozinhas são existente em todos os
blocos com varias configurações, cada setor possui a sua, não existindo otimização dos
espaços (Figura 68).

Figura 67: Arquivo da Dipro no corredor para os banheiros.


Fonte: Fotografia da autora.

Figura 68: Entrada do Setor da Dipro, e cozinha de apoio a direita .


Fonte: Fotografia da autora.

84
Outro problema para as atividades da Reitoria e suas Pro - reitorias é a falta de
espaço para reuniões, problema vai desde salão nobre do Reitor, não dimensionado
corretamente para receber todos os participantes dos conselhos e administradores, como
também salas de reuniões menores para discutir e resolver problemas das respectivas
pró-reitorias, diretorias e coordenações.

Figura 69: Sala de Reunião dos conselho.


Fonte: Fotografia da autora.

Figura 70: Sala de Reuniões do Conselho .


Fonte: Fotografia da autora.

85
Os ambientes administrativos da UFPI estão em constantes reformas, como
exemplo as modificações que foram realizadas para DAA, PREG e os espaços para DRH
que apesar da reforma recente (2005), já se discute a falta de espaço para realização de
algumas tarefas. E os setores da DIPRO, PREX, e Reitoria, também possuem estudos de
reformas, estes ainda não foram realizadas.
A falta de planejamento não permite o crescimento adequado dos espaços físicos
da universidade, muitos ajustes e reformas são consecutivos, mas não respondem e não
resolvem os problemas da instituição. Com a nova proposta de um prédio exclusivamente
administrativo, esses blocos poderiam adequar-se a salas de aula, mas que ocorre-se
uma planejamento geral neste setor, pra evitar grande numero de anexos, facilitando
uma maior permeabilidade do espaço.

86
8. ANALISE DO TERRENO

Segundo Atcon (1970), os princípios de uma administração central de um centro


universitário é que esta é um serviço e não um poder; serviço responsável pelo bom
funcionamento de todos os setores da instituição, desde programas educacionais, as
boas estruturas físicas do campus.
Administração Central é impessoal e técnica, a serviço da coletividade
unicamente destinada a facilitar a boa marcha total da instituição. (ATCON,
1970 p. 74).

A fim de evitar “impressões tradicionais” do poder vinculado a este „serviço‟ a


área de instalação do prédio administrativo não deve ser instalada no epicentro do
campus. Mas que sua localização seja de fácil acesso tanto para aos usuários da
instituição, como „visitas‟ de profissionais que não participam da comunidade acadêmica,
com fácil acesso da cidade ao edifício, se possível a entrada e saída sem a necessidade
que estes usuários entrem ou cruzem todo o campus. (ATCON,1970).
O Campus Ministro Petrônio Portela esta inserido na área urbana da cidade de
Teresina- PI, localizado na zona leste, no Bairro Ininga. Quanto a legislação e
zoneamento da cidade de (Legislação Municipal 2006) o Campus esta situado em uma
ZE3/01, sendo uma Zona Especial de Concentração de Atividades Educacionais e de
Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Figura 71).

Figura 71: Mapa esquemático da cidade de Teresina-PI.Localização do Bairro Ininga.


Fonte: Imagem de Teresina Prodater. Edição da imagem da autora.
87
As principais vias de acesso ao campus são (1) Avenida Petrônio Portela,
passando sobre a Ponte da Primavera, pela (2) Avenida Raul Lopes e (3) Av. Nossa
Senhora de Fátima (Figura 72).

Figura 72: Mapa esquemático delimitação do Bairro Ininga. Linhas de acesso ao Campus.
Fonte: Mapa de Teresina Prodater.Edição da imagem da autora.

Figura 73: Entrada principal da UFPI, acesso pela Av. Nossa Senhora de Fátima.
Fonte: Edição da imagem da autora.

O terreno escolhido para implantação do projeto da Reitora, esta inserido no


Campus Universitário Petrônio Portela, por trás do bloco da Biblioteca e do clube da
ADUFPI, e próximo ao proposto bosque e lago da universidade. A implantação da

88
estrutura neste local permitirá o uso de terrenos ainda não utilizado no campus, com a
proposta de urbanizar este local, valorizando os espaços.
A figura 74 apresenta um mapa esquematizado da imagem de satélite, onde foi
sobreposto desenho da faixa do terreno indicado em vermelho, e as novas vias propostas
pela Diretoria de Obras, com projeto geométrico de vias já realizado por Departamento
de Engenharia do Centro Tecnológico.

Figura 74: Mapa esquemático delimitação do terreno proposto.


Fonte: Mapa de Teresina Prodater. Edição da imagem da autora.

Figura 75: Cotas do Terreno.


Fonte: Edição da imagem da autora.

O terreno corresponde a um faixa de 100 metros de largura por 400 metros de


comprimento, com área total de 34 mil metros quadrados de vegetação natural.

89
Quando a declividade do terreno foi estudada as curvas de níveis (Figura 76),
através de mapas dos levantamentos topográficos realizados pela Diretoria de Obras
(DIPRO), onde inclinação mostra uma diferença de apenas 10 metros, que distribuídos
em uma área de 400 metros, considera-se um terreno plano, ainda com a possibilidade
de direcionar a drenagem para o lado oeste onde esta o Lago.

Figura 76: Curvas de nível sobre o terreno de implantação da Reitoria; sobre a planta topografia de 10 de
março de 1978.
Fonte: Dipro, redesenho e trabalho de imagem da autora.

As vias internas de acesso ao local, proposto pela Diretoria de Obras são


representadas na Figura 89, e foram em parte realizados, alguns caminhos já abertos
como a via 02 (Figuras 77 a 80).

Figura 77: Mapa esquemático acesso ao terreno por vias internas da universidade.
Fonte: Edição da imagem da autora.

90
Figura 78: Via interna da UFPI, proximo ao Setor de Esportes.
Fonte: Fotografia da autora.

Figura 79: Acesso via internas da UFPI proposta (2), proximo ao Centro de Tecnologia.
Fonte: Fotografia da autora.

Figura 80: Acesso via interna proposta (1), proximo a Biblioteca Cetral e anexo do CCE.
Fonte: Fotografia da autora.

91
Figura 81: Estudo de insolcao.
Fonte:Programa Sol-Ar.

92
9. PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidade teve como foco principal as instalações de


funcionamento administrativo, Reitoria e todas as Pró-reitorias. Tendo como base os
levantamentos técnicos realizados na pesquisa já apresentada. Observou que alguns
setores relacionados às diretorias coordenadorias e divisões existentes que fazem parte
das pró-reitorias, possuem atividades diferenciadas, em que algumas necessitam de
espaços para atendimento direto ao público enquanto outras atividades requerem
espaços mais isolados para funcionamento interno.
O programa foi elaborado de modo a cumprir as exigências administrativas,
também permitindo um crescimento dos espaços destinados. Alem de inserir espaços
para permitir maior conforto aos usuários e de manutenção da estrutura do edifício.

9.1 Reitoria
-Recepção Geral
-Área aberta de exposição
-Recepção
-Secretaria Administrativa
-Secretaria dos Conselhos Superiores
-Arquivo
-Almoxarifado
-Protocolo (do gabinete)
-Arquivo
-Procuradoria Jurídica (PROJUR)
-Sala de apoio da PROJUR
-Assessoria especial
-Auditoria interna
-Salão de Atos
-Gabinete do Reitor
-Sala do Reitor
-Sala de estar
-Reunião

93
-Banheiro
-Secretarias
-Chefe de Gabinete
-Assessoria Jurídica
-Assessoria de imprensa
-Cerimonial
-Chefe
-Sala de Apoio
-Vice - reitoria
-Secretaria
-Gabinete
-Sala de estar
-Banheiro

9.2 Pró-Reitorias

Pró-Reitoria de Ensino de Graduação – PREG


-Secretaria
-Secretaria administrativa
-Gabinete
-Diretoria de administração acadêmica DAA
-Secretaria
-Diretor DAA
-Divisão de controle acadêmico DCA
-Serviço de controle acadêmico
-Sala de Atendimento ao Publico
-Serviço de registro e controle acadêmico SRDC
-Serviço de atendimento estudantil SAE
-Sala de Atendimento ao Publico
-Serviço de matrícula SM
-Divisão de programação e matricula DPM
-Serviço de programação acadêmica SPA

94
-Arquivo

-Coordenadorias
-Recepção
-Coordenadoria de apoio e assessoramento pedagógico CAAP
-Coordenadoria de estatística e documentação de ensino CEDE
-Coordenadoria de estágio curricular CEC
-Coordenadoria de currículo CC
-Sala de comissão própria de avaliação
-Arquivos

Pró-Reitoria de Extensão – PREX


-Secretaria
-Secretaria administrativa
-Gabinete
-Coordenadorias
-Coordenadoria de programas e projetos de extensão CCPEX
-Sala de Apoio
-Coordenadoria de cursos, sem. e estágios extracurriculares CCSEE
-Sala de Apoio

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PRPPG


-Secretaria
-Secretaria administrativa
-Gabinete

-Coordenadorias
-Coordenadoria Geral de PESQUISA – CGP
-Sala de Apoio (atendimento ao público)
-Coordenadoria Geral de Capacitação de Docentes – CGCD
-Sala de Apoio
-Coordenadoria de Informação em Ciência e Tecnologia – CICT

95
-Sala de Apoio
-Coordenadoria Geral de Pós-Graduação – CGPG
-Sala de Apoio
-Protocolo
-Arquivo
-Xerox

Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários – PRAEC


-Secretaria
-Secretaria administrativa
-Gabinete

Pró-Reitoria de Administração – PRAD


-Secretaria
-Secretaria administrativa
-Gabinete

-Diretoria Administrativa e Financeira – DAF Secretaria administrativa


-Chefe
-Divisão de Contabilidade DC
-Sistema Integrado de Administração Financeira SIAF
--Divisão de Execução Financeira DEF
-Sala de Apoio

-Coordenadoria
-Coordenadoria Financeira – CF

-Serviço de Protocolo
-Sala de Apoio
-Sala de Microfilmagem

Divisão de Compras DC

96
-Chefe
-Secretária (atendimento publico)
-DC (Sala SEPRO)
-DC (Com. Licitação)
-Sala de Apoio
-DC (Sala de Reunião)
-Arquivo

-Diretoria de Recursos Humanos – DRH


-Secretaria
-Gabinete
-Divisão de Administração de Pessoal DAP
-Sala de Apoio
-Serviço de Controle de Pagamento SCP
-Sala de Apoio
-Seção de Direitos e Deveres SDD
-Seção de Registro e Cadastro SRS
-Divisão de Seleção e Orientação DSO
-Serviço de Recrutamento e Seleção SOS
-Sala de Informática
-DDD atendimento ao publico
-SAA Serviço de Avaliação e Acompanhamento
-Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho SESMT
-Sala de Reunião

Pró-Reitoria de Planejamento – PROPLAN


-Secretaria
-Secretaria administrativa
-Gabinete
-Coordenadorias
-Coordenador de Planos, Programas e Projetos – CPPP
-Coordenadoria de Orçamento – COR

97
-Coordenador de Planejamento Administrativo – CPA
-Coordenadoria de Planejamento Informacional – CPI
-Sala de Reunião
-Arquivo
-Xerox

Prefeitura da UFPI (Diretoria de Projetos e Obras – DIPRO)


-Prefeito
-Secretaria
-Secretaria administrativa
-Divisão de Projetos DP Chefe
-Secretárias
-Arquitetos
-Seção de Desenho SD
-Maquinas
-Arquivo da UFPI
-Divisão de Controle de Obras DCO Chefe
-Secretária
-Engenheiros

Comissão Permanente Docente


-Secretaria
-Sala de Reunião
-Arquivo

9.3 Serviços Gerais


- Guarita
- Estacionamento privativo Reitor
- Bateria sanitária para funcionários com vestiário
- Depósito de lixo
- Depósito Geral
- Lixo

98
- Serviços

9.4 Geral
- Estacionamento Geral
- Atendimento público ( espaço aberto )
- Auditório
-Foyer
- Platéia
- Palco
- Cabine som e luz
- Bateria Sanitárias
- Cozinha
- Depósitos
- Despensa
- Escadas de incêndio

99
10. PROJETO

Diante da importância social e política das atividades da reitoria para UFPI, foi
realizado o projeto seguindo bases teóricas, históricas, pesquisa e levantamentos técnicos
atuais, para a proposta de uma sede administrativa adequada para a instituição.
Aspectos primordiais foram considerados no desenvolvimento de projeto, como o
estudo de um ambientes corporativo que atenda as necessidades da UFPI, bem como as
suas visões de crescimento. A implantação de um prédio com ambientes satisfatórios
garantem um conforto para os usuários e trás maior satisfação aos funcionários, com
melhorias da produtividade, e por conseqüência o crescimento da instituição.
A realidade da reitoria da UFPI atualmente conta com espaços provisórios, com
diversos anexos e rearranjos projetuais construídos. Não adianta fazer projetos tendo em
vista que a construção de anexos resolva de maneira imediata os problemas. Também é
equivocado pensar em materiais e soluções baratas. Em ambos os casos os custos saem
onerosos em longo prazo.
A proposta projetual da Reitoria da Universidade Federal do Piauí buscou uma
solução de desenho adequada, sem rebuscamentos desnecessários, mas sem perder a
qualidade arquitetônica. As soluções possuem respeito aos custos públicos, procurando
dotar os espaços de funcionalidade, assim como uma escolha minuciosa de materiais
com o fim de dar melhor acabamento e estética.

10.1 Critérios projetuais

10.1.1 Escolha do Terreno

A escolha do Terreno levou em conta alguns condicionantes prioritários:

- A área de implantação da edificação está situada dentro da área urbanizada


da capital, com grandes vias estruturadas permitindo um fácil acesso. O edifício da
reitoria permite ser a sede principal de todos os campi da Universidade Federal do Piauí
no Estado.
100
-O projeto visa com a implantação do Edifício Administrativo, criar espaços de
lazer e esporte nas proximidades do Lago e do Bosque, valorizando essas áreas marginais
e criando um pólo de atração agradável, não apenas para os usuários da UFPI, mas
para toda a população da cidade. Realizando em volta destas áreas um tratamento
paisagístico de indiscutível valor, com a criação de parques e recuperação das matas
verdes já existentes.

10.1.2 Definições básicas do programa

- Sua característica básica do Setor Administrativo decorre de sua própria


conceituação. È importante dotar a edificação pública com soluções de uma arquitetura
auto-sustentável, adequada às necessidades atuais tendo em vista um crescimento
planejado da Universidade.
- Para o estabelecimento das necessidades básicas de cada Pró-reitoria e
Reitoria, foi elaborada uma pesquisa junto aos órgãos específicos, realizando um estudo
de projeções em cada setor.

10.2 O Partido urbanístico

- As vias externas de maior acesso ao campus estão bem próximas da edificação:


Avenida Raul Lopes, Avenida Nossa Senhora de Fátima e Avenida Universitária. E por
todos esses acessos serão construídas vias internas ao campus, criando conexões com o
sistema viário existente na cidade, possibilitando um acesso mais cômodo.
- Próximo a Avenida Universitária sugere-se fazer uma nova entrada para a
Universidade permitindo um acesso mais direto a Reitoria, facilitando o fluxo de carros,
transportes públicos, pedestres, bicicletas etc. Essa opção somente ajuda a integrar o
campus ao sistema viário existente. Em se pensar que a Universidade tem como função
trabalhar para a cidade, houve a preocupação de inseri-la na vivência social e urbana.
- A estrutura do campus atualmente encontra-se completamente inserida na
malha urbana de Teresina. Sendo um local de interligação de setores residenciais e
comerciais. A abertura de mais uma via auxiliaria em melhor distribuição e
permeabilidade do tráfego existente.

101
10.2.1 Estacionamento

- A via interna a norte, fará conexões nas áreas dos estacionamentos sem
interferência com a circulação de pedestre ou cruzamento com outras vias.
-O estacionamento foi resolvido segundo cálculos dimensionados de acordo
com as normas do Código de Obras da Cidade da Teresina- PI, em empreendimento de
Serviços Públicos em Geral (classificação „F‟) o que na lei determina o número de vagas
em vias Locais 1vaga / 60 m²; a totalidade de área construída da edificação representa
10842,26 m²; que obrigatoriamente necessitaria de 180 vagas.
-A área de estacionamento proposta possui 282 vagas, sendo 8 vagas
destinadas a portadores de necessidades especiais.

10.2.2 Organização Espacial

- Optou-se pela criação de um edifício composto por dois blocos de forma


integrada, enfatizando a verticalidade na Reitoria (Bloco 1 ) e a horizontalidade no
setores da Pró reitoria (Bloco 2 ). Os dois blocos foram conectados por passarelas, de
maneira a criar uma composição volumétrica assimétrica, porém de fácil leitura,
permitindo uma dinâmica visual.
- Em relação à implantação, a edificação foi distanciada da via circundante
frontal, a sul. Houve dessa forma a intenção de criar um espaço cívico (praça) entre o
passeio e o acesso principal. Enfatizando o caráter público e marcando a entrada do
conjunto arquitetônico, fazendo com que a austeridade volumétrica da edificação fosse
mais bem notada por meio da valorização dos grandes espaços exteriores.
- A via interna a norte ficou mais aproximada do setor de serviços, permitindo a
entrada especial da garagem exclusiva para o Reitor, e serviços de manutenção interna.
Bem como acesso a carga e descarga, um ponto de ônibus, e ao fim entrada para o
estacionamento geral.

102
10.2.3 Áreas verdes

- A edificação estabelece uma relação com o espaço exterior de modo a ser


integrante, ao mesmo tempo em que se aproveita dos grandes vazios externos para ser
notada. Mas será cabível a preservação máxima das massas de vegetação já existente no
local de forma a conduzir tratamento paisagístico harmonioso e agradável, preservando
um maior número de árvores adultas no local.
- Foi reservada uma área de 5431,22 m² equivalente a 15,30% para um bosque
a leste entre biblioteca e reitoria. As ondulações e depressões existentes no terreno devem
ser preservadas, com a finalidade de criar certa movimentação e contraste às áreas que
serão realizadas regularização do terreno.
- A proporcionalidade percentual ficou de maneira que 45% do terreno ficaram
destinados as áreas verdes, 17% do terreno para o estacionamento, 10% para as vias
locais, 22% para passeio público, e 6% projeção horizontal da edificação construída
sobre área total do terreno.
- O grande espaço dedicado para as áreas verdes valoriza os prédios
construídos no campus, permitindo a permeabilidade do solo, além de possuir o intuito
de amenizar as altas temperaturas locais.

103
10.3 O Partido arquitetônico

- O partido arquitetônico teve como orientação o objetivo de um projeto


racional, sustentável e econômico de modo a permitir a viabilidade do empreendimento
sem prejuízo das soluções plásticas e funcionais adequadas.
Optou-se pela composição de dois blocos de forma integrada, Reitoria (Bloco 1 )
e Pró reitoria(Bloco 2 ).

10.3.1 Estrutura

- Quanto aos aspectos técnico-construtivos o conjunto foi lançado dentro de


uma malha regular compondo uma trama estrutural modulada. O sistema estrutural
adotado se compõe de vigas e pilares metálicos, completado por lajes steel deck (laje
formada por uma fôrma metálica que suporta o concreto).
- A vantagem dessa estrutura é a sua rápida montagem, permitindo uma obra
controlada, evitando desperdícios, tendo em vista que as peças metálicas são
encaminhadas para o canteiro de obra em dimensões e quantidades corretas, tornando o
ambiente limpo e a construção eficiente.
- As paredes externas serão em geral em alvenaria simples, nas fachadas a oeste
e noroeste é sugerido blocos de sical. No revestimento externo será utilizada fachada tipo
ventilada por conta do bom desempenho térmico e auxílio na redução das cargas do
condicionamento de ar.

10.3.2 Distribuição espacial

De maneira a aperfeiçoar os espaços internos e facilitar fluxos, foram dispostos


de maneira regular e sobrepostos a circulação vertical e a baterias de apoio (com
banheiros, banheiros adaptados para deficientes físicos, cozinha, despensa e depósito de
material de limpeza) além de cada bloco possuir saídas de incêndio com fácil acesso.

104
10.3.3 Flexibilidade

Trabalhou-se com a idéia do máximo possível de flexibilidade no setor


administrativo. A organização dos espaços foi executada de maneira racional,
fundamental para geração de espaços flexíveis que atendam de forma satisfatória ao
programa proposto e a possíveis re-arranjos futuros. Com a utilização de divisórias, piso
elevado para a passagem de cabos e tubulação. Esses aspectos permitem a
sustentabilidade do prédio, as possibilidades de continuo uso desse espaço.

10.3.4 Bloco 01- Reitoria

- Para enfatizar o caráter público foi criada uma pequena praça frontal ao bloco,
que permite acesso e espaço adequado para realizações de cerimônias. Este espaço
destaca a estrutura do prédio da Reitoria- o setor administrativo a serviço do
desenvolvimento de toda a instituição.
- A praça é complementada pela plasticidade da fachada sudoeste, esta que
busca uma elegância nas paredes altas de desenho reto e limpo, em que o branco as
torna uma forma abstrata contemplativa. Em suas reentrâncias, além do aspecto plástico
há a preocupação climática de servir com brises-solei, para a proteção os panos de
vidro.
- Logo após a porta principal está localizada a recepção geral e o acesso a
circulação vertical. As baterias de apoio, e escada de saída de emergência, encontram-se
mais a oeste protegendo as demais salas da forte incidência solar.
- Nos primeiros andares estão os setores administrativos e a Vice-Reitoria. No
terceiro andar o gabinete do Reitor, no quarto o Salão de Atos, e no último andar espaço
destinado a um restaurante.

10.3.5 Galeria e passarelas

- A interligação entre o Bloco 1 da Reitoria e Bloco 2 das Prós- reitorias nos


pavimentos superiores é realizada por meio de passarelas.

105
- No pavimento térreo a interligação é realizada por uma galeria para
exposições artísticas que vence a diferenças de cotas do terreno através de uma rampa
sutil de pequena inclinação, este espaço possui um pé direito alto e variado, e conta com
uma iluminação zenital e um jardim em toda sua extensão, tornando o local de
passagem mais agradável.

10.3.6 Bloco 2 - Pró – reitorias

- O Bloco possui malha regular com pilares em distanciamento 8,5m no sentido


longitudinal e 9m no sentido transversal. Optou-se pela solução horizontal no bloco, com
suas paredes laterais leste e oeste cegas, como septos. E fachadas norte e sul abertas,
permitindo uma maior ventilação e iluminação criando maior integração visual com a
paisagem dominante.
- Sua circulação vertical e bateria de apoio, encontram-se centralizadas no bloco
permitindo uma melhor distribuição de fluxos. Do 1º ao 4º andar é destinado aos
escritórios das Pró–reitorias, com suas respectivas diretorias, coordenadorias e quando
necessários localizados nos primeiros andares estão os setores que possui maior
atendimento ao público.
- O quinto andar prevê a concentração de equipamentos mecânicos, evitando
criar pequenos anexos de serviços no entorno próximo ao prédio.
- No piso térreo, para valorizar a permeabilidade do térreo, deixou-se livre parte
do setor, através do uso de pilotis, destinando ainda nesse espaço uma estrutura de
atendimento ao público quando este fluxo for mais intenso. A entrada principal está
marcada por meio da escadaria e a integração com Galeria. Permitindo o acesso a esses
espaços através de uma passagem primeira pela recepção. Tornando mais controlada a
entrada e saída dos usuários do prédio, visando garantir uma maior segurança ao local.
- Com o aproveitamento do desnível do terreno, foi implantado no térreo o
auditório para 166 lugares, para eventuais palestras ou maiores reuniões da
administração.

10.3.7 Setor de Serviços

106
- O setor de serviços está localizado a oeste do terreno de maneira a evitar
conflito de fluxos, o volume de pequena escala, permite a integração dos serviços
auxiliares com os demais blocos, aproveitando os desníveis do terreno para realizar sua
coberta plana impermeabilizada com teto jardim, para integra-se ao contexto.
- A parte de serviço possui acesso pela via local mais a norte, permitindo acesso
restrito a garagem privativa ao Reitor, mas poderá servir também para o setor de serviços
internos, para eventuais manutenções ao prédio. A guarita desta garagem encontra-se
inserida neste volume.
- A integração deste setor também é estabelecida por circulações internas do
prédio, permitindo fluxo sem conflitos para descarregar objetos, e acesso a depósitos e
despensas gerais. Também foi criado um local apropriado para aos funcionários, sua
bateria própria de apoio com vestiários, banheiros, cozinha e uma pequena praça
interna, com iluminação zenital, valorizando o espaço e trazendo conforto ao ambiente.

107
11. ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

108
109
110
12. ANALISE SOLAR

As análises realizadas buscaram uma melhor adequação quando possível dos


fechamentos e proteções nas fachadas do edifício.

12.1 Bloco 1

Foram dispostas internamente funções que valorizassem a fachada Sudeste, que


possui uma insolação mais amena com locais de trabalho, como os escritórios, e a
Noroeste com a insolação é mais intensa foi disposto a bateria de apoio. A fachada
Sudoeste recebeu atenção especial, tanto por ser fachada principal, como pela forte
insolação. Inicialmente foram calculadas as angulações das inclinações das fachadas em
relação ao Norte (Figura 83).

Figura 82: Planta baixa esquemática Bloco 1, ângulos relação fachada ao norte.
Fonte: Desenho da Autora.

111
Figura 83: Carta solar, insolação fachada a Sudeste e faixa de proteção solar.
Fonte: Programa Sol-Ar.

A fachada Sudeste (Figura 84) recebe insolação durante todo o ano,


principalmente no período da manha, sendo uma insolação mais amena, mas foram
tratadas aberturas com recuos nas fachadas, permitindo a iluminação generosa nas salas
do Bloco 1.
No solstício de inverno a insolação na fachada ocorre das 6 ate as 10:30 da
manha, e no solstício de verão até às 12:30.

112
Figura 84: Carta solar, insolação fachada a Noroeste.
Fonte: Programa Sol-Ar.

A fachada Noroeste (Figura 85) recebe insolação durante todo o ano,


principalmente no período da tarde, sendo uma insolação mais intensa, mas foram
realizadas pequenas aberturas e voltados para essa fachada os blocos de bateria de
apoio (sanitários, cozinha, depósitos e despensas).
No solstício de inverno a insolação na fachada ocorre a partir das 11:30 da
manhã, e no solstício de verão a partir das 13 horas.

113
Figura 85: Carta solar, insolação fachada a Nordeste e faixa de proteção solar.
Fonte: Programa Sol-Ar.

No solstício de inverno a insolação na fachada ocorre até as 15 da tarde e no


solstício de verão até as 8:45 horas da manhã.
Nesta fachada estão situadas as passarelas de interligação entre os Blocos 1 e 2,
formando brises de proteção .

114
Figura 86: Carta solar, insolação fachada a Sudoeste e faixa de proteção solar.
Fonte: Programa Sol-Ar.

A fachada principal do prédio a Sudoeste (Figura 87) recebe forte insolação solar
no solstício de inverno em um período menor das 16 às 18 horas, e com o passar dos
meses vai aumentando gradualmente ate ao ápice no solstício de verão em que isolação
inicia-se a partir das 10 horas da manhã.
A proteção a esta fachada foi amenizada com brises verticais, ângulo beta direita
1 de 46º, ângulo beta direita 2 de 62º, ângulo beta esquerda 1 de 46º, ângulo beta
esquerda 2 de 61º. Insolação entre foi amenizada sendo em outubro a setembro, entre
12:30 às 18 horas, e janeiro a dezembro entre 11 ao meio dia.

115
12.2 Bloco 2

O Bloco 2, em que estão os escritórios administrativos das pró-reitorias, esta


implantado no sentido leste / oeste. As fachadas Leste e Oeste são fachadas cegas, como
septos.

Figura 87: Planta baixa esquemática Bloco 2, ângulos relação fachada ao norte.
Fonte: Desenho da Autora.

Fachada Leste recebe sol durante todo o ano, no período das 6 ao meio dia
(Figura 89). A fachada Oeste, recebe sol durante todo o ano, no período de meio dia às
18 horas. (Figura 90)

Figura 88: Carta solar, insolação fachada a Leste.


Fonte:Programa Sol-Ar.
116
Figura 89: Carta solar, insolação fachada a Oeste.
Fonte: Programa Sol-Ar.

A fachada Norte recebe sol no solstício de inverno durante todo o dia e a


fachada Sul recebe sol no solstício de verão durante todo o dia. Mas as circulações
laterais as salas de trabalho, funcionam como brises horizontais, em que as salas
receberam iluminação, mas não insolação solar direta. (Figura 91 )

Figura 90: Desenho representativo dos ângulos da proteção formada pelos corredores laterais. A esquerda
fachada a norte, a direita fachada a sul.
Fonte: Desenho da autora.

117
Figura 91: Carta solar, insolação fachada a norte e faixa de proteção solar do brise horizontal, 51º.
Fonte:Programa Sol-Ar.

Figura 92: Carta solar, insolação fachada a sul e faixa de proteção solar do brise horizontal, 45º.
Fonte: Programa Sol-Ar.

118
13. ESPECIFICAÇÕES

O presente memorial tem por objetivo complementar e estabelecer as condições


técnicas essenciais, que regerão o uso de materiais a serem utilizados na construção do
projeto do edifício sede da Reitoria da UFPI.

13.1 Disposições gerais:

As execuções de todos os serviços contratados deveram estar de acordo com


memorial de especificações, e toda a mão de obra a ser empregada deverá ser
especializada.

13.2 Estrutura

O sistema estrutura principal será em pilares metálicos perfil H, vigas metálicas


perfil em I, e laje tipo stell deck.
As estruturas de concreto estão em itens como lajes, rampas, caixas d´água, e
fundações identificadas no projeto.
Cálculos estruturais de dimensionamento deveram ser realizados por engenheiro
especializados.
Ver pranchas de detalhamentos.

13.3 Cobertura

A coberta dos Blocos 1,2 e passarela será em estrutura mista, alvenaria como
base de apoio da estrutura metálica, e usará telha metálica tipo sanduíche, com
isolamento termo- acústico com pintura eletrostática branca.
Calha em concreto impermeabilizada.
Cálculos estruturais de dimensionamento deveram ser realizados por engenheiro
especializados.

119
13.4 Fechamentos

Fechamentos externos e paredes internas especificadas no projeto em geral serão


em alvenarias convencional, tijolos de barro cozido de seis furos. E para melhor proteção
térmica, as fachadas a oeste e noroeste deveram ser em blocos de sical.
Os fechamentos em setores nos ambientes internos serão em divisoras Abatex.
Divisórias em Módulo Zn, painel cego do piso a 900 mm, com “2” segmentações
horizontais acabamento laminado lisos de baixa pressão BP.BCO; e painel de 900mm
até o teto,com “3”segmentações horizontais em Vidro fosco (setores de chefia) ou
transparentes ( áreas gerais de escritórios ).
Todos os Perfis com acabamento Polido PO. Abr.
Com Portas nesses ambientes do mesmo material das divisórias em Modulo L
(Módulo de porta do piso ao teto). Acabamento MN. Mog.

13.5 Revestimento

13.5.1 Paredes

Nos revestimento de alvenarias em tijolo comum e blocos de sical antes de ser


iniciado qualquer serviço de revestimento deverão ser testadas todas as canalizações. As
superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes do serviço de revestimento,
serão previamente chapiscadas com argamassa, serão constituídas de no mínimo duas
camadas superpostas contínuas e uniformes: emboço e reboco.
Os revestimentos em geral em paredes em alvenaria serão pintadas com tinta
acrílica acabamento fosco Suvinil cor Branco Gelo. Em áreas molhadas (baterias de
apoio) nos blocos 1 e 2 , terão revestimento tipo em meia parede, Porcelanato Portinari,
linha Essence, Bianco ACT Ret 45x45. E pintura nas paredes com tinta acrílica fosco da
Suvinil cor Branco Gelo. (ver prancha de detalhamentos).
Em áreas molhadas (baterias de apoio) no setor de serviços, terão revestimento
tipo em meia parede em cerâmica da cecrisa, linha Basics, Almond Basic Matte, formato

120
30cm x 30cm, pei3, rejuntados com argamassa na cor da cerâmica. E pintura nas
paredes com tinta acrílica fosco da Suvinil cor Branco Gelo. (ver prancha de
detalhamentos).
Na galeria de interligação bloco 1 bloco 2 parede interna indicadas (ver prancha
de detalhamento), será revestida em pedra Ouro Branco escovado. (em placas de
grandes dimensões regulares).
Nos revestimento das fachadas externas em geral serão revestidas tipo fachada
ventilada placas cerâmicas Terrart da NBK, cor Maremma natural. Dimensões altura 600
mm x largura 1800 mm x 40 mm de espessura. Nas fachadas externas a oeste e noroeste
serão revestidas tipo fachada ventilada placas cerâmicas Terrart da NBK, cor Volterra
natural. Dimensões altura 600 mm x largura 1800 mm x 40 mm de espessura

13.5.2 Piso

Piso térreo externo (PTE) - cimentado áspero natural em placas de 1.00 x1. 00 m
espessura mínima de 5 cm,juntas secas.
Piso térreo interno (PTI) - Piso Portinari PEI-5 Loft DGR Retificado 45x45cm.
Piso auditório (PTA) - Piso elevado Knauf FHB (dimensões placas 600x1200mm)
e acabamento em carpete Têxtil Beaulieu, linha Elements, cor Iceberg.
Piso geral nos setores de escritório (P1) - piso elevado Knauf FHB (dimensões
placas 600x1200mm) e acabamento em laminado Poliface Office, cor Manzano.
Piso bateria de apoio (P2)- piso elevado Knauf FHB (dimensões placas
600x1200mm) e acabamento Porcelanato Portinari, linha Essence, Bianco ACT Ret
45x45.
Piso bateria de apoio áreas de serviço, (P3)- piso cerâmica da Cecrisa, coleção
Basics, White Basic Matte, formato 30cm x 30cm, pei4 , rejuntados com argamassa na
cor da cerâmica.
Jardim interno (PJ1 )- devera ser feito o sistema de drenagem, tirar cascalhos e
raízes, sem resto de material de construção ,10cm de camada de seixo ou brita, 20 cm
de terra vegetal, forração de Ophiopogon japonicus (Grama-preta ).

121
Jardim externo.( PJ2)-devera ser feito o sistema de drenagem, tirar cascalhos e
raízes, sem resto de material de construção (entulho), 20 cm de terra vegetal, forração de
Zoysia japonica (Grama-esmeralda).
Piso do Restaurante (PR) - piso Portinari PEI-5 Loft AL Retificado 45x45cm.

13.5.3 Forro

Em áreas gerais forro em gesso acabamento liso reto.Teto Knauf, D112


unidirecional.
Nos setores indicados, laje em concreto pintada rebocado, emassada e pintada
com tinta Suvinil acrílica fosca na cor Branco Gelo.

13.6 Baterias de Apoio

De modo geral as divisórias serão em painel pré-moldado de granilite branco.


Bancadas em granito preto São Marcos, borda reta polida. Espelho Cristal, 4
mm, bordas retas, perfil em alumínio.(Ver prancha de detalhamento).

13.6.1 Cozinha de apoio

-Cuba redonda em inox da Tramontina, com diâmetro de 38 cm.


-Torneira Deca,de mesa bica movel, linha Aspens 1167 C35

13.6.2 Louças, metais e acessórios das baterias sanitárias.

-Cuba Deca de sobrepor, cor Branco, L550


-Bacia sanitária Deca, linha Duna,cor branco, P7
-Torneira Deca de mesa, fechamento automático, Link 1172 C
-Válvula de descarga Deca, linha hydra eco, 2565 C
-Barra de Apoio Deca, 90cm , 2310 C
-Ralos sifonados em aço inox com fecho; Docol.

122
13.6.3 Louças, metais e acessórios das baterias sanitárias (setor de serviços)

-Cuba Deca de sobrepor, cor Branca, L550


- Bacia para a caixa Cecrisa. Linha Azálea. Código 91353.
- Caixa para acoplar da Cecrisa Linha Azálea Ecoflus. Código 58570.
- Assento original. Cecrisa. Linha Azálea. Código 5898.
-Torneira de plástico para pia c/ bico. Viqua Linha Marujá Especial 1/2".Branca.Código
1130952.
- Registro de Pressão Viqua. Linha Marujá. Branco. Código 1160301.
- Chuveiro Tradicional com Desviador Chrome Cód. 12120106; Docol.
-Ralos sifonados em aço inox com fecho; Docol.
-Kit 7 peças Linha Mundial Txpambox.

13.6.4 Itens setor de serviços modo geral

Torneiras áreas de serviços gerais:


-Torneira de plástico para jardim Viqua linha Marujá Especial cor Branco ½”.
-Torneira de plástico para pia c/ bico. “Viqua Linha Marujá Especial ½”. Branca.Código
1130952.
- Registro de Pressão Viqua. Linha Maruja. Branco. Código 1160301.

13.7 Escadas

As escadas serão estrutura metálica com pintura eletrostática branca. Os


corrimãos serão em tubo redondo galvanizado com pintura eletrostática branca de
38,1mm de diâmetro. Ver pranchas de detalhamento.

13.8 Luminárias

Toda instalação elétrica atenderá as normas técnicas da concessionária de


energia, assim como o projeto elétrico.

123
Para todos os ambientes de escritório- luminária de sobrepor Lumicenter CAC02-
S.
Gabinete do Reitor - luminária ITA LUM 3040/25 Plafon de sobrepor E-27 BCA
VD FOSC (2 lamp.) .
Galeria - luminária ITA LUM 3040/25 Plafon de sobrepor E-27 BCA VD FOSC
(2 lamp.) . E luminária projetora Lumini Giro,iluminação dicróica para trilho.
Setor de serviços- Luminária Thachibra (plafon com soquete E-27 ).
Iluminação de Emergência Empalux Starmax IE12084.
Todas tomadas e interruptores: Legrand Pial Plus, cor Branco.

13.9 Esquadrias

Relação Completa de Esquadrias


13.9.1 Portas e Portões:

P0-Porta de abrir, eixo pivotante lateral, em vidro temperado transparente, perfil em


alumínio natural. 1.60 x 2.50m.(principal BL1)
P1-Porta de tipo camarão em madeira laminada na cor branco neve. 5.53x
2.70m.(Galeria)
P2-Porta de correr, em vidro temperado laminado transparente, perfil em alumínio
natural. 2.50 x 2.70m.
P3-Porta de abrir, eixo pivotante lateral, em vidro temperado transparente, perfil em
alumínio natural. 1.45 x 2.70m.(principal BL 2)
P4-Porta de abrir Abatex, em Modulo L (Módulo de porta do piso ao teto). Acabamento
MN. Mog.0.80 x 2.70m.
P5-Porta de abrir Abatex,em Modulo L (Módulo de porta do piso ao teto). Acabamento
laminado lisos de baixa pressão BP. BCO. 0.60 x 2.70m.
P6-Porta de abrir Abatex, em Modulo L (Módulo de porta do piso ao teto). Acabamento
MN. Mog. 0.80 x 2.70m.
P7-Porta de abrir em madeira laminada na cor branco neve. 0.60 x 2.10m.
P8-Porta de abrir em madeira laminada na cor branco neve. 0.80 x 2.10m.
P9-Porta de abrir em madeira laminada na cor branco neve. 1.00 x 2.10m.

124
P10-Porta de abrir em madeira laminada na cor branco neve. 0.70 x 1.70m. (divisórias
internas nos banheiros)
P11-Porta de abrir dupla em madeira, laminada na cor MN. Mog. 2.00 x 2.10m.
(auditório)
P12-Porta de abrir dupla em madeira laminada na cor branco neve. 1.85 x 2.10m.
P13-Porta de correr tipo painel, em madeira laminada na cor MN. Mog. 1.14 x
2.10m.(sala do reitor)
P14-Porta de correr tipo painel, em madeira laminada na cor branco neve 1.60 x
2.10m.(salão de atos)
P15-Porta tipo painel, em madeira laminada na cor branco neve. 8.80 x 2.70m.
(atendimento ao publico, pilotis)
P16-Porta de abrir tipo grade barra, com pintura branca. 1.00 x 2.10m.
P17- Portão automático em alumínio natural, frisos lisos. 3.50x 2.50m (entrada garagem)
P18-Porta de correr tipo painel, em madeira laminada na cor branca neve 3.00 x
2.10m.(auditório para garagem)
PF- Porta corta fogo, para saída de emergência.0.90 x2.10m.
PF1-Porta para saída de emergência.2.00 x 2.10m. (auditório)

13.9.2 Janelas e Painéis:

J1- Janela de correr vidro transparente, perfil em alumínio natural. 2.00m x 0.70/
1.90.(guarita)
J2- Janela de correr vidro fosco, perfil em alumínio natural. 29.35 x 0.50m/ 2.10m.( área
de serviços)
J3 - Janela de correr vidro fosco, perfil em alumínio natural. 5.85 x 0.50m/ 2.10m.( área
de serviços)
J4- Janela de correr vidro transparente, perfil em alumínio natural. 16.00 x 0.50 m/
1.90.(BL 1 Noroeste )
J5- Janela de correr vidro fosco, perfil em alumínio natural. 6.52 x 0.50 m / 2.10 .(Bl.1
Nordeste)
J6- Janela de correr vidro fosco, perfil em alumínio natural.5.85x 0.50m/ 2.10m.( BL 2
Norte)

125
J7- Janela de correr vidro fosco, perfil em alumínio natural.2.00 x 0.50m/ 2.10m.( BL 2
Norte)
J8- Grade em ferro barras retas.29.50m x variando segundo inclinação (BL 2 Térreo)

E1- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural. 3.30 x24.85
m.(Bl.1Sudeste )
E2- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural. 1.35 x 24.85
m.(Bl.1Sudeste )
E3- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural. 0.85 x 24.85
m.(Bl.1Sudeste )
E4- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural.1.50 x 24.85
m.(Bl.1Sudeste )
E5- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural.2.00 x 24.85
m.(BL.1 Sudoeste)
E6- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural.3.20 x 24.85
m.(BL.1 Sudoeste)
E7- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural.1.50 x 24.85
m.(BL.1 Sudoeste)
E8- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio naturall.0.90 x
24.85 m.( BL.1 Sudoeste)
E9- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural.8.85 x 2.70
m.(Bl.1 interno )
E10- Painel de vidro laminado 6mm transparente, perfil em alumínio natural.3.50 x 2.70
m.(Bl.1 interno )
E11- Painel de vidro laminado 6mm transparente, 8.00 x 3.95 m.(Bl.2 recepção)
E12- Painel de vidro laminado 6mm transparente, 4.35 x 3.95 m.(Bl.2 recepção)
JF1- Janela com tela para entrada de ar.0.75x1.35/0.75
JF2- Janela com tela para saída de ar.0.75x1.35/3.60

13.9.3 Elevadores

Elevadores Otis Premier Gen 2, sem casa de máquinas. Cabina em aço inox.

126
-3 elevadores para 10 passageiros, 1,35 x 1,40 m.
-1 elevador, para 08 passageiros, 1,00 x 1,40 m. (controle digital).

127
14. ESTUDOS VOLUMÉTRICOS

14.1 Perspectivas volumétricas em 3D

Figura 93: Fachada sul, suldeste.


Fonte: Autora

Figura 94: Fachada noroeste, norte


Fonte: Autora

128
14.2 Fotografias da maquete física

Figura 95: Fachada sul.


Fonte: Autora

Figura 96: Vista sudeste.


Fonte: Autora

129
Figura 97: Fachada sul.
Fonte: Autora
]

Figura 98: Fachada norte.


Fonte: Autora

130
Figura 99: Detalhe ligação entre blocos.
Fonte: Autora

Figura 100: Fachada norte .


Fonte: Autora

131
Figura 101: Fachada oeste.
Fonte: Autora

Figura 102: Fachada leste.


Fonte: Autora

132
15. REFERÊNCIAS

ATCON, Rudolph P. Manual sobre o Planejamento Integral do Campus Universitário.


Conselho dos Reitores das Universidades Brasileiras. Florianópolis: Editora da UFSC,
1970.

ÁVILA, Fernando Bastos de. Pequena enciclopédia de moral e civismo. Rio de Janeiro:
FENAME, 1978.

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brasileiros. In: CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 6.,
2006, Uberlândia. Anais eletrônicos ... Uberlândia: EDUFU, 2006. v. 1. p. 1-38.
Disponível em: <www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/519GelsonAlmeida
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MOROSINI, Marilia C.. (Org.). A Universidade no Brasil: Concepções e Modelos.
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GURGEL, C. R.; MELO M. V. V.; FALCÃO, A. C. S. O Ensino Superior no Piauí:


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LAUANDE, Francisco. Paulo Zimbres: uma arquitetura e algumas lições. 2004. Disponível
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LEAL, Filipe. A Cidade Universitária do México, patrimônio vivo da modernidade.


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Mídia Impressa Institucional da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal do
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134

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