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Segurança em Redes – Prof. Rafael R. Obelheiro – Semestre: 2009.

Endereçamento IP, Sub-redes e Roteamento

Endereçamento IP
• Endereços IP possuem 32 bits, o que possibilita 232 = 4.294.967.296 endereços

– Na prática, uma boa parte desse espaço de endereçamento é desperdiçada

• Um endereço é normalmente representado em base decimal, usando a notação quaternária


(dotted-quad) → cada um dos quatro bytes que compõem o endereço é representado por um
número decimal de 0 a 255, e os números são separados por pontos.
Por exemplo, o endereço 10101100 00011100 11000100 11100001 é representado na notação
quaternária como 172.28.196.225:

Endereço binário: 10101100 . 00011100 . 11000100 . 11100001


↓ ↓ ↓ ↓
Endereço decimal: 172 . 28 . 196 . 225

• Um endereço IP normalmente tem duas porções, um endereço de rede e um endereço de host:

n bits 32 − n bits
endereço de rede endereço de host

– A divisão (quantos bits são usados para rede e quantos são usados para host) depende de
cada rede; no total, a soma deve ser sempre 32

• Originalmente, o espaço de endereçamento IP foi dividido em cinco classes:

classe estrutura do endereço endereços iniciais e finais (binário) repres. decimal

A 0nnnnnnn hhhhhhhh hhhhhhhh hhhhhhhh 00000000 00000000 00000000 00000000 0.0.0.0

(7 bits de rede, 24 bits de host) 01111111 11111111 11111111 11111111 127.255.255.255

B 10nnnnnn nnnnnnnn hhhhhhhh hhhhhhhh 10000000 00000000 00000000 00000000 128.0.0.0

(14 bits de rede, 16 bits de host) 10111111 11111111 11111111 11111111 191.255.255.255

C 110nnnnn nnnnnnnn nnnnnnnn hhhhhhhh 11000000 00000000 00000000 00000000 192.0.0.0

(21 bits de rede, 8 bits de host) 11011111 11111111 11111111 11111111 223.255.255.255

D 1110bbbb bbbbbbbb bbbbbbbb bbbbbbbb 11100000 00000000 00000000 00000000 224.0.0.0

(endereços de multicast) 11101111 11111111 11111111 11111111 239.255.255.255

E 1111bbbb bbbbbbbb bbbbbbbb bbbbbbbb 11110000 00000000 00000000 00000000 240.0.0.0

(endereços reservados) 11111111 11111111 11111111 11111111 255.255.255.255


† Na estrutura do endereço, ‘n’ indica bits de rede, ‘h’ indica bits de host e ‘b’ indica bits que não são nem de rede nem de host.

– Os bits iniciais determinam a qual classe pertence cada endereço


– A divisão de bits entre rede e host determina quantas redes podem existir em cada classe,
e quantos hosts podem existir em cada rede

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Classe Bits iniciais Bits de rede / No de redes Bits de host / No de hosts


A 0 7 / 128 24 / 16.777.216
B 10 14 / 16.384 16 / 65.536
C 110 21 / 2.097.152 8 / 256
D 1110 multicast
E 1111 reservado
– Exemplos de endereços IP no esquema de classes:
∗ O endereço 10.20.30.40 é um classe A com endereço de rede 10 e endereço de host
20.30.40 — a rede 10 vai de 10.0.0.0 a 10.255.255.255 (16.777.216 endereços)
∗ O endereço 172.28.196.225 é um classe B com endereço de rede 172.28 e endereço de
host 196.225 — a rede 172.28 vai de 172.28.0.0 a 172.28.255.255 (65.536 endereços)
∗ O endereço 192.168.132.240 é um classe C com endereço de rede 192.168.132 e
endereço de host 132 — a rede 192.168.132 vai de 192.168.132.0 a 192.168.132.255
(256 endereços)
– Em cada rede, dois endereços de hosts são reservados:
∗ endereço de rede ⇒ endereço inicial (todos os bits de host em 0)
∗ endereço de broadcast ⇒ endereço final (todos os bits de host em 1)
– Existem também vários blocos de endereços reservados
∗ rede 0: rota default (0.0.0.0)
∗ rede 10: RFC 1918
∗ rede 127: loopback
∗ redes 172.16 a 172.31: RFC 1918
∗ redes 192.168.*: RFC 1918
∗ rede 192.0.2: exemplos

• Um endereço IP possui uma máscara de rede, que é determinada pela classe do endereço:

– Para um endereço classe C, a máscara default (ou natural) tem os 24 bits iniciais ligados ⇒
255.255.255.0
– Para um endereço classe B, a máscara default tem os 16 bits iniciais ligados ⇒ 255.255.0.0
– Para um endereço classe A, a máscara default tem os 8 bits iniciais ligados ⇒ 255.0.0.0

• Os bits iniciais ligados da máscara determinam quais bits pertencem ao endereço de rede:

endereço IP AND máscara = endereço de rede

onde AND é a operação de conjunção (E lógico).

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Sub-redes
• As classes de endereços possuem uma certa inflexibilidade

– Muitas redes precisam de uma quantidade de endereços bem menor do que o tamanho da
classe
∗ classe C com 2 hosts: 0,79% (= 2/254) dos endereços são aproveitados
∗ classe B com 256 hosts: 0,39% (= 256/65534) dos endereços são aproveitados
– Em muitos casos uma mesma organização possui várias redes internas que precisam ser
roteadas separadamente

• A solução para isso foi subdividir a faixa de endereços de uma rede em um número de sub-
redes

– Em vez de considerar um endereço IP como sendo um endereço de rede e um endereço de


host, a porção correspondente ao endereço de host é dividida em um endereço de sub-rede
e um endereço de host:
n bits 32 − n bits
endereço de rede endereço de host

. &
n bits s bits 32 − (n + s) bits
endereço de rede endereço de sub-rede endereço de host

– Os bits correspondentes ao endereço de sub-rede são acrescentados à máscara de rede para


formar a máscara de sub-rede ou máscara estendida
– A quantidade de sub-redes é dada por 2s , sendo s o número de bits do endereço de sub-
rede
– De modo genérico, uma rede com máscara de n bits é dividida em 2s sub-redes com
máscara de n + s bits. Exemplos:
∗ Uma rede classe C (máscara de 24 bits) pode ser dividida em, por exemplo,
· 2 sub-redes com máscara de 25 bits (255.255.255.128) → 2 = 21 , 25 = 24 + 1;
· 4 sub-redes com máscara de 26 bits (255.255.255.192) → 4 = 22 , 26 = 24 + 2;
· 32 sub-redes com máscara de 29 bits (255.255.255.248) → 32 = 25 , 29 = 24 + 5.
∗ Uma rede classe B (máscara de 16 bits) pode ser dividida em, por exemplo,
· 8 sub-redes com máscara de 19 bits (255.255.224.0) → 8 = 23 , 19 = 16 + 3;
· 256 sub-redes com máscara de 24 bits (255.255.255.0)→ 256 = 28 , 24 = 16 + 8.
Por conseqüência, o número de sub-redes tem de ser uma potência de 2 (2, 4, 8, 16, . . . )
– Para um dado bloco, quanto mais sub-redes houver, menos hosts haverá em cada uma
– As sub-redes só são visı́veis dentro da rede que as define; redes externas continuam en-
xergando o bloco original

• As razões para usar sub-redes podem ser

– Topológicas
∗ Contornar limitações da rede fı́sica → tamanho máximo do segmento Ethernet, por
exemplo
∗ Interligar redes fı́sicas distintas
∗ Reduzir ou isolar tráfego → se alguns hosts trocam muito tráfego entre si, eles podem
ser colocados em uma sub-rede separada para diminuir o impacto sobre os demais
hosts, por exemplo

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– Administrativas
∗ Facilitar a administração da rede → delegação da responsabilidade sobre cada sub-
rede
∗ Refletir a estrutura organizacional → cada departamento tem sua própria sub-rede,
por exemplo
∗ Segregar ou isolar tráfego → colocar o departamento financeiro em uma sub-rede
separada para dificultar possı́veis vazamentos de informação, por exemplo
∗ Isolar segmentos ou usuários “problemáticos” → laboratórios de ensino ou pesquisa
que podem comprometer a estabilidade da rede, por exemplo

CIDR
• O esquema de endereçamento IP com classes ameaçou esgotar os endereços disponı́veis (espe-
cialmente da classe B)

– Além disso, as tabelas de roteamento estavam ficando muito grandes devido à forma como
os blocos de endereços eram alocados (seqüencialmente)

• A solução foi mudar a forma de alocação (que passou a ser hierárquica) e flexibilizar as classes
de endereços, que deixaram de ser fixas (CIDR, Classless Inter-Domain Routing)

– Cada provedor recebe um grande bloco contı́nuo de endereços, que é subdividido entre
seus clientes
– Permite a agregação de rotas

• A porção de rede de um endereço IP passa a ser determinada não mais pela sua classe mas pela
sua máscara:

endereço IP AND máscara = endereço de rede

onde AND é a operação de conjunção (E lógico).

• No CIDR, qualquer máscara pode ser aplicada a qualquer endereço IP

• Em vez de especificar um bloco de endereços usando o endereço de rede e a máscara na notação


quaternária, é possı́vel usar a notação abreviada endereço/prefixo, onde endereço é o endereço de
rede e prefixo é o número de bits ligados da máscara. Exemplos:

Bloco Faixa de endereços Máscara


192.0.2.0/24 192.0.2.0 – 192.0.2.255 255.255.255.0
10.0.0.0/8 ou 10/8 10.0.0.0 – 10.255.255.255 255.0.0.0
172.16.128.0/19 172.16.128.0 – 172.16.159.255 255.255.224.0
192.168.3.32/28 192.168.3.32 – 192.168.3.47 255.255.255.240

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Caracterizando um bloco CIDR


Suponhamos que desejamos caracterizar o bloco CIDR 192.0.2.0/24, ou seja, determinar os parâmetros
desse bloco: máscara de rede, endereço de rede, endereço de broadcast e a faixa de endereços válidos.
Os passos a serem seguidos para esta caracterização são os seguintes:

1. Exprimir o endereço de rede em binário:

192 . 0 . 2 . 0
↓ ↓ ↓ ↓
11000000.00000000.00000010.00000000

Isso será importante para determinar o endereço de broadcast.

2. Exprimir a máscara de rede em binário. No caso, o “/24” nos diz que os 24 bits iniciais são
ligados, e os demais desligados. Portanto, a máscara desta rede é dada por:

|←− 24 bits ligados −→|


11111111.11111111.11111111.00000000
↓ ↓ ↓ ↓
255 . 255 . 255 . 0

3. Uma vez determinado o endereço de rede, é possı́vel determinar o endereço de broadcast. Para
isso, basta pegar o endereço de rede e ligar todos os bits correspondentes ao endereço de host;
o endereço resultante é o endereço de broadcast.
No exemplo dado, como 24 bits iniciais são usados para o endereço de rede (de acordo com a
máscara), sobram os últimos 8 bits para o endereço de host; ligando esses bits, obtemos então o
endereço de broadcast:

|←− 24 bits de rede −→| | 8 bits de host |


11000000.00000000.00000010. 11111111
↓ ↓ ↓ ↓
192 . 0 . 2 . 255

4. Como o endereço de rede e o endereço de broadcast são reservados, o número de endereços


válidos em um bloco é dado por 2h − 2, onde h é o número de bits de host. No exemplo dado,
h = 8, e o número de endereços válidos é 28 − 2 = 256 − 2 = 254 endereços (de 192.0.2.1 até
192.0.2.254).

5. Em resumo, o bloco CIDR 192.0.2.0/24 pode ser caracterizado da seguinte forma:

Máscara: 255.255.255.0
Endereço de rede: 192.0.2.0
Endereço de broadcast: 192.0.2.255
Faixa de end. válidos: 192.0.2.1 – 192.0.2.254 (254 endereços)

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Um segundo exemplo é a caracterização do bloco CIDR 172.16.0.0/19:

1. Obtendo o endereço de rede:

172 . 16 . 0 . 0
↓ ↓ ↓ ↓
10101100.00010000.00000000.00000000

2. Obtendo a máscara de rede:

11111111.11111111.11100000.00000000
↓ ↓ ↓ ↓
255 . 255 . 224 . 0

3. Obtendo o endereço de broadcast:

19 bits de rede 13 bits de host


10101100.00010000.00011111.11111111
↓ ↓ ↓ ↓
172 . 16 . 31 . 255

4. Obtendo o número de endereços válidos: h = 13 ⇒ 213 − 2 = 8.192 − 2 = 8.190 endereços (de


172.16.0.1 a 172.16.31.254).

5. Em resumo:
Máscara: 255.255.224.0
Endereço de rede: 172.16.0.0
Endereço de broadcast: 172.16.31.255
Faixa de end. válidos: 172.16.0.1 – 172.16.31.254 (8.190 endereços)

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Dividindo um Bloco de Endereços em Sub-redes


A divisão de um bloco de endereços em sub-redes requer os seguintes passos:

1. Determinar o número de bits de sub-rede necessários para o número de sub-redes desejadas;

2. Obter a máscara de sub-rede correspondente;

3. Obter os dados dos blocos correspondentes a cada sub-rede.

Esse processo será demonstrado através de um exemplo: dividir a rede 192.168.10.0/24 em quatro
sub-redes.

1. Para obter quatro sub-redes, são necessários 2 bits de sub-rede (pois 22 = 4).

2. A máscara de sub-rede é obtida somando os 2 bits determinados no item anterior aos 24 bits já
existentes na máscara de rede (/24); portanto, a máscara de sub-rede é /26, ou 255.255.255.192:

11111111.11111111.11111111.11000000
↓ ↓ ↓ ↓
255 . 255 . 255 . 192

Os bits em negrito no quarto byte representam os bits do endereço de sub-rede.

3. Os dois bits de sub-rede podem representar quatro valores: 00, 01, 10 e 11. Esses valores cor-
respondem aos endereços da primeira (00), da segunda (01), da terceira (10) e da quarta (11)
sub-redes.
Para obter os parâmetros dos blocos de endereços correspondentes a cada uma dessas sub-
redes, basta variar os bits de sub-rede de acordo com as combinações possı́veis e usar o método
de caracterização de um bloco CIDR (pág. 5) para cada um dos endereços de sub-rede (usando a
máscara de sub-rede obtida acima). Uma exceção é feita para a obtenção do endereço inicial (de
sub-rede) do primeiro bloco, que usa a máscara de rede (sem os bits de sub-rede) para garantir
que a primeira sub-rede coincida com o inı́cio do bloco original.
Então, para a primeira sub-rede:

(a) Obtendo o endereço de rede:


Endereço: 192.168.10.0 = 11000000 10101000 00001010 00000000
(b) Obtendo o endereço de broadcast:
26 bits de rede+sub-rede 6b de host
11000000.10101000.00001010.00111111
↓ ↓ ↓ ↓
192 . 168 . 10 . 63

Para a segunda sub-rede:

(a) A segunda sub-rede utiliza um endereço de rede similar ao da primeira, mas com os bits
de sub-rede em 01:
Endereço: 11000000 10101000 00001010 01000000 = 192.168.10.64
(b) Obtendo o endereço de broadcast:
26 bits de rede+sub-rede 6b de host
11000000.10101000.00001010.01111111
↓ ↓ ↓ ↓
192 . 168 . 10 . 127

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Para a terceira sub-rede:

(a) A terceira sub-rede utiliza um endereço de rede similar ao da primeira, mas com os bits
de sub-rede em 10:
Endereço: 11000000 10101000 00001010 10000000 = 192.168.10.128
(b) Obtendo o endereço de broadcast:
26 bits de rede+sub-rede 6b de host
11000000.10101000.00001010.10111111
↓ ↓ ↓ ↓
192 . 168 . 10 . 191

Para a quarta sub-rede:

(a) A quarta sub-rede utiliza um endereço de rede similar ao da primeira, mas com os bits de
sub-rede em 11:
Endereço: 11000000 10101000 00001010 11000000 = 192.168.10.192
(b) Obtendo o endereço de broadcast:
26 bits de rede+sub-rede 6b de host
11000000.10101000.00001010.11111111
↓ ↓ ↓ ↓
192 . 168 . 10 . 255

Portanto, ao dividirmos o bloco 192.168.10.0/24 em quatro sub-redes, obtemos os seguintes


blocos:
Máscara Sub-rede End. sub-rede End. broadcast Faixa end. válidos
/26 1 (00) 192.168.10.0 192.168.10.63 192.168.10.1–62
255.255.255.192 2 (01) 192.168.10.64 192.168.10.127 192.168.10.65–126
3 (10) 192.168.10.128 192.168.10.191 192.168.10.129–190
4 (11) 192.168.10.192 192.168.10.255 192.168.10.193–254

O número de endereços válidos em cada sub-rede é 26 − 2 = 64 − 2 = 62 endereços.

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Um segundo exemplo é a divisão de 192.224.0.0/15 em 8 sub-redes:

1. Para dividir o bloco em 8 sub-redes, são necessários 3 bits de sub-rede (23 = 8).

2. A máscara de sub-rede é /18, ou 255.255.192.0:

11111111.11111111.11000000.00000000
↓ ↓ ↓ ↓
255 . 255 . 192 . 0

3. O endereço da primeira sub-rede é o próprio endereço inicial do bloco (os bits em negrito são
os bits de sub-rede):
Endereço: 192.224.0.0 = 11000000 111000000 00000000 00000000
O broadcast é calculado em cima do endereço de sub-rede obtido:

18 bits de rede+sub-rede 14 bits de host


11000000.11100000.00111111.11111111
↓ ↓ ↓ ↓
192 . 224 . 63 . 255

Repetindo o procedimento para as outras 7 sub-redes, chegamos aos seguintes blocos:

Máscara Sub-rede End. sub-rede End. broadcast Faixa end. válidos


/18 1 (000) 192.224.0.0 192.224.63.255 192.224.0.1–192.224.63.254
255.255.192.0 2 (001) 192.224.64.0 192.224.127.255 192.224.64.1–192.224.127.254
3 (010) 192.224.128.0 192.224.191.255 192.224.128.1–192.224.191.254
4 (011) 192.224.192.0 192.224.255.255 192.224.192.1–192.224.255.254
5 (100) 192.225.0.0 192.225.63.255 192.225.0.1–192.225.63.254
6 (101) 192.225.64.0 192.225.127.255 192.225.64.1–192.225.127.254
7 (110) 192.225.128.0 192.225.191.255 192.225.128.1–192.225.191.254
8 (111) 192.225.192.0 192.225.255.255 192.225.192.1–192.225.255.254

O número de endereços válidos em cada sub-rede é 214 − 2 = 16.384 − 2 = 16.382 endereços.

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Roteamento IP
• Cada nó possui uma tabela de roteamento que é consultada a cada vez que um datagrama
precisa ser enviado

• Quando a camada IP recebe um datagrama de uma interface de rede, ela verifica se o endereço
de destino é um dos seus próprios endereços ou um endereço de broadcast

– Se for, o datagrama é entregue ao módulo correspondente ao protocolo indicado no cabeçalho


IP (TCP, UDP, ICMP, . . . )
– Se não for:
1. Se o nó age como um roteador, o datagrama é encaminhado (i.e., tratado como um
datagrama a ser transmitido para o destino)
2. Caso contrário, o datagrama é descartado (silenciosamente)

• Cada entrada na tabela de roteamento contém as seguintes informações:

– Endereço IP de destino: pode ser um endereço de host ou um endereço de rede, com uma
máscara associada;
– Endereço IP do próximo hop (salto): o próximo hop é para onde pacotes endereçados ao
destino devem ser enviados;
– Flags: indicam, entre outras coisas, se o endereço de destino refere-se a um host ou uma
rede, e se o endereço de próximo hop refere-se a um roteador ou a uma rede diretamente
conectada;
– Interface de saı́da: por qual interface de rede os datagramas para este destino devem ser
transmitidos.

A tabela de roteamento não tem rotas completas para todos os destinos, só o endereço do rote-
ador “mais próximo” de cada destino.

• O roteamento procede da seguinte forma:

1. Se existir uma rota para o host de destino, o datagrama é enviado para o roteador no
próximo hop ou para a rede localmente conectada, dependendo do valor das flags → caso
tı́pico de enlaces ponto a ponto
2. Se existir uma rota para a rede de destino, o datagrama é enviado para o roteador no
próximo hop ou para a rede localmente conectada, dependendo do valor das flags → caso
tı́pico de enlaces multiponto, como Ethernet
Neste caso, a máscara de sub-rede entra em consideração.
3. Se existir uma rota default, o datagrama é enviado para o roteador indicado.
4. Caso contrário, o datagrama é descartado, e uma mensagem ICMP indicando o erro é
normalmente enviada ao endereço IP de origem.

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Endereçamento IP, Sub-redes e Roteamento 11

Exemplos de Tabelas de Rotas


Seja a rede mostrada na figura abaixo:

Rede 172.18.224.0/20

Internet

Ethernet Wi−Fi − 172.18.226.0/26 mov1


226.3
172.18.225.128/26
srv1
225.130 226.1 mov2
226.6
rot2

226.9 mov3
rot1 224.193
est1 225.129
225.140
224.194

Ethernet
est2
172.18.225.0/26
225.141 GigEthernet srv3
172.18.224.192/26 225.20

Ethernet
224.195 172.18.227.64/26 224.196
srv4
rot3
225.1 225.40
227.65 rot4

227.95 227.70 227.71 227.72

srv5

225.60

prt1 est3 est4 est5

A tabela de rotas para a estação est1 é a seguinte:

Endereço de destino Próximo salto Interface


172.18.225.128/26 172.18.225.140 eth0
default 172.18.225.129 eth0

• A primeira rota é para a sub-rede local, diretamente conectada através de um enlace Ethernet;
por convenção, o endereço do gateway é o endereço da própria est1 nesta sub-rede. A interface
Ethernet do host é representada, no último campo, por eth0.

• A segunda rota é a rota default: quando nenhuma rota mais especı́fica for encontrada, os data-
gramas devem ser enviados (pela interface eth0) para o roteador rot1 (172.18.225.129), que se
encarregará de fazer com o que eles cheguem até seu destino.
ATENÇÃO: a interface contida na tabela de rotas é a interface de saı́da da rota (i.e., a interface
por onde os pacotes para o destino especificado são transmitidos), e não a interface de entrada
do roteador usado como gateway (mesmo porque uma estação não tem como saber em qual
interface do roteador está conectada).

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Endereçamento IP, Sub-redes e Roteamento 12

A tabela de rotas para o roteador rot1 é a seguinte:

Endereço de destino Próximo salto Interface


172.18.225.128/26 172.18.225.129 eth3
172.18.224.192/26 172.18.224.194 eth2
172.18.227.64/26 172.18.224.195 eth2
172.18.225.0/26 172.18.224.196 eth2
default 172.18.224.193 eth2

• A primeira e a segunda rotas são para as sub-redes localmente conectadas. É importante notar
que o endereço de próximo hop nos dois casos é o endereço da interface do próprio rot1 em cada
uma dessas sub-redes, e que cada rota usa uma interface de saı́da diferente.

• A terceira e a quarta rotas são rotas para sub-redes acessı́veis por outros roteadores. É interes-
sante observar que, neste caso, a sub-rede 172.18.226.0/26 (rede Wi-Fi) não precisa de uma
rota especı́fica, pois o roteador que dá acesso a ela é o mesmo da rota default (quinta rota na
tabela).

• Para atribuição das interfaces do roteador, usou-se a seguinte convenção:

eth0

eth3 eth1

eth2

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Endereçamento IP, Sub-redes e Roteamento 13

NAT
• A escassez de endereços IP levou ao desenvolvimento de um mecanismo chamado NAT (Network
Address Translation)

• A premissa básica do NAT é que hosts não precisam ter endereços “públicos”, eles podem ter
endereços “privados”

– Endereços privados não precisam ser únicos na rede como um todo, mas apenas na rede
local
– A RFC 1918 define as seguintes redes para atribuição de endereços privados: 10/8, 172.16/19
e 192.168/16
– Endereços privados podem ser livremente alocados pelo administrador de uma determi-
nada rede

• Quando um host com endereço privado precisa se comunicar com o exterior, ele faz isso através
de um “NAT box”

Internet

200.9.4.195 rot3 atua como NAT


box, traduzindo os
rot3 endereços da rede interna
para 200.9.4.195
227.1

227.95 227.70 227.71 227.72

prt1 est3 est4 est5

Rede privada
172.18.227.0/24

– O NAT box possui um endereço IP público (geralmente chamado IP válido), que é único
na Internet e alocado da forma usual
– O NAT box realiza a tradução entre o endereço válido e os endereços privados, modifi-
cando o cabeçalho dos pacotes na transmissão e na recepção
– Externamente, os pacotes originados pelo host com endereço privado têm como endereço
IP de origem o IP válido do NAT box
– Para saber qual endereço privado usar, ele mantém uma tabela que associa os hosts inter-
nos aos endereços externos que eles acessaram

• Dificuldades:

– Em geral, não é possı́vel estabelecer conexões de fora para dentro de uma rede com NAT
– Diversos protocolos de camadas superiores (transporte ou aplicação) carregam o endereço
IP do host no seu conteúdo, o que causa problemas em muitas aplicações

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