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contempornea
Fernando Jos Pereira
(Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto)
PEREIRA, Fernando Jos O Peso da arte: sobre a presena do poltico na produo artstica
contempornea. In: Jorge, Vtor Oliveira (coord.), Cultura Light: 9 Mesa Redonda de
primavera Porto: FLUP, 2005. ISBN 972-8932-08-1.
Resumo: Refere Mario Perniola que enquanto mais a luz banhar uma obra de arte mais
sombra ela projeta. E que nesta sombra que reside o seu interesse. Este um excelente
ponto de partida para a reivindicao de uma outra arte que recusa a facilidade comunicativa
e, pelo contrrio, pretende uma aproximao difcil e arriscada ao vazio representado pelo
Real. Da interpretao psicanaltica ao antagonismo social, potencia-se uma matriz interventiva
para uma produo artstica que prefere, acima de tudo, ser indegesta. Por uma questo de
princpio.
Palavras-chave: Desanestesia, resistncia, obscuridade/sombra.
Abstract: Mario Perniola states that the more the light imbues is shed on a work of art, the
more shade it projects. And that its interest lies in such shade. This is an excellent starting point
for the claim of some other art which refuses communicative easiness, and on the contrary
aims at a difficult and risky approach to the emptiness represented by the Real. From
psychoanalytical interpretation to social antagonism an interventive matrix powers to an artistic
production which prefers being indigestible above all. On principle.
A noo de campo expandido foi enunciada por Rosalind Krauss num famoso ensaio
intitulado Sculpture in an expanded field. A questionava a nomeao de objetos que j no
No est, contudo, nos nossos objetivos fazer um ataque contra as novas proposies
artsticas. O que nos preocupa a alterao conceptual que, por vezes, est a ser feita em
torno da noo de interatividade. A sua transformao em objetivo central da obra, espcie de
nova categoria esttica , a nosso ver, altamente negativa pois, potencia uma modificao
estrutural do seu carter. Ser necessrio reconduzi-la sua condio instrumental para que
possa existir uma produo que afirme a sua condio nuclear: a singularidade da obra
baseada na interao que esta realiza com o autor e, assim, se expor receo como objeto
pensante e reflexivo e no como jogo ldico.
Hal Foster, Design and Crime (and other diatribes), Verso Books, London, 2002.
586 Horas de Trabajo. abril 2004, 2004. Fotografa B7N. 151 x 227 cm
Cortesa Galera Helga de Alvear, Madrid