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Elaboração de peças – Advocacia de Apoio – Consultoria Juridica Virtual

EXCELENTÍSSIMO SENHOR
DOUTOR JUIZ FEDERAL DA
VARA FEDERAL DA COMARCA
DE ________________________

FULANA DE TAL
Qualificação completa, por intermédio de seu procurador in fine assinado,
vem com o devido respeito ante a presença de Vossa Excelência para
interpor o presente

MANDADO DE SEGURANÇA
Com pedido liminar

contra ato ilegal do


_____________________________________(autoridade coatora)
que pode ser encontrado na Rua____________, com base no
artigo 1º e seguintes da Lei 1.553, de 31/12/91, c.c. artigo 5º da
Constituição Federal, pelas razões de fato e de direito que passa a
expor:

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I – DOS FATOS

A impetrante prestou em __________ concurso para


o INSS – instituto Nacional do Seguro Social autorizado pelo edital
nº 01/2008, Portaria nº 108, de 14 de maio de 2008, do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, publicada no D.O.U. de
____________, republicada no D.O.U. de ___________.

O referido concurso foi realizado para provimento de


vagas e formação de cadastro de reserva para o cargo de
_______________________________, em conformidade com a
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e suas alterações
posteriores, Portaria nº _________, Lei nº 10.355, de 26 de
dezembro de 2001 e suas alterações posteriores.

Nos termos do Edital, haveria duas listas para efeito


de classificação e convocação dos aprovados, uma seria a de
“resultado final da prova por cidade de vaga” e outra a de
“resultado por gerência executiva da vaga”.

Em ___________Começaram a chamar os aprovados


dentro do número de vagas, sendo que no Estado
______________duas cidades não tiveram aprovados.

Ocorre que, nos termos do edital, em caso de não


preenchimento de vagas de cidades da mesma UF, os melhores
colocados na lista GEX – gerência executiva/vaga seriam
convidados a assumir, o que até o presente momento não ocorreu.

Como a colocação da GEX foi 4º lugar, sendo que os


3 primeiros colocados já assumiram, a impetrante passou a ser a
----colocada da lista gerência executiva/vaga, que deveria ser

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considerada para provimento das vagas das cidades de
_____________\que não tiveram aprovados no concurso.

No dia ____________ a impetrante recebeu através


de correio eletrônico uma notificação do INSS a congratulando pela
nomeação e informando os documentos necessários para a posse
(doc anexo).

A impetrante então entrou em contato com a


gerência Executiva do INSS pelo que foi informada que havia
ocorrido um engano e que novo email havia sido enviado com um
pedido de desculpas pelo equívoco.

Diante do ocorrido a autora entrou em contato com o


departamento pessoal do INSS através de correio eletrônico (doc.
Anexo) cobrando posição sobre a aplicação do item 11.2.2 do
Edital, que previa a nomeação dos melhores convocados da lista
gerência/vaga para cidades da mesma UF que não obtiveram
candidatos aprovados.

Diante dos questionamentos da impetrante, a


autoridade coatora informou que a nomeação nos termos do item
11.2.2 do Edital dependeria da elaboração de uma nova lista e que
não havia previsão de novas nomeações naqueles termos.

II - DO DIREITO

FUNDAMENTOS DA IMPETRAÇÃO

Cabimento

É o mandado de segurança perfeitamente cabível na


espécie. O remédio constitucional, examinada a previsão
constitucional, está sempre ligado ao habeas corpus, e visa à
proteção de direito líquido e certo não amparável por aquela outra

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via heróica (CF/88, art. 5º, LXIX e LXVIII; CF/67, art. 150, § 21;
Emenda de 1969, art. 153, § 21; CF/46, art. 141, § 24) o que
induz à possibilidade de sua utilização até mesmo contra ato
iminente ou futuro.

À luz do conhecimento, o art. 5º, inciso XXXV, da


novel Constituição, é expresso no sentido de que a lesão ou
ameaça a direito não poderá ser subtraída à apreciação do
Judiciário. Assim, tal texto vem consagrar o autêntico direito
abstrato de agir da Impetrante.

No caso em tela a lesão se operou com a não


nomeação da impetrante para assumir a vaga em uma das duas
cidades da gerência executiva que não tiveram aprovados no
concurso público, como deveria ocorrer conforme edital de
concurso nº 01/2008.

Desta feita, perfeitamente cabível o remédio


constitucional ora impetrado, visando coibir a ilegalidade cometida
pela autoridade coatora.

Do direito líquido e certo


2.1 Da vinculação da administração pública ao
edital do certame

É por demais consabido que o Judiciário há que fazer


a menor ingerência possível nos negócios internos da
Administração Pública, somente o fazendo em casos que
demonstrem sério atentado aos princípios que regem o atuar em
sede de agir público.

A Administração, por sua vez, no seu atuar, deve


realizar os seus atos de maneira motivada, com indicação dos fatos

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e fundamentos jurídicos, quando neguem, limitem ou afetem
direitos ou interesses, devendo a motivação ser explícita clara e
razoável, de modo que tais atos atendam a sua finalidade pública
específica, contribuindo de modo eficaz para que ela seja atingida.

Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello:

“ Nada há de surpreendente, então, em que o controle dos atos administrativos,


ainda que praticados em nome de alguma discrição, se entenda necessária e
insuperavelmente à investigação dos motivos, da finalidade e da causa do ato.
Nenhum empeço existe a tal proceder, pois é meio – e de resto, fundamental –
pelo qual se pode garantir o atendimento da lei, a afirmação do direito”

É evidente que seria de melhor


interesse/conveniência da Administração nomear os candidatos
aprovados na forma do edital do que, novamente, promover outro
certame.

A propósito, as disposições contidas no Edital


vinculam as atividades da Administração, que está obrigada a
prover os aprovados no limite das vagas previstas.

Nesse sentido é o posicionamento majoritário do TRF


da 5ª Região:

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO.
TÉCNICO ADMINISTRATIVO O MINISTÉRIO
PÚBLICO DA UNIÃO. APROVAÇÃO EM 1º
LUGAR. PREVISÃO DE 5 VAGAS NO
EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO DA
CANDIDATA.
1. O princípio da moralidade impõe
obediência às regras insculpidas no
instrumento convocatório pelo poder
público, de sorte que a oferta de vagas
vincula a administração pela expectativa
surgida entre os candidatos.
2. A partir da veiculação expressa da

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necessidade de prover determinado
número de cargos, através da publicação
de edital de concurso, a nomeação e
posse de candidato aprovado dentro das
vagas ofertadas, transmuda-se de mera
expectativa à direito subjetivo.
3. Tem-se por ilegal o ato omissivo da
administração que não assegura a
nomeação de candidato aprovado e
classificado até o limite de vagas previstas
no edital, por se tratar de ato vinculado.
4. Apelação e remessa oficial improvidas.
Agravo retido prejudicado (TRF5

O Superior Tribunal de Justiça igualmente firmou


compreensão segundo a qual o candidato aprovado em concurso
público dentro do número de vagas previsto no edital tem direito
subjetivo de ser nomeado e empossado no prazo de validade do
certame.

Prevalece assim o entendimento segundo o qual a


vinculação ao edital impõe que a Administração proceda à
nomeação nessa hipótese, sob pena de ofensa ao princípio da
legalidade, não havendo espaço para discricionariedade. Nesse
sentido, pedimos vênia para transcrever as seguintes ementas:

SERVIDOR PÚBLICO. CONCURSO PARA O


CARGO DE FONOAUDIOLÓGO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA.
EDITAL COM PREVISÃO DE APENAS UMA
VAGA. CANDIDATA APROVADA EM PRIMEIRO
LUGAR. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À
NOMEAÇÃO E À POSSE.
1. O concurso representa uma
promessa do Estado, mas
promessa que o obriga – o Estado
se obriga ao aproveitamento de
acordo com o número de vagas . 2.
O candidato aprovado em concurso público,

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dentro do número de vagas previstas em
edital, como na hipótese, possui não
simples expectativa, e sim direito mesmo e
completo, a saber, direito à nomeação e à
posse. Precedentes. 3. Segurança
concedida. (MS 10.381/DF, Rel. Min.
NILSON NAVES, Terceira Seção, DJ 24/4/09)
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO
PÚBLICO. CANDIDATO. NOMEAÇÃO.
NÚMERO CERTO DE VAGAS. PREVISÃO.
EDITAL. NECESSIDADE DE PREENCHIMENTO.
DIREITO LÍQUIDO E CERTO.
1.
CARACTERIZAÇÃO. RECURSO PROVIDO.
Em conformidade com a
jurisprudência que vem se
firmando na 3ª Seção do STJ,
o candidato aprovado em
concurso público, dentro do
número de vagas previstas
em edital, possui direito
líquido e certo à nomeação, e,
não mera expectativa de
direito.
2. Consoante precedentes da 5ª e 6ª
Turmas do STJ, a partir da veiculação, pelo
instrumento convocatório, da necessidade
de a Administração prover determinado
número de vagas, a nomeação e posse, que
seriam, a princípio, atos discricionários, de
acordo com a necessidade do serviço
público, tornam-se vinculados, gerando, em
contrapartida, direito subjetivo para o
candidato aprovado dentro do número de
vagas previstas em edital.
4. Recurso ordinário conhecido e provido,
para conceder a ordem apenas para
determinar ao Estado de Minas Gerais que
preencha o número de vagas previstas no
Edital. (RMS 22.597/MG, Rel.

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Desembargadora convocada JANE SILVA,
Sexta Turma, DJe 25/8/08)
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
DIREITO À NOMEAÇÃO. DUAS
RECORRENTES. CANDIDATA APROVADA
ENTRE AS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL
TEM DIREITO LÍQUIDO E CERTO À
NOMEAÇÃO. RECORRENTE APROVADA NAS
VAGAS REMANESCENTES - MERA
EXPECTATIVA DE DIREITO. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.
1. A aprovação do candidato no
limite do número de vagas
definido no Edital do concurso
gera em seu favor o direito
subjetivo à nomeação para o
cargo . Entretanto, se aprovado nas vagas
remanescentes, além daqueles previstas
para o cargo, gera-se, apenas, mera
expectativa de direito.
2. As disposições contidas no
Edital vinculam as atividades da
Administração, que está obrigada
a prover os aprovados no limite
das vagas previstas . A
discricionariedade na nomeação de
candidatos só incide em relação aos
classificados nas vagas remanescentes.
3. Não é lícito à Administração, no prazo de
validade do concurso público,
simplesmente omitir-se na prática dos atos
de nomeação dos aprovados no limite das
vagas ofertadas, em respeito aos
investimentos realizados pelos
concursantes, em termos financeiros, de
tempo e emocionais, bem com às suas
legítimas expectativas quanto à assunção
do cargo público. Precedentes: RMS
15.034/RS e RMS 10.817/MG.
4. No caso, uma recorrente foi aprovada
dentro do número de vagas disposto no

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Edital e detém direito subjetivo ao
provimento no cargo; a outra candidata foi
aprovada nas vagas remanescentes e não
comprovou a violação da ordem de
convocação dos classificados ou a
contratação irregular de servidores,
detendo, tão somente, mera expectativa de
direito à nomeação.
5. Recurso Ordinário parcialmente provido,
para determinar a nomeação,
exclusivamente, da candidata aprovada
dentro do número de vagas previstas no
Edital. (RMS 25.957/MS, Rel. Min.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Quinta
Turma, DJe 23/6/08)

Conforme noticia o Informativo/STF 520, de 15 a


19/9/08, a Primeira Turma, por maioria, nos autos do RE
227.480/RJ, Rel. p/ acórdão Min. CÁRMEM LÚCIA, julgado em
16/9/08, assentou que, "se o Estado
anuncia em edital de concurso público a “Se o Estado
existência de vagas, ele se obriga ao seu anuncia em edital de
provimento, se houver candidato concurso público a
aprovado".
existência de vagas,
ele se obriga ao seu
O princípio da moralidade
provimento, se houver
candidato aprovado".
impõe obediência às regras insculpidas no
instrumento convocatório pelo Poder Público, de sorte que a oferta
de vagas vincula a Administração pela expectativa surgida entre os
candidatos.

Destarte, a partir da veiculação expressa da


necessidade de prover determinado número de cargos, através da
publicação de edital de concurso, a nomeação e posse de candidato
aprovado dentro das vagas ofertadas, transmuda-se de mera
expectativa à direito subjetivo. Tem-se, pois, por ilegal o ato
omissivo da Administração que não assegura a nomeação de

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candidato aprovado e classificado até o limite de vagas previstas
no edital, por se tratar de ato vinculado.

2.2 Do direito líquido e certo da impetrante à


nomeação

Dispõe o edital de concurso, no item 11 referente a


classificação no concurso público, in verbis:

11. DA CLASSIFICAÇÃO NO CONCURSO PÚBLICO

11.1. A nota final do candidato será calculada,


considerando-se que NF é a nota final e NO é a
nota da Prova Objetiva, da seguinte forma:

NF = NO

11.2. Os candidatos considerados aprovados


serão ordenados e classificados da seguinte
forma:

11.2.1. Em uma relação por cidade de vaga e


tipo de vaga (vaga de ampla concorrência ou
vaga reservada para candidatos com deficiência),
conforme a opção escolhida, segundo a ordem
decrescente da nota final.

11.2.2. Em uma relação por gerência executiva


da vaga e tipo de vaga (vaga de ampla
concorrência ou vaga reservada para candidatos
com deficiência), considerando-se as gerências
executivas de vaga existentes no Anexo I deste
Edital, agrupando-se os candidatos cujas opções
de cidade de vaga e tipo de vaga (vaga de ampla
concorrência ou vaga reservada para candidatos
com deficiência) pertençam a uma mesa gerência
executiva da vaga, conforme a opção escolhida,
segundo a ordem decrescente da nota final.

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Prossegue o edital, e estabelece no item

12.4. Esgotada a lista de classificados para uma


determinada gerência executiva da vaga e tipo
de vaga (vaga de ampla concorrência ou vaga
reservada para candidatos com deficiência) sem
que tenha havido o preenchimento da vaga para
esta gerência executiva da vaga e tipo de vaga
(vaga de ampla concorrência ou vaga reservada
para candidatos com deficiência), conforme
relação definida no subitem 11.2.2 deste
Edital, a vaga será oferecida a candidato
classificado na UF da vaga a qual esta inserida a
gerência executiva da vaga (considerando-se o
mesmo tipo de vaga), que ainda não tenha sido
nomeado, observada a rigorosa ordem de
classificação, de âmbito da UF da vaga, prevista
no subitem 11.2.3 deste Edital.

12.4.1. Caso o candidato aceite a vaga


oferecida, este deixará de ocupar a sua posição
de classificação nas relações definidas nos
subitens 11.2.1 e 11.2.2 deste Edital.

12.4.2. Caso o candidato não aceite a vaga


oferecida, esta será oferecida para o próximo
candidato que ainda não tenha sido nomeado,
observada a rigorosa ordem de classificação, de
âmbito da UF da vaga, prevista no subitem 11.2.3
deste Edital.

No caso, conforme o Edital verifica-se que a


impetrante concorreu as 02 vagas previstas para a cidade de
__________, e pelo item 12.4 e 11.2.2 do referido edital, também
às vagas de eventuais cidades da UF de inscrição que não
obtivessem aprovados.

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Ao final do certame a autora alcançou o 4º lugar da
lista vaga/cidade e 8º lugar na lista gerência executiva/vaga (doc.
Anexo). Os seis primeiros aprovados na lista gerência
executiva/vaga já foram nomeados e empossados, sendo que no
presente momento a impetrante ocupa 2º lugar na referida lista.

Ocorre que duas das cidades da gerência executiva


de __________, sendo elas _________________________, não
tiveram as vagas preenchidas por falta de aprovados optantes por
estas cidades. Sendo assim, a autoridade coatora deveria aplicar o
previsto no item 12.4 e nomear os candidatos da lista prevista no
item 11.2.2 (gerência executiva/vaga) da qual a impetrante é 2ª
colocada.

O direito à nomeação tem fundamento no Edital


01/2008, que, no item 12.4 especifica que para preenchimento das
vagas das cidades da gerência executiva serão considerados os
aprovados na lista GEX, obedecendo a ordem de classificação.

Data maxima venia, com a publicação do Edital no


veículo oficial - DOMT, a Administração Pública vinculou-se às
normas estabelecidas para o certame, motivo pelo qual a
nomeação dos candidatos classificados nas vagas previstas não
depende de sua discricionariedade.

Temos então a situação


“ S e existem
absurda na qual duas cidades
critérios para
permanecem com vagas em
preenchimento
destas vagas no aberto, enquanto que a
Edital do certame, autoridade coatora se nega a
cabe à autoridade cumprir o disposto no edital
coatora promover para preenchimento destas
o cumprimento dos
vagas, nomeando os
seus termos para
preenchimento
daquelas.”
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próximos classificados aprovados na lista da gerência executiva
(GEX).

Não é lícito à Administração, no prazo de validade do


concurso público, simplesmente omitir-se na prática dos atos de
nomeação dos aprovados no limite das vagas ofertadas, em
respeito aos investimentos realizados pelos concursantes, em
termos financeiros, de tempo e emocionais, bem com às suas
legítimas expectativas quanto à assunção do cargo público.

Cumpre-nos ressaltar que não é o caso de vagas


remanescentes. Conforme Anexo 01 do Edital, foi destinada 01
(uma) vaga para Tangará da Serra e 01 (uma) vaga para Alta
Floresta, vagas estas que ainda não foram preenchidas.

Se existem critérios para preenchimento destas


vagas no Edital do certame, cabe à autoridade coatora promover o
cumprimento dos seus termos para preenchimento daquelas.

Resta patente, o direito da impetrante à sua


nomeação e posse no cargo para o qual foi devidamente habilitada
dentro do número de vagas oferecidas pela Administração.

2.3 Da omissão da autoridade coatora

Conforme diálogo travado através de email com o


departamento de recursos humanos da autarquia, verifica-se que
existe não apenas omissão da autoridade coatora, mas também
uma enorme desorganização quanto ao concurso realizado.

No dia _______ a impetrante recebeu uma


notificação do INSS, via email, parabenizando-a pela nomeação e
informando os documentos necessários para a posse (doc anexo).

A impetrante então entrou em contato com a


gerência Executiva do INSS em ___________, sendo informada

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então que havia ocorrido um engano e que novo email havia sido
enviado com um pedido de desculpas pelo equívoco, email este que
a impetrante nunca recebeu.

De fato, em suas tratativas por email, a autoridade


coatora admite, mesmo que tacitamente, o direito da impetrante à
nomeação, contudo condiciona este direito a uma suposta
necessidade de se elaborar uma nova lista de classificação relativa
ao critério do item 11.2.2 (lista gerencia executiva/vaga).

Ora, já foram divulgadas as duas listas: referentes


aos items 11.2.1 e 11.2.2, não havendo assim necessidade de
elaboração de uma nova listagem. Aliás, não existe qualquer
menção no edital a essa necessidade alegada pela autoridade
coatora para justificar a demora na nomeação da impetrante.

Ainda, a autoridade coatora não pode negar direito


líquido e certo da impetrante com base em sua omissão: se existe
necessidade de elaboração de nova lista não cabe à impetrante e
sim à autoridade coatora!

III – REQUISITOS PARA A


CONCESSÃO LIMINAR

Do fumus boni iuris

Diante dos fatos aqui argüidos, não se tem dúvida


quanto à verossimilhança do direito que ampara a pretensão aqui
vindicada. O edital é claro quando estabelece a forma de
preenchimento das vagas do concurso.

A impetrante, a despeito de não ter obtido


classificação suficiente para a cidade de opção, deveria ser
nomeada para uma das cidades da Gerência Executiva que não

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tiveram candidatos aprovados, na forma do item 12.4 do Edital de
Concurso.

Do periculum in mora

O Conselho Federal de Serviço Social – através de


representante, em entrevista dada (doc. Anexo) destacou que o
CFESS vem lutando pelo preenchimento de 1600 vagas em todo o
Brasil.

Segundo OFÍCIO CIRCULAR Nº 017/2008 do


CFESS aos Conselhos Regionais de Serviço Social Seccionais
de base estadual (doc. Anexo) o Decreto nº 6.214, de
26/09/2007 estabeleceu a avaliação social como parte integrante
do processo de avaliação da incapacidade para a vida independente
e para o trabalho das pessoas com
deficiência (art. 16), para acesso ao
Benefício de Prestação Continuada (BPC), “O próprio Conselho
e daí a necessidade urgente de concurso
Nacional destacou que
mesmo o
para preenchimento de vagas.
preenchimento das 900
vagas oferecidas
Sendo assim, o aumento no
através do Edital
quadro de assistentes sociais do INSS é 01/2008 era
imprescindível para que este cumpra o insuficiente para a
determinado no Decreto nº 6.214, de demanda de
26/09/2007. Neste ponto devemos atendimento do INSS”
destacar a importância do princípio da
continuidade do serviço público.

Segundo consta do Documento Apresentado ao INSS


pelo CFESS em Reunião no dia 13.08.2009 (doc. Anexo), antes da
realização deste concurso público, o INSS contava com apenas 548
profissionais, sendo que somente 270 desempenhavam suas ações
nas seções específicas de Serviço Social do INSS. Os demais

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técnicos atuavam nos setores de Reabilitação Profissional, Recursos
Humanos, exerciam cargos comissionados e/ou atuavam nos
diversos setores deste Instituto.

O próprio Conselho Nacional destacou que mesmo o


preenchimento das 900 vagas oferecidas através do Edital 01/2008
era insuficiente para a demanda de atendimento do INSS:

“A realização de concurso para 900 vagas


para Assistente Social/Analista Social foi
uma grande conquista e permitirá ao INSS
avançar na implementação dos direitos
previdenciários e assistenciais, conforme
estabelecido na Lei 8.213/91 (artigo 88),
Lei 8742/93 e Decreto nº 6.214/07.

Esse número, contudo, é insuficiente


para o provimento do quadro de
pessoal das 100 Gerências Executivas e
1.217 Agências da Previdência Social,
visto que antes da realização do concurso
público, o INSS contava com apenas 548
profissionais, sendo que somente 270
desempenhavam suas ações nas seções
específicas de Serviço Social do INSS.

(...)

Igualmente, solicitamos que as nomeações


atinjam imediatamente as 900 vagas
ofertadas no concurso, visto que até o
momento foram nomeadas/os 866
profissionais.”

Os estudos realizados pelo grupo de trabalho


composto por assistentes sociais do INSS e representação do
CFESS com vistas à (re)estruturação do Serviço Social já
demonstravam a necessidade de contratação de aproximadamente

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1.600 profissionais para suprir as reais demandas de atendimento
aos usuários das políticas da previdência e assistência social.

Sendo assim, mister se faz a convocação de todos os


APROVADOS dentro dos termos do edital, dentre eles a impetrante,
para que venham fazer frente à demanda originada pela nova
política, em homenagem ao princípio da continuidade do serviço
público.

Aí estão a verossimilhança do direito invocado e o


fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, a
ensejar de pronto a concessão da liminar de tutela antecipada.

IV – DOS REQUERIMENTOS

O Juízo de cognição sumária, próprio das medidas


liminares, deve buscar a caracterização de dois pressupostos
básicos, consistentes na realização do fumus boni iuris, que
indica a aparência do bom direito postulado, mas não sua certeza,
e do periculum in mora, este último a referir a necessidade de
pronta medida, vital para impedir grave lesão à coisa litigiosa, ou o
seu perecimento, permitindo amplo debate sobre as questões
fundamentais para o deslinde da controvérsia.

Ex positis e demonstrada a violação de direito líquido


e certo da Impetrante, por ato de clara ilegalidade emanada da
Digna Autoridade Coatora – Ilustríssimo Senhor
____________________, requer deste Emérito Julgador digne-se
em conceder o mandamus LIMINARMENTE, de acordo com o inciso
II, do art. 7º, da Lei 1.533/51; art. 5º, incisos XIII, XXXIII, XXXIV
e LXIX; e art. 170, inciso IV e § Único, da CF/88, nos termos
abaixo elencados:

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I - A concessão da liminar inaudita altera pars, nos
termos do inciso II do artigo 7º, da Lei 1.533/51, para o fim de
DETERMINAR A IMEDIATA NOMEAÇÃO DA IMPETRANTE para
as vagas ainda não preenchidas nas cidades da Gerência Executiva
sem candidatos aprovados, na forma do item 12.4 e 11.2.2 do
Edital de Concurso,

III – Uma vez deferida a medida liminar, seja


notificada a Autoridade Coatora por ofício, para que, no prazo legal
de 10 dias do recebimento, preste as informações relacionadas aos
fatos articulados nesta impetração ao douto Juízo;

IV - O pronunciamento do i. Membro do Ministério


Público conforme artigo 10 da Lei 1.533/51;

V - Por último, requer o JULGAMENTO DE


PROCEDÊNCIA DESTE “WRIT”, COM A CONCESSÃO
DEFINITIVA DA SEGURANÇA PLEITEADA, ratificando o direito
da Impetrante, determinando que a autoridade coatora promova a
sua nomeação para o cargo de _________________, na forma do
item 12.4 e 11.2.2 do Edital;

Para os devidos efeitos fiscais, dá-se a causa o valor


de R$ 1.000,00

Termos em que,

P. Deferimento.

Local e data

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