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Álgebra
Linear I
Manaus 2007
FICHA TÉCNICA
Governador
Eduardo Braga
Vice-Governador
Omar Aziz
Reitor
Lourenço dos Santos Pereira Braga
Vice-Reitor
Carlos Eduardo S. Gonçalves
Pró-Reitor de Planejamento e Administração
Antônio Dias Couto
Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários
Ademar R. M. Teixeira
Pró-Reitor de Ensino de Graduação
Carlos Eduardo S. Gonçalves
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Walmir de Albuquerque Barbosa
Coordenador Geral do Curso de Matemática (Sistema Presencial Mediado)
Carlos Alberto Farias Jennings
Coordenador Pedagógico
Luciano Balbino dos Santos
NUPROM
Núcleo de Produção de Material
Coordenador Geral
João Batista Gomes
Projeto Gráfico
Mário Lima
Editoração Eletrônica
Helcio Ferreira Junior
Revisão Técnico-gramatical
João Batista Gomes
Inclui bibliografia.
Palavra do Reitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
UNIDADE I – Matrizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
UNIDADE II – Determinantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
UNIDADE IV – Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
UNIDADE VI – Cônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
PERFIL DOS AUTORES
A realidade amazônica, por si só, é um desafio à educação tradicional, aquela que teima em ficar arraigada
à sala de aula, na dependência única dos métodos triviais de ensino. A Universidade do Estado do
Amazonas já nasceu consciente de que o ensino presencial mediado é a única estratégia capaz de respon-
der aos anseios de um público que, por estar disperso, tem de ser atendido por projetos escudados em
dinamismo técnico−científico.
Assim, a Licenciatura Plena em Matemática, ancorada no Sistema Presencial Mediado, nasceu para ofere-
cer aos discentes as habilidades necessárias para que eles venham a construir seus próprios objetivos exis-
tenciais, estimulando−lhes a ousadia de aceitar o novo e de criar novas possibilidades de futuro, dando−
lhes uma visão multifacetada das maneiras de educar.
Os livros−textos em que o curso se apóia são produzidos com o rigor didático de quem sabe que a história
da educação, no nosso Estado, está sendo reescrita. Os agentes desse processo têm visão crítica e apos-
tam na formação de novos professores que saberão aliar inteligência e memória, não permitindo que o ensi-
no em base tecnológica ganhe a conotação de “um distanciado do outro”.
A autonomia de agir que cada um está aprendendo a conquistar virá, em breve, como resposta aos desafios
que se impõem hoje.
11
UEA – Licenciatura em Matemática
12
Álgebra Linear I – Matrizes
TEMA 02
2.2.1 Propriedades
MATRIZES – OPERAÇÕES a) Multiplicação pelo escalar 1 – A multiplica-
ção do escalar 1 por qualquer matriz A, for-
necerá a própria matriz A, isto é: 1. A = A
2.1 Soma de matrizes
b) Multiplicação pelo escalar zero – A multipli-
A soma (adição) de duas matrizes A = [ai,j] e
cação do escalar 0 por qualquer matriz A,
B = [bi,j] de mesma ordem m × n é uma outra
fornecerá a matriz nula, isto é:
matriz C = [ci,j], definida por:
0 . A = 0 (matriz nula de ordem m x n)
ci,j = ai,j + bi,j, para todo par ordenado (i,j) em
Smn. c) Distributividade das matrizes – Para quais-
quer matrizes A e B de mesma ordem e
Exemplo: A soma das matrizes A e B é a ter-
para qualquer escalar k, tem-se:
ceira matriz indicada abaixo.
k (A+B) = k A + k B
d) Distributividade dos escalares – Para qual-
quer matriz A e para quaisquer escalares p
2.1.1 Propriedades e q, tem-se:
13
UEA – Licenciatura em Matemática
2.5 Exemplos
14
Álgebra Linear I – Matrizes
dos de resolução.
Modo 1:
Daí:
Modo 2:
Vamos “isolar” a matriz X na equação:
1. Somemos, aos dois membros, a matriz A:
(X – A) + A = B + A 5. Sejam as matrizes e
2. Usando as propriedades II e III, temos:
Modo 1: c22 = 3 . 5 + 2 . 3 + 7 . 1 = 28
15
UEA – Licenciatura em Matemática
6. Considerando as matrizes e
Igualando os elementos correspondentes, se-
guem os sistemas:
, vamos determinar a matriz C,
produto de A por B.
Temos:
Logo:
Note que:
Seguindo o mesmo esquema do exemplo an-
terior, temos:
c11 = 1 . 2 + 2 . 0 = 2
c12 = 1 . 1 + 2 . 3 = 7
c13 = 1 . (–1) + 2 . (-2) = –5
c21 = 5 . 2 + 3 . 0 = 10
c22 = 5 . 1 + 3 . 3 = 14
c23 = 5 . (–1) + 3 . (–2) = -11
c31 = 9 . 2 + (–4) . 0 = 18
1. Construa a matriz A = (ai j)3x3, em que
c32 = 9 . 1 + (–4) . 3 = -3
c33 = 9 . (–1) + (–4) . (–2) = –1 , identificando os elemen-
seja simétrica.
7. Vamos encontrar, se existir, a inversa da matriz
3. Determine os valores de p e q que satisfazem
a igualdade: .
Devemos determinar tal que
16
Álgebra Linear I – Matrizes
6. Efetue:
matriz 2 . X.
8. Resolva o sistema .
comutem.
Xt + (X–1)t.
sa da matriz T = .
17
UNIDADE II
Determinantes
Álgebra Linear I – Determinantes
21
UEA – Licenciatura em Matemática
3.2 Introdução
detM = = 2.5 – 4.3 = 10 – 12 ⇒ detM = –2
Como já vimos, matriz quadrada é a que tem o
mesmo número de linhas e de colunas (ou seja,
é do tipo n x n). 3.5 Menor complementar
A toda matriz quadrada está associado um nú- Chamamos de menor complementar relativo
mero ao qual damos o nome de determinante. a um elemento aij de uma matriz M, quadrada e
Dentre as várias aplicações dos determinantes de ordem n > 1, o determinante MCij, de
na Matemática, temos: ordem n – 1, associado à matriz obtida de M
quando suprimimos a linha e a coluna que pas-
• resolução de alguns tipos de sistemas de
sam por aij.
equações lineares;
Vejamos como determiná-lo pelos exemplos a
• cálculo da área de um triângulo situado no seguir:
plano cartesiano, quando são conhecidas
as coordenadas dos seus vértices. a) Dada a matriz , de ordem 2,
22
Álgebra Linear I – Determinantes
Assim:
3.7 Teorema de Laplace
O determinante de uma matriz quadrada
M = [aij]mxn, m = 2, pode ser obtido pela soma
dos produtos dos elementos de uma fila qual-
quer (linha ou coluna) da matriz M pelos res-
pectivos cofatores. = –(a13a22a31+a11a23a22+a12a21a33)+(a11a22a33+a11a23a31+a13a21a32)
23
UEA – Licenciatura em Matemática
4.1 Nulidade
a) Quando todos os elementos de uma fila
(linha ou coluna) são nulos, o determinante
dessa matriz é nulo. Substituindo a 1.a coluna pela soma dessa
mesma coluna com o dobro da 2.a, temos:
Exemplo:
a)
multiplicando
d) Se os elementos de uma fila de uma matriz
são combinações lineares dos elementos
correspondentes de filas paralelas, então b)
seu determinante é nulo.
Exemplos:
a) b) multiplicando
24
Álgebra Linear I – Determinantes
Se , e , então:
–42 0 –8 –4 –35 0
Assim:
det M = –42 + 0 – 8 – 4 – 35 + 0 = –89.
a) b)
2. Vamos determinar o valor de x em
Exemplos:
0 +6 –x2 0 –12x 4x
Daí:
a) b) –x2 – 8x + 6 = –3 x2 + 8x – 9 = 0
x = –9 ou x = 1
25
UEA – Licenciatura em Matemática
é o cofator do
Assim, basta calcular A22.
elemento a13 .
Como , se-
4. Sendo e eliminando-se
gue que D = (–2) . (–183) = 366.
5. Vamos calcular .
transposta
.
Os seus determinantes valem:
∴ det A = det At
Observe que não é necessário calcular A34.
Daí, em (*), temos:
D = 7 . 9 + 4 . 20 + (–5) . 7 = 108
26
Álgebra Linear I – Determinantes
Resposta: S = {2, 3}
2. Se , qual é o valor
3. Calcule: .
a) x = 1, y = 3 b) x = 3, y = 2
c) x = 4, y = 4 d) x = 4, y = 3
Utilizando a regra de Sarrus, obtemos: 6. Considere as matrizes:
D = –184
Resposta: –184 e
27
UEA – Licenciatura em Matemática
13. Calcule: .
a) 1
b) 2
a) 3abcd b) 2abcd
c) 3
c) 3abc d) –3abc d) 4
e) –2abd e) 5
e .
a) 13 b) 14
c) 16 d) 18
a) 19
e) 19
b) 12
c) 15
9. Seja S = (Si j) a matriz quadrada de ordem 3, d) 13
e) 16
determinante de S.
.
a) 36 b) 48
c) 56 d) 24
e) 34
a) 256
11. Se 0 ≤ x ≤ 2, determine o menor valor de x, tal b) 345
c) –365
d) –65
que . e) –353
a) 0 b) 1
c) 2 d) 3
e) 4
e .
a) 3 b) 2
c) 4
d) 1
e) 0
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UNIDADE III
Sistemas Lineares
Álgebra Linear I – Sistemas Lineares
onde:
TEMA 05 x1, x2,...,xn são as incógnitas;
a11, a12,...,amn são os coeficientes;
SISTEMAS LINEARES – DEFINIÇÃO E
b1, b2,...,bm são os termos indepentes.
RESOLUÇÃO
Resolver o sistema significa encontrar os va-
lores das incógnitas que resolvem, simultanea-
5.1 Equação linear
mente, todas as suas equações.
Entenderemos por equação linear nas variá-
Por exemplo: dado o sistema de equações:
veis (incógnitas) x1, x2, x3, ... , xn , como sendo
a equação da forma:
a1.x1 + a2.x2 + a3.x3 + ... + an.xn = b, em que
a1, a2, a3, ... an e b são números reais ou com-
plexos.
Podemos afirmar que a sua solução será a tri-
a1, a2, a3, ... an são denominados coeficientes, pla x = 1, y = 2 e z = 0, pois:
e b, termo independente.
2.1 + 2 – 0 = 4
Exemplos de equações lineares:
1 – 2 + 3.0 = –1
4x1 + 2x2 = 9
3.1 – 5.2 + 7.0 = –7
3x + 4y = 5
–2x + 3y +5z = 12 5.4 Resolução de sistemas lineares.
–x – 3y – 7z + 3w = 17 Para resolver um sistema linear pelo método
de Cramer, é necessário que o mesmo seja
5.2 A solução de uma equação linear possível determinado, com det(mp) = 0, como
veremos a seguir.
Chamamos de solução de uma equação linear
aos valores que, ao serem substituídos nas Vamos resolver o sistema proposto inicialmente:
incógnitas, cheguem à uma igualdade ver-
dadeira. Por exemplo: a equação x + y + z = 5
apresenta como solução os valores x = 1,
y = 4 e z = 0, uma vez que 1 + 4 + 0 = 5. Os
valores x = 3, y = 7 e z = –5 também são Para resolver um sistema, devemos, inicialmente,
soluções da equação, uma vez que 3 + 7 – 5 = 5. encontrar a sua Matriz Principal, que é dada
Podemos, então, afirmar que existem infinitas pelos coeficientes das incógnitas. Dessa forma,
soluções (um número infinito de ternos orde- a matriz principal do sistema acima será:
nados) que satisfazem à equação dada.
31
UEA – Licenciatura em Matemática
det (My) = 40
1.o passo – Anulamos todos os coeficientes da
1.a incógnita a partir da 2.a equação, aplicando
as propriedades dos sistemas equivalentes:
Trocamos de posição a 1.a equação com a 2.a
det (Mz) = 0 equação, de modo que o 1.o coeficiente de x
Após calculados os determinantes da matriz seja igual a 1:
principal e das matrizes das incógnitas, chega-
mos aos valores de x, y, z, efetuando as se-
guintes divisões:
32
Álgebra Linear I – Sistemas Lineares
TEMA 06
33
UEA – Licenciatura em Matemática
Resolução:
Cálculo de x e y.
x – y = 1 x (–2) e somamos abaixo
O sistema é indeterminado, pois admite infini- 4. Vamos escalonar e depois resolver o sistema:
tas soluções, entre elas x = 0;
y = 0; z = 0 e x = 2; y = 0; z = 1.
6.3 Exemplos
Em primeiro lugar, precisamos anular os coefi-
1. Considere , cuja solução é (3, –1). cientes de x na 2.a e na 3.a equação.
Substituímos a 2.a equação pela soma dela
Multiplicando–se a 1.a equação de S por 5, por com a 1.a, multiplicada por 2
exemplo, obtemos:
34
Álgebra Linear I – Sistemas Lineares
6. Resolver o Sistema
Logo:
que é equivalente a:
35
UEA – Licenciatura em Matemática
8. Resolver o sistema
1. O sistema , é:
36
Álgebra Linear I – Sistemas Lineares
37
UEA – Licenciatura em Matemática
não admite solução se a for igual a: 23. (UNESP–SP) Para que os valores reais de p e
q o sistema não admite solução?
a) 0 b) 1
c) –1 d) 2
e) –2
38
UNIDADE IV
Vetores
Álgebra Linear I – Vetores
41
UEA – Licenciatura em Matemática
42
Álgebra Linear I – Vetores
→ → Associativa da soma
Na figura acima, u1 e u2 são vetores unitários,
visto que ambos têm norma igual a 1. Por outro
→
lado apenas o vetor u1 tem a mesma direção e 7.4.3 Diferença de vetores
→ → →
sentido do vetor v . Portanto u1 é um versor de v . → →
Definimos a diferença v menos w, por v +(–w).
→ →
tome um segmento orientado que representa 7.4.4 Multiplicação por um número Real
→ →
v , com origem na extremidade de u ; o vetor →
→ → A multiplicação de um vetor v por um escalar
u + v é representado pelo segmento orientado →
α, α v , é determinada pelo vetor que possui as
que vai da origem de u até a extremidade de v .
→ →
seguintes características:
→ →
i) é o vetor nulo, se α = 0 ou v = 0 .
ii) caso contrário:
a) tem comprimento |α| vezes o comprimen-
→
to de v ;
→
b) a direção é a mesma de v (neste caso,
7.4.2 Propriedades da soma dizemos que eles são paralelos);
→ → → →
i) u + v = v + u (Comutativa). →
c) tem o mesmo sentido de v , se α > 0 e tem
→
→ → → → → →
ii) (u + v ) + w = u + (v + w) (Associativa). o sentido contrário ao de v , se α < 0.
→
iii) Existe um único vetor nulo 0 tal que para Observações:
→ → → → → → → → →
todo vetor v se tem v + 0 = 0 + v = v Se w = α v , dizemos que w é um múltiplo
→
(Elemento neutro). escalar de v .
→
iv) Qualquer que seja o vetor v , existe um Dois vetores não-nulos são paralelos (ou coli-
→ →
único vetor –v (vetor oposto de v ) tal que neares) se, e somente se, um é um múltiplo
→ → → → →
v + (–v ) = –v + v = 0 escalar do outro.
43
UEA – Licenciatura em Matemática
→
O versor de um vetor não nulo v é o vetor unitário
TEMA 08
. Note que ,
VETORES – DEPENDÊNCIA E
→
INDEPENDÊNCIA LINEAR
logo , ou seja, v é produto de sua nor-
ma pelo vetor unitário de mesma direção e 8.1 Definições
→ → →
sentido de v . Dois vetores u e v são colineares se tiverem
a mesma direção.
→ →
Se u e v são linearmente independentes, en-
→ →
tão, todos os vetores da forma ku + tv podem
ser representados sobre um mesmo plano α.
→
Reciprocamente, todo vetor w que possua re-
presentante no plano α pode ser escrito como
→ →
uma combinação linear dos vetores u e v ;
além disso, toda combinação linear dos
→ →
vetores u e v pode ser representada sobre o
→ →
plano α. Por essa razão, se os vetores u e v
são linearmente independentes, diremos que
eles geram um plano.
44
Álgebra Linear I – Vetores
→ → → →
Agora, se um vetor w se escreve como uma com- Se os vetores u , v e w são colineares, com re-
→ → →
binação linear ku + tv , diremos que os vetores ku presentantes em uma reta r, então os vetores
→ →
e tv são componentes do vetor w na direção dos geram a reta r, ou seja, qualquer vetor com re-
→ →
vetores u e v , respectivamente. Os escalares k e t presentante nesta reta pode ser escrito como
→ → → →
são as coordenadas de w em termos aos vetores combinação linear de u , v e w. Da mesma forma,
→ → → → → → →
u e v . Observe que, se u e v são linearmente in- se u , v e w não são colineares que possuem re-
→
dependentes, então cada vetor w que possua rep- presentantes em um mesmo plano α, então eles
resentante em α se escreve de maneira única geram o plano α, isto é, qualquer vetor que pos-
→ →
como uma combinação linear dos vetores u e v . sua um representante no plano α pode ser
→ → → → → →
Se os vetores u , v e w possuem representan- escrito como combinação linear de u , v e w.
tes pertencentes em um mesmo plano α, dize- Também pode ser mostrado que, se u , v e w
→ → →
mos que eles são coplanares. são linearmente independentes, então eles ge-
→
ram o espaço, isto é, se x é um vetor qualquer,
então existe um (único) terno ordenado (a,b,c)
→ → → →
de escalares tais que x = au + bv + cw.
→ → →
Chamaremos os vetores au , bv e cw de compo-
→ → →
nentes do vetor x na direção dos vetores u , v e
→
w (os números a, b e c são as coordenadas de
→ → → →
Observações: x em termos dos vetores u , v e w). Um conjun-
→ → to três vetores linearmente independentes
Dois vetores quaisquer u e v são sempre
chama-se uma base para o espaço dos vetores.
coplanares, pois sempre podemos tomar um → → →
A base que consiste dos vetores u , v e w, por
ponto do espaço e, com origem nele, imaginar → →
→ → exemplo, nessa ordem, será indicada por {u , v ,
os dois representantes de u e v pertencendo → → → →
w}. Se escolhermos uma base {u , v , w}, então a
a um plano α que passa por esse ponto. →
cada vetor x corresponde um único terno ordena-
Três vetores podem ser ou não complanares
do (a,b,c) de escalares, a saber, as coordenadas
(ver figuras a seguir). →
de x em em termos dessa base. Reciprocamente,
a cada terno ordenado (a,b,c) de números reais
→ → → →
corresponde o vetor x = au + bv + cw.
8.2 Exemplos
1. Sejam ABC um triângulo, e sejam M e N os
⎯ ⎯
pontos médios de AC e BC respectivamente.
→ → →
u , v e w não são coplanares ⎯ ⎯
Prove que MN é paralelo a AB e que MN é a
metade de AB.
Solução:
Devemos mostrar que =
→ → →
u , v e w e são coplanares
→ → →
Se três vetores u , v e w são colineares ou co-
planares, ou seja, possuem representante em
uma mesma reta ou em um mesmo plano res-
pectivamente, os vetores são linearmente
dependentes.
45
UEA – Licenciatura em Matemática
⎯
Como M é ponto médio de AC e N é ponto
⎯
médio de BC, temos:
= e =
= + = ( + )=
→ →
como queríamos mostrar. Se vetores equivalentes v e w são colocados
com seus pontos iniciais na origem, então é
2. Mostre que as diagonais de um paralelogramo óbvio que seus pontos finais coincidem (pois
se cortam ao meio. os vetores têm o mesmo comprimento, a mes-
Solução: ma direção e mesmo sentido); logo, os vetores
possuem os mesmos componentes. Recipro-
Considere o paralelogramo ABCD da figura
camente, vetores com os mesmos componen-
abaixo:
tes são equivalentes, pois têm iguais o compri-
mento, adireção e o sentido. Em resumo, dois
→ →
vetores v = (v1, v2) e w = (w1, w2) são equiva-
lentes se, e somente se, v1 = w1 e v2 = w2.
As operações vetoriais de adição e multipli-
cação por escalar são facilmente executáveis
em termos de componentes. Como é ilustrado
na figura abaixo, se
→ →
v = (v1, v2) e w = (w1, w2) então
Suponha = = . Queremos mostrar → →
v + w= (v1 + w1, v2 + w2).
que = = .
46
Álgebra Linear I – Vetores
→
→
Se tomarmos por exemplo v = (3, –2) e w =
→ Se um vetor v no espaço tridimensional for
→ →
(–1, 7), temos que v + w = (3 +(–1), –2 + 7) = posicionado com seu ponto inicial na origem
→ de um sistema de coordenadas retangulares,
(2, 5) e 3 v = (3.3, 3.(–2)) = (9, –6).
→ → → →
como na figura abaixo, então as coordenadas
Note que, como v – w = v +(–w) do ponto final são chamadas os componentes
→ → → →
Concluímos que v – w = (v1 – w1, v2 – w2). de v e escrevemos v = (v1, v2, v3).
47
UEA – Licenciatura em Matemática
→
dos subtraindo as coordenadas do ponto final 4. Encontre um vetor não-nulo u com ponto ini-
das coordenadas do ponto inicial. A figura cial P (–1, 3, –5) tal que:
abaixo ilustra o vetor obtido apartir de →
a) u tem a mesma direção e sentido que
P0(x0, y0, z0) e P1(x1, y1, z1). →
v = (6, 7, –3)
→
b) u tem a mesma direção mas sentido opos-
→
to ao de v = (6, 7, –3) .
→ → →
5. Sejam u = (–3, 1, 2), v = (4, 0, –8) e w = (6,–1,
–4). Encontre os componentes de:
→ →
a) v – w
→ →
b) 6u + 2v
→ →
c) –v + u
→ →
d) 5(v – 4u )
M= .
é um múltiplo escalar de ).
48
Álgebra Linear I – Vetores
49
UEA – Licenciatura em Matemática
50
Álgebra Linear I – Vetores
tação para o espaço, será possível distinguir Fixemos um triedro positivo (OA, OE, OC) de
duas classes de bases ortonormais: as positi- segmentos orientados unitários e mutuamente
vas e as negativas. Para a adição de vetores, ortogonais (veja a figura abaixo).
a multiplicação de vetores por escalares e o
produto interno, a orientação do espaço não
tem importância alguma, podendo ser dispen-
sada. A escolha de uma orientação para o es-
paço é, entretanto, indispensável para a intro-
dução do produto vetorial, que faremos na
próxima seção.
Escolhamos um ponto O do espaço que cha-
maremos origem. Um triedro é um terno orde-
nado (OA, OE, OC) de segmentos orientados
OA, OE e OC não coplanares. Esses três seg-
mentos dão origem, permutando a ordem dos
segmentos, a seis ternos ordenados distintos.
Consideremos um qualquer desses ternos e o
observemos de uma posição tal que o terceiro → → →
Sejam i = , j= e k= . Assim, a
segmento orientado esteja dirigido para os → → →
base {i , j , k } é ortonormal e positiva. Portanto
nossos olhos. A seguir, consideremos a rota- → → →
os vetores i , j , k , satisfazem às seguintes
ção (de menor ângulo) do primeiro segmento
relações:
até que ele fique colinear com o segundo seg-
→ → → → → →
mento (veja a figura abaixo). i.j =i.k=j .k =0
→ → →
i = j 2 = k2 = 1
2
→ → →
onde i 2 = i . i etc. Além disso, o exemplo 1 da
→
seção anterior nos dizque, se a é um vetor qualquer,
→
então a pode ser decomposto de maneira única
→ → → →
como combinação linear a = a1i + a2 j + a3k , onde
as coordenadas a1, a2 e a3 são dadas por
→ → → →→
a1 = a . i ||a ||cos(a ,i )
→ → → → →
a2 = a . j ||a ||cos(a , j )
→ → → → →
a3 = a . k ||a ||cos(a , k )
Além disso, o exemplo 2 da seção anterior nos
diz que, se
→ → → →
b = b1i + b2 j + b3k
Diremos que o triedro é positivo se a rotação
então
for no sentido contrário ao dos ponteiros de
→ →
um relógio, e negativo, caso contrário. a . b = b1b1 + a2b2 + a3b3
Por exemplo, o triedro (OA, OE, OC) da figura e
anterior é positivo, enquanto (OE, OA, OC), é
negativo.
→ →
Consideremos três vetores a = ,b= e
→ → → →
c= . Diremos que o terno ordenado (a ,b ,c )
é positivo (ou negativo) se o triedro (OA, OE,
OC) for positivo (ou negativo).
→ → →
Uma base {a ,b ,c } diz-se positiva (ou negativa)
→ → →
se o terno (a ,b ,c ) é positiva (ou negativa).
51
UEA – Licenciatura em Matemática
10.1 Exemplos
→ → → → →
Dados u =(1,2,–2) e v = 6 i – 2 j + 3 k , deter-
TEMA 10
mine:
→
a) ||u ||
VETORES – PROJEÇÃO ORTOGONAL →
b) ||v ||
→ →
→ → → → → → c) u . v
Sejam os vetores u e v , com u ≠ 0 e v , ≠ 0 . → →
→ d) O ângulo formado por u e v .
Pretendemos calcular o vetor w1 que represen-
→ → e)
ta a projeção de u sobre v .
Solução:
a)
b)
→ →
c) u . v =(1, 2,–2).(6, - 2, 3) = 6 – 4 – 6 = –4
d)
logo
e)
A Figura anterior ilustra as duas situações pos-
→
síveis. O vetor u foi decomposto em duas com-
→ → → →
ponentes normais w1 e w2. Como w1 e v têm a
mesma direção, temos que:
→ →
w1 = kv , k∈R.
Temos que:
→ → → → → 1. Calcule as seguintes somas e diferenças:
u = w1 + w2 = kv + w2 → → → → → →
→ a) (i + 2 j – 3 k ) + (2i – j + 5 k )
Tomando o produto escalar de v em ambos os → → → → → → → → →
membros da equação acima, temos: b) (–i + 5 j – 6 k ) + (2i + j – k ) + (i – 2 j + 6 k )
→ → → → → →
→ → → → →
u . v = (kv + w2) . v = k||v ||2 + w2 . v
→ → → c) (2i + j – 3 k ) – (6i + 2j + k )
→ → → → → → → → →
→ → →
Mas w2 . v = 0, pois w2 é ortogonal a v ; portan-
→ d) (i +2 j – 4 k ) – (2i + 5j +6k ) + (3i – 5 j +7 k )
to a equação acima nos fornece:
2. Calcule a norma de cada um dos seguintes ve-
tores:
→ → → →
a) a = (i – 2j +3k )
→ → →
Logo, b) b = cosθi + senθj
→ → → →
c) c = 2i – j +3k
→ →
3. Calcule os seguintes produtos internos:
Portanto a projeção de u sobre v , que deno- → → → → → →
a) (i – 2j + 3k ) . (2i + 2j – 5k )
taremos por , é: → → → → → →
b) (3i + 3j – 4k ) . (–i – 2j + 6k )
→ → → → → →
c) (–2i + 3j – k ) . (3i – 2j + 7k )
← → →
4. Mostre que os vetores a , b e c são linearmente
ou independentes se, e somente se, a equação
→ → → →
. αa + βb + γc = 0 só possui a sulução nula
α = β = γ = 0.
52
Álgebra Linear I – Vetores
→ → →
Em vez de memorizar as fórmulas acima, você
12. Sejam u , v e w vetores do R3. Prove que se → →
pode obter os componentes de u x v como
→ → → → → → →
u . v = u .w, então v – w é ortogonal a u .
segue:
→ →
13. Sejam u e v vetores quaisquer. Mostre que Forme a matriz 2 x 3 dada por
→ → → → → →
(u ± v )2 = u 2 ± 2u . v + v 2
cuja primeira linha contém os componentes de
e →
→ → → → → → u e cuja segunda linha contém os compo-
(u + v )(u − v ) = u 2 − v 2 →
nentes de v .
→ →
14. Use o resultado da questão 4 para mostrar a lei Para obter o primeiro componente de u × v ,
dos co-senos num triângulo ABC: descarte a primeira coluna e tome o determi-
a2 = b2 + c2 – 2bc cos nante; para obter o segundo componente, des-
onde carte a segunda coluna e tome o negativo do
determinante; e para obter o terceiro compo-
a =|| ||, b =|| ||, c =|| ||,
nente, descarte a terceira coluna e tome o de-
e terminante.
 = (AB, AC)
→ → 11.1.1 Exemplo
15. Sejam a e b vetores quaisquer. Mostre que
→ → → → → → →
Se u = (2,–1,1) e v = i + j – k , calcule u × v
a) → →
e v × u.
b)
→→ → →
c) |a .b|≤ ||a||+||b|| (Desigualdade de Schwarz)
→ → → →
d) ||a +b||≤||a ||+||b||(Desigualdade Triangular)
e) → → → →
Note que, nesse caso, temos que u × v = –(v × u),
53
UEA – Licenciatura em Matemática
→ →
fato que ocorre para quaisquer vetores u e v lados direitos de (2) e (3) e verificando sua
como mostraremos a seguir. igualdade.
As provas de iv) e v) ficam como exercício.
11.1.2 Propriedades do produto vetorial
→ →
Observações:
Sejam u e v vetores do espaço tridimensional e → →
k um escalar qualquer; então: i) e ii) mostram que o vetor u × v é ortogonal
→ →
→ → → → simultaneamente au e av .
i) u × v = –(v × u )
→ → → → → → → De iii) obtemos
ii) u × (v + w) = u × v + u × w → → → → → → →→
→ → → → → → ||u × v ||2 =||u ||2 ||v ||2 – ||u ||2 ||v ||2 cos(u ,v )
iii) k(u × v ) = (ku ) × v = u × (kv ) → → →→
→ → → → → =||u ||2 ||v ||2 (1 – cos2(u ,v ))
iv) u × 0 = 0 × u = 0 → → →→
→ → → =||u ||2 ||v ||2 sen2(u ,v )
v) u × u = 0
→ → → →
Como 0 ≤ (u ,v ) ≤ π, segue que sen(u ,v ) ≥ 0, e,
Para provar i), basta notar que quando se troca
→ → portanto, isso pode ser reescrito como
a ordem entre u e v , trocam-se as linhas dos
→ → → → →→
três determinantes da equação (1) e, portanto, ||u × v ||=||u ||||v || sen(u ,v ).
troca-se o sinal de cada componente do pro- É fácil ver que :
→ →
duto vetorial. Portanto concluímos que u × v = → → → → → → → → →
→ → i × i =0 j ×j =0 k ×k = 0
–(v × u ). → → → → → → → → →
i × j =k j × k =i k×i = j
As provas das demais partes são deixadas como → → → → → → → → →
exercício. j × i = –k k × j = –i i × k = –j
→ →
O produto vetorial de u = (u1,u2,u3) e v = (v1,v2,v3)
11.2 Relações entre produtos escalar e vetorial pode ser representado, simbolicamente, como
→ →
Sejam u e v vetores do espaço tridimensional; um determinante 3x3:
então:
→ → →
i) u . (u × v ) = 0
→ → →
ii) v . (u × v ) = 0
→ → → → → →
iii) ||u × v ||2 =||u ||2 ||v ||2 –(u .v )2 (Identidade de
Lagrange)
→ → → → → → → → →
iv) u × (v × w) = (u .w)v – (u × v ) w
→ → → → → → → → → Note que o determinante é um número, e o
v) (u × v ) × w = (u .w)v – (v .w)u
→ →
produto vetorial é um vetor. Usa-se esse abuso
Para provar i), sejam u = (u1,u2,u3) e v = (v1,v2,v3).
de notação apenas como um mecanismo faci-
Então,
litador para o cálculo do produto vetorial.
→ → →
u . (u × v ) =
Não é verdade, em geral que
(u1,u2,u3) . (u2v3 – u3v2, u3v1 – u1v3, u1v2 – u2v1) = → → → → → →
u × (v × w) = (u × v ) × w. Por exemplo,
u1(u2v3 – u3v2)+u2(u3v1 – u1v3)+u3(u1v2 – u2v1) = 0 → → → → → →
i × (j ×j ) = i ×0 =0
A prova de ii) é análoga a de i)
e
Prova iii). Como → → → → → →
→ → (i × j ) × j = k × j = – i
||u × v ||2 =
o que mostra que
= (u2v3 – u3v2)2 + (u3v1 – u1v3)2 + (u1v2 – u2v1)2 (2) → → → → → →
i × ( j × j ) ≠ (i × j ) × j .
e
→ →
→ → → → Se u e v são vetores não-nulos, pode ser mos-
||u ||2 ||v ||2 –(u .v )2 =(u12+u22+u32)(v12+v22+v32)– → →
trado que o sentido de u × v pode ser determi-
– (u1v1 + u2v2 + u3v3)2 (3) nado usando a “regra da mão direita” (ver figu-
a prova pode ser obtida desenvolvendo-se os ra a seguir):
54
Álgebra Linear I – Vetores
= (–3,1,–1) e = (–1,1,1).
→ → → →
Seja (u ,v ) o ângulo entre u e v e suponha que Portanto,
→ → →
u é girado pelo ângulo (u ,v ) até coincidir com
→
v . Se os dedos da mão direita fecharem-se
apontando no sentido desta rotação, então o
polegar indica (aproximadamente) o sentido de
→ →
u × v.
.
→ →
Portanto, se u e v são vetores no espaço tridi-
mensional, então é igual à área do para-
→ →
lelogramo determinado por u e v .
Note que esse resultado também é válido quan-
→ →
do u e v são colineares, pois nesse caso, temos
um paralelogramo degenerado que tem área
zero, e = 0.
11.4 Exemplo
Calcule a área do triângulo de vértices
55
UEA – Licenciatura em Matemática
TEMA 12
→ → →
Se u , v e w são vetores no espaço tridimen-
→ → →
sional, então u .(v × w) é chamado produto
→ → →
misto de u , v e w. Denotaremos o produto
→ → → → → →
misto de u , v e w por [u , v ,w ].
→ →
O produto misto de u = (u1,u2,u3), v = (v1,v2,v3)
→
e w = (w1, w2, w3) pode ser calculado a partir
da fórmula
Prova de i)
=
Sabemos que a área do paralelogramo determina-
→ →
do por u e v é dada por . Contudo o produ-
→ → → → → → → → →
Segue de (4) que [u ,v ,w]=[w,u ,v ]=[v ,w,u ], to vetorial está definido para vetores tridimension-
pois os determinantes que representam estes → →
ais, enquanto u = (u1,u2) e v = (v1,v2) são vetores
produtos podem ser obtidos um do outro por bidimensionais. Para superar este “problema de
duas trocas de linhas. → →
dimensão”, veremos u e v como vetores do plano
xy de um sistema de coordenadas xyz, no qual
12.1 Interpretação geométrica de →
estes vetores são escritos como u = (u1,u2,0) e
determinantes →
v = (v1,v2,0) conforme ilustra a figura abaixo.
56
Álgebra Linear I – Vetores
→ →
11. Sejam os vetores u = (1, 1, 0), v = (2, 0, 1),
→ → → → → → → → → →
w1 = 3u – 2v , w2 = u + 3v e w3 = i + j – 2 k .
Determinar o volume do paralelepípedo
→ → →
definido por w1, w2 e w3.
→ →
1. Dados os vetores a = (1, 2,1) e b = (2,1, 0),
calcular:
→ → →
a) 2a x (a + b )
→ → → →
b) (a + 2 b ) x (a – 2 b )
57
UNIDADE V
Retas e planos
Álgebra Linear I – Retas e Planos
13.1.1 Exemplos
Exemplo 1
Diremos que um ponto P pertence à reta r se,
e somente se, os vetores e são coli- Determine a equação vetorial da reta r que pas-
neares. Sendo A e B diferentes, temos que o sa pelos pontos A(2,3,4) e B(–1,5,7).
vetor é diferente do vetor nulo; dessa forma, Solução:
existirá um número real λ tal que =λ .
Sabemos que a equação vetorial da reta que
Dessa forma, temos que o ponto P pertence à passa por dois pontos A e B é dada por
reta r se, e somente se, = + . Como = + λ , sendo o vetor o vetor
=λ , temos que = + λ . diretor da reta r.
De modo geral, podemos concluir que todo pon- Dessa forma, podemos escrever tal equação
to X pertencente a reta r satisfaz a equação
na forma
dada por = + λ onde λ ∈ IR.
(x,y,z) = (x1,y1,z1) + λ . (x2 – x1, y2 – y1, z2 – z1 )
Pondo x1 = 2, y1 = 3, z1 = 4 e x2 = –1, y2 = 5,
z2 = 7 temos que
(x,y,z) = (2,3,4) + λ . (–1 – 2, 5 – 3, 7 – 4)
(x,y,z) = (2,3,4) + λ . (–3, 2, 3)
E, portanto, essa é a equação vetorial da reta r
que passa pelos pontos A(2,3,4) e B(–1,5,7).
Exemplo 2
Verifique se o ponto Q(2,–1,3) pertence à equa-
ção da vetorial da reta t, cuja equação é dada
por (x,y,z) = (–4,3,0) + λ . (–3,–4,3) onde λ∈IR
Tal equação é denominada equação vetorial
Solução:
da reta r.
Caso o ponto Q(2,–1,3) venha a pentencer à
O vetor é chamado vetor diretor da reta r, e
λ é denominado parâmetro. reta t, o ponto terá que satisfazer a equação da
reta definida no exercício por
Se fixarmos um sistema de coordenadas do
espaço e sendo A(x1,y1,z1) e B(x2,y2,z2) conhe- (x,y,z) = (–4,3,0) + λ . (–3,–4,3)
cidos, temos que a equação vetorial da reta Sendo assim, ponha x = 2, y = –1 e z = 3 na
pode ser dada sob a forma: equação dada
(x,y,z) = (x1,y1,z1) + λ . (x2 – x1, y2 – y1, z2 – z1) (2,–1,3) = (–4,3,0) + λ . (–3,–4,3)
61
UEA – Licenciatura em Matemática
2. Se a = 0, b = 0 e c ≠ 0, ficamos com as
3. Determine a equação vetorial da reta que pas-
equações r: x = x0, y = y0
sa pelo ponto P(1,2,–2) e tem a direção do
→
vetor v = (2,–4,–3).
62
Álgebra Linear I – Retas e Planos
Dessa forma, teremos que as paramétricas b) O ponto A(–1,0,2) ∈r ⇔ ∃λ0 ∈IR tal que
da reta são
A(–1,0,2) ∉r.
c) Aplicando o ponto A(–1,0,2) na equação
b) A equação vetorial da reta que passa pelo
teremos
ponto A(3, –1, 2) tem a direção do vetor
→
v = (2, –4, –3), é dada por:
, o que é impos-
(x,y,z) = (3,–1,2) + λ .(2,–4,–3), onde λ∈IR.
Dessa forma, teremos que as paramétricas sível. Portanto A(–1,0,2)∉r.
da reta são
63
UEA – Licenciatura em Matemática
64
Álgebra Linear I – Retas e Planos
Solução:
→ →
Sendo u (2,–1,3), v = (0,–3,3) vetores paralelos
ao plano α, o qual passa pelo ponto P(1,–1,2),
pelas equações acima definidas, temos que
Sendo assim, temos que α : (x,y,z) = (1, –1, 2) + λ(2,–1,3) + β(0,–3,3)
A(2,1,–1), B(3,5,–6) e C(0,2,–4), logo e
α : (x,y,z) = (2, 1 – 1) + λ(1,4, – 5) + β(–2,1, – 3)
e onde λ, β∈IR.
Exemplo 2
Dessa forma, observamos que o plano α fica Dê uma equação vetorial do plano β, dado a
perfeitamente determinedo por dois vetores seguir por:
L.I, que, no caso anterior, são os vetores e
e um ponto deste plano.
Dessa forma, a equação vetorial de um plano α
que passa pelo ponto P0 e é paralelo aos
→ → → →
vetores L.I u e v , é dado por X = P0 + λ u + βv
Solução:
onde λ,β∈IR. Onde para cada X pertencente
ao plano, tem-se que o par (λ,β) é único. Sendo dadas as equações paramétricas acima
do plano α, temos que os vetores paralelos ao
→ →
plano são u (2,–1,3), v = (3,3,1) e que passa
pelo ponto P(3,–1,6).
Sendo assim, a equação vetorial é dada por
α: (x,y,z) = (3,–1,6) + λ(2,–1,3) + β(3,3,1)
onde λ, β∈IR.
.
Exemplo 1
3. Determine a equação vetorial e as paramétri-
Determine as equações paramétricas e vetorial cas do plano β, que passa pelo ponto
→ →
do plano α paralelo aos vetores u (2,–1,3), P(0,1,–1) e é paralelo aos vetores u (2,–4,5) e
→ →
v = (0,–3,3) e que passa pelo ponto P(1,–1,2). v = (–2,3,0).
65
UEA – Licenciatura em Matemática
66
Álgebra Linear I – Retas e Planos
Dessa forma, .
Exemplo 4:
→
Sabe-se que o vetor n =(2,0,–5) é normal ao
plano π, que passa pelos pontos A(k,2,–1) e
B(0,–2,2k). Determine o valor de k.
Solução:
→
Sendo o vetor n =(2,0,–5) normal ao plano π,
temos que a equação do plano é dada por:
Dessa forma, temos que a equação do plano é 2.x+0.y–5.z+d=0
do tipo 2 . x + 5 . y + 3 . z + d = 0
2.x–5.z+d=0
Para determinar o valor de d, basta substituir o Como os pontos A(k,2,–1) e B(0,–2,2k) per-
P(3,–1,3) na equação do plano. Logo,teremos: tencem ao ao plano π, tem-se
2 . 3 + 5 (–1) + 3 . 3 + d = 0 ⇒ d = –10 2 . k – 5 . (–1)+ d = 0 ⇒ d = –2 . k – 5 (I)
Logo a equação do plano α é: 2 . 0 – 5 . 2k + d = 0 ⇒ d = 10 . k (II)
2 . x + 5 . y + 3 . z – 10 = 0 Fazendo (I) = (II), temos:
Exemplo 2:
– 2 . K – 5 = 10 . k ⇒
Seja β um plano definido pela equação
67
UEA – Licenciatura em Matemática
TEMA 14
68
Álgebra Linear I – Retas e Planos
1. Planos coincidentes:
3. Determine a equação do plano α que passa
pelo ponto A(–1,2,0) e é paralelo ao plano β,
cuja equação é dada por 2 . x – y + z – 3 = 0.
α∩β=α=β
4. Determine a equação geral do plano α que
2. Planos paralelos distintos:
passa por P(–2,1,3) e é paralelo ao plano β
determinado pelos pontos A(–2,3,0), B(0,3,–1)
e C(–2,0,–1).
Neste caso, diremos que os plano possuem São três as posições relativas entre uma reta e
uma reta em comum. um plano:
1. A reta está contida no plano.
Ou seja, dois pontos distintos da reta, digamos
A e B, também são pontos do plano.
r⊂α ⇔ r∩α=r
α∩β=i
2. A reta e o plano são concorrentes ou a reta
e o plano são secantes.
a)
b)
c)
r ∩ α = {P}
69
UEA – Licenciatura em Matemática
3. A reta e um plano são paralelos. Observe que, pelo fato de os vetores normais
→ →
nα e nβ serem paralelos, isso emplica que o con-
→ →
junto formado por nα e nβ são L.D. Logo, existe
→ →
λ∈IR tal que nα = λ . nβ .
Como já foi visto na geometria espacial, dois
planos podem ser paralelos distintos ou coinci-
dentes. O procedimento para se verificar se
dois planos são paralelos ou coincidentes é bas-
r // α ⇔ r ∩ α = ∅ tante simplis.
Vamos, a partir de agora, dar um tratamento ve- Tome um ponto P(x0,y0,z0) qualquer em um dos
torial para as posições relativas entre retas, pla- dois planos, digamos em α. Se tal ponto satis-
nos, reta e plano. fizer a equação do outro plano, então os dois
planos são paralelos coincidentes. Caso con-
14.4 Condições de paralelismo e trário, os planos serão paralelos distintos.
de perpendicularismo de dois plano
Se α : a1.x + b1 . y + c1 .z + d1 = 0 e
Sejam dois planos α : a1.x + b1 . y+c1 .z + d1 = 0 β : a2 . x + b2 . y + c2 . z + d2 = 0 são dois planos
e β : a2.x + b2 . y+c2 .z + d2 = 0, cujos vetores paralelos como a1.b1.c1 ≠ 0 e a2.b2.c2 ≠ 0.
normais aos planos α e β são respectivamente Diremos que o plano α é paralelo ao plano β
→ →
nα = (a1,b1,c1) e nβ = (a2,b2,c2).
se, e semonte se, .
Diremos que os planos α e β são paralelos se,
→ →
e somente se, os vetores normais nα e nβ são
paralelos.
Se diremos que os planos
Temos dois casos a considerar:
1.° caso são coincidentes; caso contrário, são distintos.
Exemplo 1:
Verifique se os pares de planos abaixo são
paralelos coincidentes ou distintos.
a)
b)
Solução:
a) Temos que os vetores normais dos planos
→ →
são nα = (2,3,–5) e nβ = (–4,–6,10), dessa
70
Álgebra Linear I – Retas e Planos
Por isso, concluímos que os planos não são Para determinar o valor de d, basta substituir o
paralelos. ponto A(,2,–1) na equação 2.x – 4.y + z + d = 0.
Exemplo 2: Dessa forma, temos:
Queremos determinar a equação do plano α Como o ponto A(3,1,0) ∈α, temos como deter-
que passa pelo ponto A(1,2,–1) e é paralelo ao minar o valor de d. Logo, substituindo o ponto
plano β dada pela equação 2.x – 4.y + z – 5 = 0. na equação, temos 2 . 3 + 3 . 1 – 8.0 + d = 0
→
Sendo nβ = (2,–4,1) o vetor normal a β, pode- ⇒ d = –9
→ →
mos tomar nα = nβ. Logo, teremos a equação Portanto a equação do plano α é dada por:
do plano α como sendo 2.x – 4.y + z + d = 0. 2.x+3.y–8.z–9=0
71
UEA – Licenciatura em Matemática
a) β: 2 . x + 2 . y + z – 5 = 0 e Sendo →
e nβ= (2,–2,4) os
α: 4 . x + 4 . y + 2 . z – 50 = 0
vetores normais de α e β, vamos calcular o
b) β: 2 . x – 2 . y + 4.z – 5 = 0 produto vetorial entre os vetores normais.
e Dessa forma, temos:
Solução:
→ →
a) Sendo nα = (4,4,2) e nβ= (2,2,1) e os veto-
res normais ao plano α e β, temos:
→ →
nα × nβ= (21,– 7,– 15) ≠ (0,0,0,)
. Por isso, concluímos que os
Logo, os planos não são paralelos.Vamos
planos são paralelos. verificar se os planos são perpendiculares.
Vamos verificar se são paralelos distintos ou Para isso, vamos verificar o resultado do pro-
coincidentes. Para isso, basta tomar um pon- duto interno entre os vetores normais:
to em um dos planos e verificar se tal ponto
satisfaz ou não a equação do outro plano.
Sendo (0,0,5) um ponto do plano β, temos Assim, concluímos que os vetores são per-
que tal ponto não satisfaz a equação do pla- pendiculares.
no α. Logo, os planos são paralelos distin-
tos. 14.5 Posições relativas entre reta e plano
Observação: As posições de uma reta r e um plano π, sendo
→ →
Uma outra forma de verificar se dois planos v o vetor diretor da reta r e nπ o vetor normal do
r
72
Álgebra Linear I – Retas e Planos
→ →
r//π ⇔ vr . nπ = 0 gamos A(2,4,1), e substitua na equação do
b) r contida em π (r ⊂ π) plano
π : 3x + 2y – 5z + 9 = 0.
Logo, 3 . 2 + 2 . 4 – 5 . 1 + 9 ≠ 0, de onde
concluímos que a reta e o plano são parale-
los disjuntos.
→
b) Seja nπ = (3,2,–5) o vetor normal ao plano π
→
e vr = (3,–5,5) o vetor direto da reta r.
→ →
→ →
r//π ⇔ vr . nπ = 0 com A ∈ π, onde A∈r Calculando vr . nα, temos que:
→ →
c) r e π concorrentes (secantes) v . nα = 3 . 3 + 2.(–5) + (–5).5 ≠ 0, de onde
r
ao substituir na equação do
→ →
r ∩ π = {P} ⇔ vr . nπ ≠ 0 plano π: 3x + 2y – 5z + 4 = 0 vamos determi-
Exemplo: nar o valor de λ0 . Dessa forma, teremos:
Estudar a posição relativa entre os pares de re- 3.(–1 + 3λ0) + 2.(2 – 5λ0) – 5.(4 + 5λ0) + 4 = 0
tas e planos abaixo: –3 + 9λ0 + 4 – 10λ0 – 20 – 25λ0 + 4 = 0
a) π: 3x + 2y – 5z + 9 = 0
Sendo o ponto .
e
b) π: 3x + 2y – 5z + 4 = 0
73
UEA – Licenciatura em Matemática
→ →
b) paralelas, se e somente se, vr × vs = 0. Daí,
b) Paralelas, se e somente se, elas são coinci- dois casos a considerar:
dentes ou elas são coplanares e não têm 1.° caso:
pontos em comum. Paralelas coincidentes se, e somente se,
1.° caso: para todo ponto P ∈ r tem-se P ∈ s.
Notação:
r ⊂ α, s ⊂ α e r ∩ s = ∅ ⇒ r//s
r ⊂ α, s ⊂ α e r ∩ s = ∅ ⇒ r//s
b) Reversas se, e somente se, não existe
Exemplo:
plano que as contenha.
Verifique a posição relativa entre as retas dadas:
74
Álgebra Linear I – Retas e Planos
b) e
c) e
75
UEA – Licenciatura em Matemática
15.2 Distância entre ponto e reta Sendo assim, podemos determinar a distância
Seja r uma reta definida por um ponto A(x1,y1,z1)
→
e pelo vetor diretor vr = (a,b,c). Seja P(x0,y0,z0)
d, por
um ponto qualquer IR3. Dessa forma, queremos
determinar a distância d do ponto à reta.
Temos dois casos a considerar: De modo geral, a distância d entre o ponto P e
1.° caso:
Se o ponto pertence à reta uma reta r é dada por onde A é
→
um ponto da reta r cujo vetor diretor é vr .
Exemplo:
Calcule a distância entre o ponto P(2,1,–1) e a
reta s de equação dada por:
Solução:
Nesse caso, teríamos que a distância d do Sabemos que a distância entre o ponto P e uma
ponto à reta seria d = 0
reta r é dada por
2.° caso:
Portanto
→
Seja Q ∈ r tal que . vr = 0.
76
Álgebra Linear I – Retas e Planos
seguintes coordenadas .
E, finalmente, a distância
d(P,r) = d(P,q) = || || = .
77
UEA – Licenciatura em Matemática
→
Substituindo Q(x,y,z), P(x0,y0,z0) e nπ = (a,b,c)
TEMA 16
em , chegaremos à formula equi-
Solução:
Vamos mostrar que, nesse caso, a distância po-
de ser obtida fazendo uso da fórmula
78
Álgebra Linear I – Retas e Planos
Observações:
Considere o caso em que as retas r e s são re-
versas.
Sejam r e s duas retas reversas. Sendo P ∈ r e
→ →
b) paralelas v o vetor diretor da reta r e Q ∈ s e vs o vetor
r
r = s ⇒ r //s
2.° caso: paralelas distintas
r ⊂ α, s ⊂ α e r ∩ s = ∅ ⇒ r //s
Sabe-se que o volume de um paralelepípedo
c) reversas
é dado pelo produto da área da base pela al-
tura. Sendo assim, teremos, na figura anterior,
→ →
que V = ||vr × vs || . d .
Sabesmos ainda da interpretação geométrica
do módulo do produto misto, que
→ →
V = |(vr,vr, )|.
De onde concluímos que
r e s são reversas ⇔ α; r, s ⊂ α e r ∩ s = ∅
79
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplo:
Calcular a distância entre as retas TEMA 17
r⊂α ⇔ r∩α=r
2. A reta e o plano são concorrentes ou a reta
e o plano são secantes.
E, portanto,
r ∩ α= {P}
3. A reta e um plano são paralelos.
1. Calcular a distância entre as retas
e s = α ∩ β,onde
r // α ⇔ r ∩ α = ∅
80
Álgebra Linear I – Retas e Planos
Solução:
→ →
Seja vr o vetor diretor da reta, e nπ o vetor nor-
→
mal ao plano, dados por vr = (3,2,1) e
→
nπ = (–1,2,1).
→ →
Vamos calcular vr . nπ , para estudar a posição
relativa entre a reta e o plano. Dessa forma,
→ →
concluímos que vr . nπ = –3 + 4 – 1 = 0.
Exemplo 1:
Sendo assim, temos que a reta e o plano são
Determine a distância entre a reta r dada por paralelos; mais que isso: são paralelos distin-
tos, pois o ponto A(2,1,–2)∈r e A(2,1,–2)∉r.
e o plano π definido por Sendo assim, para calcular a distância entre a
reta e o plano, basta calcular a distância de um
ponto da reta ao plano.
π : 2x – y + z – 3 = 0.
Sendo A(2,1,–2) tal ponto da reta e
Solução: π : –x + 2y + z – 1 = 0, temos que:
→ →
Sendo vr e nπ o vetor diretor da reta e o vetor
normal ao plano respectivamente, dados por
6
→ →
d=
vr = (1,2,0) e nπ = (2,–1,1). , portanto 2
→ →
Vamos calcular v . n , para estudar a posição
r π
relativa entre a reta e o plano. Dessa forma,
→ →
concluímos que vr e nπ = 2 – 2 + 0 = 0.
Sendo assim, temos que a reta e o plano são
paralelos; mais que isso: são paralelos coinci- 1. Determine a distância entre a reta r dada por
dentes, pois o ponto A(1,0,1)∈r∩π. Por isso,
concluímos que d = d(r,π) = 0.
e o plano π definido por
Exemplo 2:
Determine a distância entre a reta r definida por π : x – y + z – 3 = 0.
81
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplo 2:
TEMA 18 Calcular o ângulo entre as retas
e
18.1 Ângulo entre retas
tivamente →
vr = (–1,1,–1) e . E
temos:
, com .
Exemplo 1: θ ≈ 86,490
Calcular o ângulo entre as retas Exemplo 3:
Calcular o ângulo entre as retas r e s, sendo
r= onde A(1,0,1) e B(2,1,–1), e s perpen-
e dicular ao plano π: x + y – 2z + 4 = 0 passan-
do pelo ponto P(0,1,3).
Solução: Solução:
Os vetores diretores das retas r e s são respecti- Os vetores diretores das retas r e s são, res-
→ → →
vamente vr (–1, –1, –1) e vs (1, 1, –1). E fazendo pectivamente, vr = = (1, 1, –2) e
→ →
vs = nπ = (1, 1, –2). E fazendo uso da fórmula
θ =00
82
Álgebra Linear I – Retas e Planos
e s perpendicular ao α: 2 . x – 4 . y + 8 . z – 5 = 0 e
β: 2 . x – y + z – 3 = 0
Exemplo 2:
Determine o ângulo entre os planos α e β,
sendo α: x – y + z – 5 = 0 e β um plano que
passa pelos pontos A(1,0,0), B(0,1,0) e
C(0,0,2).
Solução:
Chama-se ângulo de dois planos α e β o Os vetores normais aos planos dados são,
→ →
menor ângulo formado entre os vetores nor- respectivamente, nα (1,–1,1) e nβ (2,2,1), sendo
→
mais aos planos. o vetor nβ = × . Fazendo uso da fór-
83
UEA – Licenciatura em Matemática
da fórmula , temos:
84
Álgebra Linear I – Retas e Planos
→
nπ (–1,1,1) é o vetor normal ao plano π. Sendo
assim, temos que o ângulo entre a reta e o
c) e β: –2x + y + z – 3 = 0
plano pode ser calculado pela fórmula
, isto é:
2. Determine o ângulo entre reta r que passa
pelos pontos B(0,1,2) e C(0,0,2) e o plano β,
sendo β: x + y + z – 2 = 0.
reta s de equação .
, isto é:
a) e β: x – y + z – 1 = 0
b) e β: x + y + 2z – 3 = 0
85
UNIDADE VI
Cônicas
Álgebra Linear I – Cônicas
19.1. Introdução
Um importante uso recente dessas superfícies Obviamente, tem-se: d(V, F) = d(V, A).
é dado pelas antenas parabólicas, emprega- Com a finalidade de obtermos uma equação
das na radioastronomia, bem como no dia-a- da parábola, teremos de referi-la ao sistema de
dia dos aparelhos de televisão, refletindo os eixos cartesianos. Iniciemos pelo caso mais
débeis sinais provenientes de um satélite sobre simples.
89
UEA – Licenciatura em Matemática
90
Álgebra Linear I – Cônicas
91
UEA – Licenciatura em Matemática
92
Álgebra Linear I – Cônicas
Logo,
5. A distância do vértice da parábola
Resposta: y = (x – 2) . (x – 6) à reta é:
93
UEA – Licenciatura em Matemática
d) x2 – y2 = 1
Elipse é o lugar geométrico dos pontos de um
e) x = 1/y + 3 plano cuja soma das distâncias a dois pontos
fixos desse plano é constante.
7. Para que a parábola y = 2x2 + mx + 5 não Consideremos no plano dois pontos distintos,
intercepte a reta y = 3, devemos ter: F1 e F2, tal que a distância d (F1, F2) = 2c.
a) – 4 < m < 4 Seja um número real a tal que 2a > 2c.
b) m < –3 ou m > 4 Ao conjunto de todos os pontos P do plano tais
c) m > 5 ou m < -5 que:
d) m = –5 ou m = 5 d(P, F1) + d(P, F2) = 2a
e) m 0 ou:
94
Álgebra Linear I – Cônicas
20.1 Elementos
95
UEA – Licenciatura em Matemática
Dividindo ambos os membros da equação por Já a elipse abaixo tem equação reduzida:
Observação:
Tendo em vista que a2 = b2 + c2, segue-se que:
a2 > b2, e, portanto, a > b.
Então, sempre o maior dos denominadores na
equação reduzida representa o número a2,
onde a é medida do semi-eixo maior.
Ainda mais: se na equação da elipse o número
a2 é denominador de x2, a elipse tem seu eixo
maior sobre o eixo dos x. Faremos um processo análogo ao caso da
Exemplos: equação da parábola com vértice em (h, k)
A equação reduzida da elipse abaixo é: quando ocorre uma translação de eixos, pois o
caso presente da elipse é perfeitamente análo-
go àquele.
Assim:
96
Álgebra Linear I – Cônicas
estudo da hipérbole a ser feito logo a seguir. Vamos escrever a equação na forma padrão,
2. caso – O eixo maior é paralelo ao eixo dos y.
o dividindo todos os termos por 100:
Resposta:
97
UEA – Licenciatura em Matemática
b) x2 +
c) 2x2 – 4y2 = 1
Como a2 = b2 + c2, vem: d) x2 – 4y2 = 4
a2 = b2 + c2 ⇒ 25 = 16 + c2
5. A equação da circunferência com centro na
c2 = 9
origem e cujo raio é igual ao semi-eixo menor
c =3 da elipse x2 + 4y2 = 4 é:
Portanto, O (h, k)⇒ O (4, –3) a) x2 + y2 =
F1 (h + c, k) ⇒ F1 (7,–3) b) x2 + y2 = 16
F2 (h – c, k) ⇒ F2 (1,–3) c) x2 + y2 = 4
Resposta: O (4, –3), F1 (7, -3), F2 (1,–3), a = 5 d) x2 + y2 = 1
eb=4
6. A reta que passa pelos pontos de intersecção
da parábola y = x2 com a elipse
é:
98
Álgebra Linear I – Cônicas
c) parábola;
21.1 Definição
d) elipse;
Considerando, num plano, dois pontos distin-
e) reta. tos, F1 e F2, e sendo 2a um número real menor
que a distância entre F1 e F2, chamamos de
8. A reta y = ax + 1 intercepta a elipse x2 + 4y2 = 1 hipérbole o conjunto dos pontos do plano tais
somente num ponto. Calcule 8 a2. que o módulo da diferença das distâncias
a) 6 b) 5 desses pontos a F1 e F2 seja sempre igual a 2a.
99
UEA – Licenciatura em Matemática
• semi-eixo real: a
• semi-eixo imaginário: b
• semidistância focal: c
• distância focal: |F1F2| = 2c
• eixo real: |A1A2| = 2a, contém os focos
• eixo imaginário:
|B1B2| = 2b (b > 0 e tal que a2 + b2 = c2
- relação fundamental)
21.4 Hipérbole eqüilátera
Excentricidade
Uma hipérbole é chamada eqüilátera quando
Chamamos de excentricidade o número real e
as medidas dos semi-eixos real e imaginário
tal que:
são iguais:
21.3 Equações
Vamos considerar os seguintes casos:
a) hipérbole com centro na origem e focos no
eixo Ox
a=b
100
Álgebra Linear I – Cônicas
Equação C=4
c=5
c2 = a2 + b2 ⇒ 52 = 32 + b2 ⇒ b2 = 25 – 9 ⇒ portanto,
b2 = 16 ⇒ b = 4
Substituindo na forma padrão, temos: Resposta:
101
UEA – Licenciatura em Matemática
é:
5. Determinar o centro, as medidas do eixo real e
do eixo imaginário, a excentricidade e os focos a) y = 2x – 1
da hipérbole x2 – y2 = 16.
b) y = 4x
x2 – y2 = 16 (dividindo a expressão por 16)
c) y = x
d) y = 2x + 1
e) y = 2x
Como a hipérbole é do tipo , o cen-
4. Considerando-se a equação da hipérbole
tro tem coordenadas C(0, 0).
4x2 – 16y2 = 49, determine a medida do eixo
• O eixo real mede A1 A2 = 2a = 2 . 4 = 8 real:
• O eixo imaginário mede B1B2 = 2b = 2 . 4 = 8 a) 6
É importante observar que, nesse caso, b) 9
a = b = 4, portanto, trata-se de uma hipér-
c) 4
bole eqüilátera.
d) 7
• A excentricidade é dada por
e) 0
c2 = a2 + b2
5. Obtenha a distância focal da hipérbole cuja
c2 = 42 + 42
equação é .
Os focos têm coordenadas F1(x0 -c, y0) e F2
(x0 + c, y0).
a) 2c =12
b) 2c = 9
102
Álgebra Linear I – Cônicas
c) 2c = 11
d) 2c = 10
e) 2c = 13
a)
b) (2,0) e (–2,0)
c) (2 ,0) e (–2 ,0)
d) (0, ) e (0,– )
e)
8. Assinalar a falsa:
a) As retas 2y = 3x + 5 e 3x – 2y = 0 são para-
lelas.
b) As retas 5x – 2y = 1 e 2x + 5y = 0 são per-
pendiculares.
c) A distância do ponto (5; 3) à reta y = 5 é 2.
d) 2x2 + 5y2 = 1 é a equação de uma hipér-
bole.
e) X = 4y2 é a equação de uma parábola.
103
Respostas dos Exercícios
Matemática Elementar II – Conjuntos Numéricos
UNIDADE I UNIDADE II
Matrizes Determinantes
TEMA 02 TEMA 04
Pág. 27
Pág. 16 1. d
2. a
3. d
1. ; diagonal principal: 0, 0 e 0;
4. e
5. b
2. 2. x = –2 e y = 2 6. a
3. p = 1 e q = -1 7. a
4. x = 1 e y = -1 8. d
9. b
10. a
5. 11. e
12. a
13. d
6. 14. e
7. (6 -8 14)
UNIDADE III
8. Sistemas Lineares
9. 94
TEMA 06
10.
12. Pág. 36
1. a
2. b
3. b
4. c
5. a
6. d
7. d
8. e
107
UEA – Licenciatura em Matemática
9. e
10. a
11. b Pág. 52
12. b
13. b 1. a) (3, 2, 2) b) (2, 4, -1)
c) (-4, -1, -4) d) (2, -8, -3)
14. c
15. a 2. a) b) 1 c)
16. c 3. a) -17 b) -33 c) -19
17. c
4. Demonstração
18. d
19. a
5.
20. b
21. a
6. a) Não b) Não
22. a
23. b
7.
24. c
25. c 8. a = -5
26. d
9. a = b= ou a = b=
10.
UNIDADE IV 11. 3
Vetores 12. Demonstração
13. Demonstração
14. Demonstração
TEMA 08 15. Demonstração
VETORES - DEPENDÊNCIA
E INDEPENDÊNCIA LINEAR
TEMA 12
Pág. 48
VETORES - PRODUTO MISTO
1. Demonstração
2. Demonstração
3. Demonstração
4. a) uma resposta possível é Q(5, 10, -8) Pág. 57
b) uma resposta possível é Q(-7, -4, -2)
5. a) (-2, 1, -4) b) (-10, 6, 4)
c) (-7, 1, 10) d) (80, -20, -80) 1. 1. a) (-2, 4, -6) b) (1, -4, -6)
2. (12, -8, -12)
6. Demonstração 3. k(3, 7, 1), k escalar
4.
5. - 5
TEMA 10
6.
108
Desenho Geométrico – Respostas dos Exercícios
7. a) Não b) Sim
8. a) Sim b) Não c) Sim
9. m = 4 Pág. 75
10. a) 6 b) c) 2 ou -3 DEMONSTRAÇÃO
Pág. 77
11. 44 u.v.
DEMONSTRAÇÃO
UNIDADE V TEMA 16
Retas e Planos
DISTÂNCIA ENTRE RETAS, PONTO E PLANO
TEMA 13
Pág. 62
DEMONSTRAÇÃO
Pág. 63 TEMA 17
DEMONSTRAÇÃO
Pág. 65 DISTÂNCIA ENTRE RETA E PLANO
DEMONSTRAÇÃO
Pág. 68
Pág. 81
DEMONSTRAÇÃO
TEMA 14
Pág. 69
DEMONSTRAÇÃO
Pág. 73
Pág. 83
DEMONSTRAÇÃO
DEMONSTRAÇÃO
Pág. 75
Pág. 84
DEMONSTRAÇÃO
DEMONSTRAÇÃO
Pág. 85
DEMONSTRAÇÃO
TEMA 15
109
UEA – Licenciatura em Matemática
UNIDADE VI 5. d
CÔNICAS 6. c
7. c
8. d
9. c
TEMA 19 10. b
CÔNICAS - PARÁBOLA
Pág. 93
1. b 2. c
3. a 4. c
5. e 6. b
7. a 8. c
9. b 10. c
TEMA 20
CÔNICAS: ELIPSE
Pág. 98
1. d
2. c
3. d
4. a
5. d
7. d
8. a
9. c
10. d
TEMA 21
CÔNICAS - HIPÉRBOLE
Pág. 102
1. b
2. d
3. e
4. d
110
REFERÊNCIAS
Ayres Jr, F. – Geometria analítica plana e sólida – S. Paulo – Mc Graw Hill do Brasil – 1983.
Carvalho, J.P. – Introdução à álgebra linear – Rio de Janeiro- livros técnicos e científicos – 2002.
Machado, Antônio dos Santos – Álgebra linear e geometria analítica - S. Paulo- Atual editora – 1991.
111