Professional Documents
Culture Documents
Resultados
De forma geral, a Lei 6404/76 define as características dos elementos que devem
compor o Ativo Circulante. São elas:
- Valores disponíveis para utilização imediata ou conversíveis em moeda corrente, a
qualquer tempo; normalmente são reunidos sob o título de “Disponibilidades”;
- Direitos conversíveis em valores disponíveis durante o curso do exercício seguinte
àquele do balanço ou realizáveis durante o ciclo operacional da empresa se este exceder
a um ano; correspondem a “Direitos Realizáveis de Curto Prazo”;
- Valores relativos a despesas já pagas que beneficiarão o exercício seguinte àquele da
data do balanço; são denominados “Aplicações de Recursos em Despesas”.
- Disponibilidades
Representam o dinheiro em mãos da empresa, os depósitos bancários a vista e as
aplicações de imediata conversibilidade em dinheiro. Diversas contas integram as
disponibilidades. Às vezes aparecem sob o título “Disponível” ou “Disponibilidades”,
enquanto outras vezes aparecem em várias contas.
Enquadram-se também como disponibilidades as chamadas aplicações de
Liquidez Imediata, que são investimentos feitos pela empresa a curtíssimo prazo – uma
quinzena, uma semana ou um dia – em virtude da existência de um mercado altamente
dinâmico, podem ser consideradas como dinheiro em mãos.
01.02 - Clientes
Compreende os valores a receber decorrentes das vendas efetuadas pela
empresa. Eventualmente, no caso de empresas prestadoras de serviços, podem ser
inclusos os serviços já prestados e ainda não faturados.
01.04 – Estoques
Os estoques compreendem produtos e materiais de propriedade da empresa.
Compõem os estoques as seguintes contas:
-Produtos acabados: representa os produtos cujo processo de fabricação foi concluído
e já se encontram em condições de venda.
-Mercadorias para Revenda: compreende as mercadorias adquiridas para
comercialização.
-Produtos em Elaboração: representa o valor do inventário de produtos que se acham
em processo de fabricação na data de levantamento do balanço, compreende todos os
custos aplicados nesses produtos.
-Materiais: compreende todo tipo de material existente na empresa, tanto aquele que se
incorpora ao produto como aquele auxiliar na produção, administração e entregas.
-Mercadorias em Trânsito: compreende os bens comprados pela empresa que na data
do balanço se acham em transporte, a caminho da empresa.
-Provisão para Redução do Valor de Mercado (conta redutora de Estoques): tem por
finalidade eliminar dos estoques a parcela dos custos que provavelmente não é
recuperável. Tal conta prevê prováveis perdas resultantes de estragos, deterioração,
obsoletismo, redução nos preços de venda ou de reposição do estoque. A constituição
para Provisão para Redução ao Valor de Mercado é baseada no princípio de avaliação
de estoque: “custo ou mercado, dos dois o menor”; segundo tal princípio as perdas
devem ser reconhecidas no resultado do exercício em que ocorrerem e não no exercício
em que a mercadoria/produto é vendida, reposta ou transformada em sucata. Ao
constituir a provisão para redução ao valor de mercado, a empresa credita essa conta e a
contrapartida é lançada na demonstração do resultado, no grupo Despesas Operacionais.
Observação: Os balanços das empresas podem apresentar a conta Estoques sintética, com as seguintes
denominações:
- Estoques
- Inventários
- Existências
03 – ATIVO PERMANENTE
03.01 – Investimentos
A Lei das S/A estabelece que devam ser classificadas em Investimentos as
participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza que
não se destinem à manutenção da atividade da empresa e não se classifiquem no Ativo
Circulante ou Realizável a Longo Prazo.
-Participações Permanentes em outras Sociedades: este item engloba as participações
de capital em outras empresas na forma de ações ou de quotas com características de
investimentos permanentes.
As aplicações de capital em outras empresas, normalmente, são de natureza voluntária e
representam uma extensão ou diversificação da atividade econômica da própria
empresa. Acima de 10% de participação (sem deter o controle do capital), a outra
empresa já será uma coligada da investidora. Se houver o controle – definido como
preponderância nas deliberações sociais e poder de eleger a maioria dos administradores
– a outra empresa será controlada.
-Outros Investimentos Permanentes: são representados por diversos tipos de
Investimentos, sempre desvinculados da atividade principal da empresa. Exemplos:
- Obras de arte
- Imóveis não destinados ao uso
- Bens locados a terceiros
- Quotas de Clubes
-Provisão para Perdas (conta redutora de investimentos): tem por finalidade eliminar
das contas do grupo de investimentos a parcela que provavelmente não será recuperada
pela empresa, ou as possíveis perdas de caráter permanente. Essa provisão se refere aos
investimentos não avaliados por equivalência patrimonial, já que estes últimos são
anualmente atualizados com base no Patrimônio Líquido da outra empresa.
03.02 – Imobilizado
O Imobilizado compreende os bens e direitos destinados à manutenção da
atividade da empresa.
O custo dos bens levados para o Imobilizado compreende todos os gastos
necessários para ter os bens em funcionamento na empresa. Por exemplo, o custo de
uma prensa será, além daquele constante da nota fiscal, o custo de transporte e
instalação no local, até o seu funcionamento. Não se integram nesses custo, porém, os
custos financeiros.
As principais contas são:
-Terrenos: esta rubrica compreende os investimentos efetuados pela empresa na
aquisição de terrenos, incluindo os gastos legais com escritura, registros e cisa. Apenas
Os terrenos utilizados nas operações da empresa devem estar aqui compreendidos. Os
terrenos relativos a construções em andamento devem estar classificados em “Obras em
Andamento”, enquanto eventuais terrenos adquiridos para especulação, para aluguel ou
expansão remota devem ser classificados em investimentos.
-Construções: incluem-se aqui todos os custos incorridos pela empresa na construção de
edifícios utilizados nas operações da empresa, tanto industriais como de administração e
vendas. No caso de imóveis adquiridos, esta rubrica poderá ser substituída pela
intitulada “Imóveis” ou “Edificações”.
-Instalações: devem ser registrados como instalações todos os gastos necessários ao
funcionamento da empresa despendidos na instalação de divisórias, estantes, prateleiras,
bem como de instalações especiais elétricas e hidráulicas requeridas para melhor
funcionamento ou por condições especiais das operações da empresa. Quando os gastos
com instalações se confundirem com o próprio equipamento instalado, deverão fazer
parte do custo de equipamento; porém, quando for possível identificar a própria
instalação em si, com vida útil autônoma, os custos integrarão a rubrica Instalações.
-Máquinas e Equipamentos: são aqui incluídos os custos havidos na aquisição e
instalação de máquinas e equipamentos, ou seja, todos os custos além do preço pago a
fornecedores, como impostos, transportes, preparação para instalação etc. No caso, por
exemplo, da instalação de um equipamento de pintura, poderá ser necessária uma
instalação elétrica especial devido à voltagem requerida pelo equipamento de pintura. O
custo dessa instalação será incorporado ao do equipamento. A empresa poderá ter ainda
efetuado instalações antipoluentes e contra incêndio, as quais constituirão um item a
parte dentro da rubrica Instalações.
-Móveis e Utensílios: esta conta registra todos os bens representados por mesas e
cadeiras, máquinas de escrever e calcular, arquivos, armários etc.
-Veículos: registra-se aqui o custo de aquisição de veículos de transporte externos à
empresa, tanto utilizados pela administração, como por vendas e pela produção.
Empilhadeiras, vagões, carrinhos etc. utilizados internamente fazem parte de
“Equipamentos”.
-Marcas e Patentes: são os custos da empresa na aquisição de marcas e/ou de patentes
de terceiros, bem como aqueles decorrentes de desenvolvimento interno através de
pesquisas e que tenham sido efetivamente registrados nos órgãos componentes, a fim de
que fiquem devidamente incorporados ao ativo da empresa.
-Benfeitorias em Imóveis de Terceiros: as melhorias, reformas, pinturas, construções e
adaptações efetuadas em imóveis de terceiros constituirão os custos que farão parte
deste item.
-Obras em Andamento: são compreendidos por este item os custos incorridos pela
empresa na construção de unidades fabris, comerciais e administrativas, incluindo custo
de construção, importação em andamento, adiantamentos a fornecedores e prestadores
de serviços, bem como almoxarifado de materiais a serem utilizados.
03.03 - Diferido
Este grupo compreende gastos que não foram apropriados a Resultados e que
irão beneficiar exercícios futuros. São gastos de uma atividade que se espera venha
gerar receitas nos próximos exercícios. Existe um grupo contábil segundo o qual as
receitas devem ser confrontadas com custos ou despesas necessários para produzi-las.
As despesas que não geraram receita ou são perdas irrecuperáveis – e nesse caso devem
ser apropriadas a resultado como despesa não operacional – ou produzirão receita
futuramente, quando então deverão ser lançados no Ativo Diferido, Normalmente, esse
tipo de despesa (que a rigor não é despesa, mas gasto, pois será despesa quando
apropriada a Resultado) ocorre na fase pré-operacional ou da empresa como um todo ou
de determinadas filiais ou ainda de projetos. Caracterizam-se, ainda, como Ativo
Diferido os gastos em pesquisas e desenvolvimento de produtos ou de processos.
A definição do que e quanto deve ser ativado como Diferido, bem como sua
amortização, é inteiramente arbitrária. Os principais componentes do Ativo Diferido
são:
-Gastos de Implantação e Pré-operacionais: este item agrupa todos os gastos
incorridos pela empresa, antes do início de suas operações, que são apropriados a
Resultados quando do início de suas operações.
-Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos: referem-se aos gastos
incorridos na pesquisa e no desenvolvimento de novos produtos, que serão amortizados
durante o período em que tais produtos desenvolvidos produzirem resultados para a
empresa.
-Amortização Acumulada (conta redutora do Permanente Diferido): tem por
finalidade registrar quanto das Despesas Diferidas já foi apropriado a Resultados.
04 – PASSIVO CIRCULANTE
Nota: recomenda-se usar a expressão “a pagar” para aqueles tributos em que a empresa é o
contribuinte, e a expressão “a recolher” quando atua como agente arrecadador, como,
por exemplo, IRRF.
07 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
-Capital a Realizar: refere-se à parcela de capital social subscrita pelos sócios, mas não
paga à empresa. Por isso, deve ser deduzido do Capital Social.
-Ações em Tesouraria/Quotas Liberadas: são aquelas adquiridas pela própria empresa,
tendo em vista:
- operações de resgate, reembolso ou amortização de ações/quotas;
- diminuição do capital
A operação de compras de ações/quotas pela própria companhia equivale a uma
devolução do patrimônio líquido, motivo pelo qual a conta que a registra (ações em
tesouraria/quotas liberadas) deve ser deduzida da conta patrimônio que registra a origem
dos recursos aplicados na sua aquisição.
PRINCIPAIS CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
-Custo dos Serviços Prestados: O Custo dos Serviços Prestados, no caso de empresas
prestadoras de serviços, corresponde aos custos incorridos para a prestação de serviços.
Os itens componentes do Custo de Serviços Prestados variam de empresa para empresa,
em função do seu próprio ramo de atividade. Há, porém, casos de empresas prestadoras
de serviços que não evidenciam na demonstração do resultado o custo dos serviços
prestados, contabilizando-os com as despesas operacionais, o que é um erro bastante
prejudicial para a Análise de Balanços.
-Custo das Mercadorias Vendidas – CMV (empresas comerciais): as empresas
comerciais caracterizam-se pela atividade de compra de mercadorias para serem
revendidas no mercado apresentam os seguintes componentes do custo das mercadorias
vendidas:
CMV = EI + C – EF, onde EI=Estoque Inicial; C=Compras do Período, EF=Estoque
Final.
3. DESPESAS OPERACIONAIS