0

M EMBRO 201
O / BOLETI Nº 4 -
SET
ENT
MOVIM
n ova r
e
fu n dar
e s c e r
ne
ejuveento reivindicativo
o movimfessores
dos pro ogspo
t.com
rs-spgl.bl
http://3

governo – leia-se “cortes nos

Basta de desemprego e precariedade nas escolas!
Porquê o protesto
de 13 de Setembro?
Depois de José Sócrates e a sorridente ministra Isabel
Alçada terem imposto mais uma vez e através dos
concursos a manutenção da precariedade e
desemprego a dezenas de milhares de professores ao
mesmo tempo que anunciam ao país um “arranque de
ano lectivo normal “, não podia ser mais necessário e
adequado à revolta e indignação sentidas por muitos de
nós que saíssemos à rua para lutar e mostrar a realidade.
Bom seria que além do Movimento 3Rs e dos
Professores Revoltados de Braga as direcções sindicais
com os seus fortes meios se tivessem mobilizado nesta
oportunidade reforçando assim o protesto; mas, como
já dissemos, era necessário e adequado sair à rua,
e assim fizemos!...
O economicismo e liberalismo selvagem deste
salários, no emprego e nos
direitos de quem trabalha para
aumentar os rendimentos e
luxos da banca e banqueiros e
gestores ou gastar na
aquisição de submarinos”… -
fica flagrante quando substitui
os 15 mil professores e
educadores dos quadros
que se aposentaram nos
últimos anos por professores e educadores
contratados, impedidos de melhorarem a sua situação
económica e de ingressarem nos quadros e obterem a
progressão na carreira e a estabilidade a que têm direito:
dos mais de 17 mil professores colocados por contrato
como consequência dos últimos concursos, 10 mil
foram-no por “renovação”; 4 mil obtiveram horários
completos e mais de 3 mil horários incompletos. Mas a
precariedade vai ainda aumentar: faltam as colocações
de Setembro e da “bolsa” durante o primeiro período,
nas AECs… Ou seja, e em síntese, o governo usa e

no Centro de Emprego
Dia 1 de Setembro. Levanto-me entusiasma-
do: tenho uma “excursão” ao Centro de Emprego. É para
lá estar às 9h mas 10 min antes já me encontro no “local
de concentração”. Claro que não sou o único, muitos
colegas também fizeram o mesmo. Afinal de contas, é um
dia diferente dos outros... Conversamos um pouco antes
de entrarmos e falámos sobre expectativas: “Então
quando acham que estamos despachados? Antes de
almoço? À tarde? Ou só amanhã?” Bem, gozar 2 dias
pelo “preço” de um, até não é mau...
9H. Abrem-se as portas e a imagem assemelha-se a um
filme de terror: parecemos uns “zombies” a encaminharmo-
-nos para a entrada do Centro de Emprego, em busca de
uma mísera senha, mostrando os dentes “raivosos” só para
consegui-la. Após uns minutos de ligeira confusão e
turbulência, as pessoas acomodam-se à situação, umas
sentam-se, outras ficam de pé, mas tudo com cara de
“poucos amigos”.
Entretanto, vão chegando mais alguns colegas e pomos
a conversa em dia: “Estiveste onde este ano? Horário
completo? Gostaste de lá estar?”... É incrível a quantidade de
professores e professoras que falam do mau-estar que se
 cedências que - Abertura de vagas de quad
ro para os
deixam o essen- milhares de professores cont
Porquê o protesto cial da política - Menos alunos por tu
ratados!
rma!
de 13 de Setembro? governamental - Subsídio de aloj
na mesma. Foi - Direitos
amento e transpor
te !
iguais nas AECs
abusa sistematicamente da mão-de-obra barata assim aquando Fim da cont e nas NOs!
ratação por “recib
docente que mantém fora dos quadros. Devemos das grandes - Fim os verdes”!
desta avaliação de
considerar que estamos perante mais um grave ataque manifestações
- Não aos estrangu de se mpenho !
ao conjunto da classe, que se soma à actual avaliação de 2008 com o
carreira! lamen tos e quotas na
de desempenho e ao estrangulamento na evolução da ‘entendimento’
carreira, ao aumento da idade para a aposentação… com Lurdes Ro-
Tudo isto enfraquece a classe docente, piora as drigues e a recusa em aprofundar a radicalização que
condições de trabalho nas escolas e contribui para a então crescia nas escolas e novamente com o Acordo
desvalorização da Escola Pública. de Janeiro deste ano com a sorridente Isabel Alçada,
onde aqueles dirigentes se comprometeram – sem con-
Construir um forte movimento sultar a classe - a pacificar as escolas em troca de
cedências que preservaram o economicismo do gover-
de professores contratados… no minoritário de Sócrates. Entretanto, a avaliação do
Mas há mais uma razão importante para o protesto desempenho já conta para os concursos e nunca a pre-
de 13 de Setembro: está na hora de começar a constru- cariedade entre os professores foi tão grande!...
ir entre todos os professores contratados uma via de Assim, apesar das dificuldades e das forças ainda
luta e de base independente dos tradicionais diri- insuficientes, o protesto de 13 de Setembro é também a
gentes, que controlam e desmobilizam a própria base confirmação que não recuaremos na construção –
sindical e o conjunto da classe. Apesar das suas necessária e urgente – de um movimento amplo e de
declarações altissonantes, a sua prática e preocupação base de professores contratados pela vinculação
é correr para as negociações e acordos onde trocam a e estabilidade, onde sejam os próprios professores a
unidade e a vontade de lutar da classe por decidir os seus passos! Participa e divulga esta luta!

Lutar contra esta avaliação e as quotas nas carreira!

Depois de 2 anos de fortes lutas contra a avaliação de desempenho de MLR e um ECD
que criava divisões entre professores e obstáculos à progressão na carreira, que temos
hoje? Uma avaliação praticamente igual à da anterior ministra e uma carreira docente
que mantém estrangulamentos pela via de quotas e vagas, e tão longa que é
praticamente impossível alguém chegar à reforma em tempo útil. Em resumo, mudaram
as caras mas a porcaria ficou igual.
Mas isto não tinha que ser assim! Esta situação é o resultado do compromisso das
direcções sindicais para a pacificação da classe, expresso no Acordo assinado em Janeiro deste
ano entre Isabel Alçada e as direcções sindicais mais importantes.
Só há uma maneira de sair deste ciclo de lutas na base, negociação burocrática no topo e cedências inaceitáveis
por parte dos dirigentes sindicais, que levam às vitórias dos governos e à desmobilização da classe: continuar
a lutar, mas assumindo os professores o controle democrático da sua luta!

no Centro de Emprego
vive nas escolas e,
principalmente por causa da
figura do “director”. Ouço relatos de
colegas que choraram pois sentiram-se oprimidas ou
mesmo discriminadas por outros colegas professores
“amiguinhos” do director (digno de um filme da máfia italiana).
Pergunto-me até onde isto irá...
Enquanto isso, são atendidas 5 pessoas ao fim de 1 h e
eu tenho a senha 35. Fazendo as contas, a este ritmo sou
atendido às 16h, que é a hora de fecho (uau!). Talvez tenha
sorte... Depois de ir à Segurança Social tirar uma senha, no
caso de ser preciso ir lá depois, comer algo para saciar a
fome, dão-me uma má notícia: “O sistema informático foi
abaixo e a partir de agora vai ser tudo feito manualmente...”.
Esta “bomba” diminui drasticamente as minhas esperanças de
ser atendido no próprio dia. No entanto, continuei por ali até
ao meio dia para analisar o ritmo de atendimento. Avançou-se
3 números em hora e meia. ‘tou condenado!...
Fui almoçar às 13h e voltei por volta das 15h. A contagem
ia no número 18. O “segurança” informou-me que não valia a
pena ficar ali à espera e que voltasse no dia seguinte. Bom,
foi o que fiz, voltei ao “local do crime” às 9h da manhã no dia
seguinte, pronto para ser atendido, o que aconteceu por volta
das 10h10 com o sistema informático já operacional. Lá fora,
parei e pus-me a pensar: “Será que todos os 33 mil profes-
sores desempregados passaram por esta aventura? ...”.