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O advogado neste paradigma tem papel fundamental: quanto mais esperto, melhor
para a parte – isto leva a um êxito maior e quase freqüente dos burgueses, pois
detinham os melhores advogados.
Exemplos do Direito neste paradigma: Direito Civil (Direito de propriedade,
Contratos);
Aula 3 – 11/02/09
2. O Processo no Código de Processo Civil brasileiro
Embora estejamos em um Estado Democrático de Direito, o CPC brasileiro foi feito em
1973, período este de ditadura e pleno Estado Social. Ainda que tenhamos a CF/88, o
conceito do CPC ainda não foi substituído, o que torna o conceito aplicado de processo no
atual CPC incompatível com a CF/88.
Logo, para o CPC brasileiro, “Processo é a relação jurídica de direito público, entre
autor, réu e juiz, que cumpre finalidades.”
A crítica está na posição de superioridade em que se coloca o Estado-juiz frente as
partes, não havendo isonomia: há que se ter sim um afastamento do juiz(imparcialidade)
mas não uma superioridade. As partes têm que sentir, no EDD< que também
participaram e construíram o provimento, o que atualmente não ocorre (é o juiz que
decide praticamente sozinho).
A Jurisdição no CPC é ato privativo do juiz e não compartilhado (como deveria ser no EDD).
Esta é a visão do CPC mais importante da matéria: jurisdição, Estado, Juiz, estado social,
relação jurídica que cumpre finalidades;
Art.1º CPC – já há referência sobre a Jurisdição e a tutela do Estado desde o 1º artigo;
A Jurisdição no CPC quer significar: “Atividade do juiz na análise do mérito.”
Ao analisar o mérito, o juiz deve considerar as finalidades do Estado.
Mérito: cede um direito material, é formado um pedido com base neste direito material. Tem que
passar pelas condições da ação e pressupostos processuais – para se ter no Direito Brasileiro
uma análise de mérito há que se percorrer um longo caminho.
É o conceito de Estado Social adotado pelo CPC desde 1973, em que o processo é
visto como a relação jurídica de direito público entre autor, réu e juiz, que cumpre
finalidades, finalidades estas do Estado, sem considerar a verdadeira participação e
fiscalização do indivíduo no exercício da jurisdição, não havendo na verdade uma
atividade jurisdicional compartilhada, e sim, uma atividade jurisdicional em grau de
superioridade e com decisões jurisdicionais à partir da decisão do juiz e não na
construção desta decisão pelas partes.
Quando se tem o conceito de Jurisdição do CPC como a atividade do juiz na análise do mérito,
como fica e se define então a atividade do juiz na análise das Condições da ação e dos
pressupostos processuais (fase de saneamento do processo) ? Que atividade é esta? Se não é
jurisdição, o que é? Atividade administrativa do juiz? Mas, se for atividade administrativa, está
em contraponto com sua definição, pois o saneamento do juiz vincula, já a atividade
administrativa não é vinculante.
Outro exemplo é a homologação de acordos – é o juiz que homologa e efetiva o acordo, caso
contrário não terá força.
Estes são temas de sugestão para monografia. As condições da ação, para alguns
pesquisadores, não existe, já faria parte do mérito, conforme podemos observar:
Legitimidade – se ilegítimo, extinção do processo – mérito;
Possibilidade Jurídica do pedido – se o pedido é recepcionado ou não pelo ordenamento jurídico –
discute-se aqui também mérito;
Interesse de agir – idem.
No Brasil o processo é instrumento da jurisdição; o juiz exerce a jurisdição como representante
do Estado, seus atos são próprios e não uma atividade compartilhada como se deve em um
EDD.
Espaço - Tempo
Aula 4 – 11/02/09
UNIDADE II – A TEORIA DO PROCEDIMENTO DE CONHECIMENTO CIVIL
1. O Procedimento judicial e as suas espécies: considerações gerais.
”Relação jurídica de direito público entre juiz, autor e réu, que visa o reconhecimento
de direitos e, eventualmente, a liquidação e o cumprimento da sentença.”
Ordinário
Sumário COMUM
Sumaríssimo – está fora do CPC – JESP (Justiças Especiais Cível e Federal)
Fases
1a 2a 3a 4a 5a 6a
6º período
4. O Procedimento Sumário
Art. 278 – Em caso de não conciliação, na própria audiência de conciliação o réu já deve apresentar a
resposta e provas, se for o caso, podendo ainda ser oral.
Art. 277, § 4º (concentração) - o juiz deve decidir de plano na audiência (ou em 10 dias).
Art. 277, caput, §§ 2º e 5º, 278, § 2º , 280 – (celeridade).
Art. 278 (oralidade) – a resposta do réu pode ser oral (no ordinário tem que ser por escrito).
Art. 279 – (celeridade) – (...) métodos hábeis – já se usa gravação dos atos.
Artigo 275
Observar-se-á o procedimento sumário: (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 1995)
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;
II - nas causas, qualquer que seja o valor
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
O débito do condômino com o condomínio deverá ser tratado via procedimento sumário.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 10
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
A lei tem considerado condômino o proprietário, ainda que exista um locatário morando no imóvel, a
ação deve ser contra o proprietário do imóvel e não contra o locatário.
Isto deve-se aos Direitos Reais e a obrigação Propter Rem do proprietário (obrigações que recaem
sobre o imóvel) – será o proprietário responsável pelo imóvel e pelos débitos que recaiam sobre ele,
seja taxas, impostos e também o condomínio.
Embora se use o termo “taxa de condomínio” o correto é não usar o termo TAXA, pois TAXA é
imposto público.
Pelo motivo acima exposto, recaindo para o proprietário toda a responsabilidade do débito de
condomínio, e sendo vedado no procedimento sumário a intervenção (denunciação a lide
pelo locador ao locatário), é de extrema importância que aquele que for comprar um imóvel faça
uma solicitação ao condomínio de uma declaração de quitação de despesas com o condomínio
pelo vendedor do imóvel (ex. do prof.: comprou imóvel que valia 60 mil, por 45 mil, achando
vantagem estar 15 mil abaixo do mercado, porém, após quitação e registro, comprador é
acionado por dívida de 90 mil reais de condomínio pelo antigo morador – vendedor).
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à
capacidade das pessoas.
Observações sobre o procedimento sumário:
Exige capacidade postulatória (advogado);
É exercido pelos mesmos órgãos do Procedimento Ordinário;
Para diferenciar o procedimento sumário do ordinário na petição inicial, o autor deve escrever:
por este instrumento de procedimento sumário (ou ordinário), venho .... Ou seja, é o próprio
autor que elege em seu texto escrito, na petição inicial, o tipo de procedimento indicado.
Use sempre o termo: instaurar o procedimento e nunca “entrar com a ação”.
Artigo 275
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;
II - nas causas, qualquer que seja o valor
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas.
Artigo 276
Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar
assistente técnico.
Artigo 277
O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias, citando-se o réu com a antecedência
mínima de dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste artigo, determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a
Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.
§ 1º A conciliação será reduzida a termo e homologada por sentença, podendo o juiz ser auxiliado por conciliador.
§ 2º Deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na petição
inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar da prova dos autos, proferindo o juiz, desde logo, a sentença.
§ 3º As partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se representar por preposto com poderes para
transigir.
§ 4º O juiz, na audiência, decidirá de plano a impugnação ao valor da causa ou a controvérsia sobre a natureza da demanda,
Artigo 278
Não obtida a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência, resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos e rol de
testemunhas e, se requerer perícia, formulará seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente técnico.
§ 1º É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial.
§ 2º Havendo necessidade de produção de prova oral e não ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 329 e
330, I e II(Extinção do processo sem julgamento do mérito ou julgamento antecipado da lide – quando o mérito
envolver unicamente questão de direito e não de fato, não demandando a produção de prova em audiência ou ainda
quando ocorrer a revelia), será designada audiência de instrução e julgamento para data próxima, não excedente de trinta
dias, salvo se houver determinação de perícia.
Artigo 279
Os atos probatórios realizados em audiência poderão ser documentados mediante taquigrafia, estenotipia ou outro método
hábil de documentação, fazendo-se a respectiva transcrição se a determinar o juiz.
Parágrafo único. Nas comarcas ou varas em que não for possível a taquigrafia, a estenotipia ou outro método de
documentação, os depoimentos serão reduzidos a termo, do qual constará apenas o essencial.
Artigo 280
No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória incidental e a intervenção de terceiros, salvo a
assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro.
Artigo 281
Findos a instrução e os debates orais, o juiz proferirá sentença na própria audiência ou no prazo de dez dias.
Aula 18/02/09
Pergunta: Pode o autor escolher entre o procedimento sumario ou ordinário uma vez
preenchidos todos os requisitos do procedimento sumário?
Parênteses meu:
(1) – Existe ainda o art. 295, V do CPC, que prevê o indeferimento da Petição inicial quando o
tipo de procedimento escolhido pelo autor não corresponder à natureza da causa, ou ao valor
da ação e só não será indeferida se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal. Podendo,
portanto, adaptar-se a outro procedimento, não há motivo para indeferimento da Petição inicial.
(2) – Outra observação é o fato da opção pelo procedimento sumário em razão do valor da
causa, limitado a 60 salários mínimos. Sendo o autor aquele que irá fazer o pedido e determinar
o valor da causa, pode o mesmo inserir em sua petição um pedido que se enquadre no limite de
60 salários mínimos para instaurar o procedimento sumário, sem que, portanto, o juiz fique
vinculado a este valor, vez que pode decidir o valor da causa acima dos 60 salários mínimos,
ficando o réu, portanto, cerceado de certa forma da oportunidade de ampla defesa, vez que o
procedimento ordinário exigido para tal valor da causa daria mais oportunidade de prazo e
defesa ao réu. Este posicionamento da não vinculação do juiz ao valor da causa é incorreto
segundo o professor, pois estará decidindo além do que foi pedido, não estará sendo imparcial.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 13
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Já a Teoria Minoritária entende que não é possível optar pelo procedimento ordinário em caso
de adequação da causa aos requisitos do procedimento sumário, ou seja, uma vez identificados
os requisitos expressos na lei para o procedimento sumário em determinada causa, esta tem
que ser, necessariamente, instaurada por este procedimento, não havendo opção de se lançar
em outro procedimento que não este.
Uma vez atendidos os requisitos do procedimento sumário e o autor optar pelo procedimento
ordinário, a petição estará inepta, art. 295, V, sendo extinta sem resolução do mérito.
Obs.: Não confundir “conversão” com “opção”. Na conversão, feita pelo juiz em casos
especificados em lei, o procedimento sumário já foi originalmente instaurado, sendo
posteriormente convertido em ordinário, aproveitando-se todos os atos anteriores, sem prejuízo
para o réu.
Não há conversão (e não opção) de procedimento sumaríssimo para sumário, sendo extinto o
processo sem resolução do mérito, até mesmo pela inviabilidade desta conversão vez que os
procedimentos tramitam em órgãos diferenciados: o procedimento sumaríssimo no JESP e o
procedimento sumário no Fórum.
Relembrando que ao procedimento sumário cabe, quando possível e nas hipóteses já descritas, a sua
conversão em procedimento ordinário pelo juiz.
Existe uma opção para o autor, podendo optar entre o procedimento sumário e o sumaríssimo.
Ex.: 35 salários mínimos.
Importante lembrar que o sumário permite uma maior ampla defesa do que o sumaríssimo.
5. O Procedimento Sumaríssimo
CAPÍTULO I
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 14
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Disposições Gerais
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e
nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
Capítulo II
Dos Juizados Especiais Cíveis
Seção I
Da Competência
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor
complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do CPC (causas do Procedimento Sumário em razão da matéria);
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de
interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das
pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste
artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para
dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e
às exigências do bem comum.
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis
em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no
desempenho de suas funções.
Seção III
Das Partes
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público,
as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial, excluídos os cessionários
de direito de pessoas jurídicas.
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para fins de conciliação.
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas
por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou
firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na
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§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado.
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o
litisconsórcio.
Seção IV
Dos atos processuais
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de
organização judiciária.
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos
os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas,
taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada
após o trânsito em julgado da decisão.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o instruem.
Seção V
Do pedido
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários
impressos.
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que
conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de
conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o
registro prévio de pedido e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na
mesma sentença.
Seção VI
Das Citações e Intimações
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência de que, não
comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 16
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Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
Seção VII
Da Revelia
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão
verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.
Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação,
mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com
eficácia de título executivo.
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas
partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir
por eqüidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado para
homologação por sentença irrecorrível.
Seção IX
Da Instrução e Julgamento
Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde que não
resulte prejuízo para a defesa.
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada para um dos quinze dias
subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular prosseguimento da audiência. As demais
questões serão decididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária,
sem interrupção da audiência.
Seção X
Da Resposta do Réu
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou impedimento
do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º
desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a designação da nova data, que
será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Seção XI
Das Provas
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a
veracidade dos fatos alegados pelas partes.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente,
podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas
pela parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência
de instrução e julgamento.
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessário,
do concurso da força pública.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação de
parecer técnico.
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas
ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o verificado.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos
depoimentos.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.
Seção XII
Da Sentença
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que
poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios
indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição,
reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual
constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de
deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a
parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei,
correndo por conta do requerente as despesas respectivas.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação
sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de
acórdão.
Art. 47. (VETADO)
Seção XIII
Dos Embargos de Declaração
Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou
dúvida.
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso.
Seção XIV
Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito
§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser isentada,
pelo Juiz, do pagamento das custas.
Seção XV
Da Execução
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de
Processo Civil, com as seguintes alterações:
I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice
equivalente;
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor judicial;
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa intimação, o
vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu
descumprimento (inciso V);
IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser
verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação;
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, cominará multa
diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a
obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de
imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida de obrigação de dar, quando
evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado;
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para
as despesas, sob pena de multa diária;
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação
do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da
avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de
bem móvel, ou hipotecado o imóvel;
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de conciliação, quando poderá oferecer embargos
(art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da alienação
judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação
em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a
adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior.
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os
documentos ao autor.
Seção XVI
Das Despesas
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou
despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais,
inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de
litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados
entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
Seção XVII
Disposições Finais
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias necessárias e o serviço de assistência judiciária.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no juízo competente,
independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo
órgão competente do Ministério Público.
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não
abrangidas por esta Lei.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.
1ª fase 2ª fase
1º - Petição inicial:
se a causa não ultrapassar 20 salários mínimos, não precisa de advogado. Este critério visa a
economia processual. Se o pedido extrapolar os 20 salários mínimos, precisa de advogado;
Obs. do Professor – a dispensa do advogado tem que ser acolhida com ressalvas: na prática, nas
causas menores que 20 salários mínimos, o autor prefere ir sem advogado porque o valor os honorários
do advogado seria, na maioria das vezes, maior que o valor do pedido do próprio autor. Mas isto não
quer dizer que o autor não possa buscar o apoio e representação de um advogado através dos núcleos
de prática jurídica em faculdades e até mesmo da defensoria, embora esta última se apresente inepta
pelo excesso de processos. Na ausência de advogado, o juiz tem se postado em posição de
conselheiro da parte, por muitas vezes, o que não poderia ocorrer, em respeito ao princípio da
imparcialidade do juiz.
Diferente do procedimento sumário e ordinário, não existe custas processuais e de advogado
(sucumbência) no procedimento sumaríssimo ( as custas existem só quando em grau de recurso).
A petição inicial pode ser escrita ou oral através da atermação.
A atermação feita via petição oral só é admitida no procedimento sumaríssimo. No sumário e
ordinário a petição inicial só pode ser por escrito. Quem trabalha na atermação nem sempre é formado
em direito, em sua maioria são estagiários.
2º - Audiência de Conciliação:
Em momento algum a lei 9.099 diz que as hipóteses em razão da matéria estão vinculadas aos 40
salários mínimos – ex.: art. 3º, § 3º - renúncia do que ultrapassar os 40 salários mínimos;
Art. 39 – é ineficaz a sentença condenatória que exceder a alçada estabelecida nesta lei (40 salários
mínimos, mesmo em razão da matéria);
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 21
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
Havendo a conciliação, pode exceder os 40 salários mínimos. Não havendo conciliação, a sentença, se
ultrapassar os 40 salários mínimos, entende-se renunciado este excesso que extrapolou o limite dos 40
salários.
Outras características:
Não se admite perícia nenhuma;
Não exige documento de sentença,
As decisões interlocutórias não se submetem a recurso (o recurso só cabe contra a sentença);
O recurso da sentença é julgado pelo próprio JESP (junta de 3 outros juízes do JESP) – não vai ao
Tribunal; não cabe ação rescisória.
A posição do STF nestas violações de direitos é que deve prevalecer a celeridade do processo.
A digitalização do processo através do sistema PROJUD só tem criado maior morosidade, o que, via
de regra, tem feito os prazos do JESP serem frequentemente violados.
Aula 20/02/09
As teorias que existem para justificar a opção entre o procedimento ordinário e sumaríssimo se
assemelham às teorias majoritária e minoritária da opção do procedimento ordinário quando atendidos
os requisitos do sumário.
Não há, porém, conversão (e não opção) de procedimento sumaríssimo para sumário ou sumaríssimo
para ordinário, sendo extinto o processo sem resolução do mérito, até mesmo pela inviabilidade desta
conversão vez que os procedimentos tramitam em órgãos diferenciados: o procedimento sumaríssimo
no JESP e os procedimentos ordinário e sumário no Fórum.
Relembrando que ao procedimento sumário cabe, quando possível e nas hipóteses já descritas, a sua
conversão em procedimento ordinário pelo juiz.
O Procedimento Ordinário
Fases
1a 2a 3a 4a 5a 6a
No procedimento ordinário, não iremos trabalhar o procedimento como uma explicitação do processo
mas, sim, no conceito de procedimento lógico.
Petição Inicial
Ato que instaura o procedimento;
Não se dá de ofício, é necessário a iniciativa da parte – Princípio da Demanda – o juiz não pode
instaurar de ofício o procedimento, apenas deve dar o impulso oficial após sua instauração;
Petição Inicial
Art. 282, I, CPC – Da Competência do Juízo
COMPETÊNCIA :
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL – instauração de procedimento fora do país;
COMPETÊNCIA INTERNA – instauração do procedimento dentro do país.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 23
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
LITISPENDÊNCIA – art. 90 CPC – pressuposto processual que visa evitar a instauração de ações
idênticas. Só há litispendência entre ações instauradas no Brasil. Entre ações iguais instauradas no
Brasil e exterior não há litispendência. Valerá a primeira que transitar em julgado.
As regras de competência estão descritas nos artigos 94 a 100 do CPC e, quando for o caso, na
Legislação Extravagante. Deve o advogado observar se o caso concreto envolve legislação específica e
analisá-la para observar alguma determinação de competência para o caso. Não havendo legislação
específica que defina a competência no caso concreto, aplicar-se-á os critérios do CPC.
Ex.: Justiça Estadual
1. identificar em qual comarca (ex.: Belo Horizonte);
2. verificar se na comarca há especialização em razão da matéria (ex.: família, criminal,
etc.)
3. Verificar se o procedimento se instaura na Vara ou Tribunal (existem ações de
competência originária nos Tribunais);
4. Verificar se o réu tem prerrogativa de competência;
5. Verificar o valor da causa
Art. 112 - § único – cláusula de adesão (eleição de foro) – o que se discute sobre este artigo:
1º) O Juiz, ao sentenciar de ofício sobre a nulidade da cláusula de adesão, agindo em prol da
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 24
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
2º) A decisão do juiz sem a oitiva da parte antes de enviar para outro juízo viola também o
princípio do contraditório;
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA:
Por Prorrogação – art. 114 – prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar ou o réu
não opuser exceção declinatória.
Por conexão – art. 103 – duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto ou a causa de
pedir
Por continência – art. 104 – duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e
à causa de pedir, mas o objeto de uma é mais amplo, abrangendo as outras.
Por prevenção – arts. 106 e 219 – correndo ações conexas perante juízes com mesma
competência territorial (mesma localidade) será prevento aquele que despachou em primeiro
lugar. Em caso de ações conexas em circunscrições distintas (localidades diferentes), será
prevento o juiz que fizer a 1ª citação válida.
Uma vez identificada a competência, não escrever no documento o nome do juiz e sim do Juízo, por
tratar-se de um critério objetivo e não subjetivo. Evitar colocar excessos de pronomes e nome de juiz
(Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito de tal vara, de tal comarca).
Ex.: Ao juízo de ________________________________, de tal localidade, de tal vara.
“ Processo Civil. Rito fixado em razão do valor da causa. Condenação maior do que o respectivo
montante. A despeito de que o rito processual tenha sido adotado em razão do valor da causa, o juiz
não está, na sentença, a ele adstrito, podendo fixar a condenação em montante maior. Recurso
especial não conhecido. (STJ, 3ª Turma, REsp. 212.576-PB – 05/08/02).”
Conforme o professor, este é um entendimento jurisprudencial que vai contra a lei. Pela
indisponibilidade do pedido, não pode o juiz, de ofício, decidir além do que foi pedido pelo autor ou
acima do limite expresso em lei para procedimentos especiais como no caso do Procedimento Sumário,
sendo inválido o valor da sentença que extrapole o limite máximo.
Aula 27/02/09
constituição.
§ 3o O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica estrangeira, a receber citação
inicial para o processo de conhecimento, de execução, cautelar e especial.
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
A causa de pedir deve ser sempre concisa, mas não sucinta, ou seja, objetiva, direta, completa.
Ao formular uma petição inicial, pergunte-se sempre:
Há algo aqui nesta Petição Inicial descrito e que não precisaria estar?
Há alguma informação nesta Petição Inicial que falta para uma melhor compreensão do pedido?
Obs.: Tomar cuidado com Petições cheias de retóricas que nada mais são que a tentativa de
convencimento do juiz no vazio, uma repetição de argumentos e palavras que não têm fundamento
jurídico, não têm conteúdo.
CAUSA DE PEDIR
REMOTA PRÓXIMA
(Fatos) (Fundamentos Jurídicos)
logo em seguida o fundamento 2, e assim por diante. Outros há que descrevem todos os fatos
primeiramente (1,2,3 etc.) para, ao final, descrever todos os fundamentos(1,2,3, etc.).
Ex.: Dos Fatos (xxxxxx) Do Direito (xxxxx)
O Pedido é a conclusão da Causa de pedir, tem que ter vínculo lógico com a causa de pedir, senão será
inepta a Petição Inicial (295, I, CPC).
O Pedido se subdivide, para fins didáticos, em Pedido Mediato (ou Objeto Mediato do Pedido) e Pedido
Imediato (ou Objeto Imediato do Pedido). Esta subdivisão, porém, não vem discriminada no CPC.
Ex.:
Isto posto, requer a condenação do réu ao pagamento de R$100.00,00 (cem mil reais) a título de empréstimo.
Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados;
II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito;
III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
O CPC entende que alguns pedidos não precisam ser expressos na Petição Inicial: art. 290 e 293.
Art. 290. Quando a obrigação consistir em prestações periódicas, considerar-se-ão elas incluídas no pedido,
independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou
de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação.
Pedido Implícito
É aquele que não é expresso, que nem precisa estar descrito na Petição Inicial, pois a própria lei já
prevê o seu reconhecimento e consideração - mesmo que não tenha que ser expresso na petição
inicial, o juiz pode acatá-lo de ofício.
a) Prestações subseqüentes, de trato sucessivo – nestes casos, a Petição inicial deverá listar
apenas as prestações vencidas e pendentes até a dada da propositura da ação. Aquelas que vencerem
durante o decurso do prazo do processo, embora não listadas na Petição inicial, também deverão ser,
Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros
legais.
Ex.: A regra é o pedido determinado: .... requer a condenação do réu em cem mil reais.
Exceção: .... requer a condenação do réu.
Art. 286
Em regra: Pedido Certo e Determinado.
Exceção: Pedido Implícito, arts. 290 e 293.
“Cumulação de Pedidos” Obs.: assunto sempre cobrado nas provas OAB, Concursos e provas PCI..
Pelo Entendimento majoritário, a cumulação é entendida da seguinte forma:
=> Cumulação Simples - é diferente do pedido simples – são 2 ou mais pedidos cumulados na mesma
petição e o autor pretende o acolhimento de todos.
Ex.: Na Petição Inicial, o autor requer a condenação em danos morais e materiais (pretensão de que
sejam acolhidos os 2 pedidos).
=> Cumulação Sucessiva Própria – 2 ou mais pedidos na mesma petição, sendo que o acolhimento
do 2º pedido (pedido posterior) depende do acolhimento do pedido anterior.
Ex.: Na Petição Inicial, requer o autor a confirmação do parentesco (paternidade) e a pensão de
alimentos – ação declaratória de paternidade cumulada com alimentos. Se não acolhida a declaração
de paternidade não há sentido na determinação na pensão de alimentos.
Doutrina Trinaria
Sentença Condenatória - Para esta doutrina as sentenças mandamental e executiva estão
embutidas na sentença condenatória.
Sentença Declaratória
Sentença Constitutiva
Doutrina Quinária
Sentença Condenatória
Sentença Mandamental
Sentença Executiva
Sentença Declaratória
Sentença Constitutiva
Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre
eles não haja conexão.
§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação:
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor
empregar o procedimento ordinário.
Mesmo que os pedidos estejam tramitando em procedimento diferente, pode se cumular pelo
procedimento ordinário. Ao se inserir 2 pedidos no mesmo procedimento, há ganho de tempo, mas se
abre mão da celeridade e oralidade (se um deles for de procedimento sumário e se optar pelo
ordinário).
Cominação de multa – muito usada na Antecipação de Tutela e caso de não obediência pelo réu.
Ex.: Nome no Serasa sem comunicado ao réu ou negativação indevida.
(....) Requer a suspensão/eliminação deste lançamento do nome no SPC-Serasa, com pedido de
fixação de multa diária em caso de descumprimento.
Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu,
mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.
Art. 294. Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão
dessa iniciativa.
Os arts. 264 e 294 apresentam uma contradição de posicionamento, um conflito de normas que é
discutido doutrinariamente:
O art. 264, feito por lei de 1973, informa a possibilidade de alteração do pedido e causa de pedir pelo
autor após a citação, desde que haja o consentimento do réu. Já o art. 294, trazido por lei de 1993 e,
portanto, posterior à lei que introduziu o art. 264, informa uma restrição ao art. 264, admitindo que, após
a citação, o autor pode alterar a causa de pedir ou pedido somente para aditar, ou seja, acrescentar, e
não para reduzir ou alterar o pedido. Considerando-se a eficácia das normas no tempo, a lei posterior
revogaria a lei anterior, logo, valeria a aplicação do art. 294 e não do 264. Porém há divergências de
entendimento no sentido de se aplicar o art. 264 também.
Sobre a modificação da causa de pedir e do pedido, há que serem observados os lapsos temporais,
visto que o CPC admite tais modificações, desde que estejam de acordo com a forma e prazos legais.
CITAÇÃO
VÁLIDA
Art. 294 CPC – Vem sendo timidamente trabalhado pelos autores. Diz que só é possível aditar,
acrescentar pedidos até a citação (e antes do saneamento).
Alguns dizem que o art. 294 está revogado visto a sua incompatibilidade com o art. 264, sendo válido,
portanto, o art. 264. Este é o posicionamento que vem dominando mas que não está muito
sedimentado;
Outros dizem que não, que o art. 264 seria para reduzir o pedido, pois o art. 294 veda. (?)
O certo, pelo posicionamento do professor, é que, sendo o art. 294 posterior ao 264, se forem falar de
revogação, deveria ser a do art. 264 que é anterior ao art. 294 (ab-rogação).
Os arts. 264 e 294 entendem, portanto que, se for para reduzir o pedido, ok, mas se for para aditar o
pedido, para o art. 264 pode ser feito, desde que com a anuência do réu (após a citação), para o art.
294 não poderia ser feito após a citação, somente antes da citação e somente para aditar e não
modificar ou reduzir o pedido.
Mas houve uma modificação pelo Estatuto da Advocacia, Lei nº 8.906/94, que transfere o honorário de
sucumbência para o advogado, de plano, sem qualquer participação do cliente, assim malferindo princípios
fundamentais, entre eles o princípio da justa reparação, da cidadania e, por conseqüência, o ideal de Justiça.
O Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1194, em
julgamento, na votação de questão semelhante, em 04/03/04, declarou voto afirmando que “...os honorários de
sucumbência, a teor do disposto no art. 20 do CPC, são devidos à parte vencedora e não ao profissional da
advocacia”. "O Informativo nº 338 do STF afasta a aplicação dos citados artigos 22 e 23 do Estatuto da
Advocacia”, o que para eles “pode-se afirmar a inconstitucionalidade dos mencionados artigos 22 e 23 do Estatuto
da Advocacia, na parte em que transfere automaticamente os honorários de sucumbência ao advogado, sem
esclarecimento e concordância contratual do cliente, necessitando de uma atenção dos Juízes e dos órgãos de
proteção do consumidor e dos direitos individuais homogêneos”.
6º) O valor da causa é utilizado como base para o cálculo do valor de alguns recursos
Arts. 259 e 260 – CPC – ARTIGOS QUE TEMOS QUE SABER – MUITO COBRADOS:
Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação;
II - havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
III - sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;
IV - se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;
V - quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio
jurídico, o valor do contrato;
VI - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais, pedidas pelo autor;
VII - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento do imposto.
Soma do Valor de todos os pedidos – para cumulação simples e cumulação sucessiva própria.
V - Quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão
de negócio jurídico, o valor da causa será :
O Valor do contrato;
O CPC traz o entendimento de que, em prestações de trato sucessivo, devem-se cumular, para fins do
valor da causa, os 2 aspectos: as prestações vencidas e as prestações vincendas.
Ex.: Vencidas = 500,00;
Vincendas = olhar quanto tempo falta para o término das vincendas.
Se existirem prestações a vencer por mais de 1 ano ou o prazo é Indeterminado,
calcula-se 12 prestações.
Se existirem prestações a vencer por menos de 1 ano, calcula-se a quantidade de
prestações que faltam vencer.
Sendo, por exemplo, as prestações mensais de 100,00, estando 5 vencidas e faltar mais de um ano
para as que irão vencer ou o prazo de vencimento for indeterminado, calcula-se:
Vencidas (= 100,00 x 5) + Vincendas (= 12 x 100,00) = 500,00 + 1.200,00 = 1.700,00
Sendo, por exemplo, a prestação mensal de 100,00, estando 5 vencidas e faltarem apenas 5
prestações a vencer, calcula-se:
Vencidas (= 100,00 x 5) + Vincendas (= 5 x 100,00) = 500,00 + 500,00 = 1.000,00
Lembrar: Se o contrato com prestações a vencer com mais de 1 ano ou prazo indeterminado, o limite de
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 33
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
cálculo para efeito do valor da causa será sempre de 12 prestações, somado as já vencidas.
Das provas
NO PROCEDIMENTO NO PROCEDIMENTO SUMÁRIO NO PROCEDIMENTO
ORDINÁRIO SUMARÍSSIMO
A referência às provas que . A referência às provas que se As provas no
se quer produzir no quer produzir no Procedimento sumaríssimo também são
Procedimento Ordinário se Sumário NÂO se dá de forma informadas
dá de forma mais genérica genérica; genericamente e
na Petição Inicial.; Tem que indicar todas as apresentadas na
Mencionar os meios legais: testemunhas(rol), a perícia e audiência.
documentos, testemunhas, quesitos que pretende, a
perícias, etc. assistência técnica que indica
(dar endereço, nome, etc.).
“Requer provar o alegado
em todos os meios de prova
admitidos, ... “
Da Citação:
NO PROCEDIMENTO NO PROCEDIMENTO SUMÁRIO NO PROCEDIMENTO
ORDINÁRIO SUMARÍSSIMO
Regra Geral – Por correio A citação é automática, o
Se o autor quiser por via de autor não precisa
oficial de justiça (pessoal), requerer a citação ao
tem que mencionar na instaurar o procedimento.
Petição Inicial.
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em
nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo,
para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução,
a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por
despacho do juiz.
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por
despesas e perdas e danos.
Art. 38 – Poderes especiais do advogado
Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, ou particular assinado pela parte,
habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo para receber citação inicial, confessar,
reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação,
receber, dar quitação e firmar compromisso.
Parágrafo único. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade
Certificadora credenciada, na forma da lei específica.
Este artigo exige que o advogado indique na Petição Inicial o local onde vai receber intimações.
Normalmente é o endereço do escritório. Se a petição inicial é feita em papel timbrado com os dados do
escritório e advogado, já é considerado suficiente para o preenchimento deste requisito.
Ex.: Preâmbulo da Petição Inicial:
“ ... (classificação do cliente), ..., por seu advogado, que recebe intimações no endereço ABCD EF, ...”.
Por este instrumento particular de procuração, eu (fulano de tal), nacionalidade ?, estado civil ?, profissão ?,
portador do CPF de número ___________, e cédula de Identidade de número ______________, expedida pela
______________, residente e domiciliado à rua __________________, número _____________, bairro _______,
na cidade de _________________, CEP ________________, nomeio e constituo meu bastante procurador o
senhor (beltrano de tal), nacionalidade ?, estado civil ?, profissão ?, portador do CPF de número
___________, e cédula de Identidade de número ______________, expedida pela ______________, residente
e domiciliado à rua __________________, número _____________, bairro _______, na cidade de
_________________, CEP ________________, especialmente para propor e acompanhar Ação de Despejo
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 35
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
contra o meu inquilino (fulano de tal) ________________________________, a quem concedo, além dos
poderes da cláusula “ad judicia”, os poderes especiais para transigir, desistir, receber, dar quitação, e, inclusive,
substabelecer.
Cidade, data,
___________________________________
assinatura
Obs.: No caso de procuração outorgada a advogado não é necessário estabelecer o prazo de validade da
procuração, porque, tratando-se de mandato judicial, a destinação e finalidade da procuração, neste caso, já
limitam os poderes.
Art. 82 CPC – Hipóteses em que o Ministério Público tem que intervir na causa,
Art. 82. Compete ao Ministério Público intervir:
I - nas causas em que há interesses de incapazes;
II - nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento,
declaração de ausência e disposições de última vontade;
III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse
público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.
Em todos estes casos o MP tem que ser chamado ao processo – senão, Petição inepta por não
preencher os requisitos.
Tem que se colocar na Petição Inicial a solicitação de intimação do MP para a causa;
Ex.: Ações de família (paternidade), etc.
FULANO DE TAL, (qualificação), domiciliado na rua ................, em Belo Horizonte/MG, CEP XXXXX-XXX, por seus
procuradores in fine assinados (doc. 1), vem, respeitosamente, propor :
em face de COMÉRCIO DE PREGOS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, com sede na rua ............................, em Belo
Horizonte/MG, CEP XXXXX-XXX, e BELTRANO DE TAL, (qualificação), domiciliado na rua ......................., em Belo
Horizonte/MG, CEP XXXXX-XXX, fazendo-o pelos fatos e fundamentos que passa a aduzir.
I – DOS FATOS
Conforme se vê do contrato social anexo (doc. 2), o Autor constituiu, em .../.../...., a sociedade limitada denominada
COMÉRCIO DE PREGOS LTDA., juntamente com o Sr. Beltrano de Tal.
O capital social de R$ 50.000,00, dividido em 50.000 (mil) quotas, no valor unitário de R$ 1,00 (um real), foi totalmente
integralizado pelos sócios, sendo dividido à proporção de 50% (cinqüenta por cento) a cada um.
Dessa forma, o Autor integralizou, no ato de constituição da sociedade, R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), referentes às
quotas por ele subscritas.
A administração da sociedade coube, isoladamente, ao sócio Beltrano de Tal.
Após a constituição da sociedade, esta se mostrou incapaz de realizar seu objeto social e promover o auferimento de lucro ao
Autor, sempre chamado pelo sócio-administrador a efetuar novos aportes de capital, visando à manutenção da sociedade.
Mas, em nenhum momento, recebeu qualquer partilha de lucros.
Restou evidente que o capital social não era suficiente, o que, desde os tempos do vetusto Código Comercial , enseja a
dissolução da sociedade, por revelar a inexeqüibilidade do fim social.
Ante a falta de retorno financeiro, de geração de postos de trabalho, o Autor tentou retirar-se da sociedade amigavelmente, em
atenção à cláusula décima do contrato social, sem êxito, contudo (doc. 3).
Diante disso, o Autor diligenciou a notificação extrajudicial (doc. 4), recebida em .../.../...., cientificando previamente o outro
sócio de sua intenção de se retirar da sociedade, conferindo também o prazo de 30 (trinta) dias para que o sócio Beltrano de
Tal se manifestasse acerca do exercício do direito de preferência na aquisição das quotas do Autor, liberando-o, após, para
tomar as medidas que julgasse convenientes à defesa de seus direitos.
Sendo certo que os prazos se esgotaram, sem solução para o impasse, vez que o outro sócio não exerceu seu direito de
preferência e não houve interessados na aquisição das quotas do Autor, não restou alternativa senão a presente ação, vez que
irrefutável a divergência entre os sócios e a inexeqüibilidade do objeto social.
DO DIREITO
No tocante à sociedade limitada, sabe-se que o aspecto da affectio societatis é imprescindível, por ser considerada uma
sociedade de pessoas, constituída em função da qualidade pessoal dos sócios, na busca da realização do objeto social, em
Fato que corrobora o narrado e que evidencia a quebra da affectio societatis é a própria notificação do Autor, revelando toda
sua insatisfação e a vontade expressa de se desvincular da sociedade.
O Prof. Osmar Brina explica que “objeto da sociedade é a sua atividade fim. Seu fim é o lucro” . E a sociedade que se quer
dissolver não cumpre seu objeto, muito menos seu fim, vez que não está ativa efetivamente e não gera lucro.
Conclui-se, pois, ser oportuna a presente lide, visando à dissolução da sociedade, pois, como ensina Rubens Requião, “é
impossível a continuação da sociedade, por não poder preencher o intuito e o fim social” , sendo certo que, após isso, dever-
se-á seguir a apuração de haveres e reembolso dos valores devidos ao Autor, apurado em balanço especialmente levantado
na data da dissolução.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, tais como documental, testemunhal, pericial e
depoimento pessoal do administrador da 1ª Ré.
O professor sugere deixar uns 10 espaços em branco antes do início da Petição Inicial para que o
Juiz use em caso de antecipação de tutela, ou outras anotações.
Aula 06/03/09
UNIDADE III – O PROCEDIMENTO DE CONHECIMENTO NO CÓD. DE PROCESSO CIVIL
BRASILEIRO
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida
no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento
antecipado.
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas
nos arts. 588 (revogado), 475-O, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento. § 6 o A tutela
antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-
se incontroverso.
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando
presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1o A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá
ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo
razoável para o cumprimento do preceito
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício
ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso,
busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se
necessário com requisição de força policial.
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou
insuficiente ou excessiva.
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo
para o cumprimento da obrigação.
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição
inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado
pelo juiz.
§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e
apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.
§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1 o a 6o do art. 461.
Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva,
observadas as seguintes normas:
I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a
reparar os danos que o executado haja sofrido;
II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as
partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento;
III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos
quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo
juiz e prestada nos próprios autos.
§ 1o No caso do inciso II do caput deste artigo, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em
parte, somente nesta ficará sem efeito a execução.
§ 2o A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada:
I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes
o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação de necessidade;
II – nos casos de execução provisória em que penda agravo de instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou
ao Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave
dano, de difícil ou incerta reparação.
§ 3o Ao requerer a execução provisória, o exeqüente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes
peças do processo, podendo o advogado valer-se do disposto na parte final do art. 544, § 1 o:
I – sentença ou acórdão exeqüendo;
II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III – procurações outorgadas pelas partes;
IV – decisão de habilitação, se for o caso;
V – facultativamente, outras peças processuais que o exeqüente considere necessárias.
Hoje não há limite máximo de prazo sobre a concessão e uso da tutela antecipada.
Os prazos dos processos, em média, em Minas Gerais, têm sido de:
No JEsp – aproximadamente 7 meses de prazo para se chegar à sentença;
No Sumário – aproximadamente 1 ano e 2 meses;
No Ordinário – aproximadamente de 3 a 4 anos para se chegar à sentença.
A antecipação de tutela pode ser requerida a qualquer tempo, mas normalmente já consta na própria
Petição Inicial.
* Fumus boni iuris – “fumaça do bom direito” – este termo é usado na medida cautelar e tem o mesmo
significado que a verossimilhança da antecipação de tutela. Evitar dizer “fumaça do bom direito” porque
o termo “fumaça” não condiz com a prática jurídica, gerando muitas criticas a quem o usa.
III – Demonstrar que a decisão de Antecipação de Tutela pode ser revertida posteriormente (E)
Possibilidade de se voltar ao “status quo ante”
Neste ponto há que se observar a fungibilidade ou não da tutela antecipada, ou seja:
Se uma cirurgia foi autorizada via antecipação de tutela, não há como se retornar ao estado anterior à
cirurgia, esta, porém, será convertida em patrimonial, em ressarcimento ao plano de saúde caso o
pedido do autor seja negado na sentença.
Já um patrimônio histórico, por sua infungibilidade, por seu caráter histórico, se derrubado, por exemplo,
não há como se retornar ao estado anterior e nem há valor patrimonial que substitua o caráter histórico
deste patrimônio.
b) Haja abuso do réu na defesa ou haja característico propósito protelatório pela defesa
Neste caso a defesa demonstra apenas a intenção de querer ganhar tempo.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não
excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu,
mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou.
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo
interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento)
sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando
presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
> O correto seria a inépcia da inicial.
Considerações:
A antecipação de tutela pode ser requerida a qualquer tempo e grau de jurisdição, ou seja, até
no recurso pode constar um requerimento de antecipação de tutela.
Pode a antecipação de tutela também ser revogada a qualquer tempo.
A modificação e a revogação da tutela antecipada podem ocorrer a qualquer tempo.
Há uma discricionariedade do Juiz na análise dos requisitos para a concessão ou não da
antecipação de tutela.
A antecipação de tutela é admitida tanto no procedimento ordinário, quanto sumário, quanto
sumaríssimo.
§ 3º, art.273 – CPC – A efetivação da tutela antecipada deve observar:
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas
nos arts. 588 (revogado), 475-O, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.
1) Se você pede algo na Petição inicial e recebe outra coisa pela decisão do juiz, há uma sentença
“extra petita”, além do que foi pedido. O Juiz tem que se ater ao que foi pedido, este é o correto, senão
haverá o desrespeito ao Princípio da Congruência.
O princípio da correlação ou da congruência consiste naquele que informa o sistema processual de que a
sentença deve estar estritamente relacionada ao pedido pela parte, não podendo o magistrado proferir um
julgado sem uma efetiva "ponte" com o pedido. Parece até óbvio a existência de tal norma principiológica; ao
autor será entregue aquilo que é objeto de sua pretensão, pela concessão e reconhecimento do órgão
jurisdicional.
2) O Juiz, ao decidir pela tutela cautelar quando na verdade o que foi pedido foi a tutela antecipada,
sem ao menos ouvir o autor e o réu, está violando o princípio do Contraditório.
Contraditório nada mais é do que o conjunto de atividades desenvolvidas pelos sujeitos do processo,
reveladoras da existência de diálogo efetivo entre eles, visando à correta formação do provimento
jurisdicional. A participação das partes é fundamental para conferir legitimidade à tutela, pois significa que a
elas foi assegurado o poder de influir no convencimento do juiz.
A nova tendência processual visa desburocratizar o processo para que se atinjam resultados
mais céleres, menos dispendiosos e mais efetivos, para tanto, muitas vezes, buscam-se as chamadas Ações
Executivas lato senso, que contém sentenças auto-executáveis, não obstante sejam provenientes de
processos de conhecimento de natureza condenatória.
As sentenças auto-executáveis consistem em sentenças condenatórias que, no próprio bojo da
ação de conhecimento, fazem emergir um comando executório, poupando a parte do trabalho de ingressar
em juízo duas vezes, pois, a um só tempo, há uma mescla de processo de conhecimento e executivo em
uma perfeita sincronia de economia processual e instrumentalidade das formas.
Exemplos clássicos desse tipo de sentença são as ações possessórias e a ação de despejo. Em
relação ao tema tratado, que é a tutela específica, a força inovadora do artigo 461 do CPC está em garantir
o efeito auto-executório ao próprio contrato da obrigação de fazer ou não fazer e não só quando tais
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devedor será citado para cumprir o julgado...”. Fazendo com que a jurisprudência relutasse em aplicá-la
aos contratos diretamente, exigindo que o credor, apesar de munido com o contrato, tivesse que primeiro
obter a sentença condenatória para, só então, se valer da execução, consistindo em um entrave a
efetividade jurisdicional.
Tal entendimento, hoje superado, em virtude da inovação tratada, está bem retratado no
seguinte julgado do desembargador Leão Neto do Carmo 1
“ O interessado na obtenção do contrato definitivo não pode executar
diretamente o instrumento dele como se fora título executivo extra judicial.
Deve, primeiramente, obter sentença em processo de conhecimento.”
Com o advento do artigo 461 do CPC, que sabiamente está inserido na parte do Código que
trata da sentença, o julgador auto-executa a tutela específica ou o seu resultado prático equivalente a partir
do próprio contrato, em caso de pedido condenatório, independentemente de prévia sentença judicial e
posterior processo executivo, mesmo não figurando o contrato na restrita relação dos títulos
extrajudiciais.
Ovídio Batista da Silva entende que a ação tratada no artigo 461 do CPC tem natureza
executiva2, ao contrário da maioria dos doutrinadores que a consideram ação condenatória com a
peculiaridade de ter efeitos auto-executáveis, os quais garantem maior efetividade, fugindo do tradicional
processo de conhecimento, pois em uma só ação há um misto de condenação e execução.
É de bom alvitre ressaltar que o artigo em comento não revogou o artigo 645 e seguintes do
CPC, pois estes dizem respeito ao tradicional processo de execução das obrigações de fazer e não fazer,
tendo por objeto títulos extra judiciais ou sentenças condenatórias com trânsito em julgado, ao passo que
o objeto da ação prevista no artigo 461 do CPC são contratos, para que, a partir deles, na própria sentença
condenatória, surtam efeitos executivos latu senso, de modo a satisfazer coativamente o objetivo
pleiteado independentemente de posterior processo de execução. De modo que mesmo em vigor, o artigo
645 do CPC teve seu conteúdo mais esvaziado, por se ter a possibilidade de obter a execução próprio bojo
do processo de conhecimento, que abandonando a linha tradicional de oferecer tão somente a sentença de
mérito, além de garanti-la também põe em prática a sua determinação, assegurando mais do que nunca a
instrumentalidade processual.
1 RT 583/211
2 SILVA, Ovídio Batista da. Curso de Processo Civil. São Paulo: RT, 2000, v. I. 388p.
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compreendem as intuito personae, que ficam na dependência das aptidões inerentes ao devedor, sendo
insubstituíveis. Tendo-se como exemplo da primeira a construção de um muro e da segunda a escultura de
um artista famoso.
Como sabemos, toda responsabilidade civil, em regra, é real, por mais que diga respeito a
obrigações pessoais, isso porque a pessoa do devedor não poderá ser atingida para o pagamento de suas
dívidas, a menos nos excepcionais casos de prisão civil por dívidas previstos estritamente na Constituição
Federal. Em função disto, o Estado fica impossibilitado de penetrar na autonomia da vontade do devedor
e de obrigá-lo através da força física a cumprir o que lhe cabe. Esta exegese dificulta muito para o Estado
executar especificamente as obrigações de fazer infungíveis, mas não o impossibilita, pois na ótica de
Candido Rangel Dinamarco, a interpretação dada ao artigo 461 do CPC deverá ser a mais ampla
possível3.
Considera-se escorreito o posicionamento que, na busca da efetividade processual, interpreta
extensivamente o instituto da tutela específica, abarcando não só as obrigações fungíveis como também as
infungíveis.
Valendo ressaltar que em casos de obrigações infungíveis não se pode considerar a
regulamentação legal em sua integralidade, tendo em vista a natureza insubstituível da prestação, como
por exemplo, não se vislumbra a possibilidade de aplicação “do resultado prático equivalente” expresso,
de modo subsidiário, no artigo 461 do CPC. Até porque, como por exemplo, no caso de Picasso, caso
ainda fosse vivo, tivesse se comprometido a pintar um quadro e injustificadamente se recusasse a fazê-lo,
qual seria o resultado prático equivalente? Será que a contratação de outro artista famoso, as suas
expensas, iria suprir as expectativas do credor a ponto de corresponder ao resultado prático equivalente?
Ao meu entender, nestes casos seria incabível a solução legal subsidiária, de modo a ser possível tão
somente o meio coercitivo da imposição da multa por dia de atraso de modo a desestimulá-lo ao
inadimplemento, e, em caso de relutância, a conversão em perdas e danos seria inevitável tendo em vista
o cunho insubstituível da prestação.
Já a imposição das astreintes, conforme mencionado, seria cabível tanto nas obrigações
fungíveis como infungíveis das obrigações de fazer e não fazer.
A multa referida tem origem francesa e traduzida para o português significa constrição, tendo
como finalidade compelir o devedor ao adimplemento, já que quanto mais atrasar maior será o valor da
multa, porque ela deverá ser estabelecida por dia de atraso.
Valendo-se ressaltar que o objetivo visado é o cumprimento da obrigação dentro do prazo
estabelecido pelo juiz e não o pagamento da multa, este só será devido na ocorrência de atraso ou de não
pagamento. Fazendo-se uma comparação com o devedor inadimplente nas obrigações alimentícias, poder-
se-ia afirmar que o intuito coercitivo da prisão é o mesmo existente na cominação de multa por dia de
atraso nas obrigações de fazer, de modo que o inadimplente em prestação alimentícia ao pagar a
obrigação será posto em liberdade, do mesmo modo que a astreinte não mais incidirá quando o devedor
cumprir a obrigação de fazer que lhe cabe, devendo ser pago o valor da multa referente apenas aos dias de
atraso.
Na designação de Liebman o termo astreinte significa o seguinte4:
“a condenação pecuniária proferida em razão de tanto por dia de
atraso(ou qualquer outra unidade de tempo, conforme as circunstâncias),
destinada a obter do devedor o cumprimento de obrigação de fazer pela
ameaça de uma pena suscetível de aumentar indefinidamente. Caracteriza-
se astreinte pelo exagero da quantia em que se faz a condenação que não
corresponde ao prejuízo real causado ao credor pelo inadimplemento, nem
depende da existência de tal prejuízo. É antes uma pena por caráter
cominatório para o caso em que o obrigado não cumprir a obrigação no
prazo fixado pelo juiz.”
No nosso sistema, o valor da multa poderá ser cumulado com perdas e danos, isto porque a
3 DINAMARCO, Cândido Rangel. A Reforma no Código de Processo Civil. São Paulo: Malheiros editora LTDA, 1998, 2ª
edição. 288p.
4 LIEBMAN, Enrico Túllio. Manual de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Editora Forense,1985, 2ª edição. 376p.
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natureza coercitiva da multa, difere da natureza jurídica das perdas e danos que é compensatória, podendo
ambas coexistir; da mesma forma que também será devida em caso de mora no adimplemento, ocasião
que além do cumprimento da obrigação de fazer o devedor retardatário, cumulativamente, também deverá
pagar a multa pelos dias que atrasar.
Mas, caso não seja alcançada a finalidade de forçar o devedor relutante ao pagamento
coercitivo, a conversão será inevitável, não podendo a multa incidir infinitamente ao talante do credor,
que poderia se valer do inadimplemento como fonte de enriquecimento sem causa, de modo que nesse
caso, o juiz poderá, inclusive, reduzir o seu valor, da mesma forma que poderá diminuí-lo caso considere
exorbitante o fixado no contrato; tendo também poderes de fixá-las ex oficio, na ocasião das partes
contratantes não as ter previsto.
Concluindo-se que o instituto em comento valerá tanto para obrigações de fazer fungíveis
como infungíveis, sendo que neste ultimo caso, dever-se-á atentar para suas peculiaridades que não
permitem a incidência de todas as soluções previstas na lei, não obstante devam-se aplicar os meios com
elas inerentes para uma maior eficácia processual.
O instituto da tutela específica, nada mais é do que o resgate finalístico do processo de fazer
atuar o que a norma material estabelece, de modo a respeitar ao máximo o direito do credor,
proporcionando-lhe a efetivação da obrigação que lhe é devida, do mesmo modo que ela seria obtida se
não fosse necessário recorrer às vias judiciais. Sendo o modo mais eficaz do Estado substituir o
inadimplemento do devedor recalcitrante e satisfazer o direito do credor
A tutela in natura é a busca de praticar os ensinamentos de Chiovenda que afirmou a meta
processual com as seguintes palavras5:
“o processo deve dar, enquanto praticamente possível, a quem tem um
direito, tudo aquilo e precisamente aquilo que ele tem direito de
conseguir, isto é, o optimum da funcionalidade da execução consiste no
assegurar ao titular do direito o mesmo bem que ele teria conseguido se
inexistisse o fato antijurídico cuja remoção postula.”
É justamente com este intuito, que a reforma editou nova redação ao artigo 461 do CPC,
determinando que, em regra, em primeiro lugar, deve-se conceder a tutela de forma específica, em
segundo lugar, de forma subsidiária, em casos de obrigações substituíveis, o resultado prático equivalente
deverá ser perseguido e, tão somente, em casos excepcionais, quando não for possível nenhuma das
opções anteriores é que se converterá em perdas e danos, bem como quando este for o desejo do autor.
Para conseguir a efetivação da tutela específica o julgador é aparelhado por diversos
instrumentos, dentre eles as astreintes, já comentadas anteriormente, que deverão compelir o devedor ao
adimplemento; caso este método não surta efeitos, o juiz poderá buscar o resultado prático equivalente,
em relação às obrigações substituíveis, para tanto o parágrafo quinto do artigo 461 do CPC elenca, em
caráter exemplificativo, um rol de medidas cautelares, que poderão ser concedidas tanto de ofício como
atendendo ao pedido da parte, consistentes em busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas,
desfazimento de obras, impedimento de atividades nocivas e até reforço policial, além de outras, que
diante da impossibilidade de previsão de todas as necessidades fáticas, o legislador deixou ao talante do
juiz tendo em vista os reclamos do momento. De forma que a conversão em perdas e danos só deverá vir
à tona depois de tentados todos esses instrumentos legais, além da possibilidade de antecipação de tutela,
que será tratada posteriormente.
A determinação legal é mais do que justa, porque, na prática, percebia-se como regra a
conversão em perdas e danos, com o conseqüente processo de execução por quantia certa que lhe é
inerente, juntamente com todos os seus entraves, como a penhora, arrematação, embargos e muitos outros
obstáculos ao pagamento opostos pelo devedor no curso processual, e como se não bastasse, no final da
ação, mesmo com ganho de causa, o valor atribuído não correspondia, diante da economia instável em
5 APUD: DANTAS, Francisco Wildo Lacerda. “A execução específica e os interesses metaindividuais”. Revista dos
Tribunais. 1995. n.º 712. p. 25-32.
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que vivemos, nem a metade do que realmente era devido. Isto, sem se falar no fato de que quando uma
pessoa contrata uma obrigação específica, ela está interessada na execução dessa determinada prestação e
não no seu correspondente valor em pecúnia, a satisfação está intimamente relacionada com a execução
in natura. E a função jurisdicional nada mais é do que a forma de se obter o que se tem direito e não se
alcançou espontaneamente.
O parágrafo terceiro do artigo 461 do CPC autoriza a emissão de mandado para execução
específica e provisória da tutela de mérito ou de seus efeitos, consistindo tal determinação em medida
antecipatória da tutela em relação às obrigações de fazer e não fazer, regulamentada de modo diferenciado
em relação aos demais tipos de obrigações, que estão abarcadas genericamente no artigo 273 do CPC.
Para a concessão de tutela antecipada na tutela específica, fazem-se necessários dois
requisitos a saber: o relevante fundamento da demanda, que é o “ fumus boni juris” e a existência de
justificável receio de ineficácia do provimento final, no caso o “ periculum in mora”. Ao se comparar com
os requisitos encartados no artigo 273 do CPC, facilmente se percebe que a lei não foi tão exigente ao
possibilitar a antecipação de tutela nas obrigações de fazer como o foi ao prevê-la para as demais
obrigações, pois para estas, além dos dois requisitos já explicitados, exigem-se também a prova
inequívoca, o convencimento do juiz a cerca da verossimilhança da alegação e o abuso do direito de
defesa do réu (de modo alternativo com o periculum in mora). A finalidade de facilitar a medida
antecipatória da tutela em relação às obrigações de fazer tem como justificativa o fato do perigo da
demora ser, na grande maioria dos casos de obrigação de fazer, um obstáculo irremediável a efetivação do
que realmente é devido, podendo o objeto da prestação perecer ou tomar outro rumo que dificulte a
obtenção da justiça, de forma que o legislador teve por bem fazer menos exigências para a concessão de
antecipação de tutela específica.
A concessão da medida antecipatória poderá ser inaldita altera parte ou, caso o juiz entenda
necessário, depois de verificada a justificação prévia. Em caso de concessão inaldita altera parte existe
uma postergação ao direito do réu de contraditar e de se defender, a qual deverá ser concedida quando a
urgência for de tal ordem que não se possa esperar a citação e resposta do réu ou quando a citação possa
tornar ineficaz a medida.
A execução stricto sensu da decisão antecipatória da tutela específica deverá ser imediata. Em
caso de improcedência do pedido e conseqüente modificação da medida concedida, dever-se-á, em
primeiro lugar, tentar a restituição das coisas ao estado quo ante, para, só então, resolver-se em perdas e
danos. Isto porque a prestação in natura deverá ser perseguida em qualquer direção, seja em favor do
autor, seja em favor do réu. Da mesma forma, caso haja modificação no panorama fático ensejador da
medida, a mesma poderá ser revogada, tendo em vista ser regida pela máxima rebus sic stantibus, de
modo que só continuará a existir enquanto houver motivo que a respalde.
CONCLUSÃO
Com a breve explanação a respeito desse novo instituto podemos perceber que o juiz está bem
mais equipado para proporcionar ao titular do direito o gozo daquilo que realmente lhe é devido, tendo
em vista inúmeros benefícios trazidos pela Tutela Específica, tais como:
celeridade, pela simplificação do seu procedimento e pela sentença auto-executável, sem a necessidade
do processo de execução por quantia certa com todos os seus entraves;
maior justiça, tendo em vista a prestação jurisdicional completa, por garantir a parte aquilo e somente
aquilo que ela tem direito, tal qual seria prestado no adimplemento direto e voluntário;
menos dispendioso, por gastar menos tempo, menos atos processuais, utilizando-se de um único
processo que por si só definirá o direito e o colocará em prática
enaltece os princípios da economia processual e da instrumentalidade das formas, assegurando
efetividade.
A boa atuação do direito será atingida quando conseguirmos explorar ao máximo a
instrumentalidade do processo, de modo a tirar a lei do plano abstrato e inseri-la aos fatos ocorridos no
cotidiano da sociedade, já que o direito é, acima de tudo, vida em evolução, que deve corresponder aos
clamores da sociedade. Sendo a Tutela específica uma forma de atingir este desiderato por garantir a parte
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BIBLIOGRAFIA
Aula 11/03/09
CAPÍTULO VI
DE OUTROS ATOS PROCESSUAIS
Art. 251. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz ou
mais de um escrivão.
( ) O prof. Perguntou a um magistrado de MG sob qual argumento não se cumpria o art. 257 do CPC e
a resposta foi: “ O CPC pode dizer o que quiser, quem manda aqui somos nós.
( ) Ato inconstitucional, visto que a CF prediz que somente lei federal pode legislar sobre norma
processual (CF – art. 22, I), não sendo válido os regulamentos internos dos tribunais.
CPC
Art. 257. Será cancelada a distribuição do feito que, em 30 (trinta) dias, não for preparado no cartório em que deu
entrada.
CF/88
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Sugestão do prof.: Na prática, você deve juntar mais uma folha em branco na última página da petição
inicial e colar a guia paga, comprovando o “preparo” da ação.
Art. 254 CPC – Deve-se juntar a procuração (dada ao advogado – mandato) na Petição Inicial.
São 3 as hipóteses em que a Procuração (instrumento do mandato) não precisa ser anexada aos
autos da PI, conforme o art. 254.
Art. 254. É defeso distribuir a petição não acompanhada do instrumento do mandato, salvo:
I - se o requerente postular em causa própria;
II - se a procuração estiver junta aos autos principais;
III - no caso previsto no art. 37.
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em
nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para
praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a
exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogáveis até outros 15 (quinze), por
despacho do juiz.
Espécies de Distribuição:
Em regra: AUTÔNOMA
Ex.:
“ Exmo. Juiz _________________________, da Vara ________, de Belo Horizonte.”
(Aqui não se sabe quem é o Juiz e nem qual a Vara será distribuída.)
Por Dependência – neste caso já se tem notícia de qual é o órgão jurisdicional que está responsável
na distribuição da Petição inicial.
Ex.: ”Exmo. Juiz da 10ª. Vara de Família de Belo Horizonte.”
Na Petição Inicial, mencionar a distribuição por dependência aos autos nº X (antes da qualificação do
autor, réu, etc.). Os autos distribuídos por dependência são amarrados (corda), “apensados” aos autos
principais. A distribuição por dependência requer o apensamento dos autos atuais com os que já se
encerraram ou que estão em tramitação.
Lei 11.419 – determinou a informatização do procedimento judicial. O programa judicial (PROJUD) tem
links para os procedimentos em apenso. Tal lei demanda aprofundamento de estudos, pois tal
informatização, da forma em que se encontra, tem gerado problemas no acesso à informação,
prejudicando o princípio da publicidade.
Via eletrônica, os arquivamentos de armas e outras provas se dão de forma específica, constando,
porém, certidão eletrônica com referência a tais provas.
Todas as hipóteses que não se encaixam nas 3 situações da distribuição por dependência, serão
distribuições autônomas.
II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em
litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
Este inciso visa evitar que o advogado leve a Petição Inicial à distribuição, tome conhecimento para onde foi
distribuído seu procedimento e desiste, interessadamente em alterar o juízo, do procedimento, por saber o
posicionamento do juízo sobre determinado assunto.
Alguns advogados levavam até 2 Petições Iniciais, a primeira, se cair em juízo contrário ao seu interesse, desistia
da ação.
Com este inciso, agora, se a PI for distribuída e por qualquer motivo for extinto o procedimento, a 2ª Petição inicial
(ou próxima) será distribuída por dependência para o juízo anterior (da 1ª distribuição feita). Com esta
modificação, feita em 2006, ficou mais difícil burlar a distribuição.
NÃO SE TRATA AQUI DE LITISPENDÊNCIA, o que seria um pressuposto negativo da ação. O CPC se equivocou
com o uso da terminologia, as ações idênticas a que o CPC se refere neste artigo são aquelas com PEDIDO
IDÊNTICO.
Parágrafo único. Havendo reconvenção ou intervenção de terceiro, o juiz, de ofício, mandará proceder à
respectiva anotação pelo distribuidor.
Não seria a distribuição por dependência propriamente uma distribuição, pois já se sabe qual é o juízo.
Sendo os requisitos dos artigos 282 e 283 “sanáveis”, não há imediato indeferimento da petição inicial
por inércia, e, sim, a determinação pelo juiz de prazo de 10 dias para emenda pelo autor visando sanar
o vício. Se, porém, dentro deste prazo, o autor não proceder com a emenda devida, o juiz determinará a
extinção do processo sem julgamento do mérito por inépcia da petição inicial.
Se o vício ocorrer nos quesitos do art. 267, tratar-se-á de vício “insanável”, não havendo o que
emendar.
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30
(trinta) dias;
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das
partes e o interesse processual;
Vll - pela convenção de arbitragem;
Vlll - quando o autor desistir da ação;
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;
XI - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a
parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao n o II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao n o
III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28).
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de
mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que
Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da
ação.
Exs.:
Não indicar o nº do apartamento, o nome do bairro – trata-se de vício sanável em 10 dias;
Réu não legitimado – ilegitimidade passiva – vício insanável.
Regra especial:
Se o requisito que faltar for do art. 39, I (endereço do advogado para intimações), o prazo para a
emenda não é de 10 dias (regra geral afastada) e, sim, de 48 horas (regra específica prevalece sobre a
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 50
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
regra geral).
Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que receberá intimação;
II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço.
Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o disposto no n o I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citação
do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de indeferimento da
petição; se infringir o previsto no n o II, reputar-se-ão válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o
endereço constante dos autos.
O princípio que informa que a Petição Inicial possa ser emendada quando se tratar de vício
sanável é o Princípio da Instrumentalidade das Formas.
Vencido o prazo para a emenda e não tendo atuado o autor neste sentido, aplicar-se-á o art. 295,
indeferindo o juiz a petição inicial.
Art. 295, § único – Quando a Petição Inicial será Inepta ? (COBRADO EM PROVAS)
Somente quando se relacionar ao pedido ou à causa de pedir.
Não há inépcia da petição inicial fora da causa de pedir e pedido. Se não é pedido e causa de
pedir o problema, não será inépcia.
Trata-se de artigo trazido pela Emenda constitucional 45, de 2006, baseado no argumento de que
estaria apurado faticamente a ausência de condições de o Judiciário dar efetividade aos procedimentos.
Visa tal artigo, portanto, dar maior efetividade ao CPC.
A partir da EC/45, novas técnicas foram trazidas para o direito brasileiro. Para o professor, este é um
dos artigos mais questionáveis do CPC.
Para o art. 285-A:
é possível que o Juiz sentencie sem sequer citar o réu; o pedido vai ser analisado no mérito
(quanto a sua procedência ou improcedência), mesmo sem que o réu tenha conhecimento, por
si, da ação.
2 são os requisitos para a aplicação do artigo 285-A (caput):
I – quando a matéria controvertida for unicamente de Direito;
II – quando já existir, naquele juízo, outros casos idênticos e a sentença negue a pretensão do
autor;
Com base neste artigo e uma vez preenchidos estes 2 requisitos, o seu pedido será julgado pelo juiz no
início, com sentença contrária, negando a pretensão do autor.
Presença de Cláusulas gerais que permitem uma Interpretação aberta (semelhança com os
elementos normativos do Direito penal) – o que é matéria unicamente de Direito? Será que
existe isto? Será que os fatos não se entretecem com o Direito (Substanciação) ?
A doutrina diz que a matéria exclusivamente de Direito é aquela que não precisa de provas.
Expressão “Casos Idênticos” – aqui está tratando de litispendência, coisa julgada? Estes 2 casos
não atingem o mérito como ocorre na decisão de improcedência do pedido.
Só há uma identidade de ações quando houver a igualdade das partes, da causa de pedir e do
pedido.
A sentença não é construída com a participação das partes, há uma cópia do contraditório e
sentença de outra ação, outro caso concreto, outras partes.
A aplicação do princípio da persuasão racional dá ao juiz o poder discricionário de não estar
vinculado às decisões de fora, ainda que sejam do STF (exceto súmula vinculante).
CPC x CF/88 - dá ao juiz o poder de preencher estes conceitos sem participação das partes.
O termo “pode” do art. 285-A é entendido pela jurisprudência como uma “faculdade” do juiz, não
é obrigado.
Pelo art. 285-A, o autor não é ouvido antes da sentença ser proferida. Não tem o autor a
oportunidade de contrapor o entendimento do juiz e provar que não se trata apenas de matéria
de direito. Não pode o autor, neste caso, afastar os requisitos do 285, faltando-lhe o direito de se
pronunciar antes da sentença ser proferida (ausência de contraditório e ampla defesa para o
autor).
Se o juiz quiser julgar pela improcedência, que julgue, mas que ouça antes o autor.
Como é que se permite que, em busca da obtenção de efetividade dos procedimentos, se afaste
o contraditório, ampla defesa e isonomia? Numa ponderação de valores e aplicação do princípio
da proporcionalidade, o afastamento destes direitos ofende em grau maior as partes.
Cabe recurso (apelação) a esta sentença que declara a improcedência do pedido. Neste caso:
O juiz pode voltar atrás e determinar a citação do réu.
O juiz pode não voltar atrás e citar o réu para apresentar atos de contestação contra-recurso. Só que,
se assim for, a contestação é ato do processo de conhecimento e não do recurso.
O juiz estará chamando o réu para contestar em um recurso e não em um processo de
conhecimento.
Ora, segundo o CPC, a PI deve ser distribuída ou despachada e, neste momento, é que se considera
proposta a ação (art. 263). A partir da distribuição ou despacho, ou seja, da propositura da ação, cria-se
um vínculo entre autor e Juiz, mas a relação com o réu só ocorrerá a partir da citação válida. Só aí a
relação jurídica, ou seja, o processo se instaura no CPC.
Logo, pelo art. 285-A, o processo é extinto sem sequer ser formado, porque não houve citação válida.
Para que tenhamos Processo no CPC, é necessário se ter citação, o que não ocorre no art. 285-A.
Existe hoje em andamento uma ADIN para o art. 285-A (ausência de contraditório para o autor),
havendo um conseqüente afastamento do “devido processo legal” .
Existem amicus curiae envolvidos nesta ADIN (o prof. Luiz Rodrigues Vambier é a favor deste artigo).
Este artigo foi um projeto introduzido pelo IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Processual).
Obs.: Existe o contraditório no recurso, tanto para autor quanto para réu, através da apresentação das
contra-razões. O prazo é de 15 dias.
Decidir de plano = de logo, de imediato, na 1ª oportunidade. Não quer dizer “de forma abrupta”,
inesperada, sem tempo do respiro.
Alguns juízes, ao decidir, pegam a súmula e julgam de acordo com ela. Se houver apelação, o Tribunal
verifica que a decisão do juiz está de acordo com entendimento do Tribunal e que foi sumulado,
indeferindo a apelação. Logo, mesmo com recurso (apelação) não se consegue em sua maioria mudar
este entendimento, porque estaria conflitando com a súmula.
Citação.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 53
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É o chamamento de alguém a juízo para defender-se de uma ação. É o ato maís importante de um
processo, mais importante mesmo que a sentença, porque sem ele aquela é nula. A citação tem os
seguintes efeitos: torna a coisa litigiosa, interrompe a prescrição (*), instaura a instância, previne a
jurisdição, induz litispendência, constitui o devedor em mora. Ela se faz por precatória, quando o réu
está fora da jurisdição do juiz (**), por rogatória quando no estrangeiro, por edital quando em lugar
incerto e não sabido e por hora certa quando há suspeita de que o réu se oculta para não recebê-la.
Neste último caso o oficial de justiça marca uma hora com pessoa da família ou vizinho, na qual
voltará para citar o réu. Também faz-se a citação por edital quando desconhecido ou incerto o
indivíduo que deva ser citado, quando ignorado, incerto ou inascessível o lugar em que se encontrar.
A citação pelo correio passou a ser a regra geral (V. citação pelo correio) exceto nas ações de
estado, quando for ré pessoa incapaz, quando for ré pessoa de direito público; nos processos de
execução, quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
nestes casos deverá ser feita por oficial de justiça. Também será feita por oficial de justiça no caso
de ser frustrada a citação por correio; se o autor a requerer de outra forma (art. 222, "f", do CPC)
que não a citação pelo correio esta outra forma será igualmente a citação por oficial de justiça (***).
Como a citação induz litispendência (V.), é o ato pelo qual se coloca em juízo uma causa de
jurisdição contenciosa (V.), não se deveria falar em citação em processos de jurisdição voluntária ou
não contenciosos, mas tão-somente em notificação ou intimação. Mas as leis processuais não fazem
esta distinção com rigor técnico. A citação se faz no início da causa e da execução, sob pena de
nulidade. (*) - A lei 8.952 de 13.12.94 modificou o artigo 219 do CPC, de maneira que a interrupção
da prescrição agora retroage à data da propositura da ação (§ 1º), e se a parte realizar todas as
exigências necessárias (petição inicial sem vícios, depósito dos recursos necessários à diligência,
nome e endereço do réu corretos, etc..) para que seja feita a citação do réu nos dez dias
subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficará prejudicada pela demora imputável
exclusivamente ao serviço judiciário (§2º). Assim, ao efeito que a citação já tinha de interromper a
prescrição foi acrescida a determinação de que tal efeito deve retroagir à data de propositura da
ação; esta propositura se dá em tanto que a petição inicial seja distribuída (artigo 263 do CPC),
entregue em cartório, enfim, ajuizada. Dita modificação é de evidente bom senso, pois era absurdo
que a morosidade do serviço judiciário terminasse por ocasionar para o autor a prescrição, quando
este previdentemente propusera a ação em tempo hábil a que o prazo prescricional não se
cumprisse.) (**) A lei 8.710 de 24.09.1993 deu nova redação ao artigo 230 do CPC, de modo que foi
ampliada a liberdade do oficial de justiça para realizar citações nas comarcas que estejam na mesma
região metropolitana sem a necessidade de expedição de carta precatória. Em causas da
competência dos Juizados Especiais Cíveis (lei 9.099 de 26.07.1995) a citação feita por oficial de
justiça também pode prescindir da carta precatória. (***) As palavras em itálico foram inseridas pelo
atualizador em virtude da alteração do texto legal, em especial a lei 8.710 de 24.09.1993.
AULA
Citação é o ato pelo qual se chama o réu ou interessado à juízo para oferecer contestação, a fim
de se defender.
Das Citações
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
A Intimação é o ato pelo qual se chama alguém a juízo para fazer ou deixar de fazer algo
(art. 234 CPC). A intimação atinge o interessado, o autor, o réu, o advogado, etc.
Seção IV
Das Intimações
Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou
deixe de fazer alguma coisa.
No CPC, a citação deve observar alguns requisitos para que seja válida.
O CPC dá a oportunidade ao réu de comparecer a juízo para requerer a nulidade da citação se não
cumpridos os requisitos. Se acolhida a nulidade, o réu tem novo prazo para contestar. Se não acolhida a
nulidade, o réu pode ser atingido pela preclusão dos atos caso não apresente de imediato a
contestação, pois, não sendo nula, será tomada como válida a citação devendo o réu, na ocasião,
apresentar sua defesa(contestação), ou, caso esta já tenha sido feita, não poderá mais o réu
reapresenta-la (preclusão consumativa).
Se acolhida a nulidade via Petição inicial, o réu poderá apresentar novamente a contestação, pois o ato
anterior estará viciado, anulando todos os atos posteriores.
Existe um risco grande deste pedido de nulidade da citação não ser acolhido. A argüição de nulidade da
citação se dá em preliminar da contestação.
É possível recurso se o réu for dado e julgado por revelia quando esta se der por citação viciada.
Pode ocorrer a antecipação do réu, vindo a juízo sem a citação. Neste caso, comparecendo o réu e não
argüindo nulidade, o prazo da defesa começará a contar ( validade tácita da citação).
O prazo da defesa flui da juntada da citação aos autos.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda
quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
Incumbe ao autor promover a citação do réu. Isto quer dizer que na Petição Inicial, o autor tem que
pedir a citação do réu e pagar a diligência para a citação.
A demora do Judiciário não pode atingir o autor para a produção dos seus efeitos.
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em
segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado. – ESTE INCISO ESTÁ SE REFERINDO ÀS DOENÇAS
PROVISÓRIAS – O CPC IMPÕE AGUARDAR O AFASTAMENTO DA DOENÇA PARA CITAR O RÉU. SE O
DIREITO ESTIVER EM VIAS DE PRESCRIÇÃO, O AUTOR PODERÁ ARGUIR ESTA CONDIÇÃO PARA EVITAR
O PERECIMENTO DO DIREITO PRETENDIDO.
A jurisprudência vem entendendo que a doença tem que acometer o réu de tal forma que
que ele não consiga se apresentar pessoalmente.
Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-
la.
§ 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico,
a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias.
§ 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a
preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.
§ 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
Somente em situação de urgência, que vise evitar o perecimento de um direito, é que a citação será
permitida nas condições acima.
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente
autorizado.
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente,
quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver
situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel
encarregado do recebimento dos aluguéis.
Aula 18/03/09
Citação (continuação)
“ Citação é o ato pelo qual se chama o réu ou interessado a juízo para se defender.”
Exceções à citação por via postal : (Cobrado em provas da DHC, OAB, Concursos):
Hipóteses em que a citação por correio não poderá ocorrer – art. 222 CPC:
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
f) quando o autor a requerer de outra forma.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 56
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Estas exceções visam oferecer maior segurança jurídica, afastando-se, portanto, a citação por via
postal (o carteiro não traz a mesma segurança jurídica que o Oficial de Justiça).
DICA: Quando for redigir a Petição inicial, indicar a forma que pretende a citação:
se postal, não precisa indicar, porque já faz parte da regra;
se de outra forma, indicar qual (oficial de justiça, etc).
“(...) vem requerer a citação do réu no endereço XXXX, via mandado (ou por oficial de justiça) ...”
Deve-se juntar tantas cópias de Petição inicial quantas (os) forem a(s) quantidade(s) de réu(s), ré(s) em
favor de quem se instaurou o procedimento:
01 petição irá para os autos
01 petição para uso do advogado (arquivamento e acompanhamento no escritório)
01 petição para cada réu – neste caso, basta copiar a petição inicial, não precisando copiar os
documentos.
Discute-se a validade da citação se não acompanhada da cópia da petição inicial, havendo a
possibilidade de arguição pela nulidade da citação por ausência da petição inicial que a acompanharia.
Prazos para a Citação:
10 dias após o despacho do juiz que a ordenar, devendo o juiz, uma vez não sendo citado o réu,
prorrogar o prazo até o máximo de 90 dias.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando
ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.
§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não
ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não
interrompida a prescrição.
§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o
resultado do julgamento.
Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.
Os efeitos do art. 285 só se aplicam aos direitos disponíveis, onde, não havendo a contestação
do réu, entender-se-ão verdadeiros os fatos alegados pelo autor.
Em se tratando de direitos indisponíveis, ocorrendo a ausência da contestação pelo réu o juiz deverá
nomear-lhe um curador a fim de defendê-lo.
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que
assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de
administração.
Sendo réu uma pessoa jurídica, a citação será válida com a entrega a pessoa com poderes de Gerência
geral ou de administração.
O STJ vem flexibilizando esta regra: baseando-se na “Teoria da Aparência”, considera-se que, qualquer
um que receber a citação presume-se dotado para tal ato.
pelo CPC somente pode receber a citação aquele que tem poderes de representação;
pelo STJ – se a recepcionista receber, será válida (aplicação da Teoria da Aparência).
Neste caso, porém, a recepcionista não é obrigada a receber a citação.
A citação por hora certa é uma espécie do gênero citação por oficial de justiça.
Ocorre quando o oficial de justiça possui fundada suspeita de que o réu vem se furtando a ser citado,
tendo, portanto, este tipo de citação, o objetivo de afastar tal conduta. Basta a suspeita pelo oficial de
justiça para que possa se lançar de tal espécie de citação.
Neste caso, após 3 tentativas sem sucesso de citar o réu, o oficial de justiça deverá:
1º - primeiramente deverá se dirigir a um parente do citando;
2º - se não conseguir, deverá se dirigir a um vizinho do citando;
3º - Ao parente ou vizinho, o oficial de justiça deve informar que retornará no dia imediato àquele, na
hora em que o oficial de justiça determinar, e, não estando presente o citando em tal dia e hora
agendados, o mesmo será tomado como citado.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta
rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada
também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o n o II deste
artigo.
§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da Assistência
Judiciária.
Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá
em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Aula:
Se a citação não conseguir se efetivar pelas vias: postal, oficial de justiça e por hora certa (não
alcançados parentes ou vizinhos que permitissem o agendamento), será feita a citação ficta: por edital.
Após o edital, corre-se o prazo de 20 a 60 dias para a resposta do réu.
A citação por carta precatória será aquela voltada para outra circunscrição –comarca. A carta rogatória
será aquela voltada para outra jurisdição, ou seja, outro país. Se o país se negar ao ato de citação do
réu, entender-se-á como réu inacessível, aplicando-se a citação por edital.
Se o autor da ação mentir para obter uma citação por edital visando beneficiar-se, e for descoberta sua
mentira, todos os atos após a citação irregular serão inválidos, além do autor ficar obrigado ao
pagamento de 5 vezes o salário mínimo ao réu.
Na prática, a citação por edital não gera efetividade como a postal ou via oficial de justiça. A citação por
edital ocorre, produz seus efeitos mas, na prática, o citando não fica sabendo que é réu, não sendo
oportunizado à ampla defesa.
O prazo para a citação por edital é de 15 dias. Correrá, após este 1º edital, um prazo de 20 a 60 dias, a
ser determinado pelo juiz, para a 2ª publicação (no caso de jornal local).
Observe-se também a disponibilidade do direito material pretendido pelo autor para que os efeitos da
ausência de contestação do réu possam ser efetivados, conforme o art. 285.
O custo médio da citação por correio ou oficial de justiça, é de 15,00 por réu. Já por edital, o custo é
aproximadamente de 500.00 por publicação. O legalmente pobre usará como meio para a publicação do
edital os veículos de comunicação do Judiciário, ou seja, o Diário Oficial, não havendo custas desta
diligência para a parte pobre.
Faz-se necessário que a pessoa se cadastre no Tribunal para que possa ser citado por via eletrônica no
futuro, sendo facultativo tal cadastro. Ou seja, para que possa ser usado este meio, é necessário que a
pessoa esteja cadastrada no sistema do Judiciário, mas ninguém está obrigado a fazer tal cadastro,
logo, tal artigo traz pouca efetividade.
Após citado por via eletrônica, a pessoa tem o prazo de 10 dias para acessar o portal. À partir do 11º
dia, começa a fluir o prazo para a resposta.
É vedado o uso desta forma de citação no âmbito infracional e penal.
A Fazenda Pública não pode ser citada por via postal, mas pode ser citada por via eletrônica.
Da Citação
NO PROCEDIMENTO SUMÁRIO NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
Após saneado o processo o juiz marca a O réu é citado para comparecer em audiência de
audiência de conciliação para 30 dias conciliação, sendo nesta audiência a
depois. apresentação da defesa ou, quando for o caso,
A citação deve se dar com antecedência na Audiência de Instrução e Julgamento.
mínima de 10 dias da data marcada para Citado, o réu tem 15 dias para a defesa (15 dias
a audiência de conciliação. é o prazo legal para agendamento da audiência
O réu é citado para comparecer à de conciliação após saneamento).
audiência de conciliação para oferecer a Neste procedimento não se aceita citação por
defesa. Edital (o que levará, se usado este meio, a
extinção do processo sem resolução do mérito).
1ª questão) Aplicabilidade dos artigos 264 e 294 do CPC – Cumulação de pedidos (modificação do
pedido ou da causa de pedir – admissibilidade e prazo).
2ª questão) Valor da causa quando em prestações de trato sucessivo e com a ocorrência de prestações
vincendas acima de um ano– aplicação do Art. 260 CPC – somam-se as prestações vencidas mais 12
prestações.
Aula 25/03/09
1. Revelia
Conceito
Revelia nos procedimentos Sumário e Sumaríssimo
Efeito material da Revelia
Efeitos processuais da Revelia
Considerações finais
Processo na Suspensão
Considerações gerais:
O CPC está entendendo o processo como relação jurídica de Direito Público entre autor, juiz e réu, que
cumpre finalidades.
O CPC quer dizer a suspensão desta relação jurídica, sendo que deveria ser suspensão do
procedimento.
Após formado o processo no CPC (citação válida), é que se pode ocorrer a suspensão.
A qualquer momento, desde que o processo tenha sido formado, ou seja, após a citação válida.
Para que se tenha a suspensão do processo é necessário uma decisão judicial neste sentido. Sem esta
decisão judicial não há que se falar em suspensão.
A decisão de suspensão é apenas declaratória, com efeitos ex tunc (retroage até o ato que gerou a
suspensão). Os efeitos retornam ao momento que deu condições à esta decisão.
Exemplo: Morte de uma das partes.
Nem sempre será necessário outra decisão para que o processo possa fluir novamente.
Algumas hipóteses já definem o prazo determinado de suspensão, voltando o processo a fluir
naturalmente após este prazo.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 61
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Se o prazo for indeterminado, necessita-se de uma decisão do Juiz, para que se determine o
agastamento da suspensão do processo.
Tem que ser demonstrado nos autos esta necessidade (encaminhar ao Juiz para que seja reconhecido).
Se ocorrer a prática de um ato durante o processo, será tido como inexistente (op legis – uma vez
prevista, dispensa-se qualquer consideração).
Quem vai dizer se é ou não irreparável o dano e permitir ou não a prática do ato durante a suspensão
será o Juiz, reforçando sua posição de Estado Social e processo como uma relação jurídica.
Neste caso, o juiz deve determinar a suspensão do procedimento e aí o Juiz deve fixar um prazo
indeterminado para a suspensão.
Este prazo irá durar até um momento em que um dos herdeiros assuma: o representante legal ou o
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 62
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representante legal que substitua outro que tenha perdido a capacidade processual.
O prazo indeterminado dependerá de decisão judicial para que seja afastada novamente a
suspensão do processo.
O juiz irá suspender o prazo por período indeterminado, salvo quando a AIJ (Audiência de Instrução e
Julgamento) já houver se iniciado. Se a AIJ já houver se iniciado, o Juiz determinará a continuidade da
mesma, devendo o advogado da parte continuar o processo até o final da audiência, suspendendo-se o
processo somente a partir da publicação da sentença ou do acórdão.
Para o advogado que perde a capacidade ou que morre, a parte tem um prazo de 20 dias para constituir
outro procurador (tratando-se de advogado que esteja atuando sozinho, pois, se for um escritório com
subestabelecimento não será necessário).
O objetivo neste caso é afastar aquele juiz daquele procedimento através da suspensão do
procedimento, evitando-se atos que, se praticados, serão anulados futuramente.
Existem prazos no CPC para o juiz, só que seus atos não sofrem preclusão, o que acaba não sendo
cumprido pelo juiz e ele não perde “nada” com isto.
Art. 60. Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição o procedimento ordinário, sendo julgada sem
prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca superior a
90 (noventa) dias, a fim de julgá-la conjuntamente com a oposição.
Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido,
suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 79. O juiz suspenderá o processo, mandando observar, quanto à citação e aos prazos, o disposto nos arts.72 e
74.
Art. 394. Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspenderá o processo principal.
Do Atentado
Art. 881. A sentença, que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado anterior, a suspensão da
causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a purgação do atentado.
Parágrafo único. A sentença poderá condenar o réu a ressarcir à parte lesada as perdas e danos que sofreu em
conseqüência do atentado.
Art. 1.052. Quando os embargos ESCOLA SUPERIOR
versarem sobreDOM
todosHELDER CÂMARA
os bens, determinará o juiz a suspensão do curso64 do
processo principal; versando sobre alguns deles, prosseguirá o processo principal somente quanto aos bens não
embargados.
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Estas ações vão de uma inércia até o próprio reconhecimento do pedido ou oferecimento de defesa.
CAPÍTULO III
DA REVELIA
Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:
I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova
do ato.
Art. 321. Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar
declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no
prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 322. Contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a
partir da publicação de cada ato decisório.
Parágrafo único O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
Art. 319 – CPC – O réu será revel se ele não contestar o pedido (no CPC está “ação”).
O CPC e a lei dos JEsp (lei 9099/95) confundem Revelia com contumácia:
Contumácia – é o não comparecimento à audiência, logo, tanto autor quanto réu podem ser
contumazes;
Revelia – é o não oferecimento da contestação, logo, só o réu pode ser revel, porque é ele que oferece
a contestação.
Revelia.
(dir. prc.)
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 65
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Contumácia.
(dir. prc.)
O efeito material da revelia é um só: os fatos apresentados pelo autor são tidos como
verdadeiros, desde que tratem de direitos disponíveis e que as provas ou documentos não
informem, de plano, o contrário.
O réu que não comparece à audiência ou não oferece contestação, sofrerá o efeito da revelia, tomando-
se os fatos do autor como verdadeiros, tendo o réu que provar o contrário do que o autor diz: inversão
do ônus da prova (em regra, é o autor que tem que provar os fatos alegados, mas, na revelia, o réu
passa a ter que provar que o que o autor disse está errado).
§ 1º A conciliação será reduzida a termo e homologada por sentença, podendo o juiz ser auxiliado por
conciliador.
§ 3º As partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se representar por preposto com
poderes para transigir.
§ 4º O juiz, na audiência, decidirá de plano a impugnação ao valor da causa ou a controvérsia sobre a natureza
da demanda, determinando, se for o caso, a conversão do procedimento sumário em ordinário.
§ 5º A conversão também ocorrerá quando houver necessidade de prova técnica de maior complexidade.
Art. 302. Cabe também aoESCOLA
réu manifestar-se precisamente
SUPERIOR DOM sobre os fatos narrados na petição inicial.
HELDER CÂMARA 66
Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:
O CPC resguarda o revel, dizendo que pode comparecer a juízo para praticar atos presentes e futuros.
O que o réu não pode é praticar atos anteriores aos já praticados.
( ) Exemplo: Em caso de pedidos cumulados, tendo o autor feito 3 pedidos, se o réu impugnar 2
pedidos, entende-se, pelo princípio da impugnação específica, que o 3º pedido não impugnado pelo réu
será tomado pela revelia (revelia parcial), dando-se como verdadeiro.
Sendo o réu revel e o autor quiser mudar o pedido (ampliar o pedido), após a citação, deverá alcançar o
consentimento do réu. Se antes da citação e o réu revel, considerar-se-á o pedido aditado.
Aula 27/03/09
Processual Peremptória
Dilatória
1. Contestação:
Considerações gerais
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Princípio da Concentração
Impugnação Específica dos fatos
Prazos especiais
Resistência (ou defesa) de Mérito – preocupa-se com o pedido mediato, preocupação com o direito
material discutido (causa de pedir e pedido).
Resistência (ou defesa) processual – preocupa-se com o pedido imediato: condições da ação e
pressupostos processuais (o meio, a forma em que o pedido foi feito).
Quando o advogado sustenta em sua peça de resistência a prescrição, ele busca atingir:
a)
b)
c) Direito Material – correta , pois a prescrição atinge a pretensão do autor, sendo causa de extinção do
processo com resolução do mérito, formando coisa julgada material.
d) N.d.a.
Espécies de defesa:
Processual Peremptória
Dilatória
Os pressupostos processuais, em conjunto com as condições da ação, são importantes para enquadrar
a ação de forma a inviabilizar a defesa processual para o réu.
Exemplos:
Falta de assinatura da parte – irregularidade na representação – defesa processual dilatória –
efeito de suspensão ao procedimento atéCAPÍTULO
regularização
II (10 dias) – art. 13, CPC.
DA RESPOSTA DO RÉU
Litispendência – defesa processual peremptória – Igera a extinção do processo.
Seção
Litispendência – defesa processual peremptória – gera a extinção
Das Disposições Gerais do processo.
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa,
contestação, exceção e reconvenção.
Art. 298. Quando forem citados para a ação vários réus, o prazo para responder ser-lhes-á comum, salvo o
disposto no art. 191.
Parágrafo único. Se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, o prazo para a resposta
correrá da intimação do despacho que deferir a desistência.
Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção
será processada em apenso aos autos principais.
Seção II
Considerações da Defesa, tanto no Procedimento Ordinário quanto no Sumário e Sumaríssimo –
Da Contestação
art. Art.
297 300.
e seguintes:
Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de
direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Seção III
Das Exceções
Art. 304. É lícito a qualquer das partes argüir, por meio de exceção, a incompetência (art. 112), o impedimento
(art. 134) ou a suspeição (art. 135).
Art. 305. Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdição, cabendo à parte oferecer
exceção, no prazo de 15 (quinze) dias, contado do fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a
suspeição.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 69
Parágrafo único. Na exceção de incompetência (art. 112 desta Lei), a petição pode ser protocolizada no juízo
de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação.
Art. 306. Recebida a exceção, o processo ficará suspenso (art. 265, III), até que seja definitivamente julgada.
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Subseção I
Da Incompetência
Art. 307. O excipiente argüirá a incompetência em petição fundamentada e devidamente instruída, indicando o juízo
para o qual declina.
Art. 308. Conclusos os autos, o juiz mandará processar a exceção, ouvindo o excepto dentro em 10 (dez) dias e
decidindo em igual prazo.
Art. 309. Havendo necessidade de prova testemunhal, o juiz designará audiência de instrução, decidindo dentro de 10
(dez) dias.
Art. 310. O juiz indeferirá a petição inicial da exceção, quando manifestamente improcedente.
Art. 311. Julgada procedente a exceção, os autos serão remetidos ao juiz competente.
Subseção II
Do Impedimento e da Suspeição
Art. 312. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e
135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a
alegação e conterá o rol de testemunhas.
Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos
ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, dará as suas razões, acompanhadas de
documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal.
Art. 314. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso
contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal.
*** Por via eletrônica : o prazo começa a fluir do momento em que você entrar no portal e acessar os autos.
Se não acessar o portal e os autos em 10 dias, à partir do 11º dia começa a contar o prazo.
Art. 184
Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do
vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que:
I - for determinado o fechamento do fórum;
II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único).
O prazo deve ser contado, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do final.
Exemplo:
10/3 – dia útil - juntado aos autos um mandado de citação em procedimento ordinário.
Exclui-se o 1º dia (dia 10), começando a contar a partir do dia 11 (+ 15) = 26 (dia 26).
Se a juntada aos autos da citação (via AR ou mandado, etc) cair na 6ª feira, exclui-se o sábado e conta
a partir de 2ª feira.
DA RESPOSTA DO RÉU
DA CONTESTAÇÃO
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: (DEFESA PROCESSUAL)
I - inexistência ou nulidade da citação; DILATÓRIA
II - incompetência absoluta; DILATÓRIA
III - inépcia da petição inicial; PEREMPTÓRIA
IV - perempção; PEREMPTÓRIA
V - litispendência; PEREMPTÓRIA
Vl - coisa julgada; PEREMPTÓRIA
VII - conexão; DILATÓRIA
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; DILATÓRIA
IX - convenção de arbitragem; PEREMPTÓRIA
X - carência de ação; PEREMPTÓRIA
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. DILATÓRIA
O art. 303 trás as 3 hipóteses que se pode alegar matérias fora da contestação.
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.
Existem prazos especiais da Contestação quando a parte for específica – arts. 188 e 191
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a
Fazenda Pública ou o Ministério Público. 60 DIAS E NÃO 15. AUSÊNCIA DE ISONOMIA.
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para
contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Este artigo visa proteger os réus litisconsortes com advogados diferentes. Existe uma briga quanto a
este artigo, pois se os 2 advogados forem do mesmo escritório este prazo não demandaria ser em
dobro. Uma parte da doutrina entende que o prazo é em dobro porque o artigo 191 não indica a
obrigatoriedade de ser somente em dobro quando se tratar de escritórios diferentes. Outra parte da
doutrina entende que não, que o objetivo do artigo 191 foi dar maior prazo para as partes quando
envolvessem escritórios e advogados distintos, de forma que todos pudessem ter acesso aos autos em
tempo razoável.
Questões da Prova:
Sumaríssimo e Sumário – aplicação de um ou outro : OPÇÃO E CONVERSÃO (diferenças)
Sumário e Ordinário – aplicação de um ou outro: OPÇÃO E CONVERSÃO (diferenças)
Requisitos para o julgamento de plano – art. 285 A
O que na PI do Procedimento Sumário não é exigido no Procedimento Ordinário
Aditamento e alteração de pedido e causa de pedir – 264 (qualitativa ou para menor ok), aditar – 294
Prazos, tipo de procedimento, correto e incorreto
Aula 01/04/09
Exceção
Considerações Gerais
Exceção de Incompetência
Exceção de Impedimento e Suspeição
Considerações Finais
Aula Anterior: Contestação – Técnica pela qual o réu encaminha toda a sua defesa de mérito e também
processual.
Nos procedimentos Ordinário, Sumário e Sumaríssimo, a exceção é sempre instrumental, mesmo que
oral: você oralmente faz a atermação da exceção, como se fosse uma Petição Inicial de exceção.
A exceção é um incidente processual.
Exemplo de Instrumentalidade: Agravo de instrumento, impugnação ao valor da causa, impugnação à
justiça gratuita, etc. Na Instrumentalidade, forma-se os autos em separado.
Exceção de Incompetência
Questiona a competência relativa: lugar ou valor da causa. Exemplo: instaurar um procedimento
em lugar que territorialmente está incorreto;
Incompetência absoluta – matéria de ordem pública, argüida na contestação, em preliminar. Fora
a exceção do sumaríssimo, em que ocorre na audiência, na contestação.
Se o réu não interpor a exceção de incompetência (relativa), esta ficará prorrogada (a
competência errada se torna a correta). Não poderá mais o réu modificar o território onde o
procedimento foi instaurado.
Art. 112, § único – artigo novo – declaração de ofício de incompetência relativa pelo juiz –
Contrato de Adesão (monografia) – afasta a ampla defesa;
A identificação do vício de incompetência é “de plano”: quando o autor indica o juízo que estará
responsável por analisar o pedido, o réu recebe a contra-fé, que já possui tal informação;
Desta forma, a exceção de incompetência será sempre no prazo da contestação(15 dias);
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
São 2 espécies distintas.
Na exceção de impedimento e suspeição deve-se analisar 3 aspectos:
um procedimento para exceção de impedimento e suspeição do juiz;
um procedimento para exceção de impedimento ou suspeição dos outros (auxiliares);
um procedimento para exceção de impedimento e suspeição do juiz que está no Tribunal.
Juiz e outros: deve (CPC) encaminhar a exceção ao juiz.
encaminhar uma petição fundamentada, indicando qual é o vício que levaria ao impedimento ou
suspeição;
deve apresentar (seja ordinário, sumário, sumaríssimo) o rol de testemunhas na petição de
impedimento ou suspeição.
Observações:
Se eu digo que o juiz é impedido ou suspeito e direciono a exceção a ele, é bom possível que
ele negue.
Segundo o CPC, o juiz pode confessar o impedimento ou suspeição, acolhendo a exceção.
Se o juiz não se confirmar impedido ou suspeito, vai para o tribunal. Da decisão do tribunal ainda
cabe recurso.
Quando o juiz é questionado, vira excepto, vira réu, tem prazo próprio de 10 dias, tem o juiz que
indicar rol de testemunhas e pode o mesmo ser alcançado pela preclusão.
Ministério Público
Serventuário
Perito
Intérprete.
I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135;
II - ao serventuário de justiça;
III - ao perito;
IV - ao intérprete.
“Sempre” a suspensão do processo “tem” que ser declarada pelo juiz (efeitos ex tunc – retroage
até os atos praticados por quem foi suscitada a suspeição ou impedimento.
1º - juiz determina de imediato a suspensão do procedimento;
2º - prazo de 10 dias para a resposta (se juiz) e 5 dias (se outros).
IMPEDIMENTO
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou
prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo
ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o
terceiro grau;
SUSPEIÇÃO
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da
Dica do Professor para saber se trata-se de impedimento ou suspeição:
Examinar a facilidade da prova do vício:
se for “objetivamente” identificável, será impedimento (prova por via documental);
se mais difícil de provar, será suspeição.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 77
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Exceção à esta dica: inciso III da suspeição: se o juiz é empregador de uma das partes.
Além destes motivos, pode o juiz declinar por “motivo íntimo”, não precisando o juiz declarar
qual o real motivo.
Considerações finais:
“Coleguismo” profissional não é amizade íntima;
Sempre que identificar um vício, não ter medo, devemos excepcionar o sujeito suspeito ou
impedido;
Na prática, há um certo receio pelo possível não acolhimento da exceção pelo juiz;
Se o juiz é impedido ou suspeito, vai julgar contra o seu cliente de toda a forma, portanto, não há
que se temer: deve-se excepcionar;
Ter cautela: buscar uma prova robusta, comprovável;
No CPC existe a ação rescisória que traz como um dos cabimentos de sua aplicação a exceção
por impedimento do juiz – a ação rescisória visa afastar a coisa julgada.
Aula 15/04/09
Reconvenção
Considerações Iniciais
Hipóteses de Cabimento
Procedimento
Considerações Finais
Pedido Contraposto
Considerações Iniciais
Hipóteses de Cabimento
Procedimento
Considerações Finais
Reconvenção – última técnica de defesa do réu , CPC à partir do artigo 315 e seguintes.
Consideração Inicial – diz respeito à sua característica – Trata-se de uma ação do réu contra o
autor, ao contrário da contestação e exceção. É um contra-ataque do réu contra o autor.
Não há uma resistência do réu em sentido estrito e sim, uma agressividade do réu em face do autor
frente ao procedimento já instaurado.
A reconvenção tem que observar todos os requisitos já estudados para a Petição Inicial, ou seja, artigos
282, 283, art. 39, I, e art. 15 da lei 11.419.
É, porém, permitido ao réu, ao invés de manifestar uma reconvenção, manifestar em seu lugar uma
ação autônoma. A Reconvenção visa somente uma ação mais econômica e mais célere, sem ter,
porém, caráter obrigatório. Se preferir, o réu pode instaurar uma ação em separado contra o autor do
procedimento principal e nesta ação em separado encaminhar o seu pedido.
Seção IV
Da Reconvenção
Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação
principal ou com o fundamento da defesa.
Além destes requisitos, há que se demonstrar que a competência para a reconvenção é a mesma para
a competência para a ação principal e que os procedimentos são comuns.
Na reconvenção, por expressa determinação do CPC, não há citação, basta o réu intimar o autor na
pessoa do seu advogado.
Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la
no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao prosseguimento da
reconvenção.
O reconvindo não precisa ser citado, e sim, segundo o CPC, de intimação. Esta intimação se dá por via
de publicação em Diário Oficial (não há correio, oficial de justiça, edital, etc, bastando uma publicação
simples do Diário Oficial).
Terminologicamente o termo intimação do autor na reconvenção estaria incorreto, deveria ser citação.
CPC – para que o advogado receba citação, precisa ter poderes especiais. O CPC, ao usar o termo
intimação, afasta esta necessidade, bastando uma pequena publicação no Diário Oficial eletrônico.
A reconvenção gera um julgamento simultâneo, tanto do pedido da ação principal, quanto do pedido da
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 79
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reconvenção (realiza-se uma audiência só, uma sentença só, ganhando-se em tempo a ação).
Pedido Contraposto
Reconvenção mitigada.
Hipóteses de cabimento são diferentes da reconvenção:
Só pode se fundamentar (causa de pedir próxima ou remota) nos mesmos fatos suscitados no
procedimento. Logo, a reconvenção pode ser fundada nos fatos ou nos direitos. No pedido contraposto
só pode se fundamentar nos fatos.
Cont.
No procedimento sumário e sumaríssimo, a resposta deve ser oferecida em audiência. Como o pedido
contraposto integra a contestação, ele será também na audiência. (Pode ser oral – sumaríssimo).
No ordinário, há a exigência da reconvenção como ação autônoma.
este valor. Esta impugnação deve se dar por uma petição em separado, uma Petição simples, não
precisando preencher todos os requisitos exigidos na PI. Basta indicar, conforme o seu entendimento,
por que é que o valor da causa informado pelo autor estaria equivocado.
Esta petição deve estar em apenso, o autor deve ser ouvido no prazo de 5 dias para que possa ser
ouvido. O juiz pode indicar perito para este cálculo.
Não precisa ser simultânea a impugnação ao valor da causa com a contestação. A única que tem que
ser simultânea é a reconvenção.
Para isto, há que se ter o entretecimento, fatos e fundamentos (causa remota e próxima, pedido
mediato e imediato).
A impugnação ao valor da causa só é aceita como tópico na contestação no procedimento sumaríssimo.
No sumário e ordinário tem que ser em separado.
Considerações finais:
Existe parte da doutrina que diz que o juiz pode retificar de ofício o valor da causa. Para esta parte da
doutrina, se o juiz se apercebe que o autor lançou errado o valor da causa, o juiz poderia alterar este
valor. O argumento desta parte da doutrina, como o valor da causa é requisito da PI e é matéria pública,
o juiz poderia mudar.
Outros dizem que o Juiz pode alterar o valor da causa só quando este valor altere o procedimento.
Art. 261, parágrafo único diz que se o réu não impugnar o valor da causa, presume-se o valor correto.
Se há presunção de valor correto pela inércia do réu, por que haveria o juiz de alterar de ofício o valor
da causa? Há uma violação ao princípio da congruência, juiz se atém ao pedido.
Aula 17/04/09
Considerações Gerais
Pressupõe o estudo do próprio pedido de gratuidade jurisdicional.
A lei 1.060/50 diz que as partes podem requerer a gratuidade jurisdicional e à partir daí estariam isentas
das despesas de custos, despesas e honorários.
Esta possibilidade é tanto para autor quanto para o réu.
A parte contrária pode impugnar este pedido, de forma que aquela parte que requereu o pedido de
justiça gratuita tenha que pagar as custas.
Alguns manuais de Direito Processual não estudam esta técnica de defesa do réu ou do autor.
Alguns professores de PC dizem que como esta impugnação não é espécie de defesa informada no
CPC em seu artigo 297.
Procedimento
A lei 1.060/50 exige que aquele que pede a Justiça Gratuita apenas declare por escrito que não tem
como pagar as custas (despesas, honorários e custas) sem prejuízo do seu sustento ou mesmo de sua
família.
Art. 2º, lei 1.060/50.
A lei 1.060 não exige um estado de miséria daquele que pretende a justiça gratuita. A lei diz que não
pode ocorrer um comprometimento do sustento.
Nada obsta que quem tenha imóvel, carro, requeira justiça gratuita, não há óbice a isto.
Ocorre que muitos que têm como pagar requerem este benefício, levando à uma inadimplência
antecipada e pública. E na posição de Estado-juiz, o juiz acabe negando esta justiça gratuita, embora a
lei não permita a negativa de ofício pelo juiz.
Considerações Finais
O que o CPC diz é que todas as vezes que se pede a Justiça Gratuita, os honorários de
sucumbência não podem ultrapassar 15% do valor da causa.
Alcançado o pedido de Justiça Gratuita, a exigibilidade de pagamento fica suspensa por 5 anos,
conforme expresso em lei. Se, durante este prazo, a parte contrária ou advogado conseguir
provar que quem alcançou a justiça gratuita tem condições de pagar os honorários ou
sucumbência, pode buscar provar em juízo para que fique a parte obrigada a assumir tais
custos.
O pagamento é corrigido com juros e correção monetária durante o período de afastamento da
exigibilidade de pagamento (5 anos), sendo 1% ao mês de juros mais a correção monetária.
LER A LEI 1.060/50, a qual foi republicada em 1974.
O pedido de justiça gratuita cabe em qualquer procedimento: ordinário, sumário e no recurso do
JEsp.
Ação Declaratória Incidental – modalidade de defesa não exclusiva do réu - Art. 5º, 325 do CPC
Considerações iniciais
É uma faculdade da parte, não é obrigatória a sua interposição, assim como na reconvenção.
Visa a celeridade do procedimento e economia processual.
Requisitos:
a) Existência de questão prejudicial negada pela contestação
b) Competência e procedimento idênticos para Ação Principal e Declaração Incidental
c) Mesmas partes
d) Ação Principal pendente
Tem que estar diante, no procedimento já instaurado, de uma questão prejudicial e esta questão
tem que ser negada.
Questão = matéria controversa
Prejudicial = ligada à procedência ou improcedência do pedido.
Exemplo: Direito de Família – é mais comum de ocorrer as ações declaratórias incidentais.
Uma moça instaura um procedimento contra alguém, requerendo alimentos. Segundo esta mulher, ela
manteve união estável com este homem, e, logo após, começou a ter necessidades.
União estável = forma de família semelhante ao casamento. A lei exige que seja do sexo contrário.
A relação conjugal, para ser considerada “união estável”, tem que ter cumulativamente :
I – ser uma relação pública – de conhecimento de todos, notória;
II – ser uma relação contínua;
III – a relação tem que ter o objetivo de formação de família;
IV – tem que ser entre sexos opostos (homem e mulher).
V – tem que existir fidelidade.
Após recente atualização legal, o reconhecimento da união estável não exige a formalidade do
casamento nem prazo mínimo (anos) da existência da relação, bastando comprovar os 4 requisitos
acima.
A lei não exige mais a existência de filho comum, moradia no mesmo teto e prazo de 5 anos (estes
requisitos eram anteriormente obrigatórios).
Logo, a atual diferença de namoro para união estável é muito estreita.
Exemplo: Moça que morava com rapaz a 9 anos, e, tendo a relação interrompida, instaura um
procedimento visando alimentos (Ação de Alimentos), fundada em União Estável.
Mas a união estável é uma questão prejudicial na ação, visto que a defesa nega a união estável,
negando, portanto, a inicial, pois só caberá ação de alimentos se confirmada a união estável.
Uma vez negada pela defesa, torna-se questão prejudicial à ação de alimentos, devendo ser
anteriormente resolvida, através de Ação Declaratória Incidental, para que se possa, finalmente, julgar o
mérito (ação de alimentos) da petição inicial.
No Direito Brasileiro, só há coisa julgada se a decisão for sobre o pedido (Ex.: de alimentos).
Se você quiser, desde logo, resolver a questão prejudicial, manifeste a ação declaratória incidental.
A defesa pode alegar que teve ou tem outra mulher além da anterior, pois um dos requisitos é a
FIDELIDADE.
A ação declaratória incidental vem, normalmente, precedida de um susto pela parte contrária, a qual
não imagina que a questão prejudicial seria negada pelo réu.
A sentença da ação declaratória incidental é sentença declaratória com força de condenação.
Quanto a Legitimidade:
a reconvenção é do réu contra o autor;
a ação declaratória incidental pode ser tanto do réu contra o autor quanto do autor contra o
réu;
Quanto a Autonomia:
a reconvenção é autônoma em relação à ação instaurada, principal. Se extinta a ação
principal, a reconvenção permanece até que se resolva;
a ação declaratória incidental não é autônoma. Se extinta a ação principal, a ADI também se
extingue.
Quanto ao Objetivo:
a Ação Declaratória Incidental visa somente a declaração de um direito ou da existência ou
não de uma relação jurídica;
a reconvenção, além da declaração da existência ou não de um direito ou de uma relação
jurídica, pode requerer também uma condenação ou constituição de direitos;
Quanto a existência de questão prejudicial:
a Ação Declaratória Incidental tem como base ou fundamento a existência de uma questão
prejudicial;
a reconvenção pode ocorrer, vir, sem ou com Ação Declaratória Incidental (questão
prejudicial), ou seja, não é pré-requisito da reconvenção a existência de uma questão prejudicial.
Aula 22/04/09
Considerações Gerais:
Providências preliminares é o nome que o CPC dá ás condutas que devem ser determinadas
pelo julgador ou mesmo adotadas pelo autor do procedimento logo após esgotado o prazo de
contestação.
Pelo instituto das providências preliminares, teremos acesso às condutas que deverão ser
determinadas e poderão ser adotadas dando prosseguimento ao procedimento judicial.
As providências preliminares dependerão da contestação de maneira direta. Veremos que o tipo
de providência preliminar depende do oferecimento ou não da contestação e, se oferecida esta,
do seu conteúdo.
Podemos, portanto, ter providências preliminares, mesmo sem contestação. Mas precisa-se
aguardar o término do prazo da contestação para a adoção de condutas.
Quanto ao prazo – o artigo 323 determina que findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão
fará a conclusão dos autos. O juiz, no prazo de 10 dias, determinará as providências
preliminares que constam neste capítulo.
*** Os artigos de hoje deixam claro que, embora as providências, em regra, se realizem em 10
dias, nem sempre isto ocorrerá. Ao que parece, este prazo seria para o magistrado, e não para o
autor adotar as condutas. Mas como o juiz não sofre preclusão de seus atos, pode extrapolar
este prazo.
*** Localização do instituto das providências preliminares nas fases lógicas do
procedimento ordinário.
Fases
1a 2a 3a 4a 5a 6a
Para o professor, o direito processual democrático, que exige participação e fiscalização das
partes, sob pena destas partes não se reconhecerem co-autoras das decisões proferidas, a
ausência das providências preliminares durante todo o procedimento torna a decisão inócua.
Diz o CPC que se o réu não apresentar a contestação e for sofrer os efeitos materiais da revelia, o juiz
deverá requerer a especificação de provas pelo autor.
Vimos que, um réu revel não significa um efeito material da revelia produzido (fatos considerados como
verdadeiros). Em determinadas hipóteses teremos o réu revel sem que sofra os efeitos da revelia.
Neste caso, o autor continua tendo que provar aquilo que alegou na petição inicial. Se ocorrer o efeito
material da revelia, aí não há necessidade de prova pelo autor, tomando-se os fatos narrados pelo
mesmo como verdadeiro.
Quando estudamos a PI, vimos que o autor precisa indicar de forma genérica as formas que pretende
produzir.
A especificação de provas, é justamente, a indicação final dos meios de prova que o autor pretende
utilizar e também a indicação da finalidade da prova, aqui entendida como quais os fatos que o autor
pretende provar com estes meios de prova.
Se o réu deixa de oferecer contestação, mas não há efeito material da revelia, o autor tem que
especificar quais fatos pretende provar e através de quais meios.
Exemplo: A instaura ação de danos materiais contra B e C. B não oferece contestação, sendo revel. C
apresenta contestação, afastando o efeito material da revelia. Nesta hipótese, B não apresentou a
contestação mas continua obrigado a especificar as provas, pois C, em litisconsórcio, apresentou a
contestação.
A pode dizer, por exemplo, que embora tenha indicado de maneira genérica que usaria de todos os
meios de prova admitidos pela lei, irá usar apenas das provas testemunhais.
Pelo CPC, a única hipótese em que haverá a especificação de provas é esta – não há efeito material da
revelia.
No entanto, jurisprudência, súmulas, vem dizendo que, se o réu, não tem direito a especificação de
provas, tem seu direito de ampla defesa do réu violado.
Pelo CPC, o momento do réu requerer as provas que vai produzir é na contestação.
CAPÍTULO IV
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
Art. 323. Findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no prazo de 10 (dez)
dias, determinará, conforme o caso, as providências preliminares, que constam das seções deste Capítulo.
Seção I
Do Efeito da Revelia
Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor
especifique as provas que pretenda produzir na audiência.
Parte da doutrina diz que a réplica não deveria existir, pois não há isonomia entre autor e réu, vez que
autor fala duas vezes e o réu uma vez só.
Parte da doutrina diz que se a réplica não existir, há restrição do direito de ampla defesa do autor, vez
que o réu traz uma matéria de mérito ou preliminar que atingem o pedido do autor, devendo o mesmo
ter o direito de participação e fiscalização.
Seção III
Dos Fatos Impeditivos, Modificativos ou Extintivos do Pedido
Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.
Seção IV
Das Alegações do Réu
Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10
(dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades
sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O que a doutrina e jurisprudência minoritária vem dizendo é que a especificação de provas no sumário é
cabível na audiência, embora a lei vede, assim como a maioria da doutrina (art.276) e no sumaríssimo
não é cabível, porque pode produzir as provas na audiência independentemente do pedido.
Ainda sobre a réplica – muitos advogados deixam de exercer o direito à réplica, sendo um erro. A réplica
deve ser usada pelo advogado na oportunidade.
Outras condutas que são providências preliminares mas não estão previstas nos artigos acima:
(normalmente cobradas em concurso público)
A determinação da intervenção do Ministério Público – há hipóteses de atuação previstas para o
MP (art. 82);
A citação do litisconsorte necessário;
A decisão sobre as intervenções de terceiros;
Determinar pronunciamento sobre documentos juntados – no Direito Brasileiro, se uma das
partes junta um documento no procedimento ordinário, a outra parte tem o direito de sobre ele
se pronunciar num prazo de 5 dias.
Aula 24/04/09
1. Extinção do processo
2. Julgamento antecipado da lide
3. Saneamento procedimental
Audiência preliminar
Despacho saneador
Provas
Considerações gerais
Conceito de prova no CPC
O julgamento conforme o estado do processo está na fase saneadora e se você entender que as
providências preliminares estão também na fase saneadora, o julgamento conforme o estado do
processo inaugura esta fase.
O julgamento conforme o estado do processo, art. 328, é situado logo após as providências
preliminares, tendo estas providências preliminares existido ou não. Segundo o que a doutrina vem
dizendo, a fase saneadora que abarcaria o julgamento conforme o estado do processo estaria logo após
a fase postulatória.
O julgamento conforme o estado do processo é gênero do qual são espécies: extinção do processo,
julgamento antecipado da lide e o saneamento procedimental.
Basta acompanhar o CPC a partir do art.329 que conseguiremos identificar cada um destes itens.
O CPC prevê no art. 329, alcançando também o julgamento antecipado da lide, é a antecipação do
julgamento.
Atualmente, as decisões são proferidas como sentenças só na fase decisória. Pelo julgamento
conforme o estado do processo, o CPC autoriza que ao invés que a sentença seja proferida na fase
decisória, ela seja proferida já na fase de saneamento.
É possível, portanto, que o procedimento não apresente as fases probatória e decisória, é possível que
a sentença seja proferida no próprio julgamento conforme o estado do processo.
Em relação à extinção do processo, será possível que ocorra já na fase do saneamento, quando o juiz
identificar algumas das hipóteses dos arts. 267 ou 269, II a V.
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30
(trinta) dias;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das
partes e o interesse processual;
PeloIIIjulgamento
- quando as conforme
partes transigirem;
o estado do processo, o juiz poderá decidir a sentença desde a fase de
saneamento, sem precisar aguardar a fase decisória.
Tendo o juiz, na fase preliminar, tendo os autos em suas mãos, vendo que há falta de condição da ação
ou pressuposto processual, pode o juiz já extinguir desde logo o processo sem julgamento do mérito.
Vimos nas providências preliminares que, se o vício é sanável, o juiz dará prazo de 30 dias para suprir o
vício. Se insanável o vício, não há o que se suprir.
A decisão de vício insanável é decisão interlocutória, pois dá direito a recurso pelo autor.
( ) Alexander Gaspar – escreveu sobre a extinção do processo, dizendo que se extinguir o processo
estaríamos extinguindo a nós mesmos. Estudos Continuados de Teoria do Processo. Sugere a
modificação de extinção para encerramento.
Estes artigos visam celeridade e efetividade.
PROVA:
Sem efeito material – especificação de provas pelo autor (art.320, 302 CPC).
Com efeito material – julgamento antecipado da lide.
Nós já estudamos:
Tutela antecipada
O julgamento de plano pela improcedência (que também é antecipado).
Lide, que integra a expressão “julgamento antecipado da lide”, leia-se julgamento antecipado do pedido,
pedido mediato, direito material, é por isto que a sentença é de mérito.
Mas se não ocorrer o julgamento antecipado da lide ou extinção do processo, ocorre o saneamento
procedimental – art. 331 CPC
Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos
que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual
serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes
para transigir.
§ 1o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.
§ 2o Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as
questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução
e julgamento, se necessário.
§ 3o Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável
O saneamento do procedimento pode ocorrer ao longo de uma Audiência preliminar ou fora dela.
Se fora , chama-se despacho saneador.
Conforme o CPC, a audiência preliminar deve ser marcada sempre que o direito debatido for disponível
e sempre que seja provável a obtenção de transação.
Então, quando o direito é disponível e quando é provável a existência de acordo sobre este direito, o
juiz deve marcar audiência preliminar.
Estranho nisso tudo, se o juiz entender que é improvável a conciliação, o CPC diz que o juiz não deve
marcar a audiência preliminar. Logo, sem ouvir as partes, não marca preliminar, sendo totalmente
subjetiva a decisão do juiz.
Percepção do professor: maior quantidade de conciliações quando é na presença do juiz.
de atos que não são atos de mero impulsionamento do procedimento. O despacho saneador é uma
decisão interlocutória, pode gerar direito sim e pode gerar prejuízo se negado, cabendo
recurso(agravo), se fosse despacho não caberia recurso. Decisão interlocutória saneadora.
Se o juiz, por exemplo, negar o direito a perícia solicitado pelo autor, ele te gera prejuízo.
PROVAS
As provas vêm sendo indicadas pelos autores como integrantes da fase probatória.
Mas, como considerações iniciais, realmente pela doutrina, a fase probatória se inicia após o
saneamento. Mas na prática já existe a produção de provas desde a petição inicial.
Quando se tem que anexar documentos indispensáveis à petição inicial na fase postulatória, já existe a
produção de provas. Ler, portanto, com reserva estas doutrinas.
O estudo das provas gastará 8 aulas. O CPC começa a abordar as Provas no art. 352 e vai até o art.
443. São mais de 100 artigos só sobre provas.
São 3 teorias importantes, de autores estrangeiros, que disputam o conceito adequado de prova.
Aula 29/04/09
Matéria da 2ª parcial – á partir da matéria após a 1ª prova até próximo a data da 2ª parcial.
Regra geral – todos os fatos têm que ser provados, embora o art. 334 do CPC nos indique fato que não
depende de prova.
Apesar de ser comum se dizer que o objeto de prova são os fatos, no Direito Brasileiro,
excepcionalmente o direito pode ser objeto de prova, conforme previsão do art.337 do CPC.
Dizer que o objeto de prova são os fatos é algo que deve ser acolhido como regra geral e com reservas,
pois excepcionalmente pode se ter o direito se colocando como objeto de prova.
Art.337
Art. 337. A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a
vigência, se assim o determinar o juiz.
Exemplo: Direito estrangeiro – área trabalhista – Mendes Júnior e envio de funcionários para o Iraque
ou Arábia Saudita.
Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código,
são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.
Art.334
I - notórios;
I – Fato notório – vem sendo bastante questionado pela doutrina, pois, em se admitindo a notoriedade
como algo que afastaria a necessidade de se provar, a identificação de fato como notório seria algo
muito útil a quem aproveitaria esta provação. As teorias que se apresentam para dizer o que é fato
notório são:
a) Fato notório é aquele de conhecimento geral, que todo mundo conhece.
b) Fato notório é aquele de conhecimento geral mas numa determinada localidade. À partir desta teoria,
tem-se uma restrição importante ao que é e ao que não é notório.
Num caso concreto, se adotada a 2ª teoria, determinado fato pode ter que ser provado, enquanto pela
1ª teoria não teria.
IV – Não dependem de prova os fatos em cujo favor milita presunção legal de existência ou de
veracidade.
Outro aspecto em relação às presunções é o Princípio da Inocência, o qual determina que ninguém é
obrigado a fazer prova contra si mesmo. Mas, na legislação infraconstitucional brasileira este princípio é
violado, pois, por via legislativa, existem determinações que obrigam o indivíduo a produzir prova contra
si mesmo. Se confrontarmos a lei constitucional com a infraconstitucional, deve prevalecer a lei
constitucional.
O CC 2002, no art. 231, previu que se o indivíduo não se prontificar a fazer uma perícia médica, o
resultado produzido por ela tem como ser verificado, ou seja, se você não fizer, estará reconhecendo a
procedência do pedido.
Exemplo: Exame de DNA em testes de paternidade.
Art. 230. As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a prova testemunhal.
Discussão hoje: a presunção beneficia um e prejudica o outro, não havendo tratamento igualitário.
Em muitas vezes esta presunção vem para beneficiar a sociedade. Exemplo: Direito Penal, presunção
de estupro em relações com menor de 14 anos (presunção pro-societatis).
Outra presunção perigosa: “Fé Pública” – resquício do Estado Social – se hoje não há mais diferença
entre privado e público, por que o que o Estado diz é verdadeiro e o que o cidadão diz não é
presumidamente verdade, tendo que ser provado?
O CPC determina os fatos que o autor deve provar e quais os fatos que o réu deve provar.
Autor – prova dos fatos constitutivos.
Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando:
Verificamos este ônus da prova na defesa direta de mérito.
Em termos gerais:
O autor deve provar fatos que lhe interessem e o réu também provar fatos que lhe interessem.
A partir daí, o autor deverá provar os fatos que autorizariam a aplicação de uma norma favorável a ele
(fato constitutivo) e o réu deverá provar os fatos que afastariam, ainda que parcialmente, a aplicação
desta norma favorável ao autor.
Se o autor diz que A gerou a ele um prejuízo, um dano, em decorrência de sua conduta, é o autor que
deve provar a existência do prejuízo, quem provocou este prejuízo e o nexo de causalidade (fato
constitutivo).
Mas o réu, a partir daí, deverá provar todos os fatos que impeçam ao autor obter a aplicação daquela
norma que alega da maneira pretendida, devendo trazer um fato impeditivo, extintivo ou modificativo.
Exemplo:
Quando se fala em fato impeditivo, seria um fato que concorre com o fato constitutivo e que vedaria a
aplicação do fato constitutivo do autor.
Ex.: Justiça do trabalho, demissão sem justa causa, direito do empregado receber 40% do FGTS,
somente se esta demissão for sem justa causa.
Se o réu demonstra que houve desligamento mas que ocorreu por justa causa, ele veda o direito
almejado pelo autor (fato impeditivo).
Fato constitutivo – demissão – provada pelo autor.
Fato impeditivo – justa causa
Fato impeditivo é uma qualidade do fato constitutivo, que, se comprovada, afasta a aplicação da
norma favorável ao autor.
O fato modificativo dá uma aplicação da norma de forma diferente da almejada pelo autor.
Exemplo: Dívida de mil reais demandada pelo autor sendo que você já pagou 600 reais. Neste caso,
comprovado o pagamento parcial, persiste a demanda de pagamento parcial, sendo este um fato
modificativo.
A presunção faz com que aquele que se beneficia dela não prove nada, ficando todo o ônus da prova
para a outra parte, não havendo isonomia.
Parte da doutrina aceita a inversão e parte da doutrina diz que a inversão afronta a isonomia.
Professor: A inversão do ônus da prova no CDC não apresenta o momento ideal para que ocorra, não
diz quando é que o juiz deve ou não inverter o ônus da prova e isto abre espaço para conflitos.
Vimos o saneamento e nele o juiz deve fixar os pontos controvertidos, pendentes e falar sobre a prova
(se inverte ou não a prova). O juiz em MG vem invertendo a prova na sentença (CDC), ferrando o
fornecedor 2 vezes: desiguala e impede que seja provado, pois a fase probatória já passou.
O fornecedor não conta na fase probatória em provar fatos que dizem respeito a parte contrária.
Aula 06/05/09
Meios de Prova
Considerações iniciais
1. Depoimento Pessoal
Considerações iniciais
Interrogatório e Depoimento Pessoal
Lugar da produção
Produção
2. Confissão
Considerações iniciais
Requisitos
a) Capacidade do confitente
b) Direito disponível relacionado ao fato confessado
c) Adesão do cônjuge, nas ações sobre imóveis
d) Desnecessidade de forma solene para a prova do fato
e) Verossimilhança da alegação relacionada ao fato
Quando o CPC fala dos meios de prova, ele se remete de maneira inicial no art. 332 que diz que
temos o direito de utilizar de todos os meios de prova legítimos e legais de prova.
Depoimento pessoal e confissão – meios legais de prova.
O CPC não diz o que é meio moralmente legítimo – envolve o conceito de Moralidade.
O conceito de moralidade recebe contornos específicos para cada autor que a aborda.
A moralidade se distingue em cada paradigma do direito: Estado Social, Democrático, Liberal.
Na prática, a cada dia que passa, é mais comum a discussão da aceitação ou não de fatos que
são provados no procedimento que não expostos na lei.
Não há regramento para os meios moralmente legítimos.
( ) Kant – A moralidade obriga internamente.
atual do Estado Democrático do Direito, temos que ter participação e fiscalização em relação às
decisões cujos efeitos nós sofreremos.
Dentro dos Direitos Fundamentais, existem os direitos à privacidade, inviolabilidade, intimidade, etc.
Para quem trabalha o Direito Democrático, os fins não justificam os meios. A fixação dos fatos tem que
partir de uma participação e fiscalização incessantes.
Se não posso admitir um fato se o meio é ilícito. Se há violação de participação, fiscalização, intimidade,
entre outros, o fato demonstrado no procedimento estaria nulo em si.
Na prática, a mesma situação vem recebendo entendimentos completamente distintos conforme uma ou
outra teoria.
O que o Direito Penal vem fazendo é enunciar uma série de teorias para abordar a prova ilícita ou não.
Hoje, o juiz se baseia na instituição da família como entidade mais importante e defendida pela CF/88,
não acata a separação por fim do afeto.
Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código,
são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.
Existindo ou não da prova ilícita, ela traz questões inevitáveis para o julgador.
Mesmo que a prova seja retirada dos autos por ser ilícita, o magistrado já se convenceu da veracidade
dos fatos.
O que não está nos autos não está no mundo – o juiz decide sem poder usar como fundamento o meio
ilícito de prova.
Nas lojas, o aviso de que você está sendo filmado, é meio para comprovar que você participa e
fiscaliza, sabe que está sendo filmado, é partícipe do registro do fato, não sendo meio ilícito a filmagem
neste caso.
( ) Em lugares públicos, há uma maior possibilidade de sustentação quanto à este tipo de prova, pois a
pessoa se expõe publicamente, se coloca no risco de se expor.
Em contrapartida, o argumento é ______
Art. 343. Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra,
a fim de interrogá-la na audiência de instrução e julgamento.
§ 1o A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado que se presumirão confessados os fatos contra
ela alegados, caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor.
§ 2o Se a parte intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz Ihe aplicará a pena de
confissão.
Art. 344. A parte será interrogada na forma prescrita para a inquirição de testemunhas.
Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao interrogatório da outra parte.
Interrogatório
Ato que tem por finalidade o esclarecimento do juízo.
O objetivo do interrogatório é trazer informações sobre determinados fatos a partir da iniciativa do juiz.
O interrogatório, sendo um ato privativo do juiz, acaba sendo bem diferente do depoimento pessoal.
Pelo interrogatório, só o juiz é que pode perguntar.
O interrogatório pode existir quantas vezes o juiz quiser.
O juiz pode, a qualquer tempo, intimar as partes e terceiros interessados para esclarecer os fatos.
Depoimento Pessoal – Partes e Terceiros Interessados
Ocorre, em regra, na Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ).
Em regra, é prestado apenas uma vez, nesta audiência (AIJ).
No âmbito do depoimento pessoal, tanto o juiz pode perguntar, quanto os advogados das partes
contrárias, assim como o Ministério Público como fiscal da lei.
Se você pretender colher depoimento pessoal da parte contrária, a finalidade do mesmo é de obter a
confissão.
Pelo depoimento pessoal, o que se pretende conseguir, é que a parte contrária confesse um fato.
É por isto que o professor informa que não devemos pedir o depoimento pessoal do seu próprio cliente.
1º - pergunta o juiz;
2º - pergunta o advogado do autor;
3º - pergunta o advogado do réu;
4º - pergunta o terceiro interessado.
Como o Depoimento Pessoal requer provocação da parte interessada, não podendo o juiz de ofício
solicitar o DP, peça a intimação pessoal desta parte, pois, senão, ela não precisa ir.
Se quiser que a parte contrária venha para o depoimento pessoal, peça um mandado para que
pessoalmente seja intimada a parte contrária para que venha a juízo, senão presume-se verdadeiro o
que foi afirmado.
A parte tem direito de ouvir a parte contrária, desde que faça o requerimento de mandado para intimar
pessoalmente a parte contrária. Se não requisitar, a parte não é obrigada a ir na AIJ, indo somente o
seu advogado (direito ao silêncio).
O momento de requerer o mandado para intimar pessoalmente a parte contrária a prestar o depoimento
pessoal não é informado expressamente pelo CPC.
Para o professor, deve ser no momento de especificação de provas.
Há entendimentos de que seja no prazo de 5 dias antes da audiência (quando o prazo não é informado,
o CPC informa que será de 5 dias).
Fases
1a 2a 3a 4a 5a 6a
O CPC não proíbe que você consulte documentos durante o depoimento pessoal, de breves relatos. O
que o CPC não permita é que se leia um documento, discurso, etc. O depoimento pessoal é de
pergunta e resposta, diretamente.
Da Confissão
Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao
adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.
Para o professor, a confissão não é meio de prova, e sim decorrência da utilização de um meio, é uma
declaração.
Aula 13/05/09
3. Prova Testemunhal
Considerações Gerais
Admissibilidade
Quem pode testemunhar
Confissão judicial – o CPC não diz expressamente mas confissão judicial é aquela que ocorre em juízo.
Confissão extrajudicial – é aquela que ocorre fora do juízo.
pessoal.
Espontânea - pode ocorrer tanto em juízo quanto fora dele.
Em TGP II vimos:
Advogado – tem poderes de mandato gerais e específicos – art. 38 CPC.
Especiais – o advogado, dentre os poderes especiais, pode confessar em nome do cliente, podendo o
advogado ser agente de confissão espontânea.
CUIDADO: Se constar na procuração que o advogado tem o poder para confessar, cuidado para não
confessar, senão prejudica o cliente.
O CPC diz:
Se extraoficial, e por escrito, e diretamente feita pela parte contrária ou pelo seu representante, terá
efeito como se judicial fosse.
Exemplo: Produzir um documento direcionado a parte contrária confessando determinado ato.
Assinar documento confessando a dívida, direciona o documento à parte contrária, será confissão.
O CPC diz que:
Se confessar para um terceiro ou verbalmente, ou por via de testamento, esta confissão será tomada
com reservas – o juiz deverá avaliar com cuidado a confissão que se realizou.
Art. 352
CONCURSO VEM COBRANDO MUITO O TIPO DE AÇÃO PARA REVOGAÇÃO
Art. 352. A confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, pode ser revogada:
II - por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da qual constituir o único fundamento.
O CPC diz que se o procedimento onde a confissão se aproveita ainda não teve coisa julgada, a ação
seria a Ação anulatória.
Se já houver coisa julgada, deve se usar a Ação Rescisória.
A confissão é irretratável mas revogável se feita com vício de vontade, via ação anulatória se ainda sem
coisa julgada, ou ação rescisória se já houve coisa julgada.
A ação destinada à revogação é uma ação personalíssima, só quem confessou é que pode destinar a
ação para revogar a confissão. Se quem confessou morrer antes de instaurada a confissão, não poderá
(seus sucessores) instaurar a mesma. Se morrer o confessor após já ter o mesmo instaurada, poderão
seus sucessores darem continuidade á ação.
O CPC diz que a confissão é indivisível, ou se aproveita a confissão integralmente ou não se aproveita
nada – art. 354.
ESCOLA
Art. 354. A confissão é, de regra, SUPERIOR
indivisível, não DOM HELDER
podendo CÂMARA
a parte, 100 no
que a quiser invocar como prova, aceitá-la
tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o confitente Ihe aduzir
fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
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Não há hierarquia no Direito Brasileiro entre os meios de prova. Não é melhor a confissão do que
perícia, testemunhas, etc.
A eficácia da confissão, será, portanto, sempre relativa.
Na prática, já há quem diga que a confissão é a rainha das provas. Se o sujeito que vai ser alcançado
de maneira desfavorável pela confissão, ainda assim confessa, maior credibilidade ainda se dará à
confissão.
Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a mesma eficácia probatória
da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será livremente apreciada pelo juiz.
Parágrafo único. Todavia, quando feita verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
( ) Confissão é difícil de se afastar.
Admissibilidade
Embora quase sempre admitida a prova testemunhal, os arts. 400, 401 e 402 indicam as hipóteses em
que ela não será admitida.
O CPC diz que o juiz indeferirá as testemunhas fatos já comprovados por documentos ou por confissão
da parte, e também quando só puderem ser provados por perícia ou já estiver provado.
A prova testemunhal não pode ser usada para afastar a confissão já feita, salvo se você revogar a
confissão.
O CPC tenta afastar a utilização de testemunha por desnecessária.
O CPC diz que a existência de um contrato só pode ocorrer por via exclusivamente testemunhal, se o
valor da dívida se der no máximo de 10 salários mínimos.
Pagamento, exclusão de dívida e existência do contrato até 10 salários mínimos, acatam prova
testemunhal. Se o valor se situar acima de 10 salários mínimos, não se poderá usar exclusivamente de
prova testemunhal (salvo art. 402).
Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a
inquirição de testemunhas sobre fatos:
Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior
salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.
Art. 402. Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova testemunhal, quando:
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 101
I - houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte contra quem se pretende
utilizar o documento como prova;
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Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 1o São incapazes:
II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia
discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que Ihes faltam.
§ 2o São impedidos:
I - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro grau, de
alguma das partes, por consangüinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa
relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessária ao julgamento
do mérito;
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa
jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.
Não basta ter loucura para ser incapaz. Tem que ser declarado judicialmente como incapaz.
Aquele que não tiver declarada judicialmente a sua debilidade mental, não é considerado interdito
judicialmente.
ATENÇÃO:
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que Ihes faltam.
SUSPEITO – de difícil verificação prática, vez que se trata de hipóteses subjetivamente verificáveis.
O inciso I do § 3º parece impedimento mas é SUSPEITO.
§ 3o São suspeitos:
II - o que, por seus costumes, não for digno de fé – DISCRIMINAÇÃO DE PESSOA (prostituta, alcoolista, viciado
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 102
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em entorpecentes).
Espécies de testemunha:
Presencial – aquela que entrou em contato direto com o fato que se pretende provar. Ex. da
prostituta.
Referida – testemunha que é mencionada ou num depoimento pessoal, ou por via de outro
testemunho. É aquela indicada por outrem em juízo.
O CC trata das testemunhas de criança em relações familiares, o CPC não fala nada.
O CPC diz que os suspeitos e impedidos poderão prestar seu testemunho se for estritamente
necessário. Porém, ainda que estritamente necessário, será dado o nome de informante.
Será ouvido mas não jurará que irá dizer a verdade, não sofrerá as conseqüências jurídicas por mentir,
por não ser testemunha, mas informante.
Sobre os incapazes, o CPC não diz se podem ser ouvidos, nem como informantes.
Mas o CC/02, no art. 228, parágrafo único, diz que se o incapaz é o único que tem o conhecimento do
fato, ele tem que ser ouvido, como testemunha. No Direito de Família é muito comum, mas nos outros
ramos o cuidado vem sendo redobrado.
Aula 15/05/09
Requerimento de oitiva
Admissão
Local da Produção
Rol de Testemunhas
Requerimento de intimação
Substituição de Testemunhas
Falso Testemunho
Considerações Finais
O CPC admite que impedido e suspeito prestem depoimento como INFORMANTES, mesmo assim,
quando estritamente necessário.
No momento posterior, na especificação de provas, as partes devem reiterar seu pedido genérico.
No procedimento ordinário:
Procedimento Sumário
Já na Petição inicial e Contestação deve informar o rol de testemunhas, quesitos e assistente técnico de
perícia.
O saneamento pode ocorrer ou dentro da audiência preliminar, ou fora dela – no despacho saneador.
É neste momento que o juiz vai admitir ou não a produção da prova testemunhal.
O CPC indica como lugar tradicional para a produção da prova testemunhal a AIJ (Audiência de
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 104
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Atenção especial para 2 artigos do CPC que apresenta exceções à esta regra: arts. 410 e 411.
Art. 410. As testemunhas depõem, na audiência de instrução, perante o juiz da causa, exceto:
III - as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de comparecer em juízo (art. 336,
parágrafo único);
Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou onde exercem a sua função:
IV - os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do
Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
V - o procurador-geral da República;
Tendo a necessidade de se ouvir uma testemunha por uma destas cartas, a oitiva será fora da AIJ,
sendo, ainda, em outro juízo (Precatória, Rogatória e Ordem – este último do Tribunal para juízos de 1º
grau).
Procedimentos que envolvam carta rogatória é complicado, envolve outra jurisdição, país estrangeiro,
alguns países vedam o atendimento à carta rogatória, levando, às vezes, à desistência da carta
rogatória.
Art. 411 – Prerrogativa por função – não vão à AIJ, são ouvidos em local que escolherem: escolhem o
local, a hora em que serão ouvidos e o dia em que serão ouvidos. QUEBRA DE ISONOMIA.
Vereador não tem esta prerrogativa.
Podem escolher:
Se vai ser ouvido em sua residência ou local de trabalho
A hora
O dia.
Têm direito ainda a uma cópia da Petição Inicial e da Contestação.
( ) Prerrogativas – até que ponto no Estado Democrático de Direito estas devem ser aplicadas ou não e
para quem e em que circunstância (Fazenda Pública – prazos, modos de execução, formas de
pagamento diferenciados) – Princípio de que o Público prevalece sobre o Privado – época da ditadura e
que prevalece até hoje.
Rol de Testemunhas
Sempre que quiser ouvir testemunhas, deve ser encaminhado o rol (lista) de testemunhas.
No Sumário este rol já deve acompanhar a PI e a Contestação.
No Ordinário, de perfil mais longo, este rol de testemunhas deve ser apresentado mais à frente – art.
407 diz que quem fixa o prazo para a juntada do rol de testemunhas é o juiz no saneamento.
Se o juiz disser que deve ser juntado até dia x, junte-se até este dia.
Se o juiz não disser nada, marcando a data da AIJ, deve-se juntar o rol de testemunhas, em até 10 dias
antes da AIJ.
Art. 407. Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a data da audiência, depositar em cartório o
rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profissão, residência e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol
será apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência.
Parágrafo único. É lícito a cada parte oferecer, no máximo, dez testemunhas; quando qualquer das partes
oferecer mais de três testemunhas para a prova de cada fato, o juiz poderá dispensar as restantes.
Sumário – na PI e contestação
Ordinário – no prazo fixado pelo juiz. Se não fixar prazo, será de 10 dias antes da AIJ.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 106
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Este prazo é preclusivo. Se não juntado o rol de testemunhas, não se terá nova oportunidade para isto.
Questão de concurso:
Art.407 – Deve-se indicar, no rol de testemunhas, o nome da testemunha, a sua profissão, a sua
residência e o local de trabalho. Se não souber algum destes dados, colocar IGNORADO.
O principal é saber o local em que se encontra a testemunha – residência ou trabalho, e também a
profissão (prerrogativa por função, militar que tem que anteriormente requisitado, etc).
Art. 412. A testemunha é intimada a comparecer à audiência, constando do mandado dia, hora e local, bem
como os nomes das partes e a natureza da causa. Se a testemunha deixar de comparecer, sem motivo
justificado, será conduzida, respondendo pelas despesas do adiamento.
§ 2o Quando figurar no rol de testemunhas funcionário público ou militar, o juiz o requisitará ao chefe da
repartição ou ao comando do corpo em que servir.
Caso a testemunha não compareça, o advogado tem o direito de pedir ao juiz para adiar a AIJ para que
tenha o direito de compor a prova que pretende produzir.
O juiz adia a audiência, e informa que a testemunha, na próxima data, a testemunha deve comparecer
debaixo de vara – polícia vai buscar.
O CPC informa que se o advogado/parte dispensar a intimação e a testemunha não comparecer, a AIJ
não mudará de data, sendo na 1ª data prevista pelo juiz.
Dica do professor: Se for ouvir uma testemunha, como parte, ligue antes e tente ouvi-la, ver se ela
pode testemunhar para você, se seria um problema para a pessoa ou não. Converse antes para que a
pessoa seja comunicada previamente, não sendo surpreendida, o que pode gerar um problema ao
invés de uma ajuda probatória.
máximo de 3 testemunhas.
Forma de oitiva:
1º ouve-se as testemunhas do autor;
2º ouve-se as testemunhas do réu;
3º ouve-se, se for o caso, as testemunhas do MP.
O 1º a perguntar é o juiz.
O 2º a perguntar é o advogado da parte que a arrolou – se foi arrolada pelo autor, pergunta primeiro o
autor, depois pergunta o réu.
O 3º a perguntar será o MP.
Assim que a testemunha ingressar na sala de Audiência, o juiz colhe primeiramente a sua qualificação –
art. 414.
Art. 413. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e depois as do réu,
providenciando de modo que uma não ouça o depoimento das outras.
Art. 414. Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome por inteiro, a profissão, a residência e
o estado civil, bem como se tem relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo.
QUALIFICAÇÃO
Se na qualificação a testemunha informar que não tem relações de parentesco nem interesse no
processo, a testemunha parte para o COMPROMISSO.
O momento que mais se exige do advogado, é o momento entre a qualificação e o compromisso, para
arquir a CONTRADITA.
Se você tiver que argüir a incapacidade, suspeição ou impedimento da testemunha, a hora é o intervalo
entre a qualificação e o compromisso.
O juiz pode acolher ou não a contradita.
Se acolhida, o juiz pode ouvir a testemunha como informante. O juiz ouve mas o depoimento será
admitido com ressalvas.
Depois que a testemunha prestou o compromisso, não é mais possível contraditar a testemunha.
O máximo possível de se fazer depois, é pedir ao juiz que desconsidere o seu testemunho, mas
contraditar não pode mais.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 108
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1º - Qualificação
2º - Intervalo entre qualificação e compromisso – diga – Eu gostaria de contraditar a testemunha.
O juiz pergunta: Por qual motivo doutor? Impedimento, suspeição ou incapacidade.
Ex.: A testemunha diz que é amiga, namorado, empregador, etc, da parte.
O juiz acolhe a contradita e opta se vai ouvir ou não a contradita, perguntando antes para a pessoa
se ela é realmente isto ou não.
Se a pessoa negar, quem arquiu a contradita é que tem que provar, ou por documentos, ou por no
máximo 3 testemunhas – fora do rol de 10 testemunhas – somente para comprovar a contradita. A
contradita tem que ser feita na hora com as provas. Se não provada na hora, o juiz não vai acolher a
contradita e vai ouvir a testemunha.
3º - Compromisso – após este momento não tem mais como contraditar a testemunha.
O CPC diz que depois de juntado o rol de testemunhas, estas não podem ser substituídas, salvo em
hipóteses excepcionais, previstas no art. 408.
Art. 408. Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte só pode substituir a
testemunha:
I - que falecer;
II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor; - ENFERMIDADE PERMANENTE, SE FOR
Se uma testemunha for contraditada, não pode ser colocada outra no lugar.
Falso testemunho – for evasiva, mentir, omitir – comete perjúrio. O juiz pode prender a testemunha que
cometa perjúrio – art.
Art. 415. Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e Ihe
for perguntado.
Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz a afirmação falsa,
cala ou oculta a verdade.
A pergunta do advogado é direcionada ao juiz. O juiz pode ou não encaminhar a pergunta, de acordo
com sua discricionariedade. O advogado pode requerer que a pergunta, se indeferida, conste nos autos,
cabendo posteriormente AGRAVO RETIDO. O recurso é feito oralmente, na própria audiência,
direcionado ao juiz. Se ele retificar, faz a pergunta. Senão, fica retido nos autos e será encaminhado aos
tribunais.
I - que Ihe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes consangüíneos ou afins,
em linha reta, ou na colateral em segundo grau;
O juiz tem o direito (faculdade, não é obrigação) de ouvir testemunhas referidas, realizar acareação
entre testemunhas ou entre testemunhas e partes, e a testemunha tem o direito de ser reembolsada se
teve custos por ir à audiência, informando o CPC que a parte que arrolou a testemunha é que deve
cobrir estes custos.
Se presta serviço público, não pode ser descontada pela sua falta ao trabalho ou aula, bastando pedir à
Secretaria uma declaração de Comparecimento, o que faz com que a testemunha não possa ser
censurada por seu comparecimento em audiência e ausência no trabalho.
Foro de Contagem – incompetência relativa, filho não é questão de matéria, incompetência de foro,
lugar, deverá ser proposta no domicílio do réu.
A propositura da ação em conformidade com o art. 95 do CPC, no lugar da situação do imóvel, só se
dará em ações reais sobre imóveis (direitos reais de propriedade, servidão, etc, sendo discutidos em
juízo, aplica-se o art.95). No caso concreto, trata-se de ação de cobrança de dívida, ação pessoal e não
real, sendo irrelevante o local do imóvel, prevalecendo o foro do domicílio do réu (art. 94, art. 95).
Da impugnação ao valor da causa – será o valor integral do contrato quando a discussão tratar de
cláusula contratual ou cumprimento ou descumprimento do contrato. Se for dívida, será o valor da
dívida.
Não esquecer de mencionar os JUROS e CORREÇÃO MONETÁRIA.
Aula 20/05/09
Seção II
Do Perito
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito,
segundo o disposto no art. 421.
§ 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe
competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código.
§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão
profissional em que estiverem inscritos.
§ 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos
anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 110
Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregando toda a sua diligência;
pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.
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Seção VII
Da Prova Pericial
Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
II - apresentar quesitos.
§ 2o Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos
assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem
informalmente examinado ou avaliado
Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de termo de
compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.
Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao
aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito.
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi assinado.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva,
podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do
atraso no processo.
Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos aos
autos dará o escrivão ciência à parte contrária.
I - indeferir
Art. quesitoso impertinentes;
434. Quando exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento, ou for de natureza
médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais
II - formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.
especializados. O juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor do
estabelecimento.
Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e firma, o perito poderá requisitar,
para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas; na falta destes, poderá requerer ao
juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado,
dizeres diferentes, para fins de comparação.
Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao juiz que mande
intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.
Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a que se
refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audiência.
Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou
fatos provados nos autos.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 111
Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a
matéria não Ihe parecer suficientemente esclarecida.
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Prova pericial – tem uso restrito no Direito Brasileiro, sendo necessária quando o fato demandar
conhecimentos especializados, senão, usa-se outros meios de prova.
Exame
É a inspeção sobre coisa móvel. Por coisa móvel entende-se tanto as pessoas quanto os semoventes.
Ex.: Exame de DNA, exame de próstata, exame de urina – inspeção sobre coisa móvel.
Vistoria
É a inspeção sobre coisa imóvel.
Ex.: Vistoria no imóvel para locação.
ERRATA – Vistoria do DETRAN está errado, pois carro é coisa móvel.
Avaliação
Abarca tanto coisa móvel quanto coisa imóvel, mas apenas no que concerne ao seu valor.
Ex.: Avaliação de veículo, avaliação de imóvel (ambos para vender, trocar, etc).
A prova pericial não é admitida em algumas situações ditadas no art. 421 do CPC:
I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; E DO CIENTISTA TAMBÉM.
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; NESTE CASO O JUIZ DEVE INDEFERIR A
PERÍCIA. QUANDO? Art. 427 CPC –
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre
as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.
Este artigo se lança de provas extrajudiciais (laudos, documentos), sem participação da parte contrária
na construção deste documento, sendo afastado o contraditório.
Se o juiz indefere a produção de uma prova pericial, fundamentando-se num laudo produzido
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 112
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
unilateralmente, há a possibilidade de se questionar este indeferimento, justamente por não ter a parte
contrária participado na construção deste. Cabe recurso (agravo contra decisão interlocutória).
Ex.: O estabelecimento não existe mais (sociedade extinta, lugar demolido, etc). Pode se tentar
demonstrar por laudo de situação análoga, porém afasta o contraditório da mesma forma.
O perito, quando se trata de prova pericial, tem que existir, já que é ele que irá fazer a perícia.
O CPC, à partir desta distinção, informa que o perito tem que ser imparcial e o assistente técnico tem
que ser parcial.
Qualificação Técnica
O CPC exige o curso superior do perito na área da perícia e inscrição no Conselho respectivo.
O CPC informa, também, que o perito tem que ter especialidade na matéria relacionada à perícia. O
CPC diz que, se na localidade onde a perícia será realizada, não existe um profissional que preencha
estes requisitos, outros poderão ser nomeados. Mas no Brasil, está difícil se verificar na prática.
P.e.., se a perícia for de cirurgia plástica, tem que se nomear alguém formado em medicina e com
especialidade em cirurgia plástica.
A outra parte pode questinar o laudo médico, caso o médico que o fez não tenha a especialidade
exigida para tal perícia.
( ) Justiça gratuita – não paga perícia, mas o perito não é obrigado a trabalhar de graça, dificultando a
encontrar um perito que preste serviços gratuitos in casu.
O CPC informa que o perito, após ser nomeado, tem 5 dias para se negar a ser perito – chama-se
ESCUSA DE SER PERITO. Basta informar que se escusa por motivo legítimo, não demandando
informar qual é o motivo.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 113
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Ex.: Até pouco tempo o TJMG tinha convênio com a UFMG, o que facilitava a indicação de um perito,
mas agora o convênio não foi renovado, dificultando encontrar perito em justiça gratuita.
Quem paga o perito, quase sempre é o autor. O autor paga o perito quando:
1. Quando o autor pede a perícia;
2. Quando o juiz, de ofício, determinar a perícia;
3. Quando o MP requerer a perícia.
O perito não tem que iniciar a perícia antes de depositado os seus honorários.
Em regra, o valor só pode ser sacado pelo perito após a entrega do laudo.
O CPC vem sendo interpretado pela jurisprudência, admite que o juiz levante para o perito
parcialmente de seus honorários, desde que o perito demonstre que precise deste dinheiro para
realizar a perícia (contratar pessoas, serviços ou produtos, etc).
A jurisprudência (não está no CPC) vem entendendo também a possibilidade de parcelamento dos
honorários do perito, a critério do magistrado.
O perito não está obrigado a começar a perícia antes do pagamento da parcela final. Mas, se começar a
fazer a perícia após a 1ª parcela, caso as outras não sejam pagas, o perito está obrigado a terminar a
perícia, devendo posteriormente entrar com ação executiva contra o devedor (Ação de Execução).
É o juiz que nomeia – tem uma lista de peritos. Se num caso em que o perito será remunerado ele
aceitar e depois em caso de justiça gratuita se negar, o próprio juiz pode futuramente evitar nomear este
mesmo perito, ficando o mesmo excluso, perdendo oportunidade de trabalho.
Quem fixa o prazo da entrega do laudo pela perícia é o juiz. Se o juiz não informar expressamente este
prazo, o prazo máximo do perito para apresentar o laudo é de 20 dias antes da A.I.J.
A exceção neste caso, não fará com que o procedimento seja suspenso (como ocorre com o
juiz)
O excepto terá um prazo de 5 dias para se pronunciar (e não 10 quando como ocorre quando é
o juiz).
Lembrar se juntar o rol de testemunhas ao argüir a exceção.
Próxima aula:
Requerimento
Deferimento e fixação de data para a entrega do laudo
Apresentação de quesitos e indicação de assistente técnico.
Aula 22/05/09
Produção
Requerimento
Deferimento e fixação da data de entrega do laudo
Apresentação de quesitos e assistente técnico
Quesitos básicos e suplementares
Pronunciamento sobre o laudo
Pedido de Esclarecimentos
Juízo e laudo pericial
Nova Perícia
Requerimento :
Ordinário – requerimento genérico, na PI ou Contestação
Sumário – indicar quesitos e assistente, na PI ou Contestação.
O Deferimento se dá no saneamento do processo, indica perito e fixa um prazo para apresentar o laudo.
No saneamento o juiz profere:
Defiro a prova pericial requerida e nomeio como perito o Dr. XXXX, endereço Y, inscrito no Conselho Z,
etc.
O laudo deve ser apresentado no prazo que o juiz fixar. Nunca este laudo poderá ser apresentado mais
próximo da AIJ do que 20 dias antes desta.
Se o juiz não fixar o prazo, o laudo tem que ser apresentado 20 dias antes da A.I.J.
Procedimentos especiais têm prazos diversos – laudo em ação de desapropriação é de 5 dias antes da
audiência.
O prazo de 20 dias, é para o procedimento de conhecimento, quando não fixado diretamente pelo juiz.
O CPC diz que no procedimento ordinário, tem-se o prazo de 5 dias, a contar da nomeação do perito,
para apresentar quesitos e indicar assistente técnico.
Portanto, se no sumário, já deve ser indicado na própria PI e Contestação, no ordinário, isto ocorre num
prazo de 5 dias, após a nomeação do perito.
O prazo é preclusivo, pela jurisprudência majoritária. Se não indicar os quesitos, não poderão mais
indicar e apresentar e aí não se faz a perícia, ou então se faz com os quesitos da outra parte, não tendo
direito quem perdeu o prazo de fazer quesitos e indicar assistente mais.
Quesitos básicos e suplementares – são os quesitos básicos informados no prazo fixado. São
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 115
_________________________________________________________AULAS 5º AN – 1º sem/2009 - Por: Dulcineia Moreira dos Santos
básicos, inicialmente apresentados. Têm que ser bem encaminhados pois é o que vai fixar o trabalho do
perito, servindo, inclusive, de base para o calculo do valor que o perito vai cobrar.
Porém, autoriza-se os quesitos suplementares.
Quesitos suplementares são aqueles que são oferecidos ao longo da perícia.
Depois de apresentado o laudo, não é mais possível encaminhar quesitos, nem básicos nem
suplementares.
O juiz pode encaminhar quesitos, sendo seus quesitos, quando existirem, os primeiros a serem
respondidos.
O perito, em regra, tem que responder a todos os quesitos. Mas as vezes uma resposta já responde as
próximas perguntas. O perito informa: PREJUDICADO – verifique resposta da pergunta X.
Se vocês tiverem a oportunidade de ter um assistente técnico, peça a ele para formular os quesitos.
O CPC diz que quando o laudo for apresentado, as partes têm um prazo COMUM de 10 dias para se
pronunciarem.
Este pronunciamento pode ser de contestação, o assistente ajuda muito neste sentido.
Pode se requerer esclarecimentos sobre o laudo. Exige da parte uma intimação do perito, para que
compareça à AIJ para prestar estes esclarecimentos. O CPC diz que na hora que a parte solicitar
este esclarecimento, já deve indicar o que é que pretende que seja esclarecido.
O CPC informa que se o perito ou assistente não for intimado para comparecer a AIJ aomenos 5 dias
antes, ele não precisa comparecer na audiência.
O juiz não se vincula ao laudo – pelo CPC o juiz pode julgar contra o laudo, mediante o sistema de
avaliação do resultado probatório que o CPC acolheu – chamado sistema de PERSUASÃO RACIONAL
– art. 131, CPC – o juiz pode decidir livremente, desde que ele fundamente a sua decisão.
O advogado disse ao juiz que ele não precisava considerar o laudo, afastá-lo.
Art. 440 e seguintes – Inspeção Judicial – é meio de prova, mas só é possível esta inspeção judicial,
quando for possível ao juiz ter contato direto com uma coisa ou pessoa, para esclarecer um fato.
Se for necessário este contato direto, é possível a inspeção.
Se não for necessário, não há que se falar em inspeção judicial.
A doutrina vem informando também a possibilidade de inspeção judicial em decorrência do lugar.
A regra é que esta inspeção judicial ocorra em juízo – pega a coisa ou pessoa e leve ao juízo, à
audiência.
A inspeção judicial tem que ser comunicada às partes quando for de iniciativa do juiz. Pode ser
requerida pelas partes, tendo elas o direito de comparecer à inspeção judicial. Não é possível uma
inspeção judicial surpresa, o juiz pode ser acompanhado de perito, e sempre terá o juiz de ser
acompanhado pelo escrivão – que irá lavrar um auto circunstanciado – narrar o que foi verificado.
O juiz pode anexar gráficos, fotografias, etc.
Prova Documental
Considerações Gerais
Documento – papel é só uma das espécies de documento – Documento é qualquer coisa que registre a
ocorrência de um fato. Disquete, HD, fotografia, mensagem de celular, fita VHS, DVD, MP3.
Quando se fala numa autoria de um documento, pode se ter uma autoria material e uma autoria
ideológica, e nem sempre esta autoria vai explicitar uma única pessoa.
Ex.: Casamento – Os noivos chegam ao juiz de paz e explicitam a sua vontade. O juiz de paz é o
controle material do documento. É o juiz que redige o livro do casamento.
O autor ideológico do casamento são os nubentes, são eles que fazem constar o conteúdo, é eles que
explicitam que querem se casar.
Ex. de identidade entre autor material e ideológico – redigir uma carta – você mesmo está produzindo o
suporte e está fazendo nele constar o conteúdo.
Autenticidade
É a certeza sobre a autoria material do documento.
Na Introdução ao Estudo do Direito vimos que os documentos públicos têm fé pública, são considerados
autênticos. Por isto que documento público não se submete a autenticação, não precisa reconhecer
firma nestes documentos.
Sendo o documento privado, aí será necessário reconhecer firma.
O documento privado, para ter presunção erga omnes de conhecimento, basta registrar no Cartório de
Registro de Documentos (ex.: Contratos).
O CPC informa sobre a juntada destes documentos nos autos. O CPC reintera que os documentos
indispensáveis á propositura da ação, devem ser juntados na propositura da ação e que os
documentos indispensáveis à resposta, devem ser apresentados na resposta (contestação e nas outras
técnicas).
O CPC chama os documentos dispensáveis como documentos novos, sendo aqueles que são juntados
depois da petição inicial ou defesa, para demonstrar fato superveniente à PI e defesa, e para juntar uma
contraposição a outro documento que foi juntado.
O CPC informa que sempre que um documento for juntado, a outra parte tem um prazo de 5 dias para
se pronunciar sobre ele (Contraditório).
Graduação – Pós graduação estrito senso (mestrado e doutorado) e cursos preparatórios (objetivos
estratégicos: exame de ordem, concursos, etc).
Os cursinhos estão abrindo a pos graduação lato senso.
O aluno do 10º período pode se matricular na pós graduação.
Incidente de falsidade – Se vc é honesto, leal, tem boa-fé, saiba que muitos falsificam documentos.
O CPC, no art. 390, informa o INCIDENTE DE FALSIDADE – é cabível para questionar a falsidade
material pela parte – questionar o suporte do documento.
O incidente de falsidade, se for verificado já na petição inicial, já deve ser informado já na contestação –
abrir um tópico (seria um fato).
Se após a Petição inicial ou contestação é que for verificado o incidente de falsidade, logo que for
juntado o incidente, a parte que expôs o documento tem 10 dias para se pronunciar. Se a parte aceitar
retirar o documento dos autos, mas a parte contrária tem que concordar. Normalmente não concorda,
pois caracteriza litigância de má-fé (no âmbito civil) e é crime no direito penal.
Aula 27/05/09
INCIDENTE DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA – art. 355 e seguintes
Há uma ação cautelar chamada de exibitória, que se utilizará desse incidente. Estudamos quem deve
provar no procedimento. Documento ou coisa que se faz necessária para a prova. o incidente de
exibição tem procedimentos distintos conforme seja requerido contra a parte contrária ou um terceiro.
Contra parte contrária. O pedido deve individuar o máximo possível o documento ou coisa e a finalidade
da prova que se pretende com esse documento ou coisa. É ônus do requerente explicitar que o
documento ou coisa existe e que se encontra em poder da parte contrária ou terceiros (art. 356).
Muito importante: 358 e 363 - hipóteses em que a recusa da exibição não poderia ocorrer e em que
ela seria permitida.
Seção IV
Da Exibição de Documento ou Coisa
Art. 355. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder.
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em
poder da parte contrária.
Art. 357. O requerido dará a sua resposta nos 5 (cinco) dias subseqüentes à sua intimação. Se afirmar que não
possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não
corresponde à verdade.
Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a
parte pretendia provar:
I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo do art. 357;
Art. 360. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder no
prazo de 10 (dez) dias.
Art. 361. Se o terceiro negar a obrigação de exibir, ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará
audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, de testemunhas; em
seguida proferirá a sentença.
Art. 362. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará que proceda ao
Art. 363. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa: (rol não taxativo)
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 119
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CAPÍTULO
Art. 455. VII - DA AUDIÊNCIA
A audiência - Seção I Não
é una e contínua. – sendo possível concluir, num só dia, a instrução, o debate e o
julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para dia próximo.
Art. 456. Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, o juiz proferirá a sentença desde logo ou no prazo
Das
deDisposições
10 (dez) dias.Gerais
Art.Art.
444. A audiência
457. será
O escrivão pública;
lavrará, sobnos casos
ditado do de
juiz,que trataque
termo o art. 155, realizar-se-á
conterá, em resumo, ao portas fechadas.
ocorrido na audiência, bem
como, por extenso, os despachos e a sentença, se esta for proferida no ato.
Art. 445. O juiz exerce o poder de polícia, competindo-lhe:
§ 1o Quando o termo for datilografado, o juiz Ihe rubricará as folhas, ordenando que sejam encadernadas
I - manter a ordem
em volume e o decoro na audiência;
próprio.
II - ordenar que se retirem da sala da audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III - exortar os advogados e o órgão do Ministério Público a que discutam a causa com elevação e urbanidade.
Seção II - Da Conciliação
Art. 447. Quando o litígio versar sobre direitos patrimoniais de caráter privado, o juiz, de ofício, determinará o
comparecimento das partes ao início da audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Em causas relativas à família, terá lugar igualmente a conciliação, nos casos e para os fins em
que a lei consente a transação.
Art. 448. Antes de iniciar a instrução, o juiz tentará conciliar as partes. Chegando a acordo, o juiz mandará tomá-lo
por termo.
Art. 449. O termo de conciliação, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, terá valor de sentença.
Art. 450. No dia e hora designados, o juiz declarará aberta a audiência, mandando apregoar as partes e os seus
respectivos advogados.
Art. 451. Ao iniciar a instrução, o juiz, ouvidas as partes, fixará os pontos controvertidos sobre que incidirá a
prova.
Da Audiência
É a oportunidade de conhecer as partes envolvidas no processo.
Audiência é gênero que comporta algumas espécies.
Considerações gerais:
Publicidade da audiência. Em regra, as audiências são públicas, salvo as de segredo de justiça. (art.
155)
Atuação do magistrado na audiência. Perguntas são direcionadas ao juiz para que ele as transmita. O
magistrado tem poder de polícia para manter a ordem e o decoro. Juiz deve exortar a todos para que se
tratem com urbanidade.
A AIJ
Em regra, nela se apresentam as provas orais: testemunha, depoimento pessoal, esclarecimento do
perito. Para fins didáticos, divide-se em quatro fases que, no caso concreto, não aparecerão.
Primeiro o pregão. Apregoar as partes, anunciar o tipo de audiência, horário, nome das partes e
advogados para se garantir a publicidade.
2ª fase: instrução
É precedida pela fixação do objeto de prova. Qual é o objeto de prova? Essa é pergunta necessária,
pois deve-se trazer logicidade à audiência. Instrução está vinculada à prova oral. É nessa audiência que
as provas orais serão colhidas. As perguntas são dirigidas ao magistrado que as transmitirá. A ordem é
a seguinte: (tem q saber)
a) Oitiva do perito e assistente técnico (esclarecimentos)
b) Depoimento pessoal do autor, a seguir, do réu. Objetivo é obter a confissão.
c) Oitiva das testemunhas: as do autor, após, as do réu. Essa ordem é por causa do ônus da prova.
Aula 29/05/09
Atos do Juízo
Considerações Gerais
Sentença
Terminativa
Definitiva
Efeitos Primários
Efeitos anexos
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Efeitos secundários
Requisitos essenciais
Requisitos de inteligência
Princípio da Congruência
Considerações Finais
O CPC, quando fala dos atos do juízo, rotula como atos do JUIZ. Art. 162 CPC.
Neste artigo 162, o CPC deixa claro que são 3 os atos do juiz:
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte,
a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
Atos do juiz
1. Despacho
2. Declaração interlocutória
3. Sentença
Nos Tribunais
1. Acórdãos
Usar o termo atos do juízo – 1987 – Congresso Internacional sobre Direito Processual – adota o termo
JUIZO e não JUIZ, no intuito de excluir a subjetividade. O juiz pode também se modificar no curso do
tempo.
Juízo como órgão jurisdicional que tem como agente o juiz.
Despachos – são residuais no Direito Brasileiro, o CPC não traz o conceito. O CPC diz que o que não é
decisão interlocutória ou sentença será despacho.
Despacho, é um ato de mero impulsionamento do procedimento. O despacho seria um ato de
tramitação procedimental.
Embora o juiz seja aquele que despacha com maior intensidade, o escrivão também pode despachar,
logo, o despacho não é ato privativo do juiz.
Quando o escrivão escreve algo nos autos, é despacho.
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; PRESSUPOSTO PROCESSUAL
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30
(trinta) dias; PRESSUPOSTO PROCESSUAL
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes
e o interesse processual;CONDIÇÕES DA AÇÃO
§ 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a
parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao n o II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao n o
III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28).
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de
mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe
caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
Sentença Terminativa
A decisão terminativa não resolve mérito. Logo, a sentença terminativa não analisa o direito material,
vez que é no mérito que o direito material está sediado.
Na sentença terminativa, só se analise o pedido imediato.
Em regra, na sentença terminativa tem-se a possibilidade de instaurar novo procedimento para
discutir a matéria.
Existem 3 situações de exceção, em que não há esta possibilidade:
a) coisa julgada
b) litispendência
c) perempção
Quando ocorre uma circunstância de sentença terminativa, o juiz deve extinguir o processo sem
resolução de mérito.
Art. 267 – incisos II e III – a extinção deve ser prescindida de intimação da parte para que dê
prosseguimento da ação para não ser extinta.
No caso da incompetência absoluta (pressuposto processual), o juiz não extingue, só envia os autos
para o juízo competente.
O CPC, ao falar de sentença terminativa, indica que sempre estará adstrita ao pressuposto processual,
demonstrando a importância da preliminar.
Geralmente, quando ocorre a sentença terminativa, o motivo deverá em preliminar, ainda que seja
matéria de ordem pública.
Medo da sentença terminativa – ela explicita que possa existir uma má qualificação do advogado.
Pressuposto processual é matéria técnica. Dá a idéia de inépcia profissional.
A advocacia é uma obrigação de meios, não de resultado. O advogado não pode garantir a procedência
do pedido, mas se falta pressuposto, é possível que tenha negligenciado sobre isto.
Sentença terminativa pode gerar procedimento disciplinar na OAB se provado o equívoco claro do
advogado. Mas depende, pois pode se dar por divergência doutrinária processual.
Ex. do professor – ação de despejo, execução do valor dos aluguéis. Na execução chamou o fiador e o
locatário. O juiz disse que o fiador não poderia ser executado, porque não foi citado no processo de
conhecimento. Pelo professor, não citou porque não participou o fiador da relação ex locato (divergência
doutrinária sobre isto). Conseguiu reverter no tribunal.
Para o CPC, a resolução de mérito, quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido (pedido mediato), quando
o réu reconhecer a procedência do pedido, quando as partes transigirem, quando juiz pronunciar a
decadência e a prescrição e quando o autor renunciar ao direito pelo qual propôs a ação. Em todas
estas hipóteses a sentença será definitiva.
Quando estudamos contestação, sugeriu que abríssemos um tópico para falar de prescrição e
decadência, porque ela resolve o mérito. Se estiver na preliminar, trata da sentença terminativa.
MACETE – Quando há o acolhimento de uma condição da ação inexistente, o juiz julga o autor
carecedor da ação – porque não tem direito a julgamento de mérito. Ação no CPC é o direito de
julgamento de mérito.
Decreto o autor carecedor da ação e extingo o processo sem resolução do mérito . = Sentença
terminativa.
Quando o que falta é um pressuposto processual, o juiz fala direto:
Isto posto extingo o processo sem julgamento do mérito por faltar o pressuposto x.
Na sentença definitiva, o juiz julga procedente ou improcedente o pedido.
Procedente – o autor obteve o que gostaria.
Improcedente – o autor não terá o direito material alegado.
Procedência parcial – pode ocorrer.
O que a doutrina vem trazendo são considerações sobre a sentença, a começar pelos efeitos.
Efeitos da Sentença:
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 125
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1. Efeitos Primários – segundo a doutrina majoritária, são 3: o efeito declaratório, o efeito constitutivo,
o efeito condenatório.
Efeito primário declaratório – implica num juízo de certeza sobre o direito alegado =
RECONHECIMENTO DO DIREITO ALEGADO. Costuma se dizer que a sentença é declaratória.
Exemplo: Ação declaratória de união estável – a sentença é meramente declaratória – pediu-se uma
declaração incidental de sentença da certeza ou não da união estável. Ex.2 – reconhecimento de
paternidade; direito tributário – ação declaratória de inexistência de tributos ao Estado.
A doutrina mais evoluída, diz que toda sentença é declaratória, todas elas. Mas a sentença pode ser só
declaratória.
Quando se fala que é condenatória, é declaratória e condenatória. Quando é declaratória, é só
declaratória. Quando se fala que é constitutiva, é declaratória e constitutiva.
Parte da doutrina diz que existe a sentença mandamental e a sentença executiva Lato senso (Pontes de
Miranda). Segundo esta doutrina, poderia se enquadrar a sentença mandamental e executiva na
condenatória.
3. Efeitos Secundários
Secundários – não precisa de pedido porque a própria lei já encaminha. Mas é necessário que a
sentença fale a respeito. Ex.: Honorários de sucumbência – o juiz tem que fixar, ele tem uma
margem para esta fixação (entre 10 e 20%).
A discussão sobre os juros legais (1% ao mês). Art. 406 do CC.
Art. 458 – diz o que é que cada um destes requisitos tem que ter.
Dos Requisitos e dos Efeitos da Sentença
Relatório – resumo daquilo de importante que existiu no procedimento, daquilo que foi anunciado na
petição inicial, na resposta, na audiência – é narrativo, é a 1ª parte da sentença.
Vistos etc...
Fundamentação – o juiz vai analisar as questões de fato e de direito – o juiz aqui vai indicar qual a tese
vai acolher, faz um confronto entre as teses, analisar a prova. (parecido com a impugnação específica
do réu – necessidade de responder a tudo o que foi suscitado).
Fundamentar tanto a sentença terminativa quanto a condenatória ou declaratória.
Art. 93, IX – CF/88 – Todas as decisões têm que ser fundamentadas pelo juiz.
O juiz tem que se posicionar sobre todas as teses suscitadas.
O CPC acolheu a persuasão racional ou livre convencimento.
Se faltar qualquer destes requisitos a sentença é inexistente. Tem que ter os 3 requisitos.
No JEsp, sentença não precisa de relatório.
Considerações Finais:
1. A sentença, em regra, deve ser líquida – ela deve individuar o objeto da prestação. Pagamento
(quanto), fazer (como fazer), etc. Esta é a REGRA. O pedido vai direcionar a sentença ilíquida.
2. No procedimento sumário, o art. 275, d e e; exigem sentença líquida
3. No JEsp, as sentenças têm que ser líquidas. Não se admitem sentenças ilíquidas no JEsp.
4. A sentença tem que ser certa, ainda que decida relação condicional.
Aula 03/06/09
Coisa Julgada
É gênero, do qual a doutrina estabelece as espécies: coisa julgada formal e coisa julgada material.
Quando o CPC se pronuncia sobre a coisa julgada, ele se pronuncia somente acerca da coisa julgada
material.
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 127
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Conceito
Limites Objetivos
Limites Subjetivos
Relativização da coisa julgada
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5 o e 325), o
juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.
Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em
que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; EXEMPLO: AÇÃO DE PENSÃO DE
ALIMENTOS – MESMO QUE JÁ TENHA FEITO UMA AÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA, SE PARAR DE PAGAR,
PODE INSTAURAR NOVO PROCEDIMENTO.
DECISÃO CAUTELAR
Alguns processualistas, em especial Humberto Teodoro Jr., informam que de nada adianta uma decisão
que alcança a coisa julgada, se esta decisão:
abarca a inconstitucionalidade ou;
abarca a injustiça ou imoralidade.
Com base nisto, estes doutrinadores que informam que, a qualquer momento, poderia se afastar a coisa
julgada material.
Historicamente, a relativização que visa afastar a coisa julgada, foi sugerida por Hitler.
Humberto T.Jr, Ex-ministro José Delgado, entre outros, sugerem este afastamento.
O que garante que a decisão que afastou a coisa julgada, será melhor que a anterior?
O problema da relativização é a subjetividade.
1ª técnica expressa em lei que visa afastar a coisa julgada = Ação Rescisória
Visa afastar apenas a coisa julgada material.
Este afastamento é à partir de hipóteses expressas no art. 485:
DA AÇÃO RESCISÓRIA
Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de
ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA 129
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Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida:
Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo
a pedido ou influência de outrem:
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a
fim de fraudar a lei;
DOLO – DO PROCESSO CIVIL, QUER SIGNIFICAR ENGANO – O ENGANO TENHA PARTIDO DA PARTE
VENCEDORA. ENGANO = LEVAR A OUTRA PARTE AO EQUÍVOCO.
É COMO SE JÁ TIVESSE A COISA JULGADA E DEPOIS UM NOVO PROCEDIMENTO COM NOVA COISA
JULGADA (COMO SE NA 2ª AÇÃO O JUIZ NEM A PARTE VISSE QUE JÁ HAVIA COISA JULGADA).
Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na
própria ação rescisória;
ESTA HIPÓTESE VEM SENDO MUITO UTILIZADA, MAS TRAZ UM PROBLEMA TEMPORAL.
Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde
fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a
sentença;
§ 1o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato
efetivamente ocorrido.
§ 2o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento
judicial sobre o fato.
ORIGEM HISTÓRICA DESTE DISPOSITIVO – REFERÊNCIA À LEI PROCESSUAL CIVIL ITALIANA. ESTE
INCISO FOI RETIRADO INTEGRALMENTE DE LÁ. O MINISTRO DA JUSTIÇA TRADUZIU PARA O
PORTUGUÊS E TRADUZIU ERRADO.
NO CPC ITALIANO A PALAVRA QUE O CPC BRASILEIRO TRADUZIU COMO RESULTANTE, ERA RISULTANTI,
PODENDO SIGNIFICAR “FACILMENTE VERIFICÁVEL” OU RESULTANTE.
ATOS – VEIO DO ITALIANO ATI, PODE SER ATOS OU AUTOS. NA LEI ITALIANA ERA AUTOS.
FUNDADO EM ERRO DE FATO, FACILMENTE VERIFICÁVEL DOS AUTOS. A SENTENÇA FOI EQUIVOCADA,
PORQUE À PRIMEIRA VISTA JÁ SE VERIFICA NOS AUTOS FATO CONTRÁRIO À DECISAO, OU SEJA,
HOUVE ERRO DE FATO.
Se dá por via de uma petição inicial; por escrito, com todos os requisitos(art.282, 283, 39, I, art.
15 da lei 11.419/06 ) + um requisito extra:
O CPC EXIGE UM DEPÓSITO DE 5% SOBRE O VALOR DA CAUSA, que deve ser realizado no
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A ação rescisória é de competência dos Tribunais – não será apenas um juiz julgando a ação
rescisória, será, em regra, aomenos 3 juízes (3 a 5).
Se por unanimidade de votos perder, estes 5% serão remetidos ao réu, como forma de
penalização do autor.
O depósito de 5% é cabível para aqueles que pagam custas, os isentos por justiça gratuita não
pagam. Há quem informe a ausência de isonomia.
O CPC informa que o juiz deve analisar a ação resc\\isória e verificar se pode decidir de plano:
ausência depósito.
Se o juiz deferir a Ação Rescisória, é o juiz que fixa o prazo para a citação: NUNCA INFERIOR A
15 DIAS E NUNCA SUPERIOR A 30 DIAS – NÃO EXISTE PRAZO FIXO PARA A AÇÃO.
Problema: A Fazenda Pública tem prazo em quádruplo para contestar, assim como litisconsórcio com
mesmo advogado, defensoria, etc, o prazo é em dobro.
Exemplo: Uma ação rescisória proposta por Vinícius, contra Rubens(cartório) em litisconsórcio com o
Estado:
Estado = 120 dias só que em litisconsórcio = é em dobro = 4 x 2 x 30 = 240 dias de prazo para
responder.
Se houver necessidade de prova na ação rescisória, há que se expedir CARTA DE ORDEM, já que
Tribunais não têm competência funcional probatória, delegando-se ao juízo de 1º grau a causa
probatória.
Já na ação rescisória, as alegações finais serão sempre por escrito: 1º o autor depois o réu. 10
dias à partir do encerramento da instrução.
Sem interrupção nem suspensão. Exclui o dia da publicação e inclui o dia do final.
Se este prazo vencer: impugnação e embargos, ocorre no âmbito na execução – pode ser antes ou
depois do prazo da rescisória. Se ainda assim vencer o prazo, a única alternativa seria a relativização
da coisa julgada, hoje não acatada na lei.