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ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA

AUTOR: Junior Ribeiro


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DIREÇÃO DE PRODUÇÃO
Profa. Claudine Fernandes de Araújo
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO/FORMATAÇÂO:
Lelio Ricardo
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

SUMÁRIO

ORÇAMENTO...................................................................................................................................5

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS.....................................................................................................9

LEIS ORÇAMENTÁRIAS................................................................................................................14

CREDITOS ORÇAMENTÁRIOS.....................................................................................................19

CICLO ORÇAMENTÁRIO...............................................................................................................25

EXECUÇÃO DAS DESPESAS DESCENTRALIZAÇÃO DOS CRÉDITOS E .


DOS RECURSOS DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA.......................................................31

SUPRIMENTO DE FUNDOS .........................................................................................................44

LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964.....................................................................................68

TÍTULO I - Da Lei de Orçamento.............................................................................................68

TÍTULO II - Da Proposta Orcamentária..............................................................................71

TÍTULO III - Da elaboração da Lei de Orçamento...........................................................73

TÍTULO IV - Do Exercício Financeiro...................................................................................73

TÍTULO V - Dos Créditos Adicionais....................................................................................73

TÍTULO VI - Da Execução do Orçamento...........................................................................74

TÍTULO VII - Dos Fundos Especiais.......................................................................................76

TÍTULO VIII - Do Contrôle da Execução Orçamentária...............................................76

TÍTULO IX - Da Contabilidade..................................................................................................76

TÍTULO X - Das Autarquias e Outras Entidades.............................................................78

TÍTULO XI - Disposições Finais.............................................................................................79

LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000...............................................................79


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

ORÇAMENTO

CONCEITO
• É o ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza ao Poder Executivo, por certo período e
em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins
adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já
criadas em lei;
• É um processo de planejamento contínuo e dinâmico de que o Estado se utiliza para
demonstrar seus planos e programas de trabalho, para determinado período.
• Ele abrange a manutenção das atividades do Estado, o planejamento e a execução dos projetos
estabelecidos nos planos e programas de governo.
PRINCIPAL FUNÇÃO
• Controlar os recursos com que a sociedade terá que contribuir para manter em funcionamento
os serviços públicos necessários ao atendimento das necessidades econômicas e sociais da população,
bem como da aplicação desses recursos por parte do Estado.

Técnicas orçamentárias

- Orçamento Tradicional
- Orçamento Base Zero
- Orçamento com Teto Fixo
- Orçamento com Teto Móvel

®
- Orçamento Incremental
- Orçamento Sem Teto Fixo
- Orçamento Tradicional
- Orçamento de Desempenho
- Orçamento Programa

Orçamento Tradicional (Orçamento Clássico)


Processo orçamentário que se caracteriza por adotar instrumentos para controlar as despesas por:
- unidade administrativa (órgãos responsáveis pelo gasto)
- objeto de gasto (elemento de despesa)

Orçamento Base Zero (OBZ)


É uma previsão orçamentária ou um “Budget”, projetado sem levar em consideração o que ocorreu nos
anos anteriores. Principais características: análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e
não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente; todos os programas devem ser
justificados cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário.

Orçamento com Teto Fixo


Critério de alocação de recursos que consiste em estabelecer um quantitativo financeiro fixo, geralmente
obtido mediante a aplicação de percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período,
com base no qual os órgãos/unidades deverão elaborar suas propostas orçamentárias parciais. Também
conhecido, na gíria orçamentária, como “teto burro”.

Orçamento com Teto Móvel


Critério de alocação de recursos que representa uma variação do chamado “teto fixo”, pois trabalha com
percentuais diferenciados, procurando refletir um escalonamento de prioridades entre programações, órgãos
e unidades. Em gíria orçamentária, conhecido como “teto inteligente”.

Orçamento Incremental
Orçamento feito através de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa.

Orçamento Sem Teto Fixo


Critério de alocação de recursos que consiste em conferir total liberdade aos órgãos/unidades no
estabelecimento dos quantitativos financeiros correspondentes às suas propostas orçamentárias parciais.
Em gíria orçamentária, conhecido como “o céu é o limite”.
Orçamento de Desempenho

Processo orçamentário que se caracteriza por apresentar duas dimensões do orçamento: o objeto de
gasto e um programa de trabalho (ainda não vinculado a um sistema de planejamento), contendo as ações
desenvolvidas. Toda a ênfase reside no desempenho organizacional (o que o Estado faz), sendo também
conhecido como orçamento funcional.


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Orçamento Programa
• É um plano de trabalho no qual são detalhados os programas e despesas que se pretende realizar
durante o exercício financeiro, evidenciando a política econômica do governo, isto é, é um instrumento
de atuação governamental voltado para aspectos administrativos e de planejamento;
• Foi instituído pela Lei Nº 4.320/64, mas somente implantado após a CF/88 com a criação do PPA , LDO;
• São demonstrados os propósitos, objetivos e metas para as quais a administração solicita os recursos
necessários, identificando o um custo dos programas propostos para alcançar tais objetivos e os dados
quantitativos que medem as realizações e o trabalho realizado dentro de cada programa;
• Está direcionado para o alcance dos objetivos almejados pela Administração Pública, sendo muito mais
do que mero instrumento financeiro;
• É um tipo de técnica de orçamento que mais se aproxima do modelo ideal do orçamento, tornando-se um
instrumento fundamental de todo o processo de gestão dos objetivos do Estado;
• Fornece o instrumento necessário para que o administrador público, a partir do estudo de problemas da
sociedade, possa estabelecer políticas públicas que irão solucionar esses problemas;
• Lógica do orçamento programa:
– Identificar e priorizar os problemas;
– Estudo das alternativas de solução desses problemas;
– Alocação dos recursos necessários para a solucioná-los.
• Todas as decisões sobre a alocação dos recursos são tomadas à luz do planejamento, de forma a maximizar
a atuação estatal e o retorno dos recursos investidos pelo setor privado no setor público;
• O orçamento programa permite:
√ Integração do planejamento e orçamento;
 Os recursos são alocados (orçamento) às ações dos diversos programas (planejamento);
√ Quantificação de objetivos e metas;
®
 Está intimamente ligado aos problemas que a sociedade pretende ver solucionados;
√ Relação insumo/produto;
 Identifica o volume de recurso necessário/utilizado para cumprir objetivos;
√ Alternativas programáticas;
 é o estudo de todas as formas de se alcançar o objetivo do programa;
 escolha da melhor maneira e o menor custo para a resolução do problema;
√ Acompanhamento físico-financeiro;
 Identifica quanto de meta e de recursos que já foram executados/gastos;
√ Avaliação de resultados;
 fornecimento de dados para avaliação do que foi produzido para saber se os objetivos estão sendo
alcançados;
√ Atribui responsabilidades ao Administrador Público;
 Deve haver a prestação de contas do responsável/gerente das ações previstas e dos resultados alcançados;

Principais Diferenças entre Orçamento Tradicional e Programa


TRADICIONAL PROGRAMA
- Dissociado do planejamento; - integrado ao planejamento;
- aloca recursos para adquirir “meios”; - aloca recursos para atingir objetivos e metas;
- ênfase nos aspectos contábeis; - ênfase nos aspectos administrativos e de planejamentos;
- foco nas necessidades financeiras das - considera todos os custos dos programas, inclusive os que
unidades organizacionais; extrapolam o exercício;
- não há mensuração de resultados; - há mensuração de resultados;
- controle visa avaliar a honestidade do - controle visa avaliar a eficiência e eficácia das ações
agente governamental; governamentais;
- principais critérios classificatórios : - principal critério de classificação:
- unidades administrativas e elementos; - funcional-programático;
- decisões tomadas tendo em vista as - decisões tomadas com base em avaliações e análises
necessidades das unidades organizacionais. técnicas das alternativas possíveis.

Fonte: Giacomoni, James - 13ª Edição pág. 159

Os objetivos podem ser classificados em:


√ derivados – demonstram quantitativamente os propósitos específicos do governo, contribuindo para o
alcance dos objetivos finais ou básicos;
√ finais ou básicos – demonstram os fins últimos de toda a ação do governo, evidenciando uma avaliação
qualitativa dos objetivos e indicando as orientações para as políticas nas áreas econômica e social;


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

QUESTÕES DE CONCURSOS

01- (FCC/AFC-TCU/1999) Assinale a única opção correta pertinente ao conceito de orçamento-


programa.
A) A estrutura do orçamento enfatiza os aspectos contábeis de gestão.
B) O principal critério de classificação é o funcional-programático.
C) O controle visa avaliar a honestidade dos agentes governamentais e a legalidade no cumprimento do
orçamento.
D) O processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação.
E) As decisões orçamentárias são tomadas tendo em vista as necessidades das unidades organizacionais.
02- (ESAF/AFC STN 2000 II) - Assinale a única opção que é pertinente ao orçamento tradicional
e não ao orçamento-programa.
A) Os principais critérios classificatórios são unidades administrativas e elementos.
B) Na elaboração do orçamento, são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que
extrapolam o exercício.
C) estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento.
D) alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas.
E) Existe utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados.
3) (ESAF/TCI - PI 2003) - No tocante ao conceito de orçamento-programa, identifique a opção falsa.
a) O principal critério de classificação é o funcional-programático.
b) Na elaboração do orçamento-programa são considerados todos os custos dos programas, inclusive os
que extrapolam o exercício.
c) O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações governamentais.

®
d) O processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação.
e) Existe a utilização sistemática de indicadores e padrões de medição dos trabalhos e dos resultados.
4) (ESAF/TCU - 2000) - Somente uma das afirmações a seguir, referentes ao orçamento-
programa, não é verdadeira, assinale-a.
a) A alocação dos recursos tem em vista a consecução de objetivos e metas.
b) A utilização de indicadores e padrões de desempenho não é relevante para o setor público.
c) O orçamento está inserido num processo mais amplo de planejamento.
d) A estimativa dos custos dos programas é essencial para o seu acompanhamento e avaliação.
e) O orçamento identifica os responsáveis pela execução dos programas.
5) (ESAF/MPU - 2004) - A programação orçamentária, com base nas metas fiscais, admite
vários processos na elaboração do orçamento. Identifique qual é o processo que expressa
financeira e fisicamente os programas de trabalho de governo, possibilitando a integração do
planejamento com o orçamento, a quantificação de objetivos e a fixação de metas, as relações
insumo, produto e a avaliação de resultados.
a) orçamento de desempenho
b) orçamento-programa
c) orçamento base-zero
d) orçamento tradicional
e) orçamento com teto fixo
6) (ESAF- AFC/STN - 2005) - Confrontando-se as diferenças entre o orçamento tradicional e o
orçamento-programa, não se pode afirmar que
a) o orçamento tradicional é o processo de elaboração do orçamento em que é enfatizado o objeto de gasto.
b) o orçamento-programa é o responsável por apresentar os propósitos, objetivos e metas para as quais a
administração terá de prover os fundos necessários.
c) a integração planejamento-orçamento é uma característica básica do orçamento-programa.
d) o orçamento tradicional compatibiliza as programações anuais com os planos.
e) o orçamento-programa parte da previsão de recursos para que sejam definidos as atividades e os
projetos que serão executados.
7) (ESAF - AFC/CGU 2006 - Auditoria e Fiscalização) - Indique a afirmativa incorreta com
relação ás diferenças entre o orçamento tradicional e o orçamento-programa.
a) No orçamento tradicional, a estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de
planejamento, enquanto no orçamento-programa a estrutura do orçamento dá ênfase aos aspectos contábeis
de gestão.
b) No orçamento tradicional, o processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação,
enquanto no orçamento-programa, o orçamento é o elo entre o planejamento e as funções executivas da
organização.
c) No orçamento tradicional, a alocação de recursos visa a aquisição de meios enquanto no orçamento programa
a alocação de recursos visa a consecução de objetivos e metas.
d) Na elaboração do orçamento tradicional, são consideradas as necessidades financeiras das unidades
organizacionais, enquanto na elaboração do orçamento-programa são considerados todos os custos dos programas,
inclusive os que extrapolam o exercício.


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

e) No orçamento-programa, o principal critério de classificação das despesas é o funcional-programático, enquanto


no orçamento tradicional os principais critérios classificatórios são as unidades administrativas e os elementos.
8) (ESAF - TCU 2006 - Analista) - Assinale a única opção incorreta em relação a orçamento-
programa.
a) A integração planejamento-orçamento é característica do orçamento-programa.
b) Orçamento-programa informa, em relação a cada atividade ou projeto, quanto vai gastar, para que vai gastar
e por que vai gastar.
c) O orçamento-programa identifica programas de trabalho, objetivos e metas, compatibilizando-os com os
planos de médio e longo prazos.
d) O orçamento-programa é o processo de elaboração do orçamento em que é enfatizado o objeto de gasto.
e) Processo de elaboração do orçamento-programa é técnico e baseia-se em diretrizes e prioridades, estimativa
real de recursos e cálculo real das necessidades.
9) (ESAF - MPOG/2002) Com relação ao conceito de orçamento-programa, assinale a única opção
correta.
a) No orçamento-programa, os critérios de classificação baseiam-se em uni¬dades administrativas.
b) No orçamento-programa, o controle visa avaliar a eficiência e a eficácia das atividades governamentais.
c) O orçamento-programa é totalmente dissociado do processo de planejamento.
d) A estrutura do orçamento-programa prioriza os aspectos contábeis da gestão.
e) Na elaboração do orçamento-programa, são respeitadas as necessidades financeiras das unidades
administrativas.
10) (FCC) É característica da técnica de elaboração orçamentária denominada orçamento base zero:
(A) dissociação dos processos de planejamento e programação.
(B) revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária.
(C) ênfase aos aspectos contábeis da gestão e controle externo dos gastos.
®
(D) avaliação da integridade dos agentes governamentais e legalidade no cumprimento do orçamento.
(E) direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas.
11) (ESAF- AFC/STN - 2005) - De acordo com o conceito de orçamento, identifique a única opção
incorreta.
a) Orçamento público é o processo mediante o qual o governo traça um programa de projetos e atividades,
estimando suas receitas e planejando sua aplicação, com prévia fixação das despesas.
b) Os princípios orçamentários estão basicamente definidos na Constituição Federal e na Lei nº 4.320/64.
c) O orçamento incremental é o orçamento elaborado por meio dos ajustes marginais nos itens de receita e despesa.
d) O orçamento tradicional destaca as metas, os objetivos e as intenções do governo, consolidando um
conjunto de programas a ser realizado durante determinado período.
e) No Brasil, a Lei nº 4.320/64 estabelece a obrigatoriedade do orçamento-programa, determinando que a
Lei Orçamentária conterá a discriminação da receita e despesa.
12) O orçamento-programa foi introduzido no Brasil por meio da Lei no 4.320/64 e do Decreto-Lei no
200/67. A Constituição Federal de 1988 consolidou definitivamente o orçamento-programa no Brasil, ao
vincular o processo orçamentário ao PPA, à LDO e à LOA. Orçamento-programa é um
(A) documento que prevê apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, constituindo a principal
peça contábil-financeira para a orientação da ação governamental.
(B) programa que compreende as metas e prioridades da Administração Pública Federal, orienta a
elaboração da Lei Orçamentária Anual, dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
(C) documento que se preocupa com a efetividade e a eficiência dos gastos públicos das estatais.
(D) plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, por meio da identificação dos
seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem
implementados, bem como a previsão dos custos relacionados.
(E) plano de trabalho que tem por finalidade estabelecer as diretrizes, objetivos e metas da administração
pública federal, de forma regionalizada, orientando a ação governamental apenas dos governos
subnacionais.
13. Com relação à técnica do orçamento base zero, assinale a opção incorreta.
A) É uma técnica de elaboração de orçamentos públicos e privados cujo objetivo é eliminar a prática nociva
de se alocar recursos a determinada unidade orçamentária ou departamento com base apenas na justificativa
do aumento de vendas ou projetos nessas unidades, em relação ao ano anterior.
B Essa técnica foi desenvolvida no final dos anos 60 do século passado, na empresa privada Texas Instruments.
Sua metodologia é centrada no conceito conhecido como pacote de decisão.
C O pacote de decisão é o documento que identifica e descreve uma atividade específica, de modo que a
administração possa avaliá-la e priorizá-la em relação a outras atividades.
D A adoção dessa técnica tende a reduzir os custos e o trabalho de preparação do orçamento, além de
diminuir a resistência por parte dos indivíduos/grupos, que deixariam de se preocupar com a priorização de
suas atividades.


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

GABARITO
1. B 2. A 3. D 4. B 5. B
6. D 7. A 8. D 9. B 10. B
11. D 12.D 13.D

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

• São premissas a serem observadas na concepção da proposta orçamentária, implícita ou explicitamente


expressas na legislação;
• São os princípios:
√ da Unidade ou da Totalidade;
√ da Universalidade;
√ da Anualidade ou Periodicidade;
√ da Especificação, Especialização ou Discriminação;
√ da Exclusividade;
√ do Equilíbrio;
√ da Não Afetação;
√ do Orçamento Bruto;
√ da Clareza;
√ da Publicidade;

®
√ da Unidade de Caixa;
√ da Programação;
√ da Legalidade;
√ da Precedência;
√ do Estorno de verbas.

Princípio da Unidade ou da Totalidade


√ O orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um só orçamento para um exercício
financeiro;
√ Possibilita o controle sobre os gastos públicos, evitando o excesso de despesas e conseqüentemente, o
déficit público;
√ Procura-se eliminar a existência de múltiplos orçamentos (orçamentos paralelos);
√ O princípio da totalidade prevê a coexistência de múltiplos orçamentos que, no entanto, devem ser
consolidados em uma única lei (LOA).
√ Princípio orçamentário constitucional que determina que a Lei Orçamentária Anual (LOA) deverá conter
os orçamentos:
 Fiscal;
 de Investimento das Estatais;
 da Seguridade Social.
Exceção: créditos adicionais

Princípio da Universalidade
√ O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público;
√ Evita que a arrecadação de algum recurso financeiro, bem como a sua aplicação, fuja à competente
apreciação e aprovação do Poder Legislativo.
√ Propicia a identificação das receitas e despesas de transferências;
√ Princípio orçamentário constitucional (art 165, § 5º ).

Princípio da Anualidade ou da periodicidade


√ O orçamento tem vigência limitada a determinado período;
√ Vigência = 01 ano (exercício financeiro);
√ Coincide com o calendário civil (1º de jan a 31 de dez);
√ Exceções: Créditos adicionais: Especiais e Extraordinários.

Princípio da Especificação, Especialização ou da Discriminação


√ As receitas e despesas devem ser detalhadas, ao máximo para conhecimento das origens e
aplicações dos recursos;
√ Não se pode agregar despesas ou receitas que inviabilize conhecer sua fonte e seu destino;
√ Despesa deve ser discriminada, no mínimo por elementos (pessoal, material, obras, etc);


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

√ Elementos – são os recursos colocados à disposição do estado para a consecução de seus fins;
Exceção: Dotações globais - Dotação não especificamente destinada a órgão, unidades
orçamentária, programa ou categoria econômica (reservas de contingências).

Princípio da Exclusividade
√ Princípio orçamentário constitucional;
√ A Lei Orçamentária deverá tratar de matéria exclusivamente orçamentária, somente estimativas
de receitas ou a fixação de despesas.
Exceção: Poderá conter autorizações para:
 Abertura de créditos suplementares;
 Operações de crédito, inclusive por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO);

Princípio do Equilíbrio
√ Não é mais previsto na Constituição Federal;
√ Valor da despesa = Valor da receita;
√ Tem a finalidade de impedir que o setor público exerça suas atividades sem a preocupação com os
saldos orçamentários (déficits ou superávits) que influenciam nas finanças:
 Públicas – aumento do endividamento;
 Privadas – aumento da redução da demanda agregada da economia;
√ Quando o orçamento atua de forma deficitária, esse princípio, informa que deverá existir
fonte (operação de crédito) que financie o excesso de despesas sobre o montante das receitas.
√ Regra de Ouro
Art. 167. São vedados:

®
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

Receitas Despesas

Operações de Créditos

Princípio da Não-Afetação de Receitas de Impostos


√ Princípio orçamentário constitucional;
√ É vedada a vinculação de impostos a órgão; fundo; ou despesa, salvo:
 Participação de estados, DF e municípios na arrecadação tributária;
 Recursos para saúde e educação;
 Prestar garantia à União;
 Pagamento de débitos para com a União; e
 Garantia de operações de antecipação de receita.

Princípio do Orçamento Bruto


√ Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções;
√ Os valores líquidos impedem:
 a averiguação do fluxo/caminho percorrido pelos recursos orçamentários; e
 que os recursos sejam disponibilizados de forma transparente.

Receitas Despesas

Imposto de Renda R$ 100,00 Transferência para Estados e Municípios R$ 47,00

Princípio da Clareza
√ O orçamento tem que ser claro e de fácil entendimento;
√ Princípio de difícil execução, devido à linguagem específica do orçamento.

Princípio da Publicidade
√ Princípio orçamentário constitucional;
√ Os atos da administração devem ser acessíveis a todos, salvo disposição contrária;
√ Objetiva garantir o acesso público do conteúdo do orçamento;

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Princípio da Unidade de Caixa


√ Os recursos do governo devem ser recolhidos/depositados em uma única conta, facilitando a
administração e o controle de seus respectivos fluxos e estoques;

Princípio da Programação
√ É o princípio mais moderno;
√ O orçamento deve:
 servir como verdadeiro instrumento de administração do governo; e
 atuar como ferramenta que auxilia de forma fundamental no planejamento e gerenciamento
das ações do estado.

Princípio da Legalidade
√ As receitas e despesas públicas só podem ser efetuadas se autorizadas mediante lei.

Princípio da Precedência
√ O orçamento deve ser aprovado antes de iniciar o exercício financeiro;

Princípio da Proibição do Estorno de verbas


√ O Poder Executivo não pode desfazer o que o Poder Legislativo discutiu, apreciou e votou;
√ As alterações na Lei Orçamentária só podem ser efetuadas mediante nova autorização
legislativa;

QUESTÕES DE CONCURSOS
®
01. (ACE/2002) A ação planejada do Estado materializa-se através do orçamento público.
Indique o princípio orçamentário que consiste na não-inserção de matéria estranha à previsão
da receita e à fixação da despesa.
A) princípio da discriminação
B) princípio da exclusividade
C) princípio do orçamento bruto
D) princípio da universalidade
E) princípio do equilíbrio
02. (FCC - Mare – Analista de Orçamento – 1999) Relaciona-se diretamente com o princípio
da unidade de tesouraria
A) a previsão da receita.
B) o recolhimento das receitas.
C) a arrecadação da receita, apenas.
D) a liquidação da despesa, apenas.
E) a arrecadação da receita e a liquidação da despesa.
03. (FCC - TRT – 20ª Região – Analista Judiciário – 2006) Em relação ao princípio orçamentário
da universalidade, é correto afirmar que:
A) em regra, não se inclui na lei de orçamento, normas estranhas à previsão de receita e à fixação de despesa.
B) Cada orçamento deve se ajustar a um modelo único não querendo dizer que deva compreender todas
as receitas e despesas numa única peça.
C) O orçamento inclui todas as receitas e despesas, quer da Administração direta, quer da Administração Indireta.
D) O orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e completa, e manter o equilíbrio, do ponto de
vista financeiro, entre os valores de receita.
E) O orçamento inclui somente as receitas e despesas da Administração Direta.
04. (FCC - Analista Judiciário – TRF 4ª REGIÃO/2001) Constitui exceção ao princípio da anualidade:
A) os créditos especiais e extraordinários abertos nos últimos quatro meses;
B) a inscrição em restos a pagar processados
C) a inscrição em restos a pagar não processados
D) a inscrição do serviço da dívida a pagar
E) a utilização do superávit financeiro do exercício anterior.
05. (AFC-TCU/1999) No tocante aos objetivos dos princípios orçamentários, assinale a opção correta.
A) Segundo o princípio da exclusividade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos
poderes da União.
B) De acordo com o princípio da unidade, o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária.
C) O princípio da publicidade representa uma regra técnica administrativa, segundo a qual a lei do orçamento
somente deve veicular matéria de natureza financeira.
D) O princípio da legalidade determina que o conteúdo do orçamento deve ser divulgado por veículos oficiais
de comunicação.
E) O princípio da unidade recomenda que deve existir apenas um orçamento.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

06. (FCC - PMJAB – Auditor Tributário – 2006) Todas as receitas e despesas constarão da Lei
Orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Trata-se do principio orçamentário
A) da Unidade.
B) do Orçamento Bruto e Universalidade.
C) do Equilíbrio Orçamentário.
D) da Anualidade.
E) da Não-Afetação de Receitas.
07. (FCC - MARE – Analista de Orçamento – 1998) Constitui exceção ao Princípio da Anualidade
A) os restos a pagar.
B) a dívida ativa.
C) a reabertura de créditos.
D) o serviço da dívida a pagar.
E) o plano plurianual.
08. (FCC - TRF - Analista Judiciário – 4ª Região – 2004) O princípio da anualidade estabelece
que as autorizações orçamentárias e, conseqüentemente, o exercício financeiro no Brasil deve
corresponder a doze meses e coincidir com o ano civil. Contudo, constitui EXCEÇÃO ao princípio
mencionado
A) o processo dos fundos especiais.
B) os restos a pagar não processados.
C) a autorização para os créditos reabertos.
D) as receitas vinculadas.
E) o processamento das despesas orçamentárias de exercícios anteriores.
09. (TCU/1996) Desde seus primórdios, a instituição orçamentária foi cercada por uma série de
regras, com a finalidade de aumentar-lhe a consistência no cumprimento de sua principal tarefa,

é fundamentada nessas regras, também chamadas princípios orçamentários, ®


que é auxiliar o controle parlamentar sobre os executivos. No Brasil, a prática orçamentária, que

A) não respeita o princípio da unidade, dada a existência do orçamento fiscal, do orçamento das estatais e
do orçamento da seguridade social.
B) respeita o princípio da universalidade, mesmo não havendo a exigência de inclusão das receitas e das
despesas operacionais das empresas estatais.
C) não respeita o princípio do orçamento bruto, porquanto permite que algumas despesas sejam deduzidas
de certas receitas.
D) respeita o princípio da anualidade, mesmo havendo a exigência de elaboração de planos plurianuais.
E) respeita o princípio da exclusividade, mesmo havendo a possibilidade de o orçamento conter autorizações
para a abertura de créditos suplementares.
10. (TRT 4ª Região – Analista Judiciário – 2006) A autorização, na lei do orçamento, para abertura
de créditos suplementares é exceção ao princípio orçamentário
A) da não afetação de receita
B) da unidade
C) da universalidade
D) da exclusividade
E) do orçamento bruto
11. (FCC – TCM/CE – Auditor – 2006) O princípio que estabelece que todas as receitas e despesas
do ente público devem constar na elaboração do orçamento é denominado principio da
A) unidade.
B) exclusividade.
C) universalidade.
D) não afetação.
E) especificação.
12. (TCU/1996) Assinale a opção correta referente à aplicação dos princípios orçamentários.
A) De acordo com o princípio da unidade, os orçamentos das três esferas da Administração deveriam ser
unificados em um orçamento nacional.
B) Em consonância com o princípio do orçamento bruto, as transferências no âmbito interno de cada
esfera da Administração se anulam.
C) A existência da conta única encontra respaldo no princípio da unidade de caixa.
D) A destinação dos recursos das taxas para o custeio de serviços específicos contraria o princípio da
não-afetação de receitas.
E) A adoção do princípio da exclusividade condiciona a criação ou aumento de impostos a sua inclusão
no orçamento.
13. (TRE-AM/2003) “Todas as receitas e despesas constarão da Lei do Orçamento pelos seus
totais, vedadas quaisquer deduções”, constitui enunciado do princípio orçamentário
A) da unidade.
B) da universalidade.
C) da não afetação da receita.
D) do orçamento bruto.
E) da exclusividade.

12
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

14. (TRT-21ª REG/2003) A inclusão de dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação


da despesa na Lei Orçamentária Anual fere o princípio orçamentário
A) da não afetação da receita.
B) da unidade.
C) da anualidade.
D) da exclusividade.
E) do orçamento bruto.
15. (TRF 5ª REG./2003) O domínio orçamentário próprio e independente pela pessoa jurídica
central do Estado, em coexistência com os das suas entidades da administração indireta e
a visão geral do conjunto das suas finanças públicas é obtido por consolidação, segundo o
princípio orçamentário
A) da anualidade.
B) da totalidade.
C) da universalidade.
D) da não afetação das receitas.
E) da exclusividade.
16. (TRF-CE/2004) O princípio da anualidade estabelece que as autorizações orçamentárias e,
conseqüentemente, o exercício financeiro no Brasil deve corresponder a doze meses e coincidir
com o ano civil. Contudo, constitui EXCEÇÃO ao princípio mencionado
A) a autorização para os créditos reabertos.
B) as receitas vinculadas.
C) o processamento das despesas orçamentárias de exercícios anteriores.
D) o processo dos fundos especiais.

®
E) os restos a pagar não processados.
17. (TRE-AP/2003) No que diz respeito ao orçamento público, a formulação de objetivos e o
estudo das alternativas da ação futura para alcançar os fins da atividade governamental; assim
como a redução dessas alternativas de um número muito amplo a um pequeno e, finalmente, a
prossecução do curso da ação adotada, referem-se ao princípio da
A) programação.
B) unidade.
C) universalidade.
D) estabilidade orçamentária.
E) exclusividade.
18. (CESPE-STM/Analista/2004) O princípio da legalidade dispõe que o orçamento deve ser objeto de uma
lei resultante de processo legislativo completo. Isso não impede que o orçamento seja às vezes entendido
como uma lei especial, ou lei apenas no sentido formal, já que o seu conteúdo guarda mais correlação com
os atos administrativos que propriamente com preceitos legais.
19. (CESPE–Anatel/Analista/2004) Com base na Lei nº 4.320/1964, a LOA conterá a discriminação da
receita e da despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do
governo, obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade. A partir da Constituição Federal
de 1988, nenhum outro princípio poderá ser relacionado ao orçamento público.
20. (CESPE-Procurador TCU/2004) Em cumprimento ao princípio da exclusividade, todas as receitas e
todas as despesas dos poderes, fundos, órgãos e das entidades da administração pública direta e indireta
devem estar incluídos no orçamento anual geral.
21. (CESPE-Procurador TCDF/2002) Os basilares princípios da universalidade e da exclusividade,
expressamente previstos no texto constitucional, implicam, respectivamente, que o orçamento deve conter
todas as receitas e despesas, inclusive a dos Poderes, fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, e que o orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não incluídas nessa proibição as hipóteses definidas na própria Constituição da República.
22. (CESPE-Procurador TCDF/2002) O princípio da não-vinculação ou da não-afetação da receita, positivado
no texto constitucional, veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, admitindo,
todavia, algumas exceções, expressamente definidas, a essa regra geral.
23. (CESPE-TCE-PE/Auditor/2004) Pelo princípio da não-vinculação da receita de impostos, é proibido
vincular a receita de impostos a órgãos, fundos e a despesas. Apesar disso, é admissível a utilização da
receita de impostos para a realização de atividades de administração tributária.
24. (CESPE-Procurador TCU/2004) Em observância ao princípio da especificação, que comporta exceções,
o orçamento não contem dispositivo estranho à previsão das receitas e à fixação das despesas.
25. (CESPE-Procurador TCDF/2002) O princípio do equilíbrio orçamentário, considerado, em uma concepção
clássica, como o verdadeiro princípio fundamental dos orçamentos públicos, está expressamente previsto na
Constituição da República.
26. (CESPE – Técnico Judiciário – TRE Alagoas – 2004) O orçamento brasileiro tem alto grau de vinculações,
tais como transferências constitucionais para estados e municípios, manutenção do ensino, seguridade social
e receitas próprias de entidades. Essas vinculações tornam o processo orçamentário extremamente rígido.

13
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

27. (CESPE – 2004 – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) O princípio do
equilíbrio surgiu com o objetivo de impedir que a lei de orçamento, em função da natural celeridade de sua
tramitação no legislativo, seja utilizada como meio de aprovação de matérias que nada tenham a ver com
questões financeiras.

GABARITO

1. B 2. B 3. C 4. A 5. E
6. B 7. C 8. C 9. E, C, E, C, C 10. D
11. C 12. C 13. D 14. D 15. B
16. A 17. A 18. E 19. E 20. E
21. C 22. C 23. C 24. E 25. E
26. C 27. E

LEIS ORÇAMENTÁRIAS

- São leis ordinárias, entretanto, as leis que as regulam, são leis complementares;
- São privativas do chefe do executivo;
- A CF/88 estabelece que a competência para legislar sobre matéria orçamentária é “concorrente” entre
União, Estados e Distrito Federal;
- São leis apenas no sentido formal;

®
Os prazos estão dispostos no ADCT art. 35

Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


O PLANO PLURIANUAL – PPA
A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO
A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA

plano plurianual (PPA)


A lei que o instituir estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.
Art. 167. São vedados:
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Lei complementar prevista no art. 165, § 9º da CF, irá dispor sobre o exercício financeiro, os prazos, a
elaboração e a organização do PPA, LDO e LOA.
Como ainda não temos esta lei utilizaremos o que está disposto no art. 35 do ADCT.

Prazo do PPA
O ADCT estabelece que no âmbito federal o projeto de lei do PPA será encaminhado, pelo Poder Executivo,
ao Congresso Nacional até 4 meses antes do encerramento do exercício (31/08) e devolvido para sanção ate
o encerramento da sessão legislativa (22/12).

Vigência do PPA
O ADCT estabelece que o PPA cobrirá o período compreendido entre o inicio do segundo ano do mandato
presidencial e o final do 1º exercício do mandato subseqüente. Esta regra, entendida como norma geral, é
extensiva aos demais entes da Federação.
O PPA tem a mesma duração do mandato do chefe do Poder Executivo, porém vigência distinta.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)


Instituída pela Constituição de 1988, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO é o instrumento norteador da
elaboração da lei orçamentária anual na medida em que estabelece para cada exercício:
• as prioridades e metas da administração pública federal.
• a estrutura e organização dos orçamentos
•  as diretrizes para a elaboração e execução dos orçamentos da União e suas alterações.
•  as disposições relativas à dívida pública federal.
• as disposições relativas às despesas da União com pessoal e encargos sociais.
• a política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento.
• as disposições sobre alterações na legislação tributária da União.

14
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

A Lei de Responsabilidade Fiscal atribuiu à LDO a responsabilidade de tratar de outras matérias:


• estabelecimento de metas fiscais
• a fixação de critérios par a limitação de empenho e movimentação financeira.
• a publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio dos
servidores civis e militares.
• a avaliação financeira do Fundo de Amparo ao Trabalhador e as projeções de longo prazo dos
benefícios de amparos assistenciais - LOAS.
• a margem de expansão das despesas obrigatórias de natureza continuada.
• avaliação dos riscos fiscais.

Prazos da LDO
Segundo o ADCT o projeto da LDO deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional até 8 meses e meio
antes do encerramento do exercício (15/04), e devolvido para sanção até o encerramento do 1º período da
sessão legislativa (17/07).
O primeiro período da sessão legislativa somente será encerrado após aprovação da LDO (art. 57, § 2º, CF).
As emendas ao projeto da LDO não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o PPA (art. 166, § 4º, CF).

Vigência da LDO
Em relação à execução da LOA: exercício financeiro;
Em relação à elaboração e execução da LOA: superior a 1 ano.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)


A lei orçamentária anual compreenderá:
• o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
®
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; tem como função reduzir
desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
• o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a
maioria do capital social com direito a voto; tem como função reduzir desigualdades inter-regionais, segundo
critério populacional.
• o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Exemplo : Saúde, Previdência e Assistência social.

Prazos da LOA
O ADCT estabelece que no âmbito federal o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado,
pelo Poder Executivo, ao Congresso Nacional até 4 meses antes do encerramento do exercício (31/08) e
devolvido para sanção ate o encerramento da sessão legislativa (22/12).
De acordo com a CF/88 é vedado o inicio de programas não incluídos na LOA (art. 167, I da CF). As
emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos de créditos adicionais somente podem ser
aprovadas caso sejam compatíveis com o PPA e com a LDO (art. 166, § 3º, I da CF).

Vigência da LOA
Um exercício financeiro (01/01 a 31/12).
- O exercício financeiro coincide com o ano civil.
Art. 167. São vedados:
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação
para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade
social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados
no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de
receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com
pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
XI -
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (TRE-PE/2004) O instrumento que contém a previsão de receita e a fixação da despesa


para um determinado exercício, elaborado em consonância com a LDO −Lei de Diretrizes
Orçamentárias, é denominado

15
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

A) leverage financeiro.
B) cash-flow.
C) orçamento público.
D) contabilidade pública.
E) programa de governo.
02. (FCC - TRE-MG – Analista Judiciário – 2005) Elaborar-se-á no primeiro ano do mandato do
Executivo e terá vigência de 48 meses:
A) Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
B) Orçamento Público
C) Plano Plurianual
D) Lei do Orçamento Anual – LOA
E) Ciclo Orçamentário
03. (FCC - TRT – 20ª Região – Analista Judiciário – 2006) O sistema orçamentário público é
composto por três leis de iniciativa do Executivo sendo que a Lei de Diretrizes Orçamentárias
A) Constitui-se no instrumento utilizado para a conseqüente materialização do conjunto de ações que
foram planejadas, visando ao melhor atendimento e bem estar da comunidade.
B) Prevê despesas de capital que não se associam a ações corriqueiras de operação e manutenção de
serviços pré-existentes, apresentando projetos de forma individual e financeiramente quantificados.
C) Estabelece metas de governo para um período de 4 anos.
D) É integrada pelos orçamentos fiscal, de investimento das empresas estatais e da seguridade social.
E) Propões critérios para limitação de empenho e movimentação financeira e apresenta anexos de metas e
riscos fiscais, entre outros conteúdos, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal.
04. (TRT-RN/2003) O exercício financeiro compreende
A) 12 meses consecutivos quaisquer.
B) 12 meses coincidindo com o ano calendário.
C) 18 meses consecutivos.
D) 18 meses coincidindo com o ano civil.
®
E) 24 meses consecutivos.
05. (TRF-CE/2004) Estabelece as diretrizes e objetivos da Administração Pública
A) a Constituição Federal.
B) o plano plurianual.
C) os planos e programas gerais, setoriais e regionais.
D) a lei de diretrizes orçamentárias.
E) a lei orçamentária anual.
06. (FCC - MPPEP – Analista Ministerial – 2006) A Lei nº 4.320/64, conforme art 1º, estatui
normas gerais do direito financeiro, para elaboração e controle dos orçamentos e balanços,
A) da União, apenas.
B) dos Estados e dos Municípios, apenas.
C) dos Municípios e do Distrito Federal, apenas.
D) da União, dos Estados e do Distrito Federal, apenas.
E) da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
07. (ACE-MA/2005) O Anexo de Metas Fiscais deverá integrar
A) o Plano Plurianual (PPA) disposto pela Constituição Federal, estabelecendo metas de resultados primário
e nominal para o seu período de vigência.
B) a Lei Orçamentária Anual (LOA), estabelecendo as metas de resultados primário e nominal para o
exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
C) o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabelecendo em valores correntes e constantes a
meta para o montante da dívida pública para o exercício a que se referir e para os dois seguintes.
D) a Lei Orçamentária Anual (LOA), estabelecendo as metas de resultados primário e nominal somente para
o exercício a que se referir.
E) o Plano Plurianual (PPA) disposto pela Constituição Federal, estabelecendo as metas anuais em valores correntes
e constantes relativas a receitas, despe¬sas, resultado nominal e primário e o montante da dívida pública.
08. (FCC - MPPEP – Analista Ministerial – 2006) No Brasil a duração do exercício financeiro é
A) semestral, com inicio em 1º de janeiro e término em 31 de junho.
B) bimestral.
C) anual, com inicio em 1º de janeiro e término em 31 de dezembro.
D) anual, com inicio em 1º de fevereiro e término em 31 de janeiro do exercício seguinte.
E) quadrimestral.
09. (FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 4ª REGIÃO/2001) É vedada a movimentação sem
prévia autorização legislativa, de recursos orçamentários:
A) de uma categoria de programação para outra, apenas;
B) de um órgão para outro, apenas
C) de um poder para outro, apenas
D) do orçamento fiscal e da seguridade para cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, mesmo que não
compreendidos nos orçamentos constantes de Lei Orçamentária Anual.
E) De uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro.

16
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

10. (TRE-AP) A lei anual que compreende as metas e prioridades da Administração Pública
federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, sendo que,
dentre outras situações, dispõe sobre as alterações na legislação tributária, diz respeito à
A) lei de diretrizes orçamentárias.
B) mensagem do plano plurianual.
C) proposta orçamentária anual.
D) norma específica de natureza tributária.
E) aplicação dos créditos adicionais.
11. (TRE-MG) Elaborar-se- no primeiro ano do mandato do Executivo e terá vigência de 48 meses:
A) Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO.
B) Orçamento Público.
C) Plano Plurianual.
D) Lei do Orçamento Anual - LOA.
E) Ciclo Orçamentário.
12. (FCC - TRF - Analista Judiciário – 4ª Região – 2004) Estabelece as diretrizes e objetivos da
Administração Pública
A) a lei de diretrizes orçamentárias.
B) a lei orçamentária anual.
C) a Constituição Federal.
D) o plano plurianual.
E) os planos e programas gerais, setoriais e regionais.
13. (MPPEP – Analista Ministerial de Planejamento – 2006) Com relação ao Orçamento Público,
analise:
I. A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas,

da seguridade social. ®
em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e o orçamento

II. A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais de forma
a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no plano plurianual.
III. O Plano Plurianual é um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar as ações do governo
que levem à realização dos objetivos e metas fixadas para um período de cinco anos.
IV. A lei dos orçamentos anuais é o instrumento utilizado para a conseqüente materialização do conjunto de
ações e objetivos que foram planejados visando ao atendimento e bem-estar da coletividade.
V. A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública.
É correto o que consta em:
A) I, III e IV, apenas
B) I, II, IV e V, apenas
C) II, III e IV, apenas
D) IV e V, apenas
E) I, II, III, IV e V
14. (Fiscal da Receita – Auditoria Tributária – DF – 2001) Em matéria de orçamentos, é
certo que
A) cabe à lei ordinária, entre outros casos, determinar condições para instituição e extinção de fundos.
B) cabe à lei complementar, entre outros casos, estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial
da administração direta e indireta.
C) o Poder Executivo publicará, até vinte dias após o encerramento de cada trimestre, relatório da
execução orçamentária.
D) é vedado, em qualquer hipótese, conter na lei orçamentária anual dispositivo estranho à previsão da
receita e a fixação de despesa.
E) leis de iniciativa dos três Poderes estabelecerão o plano anual, os orçamentos qüinqüenais e as
diretrizes orçamentárias.
15. (MPPEP – Analista Ministerial – 2006) O período no qual se exercem todas atividades
administrativas e financeiras relativas à execução do orçamento denomina-se
A) Exercício Financeiro.
B) Período Adicional.
C) Período Trimestral.
D) Exercício Semestral.
E) Exercício Contábil.
16. (TCE – AM – Procurador – 2005) A espécie de orçamento que “compreenderá as metas
e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento” denomina-se
A) Orçamento fiscal
B) Plano Plurianual

17
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

C) Orçamento da seguridade social


D) Lei de diretrizes orçamentárias
E) orçamento de investimento das empresas estatais.
17. (MPPEP – Analista Ministerial de Planejamento – 2006) A Constituição Federal de 1988
introduziu diversas inovações no processo orçamentário. Define corretamente uma dessas
inovações:
A) Recuperou a figura do planejamento na administração pública brasileira, mediante a integração entre
plano e orçamento, por meio da criação do Plano Plurianual (PPA) e da Lei de diretrizes Orçamentárias
(LDO).
B) concluiu o processo de modernização orçamentária, criando, além do Orçamento Monetário, o
Orçamento Fiscal e o Orçamento da Seguridade social.
C) Restaurou a prerrogativa do Congresso Nacional de iniciativa de proposição da lei em matéria
orçamentária ao longo de todo o ciclo orçamentário.
D) unificou o processo orçamentário, propondo um PPA válido por 5 anos.
E) aprovou a Lei de Responsabilidade Fiscal
18. (FCC – Prefeitura Municipal de Santos – Administrador – 2005) Os princípios básicos
que devem ser seguidos para a elaboração e controle do orçamento Público Brasileiro estão
definidos pelos seguintes dispositivos legais:
A) Constituição Federal do Brasil, Lei nº 4.320⁄64, Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei
de Responsabilidade Fiscal e Lei nº 8.666⁄93.
B) Constituição Federal do Brasil, Lei nº 4.320⁄64, Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei
de Responsabilidade Fiscal.
C) Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei de Orçamento Anual e Fluxo de Caixa

®
Governamental.
D) Constituição Federal do Brasil, Lei nº 4.320⁄64, Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei
de Responsabilidade Fiscal, Orçamento pelo regime de caixa e de competência e Fluxo de Caixa.
E) Política Fiscal, Política Regulatória e Política Monetária.
19. (FCC – TCE/CE – Auditor – 2006) Considere as seguintes afirmações:
I. o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro e devolvido para sanção até encerramento da sessão legislativa.
II. O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até seis meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até encerramento da sessão legislativa.
III. O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do enceramento do
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
SOMENTE está correto o que se afirma em
A) I B) II C) I e II
D) I e III E) II e III
20). (MMA - ANALISTA - 2004) - No Brasil, tanto a iniciativa como a competência em matéria orçamentária
são do Poder Executivo.
21). (TCE-RN - PROCURADOR - 2004) - As leis do PPA não podem ser de iniciativa popular.
22). (MPOG 2003) - A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) instituída pela Constituição de
1988 é o instrumento norteador da Lei Orçamentária Anual (LOA). A Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF), de 04 de maio de 2000, atribuiu é LDO a responsabilidade de tratar também de
outras matérias. Indique qual opção não representou uma responsabilidade adicional é criadas
pela LRF.
a) A avaliação de riscos fiscais.
b) A fixação de critérios para a limitação de empenho e movimentação financeira.
c) A publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio dos
servidores civis e militares.
d) O estabelecimento de prioridades e metas da administração pública federal.
e) O estabelecimento de metas fiscais.
23). (STJ - ANALISTA - 2004) - A LDO deve conter as metas e prioridades da administração pública
federal, com as despesas de capital para o exercício subseqüente.
24). (STJ - ANALISTA - 2004) - É vedado o inicio de programas não-incluídos como prioridade na LDO.
25). (STJ - ANALISTA - 2004) - É vedada a utilização, sem autorização legislativa especifica, de recursos
dos orçamentos fiscais e de investimentos das estatais para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos.
26). (STJ - ANALISTA - 2004) É vedada a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa.
27). (STJ - ANALISTA - 2004) - É vedada a transferência voluntária de recursos e a concessão de
empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos governos federal e estaduais e suas instituições
financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios.

18
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

28). (TCU - ANALISTA -2004) - Instituído pela Constituição Federal de 1988, o plano plurianual, de
vigência coincidente com a do mandato do chefe do Poder Executivo, estabelece, de forma regionalizada,
as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
29). (TCE-RN - PROCURADOR - 2004) - Em conformidade com a Constituição da República, o PPA terá
vigência de quatro anos, independentemente da duração do mandato do chefe do Poder Executivo.
30). (TCDF - AUDITOR - 2002) - O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado pelo
presidente da República ao Congresso Nacional até oito meses e meio antes do encerramento do exercício
financeiro e será devolvido para a sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
31). Considere as seguintes afirmativas:
I. A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas
em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e o
orçamento da seguridade social.
II. A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais
de forma a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no plano
plurianual.
III. O Plano Plurianual é um plano de médio prazo, por meio do qual procura-se ordenar as ações do
governo que levem à realização dos objetivos e metas fixadas para um período de dez anos.
IV. A lei dos orçamentos anuais é o instrumento utilizado para a conseqüente materialização do conjunto
de ações e objetivos que foram planejados visando ao atendimento e bem-estar da coletividade.
V. A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública.

Sobre o Orçamento Público no Brasil está correto o que se afirma SOMENTE em


(A) II e IV. (B) IV e V. (C) I, II e V. (D) I, III e V. (E) I, II, IV e V. ®
32). É INCORRETO o que se afirma em:
(A) O projeto de lei orçamentária anual deve ser elaborado de forma compatível com o Plano Plurianual,
com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas da Lei de Responsabilidade Fiscal.
(B) A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.
(C) A lei de diretrizes orçamentárias disporá sobre normas relativas ao controle de custos e à avaliação
dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos.
(D) A lei orçamentária poderá consignar dotação para investimento com duração superior a um exercício
financeiro que não esteja previsto no Plano Plurianual.
(E) O Plano Plurianual, a lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento anual são instrumentos relativos
ao processo orçamentário.

GABARITO

01. C 02. C 03. E 04. B 05. B


06. E 07. C 08. C 09. E 10. A
11. C 12. D 13. B 14. B 15. A
16. D 17. A 18. B 19. D 20. E
21. C 22. D 23. C 24. E 25. E
26. C 27. C 28. E 29. E 30. C
31. E 32. D

CREDITOS ORÇAMENTÁRIOS

Créditos Orçamentários - São autorizações constantes na Lei Orçamentária para a realização de despesas.
Dotação - Limite de crédito consignado na lei de orçamento ou crédito adicional, para atender
determinada despesa.
Créditos Ordinários: Estão na Lei
Créditos Adicionais:
• São as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de
Orçamento.

19
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

• O ato que abrir crédito adicional indicará:


√ a importância;
√ a espécie; e
√ a classificação da despesa, até onde for possível.
• Classificam-se em:
√ suplementares;
√ especiais;
√ extraordinários.

Créditos suplementares
√ são os destinados a reforço de dotação orçamentária;
√ serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
* Suplementação automática - Consta na LOA, basta o decreto.
√ dependem da existência de recursos disponíveis e requer indicação destes recursos.
√ Vigência: Exercício Financeiro.

Créditos especiais
√ os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica (novas
despesas);
√ serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
√ dependem da existência de recursos disponíveis e requer indicação destes recursos.
√ Vigência: Exercício Financeiro, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses
daquele exercício, caso em que reabertos no limite dos seus saldos, serão incorporados ao exercício financeiro

®
subsequente.

Créditos extraordinários
√ os destinados a despesas urgentes e imprevisíveis tais como: as decorrentes de guerra, comoção
interna ou calamidade pública.
√ serão abertos por Medida Provisória (União) ou Decreto (Estados e Municípios, podendo ocorre
por MP desde que previsto na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica)
√ Não precisam de autorização legislativa; comunicam de imediato ao legislativo
√ Não é necessário haver recursos disponíveis nem indicação destes recursos
√ Vigência: Exercício Financeiro, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses
daquele exercício, caso em que reabertos no limite dos seus saldos, serão incorporados ao exercício financeiro
subsequente.

Dos recursos disponíveis


√ Consideram-se recursos, desde que não comprometidos:
 o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; é a diferença positiva
entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais
transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.
 o excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação
prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
 o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder
executivo realizá-las.
 os recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
do projeto de Lei Orçamentária Anual.
 Operação de crédito é a receita decorrente da colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos
junto a entidades estatais ou particulares internas e externas;
 a anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
 dotação global - reserva de contingência - não especificamente destinada a órgão, unidade orçamentária,
programa.

Artigos da CF
Art. 166.
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais
ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Art. 167. São vedados:
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários
ou adicionais;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

20
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

QUESTÕES DE CONCURSOS

01-(ACE/2002) Com relação aos créditos adicionais, aponte a única opção correta pertinente
aos créditos extraordinários.
A) São destinados a reforço de dotação orçamentária.
B) São destinados a despesas para as quais não haja dotação específica.
C) São autorizados por lei e abertos por decreto.
D) São abertos por decreto do Executivo, que dará conhecimento ao Legislativo.
E) Sua abertura depende da existência de recursos disponíveis.
02. (FCC - PMJAB/2006) São créditos adicionais especiais os destinados a
A) reforço de qualquer dotação orçamentária.
B) despesas urgentes e imprevistas, como calamidades públicas.
C) despesas para as quais não haja dotação orçamentária especifica, não necessitando de autorização por lei,
devendo, porém, ser abertos por Decreto do Executivo.
D) despesas para as quais não haja dotação orçamentária especifica, devendo ser autorizados por lei e
abertos por Decreto do Executivo
E) despesas urgentes e imprevistas, como calamidades públicas, necessitando de autorização por lei, mas
dispensando Decreto do Executivo para a abertura.
03. (FCC - TER-MG – Analista Judiciário – 2005) Na Lei do Orçamento, as autorizações de despesas
não computadas ou insuficientemente dotadas denominam-se:
A) Despesas Correntes B) Despesas de Capital C) Despesas Operacionais
D) Restos a pagar E) Créditos Adicionais

créditos adicionais os provenientes de: ®


04. (FCC - TRT – Analista Judiciário – 2006) Não são considerados recursos para cobertura de

A) Operação de crédito realizada para atender insuficiência de caixa, possuindo natureza extra-orçamentária.
B) Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos autorizados em lei.
C) Superávit financeiro do exercício anterior apurado em balanço patrimonial.
D) Excesso de arrecadação.
E) Empréstimos e financiamentos de natureza orçamentária
05. (FCC - TRT – 20ª Região – Analista Judiciário – 2006) Créditos adicionais são autorizações
de despesas nãocomputadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. Créditos
especiais, extraordinários e suplementares, respectivamente, são autorizados para:
A) despesas não consideradas na Lei Orçamentária; atender a despesas imprevisíveis e urgentes; reforço de
dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária.
B) atender a despesas imprevisíveis e urgentes; reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos
valores das dotações constantes da Lei Orçamentária; cobertura de despesas eventuais não consideradas
na Lei Orçamentária.
C) cobertura de despesas eventuais não consideradas na Lei Orçamentária; reforço de dotações
orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária; atender a
despesas imprevisíveis e urgentes.
D) reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei
Orçamentária; atender a despesas imprevisíveis e urgentes; despesas eventuais não consideradas na Lei
Orçamentária
E) reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da Lei
Orçamentária; cobertura de despesas eventuais não consideradas na Lei Orçamentária; atender a despesas
imprevisíveis e urgentes.
06. (TRF - Analista Judiciário – 4ª Região – 2004) A reabertura de créditos adicionais abrange,
no seu todo,
A) os suplementares e especiais.
B) os especiais.
C) os suplementares.
D) os especiais e os extraordinários.
E) os extraordinários.
07. (AFC-TCU/1999) O orçamento público no Brasil, após a sua aprovação em lei, poderá
sofrer modificações no decorrer de sua execução através do mecanismo de abertura de
créditos. Identifique o único tipo de crédito que já é previsto.
A) crédito ordinário
B) crédito suplementar
C) crédito especial
D) crédito extraordinário
E) crédito adicional

21
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

08. (FCC - TRT – 5ª Região – Analista Judiciário – 2003) Para fins orçamentários, consideram-
se créditos extraordinários as autorizações de despesas que
A) resultam da anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em lei.
B) se destinam a reforço de dotação orçamentária, sendo autorizados por lei e abertos por Decreto
executivo.
C) visam a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica, sendo abertos por Decreto
executivo.
D) dependem da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa, devendo ser precedidos de
exposição justificativa.
E) se destinam a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade
pública.
09. (FCC - TRE – Analista Judiciário – 2002) Quanto aos créditos adicionais previstos na Lei
no 4.320, de 17/03/64, observa-se que, aqueles destinados a despesas, para as quais não
haja dotação orçamentária específica, classificam-se como
A) comuns. B) suplementares. C) extraordinários.
D) especiais. E) empenhados.
10. (TCU/1996) No transcorrer de um exercício financeiro, pode ocorrer a necessidade de
abertura de créditos adicionais para cobrir despesas não-computadas ou insuficientemente
dotadas. Com base na legislação vigente, relativa a esse assunto, julgue os itens seguintes.
A) Créditos extraordinários são os destinados ao reforço de dotação orçamentária já constituída.
B) Os créditos especiais são os destinados a despesas urgentes e imprevistas, tais como as decorrentes
de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
C) Os créditos adicionais suplementares são autorizados por lei e abertos por decreto, após a apresentação

®
de exposição justificativa, dependendo da existência de recursos disponíveis.
D) A vigência dos créditos adicionais especiais e extraordinários pode ultrapassar o exercício financeiro
em que foram autorizados.
E) No que se refere às despesas extra-orçamentárias, há a necessidade de adoção dos mesmos
procedimentos relativos à administração dos créditos orçamentários.
11. (TCU/1996) Com relação aos créditos orçamentários e adicionais, é correta a afirmação
de que
A) a lei orçamentária pode autorizar o Poder Executivo a abrir créditos suplementares e especiais até
determinado limite
B) o cancelamento de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais exige autorização legislativa,
genérica ou específica
C) quando a receita arrecadada está aquém da prevista, pode-se abrir crédito suplementar mediante
operação de crédito por antecipação de receita
D) receitas extra-orçamentárias são utilizadas para a abertura de créditos adicionais, que serão utilizados
tão logo se dê sua conversão em receitas orçamentárias
E) os créditos extraordinários podem ser abertos independentemente da existência de recursos e da
indicação de sua destinação
12. (TRE-MG/2005) Na Lei do Orçamento, as autorizações de despesas não computadas ou
insuficientemente dotadas, denominam-se
A) Despesas Correntes.
B) Despesas de Capital.
C) Despesas Operacionais.
D) Restos a Pagar.
E) Créditos Adicionais.
13. (TRF/2003) Quando da apuração do superávit financeiro, o balanço patrimonial do exercício
anterior indicava para o ativo financeiro o valor de $150 e para o passivo financeiro o de $70. No
exercício haviam sido reabertos dois créditos adicionais: um especial pelo saldo de $50, que havia
sido aberto com recursos de operação de crédito, do qual deixou de ser arrecadado no exercício
anterior o valor de $20; e um extraordinário pelo saldo de $28. Considerados esses dados, o valor
máximo do crédito adicional a ser aberto será
A) $80. B) $52. C) $30.
D) $22. E) $ 2.
14. (TRF/2004) A reabertura de créditos adicionais abrange, no seu todo,
A) os suplementares.
B) os especiais e os extraordinários.
C) os extraordinários.
D) os suplementares e especiais.
E) os especiais.
15. (FCC – TCM/CE – Auditor – 2006) Os créditos adicionais extraordinários
A) precisam ser aprovados pelo Poder legislativo.
B) destinam-se a reforçar dotação orçamentária já existente.

22
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

C) podem constar previamente da lei orçamentária anual.


D) independem da existência de recursos para financiar o gasto.
E) destinam-se a cobrir despesas através do excesso de arrecadação.
16. (TCESP) Os créditos adicionais especiais, assim entendidos os destinados a despesas para as
quais não haja dotação orçamentária específica, são
A) inconstitucionais no regime hoje vigente no Brasil.
B) autorizados por decreto e abertos por ato da autoridade fazendária.
C) autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
D) autorizados por decisão judicial e abertos por lei.
E) autorizados por decisão judicial e abertos por decreto executivo.
17. (FCC – TRT 24ª Região – Analista Judiciário – 2006) Em relação aos créditos adicionais, é
correto afirmar:
A) A abertura de crédito especial independe da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa,
porém será precedida de exposição justificada.
B) Os créditos extraordinários são destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica, sendo aberto por lei específica.
C) São classificados como suplementares quando destinados a reforço de dotação orçamentária e especiais
quando destinados a atender despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra ou calamidade pública.
D) Os créditos extraordinários serão autorizados por lei e abertos por decreto, destinando-se às despesas
urgentes e imprevistas em caso de guerra e comoção intestina.
E) Somente os créditos suplementares e especiais dependem da existência de recursos disponíveis para a
ocorrência de despesa pública.
18. (TRE-MG) Na Lei do Orçamento, as autorizações de despesas não computadas ou

®
insuficientemente dotadas, denominam-se
A) Despesas Correntes.
B) Despesas de Capital.
C) Despesas Operacionais.
D) Restos a Pagar.
E) Créditos Adicionais.
19. (FCC – TRT 24ª Região – Analista Judiciário – 2006) A autorização, na lei de orçamento,
para abertura de créditos suplementares é exceção ao princípio orçamentário:
A) Da não afetação da receita
B) Da unidade
C) Da universalidade
D) Da exclusividade
E) Do orçamento bruto
20. (FCC – TRF 4ª Região – Analista Judiciário - 2006) É recurso de cobertura de créditos
suplementares ou especiais, decorrente de receitas não gastas em períodos anteriores,
A) o saldo do orçamento
B) o superávit financeiro
C) o excesso de arrecadação
D) a anulação de crédito
E) as operações de crédito com amortização e encargos a serem pagos em exercícios financeiros
subseqüentes.
21. (FCC – TRF 4ª Região – Analista Judiciário – 2006) Os créditos orçamentários têm vigência
adstrita ao exercício financeiro em que forem autorizados. Porém, se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses do exercício, a Constituição autoriza sejam reabertos,
nos limites dos seus saldos, os créditos adicionais.
A) Especiais
B) Suplementares
C) Extraordinários
D) Especiais e extraordinários
E) Suplementares e extraordinários
22. (FCC – TRF/1ª Região /2006) Dos Créditos Adicionais abaixo relacionados poderão estar
previamente autorizados na Lei Orçamentária Anual (LOA) os
A) ordinários B) suplementares. C ) simples.
D ) especiais. E ) extraordinários.
23. (FCC - MPPEP – Analista Ministerial – 2006) A autorização, na lei de orçamento, para
abertura de créditos suplementares e contratação de operações de créditos, constitui EXCEÇÃO
constitucional ao principio orçamentário da
A) Universalidade. B) Não-afetação de receitas.
C) Unidade. D) Exclusividade.
E) orçamento Bruto.

23
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

24). (CESPE - MC&T/Analista/2004) Classificam-se como créditos adicionais as autorizações de


despesas insuficientemente dotadas ou não-computadas na lei orçamentária anual, inclusive os créditos
extraordinários.
25). (CESPE – Anatel/Analista/2004) O conceito de créditos adicionais está disposto no art. 40 da Lei nº
4.320/1964. Na classificação desses créditos, incluem-se os destinados à reversão de dotação orçamentária
(suplementares), os destinados a receitas para as quais não houve dotação orçamentária específica (especiais)
e os destinados a receitas urgentes e imprevistas (extraordinários).
26). (CESPE - TCDF/Procurador/2002) Os créditos suplementares, especiais e extraordinários são sempre
adstritos ao exercício financeiro, ou seja, vigoram, sem exceção, da data em que forem abertos até,
impreterivelmente, o último dia do respectivo exercício financeiro.
27). (CESPE - Cearaportos/Analista/2004) Os créditos adicionais terão vigência no exercício financeiro em
que forem abertos. Os créditos especiais e os extraordinários poderão ser reabertos, dependendo de seus
saldos, no exercício seguinte, desde que autorizados pelo Congresso Nacional.
28). (CESPE - TCDF /Procurador/2002) Para a abertura de crédito suplementar ou especial, não é suficiente
apenas a respectiva autorização legislativa.
29). (CESPE -BASA/Técnico/2004) Em caso de relevância e urgência, o presidente da República pode criar
créditos especiais por meio de medidas provisórias.
30). (CESPE - TCRN/Procurador/2002) De acordo com o texto constitucional, é possível utilizarem-se, por
meio de créditos extraordinários, recursos que, em razão de veto, ficarem sem despesas correspondentes.
31). (CESPE - Câmara/Consultor/2002) De acordo com a Constituição Federal, a abertura de crédito
extraordinário somente será admitida para atender as despesas decorrentes de guerra, comoção interna ou
calamidade pública, por meio da edição de medida provisória.
32). (CESPE - TCDF/Consultor/2002) Ocorrendo grave acidente natural gerador de situação de calamidade
pública, o presidente da República pode, por intermédio de decreto, proceder à abertura de créditos
extraordinários, dando imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
®
33). (CESPE - TCU/Analista/2004) Para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes
de guerra, de comoção interna ou de calamidade pública, o Poder Executivo federal, amparado nas disposições
da Lei nº 4.320/1964, pode editar decreto abrindo crédito extraordinário.
34)(CESPE - MC&T/Analista/2004) Denominam-se créditos orçamentários, no entender de Giacomoni, a
quantidade de recursos financeiros com que conta uma unidade orçamentária.
35). (CESPE - MC&T/Analista/2004) Machado Júnior e Reis afirmam que o crédito orçamentário seria
portador de uma dotação e esta, o limite autorizado, quantificado monetariamente.
36). (ESAF - MPOG/2003) Com base na Constituição Federal de 1988, identifique a opção
correta com relação aos créditos adicionais.
a) Os créditos adicionais são classificados em crédito complementar, crédito especial e crédito
extraordinário.
b) Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados,
salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em
que, reabertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subseqüente.
c) O crédito especial destina-se ao reforço de categoria de programação orçamentária já existente.
d) O crédito extraordinário destina-se às despesas para as quais não haja categoria de programação
orçamentária específica, visando atender objetivo não previsto no orçamento.
e) É vedada a abertura de crédito especial ou extraordinário sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes.
37). (ESAF - Compras Recife/2003) Os créditos adicionais:
a) são vedados em qualquer hipótese.
b) compreendem os créditos suplementares, os extraordinários e os excepcionais.
c) compreendem os créditos suplementares, que se destinam ao reforço de
dotação orçamentária insuficiente.
d) não se sujeitam ao controle externo, considerada a sua singular natureza.
e) não admitem para o seu tratamento, qualquer que seja a sua espécie, por força de sua condição de
matéria orçamentária e do princípio da transparência, a adoção de Medida Provisória.
38. (FCC-Anal. Jud. Adm.-TER-PI/2002) Sob o ponto de vista constitucional em relação às
finanças públicas, é vedada, dentre outras situações, a
A) assunção de obrigações diretas, ainda que não excedam os créditos orçamentários ou adicionais.
B) instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
C) concessão ou utilização de créditos limitados.
D) transferência, em qualquer hipótese, de recursos de um órgão para outro .
E) abertura de créditos extraordinários, sem qualquer exceção.
39. (FCC-Anal. Jud. Adm.-TER-PI/2002) Quanto aos créditos adicionais previstos na Lei no
4.320, de 17/03/64, observa-se que, aqueles destinados a despesas, para as quais não haja
dotação orçamentária específica, classificam-se como
A) comuns. B) suplementares.
C) extraordinários. D) especiais.
E) empenhados.

24
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

GABARITO
01. D 11. B 21. D 31. E
02. D 12. E 22. B 32. E
03. E 13. D 23. D 33. E
04. A 14. B 24. C 34. E
05. A 15. D 25. E 35. C
06. D 16. C 26. E 36. B
07. A 17. E 27. E 37. C
08. E 18. E 28. C 38. B
09. D 19. D 29. E 39. D
10. E, E, C, C, E 20. B 30. E

CICLO ORÇAMENTÁRIO

ETAPAS PRINCIPAIS
• O ciclo orçamentário apresenta as seguintes fases:
√ Elaboração e revisão da proposta da LOA;
√ Discussão, votação e aprovação da LOA;
√ Execução da LOA;
√ Controle e avaliação da LOA;
Elaboração e revisão da proposta
ETAPAS PRODUTO
®
- LDO: diretrizes para a elaboração da lei orçamentária. Parâmetros, Metas
Fiscais. Riscos Fiscais. Objetivos das Políticas Monetárias, Creditícia e Cambiais.
- Definição de Macro Diretrizes
Demonstrativo da estimativa da margem de expansão das despesas obrigatórias
de caráter continuado
- Rol de metas e :prioridades que terão precedência na alocação de recursos na
- Definição de Prioridades e Metas LDO
lei orçamentária e na sua execução.
- Definição das etapas, agentes responsáveis, metodologia, instrumentos, prazos,
- Planejamento do Processo Global de
processo decisório. Instruções, Manuais de Elaboração – MTO, Cronograma
Elaboração
Global de Elaboração.
- Revisão da Estrutura Programática - Estrutura Programática do Orçamento, Programas, Ações e Localizadores de Gasto
- Série Histórica de execução de exercício anterior, alinhada em relação à
- Montagem da Série Histórica Alinhada estrutura programática e classificações orçamentárias vigente. Base de revisão
2002 e previsão do exercício anterior.
- Revisão de Receita e Despesa - Valor da Execução Provável do orçamento vigente (estimativa de fechamento
Orçamentárias do exercício anterior da receita e da despesa)
- Receitas estimadas para proposta orçamentária. Ênfase nas receitas próprias e
- Estimativa da Receita
vinculadas.
- Parâmetros financeiros para apresentação da proposta orçamentária dos órgãos
setoriais. Dossiê de Informações Setoriais e institucionais, contendo organização
- Fixação de Limites de Despesa
e funcionamento dos órgãos, avaliação de desempenho institucional e da
programação setorial.
- Elaboração da Proposta Setorial - Proposta Orçamentária dos Órgãos Setoriais detalhada no SIDOR
- Proposta SOF de dotações para Pessoal, Divida, Precatórios, Atividades,
- Análise da Proposta Setorial
Projetos e Operações Especiais.
- Processo Decisório - Alocação Final da Proposta Orçamentária
- Compatibilização e consolidação - PPA LDO LRF Metas fiscais ReceitaXDespesa
- Formalização - Projeto de Lei e Anexos

√ Inicia-se com a definição, a cargo de cada unidade gestora, da sua proposta parcial de orçamento, que
deverá ser consolidada a nível de órgão ou ministério;
√ As propostas setoriais dos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário serão encaminhadas ao
órgão central do sistema de orçamento da União, Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do MPOG, para a
revisão e consolidação;
√ Após a consolidação, o projeto de lei é submetido ao Presidente da República para encaminhamento ao
Congresso Nacional, através de mensagem.
√ Agentes envolvidos na tarefa de elaboração:

25
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Órgão Central – é a SOF (Secretaria de Orçamento Federal) que tem como função:
• Definição de diretrizes gerais para o Sistema Orçamentário Federal.
• Coordenação da elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
•  Coordenação da elaboração da Proposta Orçamentária da União.
• Preparação dos projetos de lei de diretrizes orçamentárias e de orçamento anual da União.
• Definição das ações orçamentárias de cada exercício que comporão a estrutura programática dos
órgãos e unidades orçamentárias.
• Fixação de normas gerais de elaboração dos orçamentos federais.
• Orientação, coordenação e supervisão técnica dos órgãos setoriais de orçamento.
• Fixação de parâmetros e referenciais monetários para a apresentação da proposta setorial.
• Análise da Proposta Setorial.
• Formalização da Proposta Orçamentária da União.
• Coordenação das atividades relacionadas à tecnologia de informações orçamentárias necessárias ao
trabalho desenvolvido pelos agentes do Sistema Orçamentário Federal.

Órgão Setorial
O Órgão Setorial desempenha o papel de articulador do processo no âmbito de seus respectivos órgãos,
atuando verticalmente com o processo decisório e integrando os produtos gerados no nível subsetorial,
coordenado pelas Unidades Orçamentárias. Sua atuação no processo de elaboração envolve:
• Estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração da proposta orçamentária.
• Estabelecimento de prioridades dos programas do órgão e das respectivas ações.
• Promoção de avaliação da adequação da estruturação programática e coordenação do levantamento
das alterações necessárias.
®
• Formalização da proposta de alterações na estrutura programática, junto à SOF.
• Coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento da qualidade das informações constantes
do Cadastro de Programas e Ações.
• Comunicação dos referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentárias das unidades
orçamentárias.
• Definição de instruções e normas de procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o
processo de elaboração da proposta.
• Coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no âmbito do Órgão Setorial.
• Análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das unidades orçamentárias.
• Consolidação e formalização da Proposta Orçamentária do Órgão.

Unidade Orçamentária
A Unidade Orçamentária desempenha o papel de coordenador do processo de elaboração da Proposta
Orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das Unidades Administrativas
componentes. Trata-se de momento importante do qual dependerá a consistência da Proposta do Órgão, em
termos das metas quantificadas, valores e arrazoado que fundamentam a programação.
As Unidades Orçamentárias são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada
da despesa por programa, ação orçamentária e localizador de gasto. Seu campo de atuação no processo de
elaboração compreende:
• Estabelecimento de diretrizes no âmbito da Unidade Orçamentária.
• Estudos de adequação da estrutura programática do exercício.
• Formalização da proposta de alteração na estrutura programática sob responsabilidade de suas unidades
administrativas junto ao Órgão Setorial.
• Coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações constantes do Cadastro
de Ações Orçamentárias.
• Estabelecimento de prioridades das ações dentro dos programas sob sua responsabilidade.
• Definição de critérios de distribuição dos referenciais monetários para detalhamento das propostas
orçamentárias por programas e ações das unidades administrativas.
• Análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das unidades administrativas.
• Formalização da Proposta Orçamentária da Unidade Orçamentária.
• Enviar a proposta ao seu respectivo órgão setorial.
O fluxo apresentado a seguir é uma representação esquemática do processo de elaboração do orçamento.
Destaca os eventos na seqüência de sua implementação, o papel e as responsabilidades de cada entidade
interveniente, a saber, Secretaria de Orçamento Federal, Órgãos Setoriais e Unidades Orçamentárias.

26
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Órgão Central Fim

Órgão Setorial Órgão Setorial


Fase
Ascedente

Início
Unidade Orçam. Unidade Orçam. Unidade Orçam. Unidade Orçam.

FLUXO DA ELABORAÇÃO ORÇAMENTÁRIA


O fluxo apresentado a seguir é uma representação esquemática do processo de elaboração do orçamento.
Destaca os eventos na seqüência de sua implementação, o papel e as responsabilidades de cada entidade
interveniente, a saber, Secretaria de Orçamento Federal, Órgãos Setoriais e Unidades Orçamentárias.

ORGÃO UNID.
SOF PRESIDENTE
SETORIAL ORÇAMENTÁRIA

INÍCIO

DEFINE: Fixa
-Diretrizes Estratégicas
-Parâmetros Quantativos
Diretrizes
Setoriais ®
Analisa
PROPOSTA
Limite
Programa

Compara Limites / Atividade


Atividades /
Projeto
Operações Especiais

Operação
Especial
Avalia
Expansão / Localizador
Projetos de gasto
Consolida
Valida
Proposta
Ajusta
Propostas Formaliza Formaliza
Setoriais Proposta Proposta

Decide

Consolida
Formaliza PL

Encaminha

Congresso Nacional

* Fonte: MTO 2004, com adaptações.

27
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Discussão, votação e aprovação da proposta:


• Encaminhado ao Congresso Nacional, o projeto de lei orçamentária deverá ser apreciado pelas
duas casas através de uma comissão mista permanente, cabendo a ela a tarefa de examinar e emitir
parecer sobre o projeto, e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária;
• As emendas serão apresentadas na comissão mista, que sobre elas emitirá parecer;
• A apreciação do projeto de lei orçamentária e das emendas será feita pelo plenário em sessão
conjunta, obedecendo ao regimento comum;
• Não cabe ao Congresso Nacional delegar a aprovação das leis referentes ao PPA, LDO e LOA;
• A emenda efetuada deve manter a compatibilidade entre o PPA > LDO > LOA;
• É possível apresentar emendas que se destinem a:
 alterar dispositivos do texto do projeto de lei;
 correção de erros ou omissões;
• Caso um parlamentar deseje efetuar emendas em despesas constantes no projeto de lei orçamentária,
somente poderá fazê-lo se indicar a fonte de recursos que somente poderá ser encontrada na anulação
de outras despesas;
• São vedados os cancelamentos/anulações de dotações relativas a:
 pessoal e seus encargos;
 serviços da dívida; e
 transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;
• Caso sejam constatados erros ou omissões na previsão da receita orçamentária, o Poder Legislativo
deverá emendar o projeto de lei orçamentária, se ocorrer o aumento da receita, a diferença poderá ser
utilizada como fonte de recursos para apresentação de emenda de despesa, portanto não necessitando de
anulação de outras despesas;

®
• O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor emendas
ao projeto de lei orçamentária enquanto não iniciada a votação, na comissão mista, da parte cuja
alteração é proposta;
• Aprovado pelo Plenário do Congresso Nacional, o projeto será devolvido ao Presidente da República
que poderá sancioná-lo ou propor vetos. Sancionando-o deverá encaminhá-lo para a publicação.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República,
que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário
ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos
do veto.
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos
dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
Presidente do Senado fazê-lo.
Execução da Lei Orçamentária:
• Essa etapa trata das operações que são efetuadas para que se possa ser colocado em prática o plano de
governo para o exercício;
• É a etapa onde efetivamente serão despendidos os recursos na consecução dos objetivos que
foram propostos no PPA, priorizados ou não na LDO e quantificados na LOA;
• Ocorre a contabilização do orçamento aprovado, pela STN que providencia a consignação da dotação
orçamentária a todos os órgãos e ministérios contemplados na lei de meios;
• As unidades orçamentárias passam efetivamente a executar os seus programas de trabalho, por meio
da concretização de diversos atos e fatos administrativos, inerentes à execução de receita e da despesa
orçamentária tais como:
 emissão de empenhos;
 liquidação da despesa;
 emissão de ordens bancárias;
 arrecadação da receita; etc.
• O registro detalhado dos créditos e respectivas dotações é fundamental para:
 identificar claramente as receitas e despesas previstas e autorizadas, respectivamente; e
 facilitar a contabilização, o controle, a fiscalização e a avaliação da execução.
Caso ocorra algum contratempo no desenvolvimento das etapas do ciclo orçamentário, que impeça a
colocação da dotação orçamentária à disposição das unidades, no início do exercício financeiro, os órgãos

28
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

lançam mão do mecanismo previsto na lei de diretrizes orçamentárias denominado de duodécimo. Esse
mecanismo oferece aos órgãos a possibilidade de utilizar, a cada mês do exercício financeiro, um doze
avos dos valores previstos no projeto de lei orçamentária que está sendo apreciado, de modo que não
se prejudique totalmente a execução orçamentária daquele exercício, em razão de um possível atraso na
aprovação da lei de orçamento. Além de adotar esse mecanismo, a LDO também autoriza, previamente,
a execução de despesas obrigatórias de caráter constitucional ou legal, relacionadas em anexo próprio.
Ressalte-se que, de acordo com o art. 32 da Lei n° 4.320/64, se o Poder Legislativo não receber o projeto
de lei de orçamento no prazo fixado nas Constituições ou Leis Orgânicas dos Municípios, considerará como
proposta a lei de orçamento vigente.

Controle e avaliação da Lei Orçamentária:


• Essa etapa consiste no acompanhamento e avaliação do processo de execução orçamentária;
• O controle poderá ser:
 Interno – cada um dos Poderes manterá, de forma integrada, um sistema de controle interno que terá
os seguintes objetivos:
• avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA;
• avaliar a execução dos programas de governo;
• avaliar a execução dos orçamentos da União; e
• comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto a eficácia e eficiência, da gestão orçamentária.
 Externo – está a cargo do Congresso Nacional e será exercido com o auxilio do Tribunal de Contas da União.

®
QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (ACE 2002) O Ciclo Orçamentário é a seqüência das etapas desenvolvidas pelo processo
orçamentário. Assinale a única opção correta no tocante à etapa de elaboração do orçamento.
A) É fase de competência do Poder Legislativo.
B) Constitui a concretização anual dos objetivos e metas determinados para o setor público, no processo de
planejamento integrado.
C) Compreende a fixação de objetivos concretos para o período considerado, bem como o cálculo dos
recursos humanos, materiais e financeiros, necessários à sua materialização e concretização.
D) Configura-se na necessidade de que o povo, através de seus representantes, intervenha na decisão de suas
próprias aspirações, bem como na maneira de alcançá-las.
E) É a etapa que impõe a necessidade de um sistema estatístico cuja informação básica se obtém em cada uma
das repartições ou órgãos.
02. (TCU/1996) Em relação aos procedimentos no processo orçamentário, no nível federal, julgue
os itens abaixo.
A) Cada um dos três poderes é responsável pela elaboração da proposta orçamentária a ser encaminhada ao
Congresso Nacional.
B) A lei das diretrizes orçamentárias deve ser elaborada em conjunto com a lei orçamentária anual, de forma a
orientar a execução das despesas relativas ao exercício financeiro seguinte.
C) O projeto da lei orçamentária anual deve ser enviado ao Congresso Nacional até três meses antes do início
do exercício financeiro seguinte.
D) O Presidente da República poderá encaminhar mensagem retificativa à proposta orçamentária, desde que
não tenha sido iniciada a votação da parte cuja alteração esteja sendo proposta na Comissão Mista de Deputados
e Senadores responsável pela redação final do projeto.
E) A discussão e a votação da proposta orçamentária acontecerão em sessão conjunta das duas casas do
Congresso Nacional.
03. (TCU/1996) A propósito do ciclo orçamentário, é correto afirmar que
A) a sessão legislativa só pode ser formalmente encerrada após a aprovação do projeto de lei orçamentária
B) matérias orçamentárias são votadas sucessivamente, no âmbito de cada uma das Casas do Congresso
Nacional
C) no primeiro ano de cada mandato presidencial, a lei de diretrizes orçamentárias para o segundo ano é
aprovada antes do plano plurianual para o respectivo mandato
D) se o veto presidencial à lei orçamentária for total, será adotada a última lei orçamentária aplicada
E) os projetos de créditos adicionais não tramitam pela Comissão Mista, sendo votados diretamente no plenário
do Congresso Nacional
04. (TRE/MG) A fase de competência do Poder Executivo, na qual, com base na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, são fixados os objetivos para o período, levando-se em conta as despesas correntes
já existentes e aquelas a serem criadas é
A) Avaliação. B) Elaboração. C) Execução.
D) Análise. E) Estudo e aprovação.

29
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

05. (TRE / SP – 2006) Quanto ao orçamento público, dispõe a Constituição Federal que
A) compete ao Senado Federal apreciar os projetos de lei relativos ao plano plurianual e às diretrizes orçamentárias
e à Câmara Federal a apreciação dos projetos relativos ao orçamento anual e aos créditos adicionais.
B) o Poder Executivo publicará, até quarenta e cinco dias após o encerramento de cada trimestre, relatório
detalhado da execução orçamentária.
C) os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com as diretrizes
orçamentárias e apreciados pelo Senado Federal.
D) nenhum investimento cuja execução ultrapasse o exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão
no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
E) os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro subseqüente ao da autorização,
salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos três meses daquele exercício.
06. (TRE 21ª REG./2003) O Poder Executivo pode enviar mensagem ao Poder Legislativo propondo
modificação de parte do projeto da lei de diretrizes orçamentárias enquanto não iniciada sua votação na
A) comissão permanente de orçamento.
B) mesa da Casa.
C) comissão de constituição e justiça.
D) primeira discussão em plenário.
E) segunda discussão em plenário.
07. (TRE 21ª REG./2003) O projeto do plano plurianual de um mandato presidencial com duração
de quatro exercícios financeiros, encaminhado para o Poder Legislativo quatro meses antes do
encerramento do seu primeiro exercício financeiro, devolvido para sanção quatro meses antes do
encerramento da sessão legislativa e sancionado no prazo, será aplicado por
A) 48 meses. B) 42 meses. C) 36 meses.
D) 24 meses. E) 12 meses.

A) do Congresso Nacional.
B) do Senado Federal.
®
08. (TRE 21ª REG./2003) A lei orçamentária anual, segundo a Constituição, é de iniciativa

C) do Presidente da República.
D) da Câmara Federal.
E) do Ministro da Fazenda.
09. (FCC - TRF – Analista Judiciário 1ª Região 2001) Em sua fase ascendente, teoricamente, em
cada unidade orçamentária a elaboração do orçamento deve iniciar-se
A) no gabinete de seu dirigente.
B) nas unidades que integram o gabinete de seu dirigente.
C) nas unidades imediatamente inferiores às que compõem o gabinete do seu dirigente.
D) nas suas unidades de maior porte.
E) nas suas unidades de menor nível.
10. (FCC - TRE-MG – Analista Judiciário – 2005) A fase de competência do Poder Executivo, na
qual, com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias, são fixados os objetivos para o período, levando-
se em conta as despesas correntes já existentes e aquelas a serem criadas é:
A) Avaliação B) Elaboração C) Execução D) Análise E) Estudo e Aprovação
11. (ESAF - MPOG/2000) O orçamento do governo representa um sumário dos planos de receita
e gastos para determinado ano. O processo orçamentário envolve quatro fases distintas. Aponte
a opção não adequada ao processo orçamentário.
a) Elaboração da proposta orçamentária.
b) Execução orçamentária.
c) Discussão, votação e aprovação da lei orçamentária.
d) Exposição das técnicas da análise custo-benefício.
e) Controle de avaliação da execução orçamentária.
Julgue os itens nas questões seguintes.
12. (CESPE – Anatel/2004) O processo orçamentário pode ser representado como um sistema com quatro
fases sucessivas e interligadas para evidenciar o processo orçamentário: elaboração da proposta orçamentária;
discussão, votação e aprovação da lei orçamentária; execução orçamentária; controle de avaliação da execução
orçamentária para realimentação do processo.
13. (CESPE - Cearaportos/Analista/2004) As propostas orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário,
bem como a do Ministério Público da União, são enviadas à SOF, que é responsável pela compatibilização final
que é encaminhada ao Congresso Nacional.
14. (CESPE - Cearaportos/Analista/2004) A Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão é o órgão central do sistema de orçamento.
15. (CESPE - Cearaportos/ Analista/2004) A aprovação do orçamento da União é de responsabilidade do
Senado Federal.
16. (CESPE – Anatel/2004) As mensagens do presidente da República, encaminhando os projetos de lei
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, aos orçamentos anuais e aos créditos adicionais,
serão recebidas pelo presidente do Senado Federal e encaminhadas à Comissão Mista de Planos, Orçamentos
Públicos e Fiscalização em 48 horas após a comuni¬cação imediata às duas Casas do Congresso Nacional.

30
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

17. (CESPE - Câmara/Consultor/2002) As emendas parlamentares aos projetos de lei de créditos adicionais
devem ser compatíveis com o que dispõe a LDO e a Lei do Plano Plurianual.
18. (CESPE - MC&T/Analista/2004) As emendas ao Projeto de Lei Orçamentária somente podem ser
aprovadas caso indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesas, excluídas as que incidem, entre outras, sobre os serviços da dívida.
19. (CESPE - TCDF/Auditor/2002) O presidente da República poderá, mediante mensagem enviada ao
Congresso Nacional, propor modificações nos projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias e ao orçamento anual, antes de ser concluída a votação, no plenário das Casas do Congresso
Nacional, a parte cuja alteração é proposta.
20. (CESPE - TRT 10ª Reg./Analista/2004) O Poder Judiciário pode encaminhar ao Congresso Nacional, com
força de emenda a projeto de lei, dispositivo que pretenda ver contemplado na lei de diretrizes orçamentárias
(LDO), que se refira as suas atribuições, exclusivamente.
21. (CESPE - Câmara/Consultor/2002) Após a Emenda Constitucional (EC) nº 32, ficou definido que
o projeto de lei relativo às diretrizes orçamentárias será apreciado separadamente pelas duas Casas do
Congresso Nacional, na forma de seus respectivos regimentos internos.
22. (CESPE - MC&T/Analista/2004) A fiscalização orçamentária é exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada poder.
23. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual podem ser aprovadas se indicados os recursos
necessários provenientes de anulação de despesa, que podem incidir sobre dotações para
A) pessoal.
B) encargos de pessoal.
C) amortização da dívida.
D) encargos da dívida.
E) transferências constitucionais não tributárias.

®
24. (TRT/Anal. Jud.-21ª Reg./2003) O Poder Executivo pode enviar mensagem ao Poder
Legislativo propondo modificação de parte do projeto da lei de diretrizes orçamentárias
enquanto não iniciada sua votação na
A) comissão permanente de orçamento.
B) mesa da Casa.
C) comissão de constituição e justiça.
D) primeira discussão em plenário.
E) segunda discussão em plenário.

GABARITO

01. C 02. E, E, E, C, C 03. C 04. B 05. D


06. A 07. A 08. C 09. E 10. B
11. D 12. C 13. C 14. C 15. E
16. C 17. C 18. C 19. E 20. E
21. C 22. C 23. E 24. A

EXECUÇÃO DAS DESPESAS DESCENTRALIZAÇÃO DOS CRÉDITOS E


DOS RECURSOS DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

A lei de meios (lei orçamentária contempla as unidades setoriais de orçamento de cada órgão com dotações
orçamentárias. Entretanto, existe um grande número de unidade que realizam gasto e que, por conseguinte,
necessitam de dotações também. Essas unidades administrativas recebem o orçamento por descentralização
da unidade orçamentária, em regra geral.
A descentralização dos créditos orçamentários ou adicionais poderá ocorrer sob os seguintes títulos:
* a. PROVISÃO OU descentralização interna de créditos:
quando envolve unidade gestoras de um mesmo órgão, ministérios ou entidades integrante dos orçamentos
fiscal e da seguridade social; e
* b. DESTAQUE ou descentralização externa de créditos:
quando envolve unidade gestoras de órgão, ministérios ou entidades de estruturas administrativas
diferentes (de um órgão para outro)
Para fins didáticos, pode ser entendida também como uma transferências de créditos orçamentários e
adicionais, a consignação das autorizações às unidades setoriais de orçamento feita pelo órgão central do
sistema de orçamento (Secretaria de Orçamento Federal – SOF/Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão – MOG) que denominaremos de “Dotação” ou “Fixação”.

31
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Créditos orçamentários: autorização da própria lei orçamentária ou de crédito adicional expressa nos
programas de trabalho.
Exemplo: recuperação da pavimentação das rodovias federais.

Dotação orçamentária: o montante (limite) da autorização dada na lei orçamentária para gasto, ou
seja, o valor que pode ser gasto em um crédito.

Unidade orçamentária (UO): aquela contemplada com dotação diretamente na lei orçamentária.

Unidade administrativa (UA): aquela que recebe autorização por descentralização de uma UO ou outra UA.
Compõem o sistema de orçamento federal, além do órgão central que é a secretaria de Orçamento federal
(SOF) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MOG), as unidades setoriais existentes em cada
ministério ou órgão equivalente e, ainda, as unidades orçamentária, as quais efetivamente realizam o gasto,
ou seja executam a despesa orçamentária, por meio de uma unidade executiva no SIAFI (Sistema Integrado
de Administração Financeira do governo federal)
O fluxo dessa descentralização pode ser definido conforme a seguir:

(DOTAÇÃO) ÓRGÃO CENTRAL DE ORÇAMENTO (DOTAÇÃO)

MINISTÉRIO “A” DESCENTRALIZAÇÃO EXTERNA DE CRÉDITOS - DESTAQUES MINISTÉRIO “B”


(Unidade Orçamentária) (Unidade Orçamentária)

DESCENTRALIZAÇÃO INTERNA
DE CRÉDITOS - PROVISÃO
® DESCENTRALIZAÇÃO INTERNA
DE CRÉDITOS - PROVISÃO

MINISTÉRIO “A” MINISTÉRIO “B”


(Unidade Administrativa) (Unidade Administrativa)

Nota de dotação (ND): documento do SIAFI


para contabilização do orçamento aprovado
Nota de Movimentação de crédito (NC):
documento do SIAFI para contabilização do
destaque e da provisão

A dotação (ou fixação) é materializada num documento denominado de Nota de dotação – ND. O destaque
e a Provisão são realizados por meio do documento chamado Nota de Movimentação de Crédito – NC. Ambos
documentos de entrada de dados do SIAFI a serem examinados em capítulo próprio

PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA
Introdução, Conceito e Etapas
A programação financeira é o conjunto de ações desenvolvidas com o objetivo de estabelecer o fluxo
de caixa da união, para determinado período, tendo como parâmetros a previsão da receita, os limites
orçamentários da despesa e sua demanda e a tendência de resultado (déficit, equilíbrio ou superávit)
considerada para o mesmo período.
 pelo artigo 56 da Lei 4.320/64
“O recolhimento de todas as receitas far-se-à em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria,
vedada qualquer fragmentação para criação de caixa especiais”

 pelo artigo 92 do decreto-lei 200/67


“Com o objetivo de obter maior economia operacional a racionalizar a execução da programação financeira
de desembolso, o Ministério da Fazenda promoverá a unificação de recursos movimentados pelo Tesouro
Nacional através de sua caixa junto ao agente financeiro da União”.
 pelo artigo 1º do Decreto 93.872/86
“A realização da receita e da despesa da União far-se à por via bancária, em estrito observância ao
princípio de unidade de caixa”.
A programação financeira tem por finalidade assegurar às unidades orçamentárias os recursos financeiros
tempestivos e suficiente à execução dos programas de trabalho e manter o equilíbrio entre a receita e a
despesa realizada, evitando eventuais insuficiências financeiras.
O sistema de programação financeira é administrada pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério

32
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

da Fazenda (órgão central), tendo ainda em sua composição os órgãos setoriais de programação financeira
(OSPF) que são as secretarias de administração geral dos ministérios civis e órgãos equivalente da Presidência
da República e Ministério Militares e, finalmente, as unidades executoras. Esses órgãos têm atribuições
específias.
Veja a seguir o fluxo da programação financeira.

Descentralização Financeiras (Liberação)

Figuras de Descentralização Financeira:

Após a solicitação e aprovação as disponibilidades financeiras são descentralizadas (Liberadas), assim


como ocorre com os créditos orçamentários (disponibilidades orçamentárias), entre os órgãos que compõem
o sistema de programação financeira vistos anteriormente. Essas disponibilidades financeiras são liberadas
(últimas etapa da programação financeira), sob a forma de:
• Cota: é a primeira figura da descentralização de disponibilidades financeiras caracterizada pela
transferência do órgão central de programação financeira para os órgãos setoriais do sistema. Isto é, ocorre
quando a STN / MF libera as disponibilidades financeiras vinculadas ao orçamento para qualquer ministério
ou órgão. Essa movimentação está condicionada, entre outros fatores, à efetiva arrecadação de recursos
financeiros pelo Tesouro Nacional e ao montante dos compromissos financeiros assumidos pelos órgãos;
• Repasse: é a descentralização das disponibilidades financeiras vinculadas ao orçamento, recebidos
anteriormente sob a forma de “cota” da STN / MF, sendo de competência dos órgãos setoriais de
programação financeira, que os transfere para outro órgão ou ministério. O repasse é então caracterizado
pela transferência de disponibilidades financeiras entre órgãos de estruturas administrativas diferentes, ou
seja, entre ministérios, destinados a atender o pagamento dos gastos orçamentários. É a movimentação
externa de disponibilidades financeiras. Pode ocorre entre órgão da administração direta, ou desta para
entidade da administração indireta, ou entre estas entidades, bem como de uma entidade da administração
indireta para um órgão da administração direta.
• Sub-repasse: é a descentralização de disponibilidade financeiras vinculadas ao orçamento, realizado

33
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

pelos órgãos setoriais de programação financeira, para as unidade executoras (orçamentária ou administrativa)
a eles vinculadas, ou seja, que faça parte da estrutura do ministério onde se encontra o OSPF. O sub-
repasse é a movimentação interna de disponibilidades financeiras destinadas ao pagamento das despesas
orçamentárias.

Enquanto a SOF / MOG consigna as “dotações” aprovadas na LOA às unidades orçamentárias, a STN / MF
libera as disponibilidades financeiras sob a forma de “cota financeira”.

Numa segundo momento, os órgãos setoriais do sistema de orçamento e do sistema de programação


financeira estão envolvidos, respectivamente, na descentralização orçamentária, que pode ser feita sob
a forma de “destaque” ou “provisão”, e na transferência de disponibilidades financeiras, que respeitada a
ordem anterior, provocará o ‘repasse” ou “sub-repasse”.
Ou seja, se ocorrer uma descentralização do orçamento sob a forma de destaque, então o OSPF efetuará
a descentralização financeira sob a forma de “repasse”; e se ocorrer sob a forma de provisão, então o OSPF
realizará um “sub-repasse”.

34
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

®
Para melhor entendimento dessa série de movimentações financeiras entre os diversos órgãos e etapas
envolvidos e suas relação com a descentralização do orçamento, observe o quadro a seguir referente às
formas de descentralização orçamentária e de financeira

DOCUMENTOS UTILIZADOS PARA FORMALIZAR A DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E


FINANCEIRA
- ND: Nota de Dotação
- NC: Nota de Movimentação de Crédito
- PF: Nota de Programação Financeiro
- NS:Nota de Lançamento de Sistema

DESPESA PÚBLICA
CONCEITO DE DESPESA PÚBLICA
• É a aplicação de certa quantia em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente,
dentro de uma autorização legislativa, para a execução de um fim a cargo do governo (Luiz Emygdio

35
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

F. da Rosa Jr.);
• É o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público para o funcionamento
dos serviços públicos. É onde se encontram classificadas todas as autorizações para gastos com várias
atribuições e funções governamentais (João Batista Fortes);
• São todos os pagamentos efetuados a qualquer título pelos agentes pagadores.
• Para efeito de classificação de despesa, considera-se material permanente o de duração superior
a 2 anos.

ESTÁGIOS DA DESPESA
• Os estágios da despesa orçamentária são:
√ Fixação;
√ Licitação;
√ Empenho;
√ Liquidação; e
√ Pagamento.

Fixação
√ Ocorre durante a elaboração do orçamento;

Licitação
√ Tem a finalidade de escolher a proposta mais vantajosa – princípio da competição ou isonomia;

Empenho
√ É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento

®
pendente ou não de implemento de condição;
√ É garantir a um fornecedor de serviços e bens que a repartição pública tem autorização legal para
realizar gastos, oferecendo como suporte para essas despesas um documento denominado nota de
empenho;
√ Não poderá exceder o limite dos créditos concedidos;
√ Sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito, reputam-se nulos e de nenhum efeito:
 O empenho feito pelos Municípios, no último mês do mandato do Prefeito, de mais do que o
duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente.
 O ato de assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para execução depois do
término do mandato do Prefeito.
√ É vedada a realização de despesa sem prévio empenho;
 OBS:
• Em casos especiais previstos na legislação específica (ex.: pagamento de pessoal), será dispensada a
emissão da nota de empenho.
√ Para cada empenho será extraído um documento denominado nota de empenho que indicará:
 o nome do credor;
 a representação;
 a importância e a dedução da despesa do saldo da dotação própria;
√ O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação;
√ Ao emitir um empenho, o Ordenador de Despesas deve deduzir o seu valor da dotação adequada à
despesa a realizar, por força do compromisso assumido, não podendo, jamais, o seu valor exceder o
saldo da dotação.
√ Orçamentariamente contabiliza a despesa;
√ Pertencem ao exercício financeiro:
 as receitas nele arrecadadas; e
 as despesas nele legalmente empenhadas;
√ Modalidades do Empenho:
 Ordinário
• O montante conhecido e pago de uma só vez;
 Global
• O montante conhecido e pago parcelado;
 Estimado
• Não se pode estabelecer previamente o valor e pagamento único;
• Normalmente é realizado um empenho com valor mínimo e ao longo do exercício é realizado o reforço
do mês;
• Exemplo: Luz, Água, Telefone, Passagens Aéreas, etc.
√ Anulação de Empenho:
 Ocorrerá quando:
• Parcialmente, quando o valor da despesa for inferior ao valor empenhado;
Ex.: Empenho estimado R$ 100,00
Montante da despesa R$ 80,00
Será anulado parcialmente R$ 20,00
• Totalmente , quando não liquidados, salvo se satisfizer as condições para serem inscritos

36
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

em RESTOS A PAGAR
√ Limitação de Empenho:
 A LRF prevê que os Órgãos do Executivo, Legislativo, Judiciário, MP, TC, Autarquias, Fundações Públicas,
Estatais dependentes, devem ajustar a emissão de empenhos às disponibilidades reais.
Liquidação
√ Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito.
√ Essa verificação tem por fim apurar a:
 origem e o objeto do que se deve pagar;
 importância exata a pagar;
 quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
√ A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
 o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
 a nota de empenho;
 os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
√ A despesa é considerada realizada com a liquidação;
√ Há a verificação se o contrato foi efetivamente cumprido pelo fornecedor, e nesse momento é feita a
contabilização da despesa;
√ O ato de liquidar a despesa exige que a mesma seja contabilizada, pois, ao se receber o objeto do
empenho, ocorre uma alteração na qualidade ou na quantidade do patrimônio da entidade, que tem que
ser registrado na contabilidade;
√ Ordem de pagamento
 é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

Pagamento
®
√ Consiste na transferência de recursos da conta única do Tesouro Nacional para a conta
do credor, via ordem bancária;

RESTOS A PAGAR

CONCEITO
• São as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as
processadas das não processadas.
√ Os empenhos que correm a conta de créditos com vigência plurianual, que não tenham sido liquidados, só serão
computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.
• Não afetam o orçamento do ano em que for pago.

CLASSIFICAÇÃO
• De acordo com a Lei 4320/64, os Restos a Pagar classificam-se em:
√ Processados (empenhados e liquidados); e
√ Não processados (apenas empenhados).
Restos a pagar processados
√ Podem ser representados pelo saldo de despesas empenhadas, liquidadas e não pagas;
√ São os valores que atingiram o estágio da liquidação, ou seja, ao final do exercício estavam prontos para
pagamento, em razão do credor ter cumprido com as suas obrigações, através da entrega do material, da prestação
dos serviços ou da execução das obras, dentro do exercício de emissão do empenho, tendo por conseguinte
direito líquido e certo a receber;

X1 X2 X 2 EXTRA-ORÇ.

Empenhada Não afeta X 2 Pagamento de Restos


a Pagar X 1
Liquidada
(não foi pago até 31/12)
Foi escrito em
Restos a Pagar

Restos a pagar não-processados


√ Podem ser representadas pelo saldo de despesas empenhadas e não liquidadas;
√ São os valores das despesas que estando empenhadas não conseguiram, por algum motivo, atingir o
estágio da liquidação até o dia 31 de dezembro;

37
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

√ Tais despesas ficam na dependência da prestação do serviço, do fornecimento do material ou da execução das
obras por parte do credor;
√ Não existe ainda, para o credor, o direito de receber e também não há a obrigação do Estado de
pagar;
INSCRIÇÃO DOS RESTOS A PAGAR
• Será feita no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, tendo
validade até 31 de dezembro do ano subseqüente;
• Os empenhos não liquidados somente serão inscritos como restos a pagar, quando:
√ ainda vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
√ vencido o prazo para cumprimento da obrigação:
 esteja em curso a liquidação da despesa; ou
 seja de interesse da Administração exigir o seu cumprimento;
√ destinar-se a atender transferências a instituições públicas ou privadas; e
√ corresponder a compromisso assumido no exterior.
• Não necessita de haver recursos para a inscrição;

PRESCRIÇÃO DOS RESTOS A PAGAR


• Os valores não reclamados, até 31/12, serão cancelados, assegurado ao credor o direito de
receber em 5 anos a contar da data da inscrição;
• O credor receberá os valores através de um novo empenho por meio da conta de despesas de exercícios
anteriores.
X1 X 2 X 2 EXTRA-ORÇ.
Empenhada Pagamento de Restos a Pagar
Não-Liquidada
Inscreve em Restos a Pagar
®
* Os restos a pagar deverão ser liquidados até 31/12 de X2 caso não sejam serão anulados
* Se forem liquidados deverão ser pagos no Extra-orçamento de X2.

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

CONCEITO
• São as dívidas resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que
devem ocorrer os pagamentos;

OCORRÊNCIA
• Poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica:
√ as despesas de exercícios encerrados que não se tenham processado na época própria, para as quais
o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las;
* pode ser representada pelo caso de um fornecedor que prestou serviços no ano de X1, entretanto não chegou
a emitir o documento fiscal e, também, a área responsável pelo acompanhamento dos serviços não comunicou
o fato ao setor de contabilidade que dessa forma providenciou o cancelamento do empenho em X1, impedindo
a inscrição em restos a pagar. Logicamente, no ano de X2, se o fornecedor questionar o pagamento, somente
poderá ser atendido como despesa de exercício anterior, onerando o orçamento do ano de X2. Observe o quadro
a seguir que resume os acontecimentos orçamentários:

ORÇAMENTO DO ANO DE X 1 ORÇAMENTO DO ANO DE X2


- EMISSÃO DO EMPENHO - EMISSÃO DE NOVO
(PARA SERVIÇOS) EMPENHO (PARA DESPESA
- NÃO OCORRE LIQUIDAÇÃO NEM DE EXERC. ANTERIOR)
PAGAMENTO DO EMPENHO; - LIQUIDAÇÃO DO NOVO EMPENHO
- ANULAÇÃO DO EMPENHO - PAGAMENTO DO NOVO EMPENHO
CONCLUSÃO: não afeta CONCLUSÃO: o orçamento
o orçamento de X1 de X2 é afetado

√ os Restos a Pagar com prescrição interrompida;


* A área responsável pelo acompanhamento dos serviços comunicou ao setor de contabilidade acerca da
execução dos serviços, mesmo não tendo o fornecedor do serviço emitido o documento fiscal em X1. Com isso, a
contabilidade providenciou a inscrição do empenho emitido em restos a pagar. Até o final do ano seguinte (X2),

38
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

dentro da sistemática do SIAFI, a inscrição em restos a pagar é cancelada. Como permanece o direito do credor de
cobrar pelos serviços prestados, pelo prazo de cinco anos a contar da data do fato gerador, se o fornecedor em X3
exigir o pagamento, mais uma vez teremos que recorrer à figura das despesas de exercícios anteriores/Examine a
seguir os quadros explicativos:
ORÇAMENTO DO ANO DE X2
ANO DE X1 ORÇAMENTO EXTRA- ORÇAMENTO DO ANO DE X3
X2 ORÇAMENTO
- emissão do empenho - conclusão: - não ocorre a liquidação e - emissão de novo empenho (para
(para serviços); o orçamento o pagamento do empenho despesa de exerc. anterior)
- não ocorre liquidação nem de X2 não é de X1 (restos a pagar); - ocorre a liquidação do novo empenho;
pagamento do empenho; afetado. - em 31.12.X2 O empenho de - ocorre o pagamento do novo empenho;
- o empenho é inscrito X1 é anulado (cancelamento
- conclusão: o orçamento
em restos a pagar; de restos a pagar).
de X3 é afetado.
- conclusão: afeta o
orçamento de X1.

√ os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, criados em virtude


de lei, reconhecido após o encerramento do exercício ao qual pertence.
* Essa hipótese pode ser exemplificada pela aprovação, no ano X2, de uma lei que concede gratificação para
servidores com efeito retroativo a janeiro de X1. As despesas relativas ao ano de X1 somente podem ser pagas no
exercício financeiro de X2 por meio de processo próprio à conta de “despesas de exercícios anteriores”. Apenas o
orçamento de X2 foi afetado, sendo necessária a emissão de empenho com conseqüente liquidação e pagamento
dele.
®
√ Valor inscrito em restos a pagar menor que o valor real da despesa a ser paga.
* O exemplo a ser citado pode ser o de um empenho emitido por estimativa para atender despesas de telefone no
montante de $1.200 durante o ano de X1. Se as faturas dos meses de janeiro a novembro forem liquidadas e pagas
em X1, no total de $1.100, então o valor a ser inscrito em restos a pagar para esse empenho será de $100. Suponha
que em X2, quando o órgão recebe a fatura de dezembro, percebe que o seu valor é $120. Como só foi inscrito em
restos a pagar o valor de $100, então a diferença de $20 que se refere ao ano de X1, deverá ser paga à conta de
despesas de exercícios anteriores, afetando também o orçamento de X21 Acompanhe o exemplo fornecido acima
com mais detalhes no quadro a seguir:

ANO DE X2
ORÇAMENTO DO ANO DE X1
ORÇAMENTO X2 EXTRA-ORÇAMENTO
- emissão do empenho $1.200 - novo empenho (despesa - pagamento do empenho de
- ocorre liquidação e pagamento exerc. anterior) por $20 X1 (restos a pagar) por $100
no valor de $1.100 - liquidação do empenho
- o saldo de $100 do empenho - pagamento do empenho
é inscrito em restos apagar - conclusão: o orçamento
- conclusão: afeta o de X2 é afetado por $20.
orçamento de X1 por $100

* Exemplos extraídos do Livro Curso Básico de Contabilidade Pública do Professor Francisco Glauber Lima
Mota. Pág. 126-127.

PRESCRIÇÃO
• As dívidas de exercícios financeiros anteriores, que dependem de requerimento do favorecido, prescrevem em
5 anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo direito;
• O início do período da dívida corresponde à data constante do fato gerador de direito, não sendo considerado,
para a prescrição qüinqüenal, o tempo de tramitação burocrática e o de providencias administrativas a que estiver
sujeito o processo.

QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (FCC - TRT – 20ª Região – Analista Judiciário – 2006) Na ordem normal de processamento,
a despesa pública passa pelas seguintes fases:
A) reserva de dotação orçamentária, empenho, pagamento e liquidação.
B) Liquidação, empenho e pagamento.
C) Pagamento, empenho e liquidação.
D) Empenho, liquidação e pagamento.

39
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

E) Empenho, reserva de dotação orçamentária e pagamento.


02. (AFC STN / 2000) O art. 35 da Lei nº 4.320/64 consagrou, para a contabilidade pública,
o regime misto, estabelecendo o regime de competência para a despesa e o de caixa para a
receita. Todavia, constituem exceções a esse regime
A) a aquisição de bens de capital e o recebimento de doações
B) os restos a pagar não processados e a inscrição da dívida ativa
C) os restos a pagar não processados e o recebimento da dívida ativa
D) os restos a pagar processados e a inscrição da dívida ativa
E) os restos a pagar processados e o recebimento da dívida ativa
03. (AFCE/1995) A despesa pública, a exemplo da receita, apresenta diferentes estágios,
que compreendem procedimentos com finalidade específica. A propósito desses estágios,
discriminados no Regulamento de Contabilidade Pública, julgue os itens seguintes.
A) No caso de um contrato com vigência entre 01/07/X1 e 30/06/X2, as despesas relativas à parte a ser
executada em X2 serão empenhadas em X2.
B) O empenho da despesa não-liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro sempre que estiver
extinto o prazo para o cumprimento da obrigação assumida pelo credor.
C) Os valores empenhados não poderão exceder o limite dos créditos concedidos, na dotação própria, exceto
na hipótese de estar tramitando, em regime de urgência, solicitação de crédito especial.
D) São consideradas como despesas de exercícios anteriores aquelas cujo empenho tenha sido considerado
insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, por falta de cumprimento da obrigação
pelo credor.
E) Despesas empenhadas durante o exercício e não-pagas até 31 de dezembro são consideradas Restos a
Pagar, identificando-se tanto as despesas processadas como as não-processadas.
04. (TRE-PE-2004) Na execução da despesa pública, o ato que cria uma obrigação de um
pagamento a ser efetuado é denominado
A) caução. ®
B) suprimento de fundos.
C) contração de dívida.
D) averbação.
E) empenho de despesa.
05. (TRF 1ª REG. 2001) As etapas a que se submetem as despesas, desde a fixação até seu
pagamento, devem necessariamente observar a seguinte seqüência:
A) empenho, licitação, ordem de pagamento, liquidação.
B) licitação, liquidação, empenho, ordem de pagamento.
C) empenho, licitação, liquidação, ordem de pagamento.
D) licitação, empenho, ordem de pagamento, liquidação.
E) licitação, empenho, liquidação, ordem de pagamento.
06. (TRF 1ª REG. 2001) Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor,
A) a liquidação.
B) a licitação.
C) o empenho.
D) a ordem de pagamento.
E) a ordem de serviço.
07. (FCC - TCE – AM – Procurador – 2005) As fases de processamento das despesas públicas
seguem a seguinte ordem:
A) Ordem de pagamento, liquidação, nota de empenho e pagamento.
B) Liquidação, ordem de pagamento, empenho e pagamento.
C) Empenho, liquidação, ordem de pagamento e pagamento.
D) pagamento, liquidação, ordem de pagamento e empenho.
E) empenho, pagamento, liquidação e ordem de pagamento.
08. (TRF 1ª REG. 2001) Considerando que a despesa do exercício apresenta a seguinte
situação:
• Fixada 200
• Economia Orçamentária 5
• Liquidada 155
• Paga 125
Os restos a pagar processados têm valor de
A) 25 B) 30 C) 35
D) 40 E) 45
09. (TRF 1ª REG. 2001) Uma despesa de um exercício nele não processada, embora tivesse saldo
suficiente, pode ser atendida no exercício subseqüente por
A) crédito especial.
B) dotação para isso suplementada no exercício seguinte.
C) despesas de exercícios anteriores, após reconhecida.

40
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

D) restos a pagar restabelecidos.


E) dotação dessa mesma despesa, do exercício seguinte.
10. (FCC - TRF – Analista Judiciário 1ª Região 2001) As etapas a que se submetem as despesas,
desde a fixação até seu pagamento, devem necessariamente observar a seguinte seqüência:
A) empenho, licitação, ordem de pagamento, liquidação.
B) licitação, liquidação, empenho, ordem de pagamento.
C) empenho, licitação, liquidação, ordem de pagamento.
D) licitação, empenho, ordem de pagamento, liquidação.
E) licitação, empenho, liquidação, ordem de pagamento.
11. (FCC - TRF – Analista Judiciário 1ª Região 2001) Consiste na verificação do direito adquirido
pelo credor,
A) a liquidação. B) a licitação. C) o empenho.
D) a ordem de pagamento. E) a ordem de serviço.
12. (FCC - MARE – Analista de Orçamento – 1998) A certificação do recebimento do fornecimento,
da prestação do serviço e da ocorrência do encargo, é exigida na fase de
A) fixação. B) licitação. C) empenho.
D) liquidação. E) pagamento.
13. (FCC - TRF - Analista Judiciário – 4ª Região – 2004) Segundo a Lei no 4320/64, o pagamento é
imediata e necessariamente antecedido
A) pela ordem de pagamento. B) pela liquidação. C) pela fixação.
D) pela licitação. E) pelo empenho
14. (FCC - MPPEP – Analista Ministerial – 2006) Sobre as fases da despesa, é correto afirmar:
A) è composta por: previsão, fixação, empenho, lançamento e pagamento.
B) O empenho da despesa é o ato pelo qual é verificado se o direito adquirido pelo credor é baseado em
documentos processados pela Contabilidade.
®
C) A despesa sem prévio empenho não é permitida, inclusive nos casos cujo montante não se possa determinar
o valor exato.
D) O empenho da despesa poderá exceder o limite dos créditos concedidos nos casos de assunção de
obrigações com vigência superior ao exercício financeiro.
E) A existência de dotação e autorização na Lei Orçamentária Anual é condição única e suficiente para a
aquisição de material, fornecimento e adjudicação de obras e serviços.
15. (TRT 21ª REG. 2003) A Lei no 4.320/64 estabelece no artigo 90 que a contabilidade deve
evidenciar os créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a realizada, à conta dos
mesmos créditos e às dotações disponíveis. Em estrita observância dessas disposições, anulados
os valores não remunerados, as despesas de pessoal, nas suas parcelas fixas mensais, devem ser
objeto de empenho
A) ordinário pelo valor mensal da folha de pagamento.
B) ordinário anual.
C) por estimativa mensal, de acordo com a folha de pagamento.
D) por estimativa anual.
E) global com projeção até 31 de dezembro do exercício.
16. (FCC – TCE/CE – Auditor – 2006) O empenho que se destina a atender despesa determinada
e quantificada, mas a ser liquidada e paga parceladamente durante a fluência do exercício, é
denominado empenho
A) Ordinário
B) Operacional
C) Por estimativa
D) Global
E) De gestão
17. (TRT 21ª REG. 2003) A verificação do direito adquirido pelo credor corresponde
A) à liquidação.
B) à fixação.
C) ao empenho.
D) à licitação.
E) ao pagamento.
18. (FCC – TRF 4ª Região – Analista Judiciário – 2006) A fase da despesa orçamentária, que
gera no sistema financeiro o registro do compromisso decorrente de uma despesa orçamentária
adequadamente fixada e processada, denomina-se
A) Licitação
B) Empenho
C) Entrega da mercadoria ou prestação do serviço ou encargo
D) Liquidação
E) Ordem de pagamento
19. (FCC – TRF/1ª Região – Analista Judiciário – 2006) A seqüência correta de fases da despesa

41
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

pública é:
A) licitação, empenho e pagamento.
B) empenho, programação e pagamento.
C) licitação, programação e pagamento.
D) empenho, licitação e programação.
E) liquidação, programação e pagamento.
20. (FCC – TRF/1ª Região – Analista Judiciário – 2006) A Nota de Empenho contém:
I. o valor do Crédito Orçamentário a que se submete a Despesa;
II. o nome do credor;
III. os termos contratuais da Despesa:
Está correto o que se afirma SOMENTE em
A) I. B) II. C) I e II.
D) I e III. E) II e III.
21. (TRF 5ª REG. 2003) Os restos a pagar não processados, caracterizam-se por não terem
sido objeto de
A) protocolização.
B) licitação.
C) liquidação.
D) anulação de empenho.
E) ordenação de pagamento quando empenhadas.
22. (TRF 4ª REG. 2004) Segundo a Lei no 4320/64, o pagamento é imediata e necessariamente
antecedido
A) pela fixação.
B) pela licitação.
C) pelo empenho.
D) pela ordem de pagamento.
E) pela liquidação.
®
23. (TCESP) O empenho de despesa é o ato, emanado de autoridade competente, que
A) ordena o pagamento de quantia devida ao credor.
B) cria para o Estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição.
C) lança, na lei orçamentária, a previsão de despesa.
D) lança, no decreto de execução orçamentária, a previsão de despesa.
E) efetiva, concretamente, o pagamento de quantia devida ao credor.
24. (TCE-MA) As despesas empenhadas e não pagas até o final do exercício financeiro são
consideradas como restos a pagar. Sobre a matéria é correto afirmar:
A) Dividem-se em duas categorias: as processadas, aquelas que foram empenhadas e pendem de
liquidação e as não processadas, aquelas que foram empenhadas e pendem de pagamento.
B) Compõem-se unicamente de obrigações a longo prazo.
C) Os empenhos decorrentes de contratos com vigência plurianual, que não tenham sido liquidados, serão
computados pelo valor total como restos a pagar ao final do primeiro exercício financeiro.
D) Os restos a pagar com prescrição interrompida poderão ser pagos à conta de dotação específica
consignada no orçamento.
E) A anulação de restos a pagar não será considerada como receita no exercício em que se efetivar.
25. (TCE-MA) Em relação à despesa pública é correto afirmar:
A) A ordem de pagamento da despesa será materializada em documentos processados pelo serviço de
contabilidade.
B) É vedada a realização de despesa sem prévio empenho e sob hipótese alguma será dispensada a
emissão da nota de empenho.
C) Serão indicados no empenho o nome do credor, a especificação, a importância da despesa, os
comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
D) São tipos de empenhos da despesa: global, extraordinário, estimativo e ordinário.
E) É vedada, sob qualquer hipótese, a redistribuição de parcelas das dotações de pessoal de uma para
outra unidade orçamentária.
26. (FCC) Assinale a opção que contém o conceito do segundo estágio da execução da despesa
orçamentária.
A) Consiste na verificação do direito adquirido pelo devedor, tendo por base títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito.
B) Despacho exarado por autoridade competente determinando a extinção da obrigação.
C) Ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou
não de implemento de condição.
D) Verificação do implemento de condição do empenho, tendo por objetivo apurar a origem, o objeto, a
importância que se deve pagar para extinguir a obrigação e a quem se deve pagar.
27. (FCC) Assinale a opção que caracteriza o primeiro estágio da execução da despesa
orçamentária:
A) cria para o Estado direitos a receber pendentes de verificação de sua Iiquidez e certeza

42
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

B) implica o comprometimento do crédito orçamentário ou adicional, limitado ao total dos créditos


concedidos
C) deve ser emitido em momento posterior à realização da despesa
D) pode ser feito por estimativa, para as despesas de valor certo e pagamento único.
28. (CESPE) Julgue os itens.
A) É vedado o empenho de despesa cujo montante não se possa determinar.
B) O empenho da despesa não poderá exceder o total da dotação orçamentária.
C) A liquidação é o estágio da despesa em que a autoridade competente efetua o pagamento ao credor.
D) Os empenhos relativos a despesas não pagas são automaticamente anulados no final do exercício,
ainda que referentes a compromissos assumidos no exterior.
E) É permitido o empenho global de despesas contratuais e de outras sujeitas a parcelamento.
29. (CESPE) Ao final do ano, deverão ser inscritos em restos a pagar não processados os
saldos de empenhos não liquidados e considerados não insubsistentes, onerando o exercício
financeiro de sua emissão. Julgue esses procedimentos:
A) é fruto de determinação legal
B) é recomendado pela boa técnica contábil
C) gera um passivo de origem extra-orçamentária a ser liquidado ao longo do exercício subseqüente
D) em nada afeta o patrimônio público, posto que a despesa deverá ser contabilizada pelo regime de caixa
E) interfere no cálculo realizado para apuração do superávit financeiro, definido como a diferença positiva
entre o ativo e o passivo financeiro.
30. (CESPE) A respeito da prescrição relativa a Restos a Pagar, julgue os itens.
A) ocorre no final do exercício financeiro subseqüente ao da respectiva inscrição, no casos dos não-
processados
B) ocorre quanto tiver havido cancelamento da inscrição, sem manifestação contrária do credor

Administração ®
C) ocorre por decreto do Poder Executivo, nos casos de conveniência e oportunidade para a

D) ocorre quando o credor se tornar inadimplente de suas obrigações contratuais, por mais de noventa
dias
E) ocorre após cinco anos contados a partir da data de inscrição, excetuando-se os casos em que haja
interrupções.
31. (CESPE) A inscrição de um compromisso em restos a pagar:
A) transfere para o orçamento do exercício subseqüente a responsabilidade pelo seu pagamento.
B) tem efeito no resultado da execução orçamentária do exercício de emissão de empenho.
C) constitui despesa extra-orçamentária do exercício e receita extra-orçamentária no exercício
subseqüente.
D) corresponde a uma despesa orçamentária.
E) aumenta o montante das obrigações financeiras do balanço patrimonial.
32. (CESPE) Poderão ser pagos à conta de dotação destinada a despesas de exercícios
anteriores:
A) despesas cujo empenho considerado insubsistente foi anulado no encerramento do exercício
correspondente, porém dentro do prazo definido o credor tenha cumprido sua obrigação.
B) restos a pagar já prescritos, porém liquidados dentro do prazo legal
C) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, criados por lei
D) valores inscritos em restos a pagar superiores ao valor real a ser pago
E) despesas que não possam se subordinar ao processo normal de aplicação
33. (CESPE) Quanto às despesas de exercícios anteriores, pode-se afirmar que (assinale os
itens verdadeiros e os falsos):
A) representam gastos que não necessitam de autorização orçamentária
B) sua execução deverá exigir o mesmo ritual adotado para a despesa orçamentária
C) se existir empenho inscrito em restos a pagar com saldo insuficiente para atender a certo gasto, o gesto
r público poderá saldar esse compromisso fazendo uso da figura chamada despesa de exercício anterior
D) apresenta-se como uma solução para correção de falhas durante a execução da despesa.
E) diferencia-se de restos a pagar não processado em razão de referir-se a ano encerrado
34. O domínio orçamentário próprio e independente pela pessoa jurídica central do Estado, em
coexistência com os das suas entidades da administração indireta e a visão geral do conjunto
das suas finanças públicas é obtido por consolidação, segundo o princípio orçamentário
A) da anualidade.
B) da totalidade.
C) da universalidade.
D) da não afetação das receitas.
E) da exclusividade.
35. Quando da apuração do superávit financeiro, o balanço patrimonial do exercício anterior
indicava para o ativo financeiro o valor de $150 e para o passivo financeiro o de $70. No exercício
haviam sido reabertos dois créditos adicionais: um especial pelo saldo de $50, que havia sido
aberto com recursos de operação de crédito, do qual deixou de ser arrecadado no exercício

43
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

anterior o valor de $20; e um extraordinário pelo saldo de $28. Considerados esses dados, o
valor máximo do crédito adicional a ser aberto será
A) $80. B) $52. C) $30. D) $22. E) $ 2.
36. Os restos a pagar não processados, caracterizam-se por não terem sido objeto de
A) protocolização.
B) licitação.
C) liquidação.
D) anulação de empenho.
E) ordenação de pagamento quando empenhadas.

GABARITO

01. D 11. A 21. C 31. E,C,E,C,C


02. B 12. D 22. D 32. C,E,C,E,E
03. C, C, E, E, E 13. A 23. B 33. E,C,C,C,C
04. A 14. C 24. D 34. B
05. E 15. E 25. A 35. D
06. A 16. D 26. D 36. C
07. C 17. A 27. B
08. B 18. D 28. E,C,E,E,C
09. C 19. A 29. C,E,E,E,C

®
10. E 20. C 30. C,E,E,E,E

SUPRIMENTO DE FUNDOS

Em face da necessidade de se haver um efetivo planejamento quanto à gestão pública dos recursos diante
das demandas surgidas, planejar é preciso. Porém, como em muitas vezes não se pode imaginar todas
as possibilidades dessas demandas, poderão ocorrer eventualidades (excepcionalidades) que terão de ser
atendidas, uma vez que o seu não-atendimento poderá ocasionar prejuízos ou conseqüências desastrosas
à Administração.
Ao ocorrer uma eventualidade, e houver a necessidade de atendê-la, de maneira rápida, não podendo
aguardar o processo normal (procedimento licitatório), uma das possibilidades é atendê-la por meio de um
procedimento denominado concessão de suprimento de fundos.
A finalidade do suprimento de fundos é de atender a despesas que não possam aguardar o processo
normal, ou seja, é exceção quanto à não-realização de procedimento licitatório.
O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos casos de despesas expressamente
definidas em lei com a finalidade de realizar despesas que pela excepcionalidade, a critério do Ordenador
de Despesa e sob sua inteira responsabilidade, não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação,
nos seguintes casos:
• para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que exijam pronto
pagamento em espécie;
• quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e
• para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não
ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.
Os valores de um suprimento de fundos entregues ao suprido poderão relacionar-se a mais de uma
natureza de despesa, desde que precedidos dos empenhos nas dotações respectivas, respeitados os valores
de cada natureza.
O limite máximo para a concessão de suprimento por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal,
quando se tratar de despesa de pequeno vulto:
• para obras e serviços de engenharia será o correspondente a 10% (dez por cento) do valor estabelecido
na alínea “a” (convite) do inciso “I” do artigo 23, da Lei 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98;
• para outros serviços e compras em geral, será o correspondente a 10% (dez por cento) do valor
estabelecido na alínea “a” (convite) do inciso “II” do artigo 23, Lei 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98.

O limite máximo para realização por despesa de pequeno vulto em cada NOTA FISCAL/FATURA/RECIBO/
CUPOM FISCAL:
• na execução de obras e serviços de engenharia, será o correspondente a 1% (um por cento) do valor
estabelecido na alínea “a” do inciso “I”(convite) do artigo 23, da Lei 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98;

44
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

• nos outros serviços e compras em geral, será de 1% (um por cento) do valor estabelecido na alínea “a”
(convite) do inciso “II” do artigo 23, Lei 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98.
O limite máximo para a concessão de suprimento por meio de conta-corrente, quando se tratar de despesa
de pequeno vulto:
• para obras e serviços de engenharia será o correspondente a 5% (cinco por cento) do valor estabelecido
na alínea “a” (convite) do inciso “I” do artigo 23, da Lei 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98;
• para outros serviços e compras em geral, será o correspondente a 5%(cinco por cento) do valor
estabelecido na alínea “a” (convite) do inciso “II” do artigo 23, Lei 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98.
A concessão de SF deverá ocorrer por meio do Cartão de Pagamento doGoverno Federal. Excepcionalmente,
onde comprovadamente não forpossível a utilização do cartão, poderá ocorrer por meio de depósito emconta-
corrente ou por posse de valor em espécie.
O limite máximo para realização de despesa de pequeno vulto em cada NOTA FISCAL/FATURA/RECIBO/
CUPOM FISCAL:
• na execução de obras e serviços de engenharia, será o correspondente a 0,25% (vinte e cinco centésimos
por cento) do valor estabelecido na alínea “a” do inciso “I” (convite) do artigo 23, da Lei 8.666/93, alterada
pela Lei 9.648/98;
• nos outros serviços e compras em geral, será de 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento) do valor
estabelecido na alínea “a” (convite) do inciso “II” do artigo 23, Lei 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98.

Limite máximo para concessão de SF

CARTÃO DE PAGAMENTO CONTA-CORRENTE


Limite de concessão
Obras e serviços de engenharia R$ 15.000,00
® R$ 7.500,00
Compras e serviços R$ 8.000,00 R$ 4.000,00
Limite de despesa por NF
Obras e serviços de engenharia R$ 1.500,00 R$ 375,00
Compras e serviços R$ 800,00 R$ 200,00

􀀹 É vedado o fracionamento de despesa ou do documento comprobatório, para adequação dos valores


constantes dos limites máximos para realização de despesa de pequeno vulto em cada NOTAFISCAL/
FATURA/
RECIBO/CUPOM FISCAL.
􀀹 O valor do Suprimento de Fundos inclui os valores referentes àsObrigações Tributárias e de Contribuições,
não podendo em hipótesealguma ultrapassar os limites estabelecidos quando se tratar de despesasde
pequeno vulto.
􀀹 Excepcionalmente, a critério da autoridade de nível ministerial, desdeque caracterizada a necessidade
em despacho fundamentado, poderão serconcedidos suprimentos de fundos em valores superiores aos
fixados comolimites máximos.

A proposta de concessão de suprimento de fundos deverá conter:


• a finalidade;
• a justificativa da excepcionalidade da despesa por suprimento de fundos, indicando fundamento
normativo;
• a especificação da ND - Natureza da Despesa e do PI – Plano Interno, quando for o caso; e
• indicação do valor total e por cada natureza de despesa.

O servidor que receber Suprimento de Fundos é obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-
se, automaticamente, à tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado pelo Ordenador de Despesa,
sem prejuízo das providências administrativas para apuração das responsabilidades.
A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte.
A comprovação das despesas realizadas deverá estar devidamente atestada por outro servidor que tenha
conhecimento das condições em que estas foram efetuadas, em comprovante original cuja emissão tenha
ocorrido em data igual ou posterior a de entrega do numerário e compreendida dentro do período fixado ara
aplicação, em nome do órgão emissor do empenho.
Não se concederá suprimento de fundos:
􀂃 a responsável por dois suprimentos;

45
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

􀂃 a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não
houver na repartição outro servidor;
􀂃 a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua
aplicação; e

􀀹 A concessão de suprimento de fundos deverá respeitar osestágios da despesa pública: empenho,


liquidação e pagamento.
􀀹 É vedada a aquisição de material permanente por suprimento defundos.
􀂃 a servidor declarado em alcance, entendido como tal o que não prestou contas no prazo
regulamentar ou o que teve suas contas recusadas ou impugnadas em virtude de desvio,
desfalque, falta ou má aplicação dos recursos recebidos.
􀀹 Ao servidor responsável por dois suprimentos é vedada a concessão de SF;
􀀹 O servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização domaterial a adquirir, como, por exemplo, o
responsável peloalmoxarifado, não poderá ser suprido, salvo quando não houveroutro servidor que possa
sê-lo;
􀀹 Ao servidor declarado em alcance. Significa o servidor que nãoprestou contas no prazo legal ou que teve
suas contasrecusadas ou impugnadas em virtude de prática de ato ilegal.

DESPESA PÚBLICA
1. Estrutura da Programação Orçamentária da Despesa
1.1. Programação Qualitativa ®
A estruturação atual do orçamento público considera que as programações orçamentárias estejam
organizadas em Programas de Trabalho, e que esses possuam programação física e financeira. O Programa
de Trabalho, que define qualitativamente a programação orçamentária, é composto dos seguintes blocos
de informação: Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação Funcional e Estrutura
Programática, conforme detalhado na tabela a seguir:

1.2. Programação Quantitativa


A programação física define quanto se pretende desenvolver do produto, conforme a tabela a seguir:

46
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

A programação financeira define o que adquirir, com quais recursos, de acordo com a tabela a seguir:

1.3. Estrutura Completa da Programação Orçamentária


Exemplo:

47
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

2. Componentes da Programação Qualitativa – Programa de Trabalho


2.1. Classificação por Esfera Orçamentária
A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é fiscal (F), da seguridade social (S) ou
de investimento das empresas estatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da Constituição:
• o orçamento fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
• o orçamento de investimento: orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto; e
• o orçamento da seguridade social: abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração
direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
O § 2º do art. 195 da Constituição estabelece que a proposta de orçamento da seguridade social será
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social,
tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada
área a gestão de seus recursos.
Na base do SIDOR o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e será associado
à ação orçamentária, com os seguintes códigos:
10 - Orçamento Fiscal;
20 - Orçamento da Seguridade Social; ou
30 - Orçamento de Investimento.
2.2. Classificação Institucional
A classificação institucional reflete a estrutura organizacional e administrativa governamental e está
estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. As dotações
®
orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são consignadas às unidades
orçamentárias, que são as estruturas administrativas responsáveis pelos recursos financeiros (dotações) e
pela realização das ações.
O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à
identificação do órgão e os demais à unidade orçamentária.
XX XXX
1º / 2º dígitos: identificam o órgão orçamentário; e
3º / 4º / 5º dígitos: identificam a unidade orçamentária.
Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa,
como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos” “Transferências a Estados, Distrito
Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da
Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.
2.3. Classificação Funcional da Despesa
A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder basicamente à indagação “em que”
área de ação governamental a despesa será realizada. Cada atividade, projeto e operação especial identificará
a função e a subfunção às quais se vinculam. A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº
42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de funções
e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental
nas três esferas de Governo. Trata-se de uma classificação independente dos programas, e de aplicação
comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite
a consolidação nacional dos gastos do setor público.
2.3.1. Função
A classificação funcional é representada por cinco dígitos XX XXX. Os dois primeiros referem-se à função,
que pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A
função está relacionada com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa,
que guarda relação com os respectivos Ministérios.
A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem
ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações
e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. Nesse caso, as ações estarão associadas
aos programas do tipo “Operações Especiais” que correspondem aos códigos abaixo relacionados e que
constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA:

48
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

0901 Operações Especiais: Cumprimento de Sentenças Judiciais


0902 Operações Especiais: Financiamentos com Retorno
0903 Operações Especiais: Transferências Constitucionais e
as Decorrentes de Legislação Específica
0904 Operações Especiais: Outras Transferências
0905 Operações Especiais: Serviço da Dívida Interna (Juros e Amortizações)
0906 Operações Especiais: Serviço da Dívida Externa (Juros e Amortizações)
0907 Operações Especiais: Refinanciamento da Dívida Interna
0908 Operações Especiais: Refinanciamento da Dívida Externa
0909 Operações Especiais: Outros Encargos Especiais

2.3.2. Subfunção
A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa um nível de agregação
imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da
agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se
aglutinam em torno das funções. As subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas a
que estão relacionadas na Portaria nº 42, de 1999. As ações devem estar sempre conectadas às subfunções
que representam sua área específica. Existe também a possibilidade de matricialidade na conexão entre
função e subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer subfunção, mas não na relação
entre ação e subfunção. Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, a

®
programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única função, ao passo que a subfunção é
escolhida de acordo com a especificidade de cada ação. A exceção à matricialidade encontra-se na função
28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas.
Exemplos:

Na base do SIDOR, existem dois campos correspondentes à classificação funcional, quais sejam:

49
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

A seguir encontra-se a íntegra da Portaria nº 42/1999 e se anexo, a qual atualiza a discriminação da


despesa por funções.

ANEXO
FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNO
FUNÇÕES SUBFUNÇÕES
01 - Legislativa 031 - Ação Legislativa 032 - Controle Externo
061 - Ação Judiciária 062 - Defesa do Interesse
02 - Judiciária
Público no Processo Judiciário
03 - Essencial
091 - Defesa da Ordem Jurídica 092 - Representação Judicial e Extrajudicial
à Justiça

121 - Planejamento e Orçamento 122 - Administração Geral 123 -


Administração Financeira 124 - Controle Interno 125 - Normatização
04 - Administração e Fiscalização 126 - Tecnologia da Informação 127 - Ordenamento
Territorial 128 - Formação de Recursos Humanos 129 - Administração de
Receitas 130 - Administração de Concessões 131 - Comunicação Social

05 - Defesa
151 - Defesa Área 152 - Defesa Naval 153 - Defesa Terrestre
Nacional
06 - Segurança ®
181 - Policiamento 182 - Defesa Civil 183 - Informação e Inteligência
Pública
07 - Relações
211 - Relações Diplomáticas 212 - Cooperação Internacional
Exteriores
08 - Assistência 241 - Assistência ao Idoso 242 - Assistência ao Portador de Deficiência 243
Social - Assistência à Criança e ao Adolescente 244 - Assistência Comunitária

09 - Previdência 271 - Previdência Básica 272 - Previdência do Regime Estatutário


Social 273 - Previdência Complementar 274 - Previdência Especial

301 - Atenção Básica 302 - Assistência Hospitalar e Ambulatorial


10 - Saúde 303 - Suporte Profilático e Terapêutico 304 - Vigilância Sanitária
305 - Vigilância Epidemiológica 306 - Alimentação e Nutrição

331 - Proteção e Benefícios ao Trabalhador 332 - Relações de


11 - Trabalho
Trabalho 333 - Empregabilidade 334 - Fomento ao Trabalho

361 - Ensino Fundamental 362 - Ensino Médio 363 - Ensino


12 - Educação Profissional 364 - Ensino Superior 365 - Educação Infantil 366
- Educação de Jovens e Adultos 367 - Educação Especial

13 - Cultura 391 - Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 392 - Difusão Cultural


14 - Direitos 421 - Custódia e Reintegração Social 422 -
da Cidadania Direitos Individuais, Coletivos e Difusos

50
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

423 - Assistência aos Povos Indígenas


451 - Infra-Estrutura Urbana 452 - Serviços Urbanos
15 - Urbanismo
453 - Transportes Coletivos Urbanos
16 - Habitação 481 - Habitação Rural 482 - Habitação Urbana
17 - Saneamento 511 - Saneamento Básico Rural 512 - Saneamento Básico Urbano
18 - Gestão 541 - Preservação e Conservação Ambiental 542 - Controle Ambiental 543 -
Ambiental Recuperação de Áreas Degradadas 544 - Recursos Hídricos 545 - Meteorologia
19 - Ciência e 571 - Desenvolvimento Científico 572 - Desenvolvimento Tecnológico e
Tecnologia Engenharia 573 - Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico
601 - Promoção da Produção Vegetal 602 - Promoção da Produção
20 - Agricultura Animal 603 - Defesa Sanitária Vegetal 604 - Defesa Sanitária Animal
605 - Abastecimento 606 - Extensão Rural 607 - Irrigação
21 - Organização
631 - Reforma Agrária 632 - Colonização
Agrária
661 - Promoção Industrial 662 - Produção Industrial 663 - Mineração
22 - Indústria
664 - Propriedade Industrial 665 - Normalização e Qualidade

23 - Comércio 691 - Promoção Comercial 692 - Comercialização 693 - Comércio


e Serviços Exterior 694 - Serviços Financeiros 695 - Turismo
24 - Comunicações 721 - Comunicações Postais 722 - Telecomunicações
751 - Conservação de Energia 752 - Energia
®
25 - Energia
Elétrica 753 - Petróleo 754 - Álcool
781 - Transporte Áreo 782 - Transporte Rodoviário 783 - Transporte
26 - Transporte
Ferroviário 784 - Transporte Hidroviário 785 - Transportes Especiais
27 - Desporto
811 - Desporto de Rendimento 812 - Desporto Comunitário 813 - Lazer
e Lazer
841 - Refinanciamento da Dívida Interna 842 - Refinanciamento da
28 - Encargos
Dívida Externa 843 - Serviço da Dívida Interna 844 - Serviço da Dívida
Especiais
Externa 845 - Transferências 846 - Outros Encargos Especiais

Despesa Pública
3. Estrutura Programática
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos
estratégicos definidos para o período do Plano Plurianual – PPA, que é de quatro anos.
3.1. Programa
O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações
que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores
instituídos no plano, visando a solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade
ou demanda da sociedade. O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. A
organização das ações do Governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e
eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a
sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos. Cada programa contém
objetivo e indicador que quantifica a situação que o programa tenha como finalidade modificar e os produtos
(bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do programa são identificadas as ações sob
a forma de atividades, projetos ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas e as
unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar
associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta.
3.2. Ação
Os programas são compostos de ações, que, conforme suas características, podem ser classificadas como
atividades, projetos ou operações especiais.

51
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Atividade
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto
ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das
Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde”.
Projeto
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão
ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite
humano”.
Operação Especial
Enquadram-se nessa classificação as despesas que não contribuem para a manutenção, a expansão ou o
aperfeiçoamento das ações de Governo Federal, predefinidas na listagem a seguir:
1. Amortização, juros, encargos e rolagem da dívida contratual e mobiliária;
2. Pagamento de aposentadorias e pensões;
3. Transferências constitucionais ou legais por repartição de receita (FPM, FPE, Salário-Educação,
Compensação de Tributos ou Participações aos Estados, Distrito Federal e Municípios, Transferências ao
GDF);
4. Pagamento de indenizações, ressarcimentos, abonos, seguros, auxílios, benefícios previdenciários,
benefícios de assistência social;
5. Reserva de contingência, inclusive as decorrentes de receitas próprias ou vinculadas;
6. Cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças de pequeno valor, sentenças contra
empresas, débitos vincendos, etc.);
®
7. Operações de financiamento e encargos delas decorrentes (empréstimos, financiamentos diretos,
concessão de créditos, qualizações, subvenções, subsídios, coberturas de garantias, coberturas de resultados,
honras de aval, assistência financeira) reembolsáveis ou não;
8. Ações de reservas técnicas (centralização de recursos para atender concursos, provimentos, nomeações,
reestruturação de carreiras e etc.);
9. Complementação ou compensação financeira da União;
10. Contraprestação da União nos contratos de Parcerias Público-Privadas;
11. Contribuição a organismos e/ou entidades nacionais ou internacionais;
12. Integralização e/ou recomposição de cotas de capital junto a entidades internacionais;
13. Contribuição à previdência privada;
14. Contribuição patronal da União ao Regime de Previdência dos Servidores Públicos;
15. Desapropriação de ações, dissolução ou liquidação de empresas;
16. Encargos financeiros (decorrentes da aquisição de ativos, questões previdenciárias ou outras situações
em que a União assuma garantia de operação);
17. Operações relativas à subscrição de ações;
18. Indenizações financeiras (anistiados políticos, programas de garantias de preços, etc.);
19. Participação da União no capital de empresas nacionais ou internacionais.
A ausência de produto, no caso das operações especiais, deve ser caracterizada em relação ao ciclo
produtivo objeto de orçamentação.
3.3. Estrutura Programática na Base do SIDOR
Programa: Na base do SIDOR, o campo que identifica o Programa contém quatro (4) dígitos XXXX. 1º / 2º
/ 3º / 4º dígitos determinam um programa.
Ação e Subtítulo (Localizador de Gasto): Na base do SIDOR a Ação é identificada por um código alfanumérico
de 8 dígitos:
1º / 2º dígitos numéricos;
3º/ 4º dígitos alfanuméricos; e
5º / 8º dígitos numéricos.
1º / 2º / 3º / 4º dígitos determinam uma ação; e
5º / 6º / 7º / 8º dígitos determinam um subtítulo (localizador do gasto).
Quando o 1º dígito for:
• 1, 3, 5 ou 7, a ação corresponde a um projeto;
• 2, 4, 6 ou 8, trata-se de uma atividade;
• 0, refere-se a uma operação especial; e
• 9, corresponde a uma ação não-orçamentária, isto é, ação sem dotação nos orçamentos da União, mas
que participa dos programas do PPA.
4. Componentes da Programação Física e Financeira

52
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

4.1. Programação Física


4.1.1. Meta Física
Meta física é a quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o caso,
num determinado período e instituída para cada ano. As metas físicas são indicadas em nível de subtítulo e
agregadas segundo os respectivos projetos, atividades ou operações especiais. Vale ressaltar que o critério
para regionalização de metas é o da localização dos beneficiados pela ação.
Exemplo: No caso da vacinação de crianças, a meta será regionalizada pela quantidade de crianças a
serem vacinadas ou de vacinas empregadas em cada Estado, ainda que a campanha seja de âmbito nacional
e a despesa paga de forma centralizada. O mesmo ocorre com a distribuição de livros didáticos.
4.2. Componentes da Programação Financeira
4.2.1. Natureza de Despesa
Os arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320, de 1964, tratam oda classificação da despesa por categoria econômica e
elementos. Assim como no caso da receita, o art. 8 estabelece que os itens da discriminação da despesa
mencionados no art. 13 serão identificados por números de código decimal, na forma do Anexo IV dessa
Lei, atualmente consubstanciados no Anexo II da Portaria Interministerial nº 163, de 2001. O conjunto de
informações que formam o código é conhecido como classificação por natureza de despesa e informa a
categoria econômica, o grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento.
Na base do SIDOR o campo que se refere à natureza de despesa contém um código composto por seis
algarismos:
1º dígito: categoria econômica da despesa;
2º dígito: grupo de natureza de despesa; e
3º /4º dígitos: modalidade de aplicação; e
5º /6º dígitos: elemento de despesa.
4.2.1.1. Categoria Econômica da Despesa ®
A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes
códigos:
(3) - Despesas Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital;
3.x.yy.zz
(4)- Despesas de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente,
para a formação ou aquisição de um bem de capital.
4.x.yy.zz
4.2.1.2. Grupo de Natureza da Despesa
É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto,
conforme discriminado a seguir:
1 - Pessoal e Encargos Sociais;
2 - Juros e Encargos da Dívida;
3 - Outras Despesas Correntes;
4 - Investimentos;
5 - Inversões Financeiras;
6 - Amortização da Dívida; e
9 - Reserva de Contingência.

I. P essoal e Encargos Sociais (1): Despesas de natureza salarial decorrentes do efetivo exercício de cargo,
emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias,
reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre
a folha de salários, bem como soldo, gratificações, indenizações regulares e eventuais, exceto diárias,
e adicionais, previstos na estrutura remuneratória dos militares das Forças Armadas.
II.  J uros e Encargos da Dívida (2): Despesas com o Pagamento de juros, comissões e outros encargos de
operações de créditos internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária federal.
III. O  utras Despesas Correntes (3): Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de
serviços prestados por pessoa física sem vínculo empregatício ou pessoa jurídica, independentemente
da forma contratual, e outras da categoria econômica “Despesas Correntes” não classificáveis nos
grupos anteriores.

Despesas de Capital:

IV. I nvestimentos (4): são despesas relativas ao planejamento e à execução de obras públicas, inclusive as
destinadas à aquisição de imóveis necessários à realização destas últimas, bem como para os programas

53
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e a constituição ou


aumento do capital social de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. Vale salientar
que o pagamento de pessoal contratado para a execução de obras. Desde que não faça parte do quadro
de funcionários do governo, também é classificado como Investimentos.
V. I nversões Financeiras (5): são dotações destinadas a aquisições de imóveis, ou de bens de capital já
em utilização na economia; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades
de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital social; e
constituição ou aumento do capital de empresas ou entidades que buscam objetivos comerciais ou
financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
VI. A mortização da Dívida (6): Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização
monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

4.2.1.3. Modalidade de Aplicação


A modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão aplicados mediante transferência
financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária para outras esferas de Governo, seus
órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou,
então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no
âmbito do mesmo nível de Governo.
A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos
ou descentralizados.
20 - Transferências à União
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal
40 - Transferências a Municípios
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos ®
60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos
70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais
71 - Transferências a Consórcios Públicos
80 - Transferências ao Exterior
90 - Aplicações Diretas
91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e
Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
99 - A Definir
4.2.1.4. Elemento de Despesa
Tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias,
material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e
instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração
pública utiliza para a consecução de seus fins.

01 - Aposentadorias e Reformas
03 - Pensões
04 - Contratação por Tempo Determinado
05 - Outros Benefícios Previdenciários
06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso
07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência
08 - Outros Benefícios Assistenciais
09 - Salário-Família
10 - Outros Benefícios de Natureza Social
11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil
12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar
13 - Obrigações Patronais
14 - Diárias - Civil
15 - Diárias - Militar
16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil
17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar
18 - Auxílio Financeiro a Estudantes
19 - Auxílio-Fardamento
20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores
21 - Juros sobre a Dívida por Contrato
22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato

54
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária


24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária
25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita
26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária
27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares
28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos
30 - Material de Consumo
31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras
32 - Material de Distribuição Gratuita
33 - Passagens e Despesas com Locomoção
34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização
35 - Serviços de Consultoria
36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física
37 - Locação de Mão-de-Obra
38 - Arrendamento Mercantil
39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica
41 - Contribuições
42 - Auxílios
43 - Subvenções Sociais
45 - Equalização de Preços e Taxas
46 - Auxílio-Alimentação
47 - Obrigações Tributárias e Contributivas
48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas
49 - Auxílio-Transporte ®
51 - Obras e Instalações
52 - Equipamentos e Material Permanente
61 - Aquisição de Imóveis
62 - Aquisição de Produtos para Revenda
63 - Aquisição de Títulos de Crédito
64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado
65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas
66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos
67 - Depósitos Compulsórios
71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado
72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada
74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada
75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita
76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado
77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado
81 - Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas
91 - Sentenças Judiciais
92 - Despesas de Exercícios Anteriores
93 - Indenizações e Restituições
94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas
95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo
96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado
99 - A Classificar
4.2.2. Identificador de Uso - IDUSO
Esse código vem completar a informação concernente à aplicação dos recursos e destina-se a indicar
se os recursos compõem contrapartida nacional de empréstimos ou de doações ou destinam-se a outras
aplicações, constando da lei orçamentária e de seus créditos adicionais.
0- recursos não destinados à contrapartida;
1- contrapartida – Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento - BIRD;
2- contrapartida – Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID;
3- contrapartida de empréstimos com enfoque setorial amplo;
4- contrapartida de outros empréstimos; e
5- contrapartida de doações.

55
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

4.2.3. Identificador de Doação e de Operação de Crédito - IDOC


O IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou operações de crédito contratuais alocadas nas
ações orçamentárias, com ou sem contrapartida de recursos da União. Os gastos referentes à contrapartida
de empréstimos serão programados com o Identificador de Uso – IDUSO – igual a 1, 2, 3 ou 4 e o IDOC
com o número da respectiva operação de crédito, enquanto que, para as contrapartidas de doações serão
utilizados o IDUSO 5 e respectivo IDOC.
O número do IDOC também será usado nas ações de pagamento de amortização, juros e encargos
contratuais para identificar a operação de crédito a que se referem os pagamentos.
Quando os recursos não se destinarem à contrapartida nem se referirem a doações internacionais ou
operações de crédito, o IDOC será 9999.
Nesse sentido, para as doações de pessoas, de entidades privadas nacionais e as destinas ao combate à
fome, deverá ser utilizado o IDOC 9999.
4.2.4. Classificação da Despesa por Identificador de Resultado Primário
O identificador de resultado primário, de caráter indicativo, tem como finalidade auxiliar a apuração do
resultado primário previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias devendo constar no Projeto de Lei Orçamentária
Anual – PLOA e na respectiva Lei em todos os grupos de natureza da despesa, identificando, de acordo com
a metodologia de cálculo das necessidades de financiamento, cujo demonstrativo constará em anexo à Lei
Orçamentária.
Nenhuma ação poderá conter, simultaneamente, dotações destinadas a despesas financeiras e primárias.
Os investimentos governamentais ao Projeto Piloto de Investimentos Públicos - PPI (gastos em infra-
estrutura: portos, aeroportos, estradas e ferrovias, entre outros) não são contabilizados no cálculo do
superávit primário.
0 - financeira;
®
1 - primária obrigatória, ou seja, aquelas que constituem obrigações constitucionais ou legais da União e
constem da Seção I do Anexo V da LDO;
2 - primária discricionária, assim consideradas aquelas não incluídas no anexo específico citado no item
anterior;
3 - despesas relativas ao Projeto Piloto de Investimentos Públicos – PPI, conforme o art. Disposto na LDO,
constante de Anexo específico da Lei Orçamentária Anual; e
4 - despesas constantes do orçamento de investimento das empresas estatais que não impactam o
resultado primário.

RECEITA PÚBLICA
Receita Pública é a soma de ingressos orçamentários (impostos, taxas, contribuições e outras fontes de
recursos) arrecadados para atender às despesas públicas.
Outro conceito para Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo
poder público para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário
constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.
As receitas públicas constituem rendas do Estado e podem ser originárias ou derivadas.
a) Receitas Originárias: São aquelas que provêm do próprio patrimônio do Estado. Ex: Patrimoniais,
Agropecuárias, Industriais, de Serviços.
b) Receitas Derivadas: São aquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. Dessa
forma, o Estado exige que o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de
multas.
A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação classificando-
os em dois grupos: orçamentários e extra-orçamentários.
Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público arrecadados exclusivamente para
aplicação em programas e ações governamentais. Estes ingressos são denominados Receita Pública.
Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros arrecadados pelo ente público
exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Têm caráter
provisório. Estes ingressos são denominados recursos de terceiros.
De acordo com os conceitos contábeis e orçamentários estabelecidos, a Receita Pública pode ou não
provocar variação na situação patrimonial líquida. Conforme os efeitos produzidos ou não no Patrimônio
Líquido, a Receita Pública pode ser efetiva e não-efetiva.
A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não constituem
obrigações correspondentes e por isto alteram a situação líquida patrimonial. É aquela proveniente das
funções próprias do setor público enquanto agente arrecadador. Ex. impostos.
A Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não alteram a
situação líquida patrimonial. As receitas não-efetivas não partem da arrecadação. Ex. operações de crédito.

56
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

1. Natureza da Receita
Cabe à Secretaria de Orçamento Federal/MP o detalhamento da classificação da receita a ser utilizado, no
âmbito da União, o que é feito por meio de portaria de classificação orçamentária por natureza de receita.
A classificação da receita por natureza busca a melhor identificação da origem do recurso segundo seu
fato gerador. Face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres
públicos, o esquema inicial de classificação foi desdobrado em seis níveis, que formam o código identificador
da natureza de receita, conforme consta no Manual Técnico do Orçamento – MTO, bem como no Ementário
de Classificação das Receitas Orçamentárias, de 2006, às páginas 42 e 43.
O sistema de classificação de receitas obedecia a seguinte codificação:
Com a finalidade de melhorar o entendimento dessa codificação, a mesma foi substituída pela codificação
a seguir:
Observa-se que esta atual classificação substitui a anterior com relação aos itens Y e Z, em que esses eram
classificados como fonte e subfonte, respectivamente.

CORES RUBRAS
C ategoria Econômica
OR igem
ES pécie
RUBR ica
A línea
S ubalínea
1.1. Categoria Econômica da Receita

®
A receita é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos:
1. Receitas Correntes: classifica-se nessa categoria aquelas receitas oriundas do poder impositivo do Estado
- Tributária e de Contribuições; da exploração de seu patrimônio – Patrimonial; da exploração de atividades
econômicas - Agropecuária, Industrial e de Serviços; as provenientes de recursos financeiros recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em
Despesas Correntes – Transferências Correntes; e as demais receitas que não se enquadram nos itens
anteriores – Outras Receitas Correntes; e

2. Receitas de Capital: de acordo com o art. 11, § 2º da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com redação
dada pelo Decreto-Lei nº 1.939, de 20 de maio de 1982, são as provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em
Despesas de Capital e, ainda, o Superávit do Orçamento Corrente. O Superávit do Orçamento Corrente
resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que
se refere o Anexo nº 1 da Lei nº 4.320/64, não constituirá item de receita orçamentária.

Cabe ainda destacar a distinção entre Receita de Capital e Receita Financeira. O conceito de Receita
Financeira surgiu com a adoção pelo Brasil da metodologia de apuração do resultado primário, oriundo de
acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI.
Desse modo, passou-se a denominar como Receitas Financeiras aquelas receitas que não são consideradas
na apuração do resultado primário, como as derivadas de aplicações no mercado financeiro ou da rolagem
e emissão de títulos públicos.
1.2. Origem
A origem refere-se ao detalhamento da classificação econômica das receitas, ou seja, ao detalhamento das
receitas correntes e de capital de acordo com a Lei nº 4.320, de 1964. A mudança da atual nomenclatura
(de “fonte” para “origem”) deveu-se à imprecisão do conceito existente entre a fonte a que se refere esse
classificador de receitas e a fonte relacionada com o financiamento das despesas constantes da programação
orçamentária. Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital são respectivamente:
Receitas Correntes
1. Receita Tributária
2. Receita de Contribuições
3. Receita Patrimonial
4. Receita Agropecuária
5. Receita Industrial
6. Receita de Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes

57
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Receitas de Capital
1. Operações de Crédito
2. Alienação de Bens
3. Amortização de Empréstimos
4. Transferências de Capital
5. Outras Receitas de Capital
1.3. Espécie
A espécie constitui um maior detalhamento da categoria anterior (origem). Essa classificação não
está relacionada à Lei nº 4.320, de 1964, mas sim à classificação adotada pela SOF/STN (classificação
discricionária). No caso dos tributos, a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição
Federal. A mudança da atual nomenclatura (de “subfonte” para “espécie”) deveu-se também à imprecisão
daquele conceito, uma vez que alguns entendiam que se tratava de especificação das fontes de recursos
relacionadas ao financiamento das despesas constantes da programação orçamentária.

A rubrica é o nível que detalha a espécie com maior precisão, especificando a origem dos recursos
financeiros. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si.
1.5. Alínea
A alínea é o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada
de recursos financeiros.
1.6. Subalínea
A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, o qual recebe o registro de valor, pela entrada do
recurso financeiro, quando houver necessidade de maior detalhamento da alínea.
1.7. Exemplo de Natureza da Receita
®

Questão 3 MPU – Analista Orçamento (ESAF –2004) ADAPTADA


Com base na classificação da receita publica por ORIGEM, indique a única opção que não é incluída nas
receitas correntes.
a) Receita Patrimonial.
b) Receita Agropecuária.
c) Receita Tributária.
d) Receita de Contribuições.
e) Operações de Crédito.

Questão 6 TCU - Analista de Controle Externo - ACE (ESAF –2002)


A classificação da despesa por categoria econômica é inspirada no esquema estabelecido pela Contabilidade
Nacional. Assinale o objetivo da classificação por categoria econômica.
a) Dimensionar a participação do dispêndio governamental nos principais agregados da análise
macroeconômica.
b) Identificar os principais programas que refletem as prioridades explicitamente estabelecidas pelo
governo.
c) Demonstrar a distribuição funcional da despesa.
d) Classificar os gastos em funções, programas e sub-programas.

58
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

e) Medir a participação do governo federal no PIB (Produto Interno Bruto).

Questão 10 TCE/SP – Agente da Fiscalização Financeira - Adm. Geral (FCC –2005)


São Receitas de Capital
a) as receitas tributárias.
b) o superávit do orçamento corrente.
c) as receitas de contribuição.
d) as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras entidades para atender despesas com
pessoal.
e) as receitas patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras.

Questão 11 TCE/SP – Agente da Fiscalização Financeira - Adm. Geral (FCC –2005)


Constitui-se inversão Financeira
a) a aquisição de títulos representativos do capital de empresas já constituídas, que não importe em
aumento de capital.
b) a constituição de capital de entidades ou empresas que não visem objetivos comerciais ou financeiros.
c) a participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades industriais ou
agrícolas.
d) o aumento do capital de entidades ou empresas que não visem objetivos comerciais ou financeiros.
e) a aquisição de equipamentos e instalações ou serviços em regime de programação especial.

Questão 12 TCE/SP – Auxiliar da Fiscalização Financeira V (FCC –2005)

®
De acordo com o disposto na Lei nº 4.320/64, as receitas tributárias, as receitas de serviços e o superávit
do orçamento corrente classificam-se, respectivamente, como receitas
a) correntes, correntes e de capital.
b) correntes, de capital e correntes.
c) de capital, de capital e correntes.
d) de capital, correntes e correntes.
e) correntes, de capital e de capital.

Questão 13 TCE/SP – Auxiliar da Fiscalização Financeira V (FCC –2005)


De acordo com o disposto na Lei nº 4.320/64, para efeito de classificação de despesa, considera-se
material permanente o
a) que não seja consumido com o uso.
b) que não possa ser alienado.
c) que tenha sido adquirido com recursos públicos.
d) de caráter essencial para manutenção do serviço público.
e) de duração superior a dois anos.

Questão 24 TRF 1ª REGIÃO – Analista Judiciário - Administrativa (FCC –2001)


Na codificação da receita orçamentária os dígitos que correspondem à categoria econômica são os
a) primeiros.
b) primeiros e os segundos.
c) segundos.
d) segundos e os terceiros.
e) terceiros.

Questão 27 TRT 23ª REGIÃO – Analista Judiciário – Administrativa/Contabilidade (FCC –2004)


As despesas públicas que resultam em oferta de bens e serviços diretamente à sociedade são programas
a) de gestão das políticas públicas.
b) de apoio administrativo.
c) de apoio à decisão.
d) de serviços aos estados.
e) finalísticos.

Questão 35 Tribunal de Contas do Estado/SE – Subprocurador (FCC –2002)


No que concerne à classificação da receita pública, é correto afirmar que na Lei nº 4.320/64
a) a receita tributária é instituída pelas entidades estatais e autárquicas, compreendendo os impostos, as
taxas e as tarifas.

59
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

b) são receitas correntes as receitas tributárias, patrimonial, industrial e diversas.


c) são receitas correntes as provenientes de recursos financeiros oriundos de constituição de dívida.
d) são receitas de capital as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de
serviços e outras.
e) são receitas correntes as provenientes da conversão, em espécie, de bens e direitos.

Questão 37 TRF 4ª REGIÃO – Técnico Judiciário - Contabilidade (FCC –2004)


O maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público é relativo
a) às funções.
b) às subfunções.
c) às categorias econômicas.
d) às modalidades de aplicação.
e) aos programas.

Questão 38 TRF 4ª REGIÃO – Técnico Judiciário - Contabilidade (FCC –2004)


O instrumento de programação, o qual envolve um conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do governo, é
a) o programa.
b) o projeto.
c) a atividade.
d) a operação especial.
e) a ação orçamentária.

Questão 46 MPU – Técnico Judiciário – Controle Interno (ESAF –2004) ADAPTADA ®


Quanto à origem de receitas orçamentárias, não são classificadas como receitas correntes as
a) receitas de contribuições.
b) receitas de serviços.
c) receitas patrimoniais.
d) receitas provenientes de alienação de bens.
e) receitas agropecuárias.

Questão 48 MPU – Técnico Judiciário – Controle Interno (ESAF –2004) Entre as despesas de
capital do setor público, não se enquadram as despesas com
a) serviços de terceiros.
b) material permanente.
c) obras públicas.
d) aquisição de imóveis.
e) concessão de empréstimos.

Questão 50 Ministério da Cultura – Analista - Administrativo (FGV –2006) Uma determinada


Unidade Orçamentária realizou no exercício financeiro vigente uma despesa e, ao registrar o seu pagamento,
utilizou o seguinte código: 3.3.90.35. De acordo com a classificação da despesa utilizada atualmente no
Orçamento Público, o primeiro dígito representado pelo algarismo “3”, o terceiro e o quarto dígitos formando
o número “90” indicam, respectivamente:
a) a categoria econômica e o grupo da despesa.
b) o grupo da despesa e o elemento da despesa.
c) a modalidade de aplicação e o grupo da despesa.
d) o elemento da despesa e a modalidade de aplicação.
e) a categoria econômica e a modalidade de aplicação.

Questão 54 Ministério da Cultura – Analista - Administrativo (FGV –2006)


Com base na estrutura programática utilizada atualmente nos orçamentos públicos, analise as seguintes
afirmativas:
I. Atividade é o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo
um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto
ou serviço necessário à manutenção da ação do Governo.
II. Projeto é o instrumento para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações,
limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para expansão ou aperfeiçoamento da ação
do Governo.

60
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

III. Operações Especiais são as despesas realizadas que contribuem para a manutenção, expansão ou
aperfeiçoamento das ações de Governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação
direta em bens ou serviços.
Assinale:
a) se somente a afirmativa II estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Questão 62 MPU – Técnico Orçamento (ESAF –2004)


A receita orçamentária, consoante à legislação vigente no Brasil, passa por três fases denominadas de
estágios. A fase que está ligada aos pagamentos realizados diretamente pelos contribuintes às repartições
fiscais e à rede bancária é denominada
a) arrecadação da receita.
b) recolhimento.
c) previsão da receita.
d) liquidação.
e) totalização.

Questão 63 MPU – Técnico Orçamento (ESAF –2004)

®
Identifique a única opção incorreta com relação à classificação funcional da despesa pública brasileira,
instituída a partir da Portaria n° 42/1999.
a) É composta de um rol de funções e subfunções prefixadas.
b) Agrega gastos públicos por área de ação governamental.
c) Independe dos programas.
d) É utilizada na elaboração da proposta orçamentária do Governo Federal desde 2000.
e) Com sua instituição, os programas passaram a ter caráter classificador.

Questão 65 MPU – Técnico Orçamento (ESAF –2004)


Identifique a única opção correta no que diz respeito a receitas correntes do Estado.
a) receitas de operações de crédito
b) receitas de alienação de bens
c) receitas de amortização de empréstimos
d) receitas patrimoniais
e) receitas de transferências de capital

Questão 66 MPU – Técnico Orçamento (ESAF –2004)


A classificação legal da receita por categoria econômica divide o orçamento em dois grandes grupos:
a) corrente e capital.
b) orçamentária e extra-orçamentária.
c) compulsória e não-compulsória.
d) ativa e passiva.
e) pecuniária e não-pecuniária.

Questão 67 MPU – Técnico Orçamento (ESAF –2004)


Com base na conceituação da despesa orçamentária brasileira, as dotações para a manutenção de serviços
anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens
móveis, são denominadas
a) transferências correntes.
b) transferências de capital.
c) despesas de custeio.
d) inversões financeiras.
e) investimentos.

Questão 74 TRT DA 21ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO - CONTABILIDADE (FCC - 2003)


Na codificação da classificação orçamentária “por natureza da despesa” correspondem à “modalidade de
aplicação” os dígitos
a) 1º ou 2º

61
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

b) 2º ou 3º
c) 3º e 4º
d) 4º e 5º
e) 5º e 6º

Questão 77 AGER/MT - CONTADOR (NCE/UFRJ 2005)


Com relação às receitas públicas, pode-se afirmar que:
a) as receitas que não constam do orçamento inicialmente aprovado são ditas extra-orçamentárias;
b) após lançamento de determinada receita, esta deve ser inscrita em Dívida Ativa;
c) a receita orçamentária, por categoria econômica, subdivide-se em: receitas correntes e receita de
capital;
d) o princípio da unidade de tesouraria se verifica quando do lançamento da receita;
e) a receita arrecadada só é considerada disponível para a Fazenda Pública após homologação da
declaração.

Questão 79 TRE RJ - ANALISTA JUDICIÁRIO –CONTADOR (NCE/UFRJ 2001)


Segundo as categorias econômicas, as receitas de Contribuições e de Alienação de Bens classificam-se,
respectivamente, em:
a) orçamentária e extra-orçamentária;
b) corrente e extra-orçamentária;
c) corrente e de capital;
d) de capital e não operacional;
e) corrente e custeio.
®
Questão 80 TRE RJ - ANALISTA JUDICIÁRIO –CONTADOR (NCE/UFRJ 2001)
Os gastos com a construção de rodovias integram o grupo das despesas:
a) correntes;
b) de custeio;
c) de transferências correntes;
d) de investimentos;
e) de transferências de capital.

Questão 81 TRE RJ - ANALISTA JUDICIÁRIO –CONTADOR (NCE/UFRJ 2001)


As despesas classificadas de acordo com as categorias econômicas podem ser:
a) corrente e de capital;
b) orçamentária e extra-orçamentária;
c) financeiras e não financeiras;
d) patrimoniais e extrapatrimoniais;
e) efetivas e por mutação patrimonial.

1. As receitas são classificadas quanto à afetação patrimonial em efetivas e mutações. Assinale


a alternativa que apresente, respectivamente, uma receita efetiva e uma por mutação.
(A) aluguel ativo e empréstimo contraído
(B) pessoal ativo e aquisição de bens
(C) alienação de bens e ISS arrecadado
(D) IPTU arrecadado e multa arrecadada
(E) amortização de empréstimos contraídos e empréstimos concedidos

2. Observe as informações a seguir:


O valor das despesas correntes é:

(A) 25.000.
(B) 50.000.
(C) 60.000.
(D) 45.000.
(E) 65.000.

3. De acordo com as informações abaixo, o valor a ser inscrito em Restos a Pagar Não
Processados é:

62
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

(A) 5.000.
(B) 25.000.
(C) 10.000.
(D) 15.000.
(E) 30.000.
4. O valor das Receitas de Capital com base no quadro a seguir é:
(A) 2.500.
(B) 8.500.
(C) 4.000.
(D) 10.000.
(E) 8.000.

5. O valor da Dívida Ativa a ser inscrita conforme as informações abaixo é:


(A) 3.000.
(B) 2.000.
(C) 5.000.
(D) 8.000.
(E) 10.000.

6. As receitas que afetam o resultado econômico do governo apurado na Demonstração das


Variações Patrimoniais são:
(A) todas as de mutação.
(B) todas as efetivas.
(C) todas as correntes.
®
(D) todas as de capital.
(E) todas as receitas, sejam correntes ou de capital.

7. O limite legal definido pela LC 101/00 para as despesas com pessoal do Poder Executivo
Municipal é:
(A) 60% da receita corrente líquida.
(B) 25% de toda receita.
(C) 51,3% a receita corrente líquida.
(D) 6% de toda receita.
(E) 54% da receita corrente líquida.

8. A Classificação Funcional-programática definida na Portaria 42, de 14/04/99, é dividida em:


(A) Função, Subfunção, Programa, Projeto, Atividade ou Operações Especiais.
(B) Função, Programa, Subprograma, Projeto, Atividade ou Operações Especiais.
(C) Função, Programa, Subprograma, Projeto ou Atividade, Subprojetos ou Subatividade.
(D) Função, Subfunção, Programa, Subprograma, Projeto ou Atividade, Subprojeto ou Subatividade.
(E) Função, Programa, Projeto ou Atividade, Subprojeto ou Subatividade.

9. De acordo com a classificação funcional-rogramática da despesa, o item que envolve um


conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre
para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação do governo é:
(A) atividade.
(B) projeto.
(C) programa.
(D) função.
(E) operações especiais.

10. O orçamento dos municípios brasileiros envolve os Poderes Executivo e Legislativo. As


etapas de elaboração, aprovação, execução e controle são de responsabilidade dos seguintes
poderes, nesta ordem:
(A) Legislativo, Legislativo, Executivo e Executivo.
(B) Legislativo, Executivo, Executivo e Legislativo.
(C) Executivo, Executivo, Legislativo e Legislativo.
(D) Executivo, Legislativo, Executivo e Legislativo.
(E) Executivo, Legislativo, Executivo e Executivo.

63
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

11. O regime da contabilidade pública utilizado para as receitas, bem como o estágio em que
a Lei 4.320/64 considera a receita pública são, respectivamente:
(A) caixa e arrecadação.
(B) competência e recolhimento.
(C) competência e arrecadação.
(D) caixa e recolhimento.
(E) competência e caixa.

12. A peça orçamentária que compreende as metas e prioridades da administração, além de


estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento é:
(A) Lei de Créditos Adicionais.
(B) Lei Orçamentária Anual.
(C) Lei de Diretrizes Orçamentárias.
(D) Lei de Responsabilidade Fiscal.
(E) Lei do Plano Plurianual de Investimentos.

13. Quanto ao orçamento, correlacione os conceitos com suas definições correspondentes:


(1) INICIATIVA VINCULADA
(2) LDO
(3) DUODÉCIMO
(4) PPA
(5) LOA
( ) É o plano de ação governamental de médio prazo.
®
( ) O Poder Executivo está obrigado aos prazos da lei para apresentação do projeto de lei orçamentária ao
Legislativo.
( ) Prevê receita e fixa despesa.
( ) Compõe a programação do orçamento na busca do equilíbrio da execução.
( ) Tem a finalidade principal de orientar a elaboração do orçamento.
Assinale a alternativa que apresente a ordem correta, de cima para baixo.
(A) 1, 3, 2, 5, 4
(B) 4, 1, 5, 3, 2
(C) 2, 4, 5, 3, 1
(D) 4, 3, 2, 1, 5
(E) 2, 1, 4, 3, 5

14. O tipo de empenho a ser utilizado para um contrato anual com pagamento parcelado é:
(A) estimativo.
(B) ordinário.
(C) global.
(D) geral.
(E) subempenho.

01-A práxis vigente permite que a despesa pública possa ser classificada de maneira funcional,
institucional ou, ainda, segundo a sua natureza. Do ponto de vista da natureza, investimentos
devem ser classificados como
a) modalidade de aplicação
b) categoria econômica
c) elemento de despesa
d) subelemento de despesa
e) grupo de despesa

02. A respeito da classificação funcional-programática da despesa pública, julgue os itens abaixo.


(1) Programas e subprogramas típicos são aqueles que se apresentam classificados dentro da função
governamental que melhor caracteriza suas ações.
(2) Programas exclusivos são aqueles que se caracterizam por ações que somente poderiam ser classificadas
em uma única ação governamental.
(3) Alguns projetos, quando de seu término, podem ensejar a criação de uma nova atividade no âmbito
da administração orçamentária.
(4) A discriminação ordenada da despesa pública, na classificação funcional-programática, visa conjugar
as funções do governo com os programas e subprogramas a serem desenvolvidos.
(5) Se houver necessidade, podem-se conjugar programas de diversas áreas com as funções que possibilitem
a identificação dos seus objetivos, mesmo que essa não expresse a melhor caracterização de suas ações.

64
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

03. Relativamente à classificação da despesa orçamentária por natureza, constitui a síntese


racional da discriminação mínima exigida para o orçamento, pela Lei no 4.320/64,
(A) a categoria econômica.
(B) o grupo.
(C) o elemento.
(D) a classificação institucional.
(E) o subelemento.

04. A despesa orçamentária classifica-se em


(A) Categorias Econômicas, Grupos de Natureza de Despesa e Elementos de Despesa.
(B) Despesas Correntes e Despesas de Capital.
(C) Categorias Econômicas, Grupos de Natureza de Despesa e Despesa de Capital.
(D) Despesas Correntes, Despesas de Capital e Elementos de Despesa.
(E) Despesas Correntes, Despesas de Capital, Grupos de Natureza de Despesa e Categorias Econômicas.

05. De acordo com a legislação, quais das despesas abaixo são classificadas como Despesas
Correntes?
(A) Material de Consumo; Encargos Diversos; Material Permanente.
(B)Material de Consumo; Serviços de Terceiros; Encargos Diversos.
(C) Serviços de Terceiros; Equipamentos e Instalações; Subvenções Sociais.
(D) Subvenções Sociais; Subvenções Econômicas; Serviços de Terceiros.
(E) Encargos Diversos; Material de Consumo; Subvenções Econômicas.

®
06. A atual classificação funcional-programática segue a seguinte ordem:
(A) função, programa, subprograma e projeto ou atividade ou operação especial.
(B)função, subfunção, programa e projeto ou atividade ou operação especial.
(C) função, subprograma, programa e projeto ou atividade ou operação especial.
(D) programa, função, subfunção e projeto e atividade.
(E) função, subfunção, programa, projeto e atividade.

07. Na codificação da receita orçamentária os dígitos que correspondem à categoria econômica


são os
(A) primeiros.
(B) primeiros e os segundos.
(C) segundos.
(D) segundos e os terceiros.
(E) terceiros.

08. Na codificação da classificação orçamentária “por natureza da despesa” correspondem à


“modalidade de aplicação” os dígitos
(A) 1º ou 2º
(B) 2º ou 3º
(C) 3º e 4º
(D)4º e 5º
(E) 5º e 6º

09. Indique, dentre as alternativas abaixo, a que contém o principal elemento de distinção
entre os conceitos de Projeto e de Atividade.
(A) Tempo de duração.
(B) Bem e/ou serviço associado.
(C) Objetivo a ser alcançado.
(D) Área beneficiada.
(E) Nível de agregação de despesa.

22 Se o passivo for menor que o ativo, o patrimônio líquido é menor que zero.

23 Empresas que não têm dívidas ou obrigações apresentam o total do ativo igual ao total do
patrimonial líquido.

65
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

24 Quando uma entidade contábil apresenta o ativo maior que o passivo, é correto afirmar
que sua situação líquida é favorável.

25 A equação fundamental da contabilidade pode ser reescrita como: (bens) = (obrigações e


direitos) + (situação líquida).

26 A utilização de lucros acumulados para o aumento do capital social de uma empresa não
aumenta nem diminui o seu patrimônio líquido.

27 A utilização de lucros acumulados para o aumento do capital social de uma da empresa


diminui seu patrimônio líquido.

Contas Saldo/débito Saldo/crédito


(em R$) (em R$)
Banco 3.000,00 -
Clientes 4.000,00 -
aplicações financeiras 1.000,00 -
móveis e utensílios 2.000,00 -
imóvel de uso 13.000,00 -
depreciação acumulada -
contas a pagar -
3.000,00
2.500,00
®
salários a pagar - 1.500,00
empréstimo (longo
- 6.000,00
prazo)
capital social - 10.000,00
TOTAL 23.000,00 23.000,00

A tabela acima, apresenta as informações do balancete de verificação da empresa prestadora de serviço


SERVLAR, em 30/Abr/2004. Considerando que o ativo da empresa está dividido em circulante e permanente
e o passivo exigível, em circulante e longo prazo, julgue os itens a seguir.
28 A situação líquida da empresa é favorável.

29 O endividamento da empresa é superior a 60%.

30 A soma do ativo circulante é igual a R$ 3.000,00.

31 As dívidas totais da empresa ultrapassam R$ 12.000,00.

32 O total do ativo imobilizado da entidade é igual a R$ 12.000,00, porque parte do imobilizado


está depreciada.

33 O capital a disposição da empresa é igual a R$ 20.000,00.

34 Quando a contabilidade de uma empresa adota o regime de caixa para apurar o resultado
econômico e medir a rentabilidade das operações, as receitas são reconhecidas quando ocorrem
as vendas, independentemente do prazo destinado ao pagamento.

35 Os bens e os direitos são conhecidos corno os ativos de uma entidade, cujas contas
apresentam saldos devedores, inclusive as retificadoras.

36. Na codificação da classificação orçamentária “por natureza da despesa” correspondem à


“modalidade de aplicação” os dígitos

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

(A) 1º ou 2º
(B) 2º ou 3º
(C) 3º e 4º
(D)4º e 5º
(E) 5º e 6º

37. O regime orçamentário da receita é estabelecido


(A) pela sua previsão.
(B) pela sua arrecadação.
(C) pela sua inscrição como dívida ativa.
(D) pelo seu recolhimento.
(E) pelo seu lançamento.

38.Para efeito de classificação de despesa, considera-se material permanente o


(A) que não seja consumido com o uso.
(B) que não possa ser alienado.
(C) que tenha sido adquirido com recursos públicos.
(D) de caráter essencial para manutenção do serviço público.
(E) de duração superior a dois anos.

39. Em matéria de despesas públicas considere as assertivas:


I. As despesas de capital, quanto a investimentos abrangem, dentre outros, a aquisição de imóveis, a
constituição de fundos rotativos e a concessão de empréstimos.
®
II. As despesas correntes, quanto as de custeio remuneram os serviços necessários ao desempe­nho do
serviço público a teor do pagamento efetuado aos servidores públicos civis e militares.
III. As despesas de capital têm natureza econômica produtiva, pois implicam mutações no patrimônio
público. Dentre outras, podem ser de aquisição de imóveis.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II.
(D) III.
(E) II e III

gabarito

03 – E 65 – D 10 –D
06 – A 66 – A 11 –A
10 – B 67 – C 12 –C
11 – A 74 – C 13 –B
12 – A 77 – C 14 –C
13 – E 79 – C 01 –E
24 – A 80 – D 02 – F.V.VF.V
27 – E 81 – A 03 –C
35 – B 01 – A 04 –A
37 – A 02 – E 05 -
38 – C 03 – D 06 –B
46 – D 04 – C 07 –A
48 – A 05 – A 08 –C
50 – E 06 – B 09 –A
54 – B 07 – E 37 -B
62 – A 08 – A 38 –E
63 – E 09 – B 39 -C

67
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei;
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e contrôle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acôrdo com o disposto no art. 5º,
inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

TÍTULO I - Da Lei de Orçamento

CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a
política econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade
universalidade e anualidade.
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Govêrno;
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na forma do Anexo
nº. 1;
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;
IV - Quadro das dotações por órgãos do Govêrno e da Administração.
®
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;
III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Govêrno, em têrmos de realização de obras
e de prestação de serviços.
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por antecipação
da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros .
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá tôdas as despesas próprias dos órgãos do Govêrno e da
administração centralizada, ou que, por intermédio dêles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente
a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o
disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.
Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no
orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o calculo das cotas terá por base os dados
apurados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta orçamentária do governo
obrigado a transferencia. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43;
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita,
para atender a insuficiências de caixa.
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica
autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis sòmente se incluirá
na receita quando umas e outras forem especìficamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que
jurìdicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito,
poderá constar da própria Lei de Orçamento.
Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada órgão do Govêrno ou unidade administrativa,
a que se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo n. 2.
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão
identificados por números de códigos decimal, na forma dos Anexos ns. 3 e 4.

68
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 2º Completarão os números do código decimal referido no parágrafo anterior os algarismos caracterizadores


da classificação funcional da despesa, conforme estabelece o Anexo n. 5.
§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a adoção de códigos locais.

CAPÍTULO II
Da Receita
Art. 9º Tributo e a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira,
destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades
(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 10. (Vetado).
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de
Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial,
de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação
dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição
de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superavit
do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)
§ 3º - O superavit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e
despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita
orçamentária. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

®
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº
1.939, de 20.5.1982)

RECEITAS CORRENTES
Receita tributária
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
Receita Patrimonial
Receitas imobiliárias
Receitas de valôres Mobiliários
Participações e Dividendos
Outras Receitas Patrimoniais
Receita Industrial
Receita de Serviços Industriais
Outras Receitas Industriais
Transferências Correntes
Receitas Diveras
Multas
Contribuições
Cobrança da Dívida Ativa
Outras Receitas Diversas
RECEITAS DE CAPITAL
Operações de Crédito
Alienação de Bens Móveis e Imóveis
Amortização de Empréstimos Concedidos
Transferências de Capital
Outras Receitas de Capital

CAPÍTULO III
Da Despesa
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:
DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente
criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

69
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda
contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender
à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas
de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou
cultural, sem finalidade lucrativa;
II - subvenções econômicas, as que se destinem a emprêsas públicas ou privadas de caráter industrial,
comercial, agrícola ou pastoril.
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive
as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como
para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e
constituição ou aumento do capital de emprêsas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou entidades de qualquer espécie, já
constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas que visem a objetivos comerciais ou
financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras
pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens
ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei
de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

®
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou especificação da despesa por
elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de govêrno, obedecerá ao seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Pessoa Civil
Pessoal Militar
Material de Consumo
Serviços de Terceiros
Encargos Diversos
Transferências Correntes
Subvenções Sociais
Subvenções Econômicas
Inativos
Pensionistas
Salário Família e Abono Familiar
Juros da Dívida Pública
Contribuições de Previdência Social
Diversas Transferências Correntes.
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial
Equipamentos e Instalações
Material Permanente
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades Industriais ou Agrícolas
Inversões Financeiras
Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades Comerciais ou Financeiras
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Emprêsa em Funcionamento
Constituição de Fundos Rotativos
Concessão de Empréstimos
Diversas Inversões Financeiras
Transferências de Capital
Amortização da Dívida Pública
Auxílios para Obras Públicas
Auxílios para Equipamentos e Instalações
Auxílios para Inversões Financeiras
Outras Contribuições.
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou
repartição a que serão consignadas dotações próprias. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

70
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades administrativas


subordinadas ao mesmo órgão.
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. (Veto rejeitado
no D.O. 05/05/1964)
§ 1º Entende-se por elexentos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e
outros meios de que se serve a administração publica para consecução dos seus fins. (Veto rejeitado no D.O.
05/05/1964)
§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior a
dois anos.

SEÇÃO I
Das Despesas Correntes

SUBSEÇÃO ÚNICA
Das Transferências Correntes
I) Das Subvenções Sociais
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras a concessão de subvenções
sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional, sempre que a
suplementação de recursos de origem privada aplicados a êsses objetivos, revelar-se mais econômica.
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base em unidades de
serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados obedecidos os padrões mínimos
de eficiência prèviamente fixados.
Art. 17. Sòmente à instituição cujas condições de funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos
oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.
II) Das Subvenções Econômicas ®
Art. 18. A cobertura dos deficits de manutenção das emprêsas públicas, de natureza autárquica ou não,
far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas nas despesas correntes do orçamento
da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo
Govêrno, de gêneros alimentícios ou outros materiais;
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou
materiais.
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, a emprêsa de fins
lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente autorizada em
lei especial.

SEÇÃO II
Das Despesas de Capital
SUBSEÇÃO PRIMEIRA
Dos Investimentos
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de
outras aplicações.
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se
subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais,
classificadas entre as Despesas de Capital.

SUBSEÇÃO SEGUNDA
Das Transferências de Capital
Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que se devam incorporar ao
patrimônio das emprêsas privadas de fins lucrativos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transferências de capital à conta de fundos especiais
ou dotações sob regime excepcional de aplicação.

TÍTULO II - Da Proposta Orcamentária

CAPÍTULO I
Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos
estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:
I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada

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com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros
compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômica-financeira do Govêrno;
justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;
II - Projeto de Lei de Orçamento;
III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas
distintas e para fins de comparação:
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;
c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;
d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;
e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e
f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em têrmos de metas
visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas
de justificação econômica, financeira, social e administrativa.
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta
de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.

CAPÍTULO II
Da Elaboração da Proposta Orçamentária

SEÇÃO PRIMEIRA
Das Previsões Plurienais

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Art. 23. As receitas e despesas de capital serão objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de
Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no mínimo um triênio.
Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital será anualmente reajustado acrescentando-
se-lhe as previsões de mais um ano, de modo a assegurar a projeção contínua dos períodos.
Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital abrangerá:
I - as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planos especiais aprovados em lei e
destinados a atender a regiões ou a setores da administração ou da economia;
II - as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitas que os constituam;
III - em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Título X desta lei, com indicação das
respectivas receitas, para as quais forem previstas transferências de capital.
Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital sempre que possível
serão correlacionados a metas objetivas em têrmos de realização de obras e de prestação de serviços.
Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que se pretendem obter com a realização de cada
programa.
Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado dos investimentos, inversões
financeiras e transferências previstos no Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital.

SEÇÃO SEGUNDA
Das Previsões Anuais
Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão estrita conformidade com a política econômica-
financeira, o programa anual de trabalho do Govêrno e, quando fixado, o limite global máximo para o
orçamento de cada unidade administrativa.
Art. 28 As propostas parciais das unidades administrativas, organizadas em formulário próprio, serão
acompanhadas de:
I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;
II - justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de
projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início ou prosseguimento ela se destina.
Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar demonstrações mensais da receita
arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a estimativa da receita, na proposta orçamentária.
Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas
mensalmente.
Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se refere o artigo anterior à
arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e
outras, que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.
Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas na proposta geral, considerando-
se a receita estimada e as novas circunstâncias.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

TÍTULO III - Da elaboração da Lei de Orçamento

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:
a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão
da proposta;
b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anteriormente criado;
d) conceder dotação superior aos quantitativos prèviamente fixados em resolução do Poder Legislativo
para concessão de auxílios e subvenções.

TÍTULO IV - Do Exercício Financeiro

Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.


Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I - as receitas nêle arrecadadas;
II - as despesas nêle legalmente empenhadas.
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro
distinguindo-se as processadas das não processadas.
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal, que não tenham
sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.
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Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito
próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como
os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento
do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento,
discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.
Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício, quando a anulação ocorrer após
o encerramento dêste considerar-se-á receita do ano em que se efetivar.
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como
receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão
inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez
e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735,
de 20.12.1979)
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal
relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da
Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei,
multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação,
custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições,
restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de
obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos
em geral ou de outras obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente
valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor,
pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da
conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos
débitos tributários. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os
valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que
tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de
11 de dezembro de 1978. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo
incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

TÍTULO V - Dos Créditos Adicionais

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas
na Lei de Orçamento.

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Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:


I - suplementares, os destinados a refôrço de dotação orçamentária;
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública.
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis
para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: (Veto rejeitado no
D.O. 05/05/1964)
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; (Veto rejeitado no D.O.
05/05/1964)
II - os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais,
autorizados em Lei; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder
executivo realiza-las. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles
vinculadas. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças
acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do
exercício. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

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§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a
importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que dêles dará imediato
conhecimento ao Poder Legislativo.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo
expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da
despesa, até onde fôr possível.

TÍTULO VI - Da Execução do Orçamento

CAPÍTULO I
Da Programação da Despesa
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o
Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica
autorizada a utilizar.
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos:
a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a
melhor execução do seu programa anual de trabalho;
b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa
realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta
os créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite da dotação e o
comportamento da execução orçamentária.

CAPÍTULO II
Da Receita
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em
cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o impôsto lançado por
motivo de guerra.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.
Art. 53. O lançamento da receita, o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito
fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
Art. 54. Não será admitida a compensação da observação de recolher rendas ou receitas com direito
creditório contra a Fazenda Pública.
Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem.
§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classificação,
bem como a data a assinatura do agente arrecadador.(Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.


Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3. desta lei serão classificadas como receita
orçamentária, sob as rubricas próprias, tôdas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações
de crédito, ainda que não previstas no Orçamento. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
CAPÍTULO III
Da Despesa
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação
de pagamento pendente ou não de implemento de condição. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. (Redação dada pela
Lei nº 6.397, de 10.12.1976)
§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no
último mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)
§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, assumir, por qualquer forma, compromissos
financeiros para execução depois do término do mandato do Prefeito. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397,
de 10.12.1976)
§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos comprovados de calamidade
pública. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)
§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo com o disposto
nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º,
inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de

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10.12.1976)
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de
empenho.
§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.
§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado “nota de empenho” que indicará
o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da
dotação própria.
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;
II - a nota de empenho;
III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a
despesa seja paga.
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços
de contabilidade (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por
estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias poderão quando expressamente
determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos centrais de administração geral.
Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra
unidade orçamentária, quando considerada indispensável à movimentação de pessoal dentro das tabelas ou
quadros comuns às unidades interessadas, a que se realize em obediência à legislação específica.
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na
ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para êsse fim.
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e
consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim
de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamento. (Veto
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras e serviços serão regulados em
lei, respeitado o princípio da concorrência.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

TÍTULO VII - Dos Fundos Especiais

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização
de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a turnos especiais far-se-á através de dotação
consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.
Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado
em balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo.
Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas peculiares de contrôle, prestação e
tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão
equivalente.

TÍTULO VIII - Do Contrôle da Execução Orçamentária

CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 75. O contrôle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento
ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;
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III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em têrmos monetários e em têrmos de realização
de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO II
Do Contrôle Interno
Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de contrôle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das
atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e
subseqüente.
Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão,
poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis
por bens ou valores públicos.
Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação,
caberá o contrôle estabelecido no inciso III do artigo 75.
Parágrafo único. Êsse controle far-se-á, quando fôr o caso, em têrmos de unidades de medida, prèviamente
estabelecidos para cada atividade.
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exata observância dos
limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do sistema que fôr instituído
para êsse fim.

CAPÍTULO III
Do Contrôle Externo
Art. 81. O contrôle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade
da administração, a guarda e legal emprêgo dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas
Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.
§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal
de Contas ou órgão equivalente.
§ 2º Quando, no Munícipio não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores
poderá designar peritos contadores para verificarem as contas do prefeito e sôbre elas emitirem parecer.

TÍTULO IX - Da Contabilidade

CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer
modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou
confiados.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos
agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada ou superintendida pelos serviços de
contabilidade.
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da
execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços
industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e
financeiros.
Art. 86. A escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das
partidas dobradas.
Art. 87. Haverá contrôle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a
administração pública fôr parte.
Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação do devedor ou do credor e especificação
da natureza, importância e data do vencimento, quando fixada.
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira patrimonial
e industrial.

CAPÍTULO II
Da Contabilidade Orçamentária e Financeira
Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos orçamentários
vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações
disponíveis.
Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-se-á de acôrdo com as especificações constantes
da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.

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Art. 92. A dívida flutuante compreende:
I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II - os serviços da dívida a pagar;
III - os depósitos;
IV - os débitos de tesouraria.
Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor distinguindo-se as
despesas processadas das não processadas.
Art. 93. Tôdas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas
na execução orçamentária, serão também objeto de registro, individuação e contrôle contábil.

CAPÍTULO III
Da Contabilidade Patrimonial e Industrial
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos
necessários para a perfeita caracterização de cada um dêles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e
administração.
Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada
unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética na contabilidade.
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas
patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.
Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos
para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos. (Veto rejeitado no
D.O. 05/05/1964)
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam
verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização
e juros.
Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como emprêsa pública ou autárquica,
manterão contabilidade especial para determinação dos custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da
escrituração patrimonial e financeira comum.
Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução
orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistência
ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

CAPÍTULO IV
Dos Balanços
Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço
Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos
números 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
16 e 17.
Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as
realizadas.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos
e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do
exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-orçamentária para
compensar sua inclusão na despesa orçamentária.
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio,
resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
I - O Ativo Financeiro;
II - O Ativo Permanente;
III - O Passivo Financeiro;
IV - O Passivo Permanente;
V - O Saldo Patrimonial;
VI - As Contas de Compensação.
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização
orçamentária e os valores numerários.
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa
de autorização legislativa.
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras pagamento independa de autorização
orçamentária.
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização
legislativa para amortização ou resgate.
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não

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compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o
patrimônio.
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas seguintes:
I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando
em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.
§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão
figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.
§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à
conta patrimonial.
§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

TÍTULO X - Das Autarquias e Outras Entidades

Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, inclusive de previdência social ou investidas de


delegação para arrecadação de contribuições parafiscais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal terão seus orçamentos aprovados por decreto do Poder Executivo, salvo se disposição legal expressa
determinar que o sejam pelo Poder Legislativo.
Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as emprêsas com autonomia financeira e administrativa
cujo capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.
Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela inclusão:
I - como receita, salvo disposição legal em contrário, de saldo positivo previsto entre os totais das receitas
e despesas;
II - como subvenção econômica, na receita do orçamento da beneficiária, salvo disposição legal em
contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e despesas.
§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
realizados por intermédio das entidades aludidas no artigo anterior, serão classificados como receita de
capital destas e despesa de transferência de capital daqueles.
§ 2º As previsões para depreciação serão computadas para efeito de apuração do saldo líquido das
mencionadas entidades.
Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades compreendidas no artigo 107 serão publicados como
complemento dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que
estejam vinculados.
Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já referidas, obedecerão aos padrões e normas instituídas
por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.
Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central de
contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, para fins de incorporação dos
resultados, salvo disposição legal em contrário.

78
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

TÍTULO XI - Disposições Finais


Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras apurações,
para fins estatísticos, de interêsse nacional, organizará e publicará o balanço consolidado das contas da
União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e outras entidades, bem como um quadro
estruturalmente idêntico, baseado em dados orçamentários.
§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura do Anexo n. 1.
§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado até o último dia do primeiro semestre do próprio
exercício e o baseado nos balanços, até o último dia do segundo semestre do exercício imediato àquele a
que se referirem.
Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo precedente, a União, os Estados, os Municípios e o
Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de
junho, os balanços do exercício anterior.
Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito
Federal, cuja concessão não decorra de imperativo constitucional, dependerá de prova do atendimento ao
que se determina neste artigo.
Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, o Conselho Técnico de Economia e
Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá elementos, promoverá o intercâmbio de
dados informativos, expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e atualizará sempre que julgar
conveniente, os anexos que integram a presente lei.
Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, poderão ser promovidas, quando necessário,
conferências ou reuniões técnicas, com a participação de representantes das entidades abrangidas por estas
normas.

®
Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos
orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às demais atividades estatuídas. (Redação dada pela
Lei nº 4.489, de 19.11.1964)
Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência e 76º da República.
JOÃO GULART
Abelardo Jurema
Sylvio Borges de Souza Motta
Jair Ribeiro
João Augusto de Araújo Castro
Waldyr Ramos Borges
Expedito Machado
Oswaldo Costa Lima Filho
Júlio Forquim Sambaquy
Amaury Silva
Anysio Botelho
Wilson Fadul
Antonio Oliveira Brito
Egydio Michaelsen

LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000.

Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências.

        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
        § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem
riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de
metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia
de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária,
operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a
Pagar.

79
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
        § 3o Nas referências:
        I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:
        a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário
e o Ministério Público;
        b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais
dependentes;
        II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
        III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado
e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.
        Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:
        I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;
        II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta
ou indiretamente, a ente da Federação;
        III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no
último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;
        IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais,
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:
        a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou
legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da
Constituição;
®
        b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
        c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu
sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no
§ 9o do art. 201 da Constituição.
        § 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em
decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias.
        § 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá
e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do §
1o do art. 19.
        § 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência
e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

CAPÍTULO II
DO PLANEJAMENTO

Seção I
Do Plano Plurianual
        Art. 3o (VETADO)
Seção II
Da Lei de Diretrizes Orçamentárias
        Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:
        I - disporá também sobre:
        a) equilíbrio entre receitas e despesas;
        b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
        c) (VETADO)
        d) (VETADO)
        e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados
com recursos dos orçamentos;
        f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
        II - (VETADO)
        III - (VETADO)
        § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.

80
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 2o O Anexo conterá, ainda:


        I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
        II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem
os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a
consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;
        III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
        IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
        a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo
ao Trabalhador;
        b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
        V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão
das despesas obrigatórias de caráter continuado.
        § 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem.
        § 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos
das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais
agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

Seção III
Da Lei Orçamentária Anual

®
        Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual,
com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
        I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os
objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o;
        II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como
das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter
continuado;
        III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na
receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
        a) (VETADO)
        b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
        § 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as
atenderão, constarão da lei orçamentária anual.
        § 2o O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de
crédito adicional.
        § 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a
variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.
        § 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.
        § 5o A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um
exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão,
conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.
        § 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do
Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios e
assistência aos servidores, e a investimentos.
        § 7o (VETADO)
        Art. 6o (VETADO)
        Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição ou reversão de reservas,
constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente à aprovação dos
balanços semestrais.
        § 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será
consignado em dotação específica no orçamento.
        § 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil serão
demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.
        § 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas explicativas sobre os custos
da remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas cambiais e a
rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da União.

81
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Seção IV
Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas
        Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
        Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.
        Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar
o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias.
        § 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
        § 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do
ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
orçamentárias.
        § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação
no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)
        § 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará
®
o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1o
do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
        § 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil
apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do
cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e
o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.
        Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças
judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância da ordem
cronológica determinada no art. 100 da Constituição.

CAPÍTULO III
DA RECEITA PÚBLICA

Seção I
Da Previsão e da Arrecadação
        Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
        Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.
        Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção
para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
        § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou
omissão de ordem técnica ou legal.
        § 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das
despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide ADIN 2.238-5)
        § 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério
Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias,
os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as
respectivas memórias de cálculo.
        Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo,
em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de
combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa,
bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

82
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Seção II
Da Renúncia de Receita
        Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias
e a pelo menos uma das seguintes condições:
        I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo
próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
        II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio
do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.
        § 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em
caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada
de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
        § 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo
decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas
referidas no mencionado inciso.
        § 3o O disposto neste artigo não se aplica:
        I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da
Constituição, na forma do seu § 1o;
        II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

CAPÍTULO IV ®
DA DESPESA PÚBLICA

Seção I
Da Geração da Despesa
        Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de
despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.
        Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da
despesa será acompanhado de:
        I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos
dois subseqüentes;
        II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e
financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias.
        § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
        I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou
que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie,
realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos
para o exercício;
        II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme
com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de
suas disposições.
        § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia
de cálculo utilizadas.
        § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
        § 4o As normas do caput constituem condição prévia para:
        I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;
        II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.
Subseção I
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
        Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um
período superior a dois exercícios.
        § 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a
estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

83
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa
criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art.
4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente
de receita ou pela redução permanente de despesa.
        § 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
        § 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia
de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano
plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
        § 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas
referidas no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.
        § 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento
de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.
        § 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Seção II
Das Despesas com Pessoal

Subseção I
Definições e Limites
        Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal:
o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
®
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da
aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais
de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência.
        § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de
servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”.
        § 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com
as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.
        Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal,
em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita
corrente líquida, a seguir discriminados:
        I - União: 50% (cinqüenta por cento);
        II - Estados: 60% (sessenta por cento);
        III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
        § 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as
despesas:
        I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
        II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
        III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;
        IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se
refere o § 2o do art. 18;
        V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda
Constitucional no 19;
        VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos
provenientes:
        a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
        b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;
        c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o
produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.
        § 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças
judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
        Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:
        I - na esfera federal:
        a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas
da União;

84
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;


        c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três
por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da
Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das
despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos
três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;
        d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;
        II - na esfera estadual:
        a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;
        b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
        c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;
        d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;
        III - na esfera municipal:
        a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;
        b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.
        § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de
forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas
nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
        § 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
        I - o Ministério Público;
        II- no Poder Legislativo:
        a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
        b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;
®
        c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal;
        d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver;
        III - no Poder Judiciário:
        a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;
        b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.
        § 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso
XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o.
        § 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas
alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos
por cento).
        § 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financeiros correspondentes
à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste
artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.
        § 6o (VETADO)
Subseção II
Do Controle da Despesa Total com Pessoal
        Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não
atenda:
        I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e
no § 1o do art. 169 da Constituição;
        II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20.
        Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao
final de cada quadrimestre.
        Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do
limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
        I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo
os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no
inciso X do art. 37 da Constituição;
        II - criação de cargo, emprego ou função;
        III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
        IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada
a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e
segurança;

85
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição
e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
        Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites
definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de
ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre
outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição.
        § 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto
pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)
        § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à
nova carga horária.(Vide ADIN 2.238-5)
        § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:
        I - receber transferências voluntárias;
        II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
        III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária
e as que visem à redução das despesas com pessoal.
        § 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite
no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.
Seção III
Das Despesas com a Seguridade Social
        Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição,
atendidas ainda as exigências do art. 17.
®
        § 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:
        I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação
pertinente;
        II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;
        III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.
        § 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência
social, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.
CAPÍTULO V
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
        Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de
recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de
Saúde.
        § 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias:
        I - existência de dotação específica;
        II - (VETADO)
        III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;
        IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
        a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao
ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;
        b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;
        c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
        d) previsão orçamentária de contrapartida.
        § 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.
        § 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta
Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

CAPÍTULO VI
DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO
        Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas
ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas
na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.
        § 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e
empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco
Central do Brasil.

86
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos,


inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação
em constituição ou aumento de capital.
        Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja
sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão
inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.
        Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições de
dívidas decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financiamentos em
desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária.
        Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de
operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a
concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.
        § 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos,
constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.
        § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras
operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias.

CAPÍTULO VII
DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Seção I
Definições Básicas

®
        Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:
        I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;
        II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os
do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;
        III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da
venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com
o uso de derivativos financeiros;
        IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;
        V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido
da atualização monetária.
        § 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo
ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.
        § 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco Central do Brasil.
        § 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze
meses cujas receitas tenham constado do orçamento.
        § 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício
financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no
orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.
Seção II
Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito
        Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente da
República submeterá ao:
        I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União,
Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de
limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;
        II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária
federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de sua
adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o
deste artigo.
        § 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas alterações conterão:
        I - demonstração de que os limites e condições guardam coerência com as normas estabelecidas
nesta Lei Complementar e com os objetivos da política fiscal;

87
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma das três esferas de governo;
        III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por esfera de governo;
        IV - metodologia de apuração dos resultados primário e nominal.
        § 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput também poderão ser apresentadas em
termos de dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de sua apuração.
        § 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em percentual da receita
corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a
integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.
        § 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada
será efetuada ao final de cada quadrimestre.
        § 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República enviará ao Senado Federal ou ao
Congresso Nacional, conforme o caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições previstos
nos incisos I e II do caput.
        § 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de que trata este artigo, em razão de
instabilidade econômica ou alterações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da República poderá
encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional solicitação de revisão dos limites.
        § 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido
incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.

Seção III
Da Recondução da Dívida aos Limites
        Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de
®
um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente
em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
        § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:
        I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de
receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;
        II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras
medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.
        § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará
também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.
        § 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no
primeiro quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.
        § 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham ultrapassado
os limites das dívidas consolidada e mobiliária.
        § 5o As normas deste artigo serão observadas nos casos de descumprimento dos limites da dívida
mobiliária e das operações de crédito internas e externas.

Seção IV
Das Operações de Crédito

Subseção I
Da Contratação
        Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização
de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles controladas, direta ou
indiretamente.
        § 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos
e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o
atendimento das seguintes condições:
        I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em
créditos adicionais ou lei específica;
        II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto
no caso de operações por antecipação de receita;
        III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;
        IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;
        V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição;
        VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Complementar.
        § 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de
créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades.

88
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total
dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, observado
o seguinte:
        I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo
ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de
competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;
        II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição
financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital;
        III - (VETADO)
        § 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o
Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e
externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão:
        I - encargos e condições de contratação;
        II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e
concessão de garantias.
        § 5o Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação
automática de débitos e créditos.
        Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto
quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às
condições e limites estabelecidos.
        § 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula,
procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros e
demais encargos financeiros.
®
        § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva
específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.
        § 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se as
sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.
        § 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se não atendido o disposto
no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32.
Subseção II
Das Vedações
        Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a
publicação desta Lei Complementar.
        Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente
ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas
entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de
dívida contraída anteriormente.
        § 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal
e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:
        I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
        II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
        § 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União
como aplicação de suas disponibilidades.
        Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação
que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
        Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no
mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão
da União para aplicação de recursos próprios.
        Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
        I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato
gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;
        II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da
legislação;
        III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor
de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando
esta vedação a empresas estatais dependentes;
        IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a
posteriori de bens e serviços.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Subseção III
Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária
        Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa
durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:
        I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;
        II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;
        III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação,
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;
        IV - estará proibida:
        a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;
        b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.
        § 1o As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito do que dispõe o inciso
III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.
        § 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão
efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo
eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.
        § 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito
aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.
Subseção IV
Das Operações com o Banco Central do Brasil
        Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às vedações
constantes do art. 35 e mais às seguintes:
®
        I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o
deste artigo;
        II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não, de título da
dívida de ente da Federação por título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e venda,
a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta;
        III - concessão de garantia.
        § 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil,
Série Especial, existente na carteira das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante novas
operações de venda a termo.
        § 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para
refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira.
        § 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas no
dia, em leilão público.
        § 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do
Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Seção V
Da Garantia e da Contragarantia
        Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados
o disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as condições
estabelecidos pelo Senado Federal.
        § 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior
ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações
junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte:
        I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;
        II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá
consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de transferências
constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor na
liquidação da dívida vencida.
        § 2o No caso de operação de crédito junto a organismo financeiro internacional, ou a instituição
federal de crédito e fomento para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a ente que
atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para o recebimento de transferências voluntárias.
        § 3o (VETADO)
        § 4o (VETADO)
        § 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal.
        § 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e
subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos de fundos.

90
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia por:


        I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contragarantia nas
mesmas condições;
        II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.
        § 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
        I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições
financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente;
        II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela controladas, direta
e indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.
        § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a União e os Estados
poderão condicionar as transferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento.
        § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência
de garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos
até a total liquidação da mencionada dívida.

Seção VI
Dos Restos a Pagar
        Art. 41. (VETADO)
        Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres
do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.

®
        Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e
despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

CAPÍTULO VIII
DA GESTÃO PATRIMONIAL

Seção I
Das Disponibilidades de Caixa
        Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabelece
o § 3o do art. 164 da Constituição.
        § 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição,
ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições
de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.
        § 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1o em:
        I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às
empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;
        II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas
controladas.

Seção II
Da Preservação do Patrimônio Público
        Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que
integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos
regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
        Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só
incluirão novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de
conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
        Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio
do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do
disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.
        Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem o atendimento
do disposto no § 3o do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da indenização.

Seção III
Das Empresas Controladas pelo Setor Público
        Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

metas de desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem
prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição.
        Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balanços trimestrais nota explicativa em que
informará:
        I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com respectivos preços e condições, comparando-
os com os praticados no mercado;
        II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especificando valor, fonte e destinação;
        III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos e financiamentos com
preços, taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no mercado.

CAPÍTULO IX
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
Seção I
Da Transparência da Gestão Fiscal
        Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;
as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o
Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
        Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular
e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de
diretrizes orçamentárias e orçamentos.
       Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o
®
exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta
e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
        Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das
agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas
atividades no exercício.

Seção II
Da Escrituração e Consolidação das Contas
        Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas
públicas observará as seguintes:
        I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a
órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;
        II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência,
apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;
        III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações
de cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa
estatal dependente;
        IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e
orçamentários específicos;
        V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento
ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante
e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor;
        VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos
provenientes da alienação de ativos.
        § 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações intragovernamentais.
        § 2o  A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de
contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.
        § 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento
da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.
        Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e
por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação,
inclusive por meio eletrônico de acesso público.
        § 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:
        I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril;
        II - Estados, até trinta e um de maio.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja
regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito,
exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Seção III
Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária
        Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e
o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de:
        I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:
        a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;
        b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada
e o saldo;
        II - demonstrativos da execução das:
        a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada
para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;
        b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial,
dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;
        c) despesas, por função e subfunção.
        § 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas
receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida.
        § 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o
do art. 51.
        Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:
®
        I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim
como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;
        II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;
        III - resultados nominal e primário;
        IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;
        V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os
pagamentos realizados e o montante a pagar.
        § 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de
demonstrativos:
        I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;
        II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos;
        III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela
decorrentes.
        § 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:
        I - da limitação de empenho;
        II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal,
adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.

Seção IV
Do Relatório de Gestão Fiscal
        Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no
art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:
        I - Chefe do Poder Executivo;
        II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme
regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;
        III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório
equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;
        IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.
        Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração
financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão
referido no art. 20.
        Art. 55. O relatório conterá:
        I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:
        a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;
        b) dívidas consolidada e mobiliária;

93
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        c) concessão de garantias;


        d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
        e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
        II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
        III - demonstrativos, no último quadrimestre:
        a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;
        b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
        1) liquidadas;
        2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;
        3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa;
        4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados;
        c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38.
        § 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá
apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.
        § 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder,
com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.
        § 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do
art. 51.
        § 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo
modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.

Seção V
Das Prestações de Contas
®
        Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as
dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos
no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
        § 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:
        I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando
as dos respectivos tribunais;
        II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.
        § 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art.
57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas
Legislativas estaduais e municipais.
        § 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.
        Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de
sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis
orgânicas municipais.
        § 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes
o prazo será de cento e oitenta dias.
        § 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão
referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.
        Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão,
destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as
ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para
incremento das receitas tributárias e de contribuições.

Seção VI
Da Fiscalização da Gestão Fiscal
        Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de
controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei
Complementar, com ênfase no que se refere a:
        I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;
        II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;
        III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos
dos arts. 22 e 23;
        IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das
dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
        V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições
constitucionais e as desta Lei Complementar;

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.
        § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando
constatarem:
        I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;
        II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;
        III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão
de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;
        IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;
        V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades
na gestão orçamentária.
        § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com
pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.
        § 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do
art. 39.

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
        Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores àqueles previstos nesta Lei
Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
        Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente escriturados em sistema centralizado
de liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou em outras
transações previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.

®
        Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de competência de outros entes
da Federação se houver:
        I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;
        II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.
        Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:
        I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do semestre;
        II - divulgar semestralmente:
        a) (VETADO)
        b) o Relatório de Gestão Fiscal;
        c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
        III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de
Riscos Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a partir do quinto
exercício seguinte ao da publicação desta Lei Complementar.
        § 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser realizada em até trinta dias após o
encerramento do semestre.
        § 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com pessoal ou à dívida consolidada,
enquanto perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de retorno
ao limite definidos para os demais entes.
        Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação financeira aos Municípios para a
modernização das respectivas administrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com vistas
ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.
        § 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desenvolvimento de recursos humanos e na
transferência de tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 em
meio eletrônico de amplo acesso público.
        § 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens e valores, o financiamento por
intermédio das instituições financeiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações externas.
        Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União,
ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:
        I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;
        II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9o.
        Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado
na forma da Constituição.
        Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no caso de crescimento
real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual ou
superior a quatro trimestres.
        § 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada do Produto Interno Bruto
inferior a 1% (um por cento), no período correspondente aos quatro últimos trimestres.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        § 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB
nacional, estadual e regional.
        § 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as medidas previstas no art. 22.
        § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e
cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em
até quatro quadrimestres.
        Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade
da gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os
Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade,
visando a:
        I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
        II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto
público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;
        III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas
e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões
mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;
        IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
        § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento público
aos titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social,
conjugados com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar.
        § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do conselho.
®
        Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo do Regime Geral de Previdência
Social, vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recursos para
o pagamento dos benefícios do regime geral da previdência social.
        § 1o O Fundo será constituído de:
        I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na
operacionalização deste;
        II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados
por força de lei;
        III - receita das contribuições sociais para a seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e no
inciso II do art. 195 da Constituição;
        IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência
Social;
        V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;
        VI - recursos provenientes do orçamento da União.
        § 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, na forma da lei.
        Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir regime próprio de previdência social
para seus servidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de contabilidade
e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.
        Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total com pessoal no exercício anterior
ao da publicação desta Lei Complementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá
enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à razão de,
pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das medidas previstas
nos arts. 22 e 23.
        Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções
previstas no § 3o do art. 23.
        Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Constituição, até o término do terceiro
exercício financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pessoal dos
Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita corrente líquida, a despesa
verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), se esta for inferior ao
limite definido na forma do art. 20.
        Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderá
exceder, em percentual da receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor desta Lei
Complementar, até o término do terceiro exercício seguinte.
        Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei
no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da legislação
pertinente.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

        Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.
        Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio de 1999.
        Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Pedro Malan
Martus Tavares

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