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UNIVERSIDADE DO ALGARVE

FERN – Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais

“O Solo”
Indicadores de Preservação e
Conservação

Zona de Intervenção das Cumeadas

(Algarve)

Mestrado em Gestão Sustentável de Espaços Rurais

Trabalho realizado por:


Dinarte Pereira
O Solo – Indicadores de
Preservação e Conservação

Zona de Intervenção:
Cumeadas (Algarve)

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Gestão de Unidades Produtivas


Mestrado de Gestão Sustentável de Espaços Rurais

Faro Janeiro de 2009


ÍNDICE
Pág.
ABREVIATURAS --------------------------------------------------------------------------------------------- 4
OBJECTIVOS --------------------------------------------------------------------------------------------------- 5
I-INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------------ 6
II – CARACTERIZAÇÃO DAS CUMEADAS ------------------------------------------------------------ 7
2.1. Caracterização Geográfica e Territorial ---------------------------------------------------- 7
2.2. Breve caracterização Demográfica e Social ----------------------------------------------- 8
2.3. Caracterização e uso do Solo ---------------------------------------------------------------- 9
III- CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO SOLO --------------------------------------------------- 11
3.1. Políticas adoptadas ---------------------------------------------------------------------------- 11
3.2. Indicadores de Conservação e Preservação do Solo ------------------------------------- 12
3.2.1. Critérios e Indicadores de estado ------------------------------------------------- 12
Indicador E1- Caracterização dos solos------------------------------------------ 13
Indicador E2- Uso do solo ------------------------------------------------------------- 13
Indicador E3- Fertilidade do solo ----------------------------------------------------- 14
Indicador E4- Produção agrícola ------------------------------------------------------ 14
Indicador E5- Quantificação da erosão ---------------------------------------------- 15
Indicador E6- Área de solo afectada pela desertificação--------------------------- 15
3.2.2. Indicadores de Pressão ----------------------------------------------------------------- 16
Indicador P1- Coberto florestal ------------------------------------------------------- 16
Indicador P2- Área de solo irrigado -------------------------------------------------- 16
Indicador P3- Compactação do solo -------------------------------------------------- 17
Indicador P4- Consumo/utilização de fertilizantes agrícolas ---------------------- 17
Indicador P5- Consumo/utilização de pesticidas ----------------------------------- 18
Indicador P6- Desafectação de áreas classificadas de RAN ----------------------- 18
3.2.3. Indicadores de resposta ---------------------------------------------------------------- 19
Indicador R1- Produção agrícola certificada----------------------------------------- 19
Indicador R2- Investimento e despesa na conservação do solo-------------------- 19
IV- Considerações finais --------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Referencias bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------------------- 21
Gestão de Unidades Produtivas

ABREVIATURAS

AEA – Agência Europeia do Ambiente

AFN – Autoridade Florestal Nacional

APA – Agência Portugesa do Ambiente

CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional

CTC – Capacidade de troca catiónica

DGA – Direcção Geral da Ambiente

DGADR – Direcção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural

DGF – Direcção Geral das Florestas

ENDS – Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável

ha – Hectares

hab/Km2 – Habitante por quilómetro quadrado

ICN – Instituo Conservação da Natureza

INAG – Instituto da Água

INE – Instituto Nacional de Estatística

Km2 – Quilómetros quadrados

MADRP – Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e Pescas

MO – Matéria Orgânica

MPB – Modo de Produção Biológica

MProdI – Modo de Produção Integrada

OPC – Organismos Privados de Controlo

ppm – partes por milhão

RAN – Reserva Agrícola Nacional

SAU – Superfície Agrícola Utilizada

SIDS – Sitema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

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Gestão de Unidades Produtivas

OBJECTIVOS

Tendo em conta que o território das Cumeadas representa cerca de 16% da Região do Algarve e
que o mesmo debate-se com graves problemas associados á ruralidade típica da região,
nomeadamente degradação dos solos e conseguinte desertificação. Pretendeu-se com este
trabalho contribuir para um conhecimento mais aprofundado dos problemas que afectam o
território das Cumeadas e apresentar soluções que os possam minimizar. Deste modo os
objectivos deste trabalho foram os seguintes:

1) Recolher informação oficial do território e efectuar uma breve caracterização


(geográfica, demográfica e social) do mesmo;

2) Com base na informação recolhida, propor um conjunto de indicadores capazes de


proporcionar uma avaliação do actual estado do território, nomeadamente dos solos da
região;

3) Por fim apresentar um conjunto de soluções/sugestões que possam minimizar o


problema da degradação dos solos e da desertificação com que se debate a região em
estudo.

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Gestão de Unidades Produtivas

INTRODUÇÃO

Os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável são instrumentos de monitorização do caminho


que é percorrido desde a situação existente, e da qual se parte, até à concretização dos objectivos
operacionais definidos, avaliando periodicamente a adequação dos planos de acção que, para este
efeito, são adoptados. Os mesmos devem ser mensuráveis e visam medir o progresso da qualidade
de vida dos membros de uma comunidade local, regional ou nacional, nas diferentes componentes
económicas, sociais e ambientais (DGA, 2000). Devem ser projectados de forma a simplificar a
informação sobre fenómenos complexos de modo a melhorar a comunicação (DGA, 2000).

Esta avaliação opera-se assumindo como meta o quadro de referência do Desenvolvimento


Sustentável especificamente estabelecido para o local ou região em estudo (Mota et al, 2005).
Assim, neste contexto específico e concreto foi escolhido um conjunto de indicadores (entre os
quais o solo) capazes de proporcionar uma visão da realidade existente na zona das Cumeadas.

De facto, só assim os indicadores podem ser factor de motivação para a actuação dos poderes
públicos locais e dos agentes privados, influenciar a definição e execução das políticas locais,
sustentar a obtenção de financiamentos e estimular a constituição de parcerias público-privadas.

O solo é um recurso finito, pelo que importa acautelar a sua utilização, através de um correcto
ordenamento e utilização, de forma a garantir o equilíbrio das necessidades humanas
“consumidoras” de espaço e a manutenção dos ecossistemas e da sua biodiversidade. A análise dos
padrões de uso do solo permite avaliar as pressões a que o mesmo está sujeito, bem como
acompanhar as medidas propostas nos diversos instrumentos de gestão territorial (CCDR Algarve,
2009).

A zona designada por Cumeadas é uma área rural de baixa densidade, situada no interior do
sotavento da região do Algarve (Baixo Guadiana), alvo de vários estudos devido ao fenómeno da
desertificação a que se encontra sujeita. Para tal contribuem vários factores de diversa natureza:
períodos de seca severa, alternados com precipitações intensas concentradas no tempo e no espaço,
a natureza do solo e o seu uso, incêndios frequentes e devastadores, despovoamento e
envelhecimento da população local, entre outros.

Com o objectivo de inverter esta tendência, várias medidas têm sido tomadas, para proporcionar
um desenvolvimento equilibrado e articulado do território regional, com o objectivo de promover e
dinamizar o interior do Algarve, potenciando os seus valores naturais como mais valias,
melhorando as acessibilidades, assegurando um ordenamento e gestão florestal adequadas e
implementando uma política de prevenção de riscos (CCDR, 2007).

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Gestão de Unidades Produtivas

II- CARACTERIZAÇÃO DAS CUMEADAS

2.1. Caracterização Geográfica e Territorial

Geograficamente o território das Cumeadas situa-se numa zona montanhosa de baixa altitude e de
clima adverso com fraca precipitação anual, é limitada a norte pela Ribeira do Vascão e a Nascente
pelo Rio Guadiana (CCDR, 2007-a). É composta pelas freguesias de Alcoutim, Pereiro, Giões,
Martim Longo e Vaqueiros do conselho de Alcoutim e pelas freguesias de Odeleite e Azinhal do
conselho de Castro Marim (Fig. 1), com uma área de 800 km2, representa 16% da superfície total
da região algarvia (Mário de Carvalho, 2007). Os recursos naturais existentes (água, solo e
biodiversidade) encontram-se demasiado frágeis ou mesmo degradados, contribuindo para a
desertificação desta região, o que provoca um contínuo declínio na estrutura sócio- económica local
(Mário de Carvalho, 2007).

Figura 1. Representação Geográfica das Cumeadas. Adaptado de Mário de Carvalho, 2007.

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Gestão de Unidades Produtivas

2.2. Breve caracterização Demográfica e Social

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 1991 o conjunto das freguesias integradas na
classificação de baixas densidades pouco superava os 30 hab/km², enquanto que na restante região
do Algarve, esse indicador aproximava-se dos 70 hab/km². Dez anos depois (2001), o Algarve
contava com 79 hab/km² e o conjunto das baixas densidades, não obstante a ligeira aproximação
ocorrida entre os dois territórios, quedava-se pelos 35 hab/km² (INE, 2004).

Com efeito a área em estudo (Cumeadas) é uma zona onde predomina a ruralidade caracterizada
por densidades populacionais inferiores às médias da região e do país, índices de envelhecimento
crescentes (Fig. 2), com a população a sofrer um acentuado decréscimo nas últimas décadas
(Fig. 3), e o emprego agrícola muito superior às médias nacional e comunitária (INE, 2004).

Índice envelhecimento 2007

Algarve 124,1

Castro Marim 224,5

Alcoutim 537,2

Nº 0 100 200 300 400 500 600

Figura 2. Índice de envelhecimento na Região das Cumeadas. Fonte: INE, 2007.

Figura 3. Evolução da população residente na região das Cumeadas nas últimas décadas. Adaptado: CCDR,
2007.

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Gestão de Unidades Produtivas

No que se refere à distribuição concelhia do índice de poder de compra, per capita, os concelhos de
Alcoutim e Castro Marim, embora apresentem uma tendência crescente, são os concelhos que
denotam o menor poder de compra na região do Algarve (Fig. 4) (CCDR, 2007).

Figura 4. Poder de compra dos concelhos de Alcoutim e Castro Marim. Fonte: CCDR, 2007.

De acordo com a caracterização descrita, a zona das Cumeadas, actualmente depara-se com a
degradação dos seus recursos naturais e patrimoniais, com um índice de desemprego demasiado
elevado e com o envelhecimento e perda da população acentuados, contribuindo dessa forma, para
a desertificação da referida área.

2.3. Caracterização e uso do solo

O solo é um recurso natural finito, limitado e não renovável, pelo que deverá ser preservado.
Desempenha uma grande variedade de funções vitais, de carácter ambiental, ecológico, social e
económico, constituindo um importante elemento paisagístico, patrimonial e físico para o
desenvolvimento de infra-estruturas e de actividades humanas (UE, 2005).

Nos últimos 40 anos, cerca de um terço dos solos agrícolas mundiais deixaram de ser produtivos do
ponto de vista agrícola, devido à erosão. Actualmente, cerca de 77% dos terrenos da União
Europeia (UE) correspondem a áreas agrícolas e silvícolas, evidenciando a importância da política
agrícola no território Europeu (Confagri, 2009).

Os solos da região das Cumeadas são solos incipientes (litossolos ou solos esqueléticos) derivados
de rochas consolidadas (xistos), de espessura efectiva normalmente inferior a 10 cm; são solos não
evoluídos, sem horizontes genéticos claramente diferenciados e, praticamente reduzidos ao

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Gestão de Unidades Produtivas

material originário (Confagri, 2009). São solos declivosos, devido à natureza geográfica (Fig. 5) e
muito susceptíveis de sofrer erosão hídrica e eólica. São solos com pouco coberto vegetal,
reduzido teor em matéria orgânica e ligeiramente ácidos com um pH que se situa entre 5,6 e 6,5
(APA, 2009). De acordo com a sua natureza, são solos pouco produtivos do ponto de vista agrícola
contribuindo para a redução da biodiversidade e para o empobrecimento das comunidades
humanas dependentes destes ecossistemas.

Os sistemas agrícolas nesta região são de subsistência e baseiam-se numa cultura marginal de
cereais e pousios, com um aproveitamento silvo pastoril (i.e. ovelhas e cabras) em maneio
extensivo. O coberto vegetal é dominado por elementos arbóreos tais como o Sobreiro (Quercus
suber), a Azinheira (Quercus ilex) e o Pinheiro manso (Pinus pinea L) (Fig. 6).

Figura 5. Aspecto e natureza física dos solos na região das Cumeadas. Foto: Mário de Carvalho, 2007.

Figura 6. Ocupação Florestal dominante por concelho. Adaptado CCDR, 2009.

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Gestão de Unidades Produtivas

III. CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO SOLO

3.1. Políticas adoptadas

Como referido anteriormente, o solo é um recurso natural que desempenha uma grande variedade
de funções vitais, no entanto este é um recurso finito que necessita ser preservado. Várias são as
políticas adoptadas nesse sentido, quer a nível regional, nacional e internacional.

Desde 1992 com a Conferência do Rio de Janeiro que são adoptadas estratégias com o objectivo
de se utilizar os recursos naturais de forma sustentável. Nesta conferência ficou acordado e
aprovado pelos diferentes líderes mundiais que o fenómeno da desertificação verificado em
algumas regiões é causado pela “degradação dos solos nas zonas áridas, semi-áridas e sub-
húmidas, degradação essa resultante de factores tais como, as variações climáticas e a actividade
humana”.

A nível nacional a política adoptada encontra-se presente na Estratégia Nacional de


Desenvolvimento Sustentável (ENDS) e compreende o período 2005/15. A política de preservação
e conservação dos solos encontra-se inserida no Objectivo III – Gestão eficiente e preventiva do
Ambiente e dos Recursos Naturais, da referida estratégia. “A erosão hídrica do solo caracteriza-
se pela remoção do material superficial do solo, conduzindo à degradação dos seus potenciais
agrícola e ecológico. O sul do país e, particularmente a bacia do Guadiana, sobressai claramente
enquanto zona mais susceptível, devido principalmente à elevada erodibilidade dos solos e
erosividade da precipitação”

“Uma política coerente de conservação da natureza e da biodiversidade, incluindo o ambiente


marinho (...), não pode ser separado do futuro do mundo rural e da necessidade de manter no
sector primário os solos de melhor aptidão agrícola, sobretudo aqueles que estão ameaçados pela
expansão urbana. A agricultura e a silvicultura deverão ser concebidas, igualmente, como
actividades essenciais para o combate à desertificação e ao despovoamento do interior,
contribuindo para a conservação dos solos, dos recursos hídricos, e dos valores paisagísticos,
assim como para a criação de oportunidades de emprego e fixação das populações em áreas
rurais” (Mota et al, 2005).

A nível regional essas estratégias foram transpostas para o Programa Operacional Regional do
Algarve PO-Algarve 21. “O sector da agricultura tem primado pela quase inexistência de
processos e/ou produtos inovadores. Para tal contribui a conjugação de diversos factores, tais
como a limitação de terra arável (apenas cerca de um quarto dos solos tem capacidade
essencialmente agrícola, (…). A Direcção Regional de Agricultura do Algarve tem assumido um

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Gestão de Unidades Produtivas

papel central na implementação de processos inovadores e de boas práticas junto dos agricultores
(…) com consequentes benefícios para a conservação do solo e da água e para a qualidade e
segurança alimentar, em simultâneo com uma importante actuação no domínio da preservação da
biodiversidade genética (…)” (CCDR, 2007-b).

3.2. Indicadores de Conservação e Preservação do Solo

De acordo com um workshop intitulado “A Desertificação na Serra: Que Sinais? Que Soluções?”
promovido pela CCDR e realizado em Abril de 2002 na zona das Cumeadas e direccionado para
toda a comunidade local, foi possível identificar os principais sinais de desertificação,
nomeadamente:

• Erosão, Empobrecimento e Degradação do Solo, Perda de biodiversidade;

• Desagregação da Estrutura Familiar, Fraca Atractividade Económica, Agricultura pouco


Rentável, levando ao Despovoamento do Concelho/Desertificação Humana e
Envelhecimento da População;

• Ausência e Degradação do Coberto Vegetal;

• Diminuição da Precipitação. Escassez de Água no Solo;

• Abandono das Terras e da Agricultura Tradicional e Baixa Produtividade (CCDR, 2007).

O conjunto ou sistema de indicadores que serão apresentados, têm por objectivo avaliar o estado
dos solos e sua utilização na região e fundamentar as tomadas de decisão dos agentes locais no
combate às situações indesejadas que foram identificadas, assim como auxiliar na preservação das
situações particularmente desejáveis.

3.2.1. Critérios e Indicadores de estado

Os critérios caracterizam ou definem elementos essenciais ou conjuntos de condições e processos


pelos quais a gestão sustentável do solo pode ser avaliada. O sentido da alteração dentro de cada
critério é mostrado pela medição periódica dos indicadores (DGF, 1999).

Os indicadores de estado são ferramentas utilizadas que permitem avaliar o progresso e estado das
situações a estudar e deverão ser sempre que possível de carácter quantitativo, de forma a auxiliar
as entidades competentes nas tomadas de decisão.

Neste estudo o critério escolhido foi o ambiental, o sector foi o solo que desempenha uma função
protectora da biodiversidade (vegetal e animal) e das comunidades rurais e o código do indicador
está de acordo com o tipo do mesmo (E- estado, P-pressão e R-resposta).

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Gestão de Unidades Produtivas

Indicador E1

Nome do Indicador: CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

Indicador do Tipo: ESTADO

Descrição Análise sumária


Caracterização das propriedades física e química Em termos de caracterização tendo em vista a produção
do solo agrícola, em Portugal Continental cerca de 95,7% dos solos
apresentam capacidade de troca catiónica (CTC) média a baixa
Unidade de medida e 88,2% um pH abaixo do considerado óptimo para o
ppm, percentagem matéria orgânica MO; cmol/kg crescimento da vegetação. A fragilidade química/mineral
para a capacidade de troca catiónica. evidente da maioria dos solos portugueses, resultante das suas
características de pH e de CTC, aumenta o papel
Periodicidade preponderante que a matéria orgânica do solo assume. Deve
Anual salientar-se que a matéria orgânica do solo é uma importante
fonte de nutrientes, elemento estabilizador da estrutura do solo
Relação com outros indicadores e substrato da desejada intensa actividade biológica, estando
Fertilidade do solo; produção agrícola; directamente relacionada com a sua capacidade produtiva e
consequente resistência à erosão; está também relacionada
Metas e objectivos com a capacidade de imobilização e decomposição dos
- Aumentar a capacidade de troca catiónica dos pesticidas aplicados.
solos na região;
- Incrementar a quantidade de MO nos solos da METODOLOGIA
região; Análise química de solo (N, P, K, Ca, Mg) efectuada sobre
- Corrigir o pH dos solos. amostras médias recolhidas a 0-10cm e 10-20cm, em parcelas
permanentes iguais ou superiores a 2 ha.

Apresentação dos resultados


Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
valores encontrados, acompanhado de uma análise qualitativa.

Fonte (s)
INE; MADRP; AFN

Indicador E2
Nome do Indicador: USO DO SOLO Indicador do Tipo: ESTADO

Descrição METODOLOGIA
Tipos de utilização dos solos Quantificação dos tipos de utilização dos solos, obedecendo a
diversas classes de classificação, que variam consoante a
Unidade de medida fonte de referência. Assim, de acordo com as definições das
Percentagem; área de solo arável por habitante estatísticas agrícolas do INE, o solo abrangido pela actividade
agrícola pode ter uma utilização florestal ou ser classificado de
Periodicidade acordo com 5 categorias:
Anual (i) Culturas hortícolas (extensivas ou intensivas, consoante
entram ou não em rotação com outras culturas não
Relação com outros indicadores hortícolas);
Fertilidade do solo; Área de solo afectado pela (ii) Culturas permanentes - ocupam a terra durante um longo
desertificação. período e fornecem repetidas colheitas;
(iii) Culturas temporárias - o seu ciclo vegetativo não excede
Metas e objectivos um ano (as anuais) e também as que são ressemeadas com
intervalos que não ultrapassam 5 anos;
- Garantir a manutenção da área da SAU, quer
(iv) Prados temporários - plantas herbáceas semeadas,
em explorações agrícolas efectivas quer como integradas numa rotação, ocupando o solo por um período
potencial agrícola estratégico. não superior a 5 anos
- Aumentar em 10% a área dedicada à (v) Terras aráveis – superfícies destinadas a culturas de
agricultura biológica. sementeira anual ou ressemeadas com intervalos inferiores a
5 anos e terras de pousio.
Análise sumária
Um dos maiores riscos para os solos agrícolas Apresentação dos resultados
reside no facto de uma grande parte das áreas Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
de maior produtividade, se encontrarem em valores encontrados, acompanhado de uma análise qualitativa.
zonas de forte pressão para a mudança no uso
do solo, nomeadamente para a expansão Fonte (s)
urbana, construção de empreendimentos INE; MADRP; AFN
turísticos, procura de segunda habitação, etc.

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Gestão de Unidades Produtivas

Indicador E3

Nome do Indicador: FERTILIDADE DO SOLO Indicador do Tipo: ESTADO

Descrição Análise sumária


O solo é o principal fornecedor de nutrientes e de Para além da quantidade de solo disponível, importa também
água às plantas, encontrando-se o nível de avaliar a qualidade do solo e teor em nutrientes.
fertilidade do mesmo dependente das suas Para preservar e melhorar a fertilidade do solo é preciso usar
características físicas, químicas e biológicas. técnicas culturais que tenham efeito directo sobre as suas
características, sendo para isso fundamental, nas condições
Unidade de medida referidas, aumentar o seu teor em matéria orgânica, fertilizar
Partes por milhão (PPM) e percentagem (%) racionalmente as culturas e corrigir a acidez do solo.

Periodicidade METODOLOGIA
Anual para cada unidade de produção igual ou Análise química de solo (N, P, K, Ca, Mg) efectuada sobre
superior a 2 ha. amostras médias recolhidas a 0-10cm e 10-20cm, em
parcelas permanentes iguais ou superiores a 2 ha.
Relação com outros indicadores
Uso do solo; Produção agrícola, área de solo Densidade das Avaliações: 1 ponto de amostragem por
afectado pela desertificação cada talhão de 2 a 20ha.

Metas e objectivos Apresentação dos resultados


-Diminuição da perda liquida da fertilidade do solo; Relatório quantitativo (tabela e gráfico), contendo a evolução
-Aumento da quantidade de matéria orgânica do do teor de nutrientes do solo das unidades de produção,
solo. acompanhado de uma análise qualitativa.

Fonte (s)
SIDS; ENDS; AFN.

Indicador E4
Nome do Indicador: PRODUÇÃO
Indicador do Tipo: ESTADO
AGRÍCOLA

Descrição Análise sumária


Evolução da produção agrícola vegetal e animal A agricultura e a silvicultura deverão ser concebidas,
destinada ao consumo humano. igualmente, como actividades essenciais para o combate à
desertificação e ao despovoamento do interior, contribuindo
Unidade de medida para a conservação dos solos, dos recursos hídricos, e dos
Toneladas de biomassa; número de cabeças de valores paisagísticos, assim como para a criação de
gado. oportunidades de emprego e fixação das populações nas áreas
rurais.
Periodicidade
Anual METODOLOGIA
Quantificação da produção agrícola (animal e vegetal) por cada
Relação com outros indicadores unidade de produção/operador agrícola.
Fertilidade do solo; Produção agrícola certificada
Apresentação dos resultados
Metas e objectivos Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
-Aumentar a produção agrícola e recuperar o valores encontrados, acompanhado de uma análise qualitativa.
cultivo utilizando práticas tradicionais que se têm
mostrado eficazes na conservação dos solos e Fonte (s)
que implicam custos reduzidos INE; MADRP; AFN; ENDS.
- Adequar as culturas e rotações ao tipo de solo.

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Gestão de Unidades Produtivas

Indicador E5
Nome do Indicador: QUANTIFICAÇÃO DA EROSÃO

Indicador do Tipo: ESTADO

Descrição Análise sumária


A erosão dos solos encontra-se directamente A quantidade de solo é directamente afectada pelas práticas
relacionada com vários factores fisicos, agrícolas praticadas numa dada unidade de produção.
nomeadamente a própria natureza e tipo do solo, Determinadas práticas conduzem a uma perda física do solo e a
declive do mesmo, e precipitação, assim como situações de erosão, enquanto outras permitem a adequada
às práticas agrícolas adoptadas. conservação deste recurso. Com este indicador pretende-se
obter de forma quantitativa o nível de erosão dos solos na
Unidade de medida região definida.
mm de perda (ganho de solo).
METODOLOGIA
Periodicidade Verificação de uma checklist qualitativa de caracterização de
A cada 2 anos. situações de erosão na unidade de produção e instalação de
sistema de monitorização contínua simplificado em parcelas
Relação com outros indicadores permanentes de 400 a 2.000 m2.
Fertilidade do solo; Produção agrícola; área de
solo afectado pela desrtificação. Densidade das Avaliações: 1 ponto de amostragem por cada
unidade de produção superior a 2ha e inferior a 20 ha.
Metas e objectivos
- Minimização de sinais de erosão laminar; Apresentação dos resultados
- Minimização da perda fisica do solo Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os valores
- Aumento do cobeto vegetal. observados de perda/ganho de solo, acompanhado de uma
análise qualitativa.

Fonte (s)
INE; MADRP; AFN; ENDS.

Indicador E6
Nome do Indicador: ÁREA DE SOLO AFECTADO PELA DESERTIFICAÇÃO

Indicador do Tipo: ESTADO

Descrição Análise sumária


Área de solo afectada por fenómenos de A desertificação é um processo complexo de degradação
desertificação, ou seja, um processo de ambiental que, uma vez iniciado, é dificil de retroceder. As suas
degradação das terras das zonas áridas, semi- manifestações incluem o aumento da salinização do solo, o
áridas e sub-húmidas. aumento do escoamento superficial e da erosão hídrica e eólica
acelerada do solo, a redução da biodiversidade e a redução da
Unidade de medida produtividade agrícola, conduzindo ao empobrecimento das
Parcelas do território susceptivel à desrtificação comunidades dependentes destes ecossistemas.
(Km2); percentagem de área afectada.
METODOLOGIA
Periodicidade A avalição das áreas susceptiveis à desertificação resulta do
A cada 5 anos cálculo de quatro índices intermediários nos domínios do clima,
dos solos, da vegetação e da tipologia de uso dos solos.
Relação com outros indicadores Através da combinação destes índices, construiu-se um índice
Uso do Solo; Fertilidade do solo; Erosão do solo de susceptibilidade à desertificação, que evidencia a
distribuição espacial do fenómeno no território
Metas e objectivos
-Reduzir a aplicação de produtos Apresentação dos resultados
fitofarmaceuticos Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
- Recuperar a flora local e arborizar o território valores encontrados, acompanhado de uma análise qualitativa.
com espécies adaptadas à região;
- Promover e aumentar a actividade de Fonte (s)
silvopastoricia; Comissão Nacional de Combate à desesrtificação (MADRP);
-Aumentar a capacidade de infiltração de água SIDS; ENDS.
no solo;

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Gestão de Unidades Produtivas

3.2.2. Indicadores de Pressão

Indicador P1
Nome do Indicador: COBERTO VEGETAL Indicador do Tipo: PRESSÃO

Descrição METODOLOGIA
Variação dos diferentes tipos de coberto vegetal ao De acordo com a definição do Compêndio Estatístico do
longo do tempo. Eurostat, a designação de floresta é a seguinte:
Solos cobertos de árvores plantadas ou de crescimento
Unidade de medida espontâneo, produtivos ou não; inclui solos de florestas
Área de floresta e número de espécies vegetais cujas árvores tenham sido cortadas mas que se supõe
serem objecto de reflorestação num futuro previsível.
Periodicidade
Em cada 5 anos Amostragem em parcelas com 400 a 2.000m2.
Inventariação das áreas ocupadas pelos diferentes tipos
Relação com outros indicadores de espécies florestais para permitir o cálculo de índices de
Área florestal; Qualidade do solo; Área de solo diversidade (diversidade de comunidades).
afectado pela desertificação
Densidade das Avaliações
Metas e objectivos 1 Ponto de amostragem por cada talhão de
- Aumentar em 10% a área de coberto vegetal com 5 a 50ha.
folhosas autóctones em detrimento de resinosas e
eucalipto, com maior vulnerabilidade a incêndios Apresentação dos resultados
florestais e fraco contributo para a diversidade. Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
- Suster até 2010 o declínio da biodiversidade: reduzir valores encontrados, acompanhado de uma análise
o número de espécies protegidas ameaçadas. qualitativa.

Análise sumária Fonte (s)


O desenvolvimento sustentável da floresta portuguesa INE; MADRP; AFN; Associação das Cumeadas
deverá assentar na perspectiva do uso múltiplo e
voltado para o incremento progressivo da
percentagem das folhosas autóctones. Além disso, é
sabido que a diversidade estrutural está, fortemente
correlacionada com a diversidade biológica.

Indicador P2
Nome do Indicador: ÁREA DE SOLO IRRIGADO Indicador do Tipo: PRESSÃO

Descrição Análise sumária


Área de solo agrícola que se encontra sujeito à A existênciade água é essencial ao desenvolvimento
irrigação. humano, no entanto à medida que surgem progressos ao
nível do desenvolvimento, os consumos de água também
Unidade de medida aumentam. De acordo com o Plano Nacional da Água Os
Número de explorações irrigadas e respectiva área sectores agrícola e industrial são os principais
(ha). consumidores de água a nível nacional, nomeadamente
com 75% e 14% do consumo total. No entanto um dos
Periodicidade problemas que afectam a região de estudo, é a escassez
Anual de água no solo.

Relação com outros indicadores METODOLOGIA


Fertilidade do solo; produção agrícola; Consumo de Determinação dos volumes de água consumida na
água. agricultura, e dos volumes de água captada nas captações
de origem subterrânea ou superficial para a irrigação dos
Metas e objectivos solos.
- Aumentar o volume (m3) de água utilizada na
agricultura, na região de estudo, tendo como Apresentação dos resultados
referência os valores dos últimos 5 anos. Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
-Promover uma ampla criação de reservatórios de valores encontrados, acompanhado de uma análise
água: charcas, barragens e açudes, reservatórios de qualitativa.
múltiplas funções:
-Trabalhar o solo no sentido das curvas de nível, para Fonte (s)
permitir uma maior infiltração de água no solo. INE; MADRP; INAG.

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Gestão de Unidades Produtivas

Indicador P3
Nome do Indicador: COMPACTÇÂO DO SOLO Indicador do Tipo: PRESSÃO

Descrição Análise sumária


Uma das principais críticas feitas à crescente A compactação do solo é definida como a densificação do
maquinação das operações agrárias prende-se com a mesmo através da aplicação de uma carga dinâmica,
compactação que a passagem de máquinas provoca causando assim um decréscimo na percentagem de
sobre o solo, particularmente nas operações de porosidade do solo. Os factores que influenciam o nível de
exploração. Interessa pois verificar a evolução deste compactação incluem: a quantidade e distribuição da
parâmetro para corrigir práticas silvícolas menos camada orgânica superficial e resíduos de exploração;
adequadas e introduzir estratégias de minimização de textura e estrutura do solo; humidade (%) do solo; peso e
eventuais degradações. função de uma máquina; velocidade de operação do
equipamento; tipo de carga; experiência do operador;
Unidade de medida topografia; e clima (Seixas & Magro, 1998).
kg/m3
METODOLOGIA
Periodicidade Determinação da massa volúmica do solo efectuada sobre
Antes e após operações com potencial impacto na amostras recolhidas a 0-10cm e 10-20cm, em parcelas
compactação do solo. permanentes com 2.000 m2.

Densidade das Avaliações Apresentação dos resultados


1 Ponto de amostragem por cada unidade de Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
produção de 2 a 10 há. valores encontrados, acompanhado de uma análise
qualitativa.
Relação com outros indicadores
Fertilidade do solo, uso do solo, produção agrícola. Fonte (s)
INE; MADRP; AFN.
Metas e objectivos
- Redução ou manutenção da compactação do solo
tendo por base os valores obtidos nos últimos 5 anos.

Indicador P4
Nome do Indicador: CONSUMO/UTILIZAÇÃO DE FERTILIZANTES AGRICOLAS

Indicador do Tipo: PRESSÃO

Descrição Análise sumária


Fertilizantes agrícolas (N, P, K) utilizados na A produção das culturas agrícolas depende, para além das
actividade agrícola. condições climáticas, da disponibilidade no solo de vários
nutrientes minerais, nomeadamente azoto (N), fósforo (P)
Unidade de medida e potássio (K). Dado que na maioria das vezes estes
Toneladas, toneladas por hectare (ton/ha) nutrientes não existem nas proporções adequadas para
assegurar a produção desejada, torna-se necessário
Periodicidade fertilizar os solos de acordo com as exigências das
Anual culturas e as especificidades dos terrenos.

Relação com outros indicadores METODOLOGIA


Fertilidade do solo; uso do solo; Contaminação do Seguir a metodologia proposta pela OCDE, isto é, fazer
solo uma inventariação da quantidade de fertilizantes utilizados
por área de produção e principais culturas.
Metas e objectivos
- Alcançar as metas definidas no manual “Código de Apresentação dos resultados
Boas Práticas Agrícolas” elaborado pelo MADRP, Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
onde se destaca a diminuição da lixiviação nas zonas valores encontrados de consumo de fertilizantes por
vulneráveis de forma a proteger as águas contra a hectare, acompanhado de uma análise qualitativa.
poluição com nitratos de origem agrícola e efectuar
uma correcta gestão dos fertilizantes nas unidades de Fonte (s)
produção. INE; MADRP; FAO; OCDE; UE-CE.

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Indicador P5
Nome do Indicador: CONSUMO/UTILIZAÇÃO DE PESTICIDAS AGRÍCOLAS

Indicador do Tipo: PRESSÃO

Descrição Análise sumária


Pesticidas agrícolas utilizados na actividade agrícola. Um dos maiores problemas com que se debate a
produção agrícola é o controlo e combate de pragas e
Unidade de medida infestantes das culturas, de forma a garantir a
Toneladas; toneladas por hectare. rentabilidade das explorações, por esse motivo os
proprietários recorrem com frequência á aplicação de
Periodicidade pesticidas de síntese química, contribuindo dessa forma
Anual para a contaminação ambiental.

Relação com outros indicadores METODOLOGIA


Fertilidade do solo; Uso do solo; contaminação do Inventariação da quantidade de pesticidas utilizada por
solo área de solo agrícola. Como referência utiliza-se a
metodologia de quantificação da FAO, seguida pela OCDE
Metas e objectivos e por outros organismos internacionais, com a excepção
Não estão identificadas metas. No entanto o MADRP, de considerar a possibilidade de ponderação dos valores
através da DGPC, coordena avisos agrícolas, elabora em relação à área total de solo arável com culturas
guias de divulgação e efectua acções de formação de permanentes.
forma a racionalizar o uso de pesticidas e minimizar
os seus efeitos negativos no ambiente. Apresentação dos resultados
Aumentar a produção agrícola certificada (produção Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
Integrada e/ou agricultura Biológica). valores encontrados de consumo de pesticidas por
hectare, acompanhado de uma análise qualitativa.

Fonte (s)
INE; MADRP; FAO; OCDE; UE-CE.

Indicador P6
Nome do Indicador: DESAFECTAÇÃO DE ÁREAS CLASSIFICADAS DE RAN

Indicador do Tipo: PRESSÃO

Descrição Análise sumária


Área de solo classificado como RAN que Os solos de maior aptidão agrícola apenas representam
periodicamente é inutilizada pela implementação de cerca de 12% do território nacional. Um dos maiores riscos
projectos não agrícolas. para os solos agrícolas reside no facto de uma grande
parte das áreas de maior produtividade, se encontrarem
Unidade de medida em zonas de forte pressão para a mudança no uso do
Hectare (ha). solo, nomeadamente para a expansão urbana, construção
de empreendimentos turísticos e procura de segunda
Periodicidade habitação, contribuindo dessa forma para a diminuição de
Anual áreas agrícolas.

Relação com outros indicadores METODOLOGIA


Área de solo afectado pela desertificação; Uso do Com base nas áreas integradas na RAN (DL - 186/89 de
solo. 14 de Junho alterado por DL 274/92 de 12 de Dezembro),
é medida a área que é excluída desta classificação.
Metas e objectivos
- Inverter a perda de biodiversidade e proteger as Apresentação dos resultados
áreas agrícolas de pressões para a mudança no uso Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
do solo; valores encontrados, acompanhado de uma análise
- Conservar e Valorizar o Património Natural das qualitativa.
Áreas Classificadas;
- Assegurar a funcionalidade dos sistemas e sua Fonte (s)
conectividade; MADRP (DRA); Conselho Nacional da RAN (MADRP).
- Assegurar a permanência em utilizações
agropecuárias dos melhores solos agrícolas e
reorientar o sector agrícola para actividades
compatíveis com a conservação e recuperação dos
solos.

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Gestão de Unidades Produtivas

3.2.3. Indicadores de resposta

Indicador R1
Nome do Indicador: PRODUÇÃO AGRÍCOLA CERTIFICADA

Indicador do Tipo: RESPOSTA

Descrição Análise sumária


Produção agrícola em modos que valorizam o As práticas agrícolas em modo de produção específico
ambiente e o espaço rural, tais como o Modo de (MPB e MProdI) são práticas que respeitam o ambiente e
Produção Biológico (MPB) e o Modo de Produção a sua biodiversidade. São modos de produção onde é
Integrada (MProdI). dada preferência à utilização de recursos renováveis e
onde são respeitados os mecanismos ambientais de
Unidade de medida controlo de pragas e doênças, uma vez que se evita a
Hectare (ha), percentagem, percentagem da área quase totalidade de produtos químicos de síntese. Além
agrícola total. disso promovem a segurança alimentar porque são
práticas sujeitas a rigidas normas de controlo por parte de
Periodicidade entidades privadas (organismos privados de controlo-
Anual OPC)

Relação com outros indicadores METODOLOGIA


Uso do Solo; Produção agrícola; Fertilidade do solo. Inventariação e quantificação do total de área agrícola
(expresso em hectares) em modos de produção específica
Metas e objectivos que sejam valorizadores do ambiente e do espaço rural,
- Aumentar a área agrícola em modos de produção como é o caso da Produção Biológica e a Produção
que reduzem o impacte da actividade no ambiente e Integrada.
que conservem e preservem os recursos naturais.
Apresentação dos resultados
Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
valores encontrados de áreas e produçao em modo de
produção biológica e integrada, acompanhado de uma
análise qualitativa.

Fonte (s)
DGADR; INE, AEA.

Indicador R2
Nome do Indicador: INVESTIMENTO E DESPESA NA CONSERVAÇÃO DO SOLO

Indicador do Tipo: RESPOSTA

Descrição Relação com outros indicadores


Montantes de despesa e investimento dos sectores PIB por habitante; fertilidade do solo; Apoios á produção
público e privado na preservação do solo e do agrícola.
desenvolvimento rural sustentável.
METODOLOGIA
Unidade de medida Este indicador deverá, sempre que possível, ser
Euros desagregado por três categorias, nomeadamente em: i)
investimento em infra- -estruturas; ii) despesa em
Periodicidade exploração e manutenção; iii) despesa em investigação.
Anual Uma das limitações associadas a este indicador reside nos
limites de abrangência, isto é, o processo de cálculo tanto
Metas e objectivos pode incluir apenas as tarefas mais directamente ligadas à
As que se encontram presentes no 3º objectivo da preservação do solo e do desenvolvimento rural
ENDS, Estratégia Nacional para o Desenvolvimento sustentável, como pode incluir tarefas de carácter mais
Sustentável. indirecto.

Análise sumária Apresentação dos resultados


Este indicador fornece uma indicação genérica dos Relatório quantitativo (tabela e gráfico) apresentando os
esforços financeiros do país aplicados na preservação valores encontrados, acompanhado de uma análise
do solo e do desenvolvimento rural sustentável. Para qualitativa.
que esta avaliação seja o mais eficiente possível
deverá ser relacionada com outras variáveis, Fonte (s)
nomeadamente o Produto Interno Bruto (PIB) e MADRP; ICN; INE.
variáveis ambientais.

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Gestão de Unidades Produtivas

IV-CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de indicadores apresenta-se actualmente como uma ferramenta essencial na gestão e


avaliação da sustentabilidade. Constituem um instrumento fundamental no contexto da avaliação
do desempenho da sustentabilidade, ao nível dos paises, das regiões, das comunidades locais, das
actividades económicas, organizações públicas e privadas, políticas, missões, projectos,
actividades, produtos e serviços (Ramos, 2004; APA, 2007).

De acordo com a informação recolhida, pelo conjunto de indicadores sugeridos, e atendendo à


especificidade da região em estudo, é possivel apresentar algumas sugestões para melhorar a
estrutura dos solos, combater a degradação dos mesmos e aumentar a biodiversidade, contribuindo
dessa forma para o combate da desertificação que se verifica na zona de estudo.

Algumas sugestões

Fomentar práticas agrícolas com mobilização mínima do solo efectuando lavouras muito pouco
profundas. Não danificar o enraizamento das plantas e não destruir a matéria orgânica no solo.
Sempre que seja necessário a mobilização do solo, esta deverá ser realizada de acordo com as
curvas de nível e sempre que possível, utilizar novas técnicas produtivas não mobilizadoras de solo.
Introduzir rotações culturais com pousios e apostar nas pastagens naturais. Promover a actividade
silvopastoril. Aplicar excedentes agro-industriais devidamente tratados (compostagem),
contribuindo para a redução na aplicação de agro-químicos. Recuperar a flora local em viveiros e
arborizar os terrenos com espécies adaptadas à região. Reflorestar o território utilizando espécies
pioneiras e intercalar espécies arbóreas com espécies arbustivas. Efectuar uma correcta gestão e
manutenção dos matos efectuando cortes, desbastes e triturações. Promover um regulamento em
que se privilegia as espécies endógenas. Aplicar sempre que possível, matéria orgânica ao solo
porque esta para alem das vantagens anteriormente referidas, promove e aumenta a capacidade de
infiltração de água no solo.

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Gestão de Unidades Produtivas

Referências Bibliográficas

- APA- Agência Portuguesa do Ambiente (2007). SIDS-Sistema de Indicadores de


Desenvolvimento Sustentável. ISBN: 978-972-8577-40-7. APA, Portugal.

-APA- Agência Portuguesa do Ambiente, consultado em Janeiro de 2009,


http://www2.apambiente.pt/atlas/est/index.jsp?zona=continente&grupo=&tema=c_tiposolo

- CCDR Algarve, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (2007-a).


Indicadores de Desertificação no Algarve- área piloto de combate à desertificação.Ed. CCDR
Algarve. ISBN: 978-972-99928-6-5. Portugal.

- CCDR Algarve, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (2007-b).


Estratégia de Desenvolvimento do Algarve (2007-2013). CCDR Algarve. ISBN:972-99928-2-7.
Portugal.

- CCDR Algarve, consultado em Janeiro 2009,


https://web.ccdr-alg.pt/sids/indweb/indicador.asp?idl=51&idt=4

- Confagri, consultado em Janeiro de 2009,


http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/Solo/TextoSintese/Antecedentes/

-DGA- Direcção Geral do Ambiente (2000). Proposta para um sistema de indicadores de


desenvolvimento sustentável. DGA, Direcção de Serviços de Informação e Acreditação. ISBN:
972-8419-48-1. Portugal.

-DGF- Direcção Geral das Florestas (1999). Critérios e Indicadores de gestão florestal sustentável
ao nível da unidade de gestão. Versão #2. Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e
das Pescas. Portugal.

-INE, Instituto Nacional de Estatística (2004). Sócio-demografia das áreas de baixa densidade do
Algarve (2004). Instituto Nacional de Estatistica, Direcção Regional do Algarve, Depósito legal nº
201267/03, Faro.

- INE, Instituto Nacional de Estatística (2007). Anuário Estatístico da Região Algarve 2007.
Instituto Nacional de Estatistica, I.P. ISBN 978-972-673-954-8, Portugal.

- MOTA, I., PINTO M., VASCONCELLOS E SÁ, J., MARQUES, V. S., RIBEIRO, J. F., (2005).
Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável ENDS (2005-2015) Vol I e II. Portugal.

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Gestão de Unidades Produtivas

- MÁRIO DE CARVALHO, (2007). Cumeadas, a case in algarvian rural development process.


Universidade do Algarve. Faro, Portugal.

- RAMOS, T.B., (2004). Avaliação de desempenho ambiental no sector público: estudo do sector
da defesa. Universidade Nova de Lisboa, Dissertação de Doutoramento. ISBN: 972-99803-0-6.
Lisboa, Portugal.

-SEIXAS, F. & MAGRO, T.C., (1998). Indicadores ambientais e paisagísticos relacionados às


operações florestais. SÉRIE TÉCNICA IPEF Vol. 12, nº 31, pp. 65-78, Abr., 1998. Departamento
de Ciências Florestais ESALQ/USP.

- UE, Comissão das Comunidades Europeias (2005). Estratégia Temática sobre a Utilização
Sustentável dos Recursos Naturais. Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento
Europeu, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões. COM(2005) 670.
Bruxelas.

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