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41037 - Introdução ao Direito

Apontamentos de: Célia Silva


E-mail: celiamrgsilva@gmail.com
Data: 25.09.2010

Livro: Teoria Geral do Estado e do Direito (José Fontes)

Nota: Apontamentos de preparação para o exame – Esquemas – ano 2009/2010

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Célia Silva
Estado:
Pessoa colectiva do direito público, constituido por uma comunidade humana que exerce poder político,
num determinado território. É dotado de autoridade, soberania e coercibilidade.

Espaço de actuação do Estado - Estado Racional Normativo:


Emergiu no espaço europeu e possui ideologia liberalista. É constituido por 3 elementos: povo,
território e poder político e baseia-se na autoridade, coacção e força - art. 4º e 5º da CRP

Soberania: art. 1º da CRP


Entidade que nao conhece igual na ordem interna, nem superior na ordem externa. Para que um sujeito
internacional possa ser considerado soberano:
• Faculdade de celebrar convenções internacionais
• Faculdade de enviar e receber representantes diplomáticos art. 135º da CRP
• Faculdade de fazer a guerra e assinar a paz

Estados não-soberanos:
• Estados federados (50 estados da federação norte-americana)
• Estados protegidos (Mónaco/França)
• Estados vassalos (Andorra)

As diferentes Formas de Estado


Estado:
Pessoa colectiva do direito público, constituido por uma comunidade humana que exerce poder político,
num determinado território. É dotado de autoridade, soberania e coercibilidade

ESTADOS
art. 6º da CRP
UNITÁRIOS - Distingue-os os centros - COMPOSTOS
de impulsão política
dotados de 1 única constituição e com apenas Estados formados por Estados que dispõe
1 centro relevante de impulso político) de vários centros de impulsão política

 União pessoal – 2 ou + estados


Simples Complexos com o mesmo chefe de estado
 Uniao real – Os estados que se
Total centralização da titula- Várias entidades descentralizadas unem abdicam voluntariamente
ridade e do poder político com diferentes graus de autonomia da sua independência em favor
mas com 1 unica constituição da dita união
 Estado Federal – junção de
Centralizados Descentralizados Desconcentrados estados que abdicam da sua
soberania em prol do EstadoFederal
Não há qualquer divisão Divisão de poderes Repartição de  Confederação – Associação de
de competências nem de por outros orgaos competências entre estados soberanos que não
autonomia administ. sujeitos os vários orgãos abdicam da sua soberania
a um poder tutelar administrativos
pelos orgaos centrais centrais
do Estado (autarquias
locais, RA, etc)
art. 6º da CRP

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Célia Silva
Portugal é um Estado Unitário Descentralizado, Desconcentrado e Parcialmente Regionalizado,
porque é governado constitucionalmente como uma unidade única, dotado de 1 única constituição, com
o poder de se auto-governar, com uma repartição de competências entre os vários orgãos
administrativos centrais e com 2 parcelas de território com competências próprias legislativas (Açores e
Madeira)

As Funções do Estado
Estado:
Pessoa colectiva do direito público, constituido por uma comunidade humana que exerce poder político,
num determinado território. É dotado de autoridade, soberania e coercibilidade.

POSSUI

TAREFAS ACTIVIDADES (ou FUNÇÕES)

Previstas no Conjunto de actos destinados à prossecução


art. 9º da CRP de um fim comum ou semelhante

art. 197º CRP art. 199º CRP art. 202º CRP


FUNÇÕES
RA possuem estes poderes art. 266º CRP

POLÍTICAS ADMINISTRATIVAS JURISDICIONAIS


AR; Governo; ALRA Adm. Pública (Governo) Tribunais

Satisfação do interesse publico Satisfação das necessidades colectivas de Justa composição de litígios
forma regular e contínua Sentenças e acordãos
art. 198º CRP
Poder Legislativo e governativo Poder Executivo Poder Judicial
art. 112º CRP
CRP organiza o poder político Aprovação actos normativos
Aprovação actos legislativos
Regulamentos e actos administrativos
Leis; Decretos de Lei e Decretos .
Legislativos Regionais Organiza-se tendo em conta os
art. 112º da CRP poderes que o Governo pode
exercer sobre os vários tipos
Encontramos na CRP o estatuto de Adm. Pública
jurídico do Poder Político art. 199º alínea d) CRP

 Tutela – Controlo – Adm Autónoma do Estado


 Superintendência – Orientação – Adm. Indirecta do Estado
 Direcção – dar ordens – Adm Directa do Estado
 Sem poderes - Adm Independente do Estado

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Célia Silva
A Chefia de Estado
Estado:
Pessoa colectiva do direito público, constituido por uma comunidade humana que exerce poder político,
num determinado território. É dotado de autoridade, soberania e coercibilidade.

CHEFIA DE ESTADO

Chefe de Estado ou Orgão Supremo

Presidente da Rep. Rei (monarquia)


COLEGIAL SINGULAR

Assembleia da República Presidente da República

Determinado pela forma de designação dos titulares dos diferentes orgãos políticos e à
existência, ou não, de separação de poderes

PORTUGAL – República Democrática com um Chefe de Estado (Presidente da República),


designado por sufrágio universal e secreto, onde a AR divide poderes com o Governo – Semi-
Presidencialismo

ESPANHA – República democrática com um Chefe de Estado (monarca), designado em 1ª linha pelo
anterior ditador - Monarquia

E.U.A – Governo Presidencialista onde o Presidente é simultaneamente Chefe de Estado e Chefe do


Executivo - Presidencialismo

Sistemas Designatórios

Escolha de titulares para os vários cargos

ELEIÇÃO
HERANÇA
COOPTAÇÃO
NOMEAÇÃO
INERÊNCIA
SORTEIO
CONCURSO

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ELEIÇAO
art. 126º CRP art. 151º CRP

INDIVIDUAL LISTA

Escolha singular Várias pessoas

Presidente da República Deputados Assembleia República

ELEIÇAO
art. 49º CRP
Direito de SUFRÁGIO

LIVRE OBRIGATÓRIO

Portugal Bélgica

SUFRÁGIO art. 128º CRP


art. 171º CRP
SECRETO  PESSOAL  PERIÓDICO (duração dos mandatos)

UNINOMINAL PLURINOMINAL

Apenas 1 mandato Vários mandatos

INDIVIDUAL LISTA
(embora tb possa ser Plurinominal)

DIRECTO INDIRECTO

Votamos e escolhemos o representante Votamos e escolhemos algumas pessoas que


directamente escolhem o representante

PRESIDENTE DE PORTUGAL PRESIDENTE DOS E.U.A

 HERANÇA – Exercício de funções ocorre por transmissão hereditária (monarquia), evitando dessa
forma lutas de poder
 COOPTAÇÃO – Sistema conhecido por “eleição dos eleitos”. Pode ser simultânea ou sucessiva
 NOMEAÇÃO – Designação de 1 titular de um orgão por um orgão diferente (1º Ministro
nomeado pelo Presidente da República)

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Célia Silva
 INERÊNCIA – Forma de designar 1 titular de um cargo, pelo facto de ele desempenhar outro
cargo (Presidente da República  Comandante Supremo das Forças Armadas)

 SORTEIO – Usa-se o elemento aleatório para a designação de 1 titular de um cargo


 CONCURSO – Escolha de 1 titular por intermédio de um instrumento concursal

Sistemas Eleitorais

Convertem os votos em mandatos

SISTEMAS MAIORITÁRIOS SISTEMAS PROPORCIONAIS

 Maioria relativa a 1 volta Discutido e tratado todos os


 Maioria absoluta a 2 voltas pensamentos da sociedade

 Método de Hondt (Portugal)


 Método de Saint-Langue
 Método de Saint-Langue modificado
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Organização Política do Estado

art. 108º e 111º da CRP


art. 110º CRP
Estrutura organizacional assente na Constituição da República (CRP)

DIREITO PÚBLICO VS DIREITO PRIVADO

Toda a competência resulta da CRP Liberdade e autonomia de vontade


(é legal tudo o que não é proibido)

PRINCÍPIO ESTRUTURANTE: SEPARAÇÃO DE PODERES (Vários orgãos com poderes


(DESCONCENTRADA)

Estado:
Pessoa colectiva do direito público, constituido por uma comunidade humana que exerce poder político,
num determinado território. É dotado de autoridade, soberania e coercibilidade.

Funções do Estado:
Políticas / Administrativas / Jurisdicionais – DESENVOLVER UM POUCO

PORTUGAL – República Democrática com um Chefe de Estado (Presidente da República),


designado por sufrágio universal e secreto, onde o Governo depende politicamente da AR e
institucionalmente do PR – Semi-Presidencialismo

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Célia Silva
art. 110º CRP
Organização Política do Estado
Orgãos de Soberania

São os orgãos supremos do Estado que não dependem hierarquicamente uns dos outros, não
recebendo ordens nem quaisquer comandos vinculativos, relacionando-se em momentos
previstos na CRP

Partilham o poder soberano em nome de/e para o Povo – art. 3 CRP


art. 120º CRP art. 147º CRP art. 182º CRP art. 202º CRP

Presidente da Repúb. Assembleia da Rep. Governo da Repúb. Tribunais

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA COMPETÊNCIA EXECUTIVA FUNÇÃO JURISDICIONAL


Chefe de Estado Orgão representativo dos Orgão Superior da Adm. Justa composição de
cidadãos Pública litígios
Orgão de soberania unipessoal art. 182º CRP
art. 134º CRP art. 147º CRP Independentes
Nomeado pelo Presidente art. 203º CRP
Cmdt Sup. Forças Armadas Deputados eleitos segundo da República
por Inerência a média + alta de Hondt art. 187º CRP Proferem sentenças
art. 149º CRP e acordãos
Legitimidade democrática directa Depende do PR e da AR art. 156º CRP
art. 121º CRP Legitimidade democrática directa art. 190º CRP
Vários tipos de Tribunais
Sistema maioritário a 2 voltas Só os partidos políticos podem Orgão colegial art. 209º CRP
art. 126º CRP apresentar candidaturas à AR
art. 151º CRP Possui competência Política Tribunal Constitucional
Mandato de 5 anos art. 197º CRP art. 221º CRP
art. 128º CRP Orgão de Soberania autónomo Legislativa
art. 175º CRP art. 198º CRP Fiscalização jurisdicional
Pode ser substituido pelo Pres. e Administrativa Inconstitucionalidade
da Assembleia da República Orgão permanente art. 199º CRP  quando 1 norma viola
em caso de ausência do territorio a CRP
art. 129 e 132º CRP Orgão colegial Composto pelo 1º Ministro, art. 277º CRP
art. 116º CRP Ministros e Secretários e  Por via de comportamentos
Pode renunciar ao mandato Subsecretários de Estado positivos - Acções (regime
art. 131º CRP Orgão unicamaral art. 183º CRP existente viola as normas
ou os princípios constitu-
Orgãos autónomo com poderes Competência fiscalização O 1º Ministro é responsável cionais)
art. 162º CRP institucionalmente perante o PR  Formal ou processual
Próprios - Nomeaçao do 1º Ministro e politicamente perante a AR Forma dos actos
art. 134º CRP Fiscalização legislativa art. 191º CRP  Orgânica
Partilhados - Acto de Refenda Ministerial apreciação de decretos-lei e poder Competência
art. 140º CRP de os suspender desde que nao O 1º Ministro dirige a política  Material
Controlo sejam da competência do Governo do governo Conteúdo
 Direito do Controlo Formal art. 169º CRP art. 201º CRP  Por via de comportamentos
 Direito do Controlo Material negativos - Omissões (CRP
Compet. em relação a outros orgãos Demissão do 1º Ministro violada por nao ter sido
art. 163º CRP implica demissão do Governo aprovado um determinado
Possui um orgão político de consulta art. 195º CRP regime jurídico)
Conselho de Estado
art. 141º e 142º CRP Competência Legislativa Ilegalidade
 Reservada - art. 198 nrº 2  surge sempre que é
Compet. em relação a outros orgãos  Concorrencial - art. 198 nrº 1 alínea a violada uma lei
art. 133º CRP  Autorizada - art. 198 nrº 1 alínea b  Pode acarretar uma
 Complementar - art. 198 nrº 1 alínea c Inconstitucionalidade Indirecta
* violação mediata e indirecta
Aprovação de Decretos do texto constitucional
Regulamentares art. 112º CRP

Orgão constitucional, autónomo


e solidário
art. 189º CRP

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Célia Silva
Tipos de processos de fiscalização da Constitucionalidade e da legalidade

Processos de Fiscalização abstracta da Inconstitucionalidade por Acção


 Fiscalização Preventiva – são proferidos acordãos de pronúncia - art. 278º e 279º CRP
 É feita antes de concluído o processo de formação da norma
 Dispõe de legitimidade genérica para tal: Presidente da República e Representantes da Repúb.
 Dispõe de legitimidade particular para tal: 1º Ministro ou 1/5 dos Deputados em funções
 Analisada por via principal – visto o objecto ser a inconstitucionalidade ou ilegalidade de
normas
 Sempre proferido por via negativa (inconstitucional ou não inconstitucional)
 Fiscalização Sucessiva – são proferidos acordãos de declaração - art. 281º e 282º CRP
 Ocorre quando a norma está perfeita e publicada no Diário da República
Processos de Fiscalização sucessiva concreta
 Onde são proferidos acordãos de julgamento - art. 280º nrº 5 da CRP
 Analisada por via incidental – visto o objecto ser um determinado letígio concreto
Processos de Fiscalização da Inconstitucionalidade por Omissão
 Onde são proferidos acordãos de verificação - art. 283º nrº 2 da CRP
 Dispõe de legitimidade para requerer a verificação O Provedor de Justiça e os presidentes das
Assembleias legislativas das regiões autónomas (quando houver violação dos direitos das RA)

Principais relações entre os Orgãos de Soberania

PRESIDENTE DA REPÚBLICA art. 120º CRP

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA GOVERNO DA REPÚBLICA TRIBUNAIS

Poder livre e discricionário Poder de demitir o Governo Não pode intervir no exercício
para dissolver a AR art. 133º alínea g da CRP da função jurisdicional mas pode
art. 145º da CRP art. 195º nrº 2CRP nomear e exonerar o Presidente
do Tribunal de Contas e o Procu-
Encontra limites de natureza rador-Geral da República, sob
circunstâncial e temporal proposta do Governo
art. 172º da CRP art. 133º alíneas m e n da CRP

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA art. 147º CRP

GOVERNO DA REPÚBLICA TRIBUNAIS

Depende politicamente da AR e sem a sua Pode promover o processo de acusação


confiança política nao se pode manter em funções contra o Presidente da República
art. 195º alíneas d, e e f da CRP art. 163º alíneas c, g e h da CRP

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Célia Silva
GOVERNO DA REPÚBLICA art. 182º CRP

TRIBUNAIS

Os meios financeiros, orçamentais e recursos humanos afectos à actividade dos tribunais dependem de
proposta ou decisão governamental

Classificação dos sistemas de governo

Parlamentarista Semi- Presidencialista Presidencialista

Parlamento tem predominância O Governo, centro da actividade O Presidente é Chefe de


perante os restantes orgãos política, responde politicamente Estado e do Governo,
do governo perante a AR e institucionalmente acumulando o poder mo-
perante o PR derador e o executivo

REINO UNIDO PORTUGAL E.U.A.

Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira

Integram a Administração do Estado e são consideradas pessoas colectivas de Direito Público, de base
territorial e populacional, com poderes próprios constitucionalmente fixados
art. 227º da CRP
art. 231º CRP

ORGÃOS DE GOVERNO DAS REGIÕES AUTÓNOMAS

Existe um representante da República


art. 230º da CRP

Assembleia Legislativa Governo Regional

Decretos Legislativos
art. 112º da CRP

Comp. Legislativa primária


art. 227º, nrº 1, alínea a da CRP

Comp. Legislativa secundária


art. 227º, nrº 1, alínea b da CRP

Comp. Legislativa complementar


art. 227º, nrº 1, alínea c da CRP

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Administração Pública Portuguesa

Visa a satisfação das necessidades colectivas


art. 266º da CRP

descentralização e desconcentração administrativas


art. 267º da CRP

Exercida por orgãos de pessoas colectivas públicas


(Estado; Regiões Autónomas; Autarquias Locais e os vários orgãos e serviços destas entidades)

Pode também ser desenvolvida por pessoas colectivas privadas

Subordinada ao Direito Administrativo


(possibilidade de impor as suas decisões recorrendo à força pública)

Possui Tribunal Administrativo


art. 209º da CRP

Directa do Estado Indirecta do Estado Autónoma do Estado Independente do Estado

Hierarquia Administ. Sujeito ao poder de Todas as entidades sujeitas Estruturas administrativas


superintendência apenas aos poderes de onde o Governo não
Poder de Direcção do Governo tutela exerce poderes organiza-
Faculdade de ordenar tórios
Autarquias locais
Poder de Controlo (Freguesias, Municípios
Fiscalizar e Regiões Administrativas)
art. 236º da CRP
Poder de Inspecção
Instrumental em
relação ao controlo

Poder de Supervisão
Revogar ou substituir
os actos praticados

Poder disciplinar
Aplica sansões

Poder dispositivo
da competência
Superior hierárquico
dispõe da competência
de todos os subalternos

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Célia Silva
Os períodos constitucionais

 Constituições Liberais e Censitárias


• Constituições revolucionárias porque resultam em grande nrº de revoluções e da vitória de uma
determinada facção social que ganha o poder e a autoridade
 Capacidade eleitoral activa – eleger Sufrágio Censitário - Conforme a posse
 Capacidade eleitoral passiva – ser eleito de determinados bens
 Cartas constitucionais e constituições pactícias
• As Cartas Constitucionais são autorgadas pelos monarcas, determinam um reforço da sua
competência, mas continuam a prever as liberdades individuais
• As Constituições pactícias são sempre negociadas
 Constituições Parlamentares
 Democracias frágeis e suas constituições
• Ligado à 1ª Guerra Mundial
• Consagração do sufrágio universal masculino
 Constituições Autoritárias
• Ligado à 2ª Guerra Mundial
• Regimes ditatoriais e autoritários
 Constituições Democráticas e Sociais
• Pós 2ª Guerra Mundial
• Maior rigor na delimitação dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos
• Estabelecimento de mecanismos jurisdicionais de controlo dos actos normativos do Estado
• Consagração de um conjunto de direitos de carácter económico, social e cultural
 Famílias Constitucionais
• Caracterizadass pelo processo de descolonização

Experiência constitucional Portuguesa

 Constituições Monárquicas
• Sofrem influência de 3 elementos:
 Democrático
 Aristocrático
 Monárquico
• Constituição de 1822
• Carta Constitucional de 1826
• Constituição de 1838
 Constituições Repúblicanas
• Depois da Implantação da República em 1910 vigoraram 3 constituições
• Constituição Republicana de 1911
 governo parlamentar de assembleia – bicamaralismo
 impossibilidade do PR dissolver o Congresso da República
• Constituição do Estado Novo de 1933
 Surgiu com o golpe militar de 1926
 Formação do Conselho Político Nacional
 Sede do Poder concentrada no PR
 Constituição semântica visto o poder residir no Presidente do Conselho e a
constituição real não corresonder à formal em matéria de direitos, liberdades e
garantias
• Constituição da República Portuguesa de 1976
 Garante os direitos, liberdades e garantias fundamentais
 Constituição revolucionária

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Célia Silva
Diferentes tipos de constituições
Constituição é uma lei fundamental que consagra o estatuto jurídico do poder político

Quanto à possibilidade de revisão constitucional

FLEXÍVEIS SEMI-RÍGIDAS RÍGIDAS

Podem ser revistas a todo o Comportam limites à revisão constit. Estabelecem limites muito
momento como qualquer mas a sua revisão é admissível em fortes que impossibilitam
lei ordinária determinados momentos a sua revisão

art. 284º da CRP

Limites temporais Limites formais Limites materiais Limites circunstanciais


art. 284º da CRP art. 285º da CRP art. 288º da CRP art. 289º da CRP

Não pode ser revista Compete apenas aos Conjunto de matérias que Impossibilidade que resulta da
a todo o tempo deputados são limites materiais Constituição ser revista quando
(5 em 5 anos) substantivos esteja declarado o estado de sítio
ou de emergência

ESTES LIMITES IMPEDEM A REALIZAÇÃO DE UMA REVISÃO CONSTITUCIONAL EM


MOMENTOS MUITO ESPECÍFICOS DA VIDA DO NOSSO PAÍS

Os Partidos Políticos – pag. 184

Os Referendos
Referendos – pag 190
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O Direito e as restantes ordens normativas

Direito:
Sistema de normas, com carácter de coercibilidade, que regulam a vida em sociedade. Surge como
fenómeno social e como instrumento regulador.

Outras ordens normativas, dotadas de sansões, mas sem serem coercivas:


Moral
Religião
Natureza

Coercibilidade:
Susceptibilidade de aplicação de sansões com expressão física. Apenas característica do Direito.

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Meios de tutela privada

Possui carácter subsidiário e deriva de insuficiências da autoridade pública

Acção Directa Legítima Defesa Estado de Necessidade


art. 336º do CC art. 337º do CC art. 339º do CC

art. 338º do CC

Os Ramos do Direito

Direito Interno dos Estados Direito Internacional Público

Regula as relações jurídicas que se Regula as relações jurídicas que se


desenvolvem dentro de 1 Estado desenvolvem entre 2 ou mais Estados
e outros sujeitos de Direito
Direito Internacional Privado internacional
Regula as situações jurídicas que
entram em contacto com diferentes Direito da União Europeia (Ex.)
ordens jurídicas art. 8º da CRP

Direito Interno do Estado


art. 397º CC
art. 28º CRP Regula as relações jurídicas que se desenvolvem dentro de 1 Estado

DIREITO PÚBLICO Direito Internacional Privado DIREITO PRIVADO


 Direito Constitucional
 Direito Administrativo Soluciona conflitos da lei DIREITO CIVIL
 Direitos Processuais Civil e Penal  Direito das Obrigações
 Direito Penal  Direito da Família
 Direito Fiscal  Direito das Sucessões
 Direito das Coisas
 Direitos Reais

DIREITO ESPECIAL
 Direito comercial
 Direito do Trabalho
» CRITÉRIOS DE DISTINÇÃO «

Critério do Interesse Qualidade do sujeito Posição dos sujeitos

Público Relações jurídicas onde Público


O fim da norma é da tutela intervém o Estado
de 1 interesse público Em defesa dos interesses
Relações jurídicas onde colectivos. Possui poderes
Privado intervêm os particulares de autoridade
O fim da norma é da tutela
de 1 interesse privado Privado

Sujeitos das relações jurídicas


possuem poderes semelhantes
sem se superarem entre eles
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Célia Silva
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As Normas Jurídicas
Jurídicas

Têm como principais características a generalidade e a abstração pois devem ser formuladas de
forma a poderem ser aplicadas a um conjunto de casos semelhantes, sem que os destinatários
sejam identificados

NORMAS IMPERATIVAS
São obrigatórias

Postivas ou perceptivas Negativas ou proibitivas


Impõe uma conduta Proibem uma conduta

NORMAS PERMISSIVAS
Permitem um comportamento sem ser obrigatório

NORMAS INTERPRETATIVAS
Interpretam 1 acto normativo anterior

NORMAS SUPLETIVAS
Aplicam-se a determinada situação jurídica

NORMAS INOVADORAS
Alteram o quadro jurídico existente

NORMAS REMISSIVAS
Remetem a solução para outras normas

NORMAS GERAIS
Aplicam-se a todo o género de relações jurídicas

NORMAS ESPECIAIS
Aplicam-se apenas a alguns tipos de relações jurídicas

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FONTES
FONTES DE DIREITO

Direito:
Sistema de normas, com carácter de coercibilidade, que regulam a vida em sociedade. Surge como
fenómeno social e como instrumento regulador.

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Célia Silva
Fontes de Direito Internacional Público
COSTUME INTERNACIONAL
Prática reiterada de conduta considerada obrigatória

Elemento Material »»»»» Traduz-se em acções ou omissões ««««« Elemento Psicológico

TIPOS DE COSTUME

Costume Universal Costume Regional Costume Local

TESES QUANTO À OBRIGATORIEDADE DO COSTUME

Tese anti-voluntarista Tese voluntarista

O costume é uma forma espontânea de criação O costume é por excelência um pacto tácito
Do Direito pela prática reiterada que só vincula os sujeitos que nele participarem
ou o aceitarem

Países Europeus Novos Estados

CONVENÇÕES INTERNACIONAIS
Opõe-se ao Direito Internacional costumeiro

Um Tratado Internacional tem alguns elementos comuns


• Trata-se em regra de 1 documento escrito
• Representa um acordo entre sujeitos de DIP
• Destina-se à produção de efeitos jurídicos
• É regulado pela jurisdição própria do DIP

TIPOS DE CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Tratados Bilaterais Tratados Multilaterais Tratados Multilaterais Gerais

NÍVEL DE RELEVÂNCIA

Tratados Internacionais Acordos Internacionais


Precisam de ser ratificados Necessitam apenas da assinatura
pelas autoridades competentes

ORIGEM

Tratados concluidos pelos Tratados concluidos entre Tratados entre organizações


Estados Estados e organizações Internacionais e entre Estados
Internacionais e outros sujeitos de DIP

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Célia Silva
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITOS COMUNS ÀS NAÇÕES CIVILIZADAS

Jus-naturalistas Nova Ordem Política Princípios estruturantes e


Internacional comuns às diferentes ordens
Jurídicas internas dos Estados

DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAIS

Doutrina Jurisprudência
Opinião formulada a título particular Resulta das sentenças e acordãos
Pelos jurisconsultos internacionalistas proferidos no âmbito da jurisdição
Internacional

EQUIDADE INTERNACIONAL
Forma de apreciação de uma situação individual

ACTOS JURÍDICOS UNILATERAIS


Actos através dos quais um só sujeito de DIP desencadeia normas geradoras de direitos e
obrigações nas relações jurídicas internacionais

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As Fontes de Direito Interno


Modos de formação ou revelação das normas jurídicas
 Costume
 Usos
 Equidade
 Jurisprudência
 Doutrina
 LEI – Meio de revelação do Direito em Portugal

COSTUME
Prática social reiterada com carácter de obrigatoriedade

Elemento material (uso) Elemento psicológico

Costume segundo a lei Costume para além da lei Costume contrário à lei

USOS
Prática social reiterada sem carácter de obrigatoriedade

Elemento material (uso) Não possui o elemento psicológico

Fonte mediata do Direito


art. 3º CC
Exemplos de Usos: art. 218º e 885º do CC

EQUIDADE
Critério legal de decisão – Justiça do caso concreto
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art. 4º CC
Exemplos de Equidade: art. 339º nrº 2 e 400º nrº 1 do CC

JURISPRUDÊNCIA
Conjunto de decisões que exprimem a opinião e a orientação dos tribunais superiores
Não é Fonte de Direito em Portugal, mas pode ter consequências jurídicas importantes

DOUTRINA
Estudo científico do Direito – opinião dos jurisconsultos
Não é Fonte de Direito em Portugal, mas pode influir nas decisões jurisprudenciais

LEI – Fonte de Direito em Portugal


Conjunto de normas escritas provenientes dos orgãos estaduais competentes
EM PORTUGAL, É FONTE DE DIREITO POR EXCELÊNCIA art. 1º CC

Lei em sentido MATERIAL Lei em sentido FORMAL


Ex: Constituição da Republica
Apela ao conteúdo do acto normativo Actos normativos emanados de orgãos com
Geral e abstrato competência legislativa. Apela à forma do acto

Leis da AR; decretos-leis; decretos legislativos Leis AR; decretos-lei do Governo


Regionais; regulamentos, etc

As leis são a máxima manifestação do poder do Estado, a seguir à emanação de uma constituição

Actos Legislativos art. 112º CRP

LEIS DECRETOS-LEI DECRETOS LEGISL.REGIONAIS

Assembleia República Governo da Rep. Assembleias Legislativas das RA

O CRITÉRIO QUE AS DISTINGUE É O DA AUTORIA

AS LEIS

Constitucionais Estatutárias Orgânicas Ordinárias

Contêm normas Respeitantes à aprovação São da reserva absoluta de Estão relacionadas com
constitucionais dos estatutos Político- competência legislativa da o exercício da compe-
originárias ou -Administrativos das Assembleia da República tência legislativa ordi-
resultantes de Regiões autónomas art. 166º nrº 2 CRP nária da AR
um processo de art. 161º alinea b CRP
revisão constitucional Consideradas matérias Leis ordin. Valor Reforçado
art. 161º alinea a CRP estruturantes de um  Leis autorização legislativa
Estado de Direito  Leis de base
Democrático

Legitimidade para as requerer


 Presidente da República
 1ª Ministro
 1/5 deputados à AR
art. 278º CRP
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Célia Silva
Leis de Valor Reforçado
art. 112º nrº 3 CRP

RESERVAS

Reserva de Iniciativa Reserva de competência Reserva da Lei

Matérias sujeitos à iniciativa Matérias que têm de ser legisladas por As matérias têm de ser tratadas
de determinados orgãos determinados orgãos e estão-lhes afectas por actos legislativos em todos
os seus aspectos
Revisão constitucional art. 34º nrº 2 CRP
art. 285º nrº 1 CRP A competência legislativa é concorrencial
Tanto a AR como o Governo podem legislar
sobre todas as matérias desde que não
estejam afectas às reservas próprias de
cada um destes orgãos

A COMPETÊNCIA PODE SER:


SER

 Originária ou directa – resulta imediata e directamente da CRP


 Delegada, autorizada ou secundária – Quando resulta de 1 autorização legislativa
 Exclusiva ou reservada – Quando afecta à competência restrita de 1 orgão
 Concorrencial – Pode ser exercida por ambos os orgãos de soberania com comp. legislativa
(Lei e Decreto-Lei têm igual valor)

EXCEPÇÕES:
EXCEPÇÕES

 Somente a AR pode legislar no âmbito da sua reserva absoluta de competência legislativa


 Somente a AR pode legislar no âmbito da sua reserva relativa de competência legislativa
 Somente o Governo pode sobre a sua organização e funcionamento - art. 198º nrº 2 CRP

TUDO O MAIS TANTO PODE SER OBJECTO DE ACTO LEGISLATIVO DA AR


COMO DO GOVERNO – MATÉRIA CONCORRENCIAL

TIPOS DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA ASSEMBLEIA


ASSEMBLEIA REPUBLICA

 Genérica - Pode aprovar leis sobre todas as matérias - art. 161º alínea c CRP
 Reserva absoluta comp. Legislativa - Matérias onde a competência é apenas do
Parlamento art. 164º CRP
 Reserva relativa de competência legislativa – matérias em relação às quais a competência
originária é da AR, mas que a mesma pode delegar ao Governo - art. 165º CRP

OS DECRETOS-
DECRETOS-LEIS

São actos-legislativos emanados do Governo da República – Leis em sentido formal


art. 198º CRP

 Decretos-Leis concorrenciais – matérias onde a AR e o Governo possuem, ambos,


competência. Onde a Lei e o Decreto-Lei se podem revogar mutuamente visto terem o
mesmo valor art. 112º nrº 2 CRP
 Decretos-Leis autorizados ou delegados – regulam-se juridicamente as matérias de
Reserva relativa da AR art. 165º nrº 2 CRP
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Célia Silva
 Decretos-Leis de desenvolvimento – pressupõe as chamadsa leis de bases dos regimes
Jurídicos art. 198º nrº 1 alínea c) CRP
 Decretos-Leis respeitantes à reserva exclusiva do Governo – integram as matérias da
sua competência legislativa reserrvada art. 198º nrº 2 CRP
OS DECRETOS LEGISLATIVOS REGIONAIS

As RA possuem competência legislativa particular e podem aprovar 3 tipos de DLR

 DLR em sentido estrito – matérias consideradas do interesse específico das RA


art. 227º nrº 1 CRP
 DLR delegados ou autorizados - art. 227º nrº 1 alínea b) CRP
 DLR de desenvolvimento - art. 227º nrº 1 alínea c) CRP

As vicissitudes da lei
Lei:
Conjunto de normas escritas provenientes dos orgãos estaduais competentes

A VIGÊNCIA DA LEI

A lei só se torna obrigatória após a sua publicação no Diário da República


art. 5º CC

O PERÍODO VACATIO LEGIS

Prazo que medeia a publicação da lei e a sua entrada em vigor

CESSAÇÃO E SUSPENSÃO DA LEI

A cessação da vigência de 1 lei pode ocorrer apenas por causas previstas legalmente

Revogação Caducidade

Lei e Decreto-Lei têm igual valor e podem Quando a lei tem um limite temporal
revogar-se mutuamente desde que os orgaos
disponham de comp. Legislativa sobre a matéria
art. 112º nr 2 CRP

Uma lei geral não revoga uma lei especial


art. 7º nrº 3 CC

A INTERPRETAÇÃO DA LEI

Tem como finalidade obter o sentido preciso da lei

Interp. em sentido restrito Integração de lacunas Interp. enunciativa

Engloba o elemento gramatical, Quando nao há lei para Através do raciocínio lógico
lógico, literal e sistemático determinado assunto, faz-se alcançam-se normas não conhecidas
19
Célia Silva
art. 9º CC a análise através de casos (a lei que permite o mais/menos tb
análogos art. 10º CC permite o menos/mais)

A APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO

Necessidade de regras que regulem a sucessão legislativa, devido ao facto de entrarem em vigor
todos os dias novas normas jurídicas
art. 12º e 13º CC

A APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO

Prende-se com a necessidade de utilização de legislação de outros Estados


art. 25º a 65º CC – Direito Internacional Privado

A Invalidade e a Ineficácia

INVALIDADE INEFICÁCIA

Sansões objectivas - recaem sobre Actos válidos que não são eficazes
os actos e não sobre as pessoas e não produzem quaisquer efeitos
de Direito
Inexistência Nulidade Anulabilidade

art. 140º CRP

_____________________________________//_____________________________________________

Susceptibilidade de se ser titular de direitos e sujeito de obrigações


AS PESSOAS
Para ser ser pessoa jurídica é necessário possuir personalidade jurídica
SINGULARES art. 66º e 68 COLECTIVAS

FIM

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Célia Silva

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