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RESUMO
O modelo de qualidade de água QUAL2E vem sendo desenvolvido por pesquisadores de todo o mundo há
mais de 30 anos, com uma longa história de uso em modelação no Brasil e no exterior (BITTENCOURT et. al.
(1995), CUBILLO et. al. (1992), DEMETRACOPOULOS ? STEFAN (1983a), GASTALDINI (1982),
LO ? CHEN (1991), SIQUEIRA (1996), WALTON ? WEBB (1994)). Este modelo possibilita aplicação na
previsão de vários constituintes das águas, como OD, algas, coliformes, temperatura, nitrogênio, fósforo,
constituintes das águas, conservativos e não conservativos. BARNWELL et. al. (1989) citam que o maior
número de aplicações deste modelo têm sido para oxigênio dissolvido. O modelo QUAL2E tem provado ser um
efetivo instrumento de modelação para análise de oxigênio dissolvido em rios e contém uma das mais sofisticadas
cinéticas dos modelos de qualidade de água recentes (WALTON ? WEBB (1994, p.1017)). Uma das
dificuldades referentes à sua aplicação para OD e DBO consiste em quantificar o coeficiente de reaeração ou
reoxigenação, K2.
BARBOSA ? GIORGETTI (1995) reafirmam que o método mais aceito é a técnica dos traçadores gasosos.
Desta forma, a medição do coeficiente de reaeração por qualquer método requer trabalhos de campo e
laboratório consideráveis, equipamentos e corpo técnico especializado.
0,969
CHURCHILL et. al. (1962) 0 ,969
5,03 U 1,673 11, 6 U 1,673
H H
LANGBEIN ? DURUM (1967) U U
5, 14 1,33 7, 6 1, 33
H H
O’CONNOR ? DOBBINS (1958) 0,5 0,5
3, 93 U 1,5 12 , 9 U 1,5
H H
0, 67 0, 67
OWENS et. al. (1964) U U
5, 34 1,85 21, 7 1,85
H H
TRACKSTON ? KRENKEL (1969) 24,9?1 ? F 0 ,5 ?u * 24,9?1 ? F 0 ,5 ?u *
H H
TSIVOGLOU ? WALLANCE (1972) 86400 cSU 86400 cSU
Naturalmente, tais equações devem ser utilizadas com muita cautela, conhecendo-se as
condições experimentais que as geraram, preferencialmente em condições hidráulicas
semelhantes às quais elas foram obtidas, sabendo-se quão bem elas preveem K 2 e
especialmente se aplicam à um corpo d’água específico. É comum que estas equações
apresentem resultados bastante diferentes para as mesmas condições hidráulicas.
O modelo QUAL2E oferece oito opções de cálculo de K 2 , sendo seis equações preditivas da
literatura e duas opções para valores medidos. Na Tabela 1 estão relacionadas as seis
equações preditivas para K 2 , que foram incorporadas ao modelo QUAL2E, relacionadas por
diversos autores (BOWIE et. al. (1985, p.103-106), BENNETT ? RATHBUN (1972, p.45),
SCHULTZ (1989, p.227-232)). As equações do modelo QUAL2E são equações empíricas
ou semi-empíricas propostas para relacionar K 2 com parâmetros mensuráveis do escoamento
como velocidade e profundidade. Estas equações foram obtidas a partir de dados de campo
com posterior análise de regressão do mesmos.
BARBOSA (1989, p.14-15) cita que as formulações semi-empíricas foram obtidas a partir de
um modelo teórico para o processo de transferência de massa e tiveram seus coeficientes
determinados por análise de regressão de dados experimentais. As fórmulas empíricas foram
obtidas a partir da análise dimensional, envolvendo parâmetros médios do escoamento e do
sistema gás-líquido, ou ainda, a partir da análise de regressão que determinava a equação que
melhor se ajustava a um conjunto de dados experimentais. Algumas formulações incluem o
Número de Froude (Fr ? U / gH ) no intuito de considerar os efeitos da ação de ondas e de
outras perturbações superficiais que afetam a reaeração. Uma vez que a turbulência gerada no
fundo do canal manifesta-se ao nível da superfície, inclui-se também a velocidade de atrito
( u* ? gHS ) em algumas equações, em termos da inclinação da linha de energia ou declividade
do canal, S .
1a 2a 3a enésima
Batimetria Batimetria Batimetria Batimetria
TRABALHOS COMPUTACIONAIS
V(LT -1)
Cálculo Entrada
a
C de de
o HeV Dados
e
f b
Q(L3 T -1) ic
ie
H(L) n
t
e c Cálculo
s de
Q(L3 T -1) s
K2
d
Saída
de
K2
simulações computacionais. A escolha do método de medição de vazão deve ser feita função
de características locais de trabalho, acesso à equipamentos de medição e recursos humanos.
Os dados obtidos serão lançados em dois sistemas gráficos x-y bidimensionais em que o
primeiro gráfico será de profundidade média contra vazão e o segundo, de velocidade média
contra vazão, conforme ilustrado na Figura 1. À partir dos gráficos, com auxílio de um
programa estatístico, deverão ser feitos ajustes não lineares na forma das equações (1) e (2),
determinando-se os coeficientes a, b, c, d. Estes coeficientes serão então incorporados ao
modelo por ocasião da simulação computacional. O modelo requer ainda outros dados para
cálculo do coeficiente de reaeração, porém estes não serão objetos de discussão neste artigo.
Quando se deseja fazer uma simulação para uma dada condição de vazão, o modelo QUAL2E
calculará as velocidades e profundidades relativas a esta vazão e os coeficientes de reaeração,
K2.
CONCLUSÕES
Foi descrita uma metodologia simples para quantificar o coeficiente de reaeração, K 2, para
aplicação do Modelo de Qualidade da Água - QUAL2E. Para determinação do coeficiente de
reaeração em um determinado trecho através das equações empíricas ou semi-empíricas do
modelo QUAL2E são necessárias no mínimo três batimetrias em campo em diferentes
condições de vazão seguidas de análise estatística dos dados.
Foram citadas três metodologias para quantificação em campo de K 2, das quais a técnica dos
traçadores é a mais aceita atualmente. Quando não houver condições financeiras, técnicas ou
recursos humanos para testes com traçadores, poder-se-á ter uma ordem de grandeza do
coeficiente de reaeração para a realização de simulações computacionais com o modelo
QUAL2E através das equações preditivas da literatura.
Em última análise, até que estudos mais detalhados sejam realizados para determinação da
capacidade de autodepuração em corpos de água sujeitos ao lançamento de águas residuárias,
a metodologia proposta constitui uma alternativa para estudos de impacto ambiental em corpos
d’água corrente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS