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Instituto Superior de Línguas e Administração

GAIA

Quanto Tempo Precisas Para Esquecer Quem És

A Experiência da Prisão de Stanford

Por:

Joel André Vieira

Luís Alberto Mendonça

Manuel Amaro Mendonça

Licenciatura Sistemas de Informação e Multimédia

Introdução às Ciências Sociais

Dezembro 2008
Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

1. Resumo

Philip Zimbardo

Professor da Universidade de Stanford desde 1968. Em 2003 recebeu o Prémio IgNobel de


psicologia pela sua tese em que descrevia os políticos como Uniquely Simple Personalities.
Em 2005 Recebeu o Havel Foundation Prize pela sua vida de pesquisas sobre a condição
humana.

Está actualmente a trabalhar na cronologia da Experiencia da Prisão de Standford e sua


relação com os abusos na prisão de Abu Ghraib. Foi lançado no verão de 2007 o seu livro O
Efeito Lúcifer: Entendendo como pessoas boas se tornam diabólicas (The Luficer Effect:
Understanding How Good People Turn Evil). O Dr. Zimbardo foi presidente da Western
Psychological Association em duas ocasiões, Presidente da American Psychological
Association, e escolhido Chair do Council of Scientific Society Presidents (CSSP).

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Philip_Zimbardo"

Em 1971 o Dr. Philip Zimbardo, da Universidade de Stanford, conhecedor de histórias


de abusos de guardas prisionais sobre presos nas prisões norte-americanas e tendo
testemunhado na sua juventude diversas cenas de violência perpetradas por policias ou
mesmo por seus conhecidos, cedo se interrogou sobre o que levava boas pessoas a fazer
más acções.

Nas suas próprias palavras e já com esse objectivo em mente ele descreve uma
experiencia anterior (igual a de Stanley Milgram 1):

1
Stanley Milgram (1933-1984) psicólogo graduado da Universidade de Yale que conduziu a experiência
dos pequenos mundos (a fonte do conceito dos seis graus de separação) e a Experiência de Milgram sobre
a obediência à autoridade - Wikipedia

II
Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

"Para investigar isso, efectuei a seguinte experiencia. Pegamos em jovens


estudantes do sexo feminino na Universidade de Nova York e ocultamos a sua
identidade. Vestimo-las com capas, no escuro, tiramos-lhes os nomes, demos-
lhes números e juntamo-las em pequenos grupos. E, no espaço de meia hora,
essas doces jovens estavam a dar dolorosos choques eléctricos a outras
jovens em ambiente experimental...

Qualquer situação que te torne anónimo e te dê permissão para fazer mal a


outra fará trazer à superfície "A Besta" na maior parte das pessoas.

Assim começou o meu interesse em mostrar que é fácil pôr pessoas a fazer
coisas contra o que pensam ser a sua consciência."

Na experiência que ele imaginou em Stanford foi construída uma simulação de uma
prisão em que os papéis de guardas prisionais e de prisioneiros foram atribuídos a
estudantes voluntários de forma aleatória. Todos os participantes possuíam
características psicológicas semelhantes e pretendia-se estudar os efeitos da vida numa
prisão em ambos os grupos.

Estava prevista uma duração de quinze dias e, segundo as regras, poderia ser
abandonada por qualquer dos participantes a qualquer momento.

Ao “guardas” foi-lhes incutida a noção do seu poder juntos dos “presos” informando-os
que poderiam efectuar pressão sobre eles, sem violência física, de forma a mantê-los
disciplinados e mostrando que o “sistema” na pessoa dos guardas, tinha poder total
sobre eles e sobre a sua liberdade.

No decorrer da experiência os presos, continuamente pressionados, humilhados e


desumanizados, pareceram esquecer rapidamente que não se tratava de uma prisão real
deixando-se subjugar pelos sentimentos de impotência e frustração. Se no início se
rebelaram e combateram os guardas, breve começaram a apresentar sintomas que iam
da depressão à subserviência passando por reacções físicas na forma de irritações
cutâneas.

No final, o grupo desintegrara-se como grupo e como indivíduos sentindo-se de tal


modo inferiorizados que inclusivamente achavam que os guardas possuíam uma
estatura superior à sua quando na realidade a média dos dois grupos era igual.

III
Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

O grupo dos guardas foi-se dividindo em três tipos; Os justos que cumpriam as regras
da prisão, os “bons rapazes” que faziam pequenos favores aos presos e que nunca os
castigavam e um terceiro grupo que eram hostis, arbitrários e que adoraram durante toda
a experiência as sucessivas e inventivas formas de humilhação que infligiam aos presos.

Nenhum dos testes de personalidade feitos préviamente foram capazes de prever este
tipo de comportamento e a única coisa que puderam comprovar foi que os presos com o
grau de autoritarismo mais elevado conseguiram suportar melhor os rigores da
experiência que os restantes.

A experiência teve que ser terminada porque vários dos presos apresentavam sintomas
de distúrbios psicológicos e pelo menos um terço dos guardas agiam de forma cada vez
mais arbitrária e sádica ao mesmo tempo que os restantes sentiam-se impotentes para
agir.

A maior parte dos guardas mostrou desagrado por a experiencia ter terminado mais cedo
que o previsto.

O próprio Philip Zimbardo conclui que se estava a deixar “dominar” pelo seu papel de
director da prisão ao estar mais preocupado com uma possível fuga em massa dos seus
“presos” do que com a saúde psicológica dos voluntários.

IV
Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

2. Índice

1. Resumo............................................................................................................... II

2. Índice.................................................................................................................. V

3. Introdução............................................................................................................ 1

4. Objectivos............................................................................................................ 4

5. A Experiência ...................................................................................................... 5

5.1. O método................................................................................................... 5

5.2. Infra-estruturas .......................................................................................... 5

5.3. Os voluntários............................................................................................ 6

5.4. Os presos ................................................................................................... 6

5.5. Os guardas................................................................................................. 7

5.6. Começa a experiência ................................................................................ 7

5.6.1 O primeiro dia........................................................................................ 8

5.6.2 O segundo dia ........................................................................................ 8

5.6.3 O terceiro dia ....................................................................................... 10

5.6.4 O quarto dia ......................................................................................... 11

5.6.5 O quinto dia ......................................................................................... 12

5.6.6 O fim da experiencia ............................................................................ 13

6. Conclusões ........................................................................................................ 14

7. Na senda da Experiencia da Prisão de Stanford .................................................. 17

8. Referências e Bibliografia .................................................................................. 19

V
Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

3. Introdução

O mundo é um palco.

E todos os homens e mulheres apenas actores.

Todos têm as suas saídas e as suas deixas.

E um homem durante a sua actuação desempenha muitos papeis…

William Shakespeare 2

O ser humano é estimulo-dependente.

A ausência de estímulos traz desânimo e pode levar a depressão enquanto que a tensão obriga-
o a actuar e reagir. O excesso de tensão, em contrapartida, pode levar a um grau extremo de
enfraquecimento e até mesmo ao colapso.

Alguns indivíduos têm melhor capacidade que outros para resistir a tensões que, causadoras
de fortes conflitos internos, levam à desagregação de uns e à mudança (evita-se a palavra
evolução) de outros.

Os mecanismos inconscientes de defesa da ansiedade provocada por situações de tensão são


tão variados como o recalque, repressão, negação, sublimação, racionalização, projecção, etc.
Cada um deles por si só é tema para compêndios inteiros de estudos e definições não sendo
por isso alvo de um aprofundamento da nossa parte.

A principal lição que devemos extrair destes estudos é que o objectivo principal dos referidos
mecanismos de defesa é, em ultima análise, o de proteger a nossa auto-imagem. Fazem-no
aprovando as nossas acções e justificando-as muitas das vezes alterando a nossa percepção da
forma como os factos aconteceram na realidade.

2
William Shakespeare (1564-1616) Poeta e dramaturgo Inglês

1
Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

Como o ser humano é um ser social, cada indivíduo necessita de interagir com outros que de
alguma forma partilham interesses, afectos ou ideias formando os chamados grupos sociais.

Por grupo social entende-se uma unidade composta por pessoas com papéis
interdependentes orientadas para objectivos comuns e que regulam o seu
comportamento por um conjunto de “normas” estabelecidas pelos próprios elementos
do grupo. (Sprinthall&Collins, 2007)

Como alguns exemplos de grupos sociais podemos ter a família, a roda dos amigos, a turma
da escola, etc.

A participação nesses grupos cria expectativas de comportamento perante os elementos que os


compõem criando o designado por papel social.

Por papel social entende-se o conjunto de normas, direitos, deveres e explicativas que
condicionam o comportamento dos indivíduos junto a um grupo ou dentro de uma
instituição. (Wikipedia)

No caso de uma família espera-se que o pai mantenha o respeito e seja um “elemento
protector”, numa comunidade religiosa espera-se que um padre seja um “bom exemplo” e
esteja sempre disponível para atender as necessidades “do seu rebanho”.

Na relação entre o “Papel Social” e os já falados “Mecanismos de Defesa” o individuo tende,


fruto da personalidade única que lhe é inerente, a criar defesas que acabam por mascarar o seu
verdadeiro “eu”.

Não é de admirar portanto que essas defesas altamente elaboradas e inconscientes na sua
grande maioria sejam tão eficazes que acabem por esconder a real personalidade do seu
próprio proprietário.

Por personalidade entende-se tudo aquilo que distingue um indivíduo de outros


indivíduos, ou seja, o conjunto de características psicológicas que determinam a sua
individualidade pessoal e social. (Wikipedia)

A maior parte de nós, por muitos “clichés” e anúncios de heroísmo ou altruísmo que se
arvore, não sabe do que é capaz perante uma situação extrema antes de se ver confrontado
com essa mesma situação.

2
Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

O velho conselho do oráculo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo” não é uma tarefa fácil;

Entretanto, será fácil conhecer-se a si mesmo? E teria sido um homem


comum aquele que colocou este preceito no templo de Pytho? Ou trata-
se, pelo contrário, de uma tarefa ingrata que não está ao alcance de
todos?

Platão 3, Alcibíades, 128d-129

Grandes estudiosos desde os longínquos anos em que Platão viveu debateram e estudaram o
comportamento humano tentando perceber os mecanismos que defendem, moldam a
personalidade e reagem perante o ambiente que o rodeia.

O comportamento operante altera o meio através de acções mecânicas.


Muitas vezes porém, um homem age apenas indirectamente sobre o meio
do qual emergem as consequências ultimas do seu comportamento. O
seu primeiro efeito é sobre outros homens.

Skinner 4, 1957

Dos muitos estudos e testes desenvolvidos pelos cientistas, talvez um dos mais controversos
tenha sido o efectuado em 1971 na Universidade de Stanford por uma equipa de
investigadores chefiados pelo psicólogo Philip Zimbardo.

Pretendendo provar que os traços de personalidade inerentes aos presos e aos guardas
prisionais são fundamentais para o entendimento de situações abusivas nas prisões, elaborou
uma experiencia com 24 voluntários numa prisão simulada dentro da própria universidade.

É desta experiência, do seu desenvolvimento, resultados obtidos e esperados, que iremos falar
neste nosso trabalho.

3
Platão de Atenas (428-347 a.C.) – Filósofo grego
4
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi um autor e psicólogo Americano. Conduziu trabalhos pioneiros em
psicologia experimental e foi o pioneiro do Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o
comportamento em função das interligações entre história filogenética e ambiental do indivíduo. - Wikipedia

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

4. Objectivos

“Dentro de cada um de nós há um conformista e um totalitário, só é preciso o


uniforme certo para que cada um deles se revele.”

“Que acontece quando colocamos boas pessoas num mau lugar?”

Philip Zimbardo 1971

O objectivo desta pesquisa é provar que não só as pessoas moldam o ambiente mas também o
ambiente molda as pessoas.

Exibidas acima em destaque estão duas frases do responsável deste projecto, Dr. Philip
Zimbardo, e são bem explícitas do que se espera desta experiencia.

Ao colocar a si próprio esta questão, ele pretende provar que se colocarmos pessoas “boas”
em maus lugares, a maldade virá ao de cima e surgirão pessoas más onde menos se espera.

O ambiente “envenenado” irá contaminar qualquer indivíduo exposto a ele trazendo à


superfície emoções e traços de personalidade confortavelmente escondidos pelos mecanismos
de defesa desconhecidos do seu próprio portador.

Do mesmo modo a posição dominante que um uniforme dá às figuras da autoridade é


proporcional à impotência e subserviência sentidas e reveladas pelos personagens no papel de
presos.

Desta forma poder-se-á observar os efeitos psicológicos que a vida na prisão causa sobre
prisioneiros e guardas.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

5. A Experiência

5.1. O método

Como as situações comportamentais extremas quer dos guardas quer dos presos
sucedem normalmente ao fim de grandes períodos de tempo como meses ou mesmo
anos. Nesta experiência, ter-se-ão que provocar essas reacções no mais curto período
possível.

Os voluntários “prisioneiros” serão colocados em situações de forte stress principiando


pela sua entrada na experiência que será inesperada e plena de realismo de forma a
deixa-los sem capacidade de reacção, atordoados e submissos (Desumanização).

Não será permitido o acesso a qualquer tipo de meio de calcular o tempo, como relógios
ou janelas para o exterior. (Distorção da noção de tempo)

Utilizarão permanentemente uma túnica sem roupa interior porque os presos reais
também se sentem humilhados e reduzidos na sua virilidade. (Humilhação)

Terão uma corrente num dos tornozelos para recordar a situação de preso de forma que
mesmo a dormir, ao voltar-se, o ruído lembra-lo-à que se encontra privado de liberdade.

Estarão obrigados a responderem aos números estampados nas túnicas em detrimento do


seu nome. (Despersonalização)

Em conjunto com as túnicas todas iguais, utilizarão uma touca que esconderá o cabelo
dando a sensação de serem todos iguais. (Descaracterização)

5.2. Infra-estruturas

O plano gizado para esta experiencia consiste em construir uma prisão simulada com
todos os adereços de uma verdadeira; Grades, celas, refeitório e, claro, guardas
prisionais.

Foram contratados consultores especializados para a construção da infra-estrutura, entre


os quais se encontrava um ex-presidiário que contou como era o seu dia-a-dia durante
dezassete anos na prisão.

Aproveitaram um corredor da cave da universidade e esvaziaram alguns laboratórios


substituindo as suas portas de madeira por outras com grades.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

O espaço aberto entre as “celas” representava o pátio onde os “presos” poderiam


exercitar-se.

Uma das celas, completamente fechada, foi designada “solitária” para castigar os
“presos” pior comportados.

Não ficaram janelas nem relógios ou outras possibilidades de verificar a passagem do


tempo.

Foram instaladas câmaras e microfones para poderem monitorizar “presos e guardas”


durante toda a experiência.

5.3. Os voluntários

Através de um simples anúncio de jornal pediram-se voluntários para uma experiência


numa prisão simulada onde se pretendiam verificar os efeitos psicológicos causados nos
funcionários e população prisional.

Oferecia-se um pagamento de 15 dólares por dia para cada voluntário que ficasse até ao
fim da experiência e cada um teve de assinar um documento certificando que estavam
cientes que iriam ser encarcerados e sofrer diversas formas de pressão psicológica,
ausência de privacidade bem como sofrer alguns atropelos aos seus direitos cívicos com
o objectivo de estudar as suas reacções.

Foram requisitos, serem estudantes, serem do sexo masculino, a ausência de cadastro


criminal ou problemas de saúde.

Efectuaram-se testes e entrevistas com o fim de despistar eventuais problemas


psicológicos, de saúde ou de drogas.

Dos 70 candidatos que se apresentaram, apenas 24 reuniam as condições necessárias


para integrar a experiência e destes, fizeram-se dois grupos, escolhidos pelo método da
“moeda ao ar”; Os presos e os Guardas Prisionais.

5.4. Os presos

Os presos não tiveram qualquer forma de preparação, bastava que se submetessem à


autoridade e agissem de acordo com os seus sentimentos em relação ao meio ambiente
preparado para eles.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

5.5. Os guardas

Aos guardas também não foi dada nenhuma formação especial sobre como
desempenharem o seu papel. Em vez disso, seriam livres de fazer o que fosse
necessário, dentro de limites e sem violência para manter a ordem e o respeito dos
presos.

Foram no entanto avisados da seriedade da sua missão e da potencial existência de


perigos na sua função.

Entregaram-lhes uniformes, um apito para trazerem ao pescoço, um cassetete e uns


óculos escuros.

Sob o uniforme exerciam o papel intimidante do agente da autoridade. Os óculos


escondiam os olhos, logo as emoções, e davam a sensação de serem todos iguais.

Também eles estavam a ser avaliados na sua posição dominante recém adquirida.

5.6. Começa a experiência

A experiência começa de forma surpresa para os participantes.

Um carro da polícia, com os respectivos policias, percorre a cidade a efectuar detenções


sobre jovens cidadãos (que “por acaso” são membros da experiência escolhidos para
presos) no âmbito de uma detenção em massa relacionada com crimes de roubo e assalto
à mão armada.

Cada um deles é detido na sua casa, são-lhe lidos os direitos, algemado e, vendado,
transportado para a esquadra para identificação.

Uma vez na esquadra são preenchidas as fichas do cadastro, fotografados e fechados em


celas temporárias.

Inicia-se o processo de desumanização retirando-lhes a liberdade e deixando cada um


dos intervenientes completamente confundidos, amedrontados, incapazes de reagir numa
situação para a qual não estavam preparados.

Em seguida informam-nos que serão transportados para a prisão do condado de Stanford


onde aguardarão desenvolvimentos das investigações.

Um carro celular transporta-os (vendados) até à prisão simulada onde são recebidos, um
a um, pelo “director da prisão” cuja missão é fazê-los sentir a gravidade da situação e a
sua posição como presos.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

A continuação do processo inclui a humilhação. Os “presos” são sistematicamente


mandados despir completamente para serem revistados ou vaporizados com sprays
desparasitantes dando a entender que estão cheios de parasitas.

São distribuídas túnicas numeradas, nenhuma roupa interior, um gorro feito de meia de
senhora, chinelos de borracha e uma corrente metálica presa em volta de um dos
tornozelos para lembrar continuamente a sua situação de presos.

Com o gorro na cabeça, evita-se o rapar do cabelo, prática comum nas prisões e
instituições militares que faz com que todos fiquem parecidos aumentando a sensação de
anonimato.

A túnica e a ausência de roupa interior fá-los sentir-se emasculados, nota-se uma


alteração na forma de andar, agir e até de sentar. Mais como uma mulher do que como
um homem.

5.6.1 O primeiro dia

Na madrugada do primeiro dia os prisioneiros foram rudemente acordados pelos apitos


dos guardas para uma das muitas contagens que se seguiriam.

As contagens tinham o objectivo de familiarizar os prisioneiros com os seus números e


eram executadas várias vezes em cada turno e frequentemente à noite.

O mais importante, porém, é que esta era uma forma dos guardas aplicarem o seu
controlo sobre os prisioneiros.

No início estes últimos não tomavam muito a sério estas contagens e ainda encaravam o
assunto como brincadeira e os guardas não conseguiam ainda serem donos do seu papel
e sentiam-se inseguros incapazes de exercer a sua autoridade.

5.6.2 O segundo dia

Com a calma relativa do primeiro dia não se podia prever o rebentar de uma rebelião na
manhã do segundo.

Os prisioneiros arrancaram as toucas e os números e barricaram-se dentro das celas


insultando e ameaçando os guardas.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

Quando o turno da manhã chegou houve grande discussão sobre o que fazer, de que
forma repor a ordem. Os guardas recém-chegados achavam que o turno da noite tinha
sido demasiado brando com os presos que estavam a abusar deles.

Sem recorrerem a reforços, ambos os turnos em conjunto tomaram uma decisão que
deixou os investigadores boquiabertos.

Decidiram no sentido de responder à força com força e, recorrendo aos extintores


existentes nas instalações, entraram a correr em cada uma das celas, vaporizaram os
presos com jactos de pó químico gélido para os manter à distância, tiraram-lhes as
camas e as túnicas deixando-os completamente despidos.

Os líderes da rebelião foram presos afastados dos outros numa "solitária" escura e
praticamente insonorizada.

A primeira grande batalha estava ganha mas os guardas não poderiam ficar dependentes
de estar permanentemente armados e em igualdade numérica. Um deles sugeriu a
utilização de técnicas de acção psicológica em vez de força física e planearam um
conjunto de medidas.

Designaram uma das celas de "Cela Privilegiada" e pegaram nos três prisioneiros menos
envolvidos na rebelião e mudaram-nos para lá. Devolveram-lhes as camas e as túnicas e
foram autorizados a tomar banho, comer e lavar os dentes. Os restantes ficavam como
estavam.

Pretendia-se acabar com o espírito de união entre os presos.

Após meio dia de castigo, os guardas misturaram os presos outra vez confundindo-os ao
ponto de começarem a achar que os "Privilegiados" eram informadores, encarando-os
com desconfiança.

Esta revolta resultara no aumento do espírito de equipa dos guardas e na desagregação


do grupo dos presos. A partir deste momento já não se tratava de uma experiência, de
uma simples simulação mas de uma questão de sobrevivência entre dois grupos.

Para os guardas, os presos eram um bando de rufiões que se virariam contra eles na
primeira oportunidade e que teriam de os dominar com mão de ferro.

Todos os aspectos do dia-a-dia dos presos estava debaixo de total e arbitrário controlo
dos guardas por isso, até o satisfazer as necessidades fisiológicas se tornou um
privilégio que os guardas concediam ou retiravam segundo a sua vontade.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

Às 22:00h após as ordens de "luzes apagadas", os presos viram-se obrigados a urinar e


defecar num balde que os guardas podiam ou não permitir que fossem esvaziados.

Não tardou que o cheiro a fezes e urina contribuísse para aumentar degradação do
ambiente.

Os guardas eram especialmente duros com o prisioneiro 5401 pois consideravam-no o


principal culpado da rebelião. Como era um grande viciado em tabaco, controlavam-no
com proibições de fumar.

Ainda não tinham passado 36 horas do início da experiencia.

O prisioneiro 8612 começou repentinamente a apresentar sintomas de distúrbios


emocionais que os investigadores pensaram tratar-se de fingimento com o objectivo de
proporcionar a sua saída dali.

Um dos investigadores interrogou o preso e censurou-o por ser fraco. Perguntou-lhe que
tipo de abusos tão grandes estava a sofrer em comparação com os que sofreria numa
prisão real e propôs-lhe tornar-se informador em troca de melhor tratamento.

Ele respondeu que iria pensar e na contagem seguinte comunicou aos outros
prisioneiros, em pânico, que não era possível sair, não se podia desistir começando a
gritar e a agir como um louco. Levou algum tempo até que os investigadores se
convencessem que ele estava descontrolado e teria mesmo de ser libertado.

Isto transmitiu a todos a sensação de se encontravam realmente presos.

5.6.3 O terceiro dia

Foram autorizadas visitas de parentes e amigos neste dia.

Os investigadores temiam que os familiares exigissem a libertação dos seus filhos assim
que vissem o estado da prisão, por isso, lavaram e limparam presos e celas,
alimentaram-nos condignamente e puseram musica ambiente pelos intercomunicadores.

Quando os visitantes chegaram, foram controlados também para entrarem no papel de


familiares que visitam verdadeiros presos;

- Tiveram que se registar

- Só podiam estar duas visitas com cada preso e durante dez minutos apenas

- Era obrigatória a presença de um guarda durante a visita

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

- Antes entrarem haveria uma entrevista com o "Director da prisão"

Apesar de reclamarem, as visitas assumiram o seu papel de personagens no enredo.

Durante este período chegou aos ouvidos de Zimbardo que o preso 8612, libertado no
dia anterior, estaria a planear invadir a "prisão" com um grupo de amigos para libertar os
seus companheiros nas horas seguintes à visita.

Completamente envolvido no seu papel, o investigador começou a planear com a sua


equipa contra medidas para impedir a fuga dos "seus presos", chegando ao ponto de
solicitar a ajuda da policia e de pensar em manietar, vendar e movimentar todos para
outro local.

Como ultimo recurso chegou mesmo a pensar em mandar deter novamente o 8612 e
devolvê-lo à cela.

Por fim acabou por cair em si e aperceber-se que não estava a agir como um
investigador mas como o Director de uma prisão e decidiu não fazer nada a não ser
aguardar e observar.

O rumor acabou por revelar-se isso mesmo e graças a ele, durante um dia inteiro não foi
feita nenhuma recolha de informação nem nenhuma análise, tão embrenhados que todos
estavam na prevenção da fuga.

Em resultado disso, os guardas descarregaram a sua frustração sobre os presos


aumentando a quantidade de humilhação e castigos corporais (flexões) infligidos,
fizeram-nos limpar as sanitas com as mãos e reduziram o espaço entre contagens.

5.6.4 O quarto dia

Nesta altura foi convidado um novo personagem. Um padre, devidamente elucidado


pelos investigadores, visitou individualmente cada um dos presos, que se foram
apresentando pelos números em vez do nome.

A cada um deles deu a entender que estavam realmente presos e se pretendiam sair dali

precisariam de um advogado oferecendo-se para contactar as famílias deles nesse


sentido.

Alguns dos presos aceitaram a oferta.

O único que se recusou a falar com o padre foi o 819 que se sentia doente e recusava-se
a comer. Preferia ser visto por um médico e não por um padre.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

Quando finalmente foi convencido a falar chorou histericamente e Zimbardo assumiu


que teria que ser removido da experiencia também. Era a segunda baixa.

5.6.5 O quinto dia

Os investigadores criaram uma nova encenação. Apresentaram um grupo de pessoas


como sendo a comissão de liberdade condicional e convocaram individualmente aqueles
que achavam que tinham bases para serem libertados condicionalmente.

Entre as várias perguntas que lhes fizeram inquiriram se estariam dispostos a perder
todo o dinheiro que ganharam na experiencia até agora em troca de serem postos em
liberdade. A maior parte respondeu que sim.

Cada um deles foi mandado para a cela novamente enquanto era tida em consideração a
proposta.

Nenhum deles pensou sequer que poderia fazer isso a qualquer momento bastando para
isso dizer que não queriam continuar e recusando-se a voltar para a cela.

O seu sentido de realidade estava completamente alterado e eles já não conseguiam


perceber que estavam numa simulação e achavam que só aquele grupo de pessoas tinha
autoridade para os libertar.

Por esta altura o relacionamento entre prisioneiros e guardas estava no seu auge. Os
guardas, perfeitamente integrados no seu papel executando um trabalho por vezes
aborrecido e outras vezes interessante.

Alguns dos guardas eram mais inventivos que outros nas formas de humilhação que
infligiam aos presos e mostravam gostar do que faziam perante a impotência dos outros
que não se atreviam a intervir.

O último acto de rebelião foi executado pelo preso 416. Fora o ultimo a ser admitido em

substituição de uma das baixas e, ao contrário dos restantes presos que foram sendo
molestados gradualmente, chegou no ponto alto da pressão psicológica e os restantes
disseram-lhe que aquilo era uma prisão a sério de onde não poderia escapar.

O 416 reagiu fazendo uma greve de fome para forçar a sua libertação. Como retaliação,
os guardas prenderam-no na solitária por três horas, apesar das suas regras indicarem
que uma hora seria o limite. A recusa em alimentar-se manteve-se.

Nesta altura, o 416 deveria ser um herói para os restantes presos mas na verdade todos o

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

olhavam como um causador de problemas.

Na quinta noite alguns familiares dos presos pediram ao "Director da prisão" que
arranjasse um advogado para libertar os seus filhos pois assim foram instruídos por um
padre que os visitou.

5.6.6 O fim da experiencia

O advogado que visitou os presos no sexto dia estava também ao corrente de toda a
experiência e sabia que também ele era um personagem.

No entanto, chegado a este ponto e chamado à realidade por alguns dos seus
colaboradores e até por alguns amigos, Philip Zimbardo manda interromper a
experiencia.

A maior parte dos presos estava gravemente perturbada e apresentava sintomas de


problemas psicológicos. Os guardas, por outro lado, estavam a incrementar os abusos e,
à noite, quando achavam que ninguém os estava a observar, o seu aborrecimento levava
a molestar os presos de formas cada vez mais degradantes ou pornográficas.

De observar que, durante toda a experiencia, nenhum guarda desistiu, faltou, chegou
tarde ao trabalho ou pediu para sair mais cedo.

Assim terminava 6 dias depois uma experiencia que tinha a duração prevista de 14
devido a um escalada de acontecimentos muito mais rápida do que tinha sido prevista
inicialmente.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

6. Conclusões

O Dr. Philip Zimbardo enumerou 10 conclusões a retirar deste seu estudo:

#1 – Certas situações exercem poderosas influências sobre os indivíduos fazendo-os


comportar-se de formas diferentes daquelas que pensavam ou previam.

Foi notório na reacção dos prisioneiros a forma como o seu comportamento regrediu
controlado pelo medo e pela necessidade de sobrevivência abandonando as suas
características pessoais. Da mesma forma, os guardas, reagiram criando personagens
que exerciam pressão psicológica e medo sobre os outros.

#2 – O poder situacional é mais relevante nas situações em que os participantes não podem
recorrer a padrões de conduta anteriores para o seu novo comportamento e não têm
referências históricas na sua maneira habitual de agir e se proteger

Apesar de tanto os guardas como os presos serem oriundos de extractos sociais e


culturais semelhantes ambos criaram e desempenharam papeis totalmente opostos e
com os quais não estavam de todo familiarizados.

#3 – O poder situacional envolve ambiguidade nas definições de limites no papel social ou a


permissão institucionalizada para desinibir formas de agir normalmente desaprovadas.

Os objectivos dos guardas era o de manter a ordem estando apenas proibida a


utilização da violência física no processo. Na ausência de normas de comportamento
mais específicas eles foram tomando atitudes de pressão psicológica mais e mais
arbitrárias acabando nalguns casos (se não na maioria) por gostar de o fazer.

#4 - O desempenhar de um papel – mesmo tratando-se de uma situação simulada ou


temporária – pode exercer um profundo e real impacto sobre os actores.

Ambos os grupos acabaram por perder a noção de que se tratava de uma situação
simulada sentindo-se os guardas perfeitamente integrados naquele papel e no grupo a
que pertenciam e os presos totalmente desligados da realidade e perfeitamente
“recalcados” na sua posição de reclusos.

#5 – “Boas pessoas” podem ser induzidas ou seduzidas para comportamentos “maléficos”


(irracional, estúpido, autodestrutivo, anti-social) colocando-as em situações poderosas que

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consigam perturbar o seu sentido de estabilidade, carácter, moralidade e consistência de


personalidade individual.

Durante toda a experiência conseguiram-se detectar as alterações em ambos os grupos.


Os guardas subdividiram-se em três tipos:

- Os bons, que tentavam ajudar os presos no que podiam mas apesar de


condenar as atitudes dos seus companheiros nada faziam para os censurar ou
impedir.

- Os justos que tentavam apenas fazer cumprir as regras da prisão e executavam


as ordens que lhes eram dadas sem discutir assumindo uma forte lealdade ao
seu grupo.

- Os maus que, completamente dominados pelo seu papel arbitrário de


opressores, tiravam prazer dos castigos e violência psicológica que exerciam
sobre os presos.

Os presos foram gradual e rapidamente perdendo diversas características de


personalidade:

- Perderam o conceito de grupo ao deixarem-se dominar pelo medo e o instinto


primário de sobrevivência.

- Deixaram de se identificar pelo nome respondendo e apresentando-se pelo


número.

#6 – A natureza humana pode ser transformada, dentro de certos parâmetros sociais, de forma
tão dramática como a operada quimicamente no livro “Jeckyll and Hyde”.

Mesmo após uma grande quantidade de testes psicológicos efectuados aos


indivíduos de ambos os grupos não foi possível prever as alterações de
comportamento efectuadas na grande maioria dos indivíduos.

#7 – Apesar da artificialidade das experiencias controladas como a Experiencia da Prisão de


Stanford ou qualquer uma das muitas variações do “Paradigma da Obediência” de Milgram,
se essa experiência é conduzida de forma a reproduzir o essencial do ambiente que se
pretende, os seus resultados são consideráveis e poderosos.

Apesar do facto de se tratar de uma experiência simulada, os resultados obtidos


foram semelhantes às situações reais que se pretendia estudar.

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Quanto Tempo Para Esquecer Quem És

#8 – Em procedimentos de selecção para tarefas especiais, como guardas prisionais –


especialmente para aqueles novos neste tipo de função – seria altamente benéfico envolver os
candidatos em situações simuladas em adição aos testes de personalidade efectuados.

Esta experiência prova que devem ser realizados testes especiais para os
candidatos a tarefas como Policias, Guardas Prisionais, etc. que envolvam a
experimentação em ambientes simulados a fim de detectar “anomalias”
comportamentais invisíveis aos comuns testes psicológicos.

#9 – É necessário que os Investigadores da Psicologia, que estão preocupados acerca da


utilidade das suas descobertas, vão mais além das fronteiras de investigadores académicos e
se tornem defensores da “Mudança Social”.

Apela-se a que as descobertas feitas pelos investigadores sejam reveladas com


mais reconhecimento e que os próprios investigadores se tornem “consultores
sociais” e participem activamente nas mudanças que a sociedade de fazer.

#10 - As prisões são locais de demência e desumanidade onde se destrói a nobreza da


natureza humana e traz-se à superfície o pior das relações sociais entre as pessoas. São tão
más para os guardas como para os presos em termos do seu impacto destruidor na auto-
estima, senso de justiça e compaixão humana.

A conclusão final de Philip Zimbardo vai no sentido de pedir às autoridades


competentes para arranjar uma alternativa capaz para as prisões que classifica
de experiencias sociopolíticas falhadas: “São apenas locais de maldade que se
multiplicam e produzem novos e mais eficazes criminosos em vez de “centros
de reciclagem” de criminosos em cidadãos cumpridores devido à indiferença
do público ao que lá se passa em segredo.”

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7. Na senda da Experiencia da Prisão de Stanford

No ano de 2002, a BBC conduziu uma experiência similar.

http://en.wikipedia.org/wiki/The_Experiment

Esta, porém, devolveu conclusões bastante diferentes. Nem os guardas se deixaram “dominar”
pelo seu papel nem os presos se submeteram à “tirania” dos guardas. Ao sexto dia ocorreu
uma revolta que tornou o sistema impossível de continuar.

Os participantes ainda tentaram criar um governo da prisão baseado em acordos,


guardas/prisioneiros mas também este acabou por falhar.

Por ultimo foi efectuada uma troca dos presos pelos guardas mas os resultados estavam a ser
tão assustadores, com linhas muito mais duras que anteriormente, que a produção resolveu
terminar a experiência receando pelo bem-estar dos participantes.

Em Abril de 2007 uma notícia revelou que estudantes em Waxahachie, Texas que estavam a
participar num exercício que simulava os nazis e os judeus durante o Holocausto, deixaram-se
cair em padrões de abusos que passavam por agredir fisicamente e cuspir sobre os “judeus”
tomando demasiado à letra o seu papel de “nazis”.

http://www.jpost.com/servlet/Satellite?pagename=JPost/JPArticle/ShowFull&cid=117615276
8653

Em Portugal, 2007 (mais ao estilo brandos costumes), oito alunos foram passar um dia à
prisão para conhecer o dia-a-dia de presos, pouco mais velhos que eles, no Estabelecimento
Prisional de Leiria e tiveram a oportunidade de, durante um dia conhecer o que é a privação
de liberdade.

http://www.regiaodeleiria.pt/index.php?lop=conteudo&op=705f2172834666788607efbfca35a
fb3&id=0094eb7d9dc080e6fe137bbc8bbbbc74&drops%5Bdrop_edicao%5D=404

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O aproveitamento turístico no ano 2000, uma vez mais nos Estados Unidos, a casa de
detenção do condado de Salt Lake viu a oportunidade de ganhar algum dinheiro com a prisão
totalmente nova e ofereceu a quase uma centena de americanos a oportunidade de viver um
dia na prisão.

Através do pagamento de 30 a 55 dólares, poderiam ser recolhidos por um carro do


departamento prisional e transportados à cadeia onde passariam um dia em celas duplas mas
separados por sexo.

http://veja.abril.com.br/090200/p_060.html

Em 2001 na Alemanha, Oliver Hirschbiegel, dirigiu um filme intitulado “Das Experiment”


que se baseava na experiencia da prisão de Stanford.

O enredo foi algo ficcionado para dar uma continuidade e um interesse constante à história
mas as ideias principais estavam lá.

http://en.wikipedia.org/wiki/Das_Experiment

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8. Referências e Bibliografia

Vala, Jorge e Monteiro, Maria Benedicta - Psicologia Social, Fundação Calouste Gulbenkian

Comunicação, comportamentos sociais e mecanismos de defesa


http://monografiasalpha.wordpress.com/2008/01/18/monografias-comunicacao-e-comportamento-social/
http://www.brasilescola.com/psicologia/mecanismo-de-defesa.htm

Grupos Sociais e o comportamento


http://www.monografias.brasilescola.com/sociologia/os-grupos-sociais.htm
http://www.cidehus.uevora.pt/investigacao/progcien/linv/l3/ics/capitulos/3_textos_de_apoio/3_4/artigo/3_4_1.ht
m

A experiencia de Stanford
http://skeptoid.com/episodes/4102
http://www.prisonexp.org/slide-1.htm
http://psicologiaexperimental.blogs.sapo.pt/tag/zimbardo
http://human-testing.suite101.com/article.cfm/lessons_from_the_stanford_prison_experiment
http://en.wikipedia.org/wiki/Stanford_prison_experiment
http://www.dfabricius.de/files/zimbardoPRISON.pdf
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/psicologia_da_tirania.html

A experiência britânica
http://crimepsychblog.com/?p=987
http://www.bbcprisonstudy.org/

Página do investigador Philip Zimbardo


http://www.lucifereffect.com/

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