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2º Período 2010/ 2011

História 6º ano

● A vida quotidiana

As alterações na sociedade

A política de desenvolvimento iniciada pelos governos liberais levou a uma


nova organização social:

- nobreza: perdeu muitas das suas regalias e direitos, apesar de continuar a


possuir muitas terras. Passou a pagar impostos e deixou de poder exigir aos
camponeses que trabalhassem gratuitamente para si;
- clero: perdeu importância e regalias. As ordens religiosas foram extintas e as
suas terras passaram a pertencer ao governo;
- burguesia: transformou-se no grupo social mais importante da sociedade
portuguesa do séc. XIX. Aumentou a sua riqueza com o comércio, indústria e
actividade bancária.
- povo: passou a ter perante a lei, os mesmos direitos e deveres que os
grupos sociais. Contudo, continuou a viver com dificuldades e a desempenhar
os trabalhos mais duros e mais mal pagos.

A vida quotidiana no campo

As pessoas que viviam no campo eram na sua maioria gente do povo:


rendeiros, jornaleiros, criados, moços de lavoura e outros assalariados.
Trabalhavam em terras que normalmente não eram suas:
- nas grandes propriedades de burgueses;
- na propriedades de alguns nobres.

A vida do camponês era dura e difícil. A agricultura e a criação de gado


continuavam a ser as principais actividades da gente do campo. Trabalhavam
muitas horas e em inúmeras tarefas - lavra, sementeira, rega, ceifa, poda,
recolha de matos e lenhas.

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O camponês vivia numa casa pequena, onde a cozinha com lareira era a
principal divisão. A sua alimentação era pouco variada. A base de refeição era
o pão de milho ou centeio, sopa e vinho. Também se comiam batatas,
azeitonas, sardinha ou um pouco de gordura de porco.
O vestuário variava conforme o clima e os trabalhos próprios de cada região.
Os divertimentos estavam muito ligados a certos trabalhos e às festas da
igreja.

O aumento da população no séc. XIX fez com que nas áreas rurais existissem
muitos trabalhadores do campo sem trabalho. Muitos fugiram das aldeias e
foram viver para outros locais – Êxodo Rural.
Uns fixaram-se nas cidades, sobretudo Lisboa e Porto. Outros emigraram,
principalmente para o Brasil na esperança de construir uma nova vida. Alguns
emigrantes brasileiros conseguiram regressar com verdadeiras fortunas.

A vida quotidiana nas grandes cidades

A modernização das cidades

A criação de indústrias, a evolução dos meios de transporte e comunicação e o


aumento da população na segunda metade do séc. XIX contribuíram para o
crescimento das cidades.

Principais cidades: Lisboa e Porto – cresceram e modernizaram-se com novas


construções:
- abriram-se avenidas, pavimentaram-se ruas, fizeram-se passeios e
arranjaram-se jardins;
- construíram-se novos edifícios públicos – mercados, tribunais, teatros,
escolas, …

Também neste período são criados alguns serviços públicos importantes em


Lisboa e no Porto:
- a higiene e a saúde pública melhoraram com a recolha do lixo e instalação da
rede de esgotos e água canalizada;

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- iluminação pública nas ruas, primeiro a gás e no final do século a
electricidade;
- criação do primeiro corpo de bombeiros e iniciação do policiamento nas ruas;
- transportes públicos colectivos – “americano” e “chora” – carros puxados por
cavalos.

A vida na cidade passou a ser mais cómoda, segura e saudável.

O dia-a-dia da população da cidade

Como viviam os burgueses e os nobres

A burguesia era o grupo mais importante da cidade. Os burgueses


destacavam-se pela sua riqueza e pelos cargos e profissões que
desempenhavam: industriais, banqueiros, comerciantes, militares, membros do
governo, professores, médicos, advogados, funcionários públicos.

A alguns burgueses foi-lhes concedido títulos de: conde, barão, visconde,


barão.
Os burgueses valiam pelo seu trabalho, inteligência e sucesso profissional.
A alta burguesia habitava em ricas e luxuosas moradias. Havia também
burgueses menos endinheirados, classe média, habitavam em bairros, em
confortáveis andares.
A alimentação da burguesia e nobreza era abundante e variada. Faziam quatro
refeições. Apreciavam muito os pratos de carne e os doces.
Interessavam-se pela política, instrução, música e moda.
O vestuário da alta burguesia e nobreza era idêntico. Damas e cavalheiros
vestiam-se segundo a moda francesa. Os grandes armazéns de Lisboa e Porto
encomendavam em Paris as suas colecções.
As senhoras usavam vestidos compridos até aos pés. Mangas tufadas. Tinham
cuidado especial com os penteados, o pó de arroz e os perfumes.
Os homens usavam calças, sobrecasaca e paletó. Não dispensavam colete, ao
pescoço o lenço ou a gravata.
As crianças vestiam de igual até aos 6 anos. Depois o seu vestuário era igual
ao dos adultos.

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Tinham divertimentos próprios, eram frequentadores de jardins, teatro, ópera,
jogos de salão, bailes dos clubes, cafés.
No Verão, faziam piqueniques, davam passeios de bicicleta e iam a banhos ou
às termas.

Como viviam as classes populares

A maioria da população pertencia às classes populares. As condições de vida


eram más. Para sobreviver, trabalhavam desde crianças em actividades muitas
vezes duras e mal pagas. Desempenhavam inúmeras profissões: vendedores
ambulantes, trabalhadores das várias artes e oficinas, empregadas de balcão,
operários fabris, escriturários, criadas e outros serviços.
As classes populares habitavam em bairros miseráveis, situados nas zonas
mais pobres da cidade, sem condições mínimas de segurança e higiene.
As casas eram velhas e apertadas, sem esgotos e sem água potável, com
mobiliário muito reduzido.
A sua alimentação era pobre, comiam pão, batatas, toucinho e por vezes
bacalhau ou sardinha.
O seu vestuário era simples e adaptado à profissão.
As diversões eram poucos. Os homens juntavam-se nas tabernas a beber e
conversar. Os principais locais de convívio continuavam a ser romarias, feiras,
festas religiosas.

O início da luta do proletariado

Os operários tinham uma vida muito dura, trabalhavam mais de 12 horas


diárias, inclusive mulheres e crianças. Recebiam salário baixo, o salário das
mulheres era menos de metade do dos homens. Na 2ª metade do séc. XIX , os
operários de Lisboa e Porto constituíam um novo grupo social – o operariado.
Começaram a organizar:
- as primeiras associações de operários;
- as primeiras greves.
Com estes movimentos reivindicativos, a população começou a tomar
consciência de que podia lutar pelos seus direitos.

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