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ÍNDICE
PREFÁCIO ................................................................... 11
INTRODUÇÃO .................................................................. 27
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O Partido com Paredes de Vidro
PREFÁCIO
«
É poca gloriosa da história da humanidade» é o tí-
tulo do primeiro capítulo.
A expressão era e é historicamente correcta e torna-se ne-
cessário lembrá-la em oposição às furiosas campanhas de falsifi-
cação da história a que assistimos.
A verdade é que, a partir de meados do século XIX (Mani-
festo do Partido Comunista de Marx e Engels), a classe ope-
rária, os trabalhadores, os explorados e oprimidos alcançaram
grandes vitórias revolucionárias, que mudaram radicalmente a
situação mundial.
A revolução russa em 1917, edificando, pela primeira vez
na história da humanidade, um Estado em que o poder coube
aos Sovietes de Operários, Camponeses e Soldados, criou a
base política de uma nova sociedade donde foi banida a explo-
ração do homem pelo homem.
A construção do socialismo na URSS não foi um fenómeno
isolado. Defrontando e vencendo bloqueios, intervenções, agres-
sões militares e a invasão, a guerra e os monstruosos crimes dos
exércitos hitlerianos, teve profundas repercussões. Seguiram-se
outras revoluções socialistas vitoriosas. Ruiu o sistema colonial do
imperialismo. Numerosos povos secularmente subjugados conquis-
taram a independência. Criaram-se influentes partidos comu-
nistas em todo o mundo. E também, em consequência destas
vitórias históricas, os trabalhadores nos países capitalistas conquis-
taram importantes direitos.
Este avanço impetuoso da luta libertadora dos trabalhado-
res e dos povos constitui o quadro implícito integrante das ideias
desenvolvidas no ensaio. As derrotas ulteriores do socialismo não
justificam que essa época de transformações revolucionárias dei-
xe de ser considerada tal como a define o título do primeiro ca-
pítulo.
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O Partido com Paredes de Vidro
Nada tem a ver com a disciplina militar (p. 221), com uma
obediência indiscutível a ordens do comando. No partido a
disciplina é um «imperativo de acção e uma maneira natural
de agir» (p. 213). «Uma pretensa disciplina cega, rígida e re-
pressiva» (p. 230) é incompatível com os princípios do partido.
Condenável é a tendência, que por vezes se manifesta em quem
dirige, para dar ordens e impor, pela disciplina repressiva, a sua
vontade e as suas decisões.
Daí não se poderem considerar isentos de nova reflexão os
termos em que a disciplina é tratada nos Estatutos do partido.
Dos 13 artigos consagrados nos Estatutos à disciplina, 11 são
relativos a sanções.
O julgamento das infracções é apresentado como demasia-
do «penal», uma vez que se traduz, como regra, na aplicação de
sanções (p. 216).
Segundo o ensaio, a disciplina é um conceito e deve ser uma
prática incomparavelmente mais rica. Ou seja, «uma forma na-
tural de agir e de proceder», uma «expressão da própria consciên-
cia e da própria vontade» (p. 218), «uma forma de integração
voluntária e consciente no trabalho colectivo» (p. 219). Nos ac-
tos quotidianos, no cumprimento de horários, no andamento das
reuniões, nos debates, em todas as actividades — a disciplina tem
importante papel.
Demorou anos a adquirir-se. Sofreu posteriormente graves
atropelos e relaxamentos. É tarefa a empreender o seu restabele-
cimento.
A
identidade.
unidade do Partido é uma resultante da efectiva-
ção de todas as características fundamentais da sua
Janeiro de 2002
Álvaro Cunhal
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
INTRODUÇÃO
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
1
ÉPOCA GLORIOSA
NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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O Partido com Paredes de Vidro
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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O PARTIDO, A CLASSE E AS MASSAS
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
A REGRA DE OURO
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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O GRANDE COLECTIVO
PARTIDÁRIO
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
O TRABALHO COLECTIVO —
PRINCÍPIO BÁSICO DO PARTIDO
O COLECTIVO E O INDIVÍDUO
O INDIVIDUALISMO
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Álvaro Cunhal
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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A DEMOCRACIA INTERNA
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Álvaro Cunhal
104
O Partido com Paredes de Vidro
116
O Partido com Paredes de Vidro
5
DIRECÇÃO E AUTORIDADE
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
O CULTO DA PERSONALIDADE
143
Álvaro Cunhal
144
O Partido com Paredes de Vidro
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OS QUADROS
145
Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
DEVERES E DIREITOS
O ESFORÇO DE APERFEIÇOAMENTO
CRÍTICA E AUTOCRÍTICA
171
Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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A ORGANIZAÇÃO — EXPRESSÃO E INSTRUMENTO
DA FORÇA DO PARTIDO
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
O VALOR DO APARELHO
E O COMBATE ÀS TENDÊNCIAS BUROCRÁTICAS
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O Partido com Paredes de Vidro
8
A FORMAÇÃO MORAL
DOS COMUNISTAS
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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O Partido com Paredes de Vidro
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O Partido com Paredes de Vidro
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A DISCIPLINA,
IMPERATIVO DE ACÇÃO
E MANEIRA NATURAL DE AGIR
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O Partido com Paredes de Vidro
DISCIPLINA E SANÇÕES
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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A UNIDADE
E OS SEUS FUNDAMENTOS
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Álvaro Cunhal
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FUNDAMENTOS DA UNIDADE
A UNIDADE DA DIRECÇÃO
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Álvaro Cunhal
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O Partido com Paredes de Vidro
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PARTIDO INDEPENDENTE E SOBERANO,
PATRIÓTICO E INTERNACIONALISTA
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O Partido com Paredes de Vidro
A LIÇÃO DE 1939-1948
SOBERANIA DE DECISÕES
Pela sua natureza, pela sua política, pela sua acção, o PCP
é um partido nacional no mais amplo e no mais profundo sen-
tido da palavra. Partido ao serviço do povo, partido ao serviço
da Pátria.
A fase imperialista do desenvolvimento do capitalismo de-
termina o crescente abandono dos interesses nacionais pela bur-
guesia, cada vez mais estreitamente ligada aos interesses do
imperialismo estrangeiro e muitas vezes deles completamente
dependente.
No tempo do fascismo, os grupos monopolistas associados
ao imperialismo e o governo fascista, seu agente, submetiam
abertamente os interesses nacionais aos interesses do imperia-
lismo estrangeiro.
Depois do 25 de Abril, a política contra-revolucionária,
tendo como objectivo central e fundamental a restauração dos
monopólios, é igualmente caracterizada pelo sacrifício dos in-
teresses nacionais a esse objectivo, pela submissão, subserviência
e capitulação, por graves concessões económicas, financeiras,
políticas, diplomáticas e militares ao imperialismo.
A permissão da criação em Portugal de grandes bancos es-
trangeiros, a entrega de sectores-chave da economia portugue-
sa às multinacionais, a adesão à CEE e os acordos de capitulação
com ela assinados, a aceitação das imposições leoninas do FMI,
as novas concessões militares em território português feitas aos
Estados Unidos e outros países da NATO — são testemunhos
da progressiva entrega de Portugal ao estrangeiro pela política
de restauração monopolista.
A política dos grandes capitalistas, dos latifundiários e dos
partidos que os servem é, nos seus aspectos essenciais, uma po-
lítica antinacional, uma política que agrava os laços de depen-
dência, uma política que diminui, limita, fere e compromete a
soberania e a independência nacionais.
Inversamente, a evolução do capitalismo determina a iden-
tificação crescente dos interesses da classe operária e das mas-
sas trabalhadoras com os interesses nacionais. A luta dos
trabalhadores contra o poder económico e político dos mono-
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NOTA FINAL
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