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Introdução
No intuito de distinguir claramente entre requisitos e
orientação, no item 4 esta última é apresentada em tipo itá-
Esta NBR ISO 10012-1 é usada na relação comprador/for-
lico, com o texto emoldurado, sob o título “ORIENTAÇÃO”,
necedor, sendo ambos os termos interpretados no sen-
após cada parágrafo correspondente.
tido mais amplo. O “fornecedor” pode ser um fabricante,
um instalador ou uma organização de assistência técnica
responsável por fornecer um produto ou um serviço. O O texto sob o título “ORIENTAÇÃO” é, apenas, para infor-
“comprador” pode ser um órgão de suprimentos ou um mação e não contém requisitos. Afirmações feitas nesse
cliente que usa o produto ou serviço. Os “Fornecedores” se texto não devem ser interpretadas como adicionais, limi-
tornam “compradores” quando adquirem insumos e tadoras ou modificadoras de qualquer requisito.
serviços de subfornecedores ou de outras fontes ex-
ternas. O objeto da negociação relativa a esta NOTA - O uso do gênero masculino nesta NBR ISO 10012-1
NBR ISO 10012-1 pode ser um projeto, um item, um pro- não tem a intenção de excluir o gênero feminino, quando aplica-
duto ou um serviço. Esta NBR ISO 10012-1 pode ser do a pessoas. Similarmente, o uso do singular não exclui o plu-
aplicada, mediante acordo, e a outras situações. ral (e vice-versa) quando o sentido o permitir.
- por um comprador ao especificar produtos ou 1.1 Esta NBR ISO 10012-1 contém requisitos de garantia
serviços requeridos; da qualidade para um fornecedor assegurar que medições
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2 NBR ISO 10012-1/1993
sejam realizadas com a exatidão pretendida, bem como NBR 19003:1990 (ISO 9003), Sistemas da qualidade - Mo-
orientações quanto à implementação destes. delo para garantia da qualidade em inspeções e ensaios
finais.
1.2 Esta NBR ISO 10012-1 especifica as principais carac-
terísticas do sistema de comprovação a ser utilizado para NBR 19004:1990 (ISO 9004), Gestão da qualidade e ele-
os equipamentos de medição do fornecedor. mentos do sistema da qualidade - Diretrizes.
1.3 Esta NBR ISO 10012-1 é aplicada apenas a equipa- ISO/IEC GUIDE 30:1991, Terms and definitions used in
mentos de medição utilizados na demonstração da con- connection with reference materials.
cordância com a especificação. Esta NBR ISO 10012-1
não se ocupa extensivamente de outros elementos que
ABNT ISO/IEC GUIA 25:1993, Requisitos gerais para a ca-
possam afetar resultados de medições tais como méto-
pacitação de laboratórios de aferição e ensaios.
dos de medição, competência do pessoal, etc., pois es-
tes são tratados mais especificamente em outras normas,
como naquelas mencionadas em 1.4. BIPM/IEC/ISO/OIML, International vocabulary of basic
and general terms in metrology: 1984.
1.4 Esta NBR ISO 10012-1 é aplicável:
3 Definições
- a laboratórios de ensaio, incluindo aqueles pres-
tadores de serviços de aferição, abrangemdo la- Para os propósitos desta NBR ISO 10012-1, são aplicá-
boratórios possuidores de um sistema da quali- veis as definições a seguir relacionadas que, em sua
dade em conformidade com o ABNT ISO/IEC maioria, baseiam-se na terminologia internacional de
GUIA 25; termos básicos e gerais em metrologia (VIM): 1984.
Também são relevantes os termos definidos na NBR ISO
- a fornecedores de produtos ou serviços possui- 8402, cujas referências pertinentes são indicadas entre
dores de um sistema da qualidade no qual re- colchetes após as definições.
sultados de medição são utilizados para de-
monstrar conformidade com requisitos especi- 3.1 comprovação metrológica: Conjunto de operações
ficados, incluindo sistemas operacionais que necessárias para assegurar-se de que um dado equipa-
atendem aos requisitos das normas NBR 19001 mento de medição está em condições de conformidade
(ISO 9001), NBR 19002 (ISO 9002) e NBR 19003 com os requisitos para o uso pretendido.
(ISO 9003). A orientação fornecida pela NBR
19004 (ISO 9004) também é importante; NOTAS
3.7 incerteza da medição: Resultado de uma avaliação 3.12 faixa de medição especificada: Conjunto de valo-
que tem por fim caracterizar a faixa dentro da qual se es- res, para um mensurando, dentro do qual se assume
pera que o valor real do mensurando se encontre, geral- que o erro do instrumento de medição estará dentro dos
mente com uma dada probabilidade. limites especificados.
NOTAS
NOTA - A incerteza da medição inclui, em geral, muitos fato-
res. Alguns destes podem ser estimados com base na distribui-
1 Os limites superior e inferior da faixa de medição especifica-
ção estatística de resultados de séries de medições e podem
da são chamados, algumas vezes, de “capacidade máxima” e
ser caracterizados por desvios-padrões experimentais. Estimati-
“capacidade mínima”, respectivamente.
vas de outros fatores podem somente ser baseadas na experiên-
cia ou em outras informações.
2 Em alguns outros campos do conhecimento, “faixa” é usada
para significar a diferença entre o maior valor e o menor.
[VIM, 3.09]
[VIM, 5.04]
3.8 erro (absoluto) de medição: Resultado de uma medi-
ção menos o valor real do mensurando.
3.13 condições de referência: Condições de uso para um
instrumento de medição estabelecidas para ensaios de
NOTAS
desempenho, ou para garantir uma comparação válida
entre resultados de medições.
1 Ver “valor real ( de uma grandeza)” e “valor real convencional
(de uma grandeza)” em VIM.
NOTA - As condições de referência geralmente especificam “va-
lores de referência” ou “faixas de referência” para as grandezas de
2 O termo se relaciona igualmente com influência que afetam o instrumento de medição.
3.16 derivação: Lenta variação com o tempo de uma ca- nais ou nacionais, através de uma cadeia ininterrupta
racterística metrológica de um instrumento de medição. de comparações.
[VIM, 6.01]
[VIM, 6.13]
3.19 material de referência: Material ou substância dos
3.24 auditoria (da qualidade): Exame sistemático e in-
quais uma ou mais propriedades são suficientemente
dependente para determinar se as atividades da qualida-
bem estabelecidas para serem usadas para a aferição de
de e seus resultados estão de acordo com as disposi-
um aparelho, a avaliação de um método de medição ou a
ções planejadas, e se estas estão implementadas efetiva-
atribuição de valores a materiais.
mente e se são adequadas à consecução dos objetivos.
NOTA - Esta definição foi extraída do ISO/IEC Guide 30, onde
existem várias notas. NOTA - A auditoria da qualidade se aplica essencialmente, mas
não está limitada, a um sistema da qualidade ou aos elemen-
[VIM, 6.15] tos deste, a processos, produtos ou serviços. Tais auditorias são
chamadas, freqüentemente, de “auditorias do sistema da qua-
3.20 padrão (de medição) internacional: Padrão reco- lidade”, “auditoria da qualidade do processo”, “auditoria da qua-
nhecido por um acordo internacional para servir, inter- lidade do produto”, “auditoria da qualidade do serviço”.
nacionalmente, como a base para a fixação do valor de to-
dos os outros padrões da referida grandeza. [NBR ISO 8402, 4.9]
O equipamento e a documentação devem ser mantidos [Ver NBR 19004:1990 (ISO 9004), 13.1]
de forma a levar em consideração quaisquer correções,
condições de uso (incluindo condições ambientais), etc. O erro imputável à aferição deve ser tão pequeno
que sejam necessárias para atingir o desempenho reque- quanto possível. Na maioria das áreas de medição
rido. não deveria ser maior do que um terço e, de prefe-
rência, um décimo do erro permissível do equipa-
mento comprovado quando em uso.
O desempenho requerido deve ser documentado.
É comum fazer a aferição associada a alguma com-
ORIENTAÇÃO provação sob as condições de referência, mas
quando é sabido que as condições de operação
O conjunto de características metrológicas (requisitos es- são significativamente diferentes das condições de
pecíficos) é um componente essencial do sistema referência, a aferição pode ser realizada dentro de
de comprovação. Espera-se que o fornecedor in- valores apropriados das grandezas de influência.
clua em seus procedimentos uma lista dos requisi- Quando isto for impraticável, a devida correção
tos especificados. Fontes usuais de tais requisitos deve ser feita considerando-se as diferenças
incluem literatura do fabricante, regulamentos, etc. nas condições.
Sempre que as fontes forem inadequadas, o forne-
cedor deve, ele mesmo, determinar os requisitos. Para um equipamento comercial é usual aceitar as
informações de desempenho dadas pelo fabrican-
4.3 Sistema de comprovação te como critério de desempenho e exatidão satisfa-
tórios. No entanto, algumas vezes é necessário
adequar as informações dadas pelo fabricante.
O fornecedor deve estabelecer e manter um sistema do-
cumentado efetivo para a gestão, comprovação e uso de
Quando não há informação do fabricante sobre o
equipamentos de medição, incluindo os padrões de me-
desempenho, os critérios para um desempenho sa-
dição utilizados para demonstrar a conformidade com
tisfatório devem ser determinados pela experiência.
requisitos especificados. Este sistema deve ser projeta-
do para garantir que todos os equipamentos de medição
Alguns instrumentos, como os detectores de zero
tenham um desempenho conforme pretendido. O siste-
e os detectores de coincidência, necessitam de
ma deve prover a prevenção de erros fora dos limites es-
aferição e comprovação periódicas, apenas no
pecificados de erro permissível, pela imediata detecção
sentido restrito de verificação funcional para garan-
das deficiências e pronta ação para sua correção.
tir que estão operando corretamente.
O sistema de comprovação deve levar em consideração Uma verificação muito útil de que o instrumento de
todos os dados pertinentes, incluindo aqueles disponí- medição continua a medir corretamente pode ser
veis de qualquer sistema de controle estatístico de proces- feita pela utilização de um padrão de trabalho apli-
so utilizado pelo ou para o fornecedor. cado ao instrumento pelo usuário. Esta verificação
demonstrará se, no valor ou valores verificados e
Para cada equipamento de medição, o fornecedor deve dentro das condições de verificação, o instrumen-to
designar um membro competente da sua equipe como ainda está operando corretamente. O padrão de
representante autorizado para garantir que as comprova- trabalho necessita ser aferido e comprovado, e de-
ções sejam executadas de acordo com o sistema e que o ve ser simples e robusto de forma que os resul-
equipamento apresente condições satisfatórias. tados obtidos por ele possam, com confiança, ser
atribuídos ao instrumento e não a mudanças no
Nos casos em que algumas ou todas as comprovações próprio padrão de trabalho. O uso de um padrão
de um fornecedor (incluindo a aferição) são substituídas de trabalho, de maneira nenhuma, substitui a aferi-
ou complementadas por serviços de terceiros, o fornece- ção e comprovação regular do instrumento, mas
dor deve garantir que estes terceiros também atendem seu uso pode evitar a utilização de um instrumen-
aos requisitos desta NBR ISO 10012-1 na extensão neces- to que, dentro do intervalo entre duas comprova-
sária para assegurar a conformidade do fornecedor com ções formais, perca a conformidade com as espe-
os requisitos. cificações.
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6 NBR ISO 10012-1/1993
4.4 Auditoria periódica e análise crítica do sistema de condições controladas da aferição. Pode ser per-
comprovação tinente compensar o fato, reduzindo os limites de
aceitação do produto. A extensão desta redução
O fornecedor deve executar, ou mandar executar, audito- depende de circunstâncias particulares e é uma
rias periódicas e sistemáticas da qualidade do sistema questão a ser julgada, baseando-se na experiên-
de comprovação para garantir sua contínua e efetiva im- cia. (Ver item 4.17)
plementação e conformidade com os requisitos desta NBR
ISO 10012-1. A utilização de métodos estatísticos é recomenda-
da para monitorizar e controlar a incerteza de me-
Baseado nos resultados da auditoria da qualidade e ou- dição de forma contínua. [Ver NBR 19004:1990),
tros fatores pertinentes, tais como realimentação por par- item 13.1]
te dos compradores, o fornecedor deve analisar
criticamente o sistema e modificálo, quando necessário. 4.7 Procedimentos de comprovação documentados
Os planos e procedimentos para a auditoria da qualidade O fornecedor deve definir e utilizar procedimentos do-
e análise crítica, devem ser documentados. A condução cumentados para todas as comprovações realizadas.
da auditoria da qualidade e da análise crítica, bem como
as ações corretivas subseqüentes, devem ser registradas. O fornecedor deve assegurar que todos os procedimen-
tos documentados sejam adequados às suas finalida-
4.5 Planejamento des. Os procedimentos devem conter, em particular, in-
formações suficientes para garantir a sua implementa-
O fornecedor deve analisar criticamente qualquer requisi- ção correta, para assegurar consistência de utilização en-
to relevante do comprador, ou outros requisitos técnicos, tre uma aplicação e outra, bem como resultados de medi-
antes de iniciar o trabalho em produtos e serviços, e deve ção válidos.
assegurar que os equipamentos de medição (incluindo
padrões de medição) necessários para o desempenho do Os procedimentos devem estar disponíveis, conforme ne-
trabalho estão disponíveis e possuem a exatidão, estabi- cessário, para a equipe envolvida na execução das com-
lidade, faixa e resolução adequados para a aplicação pre- provações.
tendida.
ORIENTAÇÃO
ORIENTAÇÃO
Os procedimentos podem ser limitados, mas não
Esta análise crítica deve ser executada o mais cedo necessariamente, a uma compilação de práticas
possível, de modo a permitir um planejamento de medição padrão publicadas e a instruções escri-
abrangente e efetivo do sistema de comprovação tas do comprador ou do fabricante de um instru-
do fornecedor. mento. A quantidade de detalhes dos procedimen-
tos deve ser compatível com a complexidade
4.6 Incerteza de medição do processo de comprovação.
Ao efetuar medições e ao relatar e fazer uso dos resulta- Estes métodos podem ser elaborados, utilizando-
dos, o fornecedor deve levar em conta todas as incerte- se técnicas de controle estatístico do processo,
zas significativas identificadas no processo de medição, quando os padrões e instrumentos de medição são
inclusive aquelas atribuíveis ao equipamento de medição intercomparados internamente, quando as deriva-
(inclusive aos padrões de medição), e aquelas para as ções e falhas são determinadas, e quando as ações
quais contribuíram os procedimentos pessoais e o am- corretivas necessárias são tomadas. O controle es-
biente. tatístico do processo é um suporte à aferição re-
gular e reforça a confiança nos resultados da medi-
Ao estimar as incertezas, o fornecedor deve levar em con- ção durante os intervalos entre comprovações.
ta todos os dados pertinentes, incluindo aqueles disponí-
veis de qualquer sistema de controle estatístico de pro- 4.8 Registros
cesso utilizado pelo ou para o fornecedor.
O fornecedor deve manter os registros da marca, tipo e sé-
ORIENTAÇÃO rie (ou outra identificação) de todos os instrumentos de
medição relevantes (inclusive os padrões de medição).
Uma vez demonstrado pela aferição que o equipa- Estes registros devem demonstrar a capacidade de me-
mento de medição tem desempenho correto (den- dição de cada equipamento de medição. Qualquer cer-
tro das especificações), admite-se normalmente tificado de aferição ou outra informação relevante, per-
que os erros surgidos durante o uso não excedem tinente ao funcionamento, deve estar disponível.
os limites especificados de erro permissível.
ORIENTAÇÃO
Parte-se do pressuposto de que o equipamento
continue assim até a próxima aferição e compro- Os registros podem ser manuscritos, datilografa-
vação. Pode não ocorrer desta forma se o equipa- dos, microfilmados ou armazenados numa memó-
mento estiver sob condições de uso freqüentemen- ria eletrônica, ou magnética, ou em outro meio de
te bem mais severas, quando comparadas com as armazenamento de dados.
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e) a identificação dos procedimentos de comprova- Este equipamento não deve retornar ao uso até que as
ção; causas da não-conformidade tenham sido eliminadas, e
até ser ele novamente comprovado.
f) os limites especificados para os erros permissí-
veis;
Se os resultados de aferição anterior a qualquer calibra-
ção ou manutenção, forem tais que indiquem risco de er-
g) a fonte de aferição utilizada para obter rastreabi-
ros significativos em qualquer uma das medições realiza-
lidade;
das com o equipamento antes da aferição, o fornecedor
deve tomar as ações corretivas necessárias.
h) as condições ambientais relevantes e uma decla-
ração sobre quaisquer correções necessárias para
este caso; ORIENTAÇÃO
i) uma declaração das incertezas envolvidas na afe- Quando o equipamento de medição é considerado
rição do equipamento e seus efeitos cumulati- inexato, ou de alguma maneira, deficiente, é usual
vos; calibrar, recondicionar ou repará-lo até que
ele funcione corretamente.
j) os detalhes sobre quaisquer manutenções, tais
como, assistência técnica, calibrações, reparos e Na impossibilidade de assim proceder, deve-se re-
modificações realizadas; baixar sua classificação ou sucatá-lo. O rebaixa-
mento de classificação deve ser adotado somen-
k) qualquer limitação ao uso;
te com muito cuidado, uma vez que equipamentos
aparentemente idênticos podem ter erros permis-
l) a identificação da(s) pessoa(s) que realizou(aram)
síveis diferentes, fato que é notado somente pelo
a comprovação;
exame cuidadoso da etiqueta mencionada
em 4.10.
m) a identificação da(s) pessoa(s) responsável(eis)
por assegurar a exatidão da informação registrada;
Neste caso, torna-se necessária uma recompro-
n) a identificação individual (tal como o número de sé- vação para um conjunto de requisitos menos se-
rie) de qualquer certificado de aferição e outros vero.
documentos pertinentes.
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O fornecedor deve assegurar que todo equipamento de O fornecedor deve ter critérios objetivos específicos nos
medição seja, de maneira segura e durável, etiquetado, quais se baseiam as decisões que afetam a escolha do
codificado ou identificado de outra forma quanto ao seu intervalo de comprovação.
estado de comprovação. Qualquer limitação na com-
provação, ou qualquer restrição de uso, deve também Ao determinar se as mudanças nos intervalos de com-
ser indicada no equipamento. Quando a utilização de eti- provação são adequadas, o fornecedor deve levar em
queta ou código for impraticável ou inadequada, proce- conta todos os dados pertinentes, incluindo aqueles
dimentos alternativos efetivos devem ser estabelecidos disponíveis de qualquer sistema de controle estatístico
e documentados. do processo utilizado pelo ou para o fornecedor.
ORIENTAÇÃO ORIENTAÇÃO
A etiquetagem pode ser feita utilizando uma etique- O objetivo da comprovação periódica do equipa-
ta auto-adesiva segura, uma etiqueta amarrada mento de medição é assegurar que o equipamen-
ao equipamento ou uma marcação durável no equi- to não sofreu deterioração na exatidão e evitar que
pamento de medição. ele seja utilizado quando existir uma significativa
possibilidade de produzir resultados errados.
Qualquer etiqueta de comprovação deve indicar, clara-
mente, a próxima data da comprovação de acordo com o É impossível determinar um intervalo de compro-
sistema do fornecedor, o representante autorizado (ver vação tão pequeno que realmente exclua a pos-
4.3) responsável pela comprovação, e a data da última sibilidade do equipamento se tornar defeituoso an-
comprovação. tes de expirar o prazo previsto para a próxima com-
provação.
Devem ser tomadas todas as providências necessárias
para evitar o uso indevido, intencional ou acidental, de
Uma comprovação freqüente é dispendiosa e tira
etiqueta.
o equipamento de serviço, exigindo a sua substi-
O equipamento de medição que não requerer compro- tuição ou a interrupção do trabalho em que estava
vação, deve ser claramente identificado como tal, de mo- sendo utilizado. Portanto, é necessário que um
do a diferenciar-se dos demais que a requerem, mas cu- compromisso, entre o intervalo e o custo da com-
ja etiqueta se perdeu ou extraviou. provação, seja estabelecido.
Os padrões e equipamentos de medição devem ser afe- O fornecedor deve assegurar que todas as comprova-
ridos, calibrados e usados em ambiente controlado na ções são realizadas por uma equipe com as qualifica-
extensão necessária para assegurar a validade dos resulta- ções, treinamento, experiência, aptidão e supervisão ade-
dos das medições. quados.
/ANEXO A
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Anexo A
(informativo)
NOTA - Este anexo é baseado no Documento Internacional Neste anexo são apresentados alguns métodos para a se-
Nº 10 OIML leção inicial dos intervalos de comprovação e para o ajus-
te desses intervalos com base na experiência.
A.1 Introdução
A.2 Escolha inicial dos intervalos de comprovação
Um aspecto importante da operação eficiente de um sis-
tema de comprovação é o estabelecimento do período A base para a decisão inicial na determinação de interva-
máximo entre sucessivas comprovações de padrões e los de comprovação é, invariavelmente, a chamada intui-
equipamentos de medição. Um grande número de fato- ção técnica. Alguém com experiência em medições em
res influencia a freqüência de comprovação. Os mais im- geral ou no equipamento de medição a ser comprovado
portantes entre estes, são: em particular e, de preferência, com conhecimento de in-
tervalos usados por outros laboratórios, faz uma estimati-
a) tipo de equipamento; va para cada equipamento, ou grupo de equipamentos,
quanto à extensão de tempo em que ele deve-se manter
b) recomendações do fabricante; dentro da tolerância após a comprovação.
i) condições ambientais (temperatura, umidade, vi- Uma vez que a comprovação esteja estabelecida de for-
bração, etc.); ma rotineira, deve ser possível um ajuste nos intervalos, a
fim de se otimizar o equilíbrio entre riscos e custos, como
j) exatidão pretendida da medição; foi mencionado na introdução. Provavelmente, deve-se
chegar à conclusão de que os intervalos escolhidos ini-
k) conseqüências de um valor medido incorretamen- cialmente não estão dando os resultados ótimos deseja-
te ser aceito como correto devido a defeito do dos: determinados equipamentos podem ser menos con-
equipamento. fiáveis do que o esperado; sua utilização pode não ser a es-
perada; pode ser suficiente uma comprovação parcial em
De modo geral, não se pode ignorar o custo ao se deter- determinados equipamentos em vez de uma comprova-
minar os intervalos de comprovação, tornando-se es- ção plena; a derivação determinada pela aferição regular
te, portanto, um fator limitador. Por todos os fatores rela- do equipamento pode mostrar que intervalos de com-
cionados, é óbvio que seria impossível elaborar uma provação maiores são possíveis sem o aumento dos
listagem de intervalos de comprovação aplicável univer- riscos, etc.
salmente. É mais útil apresentar diretrizes sobre como
os intervalos de comprovação podem ser estabelecidos Se a escassez de recursos financeiros ou humanos exigir
e, posteriormente, analisados criticamente quando a uma dilatação dos intervalos de comprovação, não se de-
comprovação estiver implementada de forma rotineira. ve esquecer que os custos com o uso de equipamentos
de medição inexatos podem ser significativos. Se for feita
Existem dois critérios básicos e opostos que precisam es- uma estimativa destes custos, pode-se concluir que é mais
tar em equilíbrio quando da decisão sobre os intervalos de econômico investir na comprovação reduzindo seus
comprovação para cada equipamento de medição. São intervalos.
eles:
Existe uma gama de métodos disponíveis para análise
a) o risco de o equipamento de medição não estar crítica dos intervalos de comprovação. Eles diferem quan-
em conformidade com a especificação, quando to ao fato de:
em uso, deve ser tão pequeno quanto possível;
- os equipamentos serem tratados individualmen-
b) os custos de comprovação devem ser mantidos te ou em grupos (por exemplo, por fabricante ou
no mínimo. por tipo);
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- os equipamentos não estarem em conformida- pamentos que retornam no seu intervalo de comprovação
de com as especificações devido a derivações estabelecido e apresentam erros excessivos, ou que, de
com o passar do tempo, ou pelo uso; alguma maneira, estão não-conformes, é determinada e
expressa como proporção da quantidade total de equi-
- os dados estarem disponíveis, e se atribuir im- pamentos, daquele grupo, comprovados durante um da-
portância ao histórico das aferições dos equi- do período. Ao determinar os equipamentos não-confor-
pamentos. mes, os que estiverem visivelmente danificados, ou os que
forem devolvidos pelo usuário como suspeitos, ou defei-
Não existe um método ideal adequado a toda a gama de tuosos, não são considerados, uma vez que eles não de-
equipamentos existentes. vem causar erros de medição.
d) é ainda mais difícil conseguir um fluxo de trabalho car os parâmetros selecionados. Se, pela utilização da
uniforme com este método do que com os an- “caixa preta”, é detectado que o equipamento está não-
teriormente mencionados, uma vez que o laborató- conforme, ele é encaminhado para uma comprovação ple-
rio de aferição não tem conhecimento da da- na.
ta na qual termina o intervalo de comprovação.
A grande vantagem deste método é que ele proporcio-
A.3.5 Método 5: Ensaio “em serviço” ou de “caixa na disponibilidade máxima ao usuário do equipamento. É
preta” bastante conveniente para equipamentos distantes geo-
graficamente do laboratório de aferição, uma vez que uma
Este método é complementar à comprovação plena. Po- comprovação plena é feita, apenas, quando realmente
de fornecer informações preliminares úteis sobre as ca- necessária, ou com intervalos de comprovação amplia-
racterísticas do equipamento de medição entre as com- dos. A principal dificuldade reside em decidir sobre os pa-
provações plenas e pode dar orientação sobre a ade- râmetros críticos e o projeto da “caixa preta”.
quação do programa de comprovação.
Embora teoricamente o método apresente um alto grau
Este método é uma variação dos métodos 1 e 2 e é es- de confiabilidade, é ao mesmo tempo ligeiramente am-
pecialmente adequado para instrumentos complexos e bíguo, uma vez que o equipamento pode falhar em al-
bancadas de ensaio. Os parâmetros críticos são verifica- gum parâmetro que não seja medido pela “caixa preta”.
dos freqüentemente (uma ou até mais vezes por dia) por Além disso, as características da própria “caixa preta” po-
um dispositivo de aferição portátil ou de preferência uma dem não ser constantes, e ela própria precisa ser com-
“caixa preta” construída especificamente para verifi- provada regularmente.
/ANEXO B
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14 NBR ISO 10012-1/1993
Anexo B
(informativo)
Bibliografia
[1] NBR 19000:1990 (ISO 9000), Normas de gestão da [4] OIML International Document Nº. 16, Principles of
qualidade e garantia da qualidade - Diretrizes para se- assurance of metrological control.
leção e uso.
[5] AQAP 7 (NATO), Guide for evaluation of a contractor’s
[2] ABNT ISO/IEC Guia 43, Desenvolvimento e opera-
measurement and calibration system.
ção de ensaios de proficiência de laboratório
[3] OIML International Document Nº. 10, Guidelines for [6] European Organization for Quality, Glossary of terms
the determination of recalibration intervals of used in the management of quality.
measuring equipment used in testing laboratories.