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CDU: 658.56:681.2 NOV 1993 NBR ISO 10012-1

Requisitos de garantia da qualidade


para equipamento de medição
ABNT-Associação
Brasileira de
Normas Técnicas
Parte 1:
Sede:
Rio de Janeiro Sistema de comprovação metrológica para
Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar
CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680
equipamento de medição
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: PABX (021) 210 -3122
Telex: (021) 34333 ABNT - BR
Endereço Telegráfico:
NORMATÉCNICA CB-25 - Comitê Brasileiro da Qualidade
CE-25:000.03 - Comissão de Estudo de Tecnologia de Suporte
NBR ISO 10012-1 - Quality assurance requirements for measuring equipment
Part 1: Metrological confirmation system for measuring equipment
Descriptors: Measuring instruments. Standard measures. Reference materials. Test
equipment. Quality assurance. Quality control. Definitions. Specifications
A presente Norma é equivalente a ISO 10012-1:1992

Copyright © 1990, Descritores: Instrumentos de medida. Medidas padrão. Materiais 14 páginas


ABNT–Associação Brasileira de referência. Equipamento de ensaio. Garantia da
de Normas Técnicas
Printed in Brazil/ qualidade. Controle da qualidade. Definições.
Impresso no Brasil Especificações.
Todos os direitos reservados

Sumário - por um fornecedor ao especificar produtos ou


Introdução serviços oferecidos;
1 Objetivo
2 Referências normativas - por interesse de consumidor ou empregado, ou
3 Definições por órgãos legislativos ou de regulamentação;
4 Requisitos
Anexos
- na avaliação ou auditoria em laboratórios.
A - Diretrizes para determinação de intervalos de com-
provação para equipamentos de medição
B - Bibliografia Esta NBR ISO 10012-1 inclui tanto requisitos (no item 4)
quanto orientações na implementação destes.

Introdução
No intuito de distinguir claramente entre requisitos e
orientação, no item 4 esta última é apresentada em tipo itá-
Esta NBR ISO 10012-1 é usada na relação comprador/for-
lico, com o texto emoldurado, sob o título “ORIENTAÇÃO”,
necedor, sendo ambos os termos interpretados no sen-
após cada parágrafo correspondente.
tido mais amplo. O “fornecedor” pode ser um fabricante,
um instalador ou uma organização de assistência técnica
responsável por fornecer um produto ou um serviço. O O texto sob o título “ORIENTAÇÃO” é, apenas, para infor-
“comprador” pode ser um órgão de suprimentos ou um mação e não contém requisitos. Afirmações feitas nesse
cliente que usa o produto ou serviço. Os “Fornecedores” se texto não devem ser interpretadas como adicionais, limi-
tornam “compradores” quando adquirem insumos e tadoras ou modificadoras de qualquer requisito.
serviços de subfornecedores ou de outras fontes ex-
ternas. O objeto da negociação relativa a esta NOTA - O uso do gênero masculino nesta NBR ISO 10012-1
NBR ISO 10012-1 pode ser um projeto, um item, um pro- não tem a intenção de excluir o gênero feminino, quando aplica-
duto ou um serviço. Esta NBR ISO 10012-1 pode ser do a pessoas. Similarmente, o uso do singular não exclui o plu-
aplicada, mediante acordo, e a outras situações. ral (e vice-versa) quando o sentido o permitir.

Referência a esta NBR ISO 10012-1 pode ser feita: 1 Objetivo

- por um comprador ao especificar produtos ou 1.1 Esta NBR ISO 10012-1 contém requisitos de garantia
serviços requeridos; da qualidade para um fornecedor assegurar que medições
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2 NBR ISO 10012-1/1993

sejam realizadas com a exatidão pretendida, bem como NBR 19003:1990 (ISO 9003), Sistemas da qualidade - Mo-
orientações quanto à implementação destes. delo para garantia da qualidade em inspeções e ensaios
finais.
1.2 Esta NBR ISO 10012-1 especifica as principais carac-
terísticas do sistema de comprovação a ser utilizado para NBR 19004:1990 (ISO 9004), Gestão da qualidade e ele-
os equipamentos de medição do fornecedor. mentos do sistema da qualidade - Diretrizes.

1.3 Esta NBR ISO 10012-1 é aplicada apenas a equipa- ISO/IEC GUIDE 30:1991, Terms and definitions used in
mentos de medição utilizados na demonstração da con- connection with reference materials.
cordância com a especificação. Esta NBR ISO 10012-1
não se ocupa extensivamente de outros elementos que
ABNT ISO/IEC GUIA 25:1993, Requisitos gerais para a ca-
possam afetar resultados de medições tais como méto-
pacitação de laboratórios de aferição e ensaios.
dos de medição, competência do pessoal, etc., pois es-
tes são tratados mais especificamente em outras normas,
como naquelas mencionadas em 1.4. BIPM/IEC/ISO/OIML, International vocabulary of basic
and general terms in metrology: 1984.
1.4 Esta NBR ISO 10012-1 é aplicável:
3 Definições
- a laboratórios de ensaio, incluindo aqueles pres-
tadores de serviços de aferição, abrangemdo la- Para os propósitos desta NBR ISO 10012-1, são aplicá-
boratórios possuidores de um sistema da quali- veis as definições a seguir relacionadas que, em sua
dade em conformidade com o ABNT ISO/IEC maioria, baseiam-se na terminologia internacional de
GUIA 25; termos básicos e gerais em metrologia (VIM): 1984.
Também são relevantes os termos definidos na NBR ISO
- a fornecedores de produtos ou serviços possui- 8402, cujas referências pertinentes são indicadas entre
dores de um sistema da qualidade no qual re- colchetes após as definições.
sultados de medição são utilizados para de-
monstrar conformidade com requisitos especi- 3.1 comprovação metrológica: Conjunto de operações
ficados, incluindo sistemas operacionais que necessárias para assegurar-se de que um dado equipa-
atendem aos requisitos das normas NBR 19001 mento de medição está em condições de conformidade
(ISO 9001), NBR 19002 (ISO 9002) e NBR 19003 com os requisitos para o uso pretendido.
(ISO 9003). A orientação fornecida pela NBR
19004 (ISO 9004) também é importante; NOTAS

- a outras organizações onde a medição é utiliza-


1 Comprovação metrológica normalmente inclui, entre outras
da para demonstrar conformidade com requisitos
atividades, aferição, alguma calibração ou manutenção necessá-
especificados.
ria e subseqüente reaferição, bem como alguma lacração ou
etiquetagem necessária.
1.5 O papel do comprador de monitorizar a confor-
midade do fornecedor com os requisitos desta
NBR ISO 10012-1 pode ser desempenhado por uma ter- 2 Nesta NBR ISO 10012-1, faz-se referência a este termo usan-
ceira parte, como uma organização de credenciamento do-se apenas “comprovação”.
ou certificação.
3.2 equipamento de medição: Todos os instrumentos
2 Referências normativas de medição, padrões de medição, materiais de referên-
cia, dispositivos auxiliares e instruções necessárias para a
As normas relacionadas contêm disposições que, atra- execução da medição, incluindo o equipamento de medi-
vés de referências neste texto, constituem prescrições ção usado no decorrer do ensaio e da inspeção, bem co-
desta NBR ISO 10012-1. Na época da publicação desta mo aquele usado na aferição.
NBR ISO 10012-1, as edições indicadas eram válidas. To-
das as normas estão sujeitas a revisão, e as partes inte- NOTA - Nesta NBR ISO 10012-1, o termo “equipamento de
ressadas dos acordos baseados nesta NBR ISO 10012-1 medição” engloba “instrumentos de medição”, e “padrões de
são encorajadas a investigar a possibilidade da utilização medição” Além disso, um “material de referência” é considera-
das edições mais recentes das normas indicadas a se- do uma espécie de “padrão de medição”.
guir. A ABNT mantém registros das normas válidas atual-
mente. 3.3 medição: Conjunto de operações que tem por obje-
tivo determinar o valor de uma grandeza.
NBR ISO 8402:1993, Gestão da qualidade e garantia da
qualidade - Terminologia.
[VIM, 2.01]
NBR 19001:1990 (ISO 9001), Sistemas da qualidade - Mo-
3.4 mensurando: Grandeza submetida à medição.
delo para garantia da qualidade em projetos/desen-
volvimento, produção, instalação e assistência técnica.
NOTA - Conforme apropriado, esta pode ser a “grande-
NBR 19002:1990 (ISO 9002), Sistemas da qualidade - Mo- za medida” ou a “grandeza a ser medida”.
delo para garantia da qualidade em produção e instala-
ção. [VIM, 2.09]
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NBR ISO 10012-1/1993 3

3.5 grandeza de influência: Grandeza não sujeita à me- NOTAS


dição, mas que influencia o valor do mensurando ou a
indicação do instrumento de medição. 1 A correção é igual ao erro sistemático considerado, mas com
sinal oposto.
EXEMPLOS
2 Uma vez que o erro sistemático não possa ser conhecido exa-
temperatura ambiente; freqüência de uma voltagem alter- tamente, a correção está sujeita a incerteza.
nada medida.
[VIM, 3.14]
[VIM, 2.10]
3.10 instrumento de medição: Dispositivo destinado a
3.6 exatidão da medição: Proximidade entre o resultado fazer medição, quer só, quer em conjunto com equipa-
de uma medição e o valor real (convencional) do men- mentos suplementares.
surando.
[VIM, 4.01]
NOTAS
3.11 calibração: Operação que tem por objetivo levar
1 “Exatidão” é um conceito qualitativo. o instrumento de medição a uma condição de desempe-
nho e ausência de erros sistemáticos, adequados ao seu
2 Deve-se evitar o uso do termo “precisão” no lugar de “exatidão”. uso.

[VIM, 3.05] [VIM, 4.33]

3.7 incerteza da medição: Resultado de uma avaliação 3.12 faixa de medição especificada: Conjunto de valo-
que tem por fim caracterizar a faixa dentro da qual se es- res, para um mensurando, dentro do qual se assume
pera que o valor real do mensurando se encontre, geral- que o erro do instrumento de medição estará dentro dos
mente com uma dada probabilidade. limites especificados.

NOTAS
NOTA - A incerteza da medição inclui, em geral, muitos fato-
res. Alguns destes podem ser estimados com base na distribui-
1 Os limites superior e inferior da faixa de medição especifica-
ção estatística de resultados de séries de medições e podem
da são chamados, algumas vezes, de “capacidade máxima” e
ser caracterizados por desvios-padrões experimentais. Estimati-
“capacidade mínima”, respectivamente.
vas de outros fatores podem somente ser baseadas na experiên-
cia ou em outras informações.
2 Em alguns outros campos do conhecimento, “faixa” é usada
para significar a diferença entre o maior valor e o menor.
[VIM, 3.09]
[VIM, 5.04]
3.8 erro (absoluto) de medição: Resultado de uma medi-
ção menos o valor real do mensurando.
3.13 condições de referência: Condições de uso para um
instrumento de medição estabelecidas para ensaios de
NOTAS
desempenho, ou para garantir uma comparação válida
entre resultados de medições.
1 Ver “valor real ( de uma grandeza)” e “valor real convencional
(de uma grandeza)” em VIM.
NOTA - As condições de referência geralmente especificam “va-
lores de referência” ou “faixas de referência” para as grandezas de
2 O termo se relaciona igualmente com influência que afetam o instrumento de medição.

- a indicação; [VIM, 5.07]

- o resultado não-corrigido; 3.14 resolução (de um dispositivo indicador): Expres-


são quantitativa da capacidade de um dispositivo indica-
- o resultado corrigido. dor permitir uma distinção significativa entre valores ime-
diatamente próximos da grandeza indicada.
3 As partes conhecidas do erro de medição podem ser
compensadas pela aplicação de correções apropriadas. O erro de [VIM, 5.13]
um resultado corrigido pode somente ser caracterizado por uma
incerteza. 3.15 estabilidade: Capacidade de um instrumento de me-
dição manter constantes suas características metroló-
4 “Erro absoluto”, que tem um sinal, não deve ser confundido com gicas.
o “valor de um erro absoluto” que é o módulo de um erro.
NOTA - É comum considerar a estabilidade em relação ao tem-
[VIM, 3.10] po. Quando a estabilidade é considerada em relação a outra
grandeza qualquer, esta condição deve ser declarada explicita-
3.9 correção: Valor que, adicionado algebricamente a um mente.
resultado não-corrigido de uma medição, compensa um
erro sistemático considerado. [VIM, 5.16]
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3.16 derivação: Lenta variação com o tempo de uma ca- nais ou nacionais, através de uma cadeia ininterrupta
racterística metrológica de um instrumento de medição. de comparações.

[VIM, 5.18] NOTA - A cadeia ininterrupta de comparações é chamada de


“cadeia de rastreabilidade”.
3.17 limites de erro permissível (de um instrumento
de medição): Valores extremos de um erro, permitidos [VIM, 6.12]
pelas especificações, regulamentos, etc. para um dado
instrumento de medição. 3.23 aferição: Conjunto de operações que estabelece,
sob condições específicas, a relação dos valores indica-
[VIM, 5.23] dos por um instrumento ou sistema de medição, ou dos
valores representados por uma medição material ou de um
3.18 padrão (de medição): Medida material, instrumen- material de referência com os valores correspondentes
to de medição, material de referência ou sistema de me- de uma grandeza determinada por um padrão de referên-
dição que definem, concretizam, conservam ou reprodu- cia.
zem uma unidade, ou um ou mais valores de uma gran-
deza, para transferí-los a outros instrumentos de medi- NOTAS
ção, por comparação.
1 O resultado de uma aferição permite a estimativa de erros de
EXEMPLOS: indicação de um instrumento de medição, sistema de medição
ou medida material, ou a atribuição de valores a marcas em es-
a) massa-padrão de 1kg; calas arbitrárias.

b) bloco-padrão; 2 A aferição pode determinar também outras propriedades me-


trológicas.
c) resistência-padrão de 100 W ;
3 O resultado de uma aferição pode ser registrado num docu-
d) célula-padrão de Weston; mento, às vezes chamado de “certificado de aferição” ou “relató-
rio de aferição”.
e) padrão de freqüência de césio atômico;
4 O resultado de uma aferição, algumas vezes, é expresso co-
f) solução de cortisol, em soro humano, como padrão
mo uma correção ou um “fator de aferição”, ou uma “curva de
de concentração.
aferição”.

[VIM, 6.01]
[VIM, 6.13]
3.19 material de referência: Material ou substância dos
3.24 auditoria (da qualidade): Exame sistemático e in-
quais uma ou mais propriedades são suficientemente
dependente para determinar se as atividades da qualida-
bem estabelecidas para serem usadas para a aferição de
de e seus resultados estão de acordo com as disposi-
um aparelho, a avaliação de um método de medição ou a
ções planejadas, e se estas estão implementadas efetiva-
atribuição de valores a materiais.
mente e se são adequadas à consecução dos objetivos.
NOTA - Esta definição foi extraída do ISO/IEC Guide 30, onde
existem várias notas. NOTA - A auditoria da qualidade se aplica essencialmente, mas
não está limitada, a um sistema da qualidade ou aos elemen-
[VIM, 6.15] tos deste, a processos, produtos ou serviços. Tais auditorias são
chamadas, freqüentemente, de “auditorias do sistema da qua-
3.20 padrão (de medição) internacional: Padrão reco- lidade”, “auditoria da qualidade do processo”, “auditoria da qua-
nhecido por um acordo internacional para servir, inter- lidade do produto”, “auditoria da qualidade do serviço”.
nacionalmente, como a base para a fixação do valor de to-
dos os outros padrões da referida grandeza. [NBR ISO 8402, 4.9]

[VIM, 6.06] 3.25 análise crítica pela administração (do sistema da


qualidade): Avaliação formal, pela alta administração, do
3.21 padrão (de medição) nacional: Padrão reconheci- estado e adequação do sistema da qualidade em relação
do por uma decisão nacional oficial para servir, em um à política da qualidade e seus objetivos.
país, como a base para a fixação do valor de todos os ou-
tros padrões da referida grandeza. [NBR ISO 8402, 3.9]

NOTA - O padrão nacional em um país é, freqüentemente, 4 Requisitos


um “padrão primário”.
4.1 Generalidades
[VIM, 6.07]
O fornecedor deve documentar os métodos usados para
3.22 rastreabilidade: Propriedade do resultado de uma implementar os dispositivos desta NBR ISO 10012-1. Es-
medição pela qual esta pode ser relacionada com os ta documentação deve ser parte integrante do sistema
padrões de medição apropriados, geralmente internacio- da qualidade do fornecedor, bem como ser específica
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quanto aos equipamentos que são sujeitos a estes dis-


ORIENTAÇÃO
positivos, em termos de atribuição de responsabilidades
e ações a serem tomadas. O fornecedor deve colocar à
O propósito de um sistema de comprovação é
disposição do comprador evidências objetivas de que a
assegurar que o risco de um equipamento de
exatidão requerida é obtida.
medição produzir resultados com erros inaceitáveis
permaneça dentro de limites aceitáveis.
4.2 Equipamento de medição Recomenda-se o uso de métodos estatísticos
adequados para analisar os resultados de aferições
O equipamento de medição deve ter as características anteriores, para avaliar os resultados de aferição
metrológicas requeridas para o uso pretendido (por exem- de diversos equipamentos de medição similares e
plo: exatidão, estabilidade, faixa e resolução). para prever incertezas cumulativas.

O equipamento e a documentação devem ser mantidos [Ver NBR 19004:1990 (ISO 9004), 13.1]
de forma a levar em consideração quaisquer correções,
condições de uso (incluindo condições ambientais), etc. O erro imputável à aferição deve ser tão pequeno
que sejam necessárias para atingir o desempenho reque- quanto possível. Na maioria das áreas de medição
rido. não deveria ser maior do que um terço e, de prefe-
rência, um décimo do erro permissível do equipa-
mento comprovado quando em uso.
O desempenho requerido deve ser documentado.
É comum fazer a aferição associada a alguma com-
ORIENTAÇÃO provação sob as condições de referência, mas
quando é sabido que as condições de operação
O conjunto de características metrológicas (requisitos es- são significativamente diferentes das condições de
pecíficos) é um componente essencial do sistema referência, a aferição pode ser realizada dentro de
de comprovação. Espera-se que o fornecedor in- valores apropriados das grandezas de influência.
clua em seus procedimentos uma lista dos requisi- Quando isto for impraticável, a devida correção
tos especificados. Fontes usuais de tais requisitos deve ser feita considerando-se as diferenças
incluem literatura do fabricante, regulamentos, etc. nas condições.
Sempre que as fontes forem inadequadas, o forne-
cedor deve, ele mesmo, determinar os requisitos. Para um equipamento comercial é usual aceitar as
informações de desempenho dadas pelo fabrican-
4.3 Sistema de comprovação te como critério de desempenho e exatidão satisfa-
tórios. No entanto, algumas vezes é necessário
adequar as informações dadas pelo fabricante.
O fornecedor deve estabelecer e manter um sistema do-
cumentado efetivo para a gestão, comprovação e uso de
Quando não há informação do fabricante sobre o
equipamentos de medição, incluindo os padrões de me-
desempenho, os critérios para um desempenho sa-
dição utilizados para demonstrar a conformidade com
tisfatório devem ser determinados pela experiência.
requisitos especificados. Este sistema deve ser projeta-
do para garantir que todos os equipamentos de medição
Alguns instrumentos, como os detectores de zero
tenham um desempenho conforme pretendido. O siste-
e os detectores de coincidência, necessitam de
ma deve prover a prevenção de erros fora dos limites es-
aferição e comprovação periódicas, apenas no
pecificados de erro permissível, pela imediata detecção
sentido restrito de verificação funcional para garan-
das deficiências e pronta ação para sua correção.
tir que estão operando corretamente.

O sistema de comprovação deve levar em consideração Uma verificação muito útil de que o instrumento de
todos os dados pertinentes, incluindo aqueles disponí- medição continua a medir corretamente pode ser
veis de qualquer sistema de controle estatístico de proces- feita pela utilização de um padrão de trabalho apli-
so utilizado pelo ou para o fornecedor. cado ao instrumento pelo usuário. Esta verificação
demonstrará se, no valor ou valores verificados e
Para cada equipamento de medição, o fornecedor deve dentro das condições de verificação, o instrumen-to
designar um membro competente da sua equipe como ainda está operando corretamente. O padrão de
representante autorizado para garantir que as comprova- trabalho necessita ser aferido e comprovado, e de-
ções sejam executadas de acordo com o sistema e que o ve ser simples e robusto de forma que os resul-
equipamento apresente condições satisfatórias. tados obtidos por ele possam, com confiança, ser
atribuídos ao instrumento e não a mudanças no
Nos casos em que algumas ou todas as comprovações próprio padrão de trabalho. O uso de um padrão
de um fornecedor (incluindo a aferição) são substituídas de trabalho, de maneira nenhuma, substitui a aferi-
ou complementadas por serviços de terceiros, o fornece- ção e comprovação regular do instrumento, mas
dor deve garantir que estes terceiros também atendem seu uso pode evitar a utilização de um instrumen-
aos requisitos desta NBR ISO 10012-1 na extensão neces- to que, dentro do intervalo entre duas comprova-
sária para assegurar a conformidade do fornecedor com ções formais, perca a conformidade com as espe-
os requisitos. cificações.
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4.4 Auditoria periódica e análise crítica do sistema de condições controladas da aferição. Pode ser per-
comprovação tinente compensar o fato, reduzindo os limites de
aceitação do produto. A extensão desta redução
O fornecedor deve executar, ou mandar executar, audito- depende de circunstâncias particulares e é uma
rias periódicas e sistemáticas da qualidade do sistema questão a ser julgada, baseando-se na experiên-
de comprovação para garantir sua contínua e efetiva im- cia. (Ver item 4.17)
plementação e conformidade com os requisitos desta NBR
ISO 10012-1. A utilização de métodos estatísticos é recomenda-
da para monitorizar e controlar a incerteza de me-
Baseado nos resultados da auditoria da qualidade e ou- dição de forma contínua. [Ver NBR 19004:1990),
tros fatores pertinentes, tais como realimentação por par- item 13.1]
te dos compradores, o fornecedor deve analisar
criticamente o sistema e modificálo, quando necessário. 4.7 Procedimentos de comprovação documentados

Os planos e procedimentos para a auditoria da qualidade O fornecedor deve definir e utilizar procedimentos do-
e análise crítica, devem ser documentados. A condução cumentados para todas as comprovações realizadas.
da auditoria da qualidade e da análise crítica, bem como
as ações corretivas subseqüentes, devem ser registradas. O fornecedor deve assegurar que todos os procedimen-
tos documentados sejam adequados às suas finalida-
4.5 Planejamento des. Os procedimentos devem conter, em particular, in-
formações suficientes para garantir a sua implementa-
O fornecedor deve analisar criticamente qualquer requisi- ção correta, para assegurar consistência de utilização en-
to relevante do comprador, ou outros requisitos técnicos, tre uma aplicação e outra, bem como resultados de medi-
antes de iniciar o trabalho em produtos e serviços, e deve ção válidos.
assegurar que os equipamentos de medição (incluindo
padrões de medição) necessários para o desempenho do Os procedimentos devem estar disponíveis, conforme ne-
trabalho estão disponíveis e possuem a exatidão, estabi- cessário, para a equipe envolvida na execução das com-
lidade, faixa e resolução adequados para a aplicação pre- provações.
tendida.
ORIENTAÇÃO
ORIENTAÇÃO
Os procedimentos podem ser limitados, mas não
Esta análise crítica deve ser executada o mais cedo necessariamente, a uma compilação de práticas
possível, de modo a permitir um planejamento de medição padrão publicadas e a instruções escri-
abrangente e efetivo do sistema de comprovação tas do comprador ou do fabricante de um instru-
do fornecedor. mento. A quantidade de detalhes dos procedimen-
tos deve ser compatível com a complexidade
4.6 Incerteza de medição do processo de comprovação.

Ao efetuar medições e ao relatar e fazer uso dos resulta- Estes métodos podem ser elaborados, utilizando-
dos, o fornecedor deve levar em conta todas as incerte- se técnicas de controle estatístico do processo,
zas significativas identificadas no processo de medição, quando os padrões e instrumentos de medição são
inclusive aquelas atribuíveis ao equipamento de medição intercomparados internamente, quando as deriva-
(inclusive aos padrões de medição), e aquelas para as ções e falhas são determinadas, e quando as ações
quais contribuíram os procedimentos pessoais e o am- corretivas necessárias são tomadas. O controle es-
biente. tatístico do processo é um suporte à aferição re-
gular e reforça a confiança nos resultados da medi-
Ao estimar as incertezas, o fornecedor deve levar em con- ção durante os intervalos entre comprovações.
ta todos os dados pertinentes, incluindo aqueles disponí-
veis de qualquer sistema de controle estatístico de pro- 4.8 Registros
cesso utilizado pelo ou para o fornecedor.
O fornecedor deve manter os registros da marca, tipo e sé-
ORIENTAÇÃO rie (ou outra identificação) de todos os instrumentos de
medição relevantes (inclusive os padrões de medição).
Uma vez demonstrado pela aferição que o equipa- Estes registros devem demonstrar a capacidade de me-
mento de medição tem desempenho correto (den- dição de cada equipamento de medição. Qualquer cer-
tro das especificações), admite-se normalmente tificado de aferição ou outra informação relevante, per-
que os erros surgidos durante o uso não excedem tinente ao funcionamento, deve estar disponível.
os limites especificados de erro permissível.
ORIENTAÇÃO
Parte-se do pressuposto de que o equipamento
continue assim até a próxima aferição e compro- Os registros podem ser manuscritos, datilografa-
vação. Pode não ocorrer desta forma se o equipa- dos, microfilmados ou armazenados numa memó-
mento estiver sob condições de uso freqüentemen- ria eletrônica, ou magnética, ou em outro meio de
te bem mais severas, quando comparadas com as armazenamento de dados.
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O fornecedor deve manter claramente documentados os


O tempo mínimo de retenção destes registros de-
procedimentos relativos à retenção (inclusive duração) e
pende de muitos fatores como: requisitos do com-
salvaguarda dos registros, os quais devem ser mantidos
prador, requisitos reguladores ou legais, responsa-
até que não haja mais a probabilidade de sua utilização.
bilidade civil do fabricante, etc.

Os registros relativos aos principais padrões de ORIENTAÇÃO


medição podem estar sujeitos a retenção indefini-
da. O fornecedor deve tomar todas as providências ne-
cessárias para assegurar que os registros não se-
Os resultados de aferição devem ser registrados com jam destruídos inadvertidamente.
detalhes suficientes de modo que a rastreabilidade de
todas as medições possa ser demonstrada e qualquer 4.9 Equipamento de medição não-conforme
medição possa ser reproduzida sob condições semelhan-
tes às condições originais, facilitando, assim, a solução
de quaisquer irregularidades. Qualquer equipamento de medição

As informações registradas devem incluir: - que tenha sofrido algum dano,

a) a descrição e identificação individual do equipa- - que tenha sido sobrecarregado ou manuseado


mento; impropriamente,

b) a data em que cada comprovação foi realizada;


- que apresente algum mau funcionamento,
c) os resultados de aferição obtidos após, e quando
relevante, antes de qualquer calibração e manu- - cujo funcionamento está sujeito a dúvidas,
tenção;
- que tenha ultrapassado o intervalo estabelecido
ORIENTAÇÃO para a comprovação, e

Em alguns casos, o resultado da aferição é apre-


- cuja integridade do lacre foi violada,
sentado como o atendimento, ou o não atendimen-
to, a um requisito.
deve ser retirado de operação, segregado, e identificado
d) os intervalos especificados para a comprovação; ou etiquetado de forma bem visível.

e) a identificação dos procedimentos de comprova- Este equipamento não deve retornar ao uso até que as
ção; causas da não-conformidade tenham sido eliminadas, e
até ser ele novamente comprovado.
f) os limites especificados para os erros permissí-
veis;
Se os resultados de aferição anterior a qualquer calibra-
ção ou manutenção, forem tais que indiquem risco de er-
g) a fonte de aferição utilizada para obter rastreabi-
ros significativos em qualquer uma das medições realiza-
lidade;
das com o equipamento antes da aferição, o fornecedor
deve tomar as ações corretivas necessárias.
h) as condições ambientais relevantes e uma decla-
ração sobre quaisquer correções necessárias para
este caso; ORIENTAÇÃO

i) uma declaração das incertezas envolvidas na afe- Quando o equipamento de medição é considerado
rição do equipamento e seus efeitos cumulati- inexato, ou de alguma maneira, deficiente, é usual
vos; calibrar, recondicionar ou repará-lo até que
ele funcione corretamente.
j) os detalhes sobre quaisquer manutenções, tais
como, assistência técnica, calibrações, reparos e Na impossibilidade de assim proceder, deve-se re-
modificações realizadas; baixar sua classificação ou sucatá-lo. O rebaixa-
mento de classificação deve ser adotado somen-
k) qualquer limitação ao uso;
te com muito cuidado, uma vez que equipamentos
aparentemente idênticos podem ter erros permis-
l) a identificação da(s) pessoa(s) que realizou(aram)
síveis diferentes, fato que é notado somente pelo
a comprovação;
exame cuidadoso da etiqueta mencionada
em 4.10.
m) a identificação da(s) pessoa(s) responsável(eis)
por assegurar a exatidão da informação registrada;
Neste caso, torna-se necessária uma recompro-
n) a identificação individual (tal como o número de sé- vação para um conjunto de requisitos menos se-
rie) de qualquer certificado de aferição e outros vero.
documentos pertinentes.
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8 NBR ISO 10012-1/1993

antes de ter ocorrido qualquer provável mudança na


No caso de um instrumento de multifunções ou exatidão que seja significativa para o uso do equipamento.
multifaixas, quando é possível demonstrar que es- Dependendo dos resultados das aferições em
te continua intacto em uma ou mais das suas fun- comprovações anteriores, os intervalos de comprovação
ções ou faixas, ele pode continuar a ser utilizado podem ser reduzidos, caso seja necessário, para garantir
nas funções e/ou faixas preservadas, desde que uma exatidão contínua.
seja devidamente etiquetado, indicando as restri-
ções de seu uso. Todas as providências necessá- Os intervalos de comprovação não podem ser aumenta-
rias devem ser tomadas para evitar o uso do instru- dos, exceto quando os resultados de aferições em com-
mento nas funções ou faixas, em que o defeito se provações anteriores fornecerem indicações claras de
apresenta. que tal ação não afeta a confiança na exatidão do equi-
pamento de medição.
4.10 Etiqueta de comprovação

O fornecedor deve assegurar que todo equipamento de O fornecedor deve ter critérios objetivos específicos nos
medição seja, de maneira segura e durável, etiquetado, quais se baseiam as decisões que afetam a escolha do
codificado ou identificado de outra forma quanto ao seu intervalo de comprovação.
estado de comprovação. Qualquer limitação na com-
provação, ou qualquer restrição de uso, deve também Ao determinar se as mudanças nos intervalos de com-
ser indicada no equipamento. Quando a utilização de eti- provação são adequadas, o fornecedor deve levar em
queta ou código for impraticável ou inadequada, proce- conta todos os dados pertinentes, incluindo aqueles
dimentos alternativos efetivos devem ser estabelecidos disponíveis de qualquer sistema de controle estatístico
e documentados. do processo utilizado pelo ou para o fornecedor.

ORIENTAÇÃO ORIENTAÇÃO

A etiquetagem pode ser feita utilizando uma etique- O objetivo da comprovação periódica do equipa-
ta auto-adesiva segura, uma etiqueta amarrada mento de medição é assegurar que o equipamen-
ao equipamento ou uma marcação durável no equi- to não sofreu deterioração na exatidão e evitar que
pamento de medição. ele seja utilizado quando existir uma significativa
possibilidade de produzir resultados errados.
Qualquer etiqueta de comprovação deve indicar, clara-
mente, a próxima data da comprovação de acordo com o É impossível determinar um intervalo de compro-
sistema do fornecedor, o representante autorizado (ver vação tão pequeno que realmente exclua a pos-
4.3) responsável pela comprovação, e a data da última sibilidade do equipamento se tornar defeituoso an-
comprovação. tes de expirar o prazo previsto para a próxima com-
provação.
Devem ser tomadas todas as providências necessárias
para evitar o uso indevido, intencional ou acidental, de
Uma comprovação freqüente é dispendiosa e tira
etiqueta.
o equipamento de serviço, exigindo a sua substi-
O equipamento de medição que não requerer compro- tuição ou a interrupção do trabalho em que estava
vação, deve ser claramente identificado como tal, de mo- sendo utilizado. Portanto, é necessário que um
do a diferenciar-se dos demais que a requerem, mas cu- compromisso, entre o intervalo e o custo da com-
ja etiqueta se perdeu ou extraviou. provação, seja estabelecido.

ORIENTAÇÃO Até que evidências estatísticas suficientes das ta-


xas de não-conformidade tenham sido obtidas por
Esta condição pode ser atendida através de docu- uma organização em particular, os intervalos de
mentação. comprovação somente podem ser determinados
a partir da experiência de terceiros (cujas circuns-
Nos casos em que uma parte significativa da capaci- tâncias podem ser diferentes) ou por estimativa.
dade total do equipamento de medição não estiver co-
berta pela comprovação, este fato deve estar indicado na Em certos campos de aplicação, o fornecedor po-
etiqueta de comprovação. de ter que determinar os intervalos de comprova-
ção de acordo com requisitos legais ou técnicos.
ORIENTAÇÃO
Recomendações para a escolha dos intervalos de
Um exemplo é um instrumento multifaixas que é
comprovação encontram-se no anexo A.
comprovado e utilizado em apenas algumas das
suas faixas.
4.12 Lacre de integridade
4.11 Intervalos de comprovação
O acesso a dispositivos no equipamento de medição, cu-
Os equipamentos de medição (inclusive padrões de me- jo ajuste afete seu desempenho, deve ser lacrado ou pro-
dição) devem ser comprovados a intervalos apropria- tegido de outra maneira, no estágio apropriado da com-
dos (normalmente periódicos), estabelecidos com base provação, a fim de evitar adulterações por pessoal não
na sua estabilidade, propósito e uso. Os intervalos devem autorizado. Os lacres devem ser projetados de tal modo
ser tais que a comprovação seja realizada novamente que qualquer adulteração seja claramente notada.
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O sistema de comprovação do fornecedor deve conter 4.15 Rastreabilidade


instruções para o uso de tais lacres e para a retirada de uso
de equipamentos com lacres danificados ou quebrados. Todo equipamento de medição deve ser aferido utilizando-
se padrões de medição que sejam rastreáveis a padrões
ORIENTAÇÃO de medição internacionais ou nacionais compatíveis
com as recomendações da Conferência Geral para Pesos
O requisito de utilização de lacre não se aplica a dis- e Medidas (CGPM). Nos casos em que não existam pa-
positivos que estão previstos para serem calibra- drões de medição internacionais ou nacionais (por exem-
das pelo usuário sem a necessidade de referências plo, para dureza), a rastreabilidade deve ser estabeleci-
externas; como, por exemplo, os calibradores de da em relação a outros padrões de medição (por exemplo,
zero. materiais de referência apropriados, padrões de medição
de consenso, ou padrões de medição industriais) que se-
As decisões sobre que instrumentos devem ser jam aceitos internacionalmente no campo respectivo.
selados, os controles ou calibrações lacrados, bem
como que materiais devem ser utilizados para o la- Todos os padrões de medição empregados no sistema
cre, tais como etiquetas, solda, arame, tinta, etc., de comprovação devem estar cobertos por certifica-
são, normalmente, deixadas a cargo do fornece- dos, relatórios ou folhas de dados para o equipamento, que
dor. A forma pela qual o fornecedor implementa , atestem a fonte, data, incerteza e as condições sob as
em detalhes, o programa de utilização de lacre de- quais os resultados foram obtidos. Cada documento deve
ve ser documentada. Nem todo equipamento de estar assinado por signátario aprovado que ateste a exatidão
medição requer a utilização de lacre. dos resultados.

O fornecedor deve manter evidências documentadas de


4.13 Uso de produtos e serviços de terceiros
que cada aferição da cadeia de rastreabilidade foi exe-
cutada.
O fornecedor deve-se assegurar de que os produtos e
serviços de terceiros têm o nível de qualidade requerido, ORIENTAÇÃO
nos casos em que estes produtos ou serviços (inclusive a
aferição) afetem significativamente a confiabilidade das Em alguns países, os padrões nacionais de medi-
medições do fornecedor. ção são estabelecidos por um decreto oficial em
termos de um artefato específico (ou um grupo de-
ORIENTAÇÃO les) como padrão de medição em vez de o serem
com referência aos requisitos técnicos recomen-
O fornecedor pode assegurar-se da qualidade de dados pela CGPM. Contudo, em quase todas as
produtos e serviços de terceiros usando, quando situações em que esta NBR ISO 10012-1 tem pro-
disponíveis, fontes formalmente credenciadas. babilidade de ser usada, as diferenças destas duas
(No entanto, o uso de tais fontes não diminui a res- fontes de rastreabilidade dificilmente darão mar-
ponsabilidade do fornecedor para com o compra- gem a problemas na metrologia prática.
dor.) Quando não são usadas fontes externas cre-
denciadas, e o próprio fornecedor faz a avaliação de A rastreabilidade válida pode ser alcançada atra-
terceiros, pode ser exigida dele uma evidência for- vés do uso de valores aceitos de constantes físi-
mal de sua competência para fazer tal avaliação. cas naturais (por exemplo, temperaturas de mu-
danças de fase), de materiais de referência, de téc-
4.14 Armazenamento e manuseio nicas de auto-aferição do tipo relação entre gran-
dezas e de montagem de escalas. A incerteza re-
O fornecedor deve estabelecer e manter um sistema para sultante pode ser maior do que a que seria obti-
recebimento, manuseio, transporte, armazenamento e da pela comparação direta a um padrão de medi-
expedição de equipamentos de medição, a fim de evitar ção internacional ou nacional.
abusos, mau uso, danos e modificações das característi-
Um exemplo de auto-aferição do tipo relação entre
cas dimensionais e funcionais.
grandezas na proporção de 1:1 é o método de pe-
sagem dupla de Gauss usando uma balança de
Providências devem ser tomadas, bem como documen-
braços nominalmente iguais. No campo das medi-
tadas, para evitar mistura de equipamentos similares.
ções elétricas podem ser obtidas muitas propor-
ções exatas, usando-se transformadores adequa-
ORIENTAÇÃO damente construídos (divisores de tensão induti-
vos) e comparadores de corrente contínua.
Embora os requisitos desta NBR ISO 10012-1 se
apliquem especificamente aos equipamentos de Um exemplo de montagem de uma escala, é o es-
medição que fazem parte do sistema de medição tabelecimento de uma escala exata de massas
do próprio fornecedor, obviamente é de boa prá- pela intercomparação de massas de valor unitário,
tica se estenderem os cuidados aos equipamen- utilizando-as em combinações apropriadas para
stos de medição que pertençam ao comprador, resultar em uma escala 1, 2, 3, 4, 5, etc. Na prática,
mas que foram recebidos pelo fornecedor para re- por economia, é freqüentemente usado um con-
paros, manutenção ou aferição. Os requisitos re- junto de massas 1-1, 2-2, 5, 10, 20-20, 50, etc. Mé-
lativos ao manuseio de equipamentos recebidos todos similares são usados em outros campos de
para ensaio ou aferição por um laboratório são medição, contudo é preciso tomar cuidado para que
encontrados no ABNT ISO/IEC GUIA 25. os componentes sejam realmente aditivos.
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Deve-se dar a devida consideração à temperatura, taxa de


O fornecedor pode prover a evidência documenta- mudanças de temperatura, umidade, iluminação, vibração,
da de rastreabilidade pela obtenção de suas aferi- controle de poeira, limpeza, interferência eletromagné-
ções por uma fonte formalmente credenciada. tica e outros fatores que podem afetar os resultados das
medições. Quando pertinentes, estes fatores devem ser
4.16 Efeito cumulativo das incertezas
continuamente monitorizados e registrados, e, caso seja
necessário, devem ser aplicadas correções aos resulta-
O efeito cumulativo das incertezas de cada etapa su-
dos da medição. Os registros devem conter os dados
cessiva em uma cadeia de aferições deve ser levado em
originais e os corrigidos. As correções, quando aplicadas,
consideração para cada padrão de medição e equipa-
devem ser criteriosamente fundamentadas.
mento comprovado. Ações devem ser tomadas quando a
incerteza total comprometer significativamente a
ORIENTAÇÃO
capacidade de se fazerem medições dentro dos limites
de erro permissível. Os componentes significativos da
O fabricante de um padrão ou instrumento de medi-
incerteza total devem ser registrados. Também deve ser
ção fornece normalmente uma especificação com
registrado o método de combinação destes componen-
as faixas e cargas máximas, juntamente com as
tes.
condições ambientais limites para o uso correto
ORIENTAÇÃO do dispositivo. Quando esta informação está dispo-
nível, ela deve ser usada para estabelecer as
Uma “cadeia de aferições” implica que o valor de condições de uso e para determinar se é necessário
cada padrão de medição na cadeia tenha seu va- qualquer controle para manter estas condições.
lor determinado, usando-se outro padrão de medi-
ção, normalmente de incerteza menor, até um pa- É permitido limitar as condições de uso, mas é de-
drão internacional ou nacional de medição. saconselhável ampliá-las.

4.17 Condições ambientais 4.18 Pessoal

Os padrões e equipamentos de medição devem ser afe- O fornecedor deve assegurar que todas as comprova-
ridos, calibrados e usados em ambiente controlado na ções são realizadas por uma equipe com as qualifica-
extensão necessária para assegurar a validade dos resulta- ções, treinamento, experiência, aptidão e supervisão ade-
dos das medições. quados.

/ANEXO A
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Anexo A
(informativo)

Diretrizes para determinação de intervalos de comprovação para equipamentos de medição

NOTA - Este anexo é baseado no Documento Internacional Neste anexo são apresentados alguns métodos para a se-
Nº 10 OIML leção inicial dos intervalos de comprovação e para o ajus-
te desses intervalos com base na experiência.
A.1 Introdução
A.2 Escolha inicial dos intervalos de comprovação
Um aspecto importante da operação eficiente de um sis-
tema de comprovação é o estabelecimento do período A base para a decisão inicial na determinação de interva-
máximo entre sucessivas comprovações de padrões e los de comprovação é, invariavelmente, a chamada intui-
equipamentos de medição. Um grande número de fato- ção técnica. Alguém com experiência em medições em
res influencia a freqüência de comprovação. Os mais im- geral ou no equipamento de medição a ser comprovado
portantes entre estes, são: em particular e, de preferência, com conhecimento de in-
tervalos usados por outros laboratórios, faz uma estimati-
a) tipo de equipamento; va para cada equipamento, ou grupo de equipamentos,
quanto à extensão de tempo em que ele deve-se manter
b) recomendações do fabricante; dentro da tolerância após a comprovação.

c) dados de tendência conseguidos por registros Os fatores a serem considerados são:


de aferições anteriores;
a) recomendação do fabricante do equipamento;
d) registro histórico de manutenção e assistência téc-
b) extensão e severidade de uso;
nica;
c) influência do ambiente;
e) extensão e severidade de uso;
d) exatidão pretendida da medição.
f) tendência a desgaste e derivação;
A.3 Métodos para análise crítica dos intervalos
g) freqüência de verificação cruzada com outros equi- de comprovação
pamentos de medição, em especial padrões de
medição; Um sistema que mantém intervalos de comprovação sem
análise crítica, determinados tão somente pela intuição
h) freqüência e formalismo das aferições em uso; técnica, não é considerado suficientemente confiável.

i) condições ambientais (temperatura, umidade, vi- Uma vez que a comprovação esteja estabelecida de for-
bração, etc.); ma rotineira, deve ser possível um ajuste nos intervalos, a
fim de se otimizar o equilíbrio entre riscos e custos, como
j) exatidão pretendida da medição; foi mencionado na introdução. Provavelmente, deve-se
chegar à conclusão de que os intervalos escolhidos ini-
k) conseqüências de um valor medido incorretamen- cialmente não estão dando os resultados ótimos deseja-
te ser aceito como correto devido a defeito do dos: determinados equipamentos podem ser menos con-
equipamento. fiáveis do que o esperado; sua utilização pode não ser a es-
perada; pode ser suficiente uma comprovação parcial em
De modo geral, não se pode ignorar o custo ao se deter- determinados equipamentos em vez de uma comprova-
minar os intervalos de comprovação, tornando-se es- ção plena; a derivação determinada pela aferição regular
te, portanto, um fator limitador. Por todos os fatores rela- do equipamento pode mostrar que intervalos de com-
cionados, é óbvio que seria impossível elaborar uma provação maiores são possíveis sem o aumento dos
listagem de intervalos de comprovação aplicável univer- riscos, etc.
salmente. É mais útil apresentar diretrizes sobre como
os intervalos de comprovação podem ser estabelecidos Se a escassez de recursos financeiros ou humanos exigir
e, posteriormente, analisados criticamente quando a uma dilatação dos intervalos de comprovação, não se de-
comprovação estiver implementada de forma rotineira. ve esquecer que os custos com o uso de equipamentos
de medição inexatos podem ser significativos. Se for feita
Existem dois critérios básicos e opostos que precisam es- uma estimativa destes custos, pode-se concluir que é mais
tar em equilíbrio quando da decisão sobre os intervalos de econômico investir na comprovação reduzindo seus
comprovação para cada equipamento de medição. São intervalos.
eles:
Existe uma gama de métodos disponíveis para análise
a) o risco de o equipamento de medição não estar crítica dos intervalos de comprovação. Eles diferem quan-
em conformidade com a especificação, quando to ao fato de:
em uso, deve ser tão pequeno quanto possível;
- os equipamentos serem tratados individualmen-
b) os custos de comprovação devem ser mantidos te ou em grupos (por exemplo, por fabricante ou
no mínimo. por tipo);
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12 NBR ISO 10012-1/1993

- os equipamentos não estarem em conformida- pamentos que retornam no seu intervalo de comprovação
de com as especificações devido a derivações estabelecido e apresentam erros excessivos, ou que, de
com o passar do tempo, ou pelo uso; alguma maneira, estão não-conformes, é determinada e
expressa como proporção da quantidade total de equi-
- os dados estarem disponíveis, e se atribuir im- pamentos, daquele grupo, comprovados durante um da-
portância ao histórico das aferições dos equi- do período. Ao determinar os equipamentos não-confor-
pamentos. mes, os que estiverem visivelmente danificados, ou os que
forem devolvidos pelo usuário como suspeitos, ou defei-
Não existe um método ideal adequado a toda a gama de tuosos, não são considerados, uma vez que eles não de-
equipamentos existentes. vem causar erros de medição.

A.3.1 Método 1: Ajuste automático ou “escalonado” Se a proporção de equipamentos não-conformes é ex-


cessivamente alta, deve-se reduzir o intervalo de compro-
Cada vez que um equipamento é comprovado de forma vação. Se um subgrupo em particular (tal como de um fa-
rotineira, o intervalo subseqüente pode ser estendido, bricante ou tipo específico) não se comportar como os
caso seja considerado dentro dos limites de tolerância, demais componentes do grupo, este subgrupo deve ser
ou reduzido, se estiver fora destes limites. Esta resposta removido para um grupo diferente, com intervalos de com-
“escalonada” pode produzir um ajuste rápido dos inter- provação diferentes.
valos, além de ser de fácil execução e não exigir grandes
esforços administrativos. Quando os registros são man- O período durante o qual o desempenho é avaliado deve
tidos e utilizados, possíveis falhas com um grupo de ser tão pequeno quanto possível, compatível com a obten-
equipamentos podem ser evidenciadas, indicando a ne- ção de uma quantidade, estatisticamente significativa, de
cessidade de uma modificação técnica ou manutenção equipamentos comprovados de um determinado grupo.
preventiva.
Se a proporção de equipamentos não-conformes de um
Uma desvantagem de sistemas que tratam de equipa- determinado grupo for comprovadamente muito baixa,
mentos individualmente pode ser a dificuldade em man- pode ser economicamente justificável ampliar o intervalo
ter a carga de trabalho de comprovação uniforme e balan- da comprovação.
ceada, requerendo um planejamento detalhado anteci-
pado. Outros métodos estatísticos podem ser usados.
A.3.2 Método 2: Gráfico de controle
A.3.4 Método 4: Tempo em uso
São escolhidos os mesmos pontos de aferição de ca-
Este método é uma variação dos métodos anteriores. O
da comprovação e os resultados são levados a um gráfico
método básico permanece inalterado, mas o intervalo de
em função do tempo. A partir destes gráficos, são cal-
comprovação é expresso em horas de uso em vez de
culadas a dispersão e a derivação, sendo esta ou a deri-
meses decorridos. Um equipamento pode ser provido de
vação média num intervalo de comprovação ou, no caso
um indicador de tempo e quando este alcançar um certo
de um equipamento muito estável, a derivação ao longo
valor especificado, o equipamento é encaminhado para
de vários intervalos. A partir destes números pode ser
comprovação. A importante vantagem teórica deste mé-
calculada a derivação efetiva.
todo é que o número de comprovações realizadas e, por-
tanto, o custo de comprovação variam diretamente com
O método é de difícil aplicação, especialmente no caso de
o período de tempo durante o qual o equipamento é usa-
equipamentos complicados e seu uso praticamente só é
do. Além disso, existe uma verificação automática da uti-
possível com processamento automático de dados. An-
lização do equipamento.
tes de iniciar os cálculos, é necessário um conhecimento
considerável da lei de variabilidade do equipamento, ou
de um equipamento similar. Também neste método é di- Contudo, há inúmeras desvantagens práticas e estas in-
fícil atingir uma carga de trabalho equilibrada. Contudo, cluem:
permite uma variação considerável dos intervalos de com-
provação em relação àqueles preestabelecidos, sem a) o método não pode ser usado com instrumentos
que se invalidem os cálculos; a confiabilidade pode ser de medição passivos (por exemplo, atenuadores)
calculada e, pelo menos teoricamente, fornece interva- ou com padrões de medição passivos (resistores,
los de comprovação eficientes. Além disso, os cálculos de capacitores, etc.);
dispersão indicam se os limites da especificação do fabri-
cante são razoáveis e se a análise da derivação encontra- b) o método não deve ser usado quando o equipa-
da pode ajudar a indicar a sua causa. mento é sabidamente sujeito a derivação ou de-
terioração, quando guardado na prateleira, ou
A.3.3 Método 3: Histórico quando manipulado, ou submetido a uma série de
ciclos curtos de liga/desliga; de qualquer manei-
Os equipamentos de medição são inicialmente agrupa- ra deve-se ter o histórico como apoio;
dos com base na sua similaridade de construção e na
semelhança esperada de sua confiabilidade e estabili- c) o custo inicial para a compra e instalação de indica-
dade. O intervalo de comprovação é definido para o gru- dores de tempo adequados é alto, e uma vez que
po, com base inicial na intuição técnica. os usuários podem interferir no seu uso, talvez
seja necessária uma atividade de supervisão, o
Em cada grupo de equipamentos, a quantidade de equi- que também aumenta os custos;
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d) é ainda mais difícil conseguir um fluxo de trabalho car os parâmetros selecionados. Se, pela utilização da
uniforme com este método do que com os an- “caixa preta”, é detectado que o equipamento está não-
teriormente mencionados, uma vez que o laborató- conforme, ele é encaminhado para uma comprovação ple-
rio de aferição não tem conhecimento da da- na.
ta na qual termina o intervalo de comprovação.
A grande vantagem deste método é que ele proporcio-
A.3.5 Método 5: Ensaio “em serviço” ou de “caixa na disponibilidade máxima ao usuário do equipamento. É
preta” bastante conveniente para equipamentos distantes geo-
graficamente do laboratório de aferição, uma vez que uma
Este método é complementar à comprovação plena. Po- comprovação plena é feita, apenas, quando realmente
de fornecer informações preliminares úteis sobre as ca- necessária, ou com intervalos de comprovação amplia-
racterísticas do equipamento de medição entre as com- dos. A principal dificuldade reside em decidir sobre os pa-
provações plenas e pode dar orientação sobre a ade- râmetros críticos e o projeto da “caixa preta”.
quação do programa de comprovação.
Embora teoricamente o método apresente um alto grau
Este método é uma variação dos métodos 1 e 2 e é es- de confiabilidade, é ao mesmo tempo ligeiramente am-
pecialmente adequado para instrumentos complexos e bíguo, uma vez que o equipamento pode falhar em al-
bancadas de ensaio. Os parâmetros críticos são verifica- gum parâmetro que não seja medido pela “caixa preta”.
dos freqüentemente (uma ou até mais vezes por dia) por Além disso, as características da própria “caixa preta” po-
um dispositivo de aferição portátil ou de preferência uma dem não ser constantes, e ela própria precisa ser com-
“caixa preta” construída especificamente para verifi- provada regularmente.

/ANEXO B
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Anexo B
(informativo)

Bibliografia

[1] NBR 19000:1990 (ISO 9000), Normas de gestão da [4] OIML International Document Nº. 16, Principles of
qualidade e garantia da qualidade - Diretrizes para se- assurance of metrological control.
leção e uso.
[5] AQAP 7 (NATO), Guide for evaluation of a contractor’s
[2] ABNT ISO/IEC Guia 43, Desenvolvimento e opera-
measurement and calibration system.
ção de ensaios de proficiência de laboratório

[3] OIML International Document Nº. 10, Guidelines for [6] European Organization for Quality, Glossary of terms
the determination of recalibration intervals of used in the management of quality.
measuring equipment used in testing laboratories.

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