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• Dramático – trata-se
se do texto escrito para a) a mudança de tempo e ação na 1ª estrofe.
ser encenado no teatro. b) o verso livre e a pontuação regular.
Corregedor – Ó arrais dos gloriosos, c) a visão das coisas sob um ponto de vista afastado.
passai-nos neste batel! d) a unidade de espaço fragmentado na visão do poeta.
Anjo – Oh, pragas pera papel
pera as almas odiosos! (UERJ)) Com base no texto abaixo,
aba responda às questões de
Como vindes preciosos, números 1 e 2.
sendo filhos da ciência!
Corregedor – Oh, habetatis, clemência I
e passai-nos como vossos!
Parvo – Hou, homem dos breviários, "O GERENTE — Este hotel está na berra!
rapinastis coelhorum Jamais houve nesta terra
et pernis perdigotorum Um hotel assim mais tal!
e mijais nos campanários! Toda a gente, meus senhores,
(“Auto da barca do inferno” - Gil Vicente) Toda a gente ao vê-lo diz:
Que os não há superiores
• É pico – nesse gênero há a presença de um Na cidade de Paris!
narrador
ador que fundamentalmente conta a história Que belo hotel excepcional
passada de terceiros. Isso implica certo O Grande Hotel da Capital
distanciamento entre o narrador e o assunto tratado. Federal!
São geralmente losngos e narram histórias de um CORO — Que belo hotel excepcional, etc...."
povo ou uma nação, envolvendo aventuras,
guerras, viagens, gestos históricos,
ricos, etc. Exemplos: II
Ilíada, de Homero; Os Lusíadas,, de Luís de
Camões. "O GERENTE — Nesta casa não é raro
Protestar algum freguês:
EXERCÍCIOS Coisa é muito natural!
Acha bom, mas acha caro
1. (UEG-2006) Quando chega o fim do mês.
Por ser bom precisamente,
Literatura 1
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Literatura 2
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Aliteração Zeugma
Repetição de sons consonantais (consoantes). Omissão de um termo que já apareceu antes. Utilizada,
sobretudo, nas orações comparativas.
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das
características marcantes do Simbolismo, assim como a Ex: "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O
sinestesia. meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico
Buarque)
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos
violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes Hipérbato
/ Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de
Violões que choram. Cruz e Souza) Alteração ou inversão da ordem direta dos termos na
oração, ou das orações no período. São determinadas por
Assonância ênfase e podem até gerar
rar anacolutos.
Literatura 3
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Termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. se um deles a enterrar o dedo no tornozelo
Ex.: "Distrai-se
Normalmente, inicia-se se uma determinada construção inchado."
sintática e depois se opta por outra.
Metonímia
Ex: Minha vida, tudo não passa de alguns anos sem
importância. Substituição de um nome por outro em virtude de haver
entre eles associação de significado.
Anáfora
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro)
Repetição de uma mesma palavra no início
io de versos ou Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-
vice
frases. versa - barbearia)
Bebi dois copos dee leite (continente pelo conteúdo -
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha leite)
a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos)
(Chico Buarque)
Antonomásia, perífrase
Silepse
Substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou
É a concordância com a idéia, e não com a palavra escrita. por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão
Existem três tipos: entre nome e seu aposto.
a) de gênero:
ro: São Paulo continua poluída (= a cidade Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei
de São Paulo). das selvas = o leão
b) de número: O casal não veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas. Sinestesia
Comparação Anadiplose
Consiste em aproximar dois seres pela sua semelhança, de É a repetição de palavra ou expressão de fim de um
modo que as características de uma sejam atribuídas a membro de frase no começo de outro membro de frase.
outro; usando conectivos.
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que
Ex.: Lívia é linda como sua mãe. amargamente condena os motivos dados."
"Pede-se
se aos senhores a aplicação da justiça. Justiça
Metáfora que outra coisa não é senão a razão do Direito."
Emprego de palavras fora do seu sentido normal, por IV. Figuras de pensamento
analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo
comparativo. Antítese
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Aproximação de termos ouu frases que se opõem pelo
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." sentido.
(Luís Gonzaga Junior)
Literatura 4
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Ex: "Onde queres prazer sou o que dói, Nos exercícios de número 1 a 21, faça a associação de
E onde queres tortura, mansidão acordo com o seguinte código:
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido sou herói.” (Caetano Veloso) a) elipse g) anacoluto
Eu sou velho, você é moço. b) zeugma h) silepse de gênero
c) pleonasmo i) silepse de número
Paradoxo d) polissíndeto j) silepse de pessoa
e) assíndeto l) anáfora
Ocorre na exposição contraditória de idéias É uma verdade f) hipérbato
enunciada com aparência de mentira.
1. ( ) “Dizem que os cariocas somos pouco
Ex: “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) dados aos jardins públicos.”(Machado de
"Eu sou um velho moço." Assis)
“Amor é fogo que arde sem se ver; 2. ( ) “Aquela mina de ouro, ele não ia
É ferida que dói e não se sente; deixar que outras espertas botassem as mãos.”
É um contentamento descontente; (José Lins do Rego)
É dor que desatina sem doer” (Camões) 3. ( ) “Este prefácio,
prefácio apesar de interessante,
inútil.” (Mário Andrade)
Eufemismo 4. ( ) “Era véspera de Natal, as horas
passavam, ele devia de querer estar ao lado de
Consiste em "suavizar"
izar" alguma idéia desagradável. lá-Dijina,
Dijina, em sua casa deles dois, da outra
banda, na Lapa-Laje.”
Laje.” (Guimarães Rosa)
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), 5. ( ) “Em volta: leões deitados, pombas
Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado) voando, ramalhetes de flores com laços de
fitas, o Zé-Povinho
Povinho de chapéu erguido.”
Hipérbole (Aníbal Machado)
6. ( ) “Sob os tetos abatidos e entre os
Exagero de uma idéia com finalidade expressiva.
expressiva esteios fumegantes, deslizavam melhor, a
salvo, ou tinham mais invioláveis esconderijos,
Ex: Estou morrendo de sede. os sertanejos emboscados. “ (Euclides da
Ela é louca pelos filhos. Cunha)
7. ( ) V. Exa. está cansado?
Ironia 8. ( ) “Caça, ninguém não pegava... (Mário
Utilização de termo com sentido oposto ao original, de Andrade)
obtendo-se, assim, valor irônico. 9. ( ) “Mas, me escute, a gente vamos chegar
lá.”(Guimarães Rosa)
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. 10. ( ) “Grande parte, porém, dos membros
daquela
quela assembléia estavam longe destas
Gradação idéias.”(Alexandre Herculano)
11. ( ) “E brinquei, e dancei e fui Vestido de
rei....”(Chico Buarque)
Apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) 12. ( ) “Wilfredo foge. O horror vai com ele,
ou descendente (anticlímax). inclemente. Foge, corre, e vacila, e tropeça e
resvala, E levanta-se,
levanta e foge
Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não alucinadamente....”(Olavo Bilac)
saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente." 13. ( ) “Agachou-se,
“Agachou atiçou o fogo, apanhou
uma brasa com a colher, acendeu o cachimbo,
Prosopopéia, personificação, animismo pôs-sese a chupar o canudo do taquari cheio de
sarro.” (Graciliano Ramos)
É a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres 14. ( ) “Tão bom se ela estivesse viva me ver
irracionais e inanimados. assim.” (Antônioo Olavo Pereira)
15. ( ) “Coisa curiosa é gente velha. Como
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de comem!” (Aníbal Machado)
aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc) 16. ( ) “Sonhei que estava sonhando um
sonho sonhado.”(Martinho da Vila)
Exercícios 17. ( ) “Rubião fez um gesto. Palha outro;
mas quão diferentes.”( Machado de Assis)
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Literatura 6
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Literatura 7
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O Arcadismo no Brasil tem seu surgimento "Não toques, minha musa, não, não toques
marcado por dois aspectos centrais. De um lado, o Na sonorosa lira,
dualismo dos escritores brasileiros do século XVIII, que, ao Que às almas, como a minha, namoradas
namorada
mesmo tempo, seguiam os modelos culturais europeus e se Doces canções inspira:
interessavam
nteressavam pela natureza e pelos problemas específicos Assopra no clarim que apenas soa,
da colônia brasileira; de outro a influência das idéias Enche de assombro a terra!
iluministas sobre nossos escritores e intelectuais, que Naquele, a cujo som cantou Homero,
acarretou o movimento da Inconfidência Mineira e sua Cantou Virgílio a guerra."
trágicas implicações: prisão, exílio,
io, enforcamento, morte. Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu.
Dirceu
O Arcadismo no Brasil iniciou-se se oficialmente com Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, s/d. p. 30.
a publicação das Obras poéticas, de Cláudio Manuel da
Costa. Marília de Dirceu apresenta um dos principais traços do
Dentre os autores árcades destacam-se: Arcadismo.A opção que aponta essa característica temática,
• Na lírica: Cláudio Manuel da Costa, Tomás presente no texto, é
Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga; a) O bucolismo.
• Na épica: Basílio da Gama, Santa Rita b) A presença de valores ou elementos clássicos.
Durão e Cláudio Manuel da Costa; c) O pessimismo e negatividade.
• Na sátira: Tomás Antônio Gonzaga. d) A fixação do momento
ento presente.
e) A descrição sensual da mulher amada.
Exercícios
4. (Ufscar-SP)
LXII
"Onde estou? Este sítio desconheço:
Torno a ver-vos, ó montes; ó destino Quem fez diferente aquele prado?
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros; Tudo outra natureza tem tomado;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros E em contemplá-lo
lo tímido esmoreço.
Pelo traje da Corte rico, e fino.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
Aqui estou entre Almendro, entre Corino, De estar a ela um dia reclinado.
Os meus fiéis, os meus doces companheiros, Ali em vale um monte está mudado:
Vendo correr os míseros vaqueiros Quanto pode dos anos o progresso!
Atrás de seu cansado desatino. Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Se o bem desta choupana pode tanto, Nem troncos vejo agora decadentes.
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Literatura 9
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Literatura 11
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Literatura 12
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I – Busca o perene humano no drama da existência . a) Preocupa-sese com princípios estéticos e acredita
II – Defende a documentação de fatos e a que a criação literária deve decorrer de uma
impessoalidade do autor perante a obra. elaborada produção dos autores.
III – Estética literária restritamente brasileira; seu b) Refuga o Romantismo, na medida em que os
criador é Machado de Assis. autores desse período reivindicaram uma estética
a) São corretas apenas II e III. oposta à clássica.
b) Apenas III é correta. c) Entende a arte como um conjunto de princípios
c) As três afirmações são corretas. estéticos consagrados, que não pode ser manipulado
d) São corretas I e III. por movimentos literários específicos.
Literatura 13
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d) Defende a idéia de que cada movimento literário pelo autor de “artísticos”). Ao primeiro grupo pertencem os
deve ter um programa estético rígido e inviolável. romances: “Uma Lágrima de Mulher”; “Memórias de Um
e) Entende que Naturalismo e o Parnasianismo Condenado”; “Mistérios da Tijuca”; “Filomena Borges”;
constituem soluções ideal para pôr termo à falta de “O Esqueleto”; e “A Mortalha de Alzira”. Ao segundo,
invenção dos românticos. pertencem os três maiores romances
romanc de Aluísio: “Casa de
Pensão”, “O Mulato” e “O Cortiço” (já citados). É
NATURALISMO importante citar que essa divisão não constitui fases, como
no caso de Machado de Assis, os romances românticos
O Realismo e o Naturalismo apresentam semelhanças eram alternados com os naturalistas.
(ambos voltados para a realidade) e diferenças entre si. O
Realismo retrata o homem interagindo com seu meio O cortiço representa uma conquista
conquis definitiva do nosso
social, enquanto o Naturalismo mostra o homem como romance, pois, pela primeira vez na literatura brasileira, um
produto de forças “naturais”; desenvolve temas voltados
v escritor dá vida e corpo a um agrupamento humano, uma
para a análise do comportamento patológico do homem, de habitação coletiva.
suas taras sexuais, de seu lado animalesco.
Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é mero produto 1895)
2) Raul Pompéia (1863-1895)
da hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio
em que vive e sobre o qual age. Estreou muito cedo na literatura, em 1860, com uma novela
romanesca, Uma tragédia no Amazonas. Dedicou-se ao
A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os jornalismo, foi colaborador da Gazeta de Notícias,
naturalistas, esses acreditavam ser a seleção natural que publicando aí e em outros periódicos, a partir de 1881,
impulsionava a transformação das espécies. Assim, crônicas e contos, além da novela As jóias da coroa, uma
predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e sátira agressiva feita à família imperial, sem valos literário.
o natural, retratando a agressividade,
sividade, a violência, o
erotismo como elementos que compõe a personalidade se na literatura brasileira por causa
Entretanto, notabilizou-se
humana. de um único livro, O ateneu,, publicado em 1888, no qual
assimilou e integrou todas as tendências literárias de seu
Os escritores naturalistas brasileiros, com raras exceções, tempo.
em vez de se dedicarem ao estudo de grupos humanos, que
refletiam melhor a problemática social do Brasil de então,
ent Exercícios
detiveram-sese mais em casos individuais de temperamento
patológico. No Brasil, a prosa naturalista foi influenciada 1. Leia atentamente:
por Eça de Queirós com as obras O crime do padre Amaro
e O primo Basílio,, publicadas na década de 1870. Aluísio I. "A segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o
de Azevedo com a obra O mulato,, publicada em 1881, progresso tecnológico, o socialismo utópico, a filosofia
marcou o início do Naturalismo brasileiro, a obra O positivista de Augusto Comte, o evolucionismo formam o
cortiço,, de 1890, também de sua autoria, marcou essa contexto sócio-político-econômico
econômico-filosófico-científico em
tendência. Nesse mesmo ano, embora despercebido, que se desenvolveu a estética realista".
aparece também o livro de Rodolfo Teófilo, A fome. No
ano seguinte surge O missionário,, de Inglês de Souza; II. "O escritor realista acerca--se dos objetos e das pessoas
seguido de A normalista (1892) e O bom crioulo (1895), de de um modo pessoal, apoiando-se
apoiando na intuição e nos
Adolfo de Caminha. sentimentos".
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PARNASIANISMO
Literatura 16
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3) Alberto de Oliveira (1875-1937) I. Para bem definir como entendia o trabalho de um poeta,
Olavo Bilac comparou-oo ao de um joalheiro, ou seja:
Foi o poeta que melhor se adequou aos princípios escrever poesia assemelha-sese à perfeita lapidação de uma
parnasianos e, ao mesmo tempo, uma espécie de líder do matéria preciosa.
movimento. Sua poesia é fria e intelectualizada, com um II. Pelas convicções que lhe são próprias, esse movimento
gosto acentuado pelo preciosismo formal e lingüístico. se distancia da espontaneidade e do sentimentalismo que
muitos românticos valorizavam.
Defendia a “arte pela arte” e, em vez de se interessar pela III. Por se identificarem com os ideais da antigüidade
realidade brasileira,
eira, preferia buscar inspiração nos modelos clássica, é comum que os poetas mais representativos desse
de
clássicos que perseguia: os poetas barrocos e árcades estilo aludam aos mitos daquela época.
portugueses. Dentre suas obras destacam-se: se: Meridionais Está correto o que se afirma em:
(1884) e Versos e rimas (1895).
a) II, apenas.
Exercícios b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
Música brasileira d) II e III, apenas.
"Tens, às vezes, o fogo soberano e) I, II e III.
Do amor: encerras na cadência, acesa
Em requebros e encantos de impureza, 3. O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em
Todo o feitiço do pecado humano. fins do século XIX) apresentam,
ntam, em sua caracterização,
Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza pontos em comum. São eles:
Dos desertos, das matas e do oceano:
Bárbara poracé, banzo africano, a) Bucolismo e busca da simplicidade de expressão.
E soluços de trova portuguesa. b) Amor galante e temas pastoris.
És samba e jongo, xiba e fado, cujos c) Ausência de subjetividade e presença da temática e da
Acordes são desejos e orfandades mitologia greco-latina.
De selvagens, cativos e marujos: d) Preferência pelas formas poéticas
p fixas, como o soneto, e
E em nostalgias e paixões consistes, pelas rimas ricas.
Lasciva dor, beijo de três saudades, e) A arte pela arte e o retorno à natureza.
Flor amorosa de três raças tristes."
BILAC, Olavo. Obra reunida.. Rio de Janeiro: Nova
N O poema a seguir, de Raimundo Correia, é a base para as
Aguilar, 1996. questões de números 9 a 11.
As pombas
“Vai-se
se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais
ais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
1. Com base na leitura do poema e sabendo que Olavo Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Bilac é um dos maiores expoentes da poesia parnasiana no Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Brasil, julgue os itens que se seguem. Voltam todas em bando e em revoada...
revoada..
(I) São características do Parnasianismo, presentes no Também dos corações onde abotoam,
poema: a arte pela arte, a impassibilidade, a economia Os sonhos, um por um, céleres voam,
vocabular, a poesia descritiva, a revalorização da mitologia.
mitologia Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Literatura 17
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Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, da época. Essa preocupação provoca uma mudança na
E eles aos corações não voltam mais...” linguagem poética, que busca então novos ritmos, mais
próximos às sugestões musicais, ao contrário dos
4. (Unifesp/SP) O poema de Raimundo Correia ilustra o parnasianos
os que relacionavam a poesia à escultura.
Parnasianismo brasileiro. Dele, podem-se se depreender as
seguintes características desse movimento literário: Principais características:
a) Soneto em versos decassílabos, com predominância de
descrição e vocabulário seleto. • linguagem vaga, fluida, que prefere sugerir
inância de narração e ênfase
b) Versos livres, com predominância a nomear;
nos aspectos sonoros. • presença abundante de metáforas,
c) Versos sem rima, liberdade na expressão dos comparações, aliterações, assonâncias,
sentimentos e recorrência às imagens. paranomásias, sinestesias;
d) Soneto com versos livres, exploração do plano imagético • subjetivismo;
e sonoro. • antimaterialismo, anti-racionalismo;
e) Soneto com rimas raras, com descrição e presença
prese da • misticismo, dor de existir;
mitologia. • desejo de transcendência, de integração
cósmica;
5. (Unifesp/SP) Há uma equivalência entre os dois • interesse pelo noturno, pelo istério e pela
quartetos e os dois tercetos do poema. Assim, é correto morte;
afirmar que pombas, metaforicamente, representa
• interesse pela exploração das zonas
a) A adolescência.
desconhecidas da mente humana (o inconsciente e
b) Os sonhos.
o subconsciente) e pela loucura.
c) Os corações.
d) O envelhecimento.
Principais autores:
e) A desilusão.
• Cruz e Sousa (1861-1898);
(1861
6. (Unifesp/SP) Os dois últimos versos do poema revelam
a) Um enobrecimento da velhice após a realização dos • Alphonsus de Guimaraens (1870-1921).
(1870
sonhos de juventude.
b) Uma mentalidade conformista em relação ao amor e às Exercícios
desilusões vividas na juventude.
c) Uma irritação com a dificuldade de se realizarem os As questões a seguir tomam por base um texto do poeta
sonhos. simbolista brasileiro Alphonsus de Guimaraens (1870-
(1870
d) Um relativo menosprezo para com os sentimentos 1921).
humanos vividos na juventude.
e) Uma visão pessimista da condição humana em relação à Eras a sombra do poente
vida e ao tempo.
"Eras a sombra do poente
Simbolismo Em calmarias bem calmas;
E no ermo agreste, silente,
No final do século XIX, em reação ao espírito
espí materialista Palmeira cheia de palmas.
e objetivo do Realismo, Naturalismo e Parnasianismo, Eras a canção de outrora,
surge o movimento simbolista. Por entre nuvens de prece;
Palidez que ao longe cora
Sua origem é francesa e a data de seu início no Brasil é E beijo que aos lábios desce.
1893, quando Cruz e Sousa publica seus livros Missal Eras a harmonia esparsa
(poemas em prosa) e Broquéis (poesias). Em violas e violoncelos:
E como um vôo de garça
Embora
bora ainda continue com o preciosismo vocabular Em solitários castelos.
parnasiano, o poeta simbolista caminha numa outra Eras tudo, tudo quanto
direção, pois não pretende descrever minuciosamente a De suave esperança existe;
realidade através de uma atitude impessoal, mas, ao Manto dos pobres e manto
contrário, consciente do mistério do Universo, procura
proc Com que as chagas me cobriste.
antes sugeri-la,
la, por meio de uma linguagem evocadora, Eras o Cordeiro, a Pomba,
plena de elementos sensoriais (cores, sons, perfumes, etc.). A crença que o amor renova...
Os temas são: os mistérios do mundo, o fascínio da morte e És agora a cruz que tomba
do desconhecido, os contrastes entre o real e o irreal, o À beira da tua cova.”
dualismo humano (espírito
írito e matéria), envolvendo a poesia
numa aura de espiritualismo em oposição oa materialismo
Literatura 18
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Sacrários virgens, sacrossantas urnas, Euclides deixou também vários outros escritos – tratados,
Os céus resplendem de sidéreas rosas, cartas, artigos –,, todos relacionados ao país, às suas
Da Lua e das Estrelas majestosas. características regionais, geográficas e culturais.
Iluminando a escuridão das furnas.
Ah! Por estes sinfônicos ocasos. 1922)
2. Lima Barreto (1881-1922)
A terra exala aromas de áureos vasos,
Incensos de turíbulos divinos. Foi um escritor de seu tempo e de sua terra. Anotou,
Os plenilúnios mórbidos vaporam [...] registrou, fixou e criticou asperamente quase todos os
E como que no Azul plangem e choram. acontecimentos da República. Em sua obra, encontram-se
encontram
Cítaras, harpas, bandolins, violinos [...]" os episódios da insurreição antiflorianista, a campanha
camp
SOUSA, Cruz e. Obra completa. Org. Andrade Murici. contra a febre amarela, a política de valorização do café, o
Rio de Janeiro: Nova Aguilar,1995. p. 86. governo do Marechal Hermes da Fonseca, a participação do
Brasil na Primeira Guerra Mundial, o advento do
Sobre o autor e o poema citados acima, é INCORRETA feminismo. Juntam-se se a isso a paixão de Lima Barreto por
a afirmativa: sua cidade, o Rio de Janeiro,, com seus subúrbios, sua gente
pobre e seus dramas humildes, e a crítica a políticos da
a) O autor explora sensações impalpáveis, época. O escritor também foi um dos poucos em nossa
vagas; utilizando-se
se de linguagem hermética, literatura que lutaram contra o preconceito racial. Essa
difícil, busca expressar o belo e o sublime de um abordagem está presente, por exemplo, nos romances Clara
cenário mais interiorizado do que real. dos Anjos, Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá e do quase
b) Cruz e Sousa, autor simbolista, faz uso do autobiográfico Recordações do escrivão Isaías Caminha.
Caminha
verso decassílabo, freqüente também na n poética Seu principal romance é Triste fim de Policarpo Quaresma.
Quaresma
parnasiana.
c) No poema são intensamente explorados os 3. Monteiro Lobato (1882-1948)
1948)
sentidos da audição, visão e olfato, buscando
transmitir ao leitor as impressões do eu lírico Foi um dos escritores brasileiros de maior prestígio, por
diante do pôr-do-sol. causa da sua atuação como intelectual polêmico e autor de
d) O poema apresenta uma visão subjetiva da histórias infantis. Sua ação, além do circo literário, estende-
estende
natureza, em que o fenômeno do ocaso
ocas é mais se também ao plano da luta política e social.
sugerido que descrito.
e) No poema, expressivo do ideal da “arte Como escritor literário destaca-se
destaca no gênero conto. O
pela arte”, é evidente o repúdio ao subjetivismo e à universo retratado geralmente é dos vilarejos decadentes e
emoção, pela utilização de vocabulário preciso e as populações do Vale do Paraíba, quando da crise do café.
raro. Principais obras: Urupês,
Urupês O Sítio do Picapau
Amarelo, Negrinha, Cidades mortas.
mortas
Pré-Modernismo
4. Augusto dos Anjos (1884-1914)
(1884
A literatura brasileira atravessa um período de
transição nas
as primeiras décadas do século XX. De um Sua obra é de grande originalidade. Considerado por alguns
lado, ainda há ainfluência das tendências artísticas da como poeta simbolista, apresenta na verdade uma
segunda metade do século XIX; de outro, já começa a experiência única na literatura universal: a união do
ser preparada a grande renovação modernista, que se Simbolismo com o cientificismo naturalista.
inicia em 1922, com a Semana de Arte Moderna. A
esse período
ríodo de transição, que não chegou a constituir Os poemas de sua única obra, Eu (1912), chocam pela
um movimento literário, chamou-se se Pré-Modernismo.
Pré agressividade do vocabulário e pela visão dramaticamente
angustiante da matéria, da vida e do cosmos. Sua poesia é
Principais autores do Pré-Modernismo marcada pela união de duas concepções de mundo
distintas: de um lado, a objetividade do átomo; de outro, a
1. Euclides da Cunha (1866-1909) dor cósmica, que busca o sentido da existência humana.
Nasceu no Rio de Janeiro e viveu durante algum tempo em 4. Graça Aranha (1868-1931)
(1868
São Paulo. Em 1897, foi enviado como correspondente ao
sertão da Bahia pelo jornal O Estado de S. Paulo,
Paulo para Escreveu uma única obra Canaã,
Canaã em 1902, romance de tese
cobrir as três últimas semanas da guerra de Canudos. Seis que retrata a vida numa colônia de imigrantes europeus no
anos depois, o autor lançou Os sertões,, obra que narra e Espírito Santo. Durante os 20 anos seguintes, José Pereira
analisa os acontecimentos de Canudos à luz das teorias da Graça Aranha percorreu vários países europeus como
científicas da época. diplomata, acompanhando,, assim, os rumos da arte
moderna. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna,
proferindo seu discurso inaugural, no dia 13 de fevereiro.
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a) Fale sobre o tema que aproxima os dois textos. a) Assim como os modernistas, Lobato critica a visão
b) Destaque do texto de Gregório de Matos um par de idealizada que os românticos tinham do índio; para ele, o
versos que tenha “uma figura de oposição” muito comum romantismo brasileiro havia sido mera imitação da escola
ao Barroco, classificando-a. francesa, tendo apenas adaptado ao cenário dos trópicos as
c) Aponte na prosa de Lima Barreto “uma figura de efeito idéias de Rousseau.
sonoro” que seja comum ao gênero lírico, classificando-a.
classificando b) Para Lobato, o realismo naturalista irá acertar o tom da
literatura brasileira, fugindo à caricatura para revelar outras
2. (UFSM-RS) Leia o soneto a seguir. deficiências do caboclo nacional, cuja índole ele investiga
com apoio da ciência evolucionista; por isto, o naturalismo
Psicologia de um vencido projeta-se como a literatura
teratura do futuro, por associar ao
"Eu, filho do carbono e do amoníaco, cientificismo alta dosagem de qualidade poética.
Monstro de escuridão e rutilância, c) A fraqueza moral e muscular do selvagem brasileiro —
Sofro, desde a epigênesis da infância, que Lobato julgava capaz de "moquear a linda menina"
A influência má dos signos do zodíaco. Ceci "num bom braseiro", em vez de amá-la
amá perdidamente,
Profundissimamente hipocondríaco, como fez Peri — corresponde à mesma visão que Mário de
Este ambiente me causa repugnância... Andrade adota na construção do herói Macunaíma.
Sobe-me
me à boca uma ânsia análoga à ânsia d) Para Lobato, a substituição do selvagem pelo caboclo
Que se escapa da boca de um cardíaco. como tipo brasileiro, no período pré-modernista,
pré dando a
Já o verme — este operário das ruínas — este atributos de integridade moral, repete o mesmo
Que o sangue podre das carnificinas equívoco de idealização que marcou o indianismo
Come, e à vida em geral declara guerra, romântico.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos, 4. (PUC-RS)
Na frialdade inorgânica da terra!” Para responder à questão, ler o texto que segue.
ANJOS, Augusto dos. Eu.. Rio de Janeiro: Livr. São José,
1965. Em Marcha para Canudos
“Foi nestas condições desfavoráveis que partiram a 12 de
A partir desse soneto, é correto afirmar: janeiro de 1897.
I. Ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu Tomaram pela Estrada de Cambaio.
ambaio. É a mais curta e a mais
lírico desce ao limite inferior da materialidade biológica acidentada. Ilude a princípio, perlongando o vale de
pois, pensando em termos de átomos (carbono) e moléculas Cariacá, numa cinta de terrenos férteis sombreados de
(amoníaco), que são estudados pela Química, constata-se
constata cerradões que prefiguram verdadeiras matas.
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A máquina o fará por nós. urbano estão na obra de Érico Veríssimo (1905-1975);
(1905
Por que fazer um poema? a investigação psicológica das personagens e seus
A máquina o fará por nós. conflitos íntimos encontram-se
encontram na ficção de Dyonélio
Por que subir a escada de Jacó? Machado (1895-1985).
A máquina o fará por nós.
Poesia
Ó máquina, orai por nós.
A poesia da segunda geração modernista foi,
a) O movimento modernista se firma como essencialmente, uma poesia de quesionamento em
doutrina estética, trazendo um questionamento,
questio torno da existência humana, do sentimento de “estar-
“estar
marcado, por vezes, pela ironia. Do poema de no-mundo”,
mundo”, das inquietações social, religiosa,
Cassiano Ricardo, transcreva uma seqüência de filosófica, amorosa, etc. Que
Q a acompanham. Carlos
dois versos em que há a presença de traço sutil de Drummond de Andrade é o poeta que melhor
ironia. representa o espírito dessa geração e um dos pontos
b) No poema, o eu lírico se vale de um mais altos de nossa literatura.
recurso característico da poesia concreta: a
fragmentação de palavras. Que efeito de sentido A segunda geração, livre do compromisso de combater
ocorre na 2ª. estrofe devido à disposição da palavra o passado, mantém muitas das conquistas da geração
“extracorporal” ? anterior,
erior, mas também se sente inteiramente à vontade
c) Explique por que a seqüência de orações para voltar a cultivar certas formas antes desprezads,
interrogativas da 3a estrofe retoma, enfaticamente, em razão do radicalismo da primeira geração. É o caso
o título do poema. dos versos regulares (metrificados), daestrofação
criteriosa e de formas fixas, como o soneto, etc.
et
Segunda fase do Modernismo Esses poetas levaram a diante o projeto de “liberdade
de expressão” dos seus antecessores, a ponto até de
Prosa incluírem nesse conceito de liberdade o emprego de
formas utilizadas pelos clássicos. Por isso não é de
Nas décadas de 30 e 40, o romance, mais do que a causar espanto que grandes autores do verso livre desse
poesia e o conto, predominou na literatura brasileira, peródo, como Manuel Bandeira (da primeira geração),
enveredando-se
se principalmente pelo regionalismo e Murilo Mendes, Jorge de Lima, Carlos Drummond de
pela abordagem psicológica. Romance de 30 foi a Andrade e Vinícius de Moraes tenham sido também
denominação dada a essa ficção, cujo marco inicial é o excelentes sonetistas.
romance A bagaceira,, de José Américo de Almeida,
publicado em 1928. Principais autores:
Ficou de fora); sem família, IV. É um poema bastante melancólico por registrar de
Religião ou filosofia; forma triste o sofrimento
ento decorrente da perda de um ente
Mal tendo a inquietação de espírito querido.
Que vem do sobrenatural, Estão corretas as afirmações
E em matéria de profissão a) I e III.
Um tísico profissional.” b) I, III e IV.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa.
prosa c) II e III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395. d) II, III e IV.
e) II e IV.
Poema de sete faces
2007/2) As questões de números 1 e 2 tomam
3. (UNESP-2007/2)
“Quando eu nasci, um anjo torto por base o texto Os velhos,, do poeta Carlos Drummond
Drummon de
desses que vivem na sombra Andrade (1902-1987).
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens Os velhos
que correm atrás de mulheres. Todos nasceram velhos – desconfio.
A tarde talvez fosse azul, Em casas mais velhas que a velhice,
não houvesse tantos desejos. em ruas que existiram sempre – sempre!
[...] assim como estão hoje
Meu Deus, por que me abandonaste soturnas e paradas e indeléveis
se sabias que eu não era Deus mesmo no desmoronar do Juízo Final.
se sabias que eu era fraco. Os mais velhos têm m 100, 200 anos
Mundo mundo vasto mundo, e lá se perde a conta.
se eu me chamasse Raimundo Os mais novos dos novos,
seria uma rima, não seria uma solução. não menos de 50 – enorm’idade.
Mundo mundo vasto mundo Nenhum olha para mim.
mais vasto é o meu coração.” A velhice o proíbe. Quem autorizou
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. existirem meninos neste largo municipal?
Obra completa.. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53. Quem infringiu a lei da eternidade
que não permite recomeçar a vida?
1. Esses poemas têm em comum o fato de Ignoram-me.
me. Não sou. Tenho vontade
a) descreverem aspectos físicos dos próprios autores. de ser também um velho desde sempre.
b) refletirem um sentimento pessimista. Assim conversarão
c) terem a doença como tema. comigo sobre coisas
d) narrarem a vida dos autores desde o nascimento. seladas em cofre de subentendidos
e) defenderem crenças religiosas. a conversa infindável
de monossílabos, resmungos,
2. (ITA/SP) O poema abaixo, de autoria de Cecília tosse conclusiva.
Meireles, faz parte do livro Viagem,, de 1939. Nem me vêem passar. Não me dão confiança.
confian
Dádiva impensável
Epigrama 11 nos semblantes fechados,
nas felpudas redingotes,
"A ventania misteriosa nos chapéus autoritários,
passou na árvore cor-de-rosa, nas barbas de milênios.
e sacudiu-a como um véu, Sigo, seco e só, atravessando
um largo véu, na sua mão. a floresta de velhos.
Foram-se os pássaros para o céu. (Boitempo.)
Mas as flores ficaram no chão.”
MEIRELES, Cecília. Viagem/Vaga Música.
Música a) Usando as rimas com parcimônia,
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. rompendo com os padrões acadêmicos e ignorando
Esse poema os compêndios de metrificação, Carlos Drummond
I. Mostra uma certa herança romântica, tanto pelo teor de Andrade consegue produzir uma poesia
sentimental do texto como pela referência à natureza. vigorosa, reconhecida na literatura brasileira.
II. Mostra uma certa herança simbolista, pois não é um Refletindo sobre tais observações, identifique as
poema centrado no “eu”, nem apresenta excesso emocional. características do poema Os velhos, quanto ao
III. Expõe de forma metafórica uma reflexão sobre algumas emprego de rimas as e ao esquema métrico dos
experiências difíceis da vida humana. versos. A seguir, nomeie a figura de harmonia,
ocorrente nos dois últimos versos do poema,
explicando em que ela consiste.
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Os escritores, agora menos exigidos social e politicamente "Os moradores desta costa do Brasil todos têm terra de
do que na década anterior, buscam uma renovação literária sesmarias dadas e repartidas pelos capitães da terra, e a
cuja preocupação principal é a própria linguagem. primeira coisa que pretendem alcançar são escravos para
lhe fazerem e granjearem suas roças e fazendas, porque
Poesia sem eles não se podem sustentar na terra: e uma das coisas
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porque o Brasil não floresce muito mais, é pelos escravos 3. Esse poema consta na primeira parte de A educação pela
que se alevantarão e fugirão para suas terras e fogem cada pedra, considerada pelo autor sua obra máxima. Depois de
dia: e se esses índios não foram tão fugitivos e mutáveis, uma leitura atenta, responda.
não tivera comparação a riqueza do Brasil." a) Qual o contraste entre a busca da palavra e o resultado
GANDAVO, Pero de Magalhães. 1576. Tratado das terras de sua execução na boca do sertanejo?
do Brasil. Lisboa. In: AGUIAR, F. (Org.). 1999. Com b) A que se refere, no texto, a palavra ela, no primeiro
palmos medida: terra, trabalho e conflito na literatura verso da segunda estrofe? Justifique sua resposta.
brasileira.. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1999. p.
35. 4.. Em 27 de outubro de 1973, em entrevista ao jornal
carioca O Globo, João Cabral disse:
1. Qual o aspecto, na relação de trabalho, que Eu tentei criar uma outra linguagem, não completamente
une os Textos I e II, apesar de escritos em épocas nova, como os concretistas fizeram, mas uma linguagem
tão distintas, séculos XX e XVI, respectivamente? que se afastasse um pouco da linguagem usual. Ora, desde
o momento em que você se afasta da norma você se faz
2. (Vunesp) esta palavra antipática que é “hermético”. Quer dizer, você
v
Epitáfio para um banqueiro se faz hermético numa leitura superficial. Agora, se o leitor
"n e g ó c i o ler e reler, estudar esse texto, ele verá que a coisa não é tão
ego hermética assim. Apenas está escrito com um pequeno
ócio desvio da linguagem usual.
0" a) Destaque, na terceira estrofe, desvios da linguagem
li usual
José Paulo Paes. Anatomias. vinculados ao emprego das classes de palavra.
b) No último verso da terceira estrofe, também é possível
Este Epitáfio para um banqueiro enfoca um tema observar um artifício do poeta, que provoca uma releitura.
literário bastante atual: o egoísmo, a solidão do Explique esse artifício.
indivíduo, a falta de comunicação que o leva a
fechar-se
se nos limites de sua própria existência e, Tendências da literatura contemporânea
conseqüentemente, a ver o mundo sempre
deformado
formado por uma visão individualista. Tomando Duas são as marcas
arcas principais da cultura principais da
por base estas observações: cultura brasileira nas últimas décadas: a efemeridade e a
a) Faça uma descrição do plano semântico-visual
semântico mistura das tendências artístico-culturais.
artístico Trata-se de um
do texto, de modo a revelar sua compreensão do período fértil, com o lançamento de inúmeras revistas,
poema como um "epitáfio"; manifestos e movimentos, mas de curta duração.
dura Ao
b) Aponte a palavra que, numa das linhas do mesmo tempo, verifica-se se uma mistura dessas tendências
poema, demarca a característica do indivíduo como com as antigas linhas de nossa tradição literária. Depois da
ser em si, exclusivista e isolado. implatanção da censura a todo tipo de atividade cultural,
acentuou-se
se o caráter dispersivo dessa lietratura, que
(UFSCar/SP-2007)
2007) Texto para as questões de números 3 e passou a contar basicamente
icamente com produções individuais.
4.
A cultura brasileira acompanha o ritmo das
O sertanejo falando mudanças. Novas idéias surgem nos diferentes domínios da
A fala a nível do sertanejo engana: arte: a Bossa Nova, o Cinema Novo, o Teatro de Arena, as
as palavras dele vêm, como rebuçadas vanguardas concretas na poesia e nas artes plásticas, os
(palavras confeito, pílula), na glace festivais
ivais de música transmitidos pela televisão.
de uma entonação lisa, de adocicada.
Enquanto que sob ela, dura e endurece Após o golpe de 1964, a atividade cultural do país ainda se
o caroço de pedra, a amêndoa pétrea, mantén dinâmica por mais alguns anos. Surge o Teatro
dessa árvore pedrenta (o sertanejo) Oficina, que encena o O rei da vela,
vela de Oswald de
incapaz de não se expressar em pedra. Andrade; são criados os CPCs (Centros populares de
Daí porque o sertanejo fala pouco: Cultura), que visam levar cultura para aas ruas; a Tropicália
as palavras de pedra ulceram a boca ganha as rádios e a televisão. Esse período efervescente
e no idioma pedra se fala doloroso; termina com a decretação do AI-5,AI em 1968, o exílio de
o natural desse idioma fala à força. políticos e artistas e a instituição de uma censura prévia a
Daí também porque ele fala devagar: eventos culturais.
tem de pegar as palavras com cuidado,
confeitá-las na língua, rebuçá-las; Exercícios
pois toma tempo todo esse trabalho.
João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra. Nova (Unicamp-SP)
Fronteira, 1996, p. 16.
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nomes que lhes chamam e que eles muito sentem, a) Aponte o que pretende significar Vieira, no terceiro
feiíssimos; o comer é quase nenhum; a paga tão limitada parágrafo, sob
ob o ponto de vista religioso, com a expressão
que não satisfaz a menor parte do tempo nem do trabalho; e “gentios do sertão”;
como os tabacos se lavram sempre em terras fortes e novas, b) Estabeleça, com base na leitura de todo o poema, o
e muitoo distante das aldeias, estão os índios ausentes de sentido que a palavra “crucificado” apresenta no terceiro
suas mulheres, e ordinariamente eles e elas em mau estado, verso do soneto de Péthion.
e os filhos sem quem os sustente, porque não têm os pais 6. (Vunesp) Ao focalizar como tema a mesma questão
tempo para fazer suas roças, com que as aldeias estão histórico-social,
social, Vieira e Péthion o fazem sob pontos de
sempre em grandíssima fome e miséria. vista distintos. Lembrando que Vieira escreve uma carta ao
rei e que Péthion escreve um poema, responda:
Também assim ausentes e divididos não podem os índios a) O que quer enfatizar Vieira com a frase final
fi “... e isto é
ser doutrinados, e vivem sem conhecimento da fé, nem o que cá se faz hoje e o que se fez até agora”?
ouvem missa nem a têm para a ouvir, nem se confessam b) Por que, mesmo situando seu conteúdo num plano
pela Quaresma, nem recebem nenhum outro sacramento, imaginário, idealizado, simbólico, o poema de Péthion não
ainda na morte; e assim morrem e se vãoo ao Inferno, sem desfigura a realidade em que se baseia?
haver quem tenha cuidado de seus corpos nem de suas PENGE III- LITERATURA
almas, sendo juntamente causa estas crueldades de que Texto para as questões 1 e 2
muitos índios já cristãos se ausentam de suas povoações, e
se vão para a gentilidade, e de que os gentios do sertão não A Maria dos povos, sua futura esposa
queiram vir para nós, temendo-se se do trabalho a que os Discreta, e formosíssima Maria,
obrigam, a que eles de nenhum modo são costumados, e Enquanto estamos vendo a qualquer hora,
assim se vêm a perder as conversões e os já convertidos; e Em tuas faces a rosada Aurora,
os que governam são os primeiros que se perdem, e os Em teus olhos e boca o Sol, e o dia:
segundos serão os que os consentem; e isto é o que qu cá se Enquanto com gentil descortesia
faz hoje e o que se fez até agora.” O ar, que fresco Adônis te namora,
namora
Padre Antonio Vieira. Carta XIII. 1949. Te espalha a rica trança voadora,
O último pajé Quando vem passear-te te pela fria:
“Cheio de angústia e de rancor, calado, Goza, goza da flor da mocidade,
Solene e só, a fronte carrancuda, Que o tempo trata a toda ligeireza,
Morre o velho Pajé, crucificado E imprime em toda flor sua pisada.
Na sua dor, tragicamente muda. Oh não aguardes, que a madura idade,
Vê-se-lhe aos pés, disperso e profanado, Te converta essa flor, essa beleza,
O troféu dos avós: a flecha aguda, Em terra, emm cinza, em pó, em sombra, em nada.
O terrível tacape ensangüentado, MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos - Seleção de
Que outrora erguia aquela mão sanhuda. José Miguel Wisnik. 2a ed. São Paulo: Cultrix, [s.d.]
Vencida a sua raça tão valente, 1. O poema se constrói por meio da oposição entre dois
Errante, perseguida cruelmente, campos semânticos, especialmente no contraste entre a
Ao estertor das matas derrubadas! primeira e a última estrofes. Explicite essa oposição e
'Tupã mentiu!' e erguendo as mãos sagradas, retire, dessas estrofes, dois vocábulos com valor
Dobra o joelho e a calva sobranceira substantivo – um de cada campo semântico –, identificando
Para beijar a terra brasileira." a que campo cada vocábulo pertence.
Péthion de Villar. A morte do pajé.
pajé 1978. 2. O primeiro verso da 3ª estrofe apresenta-se
apresenta como
4. Embora separados por mais de dois séculos, os textos conseqüência
seqüência de um aspecto central da visão de mundo
apresentados focalizam uma mesma questão social surgida barroca. Justifique essa afirmativa com suas próprias
no Brasil-Colônia,
lônia, que tem repercussões até os dias atuais. palavras.
Releia os dois textos com atenção e, a seguir:
a) Identifique a questão social abordada por ambos os Texto para a questão 3.
textos;
b) Explique em que medida o poema de Péthion de Villar, "Ora, suposto que já somos pó, e não pode deixar de ser,
escrito em 1900, simboliza, com certa dramaticidade,
maticidade, um pois Deus o disse, perguntar--me-eis, e com muita razão, em
dos desfechos possíveis dos problemas apontados em 1654 que nos distinguimos logo os vivos dos mortos? Os mortos
por Vieira ao rei de Portugal. são pó, nós também somos pó: em que nos distinguimos
5. (Vunesp) Podemos estranhar, por vezes, o emprego de uns dos outros? Distinguimo--nos os vivos dos mortos,
certas palavras nos textos, seja por não serem muito assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó
comumente usadas, seja por manobras estilístico-
estilísti levantado, os mortos são pó caído, os vivos
v são pó que
expressivas do escritor. O contexto em que tais palavras se anda, os mortos são pó que jaz: Hic jacet. Estão essas
encontram, todavia, permite percebermos o sentido sem praças no verão cobertas de pó: dá um pé-de-vento,
pé
que precisemos socorrer-nosnos do dicionário. Com base neste levantase o pó no ar e que faz? O que fazem os vivos, e
comentário: muito vivos. NÃO AQUIETA O PÓ, NEM PODE ESTAR ESTA
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QUEDO: ANDA, CORRE, VOA; ENTRA POR ESTA se vão para a gentilidade, e de que os gentios do sertão não
RUA, SAI POR AQUELA; JÁ VAI ADIANTE, JÁ queiram vir para
ra nós, temendo-se
temendo do trabalho a que os
TORNA ATRÁS; TUDO ENCHE, TUDO COBRE, obrigam, a que eles de nenhum modo são costumados, e
TUDO ENVOLVE, TUDO PERTURBA, TUDO TOMA, assim se vêm a perder as conversões e os já convertidos; e
TUDO CEGA, TUDO PENETRA, EM TUDO E POR os que governam são os primeiros que se perdem, e os
TUDO SE METE, SEM AQUIETAR NEM SOSSEGAR segundos serão os que os consentem; e isto é o que cá se
UM MOMENTO, ENQUANTO TO O VENTO DURA. faz hoje e o que se fez até agora.
Acalmou o vento: cai o pó, e onde o vento parou, ali fica; (Padre Antonio Vieira. Carta XIII. 1949).
1949
ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado, ou
no mar, ou no rio, ou no monte, ou na campanha. Não é O Último Pajé
assim? Assim é." Cheio de angústia e de rancor, calado,
Antônio Vieira. Trecho do Cap. V do Sermão da Quarta- Solene e só, a fronte carrancuda,
Feira de Cinza. Apud: Sermões de Padre Antônio Vieira.
Vieira Morre o velho Pajé, crucificado
São Paulo: Núcleo, 1994, p.123-124. Na sua dor, tragicamente muda.
3. Em Padre Vieira fundem-se se a formação jesuítica e a Vê-se-lhe aos pés, disperso e profanado,
estética barroca, que se materializam em sermões O troféu dos avós: a flecha aguda,
considerados a expressão máxima do Barroco em prosa O terrível tacape ensangüentado,
religiosa
giosa em língua portuguesa, e uma das mais importantes Que outrora erguia aquela mão sanhuda.
expressões ideológicas e literárias da Contra-Reforma.
Contra
a) Comente os recursos de linguagem que conferem ao Vencida a sua raça tão valente,
texto características do Barroco. Errante, perseguida cruelmente,
b) Antes de iniciar sua pregação, Vieira fundamenta-se
fundamenta Ao estertor das matas derrubadas!
num argumento que, do ponto de vista religioso, mostra-se
mostra
incontestável. Transcreva esse argumento. “Tupã mentiu!” e erguendo as mãos sagradas,
INSTRUÇÃO: As questões de números 4 e 5 tomam por Dobra o joelho e a calva sobranceira
base um trecho de uma carta do Padre Antonio Vieira Para beijar a terra brasileira.
(1608-1697)
1697) e um soneto do poeta simbolista brasileiro (Péthion de Villar. A morte do pajé. 1978.)
Péthion
thion de Villar (Egas Moniz Barreto de Aragão, 1870-
1870
1924). Embora separados por mais de dois séculos, os textos
Carta XIII – Ao Rei D. João IV – 4 de abril de 1654 apresentados focalizam uma mesma questão social surgida
(...) no Brasil-Colônia,
nia, que tem repercussões até os dias atuais.
Tornando aos índios do Pará, dos quais, como dizia, se Releia os dois textos com atenção e responda as questões 4
serve quem ali governa como se foram seus escravos, e os e 5.
traz quase todos ocupados
upados em seus interesses, 4. Identifique a questão social abordada por ambos os
principalmente no dos tabacos, obriga-meme a consciência a textos;
manifestar a V.M. os grandes pecados que por ocasião 5. Explique em que medida o poema de Péthion de Villar,
deste serviço se cometem. escrito em 1900, simboliza, com certa dramaticidade, um
Primeiramente nenhum destes índios vai senão dos desfechos possíveis dos problemas apontados em 1654
violentado e por força, e o trabalho é excessivo,
exces e em que por Vieira ao rei de Portugal.
todos os anos morrem muitos, por ser venenosíssimo o 6. Leia os seguintes fragmentos de Marília de Dirceu, de
vapor do tabaco: o rigor com que são tratados é mais que Tomás Antônio Gonzaga.
de escravos; os nomes que lhes chamam e que eles muito
sentem, feiíssimos; o comer é quase nenhum; a paga tão Texto I
limitada que não satisfaz
sfaz a menor parte do tempo nem do "Verás em cima de espaçosa mesa
trabalho; e como os tabacos se lavram sempre em terras Altos volumes de enredados feitos;
fortes e novas, e muito distante das aldeias, estão os índios Ver-me-ás
ás folhear os grandes livros,
ausentes de suasmulheres, e ordinariamente eles e elas em E decidir os pleitos."
mau estado, e os filhos sem quem os sustente, porque não Texto II
têm os pais tempo para fazer suas roças, com que as aldeias "Os Pastores, que habitam este monte,
estão sempre em grandíssima fome e miséria. Respeitam o poder do meu cajado;
Também assim ausentes e divididos não podem os índios Com tal destreza toco a sanfoninha,
ser doutrinados, e vivem sem conhecimento da fé, nem Que inveja me tem o próprio Alceste."
ouvem missa nem a têm para a ouvir, nem se confessam
pela Quaresma, nem recebem nenhum outro sacramento, Responda:
ainda na morte; e assim morrem e se vão ao Inferno, sem a) Em quall dos fragmentos o sujeito lírico é caracterizado
haver quem tenha cuidado de seus corpos nem de suas de acordo com a convenção arcádica?
almas, sendo juntamente causa estas crueldades de que b) Explique.
muitos índios já cristãos se ausentam de suas povoações, e Penge IV (Literatura)
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Quem são estes desgraçados, Sua tez era o meio termo entre re o alvo e o moreno, que é, a
Que não encontram em vós, meu ver, a mais amável de todas as cores. Suas feições,
Mais que o rir calmo da turba ainda que não eram de irrepreensível regularidade, eram
Que excita a fúria do algoz? indicadas por linhas suaves e harmoniosas. Era bem feita, e
Quem são?...Se a estrela se cala, de alta e garbosa estatura.
Se a vaga à pressa resvala azenda paterna, desde que saíra da
Retirada na solidão da fazenda
Como um cúmplice fugaz, escola, Lúcia crescera como o arbusto do deserto,
Perante a noite confusa... desenvolvendo em plena liberdade todas as suas graças
Dize-o tu, severa musa, naturais, e conservando ao lado dos encantos da puberdade
Musa, libérrima, audaz! toda a singeleza e inocência da infância.
São os filhos do deserto Lúcia não tinha uma dessas cinturas tão estreitas que se
Onde a terra esposa a luz. possam abranger entre os dedos das mãos; mas era fina e
Onde voa em campo aberto flexível. Suas mãos e pés não eram dessa pequenez e
A tribo dos homens nus... delicadeza hiperbólica, de que os romancistas fazem um
São os guerreiros ousados, dos principais méritos das suas heroínas; mas eram bem b
Que com os tigres mosqueados feitos e proporcionados.
Combatem na solidão... Lúcia não era uma dessas fadas de formas aéreas e
Homens simples, fortes, bravos... vaporosas, uma sílfide ou uma bayadère, dessas que fazem
Hoje míseros escravos o encanto dos salões do luxo. Tomá-la-íeis
Tomá antes por uma
Sem ar, sem luz, sem razão..." das companheiras de Diana a caçadora,
c de formas esbeltas,
Castro Alves. In: Antonio Candido e J Aderaldo Castelo. mas vigorosas, de singelo mas gracioso gesto.
Presença da literatura brasileira. Do Romantismo ao Todavia era dotada de certa elegância natural, e de uma
Simbolismo. delicadeza de sentimentos que não se esperaria encontrar
São Paulo: Difel, 1976. p. 70. em uma roceira."
O fragmento acima foi retirado do canto V de Navio Bernardo Guimarães. O garimpeiro – romance.
Negreiro,, um dos poemas mais significativos do Rio de Janeiro: B.L. Garnier Livreiro-Editor
Livreiro do Instituto,
romantismo brasileiro. 1872, p. 14-16.
1. Estabeleça uma comparação entre a temática abordada
ab 5. Na descrição da beleza das mulheres, os escritores nem
por Castro Alves e os tópicos recorrentes na segunda fase sempre se restringem à realidade, mesclando aspectos reais
da poesia romântica, o chamado "mal do século". e ideais. Uma das características do Romantismo, a esse
2. Determine dois recursos estilísticos utilizados por Castro respeito, eraa a forte tendência para a idealização, embora
Alves com o objetivo de persuadir e comover o leitor. nem todos os ficcionistas a adotassem como regra
3. Especifique a que se refere
efere a expressão "este borrão" no dominante. Com base nestas informações, releia
verso 7 da primeira estrofe do poema de Castro Alves. atentamente o quarto parágrafo do fragmento de O
Garimpeiro e identifique na descrição da personagem Lúcia
Para a questão 4: uma atitude
itude crítica do narrador ao idealismo romântico.
O trecho abaixo foi extraído de Iracema. Ele reproduz a Para a questão 6:
reação e as últimas palavras de Batuiretê antes de "Ao cabo, era um lindo garção, lindo e audaz, que entrava
morrer: na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas
veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o
"O velho soabriu as pesadas pálpebras,
pebras, e passou do neto ao corcel das antigasas baladas, que o Romantismo foi buscar ao
estrangeiro um olhar baço. Depois o peito arquejou e os castelo medieval, para dar com ele nas ruas do nosso
lábios murmuraram: século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso
— Tupã quis que estes olhos vissem antes de se apagarem, deitá-lo
lo à margem, onde o Realismo o veio achar, comido
o gavião branco junto da narceja*. de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou
t para
O abaeté derrubou a fronte aos peitos, e não falou mais, os seus livros."
nem mais se moveu." 6. É possível considerar o texto como uma apologia do
José de Alencar, Iracema: lenda do Ceará.
Ceará Rio de Janeiro: Realismo? Justifique sua resposta.
MEC/INL, 1965, p. 171-172.
171 PENGE VI
*Narceja: espécie de ave típica do continente sulamericano.
4. Explique o sentido da metáfora empregada por Batuiretê
em sua fala. Questões de Literatura Penge 6
Para a questão 5: 1. (UFV-MG)
MG) Considere as seguintes afirmativas:
O garimpeiro a) "Esforço-me
me por entrar no espartilho e seguir uma linha
reta geométrica: nenhum lirismo, nada de reflexões,
"Lúcia tinha dezoito anos, seus cabelos eram da cor do ausente a personalidade do autor."
jacarandá brunido, seus olhos também eram assim, Gustav Flaubert
castanhos bem escuros. Este tipo, que não é muito comum, Cf. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira.
dá uma graça e suavidade indefinível à fisionomia. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169.
1
Literatura 34
Pré-Vestibular
ibular Popular da UFF na Engenharia
b) "Em Thérèse Raquin, eu quis estudar temperamentos e pedreira para a venda, da venda às hortas e ao capinzal,
não caracteres. Aí está o livro todo. Escolhi personagens sempre em mangas de camisa, de tamancos,
tamanc sem meias,
soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça,
desprovidas de livre-arbítrio,
arbítrio, arrastadas a cada ato de sua apoderando-se,se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não
vida pelas fatalidades da própria carne [...]." podia apoderar-se se logo com as unhas.”
Émile Zola AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 25ed.
Cf. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Ática, 1992, pp. 23-24.
23
São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169. No fragmento to de O Cortiço, de Aluísio Azevedo (1857-
(1857
1913), há um trecho em que se observa uma das posturas
Os princípios estéticos introduzidos por Flaubert e Zola, cientificistas do Naturalismo, o psicofisiologismo. Tal
respectivamente, os mentores do Realismo e do postura consiste em fazer com que os traços físicos de um
Naturalismo, servem
vem como parâmetro para que se possam personagem estejam em estreita relação com sua su identidade
estabelecer as diferenças básicas entre essas duas escolas psicológica, sua maneira de ser, no ambiente narrativo.
literárias. Levando em consideração este comentário:
Reflita sobre as afirmações dos referidos escritores 3. Indique um traço físico de João Romão que está de
franceses e destaque os pontos convergentes e divergentes acordo com a personalidade que lhe confere o narrador.
entre as manifestações da prosa de ficção realista-
realista 4. Interprete esse traço físico, à luz
lu do caráter naturalista da
naturalista no Brasil. obra.
Os textos a seguir referem-se se à próxima questão e à de
2. número 6.
"O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem
metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e Tercetos
abundante como as das éguas selvagens, davalhe um "Noite ainda, quando ela me pedia
caráter fantástico de fúria saída do inferno."
rno." Entre dois beijos que me fosse embora,
O fragmento anterior pertence ao romance O cortiço, de Eu, com os olhos em lágrimas, dizia:
Aluísio Azevedo. 'Espera ao menos que desponte a aurora!
a) A descrição da personagem exemplifica um típico tua alcova é cheirosa como um ninho...
recurso do movimento literário a que se filiou o autor. Que e olha que escuridão há lá fora!
movimento foi esse e qual o recurso aqui adotado? Como queres que eu vá, triste e sozinho,
b) Exemplifique,e, com duas expressões retiradas do texto, a Casando a treva e o frio de meu peito!
resposta que você deu ao item anterior. Ao frio e à treva que há pelo caminho?!
Ouves? é o vento! é um temporal desfeito!
TEXTO PARA AS QUESTÕES 3 E 4. Não me arrojes jes à chuva e à tempestade!
O cortiço Não me exiles do vale do teu leito!
“Daí a alguns meses, João Romão, depois de tentar um Morrerei de aflição e de saudade...
derradeiro esforço para conseguir algumas braças do Espera! até que o dia resplandeça,
quintal do vizinho, resolveu
solveu principiar as obras da Aquece-me me com a tua mocidade!
estalagem. Sobre o teu colo deixa-me me a cabeça
— Deixa estar, conversava ele na cama com a Bertoleza; Repousar, como há pouco repousava...
deixa estar que ainda lhe hei de entrar pelos fundos da casa, Espera um pouco! deixa que amanheça!'
se é que não lhe entre pela frente! Mais cedo ou mais tarde — E ela abria-me me os braços. E eu ficava."
como-lhe, não duas braças, mas seis, oito, todo o quintal e Em Bilac, Olavo. Alma inquieta: poesias. 13. ed. São
até o próprio sobrado talvez! Paulo:
E dizia isto com uma convicção de quem tudo pode e tudo Francisco Alvez, 1928, p. 171-172.
171
espera da sua perseverança, do seu esforço inquebrantável e Ela disse-me assim
da fecundidade prodigiosa do seu dinheiro, dinheiro que só "Ela disse-me assim
lhe saía das unhas para voltar
tar multiplicado. Tenha pena de mim, vá embora!
Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, Vais me prejudicar
todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam um Ele pode chegar, está na hora!
interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar E eu não tinha motivo nenhum
os bens. Das suas hortas recolhia para si e para a Para me recusar,
companheira os piores legumes, aqueles que, por maus, Mas aos beijos caí em seus braços
ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele E pedi pra ficar.
não comia um ovo, do que no entanto gostava imenso; Sabe o que se passou
vendia-os todos e contentava-se se com os restos da comida Ele nos encontrou, e agora?
dos trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma Ela sofre somente porque
moléstia nervosa,
vosa, uma loucura, um desespero de acumular; foi fazer o que eu quis.
de reduzir tudo a moeda. E seu tipo baixote, socado, de E o remorso está me torturando
cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da Por
or ter feito a loucura que fiz.
Literatura 35
Pré-Vestibular
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Ismália
Alphonsus de Guimaraens
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...