You are on page 1of 14

>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

PROPORÇÃO ÁUREA
NA ODONTOLOGIA ESTÉTICA
>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

DALTON WEBER SCHILLER


MARIA DA GRAÇA KFOURI LOPES
RONALDO HIRATA

RESUMO revelou princípios objetivos que podem


Com a aplicação crescente dos trata- ser aplicados para avaliar e melhorá-los
mentos dentais cosméticos, este traba- esteticamente. Dentro de um diagnósti-
lho teve como objetivo demonstrar a co e plano de tratamento, não só a fun-
necessidade de uma maior compreensão ção, mas também princípios estéticos
dos princípios da estética. Para tanto, os inseridos num processo natural devem
profissionais que se destinam a traba- ser considerados e apresentados com a
lhar com esta área, necessitam conhecer finalidade de proporcionar equilíbrio e
os critérios para apreciação do belo, tais harmonia ao sorriso.
como forma, simetria, proporção áurea, Apesar da proporção dourada não se
alinhamento e textura de superfície, constituir num determinante absoluto da
incluídos nos padrões morfo-psicológi- aparência estética, ela promove um guia
cos individuais. prático e provado, para estabelecer a pro-
A análise científica de sorrisos bonitos porcionalidade em dentes anteriores.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

INTRODUÇÃO va que o vocábulo tinha sentido de


Há muito tempo, a humanidade cultua “ciência que tratava das condições da
e valoriza a beleza e a Odontologia percepção sensual” 2 .
Estética tem se responsabilizado em Seguindo a inspiração platônica, verifi-
reestabelecer a harmonia facial, ao ca que tais critérios convém apenas à
mesmo tempo em que trabalha a fun- beleza física, plástica, indevidamente
ção mastigatória. Sendo um dos princi- confundida com a beleza intelectual e
pais componentes deste tratamento a moral. Essas formas superiores da bele-
proporção entre os dentes anteriores, za nada têm que ver com a simetria, por
uma orientação pode ser dada pela exemplo. O próprio ser físico, sensível,
Proporção Áurea. só é belo na medida em que é informa-
A Proporção Áurea, ou Divina, é uma do por uma idéia que ordena, combi-
fórmula usada pelo Cirurgião Dentista nando-as, as múltiplas partes de que o
para criar o semelhante do semelhante; ser é feito, que as reduz a um todo con-
a fórmula clássica da Proporção Áurea é vergente cria a unidade, harmonizando-
a constante que se origina da soma ou as umas com as outras.
da divisão das partes (1,618) e foi deno-
Segundo RUFENACHT3 (1998) vive-
minada número de ouro (0,618) 1. mos a influência da cultura grega na
O estudo da proporcionalidade condi- sociedade moderna, mas as legítimas
ciona a busca da beleza e a harmonia aspirações do indivíduo pela beleza têm
facial, trazendo a emoção psicológica sido ofuscadas pelo “espírito utilitário”
2 que a estética origina nos grupos sociais.
ou pela necessidade de ser eficiente, o
A teoria da Proporção Áurea pode ser que parece ocupar o palco como a única
um excelente guia para atingir o sucessojustificativa para o comportamento
clínico da estética, sendo um método de humano.
simetria dinâmica que diagnostica e Encontramos várias definições de estéti-
direciona o tratamento ao sucesso ca; segundo AURÉLIO4 (1975) é a
odontológico estético. filosofia das belas-artes; ciência que
Os princípios descritos proporcionarão trata do belo, na natureza e na arte.
aos clínicos meios para assegurar e Estesia é o sentimento do belo e sensibi-
melhorar a estética dentofacial do lidade, e a pessoa versada em estética, e
paciente. Quanto mais familiarizado o que tem da arte uma concepção eleva-
Cirurgião Dentista estiver com as rela- da, é denominada esteta.
ções de proporções douradas, mais Devemos desenvolver critérios objetivos
belos serão os resultados. de beleza, bem como discriminar criti-
camente entre o belo e o feio, o que não
significa dizer que a beleza é puramente
INTRODUÇÃO objetiva; se o fosse, não se necessitaria
À ESTÉTICA nenhum treinamento para aguçar a per-
Como “ciência do belo” a palavra foi cepção do belo.
criada por Alexandre Baumgarten por Para a apreciação estética há uma per-
volta de 1750-1758, quando publicou cepção visual, onde o diagnóstico obje-
sua obra AEsthetica. Kant (1781), acha- tivo dos elementos apreciados será pro-

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

gressivamente possível na proporção em cionamento na harmonia das duas par-


que a capacidade de satisfazer vai sendo tes: relação entre o menor e o maior é
restrita a objetos que deveriam gerar a igual à soma do todo em relação ao
reação. maior. Fórmula esta denominada, por
Segundo CAVANHA5 (2000), a noção Kepler, de Proporção Dourada ou
do belo coincide com a noção de objeto Proporção Divina 7.
estético somente a partir do século Recebeu este nome de Pacioli, mentor
XVIII. Cinco conceitos fundamentais: de Leonardo Da Vinci. Desde sua for-
a) O belo como manifestação do bem. mulação este número chamado de
Teoria platônica do belo. “número dourado”, número áureo ou
b) O belo como manifestação da verda- “seção dourada” tem atraído a atenção
de. (HEGEL). de místicos, artista, cientistas e filóso-
c) O belo como simetria – ARISTOTE- fos. A proporção é de 1,0 para 1,618.
LES – o belo é constituído pela ordem, Tal relação liga geometria com matemá-
pela simetria e por uma grandeza capaz tica, pois esta geometria foi chamada de
de ser abraçada no seu conjunto por um geometria sagrada, mágica dos números
só golpe de vista. e passagem de ouro.
d) O belo como perfeição sensível (com As partes organizadas, nesta proporção,
a qual nasceu a estética). parecem mostrar uma função de beleza
e) O belo como perfeição expressiva. máxima e eficácia proficiente. O clínico
SUGUINO et al.6 (1996) comentaram pode empregar o princípio como guia
3 que dentro da sensibilidade em relação no diagnóstico ou na reconstrução.
ao belo estão o conjunto de linhas e A razão pela qual os elementos obtidos
ângulos, formas, transparências, cor, através da divisão deste número doura-
conjunto, harmonia, equilíbrio e a do são diferentes de qualquer outra pro-
vibração que agrada. A habilidade em se porção, e estas diferenças, são demons-
reconhecer uma face bela é motora, tra- tradas matematicamente.
duzi-la, porém, em metas terapêuticas
objetivas e definitivas torna-se tarefa
árdua pois a percepção da beleza é uma
preferência individual, com influencia
cultural.

PROPORÇÃO DOURADA
OU PROPORÇÃO DIVINA
Definir as leis da beleza e da harmonia
sempre foi preocupação dos filósofos
gregos, mas ocorreu uma conexão da Os resultados desta equação são dife-
beleza com os valores numéricos, onde rentes, enquanto os resultados das equa-
a filosofia de que a beleza sempre é fun- ções que utilizam o número dourado
damentalmente exata. como divisões de superfície ou lineares
Pitágoras descobriu um intrigante rela- são iguais.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>>>>FOTOGRAFIA <<
CONCEITOS ESTÉTICOS <<

que os coelhos recém-nascidos se tor-


nem adultos em dois meses e produ-
zam, por sua vez, nessa época, um outro
casal de coelhos. Começando com um
casal adulto, de que tamanho estará a
colônia após o primeiro, segundo, ter-
ceiro, etc, meses ? Durante o primeiro
mês nasce um casal, de forma que agora
existam dois casais. Durante o segundo
Isto prova matematicamente que qual- mês, o casal original produziu outro
quer linha dividida pela proporção dou- par. Um mês mais tarde, tanto o par ori-
rada esta em equilíbrio em torno do ginal quanto o primeiro casal nascido
ponto de divisão. produziram novos casais, de forma que
Há somente um ponto, aqui designado agora existam dois casais adultos e três
de B, num segmento AC que permite a casais jovens5.
divisão assimétrica mais lógica, denomi- Meses Casais adultos Casais jovens Total
nada de número de ouro ou ponto de 1 1 1 2

ouro. Essa proporção foi denominada 2 1 2 3

de Divina proporção por Paccioli; 3 2 3 5

Secção divina por Kepler e Secção áurea 4 3 5 8

por da Vinci. 5 5 8 13
4 A razão geométrica entre dois segmen- 6 8 13 21

tos, AB e BC, são um número puro, 7 13 21 34

um número abstrato. No caso recebe o 8 21 34 55

nome de número de ouro. 9 34 55 89

A proporção perfeita não apenas simbo- 10 55 89 144

liza a beleza mas também é o segredo da 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144…
morfologia normal, constituindo uma
lei natural de crescimento, tanto nas A partir do 3º termo a regra de forma-
plantas como nos animais. Esta relação ção é a seguinte: cada termo é a soma
divina é encontrada nas pessoas que dos dois que o precedem.
apresentam os sorrisos mais bonitos; A relação divina foi traduzida em ter-
nas faces mais belas e nos corpos mais mos matemáticos por Filius Bonaccio, e
graciosos. esta numeração ficou conhecida como
série de Fibonacci (ou de Lamé) ou
números mágicos. Para criar a série,
SUCESSÃO DE começamos com uma equação simples
FIBONACCI de adição, 0+1=1. O segundo número
Em 1202, Fibonacci formulou e resol- a ser adicionado nessa equação, 1, e a
veu o seguinte problema: os coelhos se soma da equação ,que é 1, são somados
reproduzem rapidamente. Admitimos um ao outro, nessa ordem. A soma de
que um par de coelhos adultos produza cada linha – 1, 2, 3,5 ,8, 13, etc , são as
um casal de coelhos jovens todo mês, e séries de Fibonacci.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

• FIG. 1 : Proporção divina da posição do lábio, relativa à ponta do nariz e ao canto lateral do olho.
(fonte: GOLDSTEIN11, 2000, pg 193)

0+1=1 perfeitos em relação aos seus adjacentes


1+1=2 e seguem em proporção áurea.
1+2=3
2+3=5
3+5=8 AS FORMAS PERFEITAS
5 + 8 = 13 ,etc. Retângulo perfeito: Quando os seg-
mentos do corte perfeito são usados
para construir um retângulo com base
de 1,618 e uma altura de 1,0, eles for-
Este padrão segue uma lei exponencial, mam um retângulo perfeito. Este retân-
que pode ser empregada na Odonto- gulo é encontrado nas cartas de baralho,
logia Estética. Os números de cartões de credito , janelas, molduras de
Fibonacci, depois do 13o. da série, quadros, padrões arquitetônicos e nas
aumentam numa proporção imutável artes. Uma série de retângulos caracteri-
de 1,0 para 1,618. Portanto estes são za a face humana. (FIG. 1)

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

•FIG. 3 Proporções observadas no corpo humano


(fonte: Internet)

• FIG. 2 No quadro Mona Lisa pode-se • FIG. 4: Progressão perfeita de cada falange
observar a proporção Áurea em várias situações (fonte: GOLDSTEIN11, 2000, pg 204)
(fonte: Internet)

DIVINA PROPORÇÃO E trabalhos de pintura e arte. Os traba-


SUAS APLICAÇÕES lhos de Seurat e Mondrian mostram tal
EM DIVERSAS ÁREAS relacionamento matemático.
Muitos artistas que vieram depois de Leonardo da Vinci, em seus estudos de
Phidias usaram a proporção áurea em anatomia, trabalhou com um modelo
seus trabalhos. Da Vinci chamava de padrão (O cânon) para a forma de um
proporção Divina e a usou em muitos ser humano, utilizando Vitrúvio como
de seus trabalhos (FIG. 2). Muitos artis- modelo. Tais dimensões apareceram nas
tas têm usado a razão de ouro em seus Figuras 3 e 4.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

• FIG. 5. : Note a fachada do Parthenon, • FIG. 6: Demonstração de retângulos perfeitos


construída com a proporção. (fonte: (fonte: Internet)
GUIMARÃES7, 1997, pg 65)

Há vários exemplos sobre o modo como Empresas usam a seqüência de Fibona-


o retângulo áureo se ajusta à construção cci de uma forma intuitiva, até mesmo
do Parthenon, agora em ruínas, é um porque as dimensões associadas repre-
dos templos que foi construído em sentam algo bonito e econômico, mas é
Athenas por volta dos anos 430-440 provável que muitos usuários desta
a.C. e nele podemos observar a propor- seqüência e das relações áureas nem sai-
ção Áurea. A sua planta mostra que o bam que fazem uso da mesma. Um car-
templo foi construído tendo por base tão de credito parece ter a forma das
um retângulo com comprimento igual a medidas áureas, sempre relacionadas
raiz quadrada de 5 e largura igual a 1 com o Phi, é um retângulo áureo
(FIG. 5). (FIG. 6).

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

8 • FIG 7: Acima: Oclusão normal mostrando proporção perfeita entre os incisivos superiores e os
inferiores. Abaixo: calibrador Nestor-Shumaker da ligação perfeita.(GOLDSTEIN11, 2000, pg 191)

COMO FUNCIONA observamos como a linha dos olhos


A PROPORÇÃO marca uma divisão áurea no compri-
ÁUREA NO HOMEM mento total da face, e também a linha
Existem proporções entre os dedos e as da boca é uma proporçao áurea da dis-
mãos porque as falanges de cada dedo tância entre a base do nariz e a extremi-
estão relacionadas em uma proporção dade do queixo, comprovando que um
perfeita. A altura total do corpo é rela- corpo esteticamente harmonioso traz
cionada ao rebordo do ílio e, inversa- relações áureas.
mente, desde a ponta dos dedos até o GHYKA8 (1977) expôs a crença popular
chão. O umbigo ao nascer divide o segundo a qual a altura correspondente
corpo humano em duas partes iguais, aos dois anos é a metade da altura do
mas a medida que o mesmo cresce, se adulto, fica confirmada neste caso com
vai manifestando a tendência para a uma diferença de só 5mm. Alem disso, a
seção áurea, está localizado em uma razão Phi, logo que alcançar pela primei-
proporçao de 5 para 8 em relação à altu- ra vez aos 13 anos, é sobrepassada até os
ra total, e marca um ponto áureo no 17 anos. Isto evidencia as proporções
comprimento do corpo. Na cabeça masculinas ao fim do crescimento.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

• FIG 8: Uma série de


proporções começa com
os incisivos centrais
inferiores em relação aos
centrais superiores, com
a largura dos quatro
incisivos superiores, e
a região pré-molar.
Uma segunda relação é
vista para a largura do
segmento do incisivo
inferior com a largura do
canino superior.
Uma terceira tende a
estar presente a partir
dos caninos inferiores até
o sulco vestibular do
molar. (fonte: GOLDS-
TEIN11, 2000, pg 192).

9 PROPORÇÃO ÁUREA va frontal direta a curva do arco faz com


NA ODONTOLOGIA que o incisivo lateral pareça mais estreito.
O incisivo central superior tem uma Uma progressão divina ocorre quando
proporção perfeita, de 1,618, como o uma distância é perfeita em relação à
incisivo inferior e a largura total de outra; um exemplo disto é demonstrado
ambos os incisivos inferiores é perfeita na figura 8, onde a largura do incisivo
em relação à dos incisivos superiores, inferior é perfeita em relação às larguras
sendo assim podemos utilizar o incisivo intercaninas superiores, que são perfeitas
central inferior (já que é o menor dente em relação à largura entre os segundos
da boca) como referência 9,10. molares. A largura dos caninos superiores
Os dentes podem ser medidos com exa- tende a ser perfeita em relação à largura
tidão (proporções perfeitas) por meio dos primeiro molares superiores, desde o
de um calibrador desenvolvido por plano mesial até o sulco vestibular.
SHUMAKER11. LEVIN12(1973) estabeleceu grades para
A partir das dimensões médias dos dentes, facilitar o estabelecimento das proporções
a largura típica da coroa do incisivo cen- nos trabalhos estéticos restauradores.
tral superior é de 8,9 mm, e do incisivo As proporções perfeitas parecem ser
lateral superior é de 6,4mm. Sendo assim unidas do nariz à boca, parecendo haver
o incisivo central tem 1,375 vezes o tama- uma união também do dente pelo sorri-
nho do lateral, e este tem 0,727 vezes o so. O sorriso alarga as narinas, assim
tamanho do central, mas numa perspecti- podemos ver uma ligação estética entre

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

• FIG. 9 A narina comparada a columela e a narina do lado oposto, • FIG. 10 Divisor de Rickets no interdacrion (RICKETS13, 1982).
seguem a proporção perfeita. A largura da ponte nasal é decretada perfeita em relação à largura
das narinas laterais vistas em C.

10
• FIG. 11 O divisor não foi modificado e mostra que a parte menor • FIG.12 A parte menor é estabelecida na largura do nariz,
do interdacrion é perfeita em relação à largura do nariz, vista em B. na largura alar.

• FIG.13 Sem alterar o divisor, a parte maior é igual à largura


da boca no quilon (ângulo da boca).

• FIG. 14 As linhas resumem as proporções vistas na figura


como uma progressão de quatro etapas.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

• FIG. 15 As proporções verticais são de maior importância ao • FIG.16 Outra relação é observada quando o comprimento do
equilíbrio facial, e começam com a proporção entre os lábios. filtro é definido como 1,0 e altura vertical dos lábios superior e
Nos lábios mais bonitos a altura do lábio inferior é maior e em inferior combinados é de 1,618.
proporção divina em relação ao superior.

11

• FIG. 17 A distância do estomio até a ala, obtida como unidade • FIG. 18 A relação entre o olho e o nariz até o mento é
1,0, indica que a distância entre o estomio e o mento é de 1,618. considerada perfeita nas faces belas. Isto foi chamado
“simetria dinâmica” ou “equilíbrio dinâmico”.

o formato da arcada e o formato e a no canto lateral e, finalmente com a lar-


estrutura facial. Uma fotografia de uma gura da cabeça na altura das sobrance-
bela mulher (ou homem) servira como lhas. São quatro progressões divinas que
modelo para uma discussão destes acha- são descritas.
dos faciais. Relações horizontais divinas
Começando pelas narinas, uma propor- (FIGURAS 9, 10, 11, 12, 13 e 14)
ção perfeita é observada na comparação Relações verticais divinas
da largura de uma narina e das bordas (FIGURAS 15, 16, 17 e 18)
alares com a columela e a narina do lado
oposto. Esta progressão continua para a
largura da boca, com a largura dos olhos

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

12

• FIG. 19. caso inicial de facetamento com sistema empress II


(Ivoclar)
• FIG. 20 Instalação do fio retrator (ultrapak 000 e
00/Ultradent) para moldagem
• FIG. 21 Facetas posicionadas em modelo (TPD. Murilo Calgaro)
• FIG. 22 e 23. Proporcionalidade entre centrais, laterais e
caninos, logo após a cimentação.
• FIG. 24 Vista da adaptação cervical três meses após
• FIG. 25 Caso finalizado.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

Com o reconhecimento deste principio que podemos criar objetos que agra-
de proporção áurea, ou divina, estas dam nossos sentidos.
relações podem ser empregadas pelos O uso da proporção dourada na odon-
dentistas em base pratica, quanto mais tologia ainda é obscuro, mas sem duvi-
familiarizados estes estiverem, mais da nenhuma consiste num eficiente
belos serão os resultados. método para a obtenção de sorrisos har-
FIGURAS 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25 mônicos e agradáveis. Com o conheci-
mento desse número áureo é possível a
comunicação entre clínicos , através de
CONCLUSÃO métodos matemáticos e não somente
A proporção áurea mostrou-se significa- pela intuição profissional.
tivamente benéfica no planejamento
estético do sorriso, durante a avaliação e
no plano de tratamento.
Desde que nascemos já possuímos o
dom desta diferenciação , é genético e
natural. Parece que a própria natureza
se encarrega de conduzir a humanida-
de, a evolução através de uma seleção
natural. A única forma de perpetuar a
espécie humana é através da procriação,
13 e sendo natural da evolução genética, o
belo nos transmite a condição de saúde,
e com isso o aparecimento de descen-
dentes mais evoluídos e saudáveis .
A proporção dourada é reconhecida
como o caminho para atingir a plenitu-
de da beleza na natureza, é através dela

Dr. RONALDO HIRATA


Professor do curso de especialização em Dent. Rest. UFPR
Professor do curso de aperfeiçoamento em Odontologia
Estética ABO-PR
Coordenador do curso de resinas compostas Unicenp-PR
Professor de Materiais Dentários Unicenp-PR
Especialista em Dent. Rest. UFPR
Mestre em Materiais Dentários PUC-RS
Membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética

CONTATO
Rua Cândido Xavier, 80 - Batel - Curitiba/PR
Cep.: 80240-280
E-mail: ronaldohirata@ronaldohirata.com.br

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003


>> CONCEITOS ESTÉTICOS <<

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS

1- LOMBARDI, R.E.; The principles 10- ROSENTIEL S. F.; WARD, D. H.;


of visual perception and their clinical RASHID, R.G. Dentists preferences
application to denture esthetics. J. of anterior tooth proportion – a
Prosthet. Dent., v. 29, n. 4, apr. 1973. web-based study. J. Prosthodont.,
v. 9, n. 3, Sep., 2000.
2- SOUZA, M. A. G. Utilização dos
princípios estéticos na finalização do 11- GOLDSTEIN, R. E.
tratamento ortodôntico. Monografia A Estética em Odontologia. Editora.
de finalização da Universidade Estadual Santos, 2000 , p.3-11, p.133-205.
de Londrina, 1998.
12- LEVIN, E. I.: Dental esthetics and
3- RUFENACHT, C. R. Fundamentos the golden proportion. J. Prosthet.
de Estética. Editora Quintessence, 1998, Dent., v. 40, n. 3, sep, 1973.
p.11-132.
13- RICKETS, R. M.; The biologic
4- AURÉLIO. Novo Dicionário da significance of the divine proportion
Língua Moderna. Editora Nova and Fibonacci series. Am. J. Orthod,
Fronteira, Rio de Janeiro, 1975, p.584. St Louis, v. 81, n. 5, may, 1982.
14
5- CAVANHA, A.C. A Divina
Proporção, o Número de Ouro e a
Espiral Logarítmica no Universo.
Vicentina, 2000, 154p.

6- SUGUINO, R. et al. Análise facial.


Revista Dental Press de Ortodontia
Maxilar, v. 1, n. 1, out., 1996.

7- GUIMARÃES, J.L. Números


Camuflados. Super Interessante,
Editora Abril, n. 121, out., 1997.

8- GHYKA , M. A Geometria de uma


vida, Dover, Nova Iorque, 1977.

9- SNOW, S.R.; Esthetic smile analysis


of maxillary anterior tooth width: the
golden percentage. J. Esthet. Dent., v.
11, n. 4, 1999.

REVISTA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA 2003

You might also like