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POLICIAMENTO

OSTENSIVO
GERAL

PROFESSOR:
1º TEN PM VAGNER SOUZA MATOS
e-mail: vagnermattos@terra.com.br
CFSd 2007 – Policiamento Ostensivo Geral 2

SUMÁRIO

1. BUSCA PESSOAL_______________________________________
1.1 ASPECTO LEGAL_________________________________
2. ABORDAGEM POLICIAL _________________________________
2.1 CONCEITO _______________________________________
2.2 PRINCÍPIOS ______________________________________
2.3 FASES___________________________________________
2.4 TÉCNICAS_______________________________________
2.5 NÍVEIS DE ABORDAGEM___________________________
2.6 POSTURA DE SEGURANÇA ________________________03
3. ABORDAGEM A PESSOAS A PÉ___________________________ 03
3.1 PM ISOLADO _____________________________________ 04
04
3.2 COM DOIS PM____________________________________
04
3.3 COM TRÊS PM ___________________________________
4. EMPREGO DE ALGEMAS_________________________________ 04
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5. REFERÊNCIAS _________________________________________
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Vagner Souza Matos – 1º Ten. PM


1. BUSCA PESSOAL

1.1 ASPECTO LEGAL

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 240 §2º - Proceder-se-á à Busca Pessoal quando houver fundada


suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados
nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.

Art. 240 §1º


b) Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) Apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos
falsificados ou
contrafeitos;
d) Aprender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a
fim delituoso;
e) Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato;
g) Colher qualquer elemento de convicção.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR

Art. 180 - A Busca Pessoal consistirá na procura material feita nas vestes,
pastas, malas e outros objetos que estejam com a pessoa revistada e quando
necessário, no próprio corpo.
Art. 181 - Proceder-se-á à revista, quando houver fundada suspeita de que
alguém oculte consigo:
a) Instrumento ou produto do crime;
b) “Elemento de prova.”
Art. 182 - A revista independe de mandado:
a) Quando feita no ato da captura de pessoa que deve ser presa;
b) Quando determinada no curso da Busca Domiciliar;
c) Quando ocorrer o caso previsto na alínea a do artigo anterior;
d) Quando houver fundada suspeita de que o revistando traz consigo objetos
ou papéis que constituam corpo de delito;
e) Quando feita na presença da autoridade judiciária ou do presidente do
inquérito.
2. ABORDAGEM POLICIAL

2.1.CONCEITO DE ABORDAGEM
Abordagem é o ato de aproximar-se e interpelar uma pessoa a pé, motorizada
ou montada com o intuito de identificar, orientar, advertir, assistir, revistar,
prender, etc.

2.2. PRINCÍPIOS DE ABORDAGEM


a. SEGURANÇA: Caracteriza-se por um conjunto de medidas adotadas pela
força policial militar para diminuir os riscos da ação PM. É um conjunto de
cautelas necessárias visando a redução do perigo de uma reação por parte do
abordado ou mesmo de perigos externos à abordagem;
b. SURPRESA: É o ato de aparecer inopinadamente diante de uma pessoa
com o intuito de apanhá-la de sobressalto, não oferecendo chance de reação;
c. RAPIDEZ: É a velocidade com que a ação PM é desencadeada e
executada. Uma ação lenta além de ser um grande constrangimento para um
abordado inocente, poderá transmitir uma total antipatia para a população que,
mormente, não entende o procedimento policial;
d. AÇÃO VIGOROSA: É a atitude firme e resoluta dos componentes da ação
policial que darão ordens claras e precisas ao abordado, caracterizadora do
conhecimento técnico profissional.Jamais deverá confundir-se com arbítrio ou
violência.
e. UNIDADE DE COMANDO: É a atividade dinâmica de prever, dirigir,
coordenar, fiscalizar a ação de uma tropa a cargo de uma pessoa dentro de
uma linha de comando verticalizada. A responsabilidade da ação será
proporcional ao nível de comando.

2.3. FASES DA ABORDAGEM

a. PLANEJAMENTO MENTAL: Nessa fase o PM que estiver no comando


da ação fará as indagações abaixo citadas e com base nessas informações
elaborará uma linha de ação.
O QUE faremos?
PARA QUE abordaremos?
QUEM iremos abordar?
ONDE se dará a ação?

b. PLANO DE AÇÃO: Nessa fase é elaborada uma linha de ação adaptável


as circunstâncias do ambiente, devendo, também, ser respondidas as
seguintes indagações:
COMO atuaremos?
QUANDO realizaremos a abordagem?
c. EXECUÇÃO: A fase da execução consiste na aplicação prática do plano de
ação concebido pelo PM que estiver no comando da ação.

d. CONCLUSÃO: Após a abordagem o PM procederá a orientação,


assistência e em caso de necessitar realizar a busca pessoal e verificando-se o
cometimento de um ilícito, o preso deverá ser conduzido a uma delegacia de
polícia. Em caso de realizar a busca pessoal e não for constatado o
cometimento de ilícito penal o PM deverá explicar o motivo de sua atitude e o
porquê de ter sido realizado daquela forma.

2.4. TÉCNICAS ABORDADAS

Do ponto de vista didático ficam assim definidos os limites de cada técnica


apresentada:

a. TÉCNICA DE ABORDAGEM - Essa técnica começa quando o Cmt da


ação PM resolve iniciá-la através da fase do planejamento mental e termina
quando o revistador decide realizar a busca pessoal ou a identificação, quando
não for necessária a busca pessoal.
b. TÉCNICA DE BUSCA PESSOAL - Essa técnica inicia-se a partir do
momento em que o revistador adota a postura de segurança, iniciando o seu
deslocamento em direção do revistado, partindo para o contato físico. Termina
quando a última pessoa custodiada for revistada.
c. IDENTIFICAÇÃO - Técnica de verificação de documentos, que por via de
regra deverá ser feita após a busca (nas abordagens de nível 03 comumente é
realizada sem a busca).

2.5. NÍVEIS DE ABORDAGEM

LEGENDA:

NÍVEL 1 - Adotada em situações onde exista a suspeita ou a certeza do


cometimento de delito;
NÍVEL 2 - Adotada em situações onde haja necessidade de verificação
preventiva;
NÍVEL 3 - Adotada para situações de assistência, autuação de trânsito,
orientação, etc.
Obs.: Na suspeita não confirmada, a guarnição passará da postura de
segurança máxima para a relativa, podendo evoluir para a postura
básica.

2.6. POSTURA DE SEGURANÇA

3. ABORDAGEM A PESSOAS A PÉ

3.1. PM ISOLADO

3.1.1. Se tratando de uma Abordagem NIVEL 01, essa é contra indicada,


devendo o PM somente realizá-la em situações inevitáveis (na flagrância ou na
iminência de um ilícito penal, ou quando a situação por em risco a integridade
física do PM),e quando solicitado, o PM limita-se a coletar os dados,
informando-os a Central de Operações ou COPOM para que seja enviado o
apoio necessário, adotando a postura de segurança básica;
3.1.2. Vendo o suspeito, o PM adotará imediatamente a postura de segurança
máxima e abrigar-se-á, devendo procurar observar características físicas que
possam identificá-lo, podendo acompanhá-lo à distância através de lanços até
a chegada do apoio solicitado;
3.1.3. Nessa situação, como proceder:
a. Procurar cobrir-se ou abrigar-se;
b. Aproximar-se diminuindo a silhueta;
c. Apontar a arma para o(s) abordado(s) (postura de segurança máxima);
d. No caso de existência de um único suspeito, excepcionalmente, o PM
poderá realizar a busca pessoal, colocando-o de joelhos ao solo,
imobilizando-o com algemas e realizando a Busca Minuciosa;
e. No caso de mais de um suspeito, todos deverão permanecer deitados em
decúbito ventral, e o PM aguardará o reforço solicitado (através de apitos,
gritos, transeuntes, etc.), procurando sempre se proteger utilizando, para isso,
de abrigos e cobertas.
3.1.4. Em caso de abordagem de NÍVEL 02 e 03, o PM fará a abordagem a
distância de um passo do suspeito, mantendo a postura de segurança básica, a
qual poderá progredir para a postura RELATIVA, em se tratando de abordagem
do NÍVEL 2.

3.2. COM DOIS PM

a. Em abordagem de NÍVEL 01 deverá ser feita a aproximação observando a


disposição em linha entre policiais, formando dessa forma um triângulo, cujo
vértice será o(s) suspeito(s), atentando para a distância aproximada de 02
(dois) metros entre os PM e 03(três) metros para o(s) suspeito(s) (Fig. 01).
Caso a abordagem seja de NÍVEL 02 ou 03 a aproximação se dará seguindo a
mesma técnica, ressaltando que a distância entre o(s) abordado(s) e o PM que
entrará em contato com ele será de um passo. Em ambos os casos a postura
de segurança será a básica, contudo na abordagem do NIVEL 02 a postura de
segurança poderá progredir para a RELATIVA no decorrer da ação policial.
b. Em caso de abordagem de NÍVEL 01, os PM deverão apontar as armas para
os suspeitos, com o objetivo de garantir a primazia da ação (postura de
segurança máxima);
c. Deverão ser fornecidas todas as orientações para que o suspeito tome a
posição de busca pessoal evitando, nesse instante, o contato físico com o
abordado. Se a abordagem for de NÍVEL 01, far-se-á BUSCA MINUCIOSA,
caso seja de NÍVEL 02 ou 03 a busca será LIGEIRA;
d. O Cmt fará a segurança de busca;
e. Em caso de busca minuciosa, o outro PM fará a revista do suspeito primeiro
de um lado, depois no outro, lembrando-se de não passar na linha de tiro (Fig.
02);
f. Caso seja um grupo de pessoa, após colocá-los em posição de busca
pessoal minuciosa (NÍVEL1), o Cmt deverá estabelecer locais distintos
para busca e custódia. O suspeito que primeiro for revistado será
separado do grupo aproximadamente 03 (três) metros, para que não haja
quebra de segurança durante a revista; Salienta-se que tal abordagem será
executada em situações excepcionais, devendo o PM proceder como descrito
nas letras a,b,c,e de 1.1.3;
g. Havendo mais de um suspeito deve ser definido o setor de busca e o de
custódia. É uma abordagem de alto risco. Somente será feita em caso de
extrema necessidade, ficando a cargo do patrulheiro a busca pessoal no
indivíduo que for separado do grupo, como se sozinho estivesse, enquanto que
o outro PM ( CMT ) fará a custódia dos suspeitos revistados ou por revistar.
(Fig. 03 ).
3.3. COM TRÊS PM

a. Em abordagem de NÍVEL 1, deverá ser feita a aproximação em triângulo em


relação ao(s) suspeito(s) e em linha entre os PM; observar-se-á a distância
aproximada de 01 (um) metro entre cada PM e de 03 (três) metros em relação
ao suspeito(s) (Fig. 04). Caso a abordagem seja de NÍVEIS 2 ou 3 a
aproximação dar-se-á seguindo a mesma técnica, ressaltando que a distância
entre o(s) abordado(s) e o PM que entrará em contato com ele será de um
passo;
b. Deve ser observado o quanto disposto nas letras b, c, d, e, e f do item 1.2.
c. A Busca Pessoal será dividida em dois setores: um SETOR DE BUSCA e um
SETOR DE
CUSTÓDIA do grupo. O Setor de Custódia, sempre que possível, será
executado ao lado direito do setor de Busca;
d. O Cmt fará a segurança do revistador (Segurança de Busca), um PM fará a
revista e o terceiro PM fará a custódia dos indivíduos a serem revistados (Fig.
05).
e. A pessoa que será revistada será afastada do grupo
aproximadamente 03 (três) metros e o revistador fará a Busca
Pessoal nos dois lados do abordado tendo o cuidado de não
passar na linha de tiro do segurança de busca.
f. Havendo mais de um suspeito e sendo estabelecido os setores (busca e
custódia), o suspeito que for revistado, deverá voltar ao setor de custódia logo
após a revista, até o término por completo da ação de abordagem e busca.

4. EMPREGO DE ALGEMAS

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR

Art. 234, § 1º-O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja
perigo de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo algum será
permitido, nos presos a que se refere o Art. 242."

Art. 242:
a) Os Ministros de Estado;
b) Os Governadores ou Interventores de Estado, ou Territórios, o Prefeito do
Distrito Federal, seus respectivos secretários e Chefes de Polícia;
c) Os membros do Congresso Nacional, dos Conselhos da União e das
Assembléias Legislativas dos Estados;
d) Os cidadãos inscritos no livro de Mérito das Ordens Militares ou civis
reconhecidas em lei;
e) Os Magistrados;
f) Os Oficiais das Forças Armadas, das Polícias e dos Copos de Bombeiros
Militares, inclusive da reserva, remunerada ou não, e os reformados;
g) Os Oficiais da Marinha Mercante Nacional;
h) Os diplomados por faculdade ou instituto, superior de ensino nacional;
i) Os Ministros do Tribunal de Contas;
j) Os Ministros de Confissão Religiosa.
LEI DE EXECUÇÕES PENAIS

Art. 199:
O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.

5. REFERÊNCIAS

Manual Básico de Abordagem Policial/2000


Manual de policiamento ostensivo – Maj. Aranha

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