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A idéia de Ricardo teve como principio um problema na época era difícil explicar a causa do
enorme aumento de preços que a Inglaterra passava.E é nessa busca que ele chega à duas
teorias, que se completam: A Teoria do Valor do Produto, e a Teoria da Repartição.
E acrescenta também o valor das máquinas usado nessa produção, pois na produção das
próprias máquinas, também foi utilizado trabalho, e esse seria o seu valor incorporado. Ou
seja, um produto terá o seu valor de acordo com toda a quantidade de trabalho empregada,
desde os seus estágios anteriores, na produção de certo produto.
Mas a idéia de Ricardo ainda não estava pronta, sua teoria explicava como se chega ao valor
bruto do produto, que ele chamou de preço natural. Mas, da mesma forma que Smith, não
explicava como a lei de oferta e procura afetava esses preços. Então, ele formulou a sua
Teoria da Repartição explicando como chegar ao preço de mercado desses produtos.
Vamos explicar a idéia de Ricardo usando sua mesma analogia. Pensamos num país onde será
iniciada a produção de trigo, por exemplo. O primeiro lugar em que se buscará produzir será a
melhor terra da região, aquela onde a produção vai sair mais barata. Digamos então, que o
tanto de trabalho empregado na produção de uma tonelada desse trigo é X, e como vimos,
esse será esse o seu valor no mercado, o quanto ele receberá. E sem receber mais do que o
valor da produção, esse produtor não terá lucros, e não aumentará produção. Lembre-se que o
valor do “trabalho do produtor” já foi pago nos custos de produção, apenas não foi pago a
mais, que seria necessário pra ele aumentar essa produção.
Então, temos a produção nas terras A, terras boas, onde o custo da produção, e também o
preço do produto, será X. E também temos as terras B, piores, onde os custos de produção
serão maiores, e podemos chamar de Y. (Y > X)
E daí eu te pergunto, o produto da terra A e terra B, mesmo com custos diferentes, são
diferentes entre si? Não, continuam sendo uma tonelada de trigo. E a população crescente,
necessita consumir toda essa produção. Então, o mercado se ajustará para pagar o custo de
produção mais caro, ou seja, Y. É daí então que surge o lucro das terras A, elas produziram a
preço X, mas venderão a preço Y. Seu lucro será (Y –X).
E é assim que se dá a renda dos produtores, com o aumento da procura pelos produtos, fatores
menos produtivos (mais caros) terão que ser considerados na produção, e quem produzir num
valor abaixo do que essa demanda busca pagar, terá lucros, e poderá aumentar sua produção,
reduzindo ainda mais seus custos devido à escala. Por fim, os preços dos produtos são
formados pelo seu preço natural, e seu preço de mercado, que vai depender da quantidade que
se demanda da produção, e do nível dos fatores empregados nessa.
Ricardo também usa a mesma teoria para explicar o funcionamento dos salários, recebidos
pelos operários e trabalhadores. Temos um salário natural, que é o necessário para o
trabalhador sobreviver e manter suas necessidades básicas, e mais o salário de mercado, que
flutuará à mesma medida da oferta e procura, ou seja, aumento ou diminuição de produção.
Uma coisa que devemos entender, que mesmo com uma aparência bonita, esse sistema gera
um aumento desenfreado nos preços, que exigem aumentos de salários para manter esse nível
de produção, o que não acontece de forma automática porque os lucros também não vêem de
imediato, ao contrário, quando pagando salários mais altos, os lucros caem, e, então não a
possibilidade de aumento de produção. Ou seja, aumento de preços desenfreados buscando
aumento de lucro não é uma boa solução, e era essa encruzilhada que Ricardo se encontrava,
mesmo tendo entendido como funcionava os sistemas, não se tinha uma solução.
Então, uma das alternativas que Ricardo sugeriu foi a diminuição dos preços com o comércio
internacional, comprando produtos de quem produzisse mais barato que na Inglaterra, a
chamada Teoria das Vantagens Comparativas, que já eram aprimoramentos da Teoria das
Vantagens Absolutas, feitas pelo Adam Smith. Teorias essas que merecem um post a parte,
quando formos falar especificamente de Comércio Internacional.
Por hoje é só, antes que alguém me crucifique por ter simplificado tanto as idéias de Ricardo,
o fiz de forma que quem não tem contato com a área pudesse pegar sua essência, pra quem se
interessar, sua obra é muito mais complexa e muito mais esclarecida do que o postado aqui, e
literatura é o que não falta. Partes que tenham ficado confusas ou incompletas, comentem que
podemos discutir mais nos comentários, também abertos a dúvidas e observações.