You are on page 1of 4

DAVID RICARDO

David Ricardo é considerado um dos fundadores da Escola Clássica inglesa da


economia política juntamente com Adam Smith e Thomas Malthus. Nasceu em Londres em,
no dia 18 de abril de 1772. Foi o terceiro de 17 filhos de uma família holandesa de classe
média. David tornou-se operador da bolsa de valores de Londres onde acumulou fortuna.
Morreu em 11 de setembro de 1823 aos 51 anos de idade.

David Ricardo teve como principal obra os “Princípios da Economia Política e da


tributação”, foi publicado em pela primeira vez em 1817, cuja principal contribuição
econômica foi baseada na teoria da distribuição do excedente de diversas classes sociais. Seus
propósitos mais valiosos eram a teoria do valor e a teoria da repartição. A primeira assume
que o valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho nela incorporado e
a segunda estudava as leis que regulamentam a divisão do produto considerando a existência
de três classes sociais, os latifúndios, os operários e os capitalistas. No conflito de classes
tomou a posição os capitalistas.

A contribuição de David Ricardo consistiu em ter sintetizado as teorias da população e da


renda numa doutrina geral do valor e da distribuição. Com bom critério começou por ai, por
entender que "a determinação das leis que regem essa distribuição (a do produto) é o
problema primordial da economia política", deslocando assim, o centro de gravidade da
economia, colocado por Smith no problema da distribuição. Ricardo formulou com clareza o
princípio básico de sua teoria do valor: o valor dos bens depende da quantidade de trabalho
necessária a sua obtenção. A seguir, analisou questões diretamente relacionadas àquela
afirmação básica: as diferentes qualidades do trabalho podem ser reduzidas a um só tipo
homogêneo; o capital pode ser considerado como trabalho acumulado; a diferente proporção
entre capital fixo e circulante, ou a diferente amplidão do período de produção levantam
problemas.
Utilizando a teoria contemporânea da renda, Ricardo propõe um modelo que representa a
evolução do cultivo das terras de um país : começa com as de melhor qualidade e vai se
deslocando para as de menor qualidade, de acordo com a pressão exercida pelo aumento da
população.
Os salários mantêm-se sempre em nível de subsistência e os lucros são iguais aos da última
parcela (marginal) posta para cultivar. A evolução das rendas no tempo é esta: os salários
reais mantêm-se, os lucros diminuem e a renda da terra aumenta, alcançando-se, no futuro, o
estado estacionário.
Segundo Ricardo, a aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no processo
produtivo gera um produto, este se divide pelas três classes da sociedade: propriedades de
terra (sob a forma de renda da terra), trabalhadores assalariados (sob a forma de salários) e os
arrendatários capitalistas (sob a forma de lucros de capital). O papel da ciência econômica
seria determinar as leis naturais que orientassem essa distribuição.
Para David Ricardo o equilíbrio poderia ser alcançado com a aplicação das suas teorias.
Sua principal contribuição foi o princípio dos rendimentos decrescentes, devido a renda das
terras. Tentou deduzir um teoria do valor a partir da aplicação do trabalho.
Outra contribuição foi a Lei do Custo Comparativo, que demonstrava os benefícios advindos
de uma especialização internacional na composição dos commodities do comércio
internacional. Este foi o principal argumento do Livre Comércio, aplicado pela Inglaterra,
durante o século XIX, exportando manufaturas e importando matérias primas.
David Ricardo é reconhecido como o sucessor de Adam Smith. Foi o economista mais
influente de sua época, e a influência de seu trabalho se manteria por décadas, até 1870.

A idéia de Ricardo teve como principio um problema na época era difícil explicar a causa do
enorme aumento de preços que a Inglaterra passava.E é nessa busca que ele chega à duas
teorias, que se completam: A Teoria do Valor do Produto, e a Teoria da Repartição.

Continuando o pensamento de Smith, Ricardo diz que o valor de um produto é um resultado


de todo o trabalho empregado na sua produção, seja o valor pago ao trabalho dos operários, e
o lucro dos capitalistas, que não deixa de ser o seu trabalho.

E acrescenta também o valor das máquinas usado nessa produção, pois na produção das
próprias máquinas, também foi utilizado trabalho, e esse seria o seu valor incorporado. Ou
seja, um produto terá o seu valor de acordo com toda a quantidade de trabalho empregada,
desde os seus estágios anteriores, na produção de certo produto.
Mas a idéia de Ricardo ainda não estava pronta, sua teoria explicava como se chega ao valor
bruto do produto, que ele chamou de preço natural. Mas, da mesma forma que Smith, não
explicava como a lei de oferta e procura afetava esses preços. Então, ele formulou a sua
Teoria da Repartição explicando como chegar ao preço de mercado desses produtos.
Vamos explicar a idéia de Ricardo usando sua mesma analogia. Pensamos num país onde será
iniciada a produção de trigo, por exemplo. O primeiro lugar em que se buscará produzir será a
melhor terra da região, aquela onde a produção vai sair mais barata. Digamos então, que o
tanto de trabalho empregado na produção de uma tonelada desse trigo é X, e como vimos,
esse será esse o seu valor no mercado, o quanto ele receberá. E sem receber mais do que o
valor da produção, esse produtor não terá lucros, e não aumentará produção. Lembre-se que o
valor do “trabalho do produtor” já foi pago nos custos de produção, apenas não foi pago a
mais, que seria necessário pra ele aumentar essa produção.

Ma só que, com trabalhadores empregados em boas condições, a população tende facilmente a


aumentar. Aumentando a população, é necessária maior produção de trigo. Em algum
momento, todas aquelas primeiras terras “boas” serão esgotadas, então será necessário
produzir em terras piores, onde ficará mais cara a produção. Produção mais cara, também
deixa o produto mais caro.

Então, temos a produção nas terras A, terras boas, onde o custo da produção, e também o
preço do produto, será X. E também temos as terras B, piores, onde os custos de produção
serão maiores, e podemos chamar de Y. (Y > X)

E daí eu te pergunto, o produto da terra A e terra B, mesmo com custos diferentes, são
diferentes entre si? Não, continuam sendo uma tonelada de trigo. E a população crescente,
necessita consumir toda essa produção. Então, o mercado se ajustará para pagar o custo de
produção mais caro, ou seja, Y. É daí então que surge o lucro das terras A, elas produziram a
preço X, mas venderão a preço Y. Seu lucro será (Y –X).

E é assim que se dá a renda dos produtores, com o aumento da procura pelos produtos, fatores
menos produtivos (mais caros) terão que ser considerados na produção, e quem produzir num
valor abaixo do que essa demanda busca pagar, terá lucros, e poderá aumentar sua produção,
reduzindo ainda mais seus custos devido à escala. Por fim, os preços dos produtos são
formados pelo seu preço natural, e seu preço de mercado, que vai depender da quantidade que
se demanda da produção, e do nível dos fatores empregados nessa.

Ricardo também usa a mesma teoria para explicar o funcionamento dos salários, recebidos
pelos operários e trabalhadores. Temos um salário natural, que é o necessário para o
trabalhador sobreviver e manter suas necessidades básicas, e mais o salário de mercado, que
flutuará à mesma medida da oferta e procura, ou seja, aumento ou diminuição de produção.

Uma coisa que devemos entender, que mesmo com uma aparência bonita, esse sistema gera
um aumento desenfreado nos preços, que exigem aumentos de salários para manter esse nível
de produção, o que não acontece de forma automática porque os lucros também não vêem de
imediato, ao contrário, quando pagando salários mais altos, os lucros caem, e, então não a
possibilidade de aumento de produção. Ou seja, aumento de preços desenfreados buscando
aumento de lucro não é uma boa solução, e era essa encruzilhada que Ricardo se encontrava,
mesmo tendo entendido como funcionava os sistemas, não se tinha uma solução.

Então, uma das alternativas que Ricardo sugeriu foi a diminuição dos preços com o comércio
internacional, comprando produtos de quem produzisse mais barato que na Inglaterra, a
chamada Teoria das Vantagens Comparativas, que já eram aprimoramentos da Teoria das
Vantagens Absolutas, feitas pelo Adam Smith. Teorias essas que merecem um post a parte,
quando formos falar especificamente de Comércio Internacional.

Por hoje é só, antes que alguém me crucifique por ter simplificado tanto as idéias de Ricardo,
o fiz de forma que quem não tem contato com a área pudesse pegar sua essência, pra quem se
interessar, sua obra é muito mais complexa e muito mais esclarecida do que o postado aqui, e
literatura é o que não falta. Partes que tenham ficado confusas ou incompletas, comentem que
podemos discutir mais nos comentários, também abertos a dúvidas e observações.

You might also like