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BELÉM-PA
2001
UNIVERSIDADE DA AMAZONIA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
BELÉM/PA
2001
FOLHA DA AVALIAÇÃO
NOTA ATRIBUÍDA:
ORIENTADOR : __________________
EXAMINADOR :__________________
DATA: ______/______/________
AGRADECIMENTOS
- A DEUS, Ser Supremo, por ter guiado meus passos nos momentos de incertezas e
ajudado a superar e vencer os obstáculos que apareceram em minha caminhada;
- À minha família, principalmente a meus pais, que me deram todo apoio e incentivo para
que eu conquistasse essa vitória, participaram de todos os momentos e conduziram-me
sempre com amor, carinho e dedicação; eles são responsáveis por tudo de bom em minha
vida;
- Ao meu amor DENIS, que acompanhou a minha trajetória acadêmica, sempre dando
apoio e incentivo à dedicação que tenho aos estudos.
Com o advento da lei n°8.630/93 – Lei de Modernização dos Portos, decretada pelo
Congresso Nacional e sancionada pelo Sr. Presidente da Republica Itamar Franco em
24.02.93 o Brasil deu o primeiro passo para acompanhar a modernidade dos serviços
portuários, estabelecendo, dessa maneira, um novo modelo para os portos nacionais que
passarão por profundas e radicais mudanças em seus múltiplos aspectos jurídicos,
institucionais e operacionais.
A Lei de Modernização dos Portos tem como objetivo a integração dos portos à infra-
estrutura sócio-econômica em contribuição ao progresso das atividades que se
desenvolvem no setor. As alterações promovidas pela Lei, que dispõe sobre o regime
jurídico da exploração dos portos são as seguintes:
!"
Criação do Conselho de Autoridade Portuária – CAP;
!"
Criação do Conselho Operador Portuário;
!"
Criação do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO);
!"
Mudança na competência de infra-estrutura marítima do porto;
!"
Modernização da sistemática da administração portuária e aduaneira nos portos
organizados;
!"
Modernização na sistemática das concessões, arrendamentos e terceirização do
complexo portuário.
Uma das mudanças mais significativas instituídas pela Lei n°8.630/93 foi a criação da
figura dos Órgãos Gestores de Mão-de-Obra (OGMO) que têm a competência de
administrar a oferta e a qualificação dos trabalhadores portuários, servindo como
intermediários entre o capital e o trabalho.
!"
A privatização da exploração dos portos organizados através da concessão;
!"
A construção, reforma, ampliação, melhoramento, arrendamento e exploração de
instalações portuárias, mediante contrato de concessão ou autorização do ministério
competente;
!"
A privatização da prestação de serviços portuários, através de pré-qualificação de
empresas operadoras portuárias.
No que diz respeito à relação capital x trabalho, as principais modificações dizem respeito
à:
!"
Transferência da Gestão de Mão-de-Obra do trabalho portuário, dos sindicatos dos
trabalhadores para os Órgãos Gestores de Mão-de-Obra;
!"
Transferência da prerrogativa de registro e identificação do trabalhador portuário, da
União para uma entidade privada, no caso o Órgão Gestor de Mão-de-Obra;
!"
Subordinação às normas que forem pactuadas em contrato, convenção ou acordo
coletivo de trabalho de todos os aspectos das relações capital x trabalho no porto,
inclusive a gestão de mão-de-obra.
O aspecto mais revolucionário quanto à administração do porto é a criação do
Conselho de Autoridade Portuária (CAP), que delega à comunidade local, tanto a
supervisão da atuação da administração do porto, quanto a distribuição do planejamento e
das decisões sobre o desenvolvimento de cada porto organizado.
O GEMPO – Grupo Executivo para Modernização dos Portos criado pelo Decreto
n°1.467 de 27 de abril de 1995 tem por objetivo coordenar as providências necessárias à
modernização do Sistema Portuário Brasileiro, com o advento da Lei n°8.630/93.
A edição da Lei n°8.630/93 teve como intuito revolucionar a relação capital x trabalho
no setor portuário, com a redução do excessivo contingente de trabalhadores avulsos e
pondo fim a alguns problemas setoriais, objetivando basicamente os custos das operações
portuárias no Brasil.
“Dada a complexidade das matérias tratadas na lei, cujo projeto inicial sofreu diversas
modificações e a versão final, até pelo seu tamanho, foi pouco divulgada, e são poucos os
técnicos, empresários e sindicalistas que, no momento, podem interpretá-la e visualizar a sua
aplicação” (OLIVEIRA, 1996: 53-54).
Com sede em Belém, capital do Pará, constitui uma “holding”, a CDP, Companhia
Docas do Pará, com 34 anos de funcionamento, foi autorizada pelo Decreto- Lei n°155, de
10 de fevereiro de 1967. Atualmente, tendo como Diretor Presidente o Eng.º Carlos
Acatauassú Nunes, a empresa administra 10 portos (terminal de Miramar, Vila do Conde,
Santarém, Altamira, Itaituba, Marabá, Óbidos e Barcarena, inclusive o porto de Macapá,
no Estado do Amapá. É também responsável pela administração das hidrovias da
Amazônia Oriental, AHIMOR e Tocantins-Araguaia, AHITAR.
Convém ressaltar que existe total harmonia entre as diversas autoridades que atuam
no âmbito dos portos organizados administrados pela CDP – Companhia Docas do Pará,
pois a atuação do Programa de Harmonização das Atividades dos Agentes de Autoridade
nos Portos (PROHAGE) é considerado como um dos mais atuantes do país.
Segundo pesquisa de campo realizada para fins deste trabalho, a Lei nº 8.630/93 só
passou a surtir efeito na CDP a partir de 1996, pois, para seguir as determinações impostas
pela Lei, houve um gradual processo de redução do excedente pessoal, o qual tornava-se
uma barreira para a aplicabilidade das determinações da Lei da Modernização dos Portos.
Essa renovação se respalda em dois aspectos que, numa análise comparativa com os
sistemas mais modernos e produtivos no setor portuário são responsáveis pela necessidade
da implementação de mudanças. O primeiro diz respeito à desatualizada regulamentação,
que rege as operações do cais, obsoletas, e o segundo são os equipamentos e instalações,
com tecnologias ultrapassadas e sem a manutenção necessária para o bom desempenho das
atividades realizadas nos portos.
Isso se reflete em exigências como a inovação das relações trabalhistas, pois estão
diretamente ligadas ao processo de investimentos públicos e privados nos portos
brasileiros. Portanto é importante vincular e acompanhar essas mudanças, pois são fatores
de definição para a canalização de investimentos para ampliação e modernização das
atividades portuárias no sentido de atingir maiores índices de eficiência e racionalização.
“a introdução das inovações tecnológicas é acompanhada e subordinada à implementação de
novas formas de organização da produção e do trabalho e inúmeros programas de controle e
desenvolvimento de qualidade, sendo que a marca mais característica da reestruturação
produtiva é a predominância das inovações organizacionais e gerenciais”. (SILVA, 1996: 45).
Percebemos que essas inovações na redução dos níveis hierárquicos têm gerado
alteração na natureza do trabalho e das funções e profissões, reforçando a atuação dos
chamados operadores e eliminando diversas profissões.
Visando competir com os portos mais desenvolvidos, como visto acima, o processo
das inovações tecnológicas nos portos brasileiros almeja torná-los mais aptos a disputarem
em um mercado globalizado, sendo que fica subtendido que na realidade um outro objetivo
está por trás de toda inovação tecnológica, que é o controle sobre o trabalhador, como
afirma Pablo Gentili: “as novas tecnologias, ao mesmo tempo em que diminuem a
necessidade quantitativa do trabalho vivo, aumentam a necessidade qualitativa do mesmo”
(GENTILI, 1995: 50-53).
Com vistas a melhoria de qualidade dos serviços no setor portuário, a Lei 8.630/93
possibilitou a criação do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO) que substitui os
sindicatos organizados no controle da mão-de-obra avulsa nos portos, trazendo inovações
como o cadastramento do trabalhador avulso portuário, implicando em racionalização dos
custos. O consenso entre o sindicato dos trabalhadores avulsos e sindicatos dos operadores
portuários definirá o número de trabalhadores necessários para executar o serviço
portuário. Em vista disso, os empresários do setor defendem um contrato coletivo,
alegando que cada porto possui realidades diferentes; em contrapartida, os trabalhadores
defendem um contrato em nível nacional, criando uma barreira no processo de
modernização.
Ainda que o Brasil esteja fazendo sua reforma portuária em um período de alto
índice de desemprego e ela vá resultar na redução de mão-de-obra, terá que prosseguir
nesta Reforma, porque todos seriam perdedores com a estagnação do país provocada por
portos obsoletos e com tecnologia rudimentar em relação aos portos mundiais, pois numa
economia globalizada a competitividade será cada vez mais acirrada.
Existem outras atribuições do assistente social que tornarão mais eficaz sua atuação
nas organizações como, por exemplo, em trabalhos voltados para o atendimento de grupos,
tendo em mente objetivos socias atingir e o seu papel no contexto da administração de
recursos humanos; no aprimoramento de suas condições de trabalho.
Observa-se que alguns critérios adotados por determinadas empresas, tais como
exigências e requisitos para o ingresso na esfera empresarial, extrapolam o campo de
conhecimentos para abranger “habilidades e qualidades pessoais”, tais como experiência,
criatividade, desembaraço, versatilidade, iniciativa e liderança, capacidade de negociação e
apresentação em público, fluência verbal, habilidade no relacionamento e “capacidade de
sintonizar-se com as rápidas mudanças no mundo dos negócios, e para tanto é
imprescindível o conhecimento de informática e línguas, e nesse contexto também insere-
se o assistente social.
Encantar o cliente significa fazer mais do que simplesmente satisfazê-lo. Significa oferecer mais
que o prometido, sobretudo de forma surpreendente, e encantamento do cliente deve ser praticado
de forma decidida, o final, sabe-se que a conquista de um novo cliente apresenta um custo de uma
de 5 vezes mais a manutenção de um cliente regular” (1998: 132).
nº 1 – 178. A assertiva, utilizada por Marx, para caracterizar a modernidade, revela-se hoje dotada de maior
atualidade. Cf. MARX, K. Engels, F. “O Manifesto Comunista”. In: textos 3. São Paulo, Ed. Sociais, 1977, pp: 13-47.
“O Serviço Social é uma profissão que nasce enraizada na questão social, que envolve os
“menos favorecidos” ou os mais expoliados e tem sancionado seu exercício profissional, pelas
instituições e/ou programas de bem- estar social de natureza pública ou privada. Sua história e
sua trajetória na sociedade capitalista de produção acompanha, contribui e serve
politicamente à sua finalidade”. (ALVES 1992: 149):
Dessa forma, podemos considerar que o campo de ações do assistente social, como
trabalhador técnico decorre, fundamentalmente, da inserção dos Serviços Sociais como
Política Social, na relação capital x trabalho, o que ocorre no contexto da CDP
//www.nathaw.com/brazil/tropical/tr/lebrtr/lebrtr6.htm.translate
ALVES, J.M. A Questão da competência técnica para o Assistente Social, Seminar: CI,
SOC. 1 HUM, Londrina, V. 13, Ed. 3, P. 148-157, Setembro de 1992.
MENESES, Kleber. “CDP e a Lei de Modernização dos Portos “ [ mensagem pessoal] <
Kleber@cdp.com.br> 05.01.2001.
OLIVEIRA, Carlos Tavares de, “Modernização dos Portos”, 2º Edição – São Paulo:
Edit. Aduaneiras, 1996.
SOUZA, Telma de, “Modelo integrador dos portos”. O Estado de São Paulo, 05 de janeiro
1995. Caderno de economia, P. B-2.