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Prospecção Tecnológica

Energia
COORDENAÇÃO GERAL
Marcio de Miranda Santos (Diretor Executivo – CGEE)

COORDENAÇÃO CIENTÍFICA
Gilberto De Martino Jannuzzi – Unicamp (Coordenador)
Isaías de Carvalho Macedo – Unicamp

Brasília, novembro 2005


Prospecção Tecnológica em Energia

Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)

Evando Mirra de Paula e Silva


Presidente

Marcio de Miranda Santos


Diretor Executivo

Paulo Afonso Bracarense


Diretor

Projeto gráfico e design: Anderson Moraes

SCN Q. 2 Bl. A Corporate Financial Center, sala 1102


70712-900 Brasília, DF - Tel: (55.61) 424-9600 - Fax: (55.61) 424-9661
www.cgee.org.br
e-mail: info@cgee.org.br

Prospecção Tecnológica em Energia / Centro de Gestão e Estudos Estratégicos.


Brasília: CGEE, 2005
141p.
1. Prospecção tecnológica 2. Energia 3. Foresight 4. Planejamento em CT&I
5. Sustentabilidade 6. Delphi

CDU 620.9:62.001.76

Impresso em Brasília, 2005


Prospecção Tecnológica

Energia
COORDENAÇÃO GERAL MEMBROS DO GRUPO CONSULTIVO
Marcio de Miranda Santos (Diretor Executivo – CGEE) 1ª ETAPA
Agostinho Pereira Ferreira – Consultor Independente
COORDENAÇÃO CIENTÍFICA Dalci Maria dos Santos – CGEE
Gilberto De Martino Jannuzzi – Unicamp (Coordenador) Gilberto De Martino Jannuzzi – Unicamp
Isaías de Carvalho Macedo – Unicamp Hélio Guedes de Campos Barros – Prospectar/MCT
Isaías de Carvalho Macedo – Unicamp
ASSESSORIA TÉCNICA – CGEE Marcio de Miranda Santos – CGEE
Lélio Fellows Filho (Chefe) Marcos José Marques – INEE
Anderson Lopes de Moraes Maria Aparecida Stallivieri Neves – Projeto Tendências
Gilda Massari Coelho Mauro Zackiewicz – CGEE e GEOPI/Unicamp
Maria de Lourdes Cardoso dos Santos Wellington dos Santos Mota – UFPB
Nathalia Kneipp Sena
Tatiana de Carvalho Pires 2ª ETAPA
Carlos Eduardo Morelli Tucci – UFRGS
ASSESSORIA TÉCNICA – IEI Dalci Maria dos Santos – CGEE
Ana Regina Ferraz Gilberto De Martino Jannuzzi – Unicamp
Luiz Gustavo de Oliveira Isaías de Carvalho Macedo – Unicamp
Paulo Santana Marcelo Khaled Poppe – MME
Rubens Luciano Marcio de Miranda Santos – CGEE
Marcos José Marques – INEE
Maria Aparecida Stallivieri Neves – Finep
Mauro Zackiewicz – CGEE e GEOPI/Unicamp
Nelson Fontes Siffert Filho – BNDES

Brasília, novembro 2005


Resumo executivo

Tendências tecnológicas para energia

A liberalização do mercado energético e os condicionantes de


meio ambiente configuram um cenário futuro orientado para a
diversificação da matriz energética com aumento significativo
na utilização de energias limpas e um incremento na eficiência
energética dos processos. Nos próximos anos, o petróleo deve
permanecer como fonte dominante de energia e o incremento
esperado no consumo exigirá um aumento da capacidade de
produção. O gás natural deverá ser a fonte de energia primária
com maior crescimento, mantendo a taxa anual de 2,2% no
período de 2001-2025.

Existe uma forte tendência mundial em se priorizar desenvolvimento


de P&D na direção de tecnologias que contribuam para conferir
maior sustentabilidade ambiental, maior qualidade de energia e
segurança no fornecimento.

O Brasil apresenta situação privilegiada em termos de utilização


de fontes renováveis, que representam 41% da oferta interna
energia, enquanto que a média mundial é de 14%. Esta vantagem,
complementada pela grande utilização da biomassa, faz com que
o Brasil apresente baixa taxa de emissão de CO2 pela utilização de
combustíveis. Com relação às diferentes fontes de energia e sua
participação na matriz energética nacional, algumas premissas
básicas devem ser consideradas:
Prospecção Tecnológica em Energia

• a importância da hidroeletricidade é significativamente maior que


na grande maioria dos países e deverá continuar a ser a mais im-
portante fonte de eletricidade no país nas próximas décadas;

• a produção de petróleo nacional deverá atingir níveis de auto-


suficiência nos próximos anos, sendo resultante de significativos
investimentos em P&D, prospecção e exploração;

• o gás natural representa cerca de 3% da energia primária produzida


no país, em torno de 10 vezes menor que o petróleo. As diretrizes
da política energética nacional estabelecem que esse combustível
deverá responder por 12% da energia primária em 2010.

• o carvão mineral é o combustível fóssil mais abundante no país,


mas apresenta dificuldades para competir com outras energias
alternativas, seja para geração de eletricidade ou para outros fins
térmicos, devido a sua baixa qualidade.

• o uso de biomassa para fins de geração de energia é interessante


para o país, especialmente para usos finais com maior conteúdo
tecnológico como geração de eletricidade, produção de vapor e
combustíveis para transporte.

Objetivo do exercício

Construção de uma agenda de P&D e a identificação de uma ordem


de prioridades dentro desta agenda, a partir de visões estratégicas
para o desenvolvimento tecnológico, considerando-se os desafios
colocados à matriz energética bem como a identificação de ações
prioritárias em um conjunto de tópicos tecnológicos que envolvem:


(1) tecnologias para geração de energia elétrica; (2) tecnologias
para suprimento de combustíveis e, (3) tecnologias de transmissão
e distribuição, geração distribuída e armazenamento, planejamento,
conservação e uso final.

Metodologia

A abordagem metodológica utilizada para este exercício foi


construída de modo a permitir a identificação de um conjunto de
tópicos tecnológicos prioritários para os investimentos no Brasil
nos próximos 20 anos. Esta abordagem foi conduzida em duas
etapas e envolveu a elaboração de um estudo sobre o estado
da arte e as principais tendências tecnológicas em energia, bem
como a organização de um conjunto de tópicos tecnológicos que
foram objeto de uma consulta estruturada a especialistas (técnica
Delphi) e posterior análise e hierarquização (método multicritérios
de apoio à tomada de decisão).

Resultados

Como resultados principais obtidos destacam-se:

• relatório sobre o “Estado da Arte e Tendências Tecnológicas em


Energia”;

• identificação e priorização de 63 tópicos tecnológicos em


energia;

• identificação de 7 tópicos tecnológicos que, em todas simulações


realizadas, se colocaram entre os dez primeiros em listas de
prioridades, a saber:


• Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética


Prospecção Tecnológica em Energia

em equipamentos de uso industrial.

• Desenvolvimento e implementação de tecnologias de tran-


sesterificação com etanol e metanol de óleos vegetais para
utilização como biodiesel.

• Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética


em equipamentos e sistemas utilizados nos setores de
comércio e de serviços.

• Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado.

• Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético (inclusive


transgênicos), novas tecnologias para a produção da cana e
no processamento industrial.

• Desenvolvimento de sistemas elétricos isolados.

• Tecnologias de recuperação e pré-processamento de


resíduos para culturas de grandes volumes: cana, madeira,
arroz, milho, soja, etc.

Recomendações

a. divulgar e difundir estes resultados de forma a se obter uma


avaliação mais ampla deste exercício prospectivo junto à
sociedade;
b. possibilitar a efetiva incorporação dos resultados no processo
decisório, particularmente no que diz respeito à aplicação de
recursos do CT-Energ;
c. aprofundar a análise dos tópicos selecionados de modo a
identificar mecanismos de gestão tecnológica e investimentos
em C&T adequados aos mesmos. É importante destacar que,
com a massa de dados obtida, por meio consulta realizada a
um conjunto selecionado de especialistas, podem ser realizadas


outras análises e simulações, que atendam a interesses e as
novas questões, a critério do tomador de decisão.
d elaborar novas propostas de exercícios prospectivos na área de
energia, com vistas ao aprofundamento de questões levantadas
e discutidas neste relatório bem como permitir a incorporação de
novos temas de interesse para o sistema de CT&I
e monitorar, de forma sistemática, o desenvolvimento das tec-
nologias consideradas críticas para o país, no Brasil e no exterior.
f Estimular uma maior interação entre os grupos de pesquisa
existentes no país, tomando-se por base a identificação da ca-
pacidade instalada no país e as deficiências apontadas no ma-
peamento de competências realizado.


Participantes
Adiel Teixeira de Almeida - UFPE Cícero Mariano dos Santos - UFPE
Agostinho Pereira Ferreira - Consultor Independente Cláudia Canongia - IBICT
Alan Poole - INEE Cláudia Maria Milito - UFAL
Alecio Barreto Fernandes - Nepen Cláudio Júdice - MCT
Alejandro Antônio Fonseca Duarte - UFAC Cristina Lemos - INT
Alessandro Bezerra Trindade - FucapiI Dalci Maria dos Santos - CGEE
Altino Ventura - Consultor Independente Dan Ramon - CGEE
Aluzilda J. Oliveira - UFCG David Chazan - Cientec-RS
Álvaro B. Hidalgo - UFPE David Zylbersztajn - DZ & Associados
Alyne Vieira - SECT-AL Dean William Carmeis - CGEE
Amilcar Gonçalves Guerreiro - MME Denis Schiozer - UFCG
Anderson de Barros Dantas - UFAL Denivaldo Germano de Araújo - Eletronorte
Antonio Carlos de Oliveira Barroso - IPEN Edgard Medeiros - Fiepa
Antônio Carlos Faria de Paiva - Eletronorte Edson Leal M. Neto - Nepen
Armando Bassetto Filho - Bassetto Tecnologia e Inovação Eduardo Azevedo Rodrigues - Vector Energia
Armando Tupiassú - Celpa Eduardo Carpentieri - Chesf
Arnaldo César S. Walter - Unicamp Elio Meneses Pacheco - UFPE
Arno Krenzinger - UFRGS Enes Gonçalves Marra - UFG
Arthur Moret - UNIR Ennio Peres da Silva - Ceneh/Unicamp
Aurélio C. de Melo Júnior - Aneel Ewerton Larry Soares Ferreira - Setec, AP
Auro Atsushi Tanaka - UFMA Fábio da Costa Medeiros - ONS
Benedito das Graças D. Rodrigues - Eletronorte Fernando A.Lopes - Procel
Benemar de Souza - UFPB Fernando Baratelli Júnior - Cenpes/Petrobras
Brigida Ramati P. da Rocha - UFPA Fernando Luiz Marcelo Antunes - UFC
Carlos Alberto Ribeiro Avellar - Abradee Francisco Eulálio Alves dos Santos - UFAC
Carlos Campos - Celpe Francisco Luiz dos Santos - Unicap
Carlos Eduardo Morelli Tucci - UFRGS Frederico Araújo - Consultor Independente
Carlos Gurgel - UnB Geoberto Espírito Santo - FIEA
Carlos Leôncio Gonzaga Costa - Celpe Geraldo Pimentel - ONS
Carlos Roberto Lima - UFCG Geraldo Tiago Filho - CERPCH
Caroline Maria Guerra de Miranda - UFPE Gilberto De Martino Jannuzzi - NIPE/Unicamp
Celso Paulo de Azevedo - Embrapa Gilson Galvão Krause - Promon Engenharia
Celso Trindade - Finep Gonçalo Rendeiro - UFPA
Gonzalo Enriquez - UFPA Josealdo Tonholo - UFAL
Helen Khoury - UFPE Josiane Calado - UFAL
Hélio Guedes de Campos Barros - MCT Juarez Benigno Paes - UFCG
Hélvio Neves Guerra - Aneel Júlio A. Leitão - Chesf
Henrique José Ternes Neto - Lactec Júlio Militão - UNIR
Homero Gonçalves de Andrade - Cepel Laércio de Sequeira -Finep
Homero Schneider - Cenpra Leandro Dalla Zen - Cientec, RS
Hugo Túlio Rodrigues - Projeto Tendências Lélio Fellows Filho - CGEE
Idel Metzger - Abdib Leonardo Bitencourt - UFAL
Isaías de Carvalho Macedo - Consultor Independente Lúcia Carvalho Pinto de Melo - CGEE
Ivan Aragão - Celpa Luciana Xavier Capanema - Finep
Jaime Buarque Hollanda - INEE Luís Augusto Barbosa Cortez - Unicamp
Jamil Haddad - EFEI Luís Claudio Silva Frade - Eletronorte
Jane Maria Damaceno - Eletroacre Luís Coradine - UFAL
Jeremias Alencar - RTG Luís Fernando Figueira da Silva - PUC-RJ
João Caldas do Lago Neto - UFAM Luiz Augusto Horta Nogueira - Unifei
João Roberto Barbosa - ITA Luiz Eduardo Caron - Lactec
João Roberto Pinto - CNPq Luiz Fortunato - ONS
João Tavares Pinho - UFPA Luiz Henrique Alves de Medeiros - UFPE
José A. D. Dieguez - IPEN Luiz Paulo Faria - Eletrobras
José Aderaldo Lopes - IbenBrasil Luiz Pereira Ramos - UFPR
José Alcides Santoro Martins - CTGás Lusérgio Sales de Souza - Bovesa
José Augusto Lima Barreiros - UFPA Magali Correia - UFCG
José Carlos Gomes Costa - MME Manoel Afonso Carvalho - UFPE
José Carlos Medeiros - Eletronorte Manoel Fernandes Martins Nogueira - MME
José do Patrocínio Hora Alves - UFS Manoel Firmino de Medeiros Jr. - UFRN
José Elieser de Oliveira Jr. - UFAC Manoel Régis Lima Verde Leal - Copersucar
José Goldemberg - Governo do Estado de São Paulo Marcelo Khaled Poppe - MME
José Henrique Diniz - Cemig Marcelo Mesquita da Silva - CER
José Leonaldo Souza - UFAL Marcio de Miranda Santos - CGEE
José Luiz Pereira Brittes - CPFL Marco Antônio Wanderley Cavalcanti - UFPB
José Maldonado - INT Marcos Branche - CEA
José Nadir de Oliveira - Senai Marcos Freitas - ANA
José Roberto Moreira - Megawatt Projetos Marcos José Marques - INEE
José Valter Alves Santos - Nepen Maria Aparecida Stallivieri Neves - Finep
Maria Cecília Lustosa - UFAL Ricardo Pretz - PTZ Fontes Alternativas de Energia
Maria da Graça Ferraz - MPEG Roberto Bacellar Alves Lavor - Artek Industrial
Maria de Fátima Araújo Bringel - CREA Roberto Ferreira de Lima Cefet, AM
Maria Eugênia Vieira da Silva - UFC Roberto G. Jardim - Projeto Tendências
Maria Helena Castro Lima - Adene Roberto Gregório Silva Júnior - Lactec
Maria José Palmeira - Ucsal Roberto Nogueira Franca - INB
Maria Madalena Diegues - MCT Roberto Schaeffer - UFRJ
Maria Regina da Silva Aragão - UFCG Roberto Zilles - USP
Maria Tereza Garcia Duarte - INT Rodolfo Dourado M. Gomes - Unicamp
Maurício Tolmasquim - MME Rodrigo Sarmento Garcia - MME
Mauro Zackiewicz - CGEE/GEOPI/Unicamp Rogério P. Kluppel - Solartech
Máximo Luiz Pompermayer - ANEEL Rômulo Alves Oliveira - Nepen
Miguel J. Dabdoub - USP, Ribeirão Preto Ronaldo R. B. de Aquino - UFPE
Moema Soares de Castro - UFPB Rubem César R. Souza - UFAM
Mônica Dorigo Correia - UFAL Rulemar Pessoa Silva - Aneel
Naum Fraidenraich - UFPE Sara Macedo dos Santos - UFRN
Nelson Fontes Siffert Filho - BNDES Saul Barisnik Suslick - Unicamp
Nelson Martins - CEPEL Sebastian Yuri Catunda - UFMA
Newton Pimenta Neves Jr - Ceneh/Unicamp Secundino Soares Filho - Unicamp
Niraldo Roberto Ferreira - UFBA Semida Silveira - Sustainable Vision
Norma Ely S. Santos - UEPA Sérgio C. Trindade - SE²T International
Osvair Trevisan - Unicamp Sérgio Catão - Ecoluz SA
Osvaldo Lívio Soliano Pereira - Unifacs Sérgio Colle - UFSC
Paulo Augusto Leonelli - MME Sérgio Peres - UFPE
Paulo César V. de Lucena - Ceron Sérgio Valdir Bajay - NIPE/Unicamp
Paulo Emílio V. de Miranda - COPPE/UFRJ Silas Sarmento - CGEE
Paulo Gusmão - Projeto Tendências Silvério Visacro Filho - UFMG
Paulo Roberto Krahe - Projeto Tendências Simone M. da Silva - UFRPE
Pedro Bezerra - Chesf Soila Maria Brilhante de Souza - UFPA
Raimar Van Den Bylaardt - ANP Suani T. Coelho - Cenbio/USP
Raimundo Ruy Pereira Bahia - Unama Vladimir Levit - UFAL
Raimundo Tarcísio - Coelce Washington Luiz Neves - UFCG
Ralph Lima Terra - Abdib Wellington dos Santos Mota - UFCG
Rejane Moraes Duzat - INPA Williams Soares Batista - Sectes-MG
Instituições participantes
Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene) Companhia Energética do Ceará (Coelce)
Agência Nacional de Águas (ANA) Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf)
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL)
Agência Nacional do Petróleo (ANP) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq)
Artek Industrial da Amazônia
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Agronomia (CREA)
Base (Abdib)
Cooperativa dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do
Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Estado de São Paulo (Copersucar)
Elétrica (Abradee)
DZ & Associados
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) Ecoluz SA
Bassetto Tecnologia e Inovação Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Boa Vista Energia AS (Bovesa) Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI)
Centrais Elétricas Brasileiras SA (Eletrobrás) Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa)
Centrais Elétricas de Rondônia SA (Ceron) Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA)
Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)
Centrais Elétricas do Pará SA (Celpa) Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação
Tecnológica (Fucapi)
Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE)
Fundação de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo (Cientec, RS)
Américo M. De Mello (Cenpes/Petrobras)
Governo do Estado de São Paulo
Centro de Pesquisa em Energia Elétrica (Cepel)
Iberdrola Empreendimentos do Brasil SA (Iben Brasil)
Centro de Pesquisa Renato Archer (Cenpra)
Indústrias Nucleares do Brasil (INB)
Centro de Tecnologia do Gás (CTGás)
Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e
Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ)
(Cefet, AM)
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio/ (Ibict)
USP)
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)
Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio
(Ceneh/Unicamp) Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE)
Centro Nacional de Referência em Pequenos Instituto Nacional de Tecnologia (INT)
Aproveitamentos Hidroenergéticos (CERPCH/Unifei)
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
Companhia de Eletricidade de Pernambuco (Celpe)
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre)
Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec)
Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA)
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)
Ministério de Minas e Energia (MME)
Companhia Energética de Roraima (CER)
Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)
Megawatt Projetos, Engenharia e Comércio Ltda. Universidade Federal de Goiás (UFG)
Núcleo de Estudos e Pesquisa do Nordeste (Nepen) Universidade Federal de Itajubá (Unifei)
Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE/ Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Unicamp)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC, RJ)
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(Procel) Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Projeto Tendências Tecnológicas para o Setor de Petróleo Universidade Federal do Acre (UFAC)
e Gás Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Promon Engenharia Universidade Federal do Ceará (UFC)
PTZ Fontes Alternativas de Energia Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Rede Temática Geoma (RTG) Universidade Federal do Pará (UFPA)
Se²T International, Ltda.) Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia de Alagoas Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
(SECT, AL)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amapá
(Setec, AP) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
Superior de Minas Gerais (Sectes, MG) Universidade de Salvador (Unifacs)
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Vectorenergia
SolarTech
Sustainable Vision
Universidade Católica de Pernambuco (Unicap)
Universidade Católica de Salvador (Ucsal)
Universidade da Amazônia (Unama)
Universidade de Brasília (UNB)
Universidade de São Paulo (USP)
Universidade de São Paulo (USP/Ribeirão Preto)
Universidade do Estado do Pará (UEPA)
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Sumário
Participantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Instituições participantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Tendências Tecnológicas para Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Prospecção Tecnológica no CGEE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Exercício de Prospecção Tecnológica em Energia . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Etapas de execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Etapa I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Etapa II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Resultados do Exercício de Prospecção em Energia . . . . . . . . . . . . . . . 47
Etapa I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Etapa II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Resultados da aplicação do método multicritérios . . . . . . . . . . . . . . . 48
Conjuntos robustos de tecnologias com alta prioridade . . . . . . . . . . . . 49
A influência dos especialistas na avaliação dos tópicos tecnológicos . . . . . 50
Priorização por grupos de tecnologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Mapeamento de competências na área de energia . . . . . . . . . . . . . . . 57
Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Grupos de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Financiamento dos grupos de pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Principais tipos de projetos e áreas de atividades . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Usos finais de energia e planejamento energético . . . . . . . . . . . . . . . 64
Eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Petróleo e gás natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Papel e Celulose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Carvão Vegetal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Biodiesel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Energia solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Principais tipos de parcerias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Recomendações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Anexo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Lista dos tópicos tecnológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Anexo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
A técnica Delphi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Anexo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
O método multicritérios de apoio à decisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Anexo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Questionário Delphi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
1. Auto-Avaliação: avalie seu nível de especialização e conhecimento no grupo de
tecnologias abaixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
2. Custos finais da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
3. Impactos sobre a balança comercial nacional . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4. Risco tecnológico e risco comercial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
6. Capacitação nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
7. Efeitos de transbordamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
8. Impacto da tecnologia na geração e/ou no aumento da eficiência
energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
9. Contribuição para a qualidade da energia e a segurança do suprimento . 100
10. Impactos no clima global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
11. Impactos sobre os recursos naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
12. Impactos no ambiente local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
13. Impacto sobre o emprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
14. Impactos sobre o desenvolvimento econômico regional . . . . . . . . . 103
15. Impactos na universalização do atendimento de energia . . . . . . . . 103
16. Avaliação pessoal sobre desempenho futuro . . . . . . . . . . . . . . . 104
Anexo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Métrica adotada nas questões do questionário Delphi e composição dos
critérios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Anexo 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Visões de futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Visão 1 - Escolha individual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
A visão da sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Conseqüências para o setor de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Soluções particulares para necessidades individuais . . . . . . . . . . . . 110
Alta demanda para energia de baixo custo: necessidades básicas . . . . . 110
Suprimento “robusto” de energia - para os que concordam em pagar mais 111
Soluções ecológicas para nichos do mercado . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Necessidades crescentes de transporte e mobilidade . . . . . . . . . . . . 111
Visão 2 - Equilíbrio ecológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
A visão da sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Conseqüências para o setor de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Busca de tecnologias energéticas com baixo impacto ambiental . . . . . . 112
Diversificação nas fontes de suprimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Conservação das fontes de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Armazenamento local e transporte de energia a longas distâncias . . . . . 113
Visão 3 - Igualdade Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
A visão da sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Conseqüências para o setor de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Tecnologias intensivas em mão de obra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Soluções regionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Geração descentralizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Custos compartilhados (das políticas para a igualdade) e tecnologias de
baixo risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Anexo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Visões extremadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Anexo 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
A participação dos respondentes ao questionário Delphi . . . . . . . . . . . . 119
Anexo 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Simulações completas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Apresentação

O presente relatório resume as atividades de prospecção em


energia desenvolvidas pelo CGEE, desde a elaboração do
documento de diretrizes estratégicas para o Fundo Setorial de
1
O documento de Diretrizes
Estratégicas do Fundo
Energia (CT-Energ1), trabalho iniciado em junho de 2001, bem
Setorial de Energia (CTEnerg)
apresenta os principais
como o esforço despendido pelo Centro ao longo do ano de
desafios do setor de energia
elétrica e indica estratégias 2003 na mobilização de competências na área de Energia, com
e diretrizes temáticas para
os principais investimentos vistas à elaboração de uma agenda em ciência, tecnologia e
em P&D do Fundo. Mais
informações em inovação, consubstanciada em um conjunto priorizado de tópicos
http://www.mct.gov.br/fundos.
tecnológicos.

Este processo, financiado com recursos do FNDCT e por


encomenda do CT-Energ, foi estruturado de forma a facilitar
a construção de consensos e promover a interação de um
elenco selecionado de especialistas. Sua condução envolveu a
participação de 204 especialistas na área de energia, planejamento
e prospecção tecnológica, oriundos de 105 instituições de
pesquisa e empresas do setor.

Após um amplo estudo do estado da arte e das tendências


tecnológicas para o setor de energia, no país e no mundo, foi
identificado um conjunto de questões relacionadas aos desafios
que o Brasil deverá enfrentar nos próximos anos. Além disso, foi
realizado um mapeamento das competências existentes no país
de forma a permitir a construção da agenda em CT&I, organizada
a partir do conjunto de tópicos tecnológicos priorizados. Estes
resultados foram apresentados em seminário realizado em
Brasília, em 09 de março de 2004, que contou com a participação
de um conjunto representativo das competências nacionais deste
setor.

O CGEE agradece ao grupo de instituições e especialistas


envolvidos neste trabalho, caracterizado por um clima de grande
entusiasmo, de compartilhamento de idéias, informação e
conhecimento e, principalmente, pela expectativa da inserção
estratégica da área de energia na agenda do desenvolvimento
sustentável do Brasil. Em particular, a equipe CGEE agradece
a colaboração e firme orientação científica recebidas dos Drs.
Gilberto De Martino Jannuzzi e Isaías de Carvalho Macedo.
Introdução

Um dos maiores desafios que os responsáveis pela formulação


e acompanhamento de políticas em CT&I têm a enfrentar é a
elaboração de estratégias para a efetiva exploração do potencial
existente no país e a decisão de concentrar recursos em
determinadas áreas consideradas prioritárias.

A análise de tecnologias emergentes e suas implicações são


vitais para a economia, a sociedade e as empresas. Essas
análises fornecem informações sobre escolhas críticas que vão
do nível internacional (como, por exemplo, a União Européia)
a organizações individuais (isto é, uma empresa). São muitas
as decisões a serem tomadas e que necessitam do suporte
de informações para reduzir o nível de incerteza, tais como: o
estabelecimento de prioridades para investimentos em P&D, a
compreensão e gerenciamento do risco associado à inovação
tecnológica, a conscientização sobre o uso dos direitos de
propriedade intelectual e a melhoria da competitividade de
produtos, processos e serviços, entre outros.

Um exercício de prospecção em CT&I tem como um de seus


objetivos principais oferecer subsídios para financiamento de
atividades de P&D, relacionando conjuntos de tecnologias
que serão importantes segundo expectativas da sociedade.
Os resultados de um trabalho desse tipo permitem, portanto,
a indicação de listas de tópicos tecnológicos priorizados
(uma agenda de P&D), segundo a avaliação de especialistas
consultados.
Prospecção Tecnológica em Energia

Não se pretende que os resultados apresentados nesse Exercício


de Prospecção Tecnológica em Energia sejam definitivos, mas
espera-se que estes possam subsidiar decisões no âmbito do
Comitê Gestor do CT-Energ e em outros foros relevantes. Ressalta-
se que esse exercício permitiu a caracterização e priorização de
um conjunto significativo de tópicos tecnológicos em energia, tanto
no que se refere aos seus impactos sociais, técnicos, econômicos
e ambientais quanto em relação às competências existentes no
país, segundo percepções dos especialistas consultados.

Embora tenha sido baseado nas orientações básicas apontadas


no documento de Diretrizes do CT-Energ, focadas mais
especificamente em energia elétrica, este exercício buscou
abordar o sistema energético como um todo, considerando as
várias formas de energia primária e suas conversões até os
usos finais, de forma a não se restringir aos temas diretamente
relacionados apenas com energia elétrica.

De modo a complementar esse exercício de prospecção


tecnológica foi realizado, também, um mapeamento das
competências existentes no país que atuam em P&D, oferecendo
assim subsídios adicionais para a tomada de decisões
relacionadas com priorização de investimentos. Esse mapeamento
contempla as atividades correntes dos principais grupos de P&D
na área energética do país e busca compreender a capacidade
de articulação dos grupos de pesquisas com outras instituições
do setor energético do país. Baseia-se em informações coletadas
durante outubro a dezembro de 2003 sobre as principais linhas

24
de pesquisa, recursos financeiros, número de pesquisadores e
instituições envolvidas com os projetos em execução pelos grupos
consultados. Analisa, também, a produção técnica mencionada e
as parcerias mais importantes dos grupos com outras instituições,
sejam elas empresas, organizações ou centros de pesquisa.
Procurou, ainda, reunir um número suficiente de informações
para obter um panorama atual das principais atividades temáticas
conduzidas nas áreas de eletricidade, energia solar, biomassa,
petróleo e gás, planejamento energético e usos finais de energia.

Tendências Tecnológicas para Energia

A liberalização do mercado de energia e os condicionantes de


meio ambiente configuram um cenário futuro orientado para a
diversificação energética com aumento significativo na utilização
de energias limpas e um incremento na eficiência energética dos
processos.

Conforme indicado pelas tendências mundiais, o consumo


mundial de energia deverá aumentar 54% no período de 2001
a 2025, passando de 404 quatrilhões de BTUs, em 2002,
para 623, em 2025 (figura 1). O uso de energia nos países em
desenvolvimento deverá aumentar mais rapidamente do que em
outras regiões nas próximas décadas.

Resultados do estudo feito pelo Departamento de Energia dos


Estados Unidos indicam um crescimento do uso de todas

25
Prospecção Tecnológica em Energia

as fontes de energia primária. O petróleo deve permanecer


como fonte dominante de energia e o incremento esperado no
consumo exigirá um aumento da capacidade de produção de
77 milhões de barris/dia para 121 milhões em 2025. Nos países
em desenvolvimento, o consumo de petróleo está projetado para
aumentar em todos os usos finais. O gás natural deverá ser a
fonte de energia primária com maior crescimento, mantendo a
taxa anual de 2,2% no período de 2001-2025.

Figura 1 Tendências mundiais para energia


Fonte: History: Energy Information Administration (EIA), International Energy Annual 2001, DOE/EIA-
0219(2001) Washington, DC, February 2003, www.eia.gov.br/iea. Projections: EIA, System for the
Analysis of Global Energy Markets 2004.

O Brasil caminha na direção da matriz energética mundial, onde há


uma maior participação de gás natural e uma menor participação

26
de hidráulica. Entretanto, ainda apresenta situação privilegiada
3
MME. Balanço Energético em termos de utilização de fontes renováveis de energia3. No país,
Nacional (BEN) 2003. Disponível
em: http://www.mme.gov.br/ 41% da oferta interna de energia (OIE) são renováveis, enquanto
paginasInternas.asp?url=../ben/
que a média mundial é de 14% e nos países da OECD é de 6%.

Os países com grande geração térmica apresentam perdas de


transformação e distribuição entre 25 e 30% da OIE. No Brasil,
estas perdas são de apenas 10%, dada a alta participação da
geração hidráulica (figura 2). Esta vantagem, complementada pela
grande utilização da biomassa, faz com que o Brasil apresente
baixa taxa de emissão de CO2 – 1,7 tCO2/tep – pela utilização de
combustíveis, quando comparada com a média mundial de 2,36
tCO2/tep.

Figura 2 Oferta interna de energia (OIE) no Brasil (2002)


Fonte: BEN, 2003

Com relação à tecnologia, de um modo geral, conforme aponta


4
CGEE. Estado da arte e estudo feito pelo CGEE4, é possível verificar que existe uma
tendências das tecnologias
para energia. Brasília: forte tendência mundial em se priorizar desenvolvimento em
2003. Disponível em: http:
//www.cgee.org.br/prospeccao/ P&D na direção de tecnologias que contribuam para conferir
maior sustentabilidade ambiental, maior qualidade de energia e
segurança de fornecimento.

27
Prospecção Tecnológica em Energia

No curto prazo, ainda na perspectiva internacional, os maiores


desafios na área podem ser identificados com esforços para P&D
e difusão de tecnologias para uso eficiente e limpo do carvão e
energias renováveis, disseminação de tecnologias de geração
distribuída e armazenamento. Existe uma forte tendência para
geração distribuída de eletricidade através do desenvolvimento
de micro-turbinas, usando gás natural e outros combustíveis e
células a combustível. Esses sistemas possuem o atrativo de
manterem altas taxas de eficiência energética, baixa emissão de
poluentes e de CO2 e redução de custos de transmissão.

Com relação às diferentes fontes de energia e sua participação


na matriz energética nacional, algumas premissas básicas devem
ser consideradas:

• a importância da hidroeletricidade é significativamente maior que


na grande maioria dos países e deverá continuar a ser a mais im-
portante fonte de eletricidade no país nas próximas décadas;

• a produção de petróleo nacional deverá atingir níveis de auto-


suficiência nos próximos anos, sendo resultante de significativos
investimentos em P&D, prospecção e exploração;

• o gás natural representa cerca de 3% da energia primária produzida


no país, em torno de 10 vezes menor que o petróleo. As diretrizes
da política energética nacional estabelecem que esse combustível
deverá responder por 12% da energia primária em 2010.

• o carvão mineral é o combustível fóssil mais abundante no país,


mas que apresenta dificuldades para competir com outras
energias alternativas seja para geração de eletricidade ou para
outros fins térmicos, devido a sua baixa qualidade.

28
• o carvão vegetal tem sido um componente importante da matriz
energética nacional, sendo grande parte de seu consumo
realizado na indústria de ferro e aço.
• a energia nuclear defende uma proposta de desenvolver até 2010
os conceitos de sistemas nucleoelétricos mais promissores e
mapear as tecnologias mais relevantes e viáveis para o país.
• os usos de biomassa para fins de geração de energia são inte-
ressantes para o país, especialmente para usos finais com maior
conteúdo tecnológico como geração de eletricidade, produção de
vapor e combustíveis para transporte.
• a produção de biogás, com formação e adaptação adequada de
aterros sanitários está sendo promovida, em larga escala, inclusive
para evitar a emissão de metano (estimada hoje em 20-60 milhões
t/ano, no mundo).
• o etanol da cana de açúcar representa um caso de sucesso
tecnológico para o país. A indústria da cana mantém o maior
sistema de energia comercial de biomassa no mundo através
da produção de etanol e do uso quase total de bagaço para
geração de eletricidade.
• a tecnologia de produção de metanol a partir de biomassa
evoluiu muito nos últimos anos, apresentando maior eficiência
de conversão e menores custos, mas o conceito de integração
completa da gaseificação, limpeza do gás e síntese do metanol
não é ainda comercial.
• o uso de óleos vegetais em motores diesel (biodiesel) tem sido
testado desde o surgimento desse tipo de motor no século 19.
Atualmente, a iniciativa de elaboração do programa Probiodiesel
pelo MCT prevê o desenvolvimento tecnológico em especificações
técnicas, qualidade e aspectos legais, viabilidade sócio ambiental,
competitividade técnica e viabilidade econômica.

29
Prospecção Tecnológica em Energia

• a geração de energia através da conversão fotovoltaica tem


sido preferível à alternativa via térmica. A sua modularidade,
favorecendo sistemas distribuídos, já demonstra aplicações
importantes para regiões isoladas e poderá ser crescentemente
importante para aplicações de maior porte em 10-20 anos interco-
nectadas à rede elétrica.

• a energia solar termelétrica, embora não tenha apresentado


grandes aplicações, merece atenção e seu conhecimento deve
estar sempre atualizado, sobretudo em tecnologias mais pro-
missoras e em inicio de operação na Europa e nos EUA.

• o uso de energia solar para aquecimento a baixas temperaturas é


feito com tecnologias comerciais em todo o mundo, especialmente
para o aquecimento de água. É também utilizado para processos
de secagem e refrigeração (sistemas de absorção).

• a energia eólica apresenta um panorama bastante diferente


da energia solar, já possui maturidade tecnológica e escala de
produção industrial. Hoje essa tecnologia está para se tornar eco-
nomicamente viável para competir com as fontes tradicionais de
geração de eletricidade, além de um existir um grande potencial
eólico a ser explorado em diversos países.

• as áreas de transmissão e distribuição de energia elétrica, indicam


uma tendência de que haja um aumento na complexidade do
gerenciamento, principalmente como resultado do avanço das
demandas de “economia digital” (qualidade, confiabilidade e
precisão), da entrada em larga escala de geração distribuída
“moderna” e auto-geração e saturação dos sistemas de
transmissão e distribuição existentes.

• a implementação de “novos sistemas” tem sido de certa forma


atrasada em parte por falta de definição dos papéis dos setores

30
público/privado e dono/operador e, além disso, há o agravante de
o país ser fortemente dependente dos avanços tecnológicos do
exterior.

• tecnologias para armazenamento de energia estão merecendo


interesse crescente. Começam a surgir “nichos” de mercado
para várias escalas de armazenamento decorrentes da desregu-
lamentação do setor de eletricidade, como por exemplo, sistemas
de armazenamento para larga escala, deslocando carga diurna
através de bombeamento de água ou ar comprimido.

• o uso do hidrogênio como vetor energético tem sido crescentemente


estudado e existe já um razoável consenso sobre suas vantagens
em sistemas de energia do futuro. A visão é de uma grande com-
plementaridade entre o sistema elétrico e hidrogênio, mas ainda
é difícil prever as formas de transporte e armazenamento a serem
adotadas. Isso implica em desenvolver sistemas competitivos,
capazes de produzir hidrogênio em escalas compatíveis com as
opções de geração de energia elétrica no futuro.

• a tecnologia de células a combustível tem despertado muito


interesse recentemente e recebido grandes investimentos inter-
nacionais, tanto para aplicações móveis como estacionárias.
O Brasil já possui um plano de P&D específico para essa área,
o Programa Brasileiro de Células a Combustível, que identifica
grupos de pesquisas e sugere um trabalho em rede.

• o setor de usos finais de energia apresenta grande diversidade


tecnológica e grande potencial de introdução de alternativas
e modificações. Estão incluídas aqui modificações no com-
portamento dos usuários de energia (ou instituições), implantação
de melhores sistemas de gestão de energia, além de desen-
volvimento e difusão de tecnologias mais eficientes. O Brasil ainda

31
não possui uma estimativa do potencial econômico de introdução
de tecnologias eficientes.

• O meio ambiente representa uma questão de central importância


para direcionar o desenvolvimento tecnológico do setor de
energia, seja no país, como internacionalmente. Áreas como o ge-
renciamento de riscos, atendimento de acidentes ambientais e re-
cuperação de passivos ambientais, deverão concentrar atividades
de P&D.

A partir deste conjunto de grandes áreas tecnológicas foi iniciada a


investigação prospectiva que deu origem ao presente exercício.
Prospecção Tecnológica no CGEE

A metodologia de prospecção tecnológica em uso pelo CGEE


5
Foresight pode ser definido como é baseada na abordagem denominada foresight5, atualmente
“um processo pelo qual pode-se
chegar a um entendimento mais uma das mais utilizadas internacionalmente para auxiliar o
completo das forças que moldam o
futuro a longo-prazo e que devem
ser levadas em consideração na
estabelecimento de prioridades de pesquisa e desenvolvimento
formulação de políticas, planejamento
e tomada de decisão. Foresight inclui
e para promover o alinhamento das políticas de CT&I às
meios qualitativos e quantitativos
para monitorar pistas e indicadores necessidades econômicas e sociais dos países.
das tendências de desenvolvimento e
seu desenrolar, e é melhor e mais útil
quando diretamente ligado à análise Por meio da comunicação e cooperação entre pesquisadores,
de políticas e suas implicações.
O foresight nos prepara para as usuários e financiadores, a metodologia em uso pelo CGEE
oportunidades futuras. No governo,
foresight não define políticas, mas procura articular a busca por “visões do futuro”, privilegiando
pode ajudar as políticas a serem mais
apropriadas, mais flexíveis e mais o conhecimento do ambiente e dos fatores que determinam o
robustas em sua implementação, em
tempos e condições que se alteram”. entorno do problema, de modo a estabelecer uma comunicação
(Coates, 1985)
mais efetiva entre os atores envolvidos nos processos e que
influenciam o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, levando
ao fortalecimento e ampliação das redes técnico-econômicas
de que participam. Adicionalmente, as ações de prospecção
desenvolvidas pelo CGEE buscam alavancar o processo da
inovação tecnológica no país, agregando valor à informação
existente, transformando-a em conhecimento útil e passível de ser
utilizado.

Estudos prospectivos constituem poderosos auxiliares do


planejamento e do gerenciamento dos níveis de incerteza, porém
precisam estar inseridos em um contexto planejado, isto é, estar
embasados em diretrizes e necessidades pré-estabelecidas.
Sua efetividade está intrinsecamente ligada a um desenho
Prospecção Tecnológica em Energia

metodológico adequado, o qual só pode ser obtido a partir de


uma delimitação precisa das questões a serem respondidas, do
tipo de resposta desejado, da orientação espacial, do escopo
do tema, bem como da estruturação de uma rede de atores
capazes de se articularem de forma a buscarem consensos e
comprometimentos necessários à implementação das linhas de
ação identificadas.

O modelo teórico organizado para nortear o processo prospectivo


no âmbito do CGEE, para os ambientes de prospecção é
apresentado na figura 3.

Figura 3 Ambiente de prospecção utilizado como referência para a condução


das atividades coordenadas pelo CGEE

34
Exercício de Prospecção Tecnológica em
Energia

Objetivos

Este exercício teve como objetivo identificar tecnologias


emergentes e pesquisas estratégicas relevantes para a
formulação de políticas públicas, especialmente aquelas que
envolvem forte componente tecnológico, considerando o sistema
energético como um todo e as várias formas de energia primária e
suas conversões até os usos finais. Desta forma, buscou ampliar
a capacidade de monitorar e compreender a dinâmica social e
técnica na qual este setor encontra-se inserido.

Algumas perguntas centrais nortearam a sua estruturação:

Que tecnologias em energia serão necessárias nas próximas


décadas para o Brasil?

A resposta esta pergunta requer o estabelecimento de uma me-


todologia para determinar uma agenda de P&D ou um escopo de
atividades consideradas relevantes e de critérios para identificar
uma ordem de prioridades dentro dessa agenda.

O que é e como organizar uma agenda de P&D?

A escolha de um elenco de atividades de P&D e, em última análise,


de uma lista de temas tecnológicos, depende de um entendimento
entre os participantes do exercício sobre os condicionantes
ambientais, econômicos e técnicos, sociais e estratégicos que
deverão influir na tomada de decisão durante o horizonte de

35
Prospecção Tecnológica em Energia

planejamento. Esses condicionantes determinam o escopo de


temas considerados relevantes, oferecendo a caracterização das
tecnologias desejadas para as quais o Brasil deverá voltar a sua
atenção nos próximos anos.

Por quê, para quê e para quem se buscam inovações tecnológicas?

Inovações tecnológicas em produtos, processos e serviços


contribuem para a melhoria da qualidade de vida e da geração de
riquezas no país. Buscar responder às indagações acima auxilia na
definição de prioridades, uma vez que é necessária a definição de
critérios para avaliação das tecnologias sob análise.

Como objetivos do exercício foram considerados os itens abaixo:

i promover a construção coletiva de um ambiente de prospecção


para o setor de energia;
ii construir visões estratégicas para o desenvolvimento tecnológico
a partir dos desafios colocados à matriz energética brasileira;
iii identificar ações prioritárias e propor recomendações ao Comitê
Gestor do Fundo Setorial de Energia;
iv estimular a reflexão em longo prazo sobre a questão energética
brasileira; e,
v contribuir para a institucionalização da atividade de prospecção
e ampliar os canais de diálogo e reflexão no sistema de CT&I,
fomentando o aprendizado coletivo, a sinergia e a difusão
destas ações.

Metodologia

Para planejamento e acompanhamento do exercício foram


constituídos dois grupos consultivos que atuaram durante as
etapas I e II.

36
A metodologia proposta levou em conta a definição dos principais
elementos de planejamento (foco estratégico; horizonte temporal;
abrangência geográfica; atores envolvidos; prazos; organização
e gestão do processo; instrumentos metodológicos; consultas
necessárias (tipo, alcance e freqüência); parcerias para a
execução; relação com as iniciativas já existentes; previsão para
implementação e avaliação; estratégias de disseminação; custos
6
Desenvolvido na década de
e fontes de financiamento).
50, na RAND Corporation (EUA),
objetivando a obtenção de
consensos entre especialistas, a Principais pontos considerados na estruturação metodológica
técnica Delphi busca estruturar o
processo de comunicação de um foram:
grupo explorando a experiência
coletiva em um processo
interativo. Atualmente tem sido a. o conjunto de tópicos tecnológicos provenientes da base de
usada para solucionar incertezas
sobre condições e tendências dados produzida pelo Programa Prospectar do MCT, no que se
futuras, particularmente em
ciência, tecnologia e sociedade, refere ao tema Energia, e resultados de outros exercícios similares
revelando relações de causalidade
e explorando cenários plausíveis.
conduzidos no Brasil e no exterior;
O procedimento adotado neste
exercício está baseado em b. o conjunto das tendências relevantes para o planejamento
abordagem similar empregada
em um estudo prospectivo energético na atualidade;
realizado pelo European
Commission Research DG (Energy c. a organização de um novo conjunto de tópicos tecnológicos, a
Programme). Mais detalhes sobre
a técnica Delphi no Anexo 2. partir dos elementos (a) e (b) (Anexo 1);

d. a realização de uma consulta estruturada a especialistas utilizando


7
O método multicritérios de a técnica Delphi6;
apoio à decisão utilizado neste
exercício (Electre III – ELiminiation e. a definição de conjuntos de critérios e pesos frente a visões de
Et Choix Traduisant la REalité
-versão simplificada) é uma futuro;
ferramenta (software) que compara
o desempenho das alternativas
para cada critério separadamente
f. a utilização do método multicritérios7 de apoio à tomada de
e gera uma hierarquia que sintetiza decisão para gerar listas de prioridades.
o resultado final, ordenando as
alternativas no sentido da melhor
para a pior. Mais detalhes sobre o
método podem ser encontrados
no Anexo 3.

37
Prospecção Tecnológica em Energia

Etapas de execução

Este exercício de prospecção foi estruturado para ser executado 8


Realizadas em parceria com a
‘Rede Norte de Energia’ e o ‘Fórum
em duas etapas, a saber: Nordeste de Energia’, estas
atividades objetivaram identificar
e caracterizar as principais
Etapa I demandas em P&D na área de
energia para as regiões norte e
nordeste. O trabalho se baseou
Esta etapa envolveu a elaboração de um estudo sobre o estado em um mapeamento que buscou
identificar e registrar as atividades
da arte e as principais tendências tecnológicas em energia e a de P&D desenvolvidas nas regiões
e traçar um panorama da condição
organização de uma lista de tópicos tecnológicos, a partir dos atual da infra-estrutura e da
formação de recursos humanos
elementos obtidos deste estudo, da base Prospectar/Energia, de nos últimos anos. Adicionalmente,
envolveu um levantamento de
oportunidades, problemas e
outros exercícios similares conduzidos no Brasil e no exterior e da desafios relacionados ao setor de
energia elétrica nas duas regiões
análise do conjunto de cenários relevantes para o planejamento e realizou um cruzamento entre as
competências e as oportunidades
energético na atualidade. e desafios identificados de
modo a explicitar as principais
prioridades a serem enfrentadas
Ao longo desta etapa foram incorporados os resultados parciais no curto prazo. (Ver mais em http:
//www.cgee.org.br/prospeccao/)
dos exercícios de prospecção regional em energia, para as
9
regiões Norte e Nordeste8, que envolveram levantamentos de O Programa Brasileiro de
Células a Combustível, criado pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia
oportunidades, identificação preliminar de desafios e problemas (MCT), em 2002, visa promover
ações integradas e cooperadas
e mapeamento inicial de competências no âmbito destas duas que viabilizem o desenvolvimento
nacional da tecnologia de sistemas
regiões. CaC (células a combustível).
Visa a produção de energia
elétrica com tecnologia limpa e
Foram, ainda, incorporados a esta etapa os resultados e eficiente, aplicada também para
sistemas auxiliares e de propulsão:
lições aprendidas no exercício de prospecção em “Células a aplicações automotivas,
embarcações, aeronaves, entre
Combustível” que posteriormente foi lançado oficialmente pelo outras. Pretende ainda apoiar
o estabelecimento de uma
MCT como o “Programa Brasileiro de Células a Combustível”9. indústria nacional para produção
e fornecimento de sistemas
energéticos célula a combustível
que inclua a produção de células,
de reformadores, de integradores
de sistemas e fornecedores de
serviços. (ver mais em http://
www.mct.gov.br/programas/)

38
Etapa II

Os resultados obtidos na Etapa I (identificação de tópicos


tecnológicos) revelaram que ganhos significativos poderiam
ser obtidos a partir da ampliação da estratégia metodológica
original, com a incorporação de uma consulta a especialistas
usando a técnica Delphi (Anexo 2). Os tópicos tecnológicos
identificados passariam a ser avaliados frente a critérios de
hierarquização e por meio de análise de robustez utilizando-se
o método multicritérios de apoio à tomada de decisão (Anexo
3), com vistas a possibilitar a geração de listas hierarquizadas
destes tópicos, à luz de visões e critérios definidos pela equipe
de especialistas envolvida neste exercício.

A figura 4 apresenta esquematicamente as ações desenvolvidas


nas etapas I e II, ao longo de 2002 e 2003.

Figura 4 Diagrama esquemático do exercício de prospecção em energia

39
Prospecção Tecnológica em Energia

Dada a complexidade em se estabelecerem as dimensões de


análise e os critérios a serem empregados neste exercício, optou-
se por estabelecer um Grupo Consultivo para a Etapa II, composto
por especialistas em Energia e na aplicação de métodos para
estudos de futuro, bem como de representantes de governo
oriundos de ministérios afins e de agências de fomento em CT&I.

Além de definir as dimensões e critérios de análise, o Grupo


Consultivo selecionou três conjuntos de respondentes para a
consulta Delphi a ser realizada, representativos dos segmentos
da cadeia de energia elétrica, a saber: GA1 – respondentes
envolvidos com os aspectos relacionados com geração de
eletricidade; GA2 – respondentes envolvidos com aspectos
associados ao suprimento de combustíveis; e GA3 – respondentes
envolvidos com transmissão, distribuição, geração distribuída,
armazenamento, conservação, planejamento e uso final de
energia, perfazendo um total de 73 respondentes.

Para efeito de aplicação da técnica Delphi, foram consideradas


quatro dimensões de análise, a saber: técnico-econômica,
estratégica, ambiental e social. Cada uma das quatro dimensões
de análise foi detalhada em componentes mais específicos, dando
origem a 22 questões a serem respondidas por tópico tecnológico
durante a consulta Delphi. Além destas 22, duas outras questões de
controle foram incorporadas, uma acerca do grau de especialidade
do respondente e outra que procurou captar uma avaliação global do
tópico tecnológico. O questionário completo contendo o conjunto de
questões utilizado na consulta Delphi é apresentado no Anexo 4.

40
A figura 5 mostra a relação entre as variáveis analisadas neste
trabalho para avaliação e priorização de tópicos tecnológicos em
energia.

Figura 5 Apresentação esquemática da inter-relação de objetivos do exercício

A consulta Delphi foi realizada em duas rodadas, por meio da


aplicação de questionário eletrônico disponibilizado na Internet
para os três grupos de especialistas selecionados (GA1, GA2 e
GA3). Os 63 tópicos tecnológicos objeto da consulta Delphi foram
subdivididos em três grupos, conforme mencionado abaixo:

• Tecnologias para geração de energia elétrica


30 tópicos

• Tecnologias para suprimento de combustíveis (transporte e calor)


16 tópicos

• Tecnologias de transmissão e distribuição, geração distribuída e


armazenamento, planejamento, conservação e uso final
17 tópicos

41
Prospecção Tecnológica em Energia

Para efeito da aplicação do método multicritérios, os resultados


da consulta Delphi foram tratados estatisticamente e organizados
de forma a possibilitar a aplicação conjunta de 17 critérios,
obtidos a partir de um rearranjo das 22 questões do questionário
Delphi, conforme mostrado na tabela 1, que apresenta a relação
das dimensões com os critérios e as questões do questionário.
Dois critérios relacionados à dimensão social foram considerados
invariantes.

Tabela 1 Relação entre critérios e questões do Delphi

Dimensões Critérios Questões


Técnico- C.1 Q02- Custos Finais
econômica C.2 Q03- Impactos Balança Comercial
C.3 Q04a,b - Riscos
C.4 Q05- Prazo para Implementação
C.5 Q06a,c - Capacitação Existente
Estratégica C.6 Q06b,d - Capacitação Conseqüente
C.7 Q07- Transbordo
C.8 Q09a- Qualidade
Ambiental C.9 Q10- Impactos no clima global
C.10 Q11- Impactos nos Recursos Naturais
C.11 Q12- Impactos no ambiente local
Social C.12 Q13- Impactos no Emprego
C.13 Q14a,b,c,d Impactos no Desenvolvimento de Regiões
C.14 Q14a,b,c,d (2) Impactos no Desenvolvimento
C.15 Q15- Impactos na Universalização
Invariantes C.16 Q09b- Segurança
C.17 Q08- Impactos na geração e eficiência

A métrica adotada para as questões do questionário Delphi e


a composição dos critérios são apresentadas em detalhes no
Anexo 5.

Adicionalmente, a análise multicritérios levou em consideração


três visões de futuro hipotéticas desenvolvidas pelos membros

42
do Grupo Consultivo, baseadas em experiências similares de
estudos prospectivos em energia conduzidos no Reino Unido
e em consultas a especialistas do setor, a saber: 1) escolha
individual; 2) equilíbrio ecológico; e 3) igualdade social (Anexo 6),
conforme tabela 2.

Tabela 2 Relação entre critérios e visões de futuro

Visões
Base
Critérios Questões Social Ambiental Individualista
C.1 Q02 – Custos finais 7,34% 6,61% 14,69%
C.2 Q03 – Impactos Balança Comercial 1,84% 1,65% 2,45%
C.3 Q04 – Riscos 1,84% 1,65% 4,90%
C.4 Q05 – Prazos para Implementação 3,67% 3,31% 4,90%
C.5 Q06a – Capacitação existente 1,84% 3,31% 2,45%
C.6 Q06b – Capacitação conseqüente 2,75% 2,07% 1,47%
C.7 Q07 – Transbordo 2,75% 2,07% 1,47%
C.8 Q09a – Qualidade 5,51% 4,13% 4,41%
C.9 Q10 – Impactos no clima global 2,20% 6,61% 2,94%
C.10 Q11 – Impactos nos recursos naturais 4,41% 13,22% 5,88%
C.11 Q12 – Impactos no ambiente local 4,41% 13,22% 5,88%
C.12 Q13 – Impactos no emprego 11,02% 2,75% 5,88%
C.13 Q14a-d – Impactos no Desenvolvimento de regiões 5,51% 1,84% 2,94%
C.14 Q14a-d(2) Impactos no desenvolvimento 5,51% 1,84% 2,94%
C.15 Q15 – Impactos na universalização 5,51% 1,84% 2,94%
C.16 Q09b – Segurança 10,17% 10,17% 10,17%
C.17 Q08 – Impacto na geração e eficiência 23,73% 23,73% 23,73%

A importância relativa dos critérios para cada visão foi discutida no


Grupo Consultivo, de forma a possibilitar a geração de três listas
distintas de tópicos, a partir dos resultados da consulta Delphi e
das três visões de futuro utilizadas neste exercício.

Uma vez obtidas estas três listas de tópicos, hierarquizados de


acordo com os resultados da consulta Delphi e a importância
relativa das três visões, deu-se início a uma análise de robustez

43
Prospecção Tecnológica em Energia

das hierarquias assim obtidas, de forma a identificar tópicos


tecnológicos que se mantivessem sempre bem colocados
em hierarquias que seriam obtidas a partir de simulações
arbitrárias. De forma similar, estes procedimentos permitiriam,
ainda, a identificação daqueles tópicos que apresentam grande
sensibilidade a variações impostas nas simulações realizadas
(visões e especialidade), alterando, portanto, de forma mais
significativa sua classificação nas hierarquias obtidas.

Estas simulações foram realizadas atribuindo-se importâncias


relativas distintas para os 17 critérios, seja por meio de ênfases
distintas e exageradas atribuídas às visões de futuro, seja pela
valorização diferenciada das respostas obtidas dos especialistas
consultados, segundo o grau de especialidade declarado pelos
mesmos.

A primeira simulação realizada na análise de robustez foi obtida


pelo reordenamento dos tópicos a partir de uma pontuação
gerada pela soma dos seus posicionamentos nas três hierarquias
originais. Assim, os tópicos melhor colocados nas três hierarquias,
continuaram bem colocados nesta simulação, o mesmo não
ocorrendo com tópicos que apresentaram maiores variações
de posicionamento nas três hierarquias ou que estiveram mal
colocados em todas elas. Esta simulação foi denominada
“Síntese B”.

A segunda simulação consistiu na obtenção de três novas


hierarquias obtidas pela alteração drástica da importância de

44
cada visão, de modo a enfatizar, em cada uma das três hierarquias
obtidas, uma das três visões utilizadas neste exercício. (Anexo 7)
Assim, na hierarquia “visão ambiental extremada” a importância
relativa dos critérios associados à visão “equilíbrio ecológico” foi
enfatizada em relação aos critérios associados às outras duas
visões (escolha individual e eqüidade social). Após a obtenção
destas três hierarquias, uma nova síntese foi obtida de forma
similar ao caso anterior (B), sendo denominada “Síntese E”.

A terceira simulação foi realizada para avaliar o efeito do grau de


especialidade dos respondentes na hierarquização dos tópicos.
Para este fim, as respostas obtidas da consulta Delphi foram
recalculadas atribuindo-se importância relativa maior para os
respondentes que se declararam peritos ou conhecedores para
cada um dos 63 tópicos, objeto da consulta. Nesta simulação,
as respostas para os tópicos tecnológicos respondidos por
peritos ou conhecedores foram contadas duplamente, o que
deu origem a três novas hierarquias, mantendo-se a mesma
importância relativa das visões empregada na primeira simulação.
Novamente, após a geração destas três novas hierarquias obteve-
se uma síntese denominada “Síntese P”, pelo mesmo processo
utilizado na produção das sínteses anteriores (B e E).

De forma a enfatizar ainda mais o efeito das respostas obtidas


de peritos e conhecedores, na análise de robustez dos tópicos
analisados, nova recontagem dos resultados da consulta Delphi
foi realizada, contando-se, para cada tópico tecnológico, uma vez
os valores das respostas de não-familiarizados, duas vezes os

45
valores de familiarizados, três vezes os valores de conhecedores
e quatro vezes os valores das respostas obtidas de peritos. Outra
vez, foram obtidas três novas hierarquias e uma síntese, esta
última denominada “Síntese P2”.

Finalmente, foi realizada uma última simulação, que consistiu de


uma síntese geral (Super-Síntese) obtida pela soma dos valores
dos posicionamentos dos tópicos tecnológicos em cada uma das
hierarquias-síntese obtidas (B, E, P e P2).

Adicionalmente, foi realizado o levantamento das principais


atividades de P&D na área de energia no Brasil, a partir dos
Grupos de Pesquisa, cujos resultados são apresentados ao final
deste relatório.
Resultados do Exercício de Prospecção
em Energia

Etapa I

O relatório sobre o ‘Estado da arte e tendências tecnológicas


10
O documento “Estado da arte e
tendências das tecnologias para
para energia’10 buscou apresentar de forma abrangente as
energia” busca mostrar, de forma
abrangente, oportunidades para oportunidades para P&D em energia nos próximos 20-30 anos,
P&D em energia, vistas hoje para
os próximos 20-30 anos. Apresenta por meio de consultas aos estudos referentes aos principais
uma base de informações sobre
tecnologias para o suprimento de cenários e tendências internacionais identificados para o setor
energia elétrica; para o suprimento
de combustíveis; tecnologias nesse horizonte temporal. Este relatório envolveu um amplo
de interface e complementares
e envolve o estágio atual das mapeamento sobre as tecnologias energéticas no mundo (geração,
tecnologias e ações importantes
e necessárias para o seu conversão, transmissão e armazenamento); o estágio atual (uso,
desenvolvimento. (Ver mais em
http://www.cgee.gov.br/prospeccao/) desenvolvimento, custos, limitações); a evolução prevista para os
próximos 20-30 anos; e o estágio atual no Brasil (especificidades
e potenciais, uso, custos e nível de desenvolvimento).

O principal resultado obtido nessa etapa foi a identificação de


63 tópicos tecnológicos (Anexo 1) considerados relevantes para
o setor de energia, obtidos a partir das informações contidas no
referido relatório e consolidados através de debates envolvendo o
Grupo Consultivo e outros especialistas do setor.

Etapa II

Os resultados da consulta Delphi a um conjunto representativo


de especialistas do setor e que forneceram a base para todas
as simulações e análises posteriores são encontrados no Anexo
9, onde os resultados são apresentados, questão a questão
Prospecção Tecnológica em Energia

e priorizados de acordo com os valores médios obtidos na


avaliação dos especialistas.

Destaca-se que, com a massa de dados obtida pela consulta,


podem ser realizadas diversas análises e simulações, com o
uso de diferentes métodos e técnicas, conforme os interesses
e as questões que se deseja responder. Neste caso, optou-se
pelo tratamento dos dados obtidos com o emprego do método
multicritérios para apoio à decisão, de modo a possibilitar o
ordenamento dos tópicos de acordo com critérios definidos pelo
Grupo Consultivo.

A análise da participação dos respondentes no questionário


também foi considerada e seus resultados podem ser encontrados
no Anexo 8. De um total de 149 pessoas escolhidas originalmente
para participar da consulta Delphi, 49%, ou seja, 73 efetivamente
responderam a primeira rodada. Na segunda rodada, dos
73 especialistas 50% (37) finalizaram o questionário. Cumpre
ressaltar o alto nível de conhecimento do setor de todos aqueles
que participaram da consulta.

Resultados da aplicação do método multicritérios

A aplicação deste método permitiu a constatação de que alguns


grupos de tecnologias aparecem como prioritárias e variam
pouco nas simulações efetuadas, enquanto outras apresentam
grandes variações. A figura 6 apresenta o posicionamento de
cada tecnologia nas diversas simulações realizadas.

48
Figura 6 Resultados da hierarquização de acordo com cada simulação para o
conjunto total dos tópicos tecnológicos

As listas hierarquizadas de tópicos tecnológicos geradas através


das simulações que possibilitaram a análise de robustez dos
mesmos, incluindo as listas das sínteses (B, E, P, P2 e super-
síntese), podem ser encontradas no Anexo 9.

Conjuntos robustos de tecnologias com alta prioridade

As hierarquias produzidas, uma vez sobrepostas e comparadas,


evidenciaram claramente os tópicos tecnológicos robustos e os
sensíveis, quando submetidos às simulações realizadas. A tabela
3 abaixo apresenta os sete tópicos tecnológicos que sempre
aparecem nas dez primeiras colocações nas diversas simulações
efetuadas.

49
Prospecção Tecnológica em Energia

Tabela 3 Tópicos tecnológicos prioritários “robustos”

Tópicos tecnológicos
62 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos de uso industrial
43 Desenvolvimento e implementação de tecnologias de transesterificação
com etanol e metanol de óleos vegetais para utilização como biodiesel
61 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas utilizados nos setores de comércio e de
serviços
63 Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado
41 Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético (inclusive transgênicos),
novas tecnologias para a produção da cana e no processamento
industrial
51 Desenvolvimento de sistemas elétricos isolados
18 Tecnologias de recuperação e pré-processamento de resíduos para
culturas de grandes volumes: cana, madeira, arroz, milho, soja, etc

Deve-se ainda observar que nenhum planejamento deverá


considerar apenas os tópicos tecnológicos “mais robustos”,
dado que estes foram obtidos por meio de simulações arbitradas
pelos especialistas setoriais consultados, dirigidas por critérios,
visões e métricas que podem variar se outros interlocutores
forem consultados. Neste sentido, é importante destacar que a
base de dados gerada pela consulta Delphi pode ser trabalhada
futuramente, de modo a gerar outras hierarquias construídas pelo
emprego de critérios, visões e métricas distintas das utilizadas
neste trabalho.

A influência dos especialistas na avaliação dos tópicos tecnológicos

Buscando-se verificar a influência do nível de especialidade do


respondente na avaliação das tecnologias e sua priorização,
foram alterados os pesos atribuídos aos respondentes de acordo
com seu conhecimento declarado sobre cada tópico. A figura 7

50
apresenta a comparação da síntese B com a síntese P2 mostrando
a influência dos especialistas no ordenamento das tecnologias.

Figura 7 Variação na ordem de prioridades de cada tópico entre simulação B e


P2: a influência dos especialistas

De uma maneira geral, pode-se observar que o grau de


especialidade declarado pelos respondentes nas suas respostas
para cada questão tem pequena influência na ordem de prioridade
dos tópicos tecnológicos. Esta influência é refletida na escolha e
ordenamento das 10 prioridades que pode ser observada ao se
comparar as listas resultantes das sínteses B e P2, conforme
tabelas 4 e 5 apresentadas na tabela 4:

51
Prospecção Tecnológica em Energia

Tabela 4 Hierarquização dos dez primeiros tópicos tecnológicos atribuindo


pesos iguais aos respondentes (síntese B)

Tópicos tecnológicos
62 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos de uso industrial
43 Desenvolvimento e implementação de tecnologias de transesterificação
com etanol e metanol de óleos vegetais para utilização como biodiesel
61 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas utilizados nos setores de comércio e de serviços
63 Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado
41 Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético (inclusive transgênicos),
novas tecnologias para a produção da cana e no processamento industrial

37 Tecnologias de uso do gás natural para substituição de óleo combustível


53 Tecnologias de células a combustível (PEM, óxido sólido, PEM-etanol), e
dos sistemas auxiliares (reformadores, controles); integração à rede
18 Tecnologias de recuperação e pré-processamento de resíduos para culturas
de grandes volumes: cana, madeira, arroz, milho, soja, etc.
51 Desenvolvimento de sistemas elétricos isolados
57 Melhorias nas tecnologias de produção de hidrogênio

Tabela 5 Hierarquização dos dez primeiros tópicos tecnológicos, atribuindo


maior peso ao grau de especialização do respondente (Síntese P2)

Tópicos tecnológicos
62 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos de uso industrial
63 Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado
43 Desenvolvimento e implementação de tecnologias de transesterificação
com etanol e metanol de óleos vegetais para utilização como biodiesel
61 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas utilizados nos setores de comércio e de
serviços
51 Desenvolvimento de sistemas isolados
59 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas de uso doméstico
18 Tecnologias de recuperação e pré-processamento de resíduos para
culturas de grandes volumes: cana, madeira, arroz, milho, soja, etc.
41 Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético (inclusive transgênicos),
novas tecnologias para a produção da cana e no processamento
industrial
58 Tecnologias de armazenamento de energia e distribuição, melhoria da
eficiência e segurança
57 Melhorias nas tecnologias de produção de hidrogênio

52
Priorização por grupos de tecnologias

Além das listas hierarquizadas contendo todos os tópicos


tecnológicos foi considerada relevante a apresentação de
hierarquias dentro de cada um dos três grupos de tecnologias
(G1, G2 e G3). Ressalta-se que estes grupos representam
conjuntos de tecnologias que devem co-existir em qualquer
planejamento, sendo importante, portanto, considerar como
ficaram as prioridades “internas”, em cada grupo. Estas
tecnologias também estão sujeitas a variações devido ao uso de
diferentes ponderações para os critérios em cada visão do futuro
e ao peso dado ao grau de especialização dos respondentes.

Utilizando a síntese B e separando os tópicos por grupo pode-se


obter as dez prioridades em cada grupo, conforme apresentado
nas tabelas 6,7 e 8 abaixo.

Tabela 6 Grupo 1. Tecnologias para geração de eletricidade. Hierarquização


de tópicos

Tópico Tecnológico
18 Tecnologias de recuperação e pré-processamento de resíduos para
culturas de grandes volumes: cana, madeira, arroz, milho, soja, etc.
12 Modelos de gestão de reservatórios das hidrelétricas, com uso múltiplo
da água
13 Metodologias e instrumentação para previsão e prognóstico de afluências
17 Tecnologias de produção agrícola e melhoramento genético de biomassa
energética: cana de açúcar, madeira, dendê etc.
1 Tecnologias de micro-turbinas a gás (< 10kW)
14 Ferramentas (instrumentação e softwares) para inventário e monitoramento
de bacias hidrográficas
15 Tecnologias para repotenciação de centrais hidrelétricas pequenas e
médias
19 Tecnologias de combustão avançadas de biomassa e resíduos
2 Tecnologias para turbinas a gás de média potência (até 100 MW)
16 PCH: tecnologia de turbinas para baixas quedas e hidrocinéticas,
geradores com rotação variável, controles de carga/freqüência

53
Prospecção Tecnológica em Energia

Tabela 7 Grupo 2. Tecnologias para suprimento de combustíveis (transporte e


calor). Hierarquização de tópicos

Tópicos tecnológicos
43 Desenvolvimento e implementação de tecnologias de transesterificação
com etanol e metanol de óleos vegetais para utilização como biodiesel
41 Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético (inclusive transgênicos),
novas tecnologias para a produção da cana e no processamento
industrial
37 Tecnologias de uso do gás natural para substituição de óleo combustível
32 Tecnologia para produção de óleo em águas profundas: Árvore de Natal
molhada, sistemas de produção flutuante, Árvore de Natal na superfície
42 Etanol de hidrólise de ligno-celulósicos: tecnologias para hidrólise/
fermentação via enzimática, ácida ou com solvente orgânico
34 Tecnologias de refino de óleos pesados
46 Desenvolvimento de coletores solares: materiais, manufatura e
automação
33 Tecnologias de recuperação avançada de petróleo
38 Tecnologias de controle da poluição e de segurança na indústria de
petróleo (produção, refino, distribuição, uso)
45 Lixo Urbano: domínio no país das tecnologias de incineração, biogás de
aterros e compostagem sólida

Tabela 8 Grupo 3. Tecnologias de transmissão e distribuição, geração distribuída


e armazenamento, planejamento, conservação e uso final. Hierarquização de
tópicos

Tópicos Tecnológicos
62 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos de uso industrial
61 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas utilizados nos setores de comércio e de
serviços
63 Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado
53 Tecnologias de células a combustível (PEM, óxido sólido, PEM-etanol), e
dos sistemas auxiliares (reformadores, controles); integração à rede
51 Desenvolvimento de sistemas isolados
57 Melhorias nas tecnologias de produção de hidrogênio
59 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas de uso doméstico
48 Automação, supervisão e controle de transmissão e distribuição
60 Tecnologias para redução de consumo energético a partir da melhor
adequação de projetos de construção civil
58 Tecnologias de armazenamento de energia e distribuição, melhoria da
eficiência e segurança

54
A partir das tabelas apresentadas, pode-se concluir que foi possível
demonstrar a existência de um conjunto de tópicos tecnológicos
que foram sempre bem avaliados e que permaneceram em
posições de alta prioridade mesmo com fortes diferenças de
ênfase em relação às três distintas visões de futuro. Esse conjunto
“robusto” de tópicos tecnológicos indica a existência um alto
consenso entre os respondentes do Delphi, além de apontar para
oportunidades para novos investimentos em P&D de interesse
para o setor de energia.

55
Mapeamento de competências na área de
energia

O mapeamento de competências teve por objetivo apresentar


as atividades correntes dos principais grupos de P&D na área
energética do país e compreender a capacidade de articulação dos
grupos de pesquisas com outras instituições. O intuito deste trabalho
não foi fazer uma avaliação individual dos grupos de pesquisa,
nem apresentar um censo de todos os grupos na área de energia.
Procurou-se reunir um número suficiente de informações para obter
um panorama atual das principais atividades temáticas conduzidas
nas seguintes áreas: eletricidade, energia solar, biomassa, petróleo e
gás, planejamento energético e usos finais de energia.

A análise realizada é baseada em informações coletadas no


período de outubro a dezembro de 2003 sobre os principais
projetos desenvolvidos pelos grupos de pesquisa consultados,
considerando recursos financeiros, número de pesquisadores e
instituições envolvidas. Analisa-se, também, a produção técnica
mencionada e as parcerias mais importantes dos grupos com
outras instituições, sejam elas empresas, instituições ou centros
de pesquisa.

Metodologia

O trabalho foi realizado com a colaboração de cinco


especialistas, conhecedores das atividades de ensino, pesquisa e
Prospecção Tecnológica em Energia

desenvolvimento em cinco áreas temáticas escolhidas pelo Grupo


Consultivo do Exercício de Prospecção Tecnológica em Energia
do CGEE.

Foi enviado um formulário para diversos especialistas de empresas


e universidades que atuam em atividades de P&D na área de
energia, para pesquisadores identificados como lideranças. O
número variou para cada área temática, mas um mínimo de 20
nomes foi reunido para cada uma delas. Cada respondente inicial
sugeriu novos nomes que também foram consultados.

Os especialistas responsáveis pela coleta e análise das


informações estão relacionados a seguir:

Energia elétrica Profª. Drª. Moema Soares de Castro


UFCG

Petróleo e gás natural Prof. Dr. Denis Schiozer


Centro de Estudos do Petróleo
Unicamp

Planejamento energético Prof. Dr. Gilberto De Martino Jannuzzi


e usos finais de energia Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético
Unicamp

Energia solar Prof. Dr. Naum Fraidenraich


UFPB

Biomassa Prof. Dr. José Roberto Moreira


Centro Nacional de Referência em Biomassa
USP

As informações coletadas abrangiam: informações do


respondente; principais projetos; principais pesquisadores
do grupo de pesquisa; produção técnica; parcerias; outras
competências na área.

58
Apresentam-se, a seguir, os resultados sumarizados do
levantamento:

Grupos de pesquisa

O índice de respostas obtidas a partir do preenchimento dos


formulários variou bastante para cada uma das áreas escolhidas,
mas o próprio especialista procurou complementar a avaliação
das atividades de P&D com seu próprio conhecimento.

As atividades de P&D nas áreas de eletricidade, planejamento e


solar ainda são apoiadas em sua grande parte por grupos situados
em universidades. Na área de petróleo e gás natural, os principais
grupos de pesquisa estão no CENPES, com forte relação, portanto,
com a indústria (Petrobras), mas também existem diversos grupos
espalhados por universidades de todo o país.

Uma tendência bastante recente, no caso de energia elétrica,


é o surgimento de grupos privados, juntamente com os grupos
acadêmicos tradicionais, que estão se dedicando a atividades
financiadas pelos programas de P&D das concessionárias
de eletricidade e supervisionados pela ANEEL. Esses grupos
privados são firmas de consultoria e engenharia que estão
sendo contratados para desenvolver projetos de interesse das
concessionárias. A participação relativamente maior das empresas
de distribuição no financiamento das atividades de P&D introduziu

59
um viés privilegiando temas mais relacionados com os aspectos
da distribuição de eletricidade, pelo menos na amostra de grupos
que responderam o questionário.

Com a criação do CT-Energ foi estabelecida nova repartição


dos recursos oriundos das concessionárias de distribuição,
transmissão e geração para P&D e eficiência energética,
mantendo uma parcela sob controle da Aneel e direcionando
outra para o FNDCT.

Na área de petróleo e gás natural é relevante mencionar o esforço


específico para desenvolvimento de recursos humanos e infra-
estrutura de pesquisa que inicialmente foi patrocinado pela
Petrobras e mais recentemente pela ANP e pelo CT-Petro. A situação
encontrada hoje é resultado de vários anos de investimentos
nessa direção. Existem hoje 36 programas financiados pela ANP
para qualificação de mão de obra totalizando 1500 bolsas de pós-
graduação em todo o país.

A distribuição regional dos grupos mostra que existe uma


concentração de representantes no Sudeste, no entanto, diversas
universidades do Nordeste já estão desenvolvendo atividades
significativas na área de petróleo e gás natural e também nas
áreas de eletricidade, planejamento e fontes renováveis.

É importante observar que o tamanho dos grupos levantados é


de cerca de 3-4 pesquisadores nas Universidades, existindo, em
muitos casos, grupos com dois pesquisadores principais. É claro
que muitos grupos se apóiam em alunos de pós-graduação, mas
esse indicador sugere a relativa dispersão e pouca coordenação
entre os pesquisadores.

No caso da biomassa, dada a disponibilidade de matéria-prima,


a indústria do açúcar e do álcool, de papel e celulose e de ferro
e aço se destacam no desenvolvimento de tecnologia. O Centro
de Tecnologia da COPERSUCAR, durante muitos anos investiu
US$20 milhões/ano, estimulando o uso de novas variedades
de cana, a modernização das usinas e o desenvolvimento de
tecnologias de geração mais eficiente de eletricidade. A ARACRUZ
possui tecnologia avançada de plantação de florestas e a KLABIN
tecnologia de geração de energia a partir de biomassa. O setor
de ferro e aço tem interesse no carvão vegetal produzido de
plantações de florestas. Há um centro de referência, porém as
informações sobre tecnologia são escassas e sua maior atuação
é na centralização de estatísticas.

O número total de pesquisadores envolvidos nas atividades


acadêmicas identificadas na pesquisa, especialmente conduzida
para este documento, atingiu a cifra de 70 profissionais distribuídos
por 13 instituições, dos quais 7 são acadêmicas, 3 são instituições
de pesquisa pública, uma é de pesquisa privada e duas são de
empresas. Considerando que o levantamento foi parcial, estima-
se em pelo menos 150 pesquisadores em centros de pesquisa,
universidades e empresas como ativos no tema biomassa.
Prospecção Tecnológica em Energia

As seguintes áreas foram identificadas como concentrando boa


parte das pesquisas científicas conduzidas no país: gaseificação
de biomassa; produção de H2 de biomassa e seu uso; utilização
do biogás; produção e utilização do álcool; produção e utilização
do biodiesel. Por outro lado, a atividade de pesquisa é modesta
em: hidrólise de biomassa; produção de briquetes e produção de
carvão vegetal. Conforme análise dos dados da base Lattes, os
pesquisadores principais têm em média 13 anos de experiência.

No caso de energia solar, observa-se que existem diversos grupos


com boa infra-estrutura, com projetos bem definidos e com
financiamento, desenvolvendo trabalhos relevantes à problemática
da tecnologia solar (aquecimento de fluidos e fotovoltaicos) para o
país. No entanto, dada a diversidade de temas, raramente existem
mais de dois grupos trabalhando ou colaborando entre si.

A maior parte dos grupos consultados que trabalham com


usos finais de energia e planejamento energético está situada
também em universidades e, dentro destas, em institutos de
economia, engenharias ou então em núcleos interdisciplinares ou
tecnológicos. Os grupos mais ativos possuem uma boa interface
com outros grupos que trabalham em áreas tecnológicas. Alguns
desses grupos possuem pesquisadores que ao longo dos anos
recentes desempenharam diferentes papeis como executivos
ou consultores de agências de governo, empresas de energia
(estatais e privadas) e agências reguladoras.

62
Financiamento dos grupos de pesquisa

O CT-Petro, CT-Energ e o financiamento das concessionárias


aparecem já como as principais fontes de financiamento dos
grupos de pesquisa levantados nas diversas áreas investigadas. O
CNPq e as agências de fomento apresentam menor participação
relativa.

No caso de eletricidade verifica-se que 75% dos grupos que


responderam o formulário são financiados diretamente por
concessionárias de eletricidade. Esse é um dado interessante e
que deve ser analisado em termos de direcionamento temático
das atividades em P&D e também de uma necessidade de maior
coordenação para possibilitar o aproveitamento desses recursos
(humanos e de infra-estrutura) para os projetos que possam
também ser financiados pelo CT-Energ e CT-Petro.

Para permitir a manutenção da capacidade de alguns grupos de


pesquisa em responder a editais do CT-Energ, em paralelo com
as atividades demandadas pelas empresas de eletricidade, é
interessante atentar para elaboração e posterior aprofundamento
de estratégias de aproveitamento e formação de recursos humanos
para essa área. O financiamento através das concessionárias tem
possibilitado uma grande disseminação das atividades no país,
uma vez que em geral as concessionárias locais procuram se
relacionar com os grupos de universidades da região. Mas esta
dinâmica será certamente afetada pela redução substantiva
dos recursos para P&D devido à transferência de uma parcela,

63
Prospecção Tecnológica em Energia

tanto dos recursos aplicados diretamente pelas concessionárias,


quanto daqueles disponibilizados por meio do FNDCT/CT-Energ.

Ainda no caso de energia elétrica, a obrigatoriedade de


investimentos em programas de eficiência energética pelas
concessionárias tem também, de certa forma, contribuído para
o financiamento das atividades em P&D na área de usos finais
de energia. Neste caso, em particular temos a presença ainda
mais significativa de firmas de engenharia e consultoria, além de
grupos de pesquisas em universidades.

No caso da biomassa, os resultados da pesquisa indicaram


envolvimento de pesquisadores em 32 projetos nacionais e em
6 projetos internacionais, perfazendo um valor total de R$ 61.1
milhões sendo que, apenas uma das empresas tem projetos no
valor de R$ 31.5 milhões e um dos centros privados (CTC) tem
projetos no valor de R$ 13.3 milhões. Essa avaliação não inclui a
PETROBRAS, para a qual não foi possível fazer uma estimativa,
mas que possivelmente deve ter investimentos da ordem de
dezenas de milhões de reais no setor biomassa. Os projetos estão
mais concentrados no setor de cana-de-açúcar e gaseificação e
dispersos nos demais.

Principais tipos de projetos e áreas de atividades

Usos finais de energia e planejamento energético

Os grupos de pesquisa que trabalham nessa área têm tido um

64
papel importante desenvolvendo programas de treinamento
junto às agências ANEEL e ANP. Além disso, em anos recentes
em decorrência da crise de fornecimento de eletricidade, muitos
deles participaram de programas de treinamento em eficiência
energética, junto a empresas de energia e federações de comércio
e indústria locais.

As principais atividades em P&D em andamento são as


seguintes:

• Levantamento de dados, desenvolvimento de bancos de in-


formação, a aplicação de ferramentas de geo-referenciamento de
dados;

• Desenvolvimento de modelos e softwares para apoio à decisão


de interesse ao setor energético; metodologias para contabilizar
efeitos e riscos ambientais do setor energético;

• Apoio ao desenvolvimento de padrões de normas técnicas,


elaboração de metodologias de testes de conformidade e ensaios
em laboratório para os principais equipamentos de usos finais,
incluindo também painéis fotovoltaicos e geradores eólicos;

• Projetos de demonstração e desenvolvimento de protótipos de


algumas tecnologias de uso final e geração de energia (em
particular, refrigeração, aquecimento solar, energia eólica),
incluindo análises de mercado;

• Análises de viabilidade técnico econômica e ambiental, incluindo


considerações sobre ciclos de vida, contribuições para estudos
de mudanças climáticas (incluindo trabalhos na área de co-
geração, geração distribuída, sistemas convencionais de
pequeno e grande portes);

65
Prospecção Tecnológica em Energia

• Trabalhos de apoio às atividades das agências de regulação: de-


senvolvimento de conceitos, critérios, análises abrangentes (do
tipo estado da arte ou análise de conjuntura).

Eletricidade

O levantamento das atividades dos grupos de pesquisa na área


de eletricidade mostra as seguintes linhas principais:

Geração: As pesquisas desenvolvidas concentram-se na


produção de eletricidade a partir de PCH’S, Biomassa e Fontes
Alternativas de Energia.

Transmissão: Estão em andamento pesquisas objetivando o


aumento de capacidade de transmissão, isto é feito através
da otimização da distribuição de campo elétrico superficial
- LPNE. Um outro aspecto em destaque é o da qualidade de
energia elétrica, evidenciando-se a elaboração de metodologias
para avaliação de perturbações no sistema elétrico, estudos
envolvendo CEM e IEM, modelagem e simulação de sistemas
que utilizam FACTS. Existem vários estudos de equipamentos,
considerando-se a análise de desempenho, desenvolvimento de
técnicas preditivas para avaliação de condições de operação;
desenvolvimento de software.

Distribuição: Grande parte dos trabalhos em execução envolve


as questões de redução de perdas e combate às fraudes. Um
dos casos é a elaboração de metodologia para análise de perdas
em alimentadores. O outro se refere à estimação da curva de
demanda para consumidores de baixa tensão. No que diz

66
respeito ao combate às fraudes há desenvolvimento de sistemas
de medição remota de energia com vistas à tarifação, associada
ao combate às fraudes. Considerando o processo de automação
e atuação remota dos sistemas de medição configura-se a
necessidade de implantação de software para viabilizar a
comunicação através da rede de distribuição. Existem, também,
pesquisas envolvendo software para a análise de transferência
de distribuição, acompanhamento do balanço de energia e
cálculo de campo eletromagnético. Estão sendo realizadas
pesquisas para monitoração da qualidade de energia elétrica.
Na análise das ações envolvendo equipamentos, constata-se
o desenvolvimento de inversores; monitoramento e diagnóstico
de equipamentos de subestações; análise de desempenho de
pára-raios; desenvolvimento de técnicas preditivas para avaliar
a degradação de isoladores poliméricos. Além das aplicações
básicas, está sendo desenvolvida a aplicabilidade da teoria
de potência complexa, envolvendo análise de transitórios de
máquinas síncronas e compensação de potência ativa e reativa
em sistemas elétricos.

Petróleo e gás natural

Neste caso, as principais áreas de atividades dos grupos estão


bastante alinhadas com as prioridades estabelecidas pela
Petrobras e pelo CTPetro.

No CENPES/Petrobras existem diversos projetos em várias


categorias: pesquisa básica, aplicada e inovação tecnológica.

67
Prospecção Tecnológica em Energia

Alguns dos resultados, entretanto, são de domínio apenas da


empresa.

Nas universidades, a regra geral é de grupos de pesquisa com


parceria com empresas (na grande maioria a própria Petrobras),
com um bom nível de publicações científicas, mas sem muitos
registros de inovação e patentes. Muitos dos grupos desenvolvem
programas computacionais, mas poucos têm histórico de
utilização pela indústria. Na maioria dos grupos, os avanços
registrados são em metodologias, procedimentos e formação de
recursos humanos.

De acordo com as respostas obtidas e busca no Diretório de


Grupos de Pesquisa e Currículo Lattes, ambos do CNPq, e
resultados de Editais financiados pela FINEP e CNPq, os principais
grupos de pesquisa da área estão nas seguintes universidades:
UNICAMP (Engenharia de Petróleo - Reservatórios, Poços,
Produção -, Geociências, Refino); UFRJ/Coppe (Exploração
de Petróleo, Águas Profundas, Refino); USP/IPT (Engenharia
Naval – Águas Profundas, Geociências); PUC-RJ (Exploração,
Perfuração); UFPE (Combustíveis, Gás Natural); UFRN (Refino);
UFPR (Gás Natural); UFBA (Geociências, Gás Natural); UENF
(Geociências); UFF (Geociências); UNESP (Geociências); ITA
(Reservatórios); UFSC (Reservatórios); IMPA (Reservatórios).

Existe uma forte tendência de ampliação de atividades nas


Universidades do Norte e Nordeste visto que grande parte dos
recursos do CT-Petro é direcionada para essas regiões.

68
Biomassa

Cana de Açúcar: na área agrícola, os maiores interesses estão


na identificação de novas variedades de cana com maior
produtividade, resistência a pragas e doenças e espécies de
desenvolvimento precoce, para o propósito de ampliar a época
da colheita de cana. Na área de colheita da cana destaca-se o
desenvolvimento de colheitadeiras mecânicas de alta eficiência e
produtividade para a separação eficaz de cana e de palha. Na área
de transformação da cana em açúcar e álcool há espaço modesto
para diminuir as perdas nas diversas etapas do processo, porém
não se antevêem grandes inovações, visto que a eficiência total já
supera os 90%.

Quanto à utilização do álcool, o grande impulso recente foi


devido à comercialização do veículo flexfuel, iniciativa conduzida
essencialmente pelos fabricantes de automóveis e sem nenhuma
atuação dos institutos de pesquisa e academia. Outra atividade
de grande potencial é a utilização do álcool em misturas com o
diesel envolvendo diversos centros de tecnologia no país. Em
médio e longo prazos, o álcool pode vir a ser utilizado como
combustível para células a combustível.

Essas atividades são em quase sua maioria conduzidos pelo CTC,


da Universidade de Campinas, que tem programas contínuos nas
áreas de pesquisa e desenvolvimento da cana.

69
Prospecção Tecnológica em Energia

Papel e Celulose

Esse setor tem crescido sistematicamente no país e a competição


internacional requer contínuos avanços tecnológicos. As fábricas
têm se aparelhado para gerar mais energia a partir da biomassa,
mas a tecnologia sendo usada é a da turbina a vapor. Alguns
poucos trabalhos acadêmicos existem, geralmente propondo
soluções técnicas envolvendo gaseificação ou alertando a
sociedade e os tomadores de decisão para o potencial energético
disponível.

Carvão Vegetal

Os avanços técnicos têm sido feitos em empresas que utilizam o


produto, ou pela concessionária de eletricidade de Minas Gerais.
A atividade é economicamente importante no país e merece
mais interesse dos centros de pesquisas e da universidade.
Há grande potencial de melhoria na conversão de madeira em
carvão aumentando a produtividade e o uso de subprodutos.
Há necessidade de estudos para garantir o uso sustentável de
madeira como matéria-prima.

Biodiesel

Nos últimos dois anos aumentou o interesse do governo e


da sociedade sobre o assunto “biodiesel” e atividades de
demonstração sendo conduzidas por empresas, como é o caso da
Biolix, da Petrobras e da Agropalma. O principal objetivo é verificar
a viabilidade do biodiesel competir comercialmente com o diesel

70
num futuro próximo. No Brasil o interesse tem se concentrado,
principalmente, numa nova técnica de transesterificação usando
etanol. Desde o ano 2000, ressalta-se a atuação da universidade
(USP), Centros de Pesquisas (TECPAR e COPPE) e de empresários
(ABIOVE) para testes de biodiesel em motores de veículos.

Energia solar

Existem três grandes áreas de atuação: conversão heliotérmica,


conversão fotovoltaica e estudos sobre o recurso solar.

Principais tipos de parcerias

Na área de planejamento energético, nota-se uma forte inserção de


alguns grupos acadêmicos nacionais em projetos internacionais.
Alguns grupos, e notadamente alguns pesquisadores, possuem
papel relevante, inclusive na coordenação de projetos de pesquisas
financiados ou conduzidos por agências ou universidades do
exterior em temas relacionados com planejamento energético
e efeitos ambientais. Isso é interessante, na medida em que
historicamente o papel desses profissionais tem sido menos
relevante no próprio país. Alguns grupos já possuem mais de
20 anos de atividades e foram responsáveis pela formação de
profissionais que hoje lideram novos grupos de pesquisas em
praticamente todo o território nacional. Os principais e maiores
grupos se localizam no Sudeste, mas existe registro de atividades
de planejamento energético sendo desenvolvidas em praticamente

71
Prospecção Tecnológica em Energia

todas as universidades públicas e várias privadas. Os programas


de P&D e Eficiência Energética têm sido responsáveis pelo
surgimento e manutenção de diversos desses grupos.

No setor de óleo e gás, já existe uma tradição da Petrobras em


estabelecer parcerias com universidades para formação de
recursos humanos, apoiando programas de pós-graduação.
Mais recentemente, a ANP vem apoiando com bolsas de estudos
alunos de pós-graduação em 36 universidades de todo o país. No
que se refere a projetos de pesquisa, a maioria dos grupos atuais
estão sendo financiados através do CT-Petro.

As atividades realizadas pela Petrobras/CENPES são constituídas


por projetos de natureza básica e aplicada, e muitos produtos
se transformam em inovações absorvidas pela Petrobras. Nas
universidades, a parceria com as empresas, vinculada em grande
parte aos editais CT-Petro, tem resultado em grande número de
publicações mas sem registro de patentes ou inovações. Na
sua maioria os avanços registrados são de cunho metodológico,
procedimentos e formação de recursos humanos. A Petrobras tem
sido a principal parceira dos grupos de pesquisas, com ausência
de outras companhias de petróleo e gás de porte internacional ou
localizadas no exterior. Muitos dos grupos de pesquisa possuem
contatos com universidades no exterior.

Na área de energia solar, existe uma crescente oferta de


prestação de serviços dos grupos de pesquisas para os
ministérios, utilizando laboratórios e bancadas de testes para

72
verificação de características de painéis fotovoltaicos ou sistemas
de bombeamento de água. Existe também boa parceria entre
grupos acadêmicos e empresas como Cemig, CHESF, Petrobras,
Eletrobrás, CEEE e CEAM.

Foi detectada, também, uma atividade, ainda incipiente, de


prestação de serviços pelo setor privado intermediado pelo
Sebrae.

Na área de biomassa, foram identificadas diversas instituições que


atuam em parceria, envolvendo universidades (UNIFEI, UNIFACS,
Unicamp, UNIR, Cenbio/USP, UFPA), centros de pesquisa (IPT,
Cientec) e empresas (Cetesb, Copersucar).

As atividades relacionadas com energia elétrica começam


a se beneficiar cada vez mais de uma aproximação com as
concessionárias de eletricidade. Anteriormente havia uma
concentração dessas atividades no CEPEL, e mais recentemente
os grupos acadêmicos começaram a trabalhar mais diretamente
qualificando profissionais de empresas através da participação
em projetos de pesquisa e de eficiência energética.

73
Conclusões

Conforme ressaltado na introdução deste documento, o país


encontra-se em um processo de planejamento da matriz
energética nacional considerando diferentes expectativas futuras
sobre o desempenho e papel das tecnologias de energia que
possam contribuir para promover a sustentabilidade e o bem estar
social. Neste sentido, torna-se fundamental priorizar investimentos
de forma a atender aos problemas críticos e aproveitar as
oportunidades identificadas nesta perspectiva, levando em conta
os condicionantes institucionais existentes.

Este exercício de prospecção tecnológica em energia permitiu


captar as diferentes percepções que os especialistas possuem
no que se refere às quatro dimensões de avaliação de tecnologias
consideradas (técnico-econômica, social, ambiental e estratégica)
e a metodologia empregada permitiu discutir objetivamente a
priorização de tecnologias e recomendar aprofundamentos para
grupos específicos de tecnologias.

Nesse contexto, os tópicos tecnológicos robustos, considerados


prioritários, foram:

62 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em


equipamentos de uso industrial

43 Desenvolvimento e implementação de tecnologias de transeste-


rificação com etanol e metanol de óleos vegetais para utilização
como biodiesel

61 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em


Prospecção Tecnológica em Energia

equipamentos e sistemas utilizados nos setores de comércio e de


serviços

63 Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado

41 Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético (inclusive


transgênicos), novas tecnologias para a produção da cana e no
processamento industrial

51 Desenvolvimento de sistemas elétricos isolados

18 Tecnologias de recuperação e pré-processamento de resíduos


para culturas de grandes volumes: cana, madeira, arroz, milho,
soja, etc.

Investimentos em P&D em tecnologias e materiais para melhoria


de eficiência energética do setor industrial aparece como principal
prioridade em praticamente todas as simulações realizadas, exceto
naquelas onde há valorização dos impactos sociais associados
às tecnologias. Nesses casos, as tecnologias associadas ao
biodiesel assumem a liderança, devido principalmente aos efeitos
na geração de empregos e contribuições ao desenvolvimento
regional.

Esforços relacionados ao desenvolvimento e aplicação de modelos


de planejamento integrado de recursos também são apontados
como prioritários, significando que esse tópico recebeu boas
avaliações dos respondentes e, mesmo considerando as três
visões contrastantes de futuro, permaneceu como prioridade.

O recente episódio do racionamento pode explicar parcialmente a


alta valoração dos tópicos relacionados com eficiência energética
e a necessidade de planejamento, pois historicamente esses itens

76
não têm recebido tamanha relevância. Essa experiência pode ter
contribuído para deixar mais evidente o potencial e a contribuição
dessas atividades para o desenvolvimento do setor de energético
nacional. Deve-se mencionar que duas questões (impactos na
geração e/ou aumento da eficiência energética e contribuição para
qualidade de energia e segurança do suprimento) contidas no
conjunto de tópicos foram mantidos em todas as simulações com
pesos relativamente altos (variando de 24% a 28%). Isso ajuda a
explicar a alta priorização dos tópicos relacionados com eficiência
energética, que foram bem valorados pelos respondentes.

Tecnologias para o desenvolvimento de sistemas elétricos


isolados embora tenham permanecido entre as prioridades foram
as que apresentaram maior variação quando comparam-se as
três visões. Estas naturalmente apresentam-se em posições mais
relevantes quando os aspectos sociais são priorizados e perdem
posições quando os aspectos associados à visão ambiental e
individual são priorizados. Nesses dois casos, é provável que
a percepção de impactos ambientais e possivelmente maiores
custos unitários da exploração de PCHs e geração de energia
através de biomassa expliquem essa variação de prioridades.

A exploração energética da biomassa também aparece como


destaque em futuros investimentos em P&D, seja para o
desenvolvimento de biodiesel, seja como melhorias na produção
de etanol e aproveitamento de resíduos de biomassa.

77
Prospecção Tecnológica em Energia

É importante notar que tecnologias associadas aos sistemas de


energia mais convencionais e usados em larga escala (petróleo
e energia hidroelétrica, por exemplo) não aparecem aqui entre
as tecnologias prioritárias (a não ser implicitamente, em sistemas
isolados, planejamento e conservação), provavelmente porque
a análise buscou priorizar os esforços de desenvolvimento
tecnológico para o futuro e, certamente, a percepção dos
consultados é que P&D agregaria relativamente pouco a estas
tecnologias consideradas já maduras.

Dentre os itens prioritários pode-se notar que um é ligado


especificamente à “Geração de energia elétrica”; dois referem-se
à produção de “Combustíveis para calor e transportes”; e quatro
estão nos tópicos mais gerais de “Conservação de energia,
Interfaces e Planejamento”.

O levantamento das atividades correntes dos grupos de pesquisa


identificados neste trabalho mostra que existem atividades em
praticamente todos os principais tópicos tecnológicos avaliados
na consulta Delphi. A densidade e qualidade das atividades
não é homogênea e é possível notar que na sua grande maioria
os grupos são de tamanho reduzido e se concentram em
universidades.

Uma análise do porte dos projetos e da produção técnica mostra


uma situação diferenciada: alguns poucos grupos são capazes
de gerenciar grandes projetos, mas a maioria trabalha com
projetos de menor porte. Os grupos também demonstram dispor

78
de razoável infra-estrutura para suas atividades. Observa-se uma
boa produção acadêmica, relatórios, participações em eventos
internacionais, o que reflete a realidade da atividade de P&D
realizada essencialmente dentro das universidades, segundo a
amostragem pesquisada. A aproximação deles com empresas é
de uma maneira geral algo mais recente, mas vem se verificando
de maneira crescente.

As implicações do presente levantamento para subsidiar decisões


em política de P&D parecem indicar que, uma vez priorizadas as
áreas de P&D, deverá haver um esforço de melhor articular os
grupos existentes já atuantes na área, aumentar sua qualificação
e número de profissionais.

79
Recomendações

A identificação de um conjunto de sete tópicos tecnológicos que


se destacaram como prioritários em qualquer simulação realizada
e a produção de várias hierarquias (listas priorizadas) de tópicos
tecnológicos relevantes para o setor de energia constituem os
principais resultados deste exercício de prospecção em energia.
Apesar de estes resultados formarem um consenso dentro de um
grupo altamente qualificado, o processo não se encerra, de modo
que recomendamos que o mesmo tenha continuidade de modo a:

a. divulgar e difundir estes resultados de forma a se obter uma


avaliação mais ampla deste exercício prospectivo junto à
sociedade;

b. possibilitar a efetiva incorporação dos resultados no processo


decisório, particularmente no que diz respeito à aplicação de
recursos do CT-Energ;

c. aprofundar a discussão e estudo dos tópicos selecionados de


modo a promover a discussão quanto a mecanismos de inves-
timentos, metas, procedimentos de transferência de tecnologia
ou formação de incubação tecnológica. É importante destacar
que, com a massa de dados obtida pela consulta, podem ser re-
alizadas diversas análises e simulações, com o uso de diferentes
métodos e técnicas, conforme os interesses e as questões que se
deseja responder.

d. elaborar novas propostas de exercícios prospectivos na área de


energia, com vistas ao aprofundamento de questões levantadas
e discutidas neste relatório bem como permitir a incorporação de
novos temas de interesse para o sistema de CT&I e monitorar, de
Prospecção Tecnológica em Energia

forma sistemática, aquelas tecnologias consideradas críticas para


o país.

e. estimular, com base na identificação da capacidade instalada


no país e nas deficiências apontadas no mapeamento de
competências, maior interação entre os grupos de pesquisa
existentes, aprimorar os mecanismos de investimentos para torná-
los mais eficientes no sentido de incentivar a competitividade, a
permanência e ampliação de grupos de excelência e o resultado
acadêmico-tecnológico.

82
Anexo 1

Lista dos tópicos tecnológicos

1. Tecnologias para a geração de energia elétrica

Combustíveis fósseis

1. Tecnologias de micro-turbinas a gás (< 5kW);

2. Tecnologias para turbinas a gás de média potência (até 30 MW)

3. Ciclos híbridos (Turbinas a Gás e solar; T. G. e células a com-


bustível ) incluindo sistemas de armazenamento (CAES)

4. Combustão avançada de carvão (CAFBC supercritico; PFBC);

5. Gasificação de carvão e ciclo combinado (IGCC);

6. Tecnologias para de-sulfurização de carvão; limpeza de gases,


uso e disposição de resíduos.

Nuclear

7. Tecnologia mais adequada para implementação até 2040 (acom-


panhamento e participação em projetos de P&D no exterior);

8. Tecnologia do ciclo do combustível nuclear (continuidade do de-


senvolvimento nacional);

9. Tecnologias de reatores avançados (acompanhamento, par-


ticipação; tipo PWR, IRIS);

10. Ciclos avançados de combustível nuclear (alta queima e


conversão).

Energia Renovável

Hidráulica

11. Hidrogeradores: modelagem, monitoração e diagnóstico;

83
Prospecção Tecnológica em Energia

12 Modelos de gestão de reservatórios das hidrelétricas, com uso


múltiplo da água;

13 Metodologias e instrumentação para previsão e prognóstico de


afluências;

14 Ferramentas (softwares, instrumentação): inventário e moni-


toramento de bacias hidrográficas;

15 Tecnologias para aumento de competitividade de centrais hidre-


létricas pequenas e médias; re-potenciação de hidrelétricas;

16 PCH: tecnologia de turbinas para baixas quedas e hidrocinéticas;


periféricos: geradores com rotação variável, controles de carga/
freqüência.

Biomassa

17 Tecnologia de produção agrícola de “biomassa energética”: cana


de açúcar, madeira, dendê, outras; melhoramento genético e
produção;

18 Tecnologias de recuperação e pré-processamento de resíduos


para culturas de grandes volumes: cana, madeira, arroz, milho,
soja, etc;

19 Tecnologias de combustão avançadas (biomassa, incluindo


resíduos);

20 Tecnologias de combustão mista (biomassa com carvão e gás


natural);

21 Gasificação em pequeno porte (< 100 kW);

22 Gasificação em grande porte (10 – 100 MW) com ciclo combinado;


diversos conceitos.

Solar Fotovoltaica

23. Tecnologias para produção de células fotovoltaicas (diversos


conceitos);

84
24. Tecnologias para componentes (sistemas eletrônicos, conversores,
conexão, armazenamento de energia, medidores).

Solar Termo-elétrica

25. Tecnologia dos sistemas e componentes: materiais, rastreamento,


armazenagem térmica (concentradores parabólicos, cilindro-pa-
rabólicos e torre central).

Eólica

26. Tecnologia de máquinas para situações especificas no Brasil


(regimes de vento, sistemas “pequenos” eficientes);

27. Tecnologias de integração de parques ao sistema interligado


(incluindo armazenamento, sistemas híbridos).

Geotérmica

28. Acompanhamento dos desenvolvimentos para sistemas hidro-


térmicos no exterior;

29. Investigação de potenciais no Brasil.

Ondas e marés

30. Tecnologia: avaliação de (modelos) sistemas alternativos, con-


versores e custos de produção no Brasil.

2. Tecnologias para suprimento de combustíveis


(transporte e calor)

Combustíveis fósseis

31. Tecnologias de exploração (petróleo): sismologia e geofísica de


poços, uso de imagens de satélites);

32. Tecnologia para produção de óleo em águas profundas (Árvore de


Natal molhada, sistemas de produção flutuante, Árvore de Natal
na superfície);

85
Prospecção Tecnológica em Energia

33. Tecnologias de recuperação avançada de petróleo;

34. Tecnologias de refino de óleos pesados;

35. Melhoria da qualidade dos derivados de petróleo (limites de S na


gasolina e diesel);

36. Tecnologias de suporte à produção de gás na Amazônia;

37. Tecnologias de uso do gás natural (substituição de óleo com-


bustível);

38. Tecnologias de controle da poluição e de segurança na indústria


de petróleo (produção, refino, distribuição, uso);

39. Carvão: tecnologias de gasificação.

Energia Renovável (Biomassa)

40. Carvão Vegetal: tecnologias avançadas de carvoejamento


(eficiência, uso dos sub-produtos); carvão vegetal e pirólise;

41. Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético, inclusive


transgênicos; produção da cana; e tecnologias no processamento
industrial;

42. Etanol de hidrólise de ligno-celulósicos: tecnologias para hidrólise


/ fermentação via enzimática, ácida ou com solvente orgânico;

43. Bio-diesel: desenvolvimento e implementação de tecnologias


de transesterificação com etanol e metanol de óleos vegetais;
utilização do bio-diesel;

44. Metanol de biomassa: tecnologias de gasificação da biomassa;


investigação de rotas alternativas (DME, Hidrogênio);

45. Lixo Urbano: domínio no país das tecnologias de incineração, bio-


gás de aterros e compostagem sólida;

86
Solar (baixa temperatura)

46. Desenvolvimento de coletores solares: materiais, manufatura,


automação.

3. Tecnologias de transmissão e distribuição, geração distribuída


e armazenamento, planejamento, conservação e uso final

Transmissão / Distribuição de energia elétrica

47. Tecnologias de redes (estrutura, materiais, equipamentos); HTS


(supercondutores a alta temperatura), cabos poliméricos com
maior resistência; tecnologias para aumento de capacidade de
linhas;

48. Automação, supervisão, controle: FACTS, automação na


distribuição, controles eletrônicos de potencia específicos
(proteção);

49. Tecnologias para medição e tarifação;

50. Tecnologias para garantia da qualidade da energia;

51. Desenvolvimento dos sistemas isolados.

Geração distribuída e armazenamento de energia elétrica

52. Tecnologia para pequenas turbinas a gás (1-25 kW): obtenção de


maior eficiência;

53. Tecnologias de células a combustível (PEM, óxido sólido, PEM-


etanol), e dos sistemas auxiliares (reformadores, controles); in-
tegração à rede;

54. Tecnologia de sistemas híbridos: PV ou turbinas a gás mais células


a combustível;

55. Tecnologia de motores estacionários;

56. Tecnologia para armazenamento em ar comprimido (CAES).

87
Hidrogênio

57. Melhorias nas tecnologias de produção (eletrólise; gasificação;


reforma; fotoquímica; outras);

58. Tecnologias de armazenamento de energia (hidretos metálicos,


tanques) e distribuição; eficiência e segurança.

Conservação – Uso final

59. Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em


equipamentos e sistemas: uso doméstico;

60. Tecnologias para redução de consumo energético com projetos


adequados de construção civil;

61. Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em


equipamentos e sistemas: setor de comércio e serviços

62. Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em


equipamentos: uso industrial (inclusive co-geração e geração dis-
tribuída);

Planejamento

63. Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado, incluindo


diversas fontes de energia, tecnologias para uso eficiente, meio
ambiente, etc.
Anexo 2

A técnica Delphi

O uso do Delphi como técnica orientadora do processo de


prospecção proporciona a participação de um grande número de
especialistas e estabelece um canal de comunicação entre eles,
uma vez que existe a possibilidade de uma nova consulta onde
os respondentes podem observar suas respostas em relação ao
conjunto dos respondentes. Por ocasião dessa segunda consulta
(ou 2ª. Rodada) o respondente pode modificar sua avaliação
original, ou mantê-la e justificar, se assim desejar. Esse efeito
por si só já é considerado um aspecto positivo do exercício, do
ponto de vista da circulação de informações e mobilização para
reflexão sobre o futuro, os desafios colocados ao país, as novas
possibilidades tecnológicas e as conseqüências para a definição
de políticas e prioridades de fomento público à ciência, tecnologia
e inovação.

Os possíveis efeitos da adoção de novas tecnologias para energia


são muitos e é alta a complexidade envolvida para sua previsão.
Para a consulta Delphi aos especialistas foram consideradas as
dimensões Técnico-Econômica, Estratégica, Ambiental e Social.
Essas dimensões foram aquelas apresentadas no documento de
Diretrizes Estratégicas do CT-Energ. Cada uma delas foi detalhada
em diferentes componentes mais específicos. Os componentes
Prospecção Tecnológica em Energia

das dimensões prospectivas deram origem a 22 questões


para o Delphi. Além delas, mais duas questões de controle
foram incorporadas, uma acerca do grau de especialidade do
respondente nos tópicos tecnológicos e outra que procurou
captar uma avaliação global do tópico tecnológico.

A técnica Delphi é empregada como uma expansão de uma


discussão presencial e visa a obtenção de consenso por meio
de rodadas de questionários com retorno controlado. O conjunto
de tópicos tecnológicos previamente selecionado é enviado
a um grande número de potenciais respondentes e sobre
eles são feitas perguntas estruturadas em escalas tratáveis
estatisticamente. Após cada rodada, os resultados são tratados
e o questionário reenviado àqueles que responderam. Nesse
momento, cada participante pode reavaliar sua resposta anterior
em vista da opinião consolidada de todos os outros participantes.
Ele pode então alterar ou manter sua avaliação anterior, conforme
já mencionado. Na prospecção tecnológica em energia foram
executadas duas rodadas. Na primeira rodada, cada participante
respondeu o questionário independentemente. Na segunda
rodada, o respondente pode comparar a sua resposta ao conjunto
de respostas do grupo, alterá-la se desejar e fazer comentários
por escrito.

O questionário Delphi da prospecção tecnológica em energia


foi preparado para funcionar através de interface eletrônica em
tempo real pela Internet. Cada respondente do conjunto de
especialistas selecionado recebeu um código pessoal e uma

90
senha para acessar o questionário a partir da página do CGEE na
Internet. Os resultados do Delphi foram tratados estatisticamente
e organizados de modo a alimentar um modelo multicritério de
apoio à decisão para produzir a lista de tópicos tecnológicos
prioritários.

A estratégia adotada para comparar os diferentes tópicos em


cada questão foi usar o histograma da distribuição das categorias
disponíveis para cada questão. A mediana das categorias foi o
indicador utilizado para designar a tendência da distribuição. A
mediana fornece uma medida que tem, entretanto, baixo poder
discriminante. Oportunamente, isso implica numa razoável
garantia de que quando houver diferença entre medianas o
significado do conjunto das respostas entre os tópicos em
questão é suficientemente díspar para que se possa estabelecer
uma diferenciação segura entre elas.

Em outras palavras, essa estratégia de transposição de dados


do Delphi para o modelo multicritérios já incorpora um intervalo
de segurança dentro do qual a comparação entre tópicos não é
possível. Se tivéssemos que gerar uma hierarquia com apenas
um critério de ordenação, a mediana das categorias nos daria
poucos níveis de classificação. Porém, com a abordagem
multicritério, essa mesma medida é capaz de gerar muito mais
níveis, suficientes para uma análise detalhada.

91
Anexo 3

O método multicritérios de apoio à decisão

Considerando as características do problema de priorização


sistematizadas acima, a opção escolhida para mediar sua
execução foi a incorporação de sistemas de apoio à decisão
capazes de hierarquizar alternativas concorrentes segundo um
conjunto de diferentes critérios. Entre os algoritmos existentes,
optou-se por uma versão simplificada do método multicritério
ELECTRE III. O método compara o desempenho das alternativas
para cada critério separadamente e gera uma hierarquia que
sintetiza o resultado final, ordenando todas as alternativas no
sentido da melhor para a pior.

Entretanto, os resultados gerados pelo método normalmente


ultrapassam as indicações quantitativas ou qualitativas de
ordenação e fornecem mapas de percepções, inter-relações
e causalidades importantes e não perceptíveis num primeiro
momento. Essas são características que estimulam o emprego
desses métodos em gestão e planejamento para os casos em
que a complexidade associada desautoriza análises e decisões
simplistas.

O método ELECTRE III necessita de alguns parâmetros para gerar


a ordenação dos tópicos. Para cada critério é definido um peso
k maior ou igual a zero (o extremo zero significa desconsiderar
Prospecção Tecnológica em Energia

o critério na análise) e o sentido da preferência, crescente


(1) ou decrescente (-1). Preferência crescente significa que
medianas à direita nos histogramas (opiniões no sentido Baixo-
Alto) determinam tópicos melhores (preferíveis) e preferência
decrescente significa que medianas à esquerda nos histogramas
(opiniões no sentido Alto-Baixo) determinam tópicos melhores
(preferíveis). O ponto de partida para a aplicação do algoritmo
do método é a matriz mostrada abaixo, contendo todas as
alternativas avaliadas por todos os critérios. No presente estudo, a
valoração gi(x) foi obtida a partir das questões da consulta Delphi
e representa - na maior parte dos casos - a mediana do conjunto
das apreciações dos especialistas na questão correspondente
ao critério considerado. Para alguns critérios, essa ligação não
é direta, ou seja, são formados ou pela soma das medianas de
duas ou mais questões ou por outros tipos de contagem (vide
Anexo 2 para maiores detalhes).

Deve-se observar que nada impede que para cada critério se


utilize uma escala de medida diferente, uma vez que o algoritmo
de hierarquização realiza comparações critério por critério e não
diretamente entre critérios. Para isso, ele associa a cada par de
alternativas do conjunto de alternativas um valor denominado
índice de credibilidade de que a supere b, c(a,b), calculado a

94
partir da soma dos pesos dos critérios em que a alternativa a
possui melhor ou igual valoração que a alternativa b, e dividido
pela soma de todos os pesos. Os pesos não precisam somar 1
(ou 100%), esse cálculo normaliza automaticamente os pesos.

Onde C(aSb) é o conjunto dos critérios em que gj(a)≥gj(b), F é o


conjunto de todos os critérios do modelo e kj é peso do critério j.
Isso feito para todas os pares de alternativas gera a matriz de
credibilidade, de onde sai a hierarquização final:

O peso k associado a cada critério denota a importância relativa


que este critério tem no conjunto F. Os pesos são parâmetros
externos atribuídos pelo decisor. Desta forma, ele é obrigado a
refletir sobre a importância dos critérios e não diretamente na
importância das alternativas. Entretanto, se uma alternativa a
possuir um vetor de valoração [g1(a), g2(a),..., gj(a)] tal que ∀gi(a)
≥ gi(b) então a sempre irá superar b independentemente do vetor
peso associado ao problema (diz-se que a é uma alternativa
dominante).

O modelo de decisão pode ter um ou mais vetores de pesos [k1,


k2,..., kj] determinados. Construir mais de um vetor de pesos é
equivalente a estabelecer mais de uma “visão” sobre o problema,
que depois são comparadas em busca de alternativas robustas.

95
Anexo 4

Questionário Delphi

1. Auto-Avaliação: avalie seu nível de especialização e


conhecimento no grupo de tecnologias abaixo

Perito
Conhecedor
Familiarizado
Não familiarizado

Definições:

Perito: assinale se você se considerar dentro do grupo de pessoas


que atualmente se dedica a este tópico com profundidade.

Conhecedor: use essa classificação nos seguintes casos:

1 Se você está se tornando um perito, mas falta alguma experiência


para dominar o tópico;

2 Se você já foi um perito no tópico há alguns anos, mas se considera


no momento pouco atualizado no tópico;

3 Se você trabalha em área próxima, mas contribui regularmente


com temas relacionados a esse tópico.

Familiarizado: assinale se você conhece a maioria dos argumentos


usados nas discussões sobre o tópico, leu sobre o assunto, e tem
uma opinião sobre ele.

Não familiarizado: marque esta opção se você não se enquadra


em nenhuma das categorias anteriores.
Prospecção Tecnológica em Energia

2. Custos finais da energia

Tomando como base os valores médios para os custos de energia


encontrados hoje no Brasil, qual a expectativa nos próximos 20
anos para os custos finais da energia gerada com cada tecnologia
abaixo?

Redução Muito Alta


Redução Alta
Redução Média
Redução Baixa
Nenhuma Redução
Prefiro não responder

3. Impactos sobre a balança comercial nacional

Em que medida os resultados dos investimentos realizados


nessa tecnologia poderão alterar o SALDO da balança comercial
nacional no que se refere às transações com energia? Em 2002 o
Brasil importou cerca de U$ 1,7 bilhão em equipamentos para o
setor elétrico (14% do total de bens de capital importados). Para
o setor de petróleo o déficit gira em torno de US$ 1,8 bilhão (sem
considerar custos com plataformas e navios).

Grande Perda no Saldo


Média Perda no Saldo
Pequena Perda no Saldo
Sem alteração
Pequeno Ganho no Saldo
Médio Ganho no Saldo
Grande Ganho no Saldo
Prefiro não responder

98
4. Risco tecnológico e risco comercial

Indique a melhor composição para os riscos existentes para a


viabilização destas tecnologias (risco = probabilidade de não
ocorrer sucesso).

Muito baixo Baixo Médio Alto Muito Alto Prefiro não responder
Risco Tecnológico
Risco Comercial

5. Prazo para implementação comercial da tecnologia no Brasil

Quanto tempo de P&D é ainda necessário para o início da


implementação comercial destas tecnologias?

nenhum
menos de 3 anos
entre de 3 a 10 anos
entre 10 a 25 anos
mais de 25 anos
Prefiro não responder

6. Capacitação nacional

Para cada tecnologia abaixo, faça sua avaliação sobre a


capacitação existente e a importância estratégica dessa
capacitação para o desenvolvimento sócio-econômico brasileiro.
Considere separadamente capacitação em termos de pesquisa e
desenvolvimento e capacitação para implantação comercial.

Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta Prefiro não responder
Capacitação
P&D
Manufatura, comercialização,
suporte, manutenção
Importância estratégica
P&D
Manufatura, comercialização,
suporte, manutenção

99
Prospecção Tecnológica em Energia

7. Efeitos de transbordamento

Qual o potencial de cada tecnologia abaixo para nos próximos


20 anos gerar inovações ou outros desdobramentos em outras
áreas?

Muito baixo ou nenhum


Baixo
Médio
Alto
Muito Alto
Prefiro não responder

8. Impacto da tecnologia na geração e/ou no aumento da


eficiência energética

No período de 20 anos, considerados a implementação de


novas tecnologias, poderá melhorar a oferta e o consumo de
energia para a mesma produção de bens e serviços (aumento de
eficiência energética). Qual o efeito relativo que cada tecnologia
abaixo terá nesse sentido?

Muito baixo ou nenhum


Baixo
Médio
Alto
Muito Alto
Prefiro não responder

9. Contribuição para a qualidade da energia e a segurança do


suprimento

No período considerado de 20 anos, a implementação de


novas tecnologias poderá afetar a qualidade e a segurança de
fornecimento energético. Qual o efeito relativo que as tecnologias
abaixo terão nesse sentido?

100
Qualidade
Grande Redução
Redução Moderada
Pequena Redução
Nível equivalente ao atual
Pequeno Aumento
Aumento Moderado
Grande Aumento
Prefiro não responder

Segurança
Grande Redução
Redução Moderada
Pequena Redução
Nível equivalente ao atual
Pequeno Aumento
Aumento Moderado
Grande Aumento
Prefiro não responder

10. Impactos no clima global

Em 20 anos, que efeito essa tecnologia provocará nas emissões


de CO2 em relação às emissões provocadas pelo uso de
combustível fóssil?

Grande Redução
Redução Moderada
Pequena Redução
Nível Equivalente às Emissões Atuais
Pequeno Aumento
Aumento Moderado
Grande Aumento
Prefiro não responder

11. Impactos sobre os recursos naturais

Quais sã os efeitos esperados a partir do uso desta tecnologia em


termos de pressão sobre recursos naturais (incluindo perda da
biodiversidade e degradação ambiental, dentre outros efeitos)?

101
Prospecção Tecnológica em Energia

Grande Redução
Redução Moderada
Pequena Redução
Nível Equivalente às Emissões Atuais
Pequeno Aumento
Aumento Moderado
Grande Aumento
Prefiro não responder

12. Impactos no ambiente local

Frente aos níveis atuais de emissões das tecnologias em uso,


qual será o efeito na poluição do ar e águas com a adoção
das tecnologias abaixo? (considerar o mesmo output de bens
e serviços, de modo que tecnologias de uso mais eficiente da
energia levem à redução da poluição em termos de qualidade do
ar e águas e vice-versa?

Grande Redução
Redução Moderada
Pequena Redução
Nível Equivalente às Emissões Atuais
Pequeno Aumento
Aumento Moderado
Grande Aumento
Prefiro não responder

13. Impacto sobre o emprego

Que efeito cada tecnologia abaixo terá em relação ao número e


qualidade de postos de trabalho nos próximos 20 anos, tomando
como base a situação atual da tecnologia que ela substituiria?

102
Grande Redução
Redução Moderada
Pequena Redução
Nível Equivalente às Emissões Atuais
Pequeno Aumento
Aumento Moderado
Grande Aumento
Prefiro não responder

14. Impactos sobre o desenvolvimento econômico regional

Em 20 anos, que benefício cada uma destas tecnologias trará


em termos de desenvolvimento econômico, considerando cada
região brasileira?

Norte Nordeste Centro-Oeste Sul e Sudeste


Nenhum
Pequeno ganho
Médio ganho
Grande ganho
Prefiro não responder

15. Impactos na universalização do atendimento de energia

Qual a importância das tecnologias abaixo para promover a


universalização do atendimento dos serviços comerciais de
energia?

Muito baixa ou Nenhuma


Baixa
Média
Alta
Muito alta
Prefiro não responder

103
16. Avaliação pessoal sobre desempenho futuro

Incluindo outras considerações que você julgue relevantes, além


das questões anteriores, qual sua previsão para o desempenho
de cada tecnologia abaixo daqui a 20 anos?

Sem futuro (esta tecnologia será lembrada


apenas como uma curiosidade científica)
Pouco promissor (esta tecnologia será utilizada
em aplicações muito específicas e de baixo
impacto no geral)
Promissor (esta tecnologia configurará uma
trajetória importante e destacada no setor
energético)
Muito promissor (esta tecnologia se tornará
dominante e gerará muitas novas aplicações
no setor energético e em outros setores, com
grandes impactos)
Revolução (esta tecnologia alterará a forma que
a sociedade se organiza, as relações de poder
entre países, dentre outros impactos de grande
magnitude)
Prefiro não responder
Anexo 5

Métrica adotada nas questões do questionário Delphi e


composição dos critérios

A tabela abaixo apresenta a métrica adotada nas questões para


o cálculo das médias e medianas, bem como a composição
dos critérios que foram adotados para aplicação do método
multicritérios.

Esp. Q01 Perito Conhecedor Familiarizado Não


Especialidade Familiarizado
3 2 1 0
C.1 Q02 Custos Redução Redução Alta Redução Redução Baixa Nenhuma    
Finais Muito Alta Média Redução
4 3 2 1 0
C.2 Q03 Impactos Grande Média perda Pequena Sem alteração Pequeno Média Grande
Balança perda no no saldo perda no ganho no ganho no ganho no
Comercial saldo saldo saldo saldo saldo
-3 -2 -1 0 1 2 3
C.3 Q04 Riscos indicador síntese = tecnológico+comercial
tecnológico Muito baixo Baixo Médio Alto Muito Alto
4 3 2 1 0
comercial Muito baixo Baixo Médio Alto Muito Alto
4 3 2 1 0
C.4 Q05 Prazo para Nenhum Menos de 3 Entre Entre Mais de 25    
Implementação anos 3 e 10 anos 10 e 25 anos anos
0 1 2 3 4
C.5 Q06a indicador síntese =P&D+Indústria
Capacitação
Existente
P&D Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta
0 1 2 3 4
Indústria Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta
0 1 2 3 4
C.6 Q06b indicador síntese =P&D+Indústria
Capacitação
Conseqüente
P&D Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta
0 1 2 3 4
Indústria Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta
0 1 2 3 4
Prospecção Tecnológica em Energia

0 1 2 3 4
C.7 Q07 Muito baixo Baixo Médio Alto Muito Alto    
Transbordo
0 1 2 3 4
C.17 Q08 Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta    
Impacto na ou nenhuma
geração e
eficiência
0 1 2 3 4
C.8 Q09a Grande Redução Pequena Nível equivalente Pequeno Aumento Grande
Qualidade redução moderada redução ao atual aumento moderado aumento

-3 -2 -1 0 1 2 3
C.16 Q09b Grande Redução Pequena Nível equivalente Pequeno Aumento Grande
Segurança redução moderada redução ao atual aumento moderado aumento
-3 -2 -1 0 1 2 3
C.9 Q10 Grande Redução Pequena Nível equivalente Pequeno Aumento Grande
Impactos no redução moderada redução às emissões aumento moderado aumento
clima global atuais

3 2 1 0 -1 -2 -3
C.10 Q11 Grande Redução Pequena Manutenção dos Pequeno Aumento Grande
Impactos nos redução moderada redução padrões atuais aumento moderado aumento
Recursos
Naturais
3 2 1 0 -1 -2 -3
C.11 Q12 Grande Redução Pequena Manutenção dos Pequeno Aumento Grande
Impactos no redução moderada redução padrões atuais aumento moderado aumento
ambiente local
3 2 1 0 -1 -2 -3
C.12 Q13 Grande Redução Pequena Manutenção dos Pequeno Aumento Grande
Impactos no redução moderada redução padrões atuais aumento moderado aumento
Emprego
-3 -2 -1 0 1 2 3
C.13 Q14a indicador síntese = número de regiões com mediana = 2 ou 3
Impacto no
Desenvolvimento (Objetivo: destacar tecnologias com ganho no máximo de regiões)
de Regiões
Norte Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3
Nordeste Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3
Centro-Oeste Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3
Sul e Sudeste Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3

106
C.14 Q14b indicador síntese = soma dos impactos nas 4 regiões (Objetivo: destacar tecnologias
Impacto no
Desenvolvimento com máximo ganho)
Norte Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3
Nordeste Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3
Centro-Oeste Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3
Sul e Sudeste Nenhum Pequeno Moderado Grande ganho
ganho ganho
0 1 2 3
C.15 Q15 Muito baixa ou Baixa Média Alta Muito Alta
Impacto na nenhuma
Universalização
0 1 2 3 4
Q16 Sem Futuro Promissor Promissor Muito Promissor Revolução
Opinião síntese

0 1 2 3 4

107
Anexo 6

Visões de futuro

A metodologia consiste em considerar alguns (neste caso, três)


“visões” hipotéticas da sociedade brasileira para os próximos anos;
estas visões representam conjuntos extremos (divergentes) de
valores da sociedade, que conduziriam a três “futuros energéticos”
diversos em 2020. Os três conjuntos de valores são:

1 - Escolha individual

2 - Equilíbrio ecológico

3 - Igualdade social

Para simplicidade de nossa análise escolhemos esses casos


contrastantes, sendo que na realidade o futuro ideal desejado
poderá ser uma combinação dos mesmos. O PPA, por exemplo,
está próximo da Visão 3, mas há pontos da Visão 2 (e até de 1).

Visão 1 - Escolha individual

A visão da sociedade

Neste caso haveria um predomínio de valores de interesse


particular, onde os cidadãos estariam prioritariamente interessados
em otimizar seus benefícios individuais.

Em 2020 a liberdade individual seria o principal valor da sociedade


Prospecção Tecnológica em Energia

no Brasil; por isto a estrutura de mercados liberalizados é


estabelecida com muita ênfase na decisão do consumidor.
Transparência de custos e livre competição assegurariam que
o povo teria a possibilidade de escolher produtos e serviços
de acordo com suas necessidades e preferências pessoais. O
conjunto de opções iria desde o atendimento das necessidades
básicas a baixo custo até produtos sofisticados (alto conforto ou
ecológicos) a alto custo.

Conseqüências para o setor de energia

Soluções particulares para necessidades individuais

As companhias de energia oferecem produtos customizados


e combinações de serviços. Eles incluem pacotes “padrão”
de multi-utilidades, mas também soluções especializadas,
desenhadas para as necessidades de cada consumidor.
Consumidores (industriais, residenciais e comerciais) possuem
acesso a informações e participam ativamente de escolhas entre
companhias de energia e diferentes energéticos.

Alta demanda para energia de baixo custo: necessidades básicas

Soluções padronizadas para “mercado atacadista” de energia


são disponíveis a baixo custo. São usadas principalmente em
áreas urbanas e regiões prósperas. A forte competição no setor
produtivo exige grandes quantidades de energia a baixo custo.
Existe uma generalizada procura por soluções que minimizem os

110
custos de energia para o consumidor e alta rentabilidade para as
companhias de energia.

Suprimento “robusto” de energia - para os que concordam em


pagar mais

A segurança do suprimento (alta confiabilidade e qualidade,


robustez e flexibilidade do sistema) é altamente valorizada
(porque interrupções limitam a liberdade de escolha). Como o
custo de suprimento garantido em horários de pico é muito alto,
as companhias com demanda alta e específica em termos de
segurança devem ter para isto contratos caros, usar back-up para
curta duração ou operar sistemas de geração descentralizada
(freqüentemente co-geração).

Soluções ecológicas para nichos do mercado

Nichos específicos de mercado evoluíram com tecnologias


baseadas em fontes renováveis, mesmo além da estrita
viabilidade econômica, para atender consumidores interessados.
Embora pequeno esse segmento de mercado é presente no país
no horizonte de análise.

Necessidades crescentes de transporte e mobilidade

Viagens baratas e fáceis, e o aumento no comércio mundial, para


atender a uma demanda por ampla escolha de bens levam a um
forte crescimento do setor de transportes e correspondentemente
do seu consumo energético.

111
Prospecção Tecnológica em Energia

Visão 2 - Equilíbrio ecológico

A visão da sociedade

Neste caso existiria a preocupação de se observar medidas de


proteção ambiental e aderência a convenções internacionais
como o Protocolo de Quioto, em particular.

“Viver em equilíbrio com a natureza” seria a descrição do valor


predominante na sociedade brasileira em 2020. A proteção do
eco-sistema seria a maior meta das políticas, incluindo o eco-
sistema local (qualidade do ar, águas, etc) e global (mudanças
climáticas, biodiversidade, etc). O princípio “o poluidor paga” seria
sempre utilizado. Os consumidores aceitam custos maiores por
soluções ecologicamente fortes. Isto levaria a companhias com
forte consciência ecológica; muitos processos seriam fechados,
com reciclo de materiais. O uso de recursos materiais e a emissão
de poluentes teriam sido reduzidos substancialmente.

Conseqüências para o setor de energia

Busca de tecnologias energéticas com baixo impacto ambiental

A escolha de fontes energéticas é feita com a meta de buscar


o menor impacto ambiental possível. Renováveis tornaram-se
importantes e sua participação no suprimento de energia cresceu
rapidamente. Várias fontes diferentes são utilizadas dependendo
de seus potenciais regionais. Um mix de gerações centralizadas /
descentralizadas é empregado. O país atinge a meta de ter 10%

112
de sua geração de eletricidade baseada em fontes renováveis,
além da hidráulica de grande porte: PCHs, eólica, biomassa e
solar.

Diversificação nas fontes de suprimento

Para minimizar os riscos de problemas ecológicos, não há grandes


“monoculturas” extensivas responsáveis pela maior parte do
suprimento energético. Há uma grande diversificação das fontes.
Em um período de transição é necessário incluir fontes de energia
que não são estritamente renováveis, mas que apresentem um
impacto relativamente baixo no eco-sistema. Em particular, há
uma forte inserção do gás natural nos principais mercados de
consumo do país (seja para transporte, produção de eletricidade
ou usos térmicos).

Conservação das fontes de energia

O aumento previsto em 2003 para o consumo geral de energia


foi reduzido por avanços importantes nas eficiências energéticas,
e por sistemas de gerenciamento da demanda. Equipamentos
possuem padrões internacionais de consumo mínimo de energia
e o país possui um alto índice de qualidade de energia.

Armazenamento local e transporte de energia a longas distâncias

Desbalanceamentos entre demanda e suprimento são resolvidos


com sistemas altamente desenvolvidos de armazenamento local
(curto e longo prazos) e com um robusto sistema de transmissão
a longas distancias.

113
Prospecção Tecnológica em Energia

Visão 3 - Igualdade Social

A visão da sociedade

Neste caso a busca da maior igualdade possível seria o principal


valor na sociedade brasileira em 2020; as políticas seriam voltadas
para a redução de disparidades na renda e para o combate
à exclusão social. Haveria urgência na redução de diferenças
regionais, e para isto haveria investimentos públicos e incentivos
a investimentos privados; e a estrutura regulatória permitiria
claramente soluções regionais. No setor privado o conceito de
responsabilidade social seria amplamente utilizado, e as indústrias
buscariam o aumento da intensidade de emprego no crescimento
econômico. A sociedade estaria disposta a socializar os custos
correspondentes às medidas de promoção da igualdade.

Conseqüências para o setor de energia

Tecnologias intensivas em mão de obra

Investimentos em energia cada vez mais levam em conta os


efeitos na criação de empregos locais. As escolhas tecnológicas
são feitas de modo a promover a criação de empregos.

Soluções regionais

A produção de energia é concebida com base nos recursos e


necessidades regionais. Há, portanto, uma grande variedade

114
de modalidades de suprimento. Políticas regulatórias mantêm o
nivelamento necessário para os diversos agentes, e ao mesmo
tempo permitem medidas de proteção que promovem o valor
agregado regionalmente. Existe maior participação de agentes
regionais na elaboração de planejamento e políticas regionais
para o setor de energia.

Geração descentralizada

O sistema elétrico é altamente descentralizado, consumidores


tem a possibilidade de gerar sua própria energia e vender para a
rede. Tecnologias de geração (para energia elétrica ou calor / frio)
são operadas localmente, e são de propriedade local (inclusive
pelos próprios consumidores). O equilíbrio suprimento / demanda
é gerenciado de forma descentralizada (web). A estrutura legal é
definida de modo a permitir acesso fácil a tecnologias, recursos,
informação e à rede elétrica para todos os consumidores.
A operação do sistema elétrico, a estrutura regulatória e
especialmente tarifária são bastante desenvolvidas e permitem a
inserção dessas tecnologias de maneira eficiente e competitiva.
Existe acesso ao gás natural nos principais centros de consumo.

Custos compartilhados (das políticas para a igualdade) e


tecnologias de baixo risco

A promoção do compartilhamento dos custos da igualdade exige


uma forte ênfase na minimização dos riscos locais das tecnologias
(acidentes, emissão de poluentes). Tecnologias consideradas
arriscadas encontram forte oposição.

115
Como o risco potencial percebido pelo público não corresponde
(em geral) ao risco real, isto coloca uma grande pressão
em tecnologias que apresentem possibilidades de “grandes
desastres” (plantas nucleares, petroleiros) ou em tecnologias com
efeitos locais negativos (poluentes tóxicos, odores).

Existe uma generalizada aceitação de custos maiores de


energia de maneira a subsidiar consumidores e regiões menos
favorecidas.
Anexo 7

Hierarquias geradas conforme cada visão de futuro (caso


Exagerado)

Visões extremadas

Visão social extremada


Dimensões % Critérios Questões Peso Peso final
C.1 Q02- Custos finais 4 0,00%
C.2 Q03- Impactos balança comercial 1 0,00%
Técnico-
0% C.3 Q04- Riscos 1 0,00%
econômica
C.4 Q05- Prazo para implementação 2 0,00%
C.5 Q06a- Capacitação existente 1 0,00%
0% C.6 Q06b- Capacitação conseqüente 1 0,00%
Estratégica C.7 Q07- Transbordo 1 0,00%
  C.8 Q09a- Qualidade 2 0,00%
0% C.9 Q10- Impactos no clima global 1 0,00%
Ambiental C.10 Q11- Impactos nos recursos naturais 2 0,00%
  C.11 Q12- Impactos no ambiente local 2 0,00%
C.12 Q13- Impactos no emprego 2 26,44%
100% C.13 Q14a- Imp no desenv de regiões 1 13,22%
Social
  C.14 Q14b- Imp no desenvolvimento 1 13,22%
C.15 Q15- Imp na universalização 1 13,22%
C.16 Q09b- Segurança 3 10,17%
 Invariantes  
C.17 Q08- Impacto na geração e eficiência 7 23,73%
Visão ambiental extremada
Dimensões % Critérios Questões Peso Peso final
C.1 Q02- Custos finais 4 0,00%
C.2 Q03- Impactos balança comercial 1 0,00%
Técnico-econômica 0% C.3 Q04- Riscos 1 0,00%
C.4 Q05- Prazo para implementação 2 0,00%
C.5 Q06a- Capacitação existente 2 0,00%
0% C.6 Q06b- Capacitação conseqüente 1 0,00%
Estratégica C.7 Q07- Transbordo 1 0,00%
  C.8 Q09a- Qualidade 2 0,00%
100% C.9 Q10- Impactos no clima global 1 13,22%
Ambiental C.10 Q11- Impactos nos recursos naturais 2 26,44%
  C.11 Q12- Impactos no ambiente local 2 26,44%
C.12 Q13- Impactos no emprego 1,5 0,00%
C.13 Q14a- Imp no desenv de regiões 1 0,00%
Social 0%
C.14 Q14b- Imp no desenvolvimento 1 0,00%
C.15 Q15- Imp na universalização 1 0,00%
C.16 Q09b- Segurança 3 10,17%
Invariantes
C.17 Q08- Impacto na geração e eficiência 7 23,73%

Visão individualista extremada


Dimensões % Critérios Questões Peso Peso final
C.1 Q02- Custos finais 3 33,05%
C.2 Q03- Impactos balança comercial 0,5 5,51%
Técnico-econômica 100% C.3 Q04- Riscos 1 11,02%
C.4 Q05- Prazo para implementação 1 11,02%
C.5 Q06a- Capacitação existente 0,5 5,51%
0% C.6 Q06b- Capacitação conseqüente 1 0,00%
Estratégica C.7 Q07- Transbordo 1 0,00%
  C.8 Q09a- Qualidade 3 0,00%
0% C.9 Q10- Impactos no clima global 1 0,00%
Ambiental C.10 Q11- Impactos nos recursos naturais 2 0,00%
  C.11 Q12- Impactos no ambiente local 2 0,00%
C.12 Q13- Impactos no emprego 2 0,00%
0% C.13 Q14a- Imp no desenv de regiões 1 0,00%
Social
  C.14 Q14b- Imp no desenvolvimento 1 0,00%
C.15 Q15- Imp na universalização 1 0,00%
C.16 Q09b- Segurança 3 10,17%
Invariantes  
C.17 Q08- Impacto na geração e eficiência 7 23,73%
Anexo 8

A participação dos respondentes ao questionário Delphi

Os 63 tópicos tecnológicos avaliados foram distribuídos em três


grupos (G1: Tecnologias para geração de energia elétrica; G2:
Tecnologias para suprimento de combustíveis (calor e transporte);
e G3: Tecnologias de transmissão e distribuição, geração
distribuída e armazenamento, planejamento, conservação e uso
final. Os tópicos em cada grupo estão relacionados no Anexo
1. Os consulentes foram selecionados de acordo com sua
especialização, para opinar sobre os tópicos de um dos grupos.
Sempre que possível, um consulente foi convidado a opinar sobre
dois grupos e alguns responderam aos três grupos. Desta forma
buscou-se obter avaliações mais homogêneas mesmo entre os
grupos.

De um total de 149 pessoas escolhidas originalmente para


responder a consulta Delphi, 49% efetivamente responderam a
primeira rodada. O gráfico abaixo mostra os diferentes índices
de participação entre as três categorias de respondentes.
Inicialmente a amostragem procurou equilibrar o número de
participantes especialistas em energia, no entanto é possível notar
ao final a maior adesão dos especialistas ligados aos centros de
pesquisa (63% daqueles contatados completaram o questionário).
É interessante observar a relativamente maior participação final
Prospecção Tecnológica em Energia

dos especialistas das empresas de que do governo, onde apenas


29% dos especialistas contratados responderam a primeira
consulta, comparados com cerca de 52% entre os representantes
de empresas.

Na segunda rodada, dos 73 especialistas, 37 finalizaram o


questionário (50%). A representatividade dos especialistas está
apresentada de acordo com a Figura 1.

Figura 1: Participação dos respondentes de acordo com instituições de origem

A participação dos respondentes considerando os três grandes


grupos de tecnologias - grupo G1: tecnologias relacionadas com
geração de energia elétrica; grupo G2: tecnologias para suprimento
de combustíveis (calor e transporte); Grupo G3: tecnologias de
transmissão e distribuição, geração distribuída e armazenamento,
planejamento, conservação e uso final - é mostrada na Figura 2.

120
Figura 2 Participação dos respondentes convidados por grupos de tecnologias
(G1, G2 e G3) segundo sua origem (Centros de pesquisa, Empresas e Governo)

Na figura 3 abaixo está representado o nº de respondentes por


grupo da primeira rodada. O total ultrapassa os 73 especialistas
que responderam a pesquisa nesta etapa, pois alguns
responderam a questões em dois ou três grupos.

Figura 3 Participação dos respondentes por grupos de tecnologias (G1, G2 e G3)


segundo sua origem (Centros de pesquisa, Empresas e Governo): 1ª. Rodada

Dos 73 especialistas que iniciaram a segunda rodada, 37 destes


responderam no período determinado (50%), e do mesmo modo
alguns responderam mais do que um grupo. A figura 4 referente

121
à segunda rodada mostra a divisão por grupo e por tipo de
especialista. É importante mencionar que para a análise dos
resultados, foi assumido que aqueles que não responderam a
segunda rodada mantiveram suas avaliações registradas na 1ª.
rodada.

Figura 4 Participação dos respondentes por grupos de tecnologias (G1, G2 e G3)


segundo sua origem (Centros de pesquisa, Empresas e Governo): 2ª. Rodada
Anexo 9

Simulações completas

Simulação B

Tópicos Tecnológicos priorizados na Simulação B

Visão Visão Visão Síntese B Variância


Social Ambiental Individualista Tópicos
Robustos
62 Tecnologias e materiais para aumento da 2 1 1 4 0,3
eficiência energética em equipamentos de
uso industrial,
43 Desenvolvimento e implementação de 1 2 2 5 0,3
tecnologias de transesterificação com etanol
e metanol de óleos vegetais para utilização
como biodiesel,
61 Tecnologias e materiais para aumento da 3 3 3 9 0,0
eficiência energética em equipamentos e
sistemas utilizados nos setores de comércio
e de serviços,
63 Desenvolvimento de modelos de 3 5 3 11 1,3
planejamento integrado
41 Etanol da cana de açúcar: melhoramento 5 4 5 14 0,3
genético (inclusive transgênicos), novas
tecnologias para a produção da cana e no
processamento industrial,
37 Tecnologias de uso do gás natural para 4 7 4 15 3,0
substituição de óleo combustível,
53 Tecnologias de células a combustível (PEM, 5 6 6 17 0,3
óxido sólido, PEM-etanol), e dos sistemas
auxiliares (reformadores, controles);
integração à rede,
18 Tecnologias de recuperação e pré- 4 9 7 20 6,3
processamento de resíduos para culturas
de grandes volumes: cana, madeira, arroz,
milho, soja, etc,
57 Melhorias nas tecnologias de produção, 5 8 8 21 3,0
51 Desenvolvimento de sistemas isolados, 4 11 6 21 13,0
Prospecção Tecnológica em Energia

59 Tecnologias e materiais para aumento da 6 8 8 22 1,3


eficiência energética em equipamentos e
sistemas de uso doméstico,
32 Tecnologia para produção de óleo em 8 6 11 25 6,3
águas profundas: Árvore de Natal molhada,
sistemas de produção flutuante, Árvore de
Natal na superfície,
48 Automação, supervisão e controle de 5 11 9 25 9,3
transmissão e distribuição,
60 Tecnologias para redução de consumo 7 10 10 27 3,0
energético a partir da melhor adequação de
projetos de construção civil,
42 Etanol de hidrólise de ligno-celulósicos: 9 7 12 28 6,3
tecnologias para hidrólise / fermentação via
enzimática, ácida ou com solvente orgânico,

12 Modelos de gestão de reservatórios das 8 12 9 29 4,3


hidrelétricas, com uso múltiplo da água,
13 Metodologias e instrumentação para 11 10 10 31 0,3
previsão e prognóstico de afluências,
17 Tecnologias de produção agrícola e 6 14 11 31 16,3
melhoramento genético de biomassa
energética: cana de açúcar, madeira, dendê
etc.,
58 Tecnologias de armazenamento de energia 7 13 13 33 12,0
e distribuição, melhoria da eficiência e
segurança,
1 Tecnologias de micro-turbinas a gás (< 7 19 9 35 41,3
10kW),
14 Ferramentas (instrumentação e softwares) 13 12 14 39 1,0
para inventário e monitoramento de bacias
hidrográficas,
15 Tecnologias para repotenciação de centrais 12 15 12 39 3,0
hidrelétricas pequenas e médias,
54 Tecnologia de sistemas híbridos, 9 16 14 39 13,0
19 Tecnologias de combustão avançadas de 11 14 15 40 4,3
biomassa e resíduos,
34 Tecnologias de refino de óleos pesados, 12 15 15 42 3,0
46 Desenvolvimento de coletores solares: 14 12 17 43 6,3
materiais, manufatura e automação,
52 Tecnologia para obtenção de maior 12 17 17 46 8,3
eficiência em pequenas turbinas a gás (1-25
kW),
33 Tecnologias de recuperação avançada de 13 18 16 47 6,3
petróleo,
2 Tecnologias para turbinas a gás de média 10 21 16 47 30,3
potência (até 100 MW),

124
50 Tecnologias para garantia da qualidade da 11 20 17 48 21,0
energia,
16 PCH: tecnologia de turbinas para baixas 15 18 17 50 2,3
quedas e hidrocinéticas, geradores com
rotação variável, controles de carga/
freqüência,
38 Tecnologias de controle da poluição e 15 17 18 50 2,3
de segurança na indústria de petróleo
(produção, refino, distribuição, uso),
23 Tecnologias para produção de células 13 18 19 50 10,3
fotovoltaicas,
47 Tecnologias de redes: estrutura, materiais, 14 18 19 51 7,0
equipamentos e aumento de capacidade,
24 Tecnologias para componentes: sistemas 14 20 18 52 9,3
eletrônicos, conversores, conexão,
armazenamento de energia e medidores,

45 Lixo Urbano: domínio no país das 21 13 20 54 19,0


tecnologias de incineração, biogás de
aterros e compostagem sólida,
26 Tecnologia de máquinas para situações 16 19 20 55 4,3
especificas no Brasil,
40 Carvão Vegetal: tecnologias avançadas 17 17 21 55 5,3
de carvoejamento e pirólise, aumento da
eficiência, uso dos sub-produtos,
35 Melhoria da qualidade dos derivados de 19 17 21 57 4,0
petróleo,
55 Tecnologia de motores estacionários, 17 19 22 58 6,3
31 Tecnologias de exploração de petróleo: 15 22 23 60 19,0
sismologia e geofísica de poços, uso de
imagens de satélites,
49 Tecnologias para medição e tarifação, 20 23 20 63 3,0
21 Gasificação em pequeno porte (< 100 kW), 18 22 23 63 7,0
3 Tecnologias de ciclos híbridos, 18 21 24 63 9,0
56 Tecnologia para armazenamento em ar 19 20 26 65 14,3
comprimido,
27 Tecnologias de integração de parques 20 22 25 67 6,3
eólicos à rede,
36 Tecnologias de suporte à produção de gás 20 22 25 67 6,3
na Amazônia,
22 Gasificação em grande porte (10 - 100 MW) 20 21 26 67 10,3
com ciclo combinado,
20 Tecnologias de combustão mista de 21 22 27 70 10,3
biomassa com carvão e gás natural,
44 Metanol de biomassa: tecnologias de 22 23 28 73 10,3
gasificação da biomassa e investigação de
rotas alternativas,
11 Hidrogeradores: modelagem, monitoração e 22 24 29 75 13,0
diagnóstico,

125
Prospecção Tecnológica em Energia

39 Tecnologias de gasificação de carvão, 23 25 30 78 13,0


6 Tecnologias para de-sulfurização de carvão, 24 26 31 81 13,0
limpeza de gases, uso e disposição de
resíduos,
4 Combustão avançada de carvão, 24 27 32 83 16,3
5 Gasificação de carvão e ciclo combinado, 25 30 33 88 16,3
25 Tecnologias para sistemas (concentradores 26 29 34 89 16,3
parabólicos, cilindro-parabólicos e torre
central) e componentes (materiais,
rastreamento, armazenagem térmica),
8 Tecnologia do ciclo do combustível nuclear, 27 30 35 92 16,3
com desenvolvimento nacional,
7 Novas tecnologias nucleares, 28 28 36 92 21,3
9 Tecnologias de reatores avançados, com 29 28 38 95 30,3
acompanhamento e participação do
desenvolvimento no exterior,
29 Investigação do potencial hidrotérmico no 30 32 37 99 13,0
Brasil,
28 Acompanhamento dos desenvolvimentos 30 34 37 101 12,3
para sistemas hidrotérmicos no exterior,
30 Avaliação de modelos, sistemas e custos 30 33 38 101 16,3
de produção de tecnologias de conversores
para as condições marítimas do Brasil,

10 Tecnologias para ciclos avançados, com alta 31 31 39 101 21,3


queima e conversão de combustível nuclear,

Simulação P

Tópicos Tecnológicos priorizados na Simulação P


Social Ambiental Individualista Síntese P Variância
Tópicos
Robustos
62 Tecnologias e materiais para 2 1 2 5 0,3
aumento da eficiência energética em
equipamentos de uso industrial,
61 Tecnologias e materiais para 3 2 1 6 1,0
aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas utilizados
nos setores de comércio e de serviços,
43 Desenvolvimento e implementação de 1 3 3 7 1,3
tecnologias de transesterificação com
etanol e metanol de óleos vegetais
para utilização como biodiesel,

126
63 Desenvolvimento de modelos de 4 4 3 11 0,3
planejamento integrado
51 Desenvolvimento de sistemas isolados, 5 5 5 15 0,0
41 Etanol da cana de açúcar: 7 5 5 17 1,3
melhoramento genético (inclusive
transgênicos), novas tecnologias
para a produção da cana e no
processamento industrial,
57 Melhorias nas tecnologias de 5 8 5 18 3,0
produção,
18 Tecnologias de recuperação e pré- 5 8 6 19 2,3
processamento de resíduos para
culturas de grandes volumes: cana,
madeira, arroz, milho, soja, etc,
59 Tecnologias e materiais para 7 6 7 20 0,3
aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas de uso
doméstico,
53 Tecnologias de células a combustível 9 6 6 21 3,0
(PEM, óxido sólido, PEM-etanol), e
dos sistemas auxiliares (reformadores,
controles); integração à rede,
48 Automação, supervisão e controle de 9 5 7 21 4,0
transmissão e distribuição,
58 Tecnologias de armazenamento de 8 7 8 23 0,3
energia e distribuição, melhoria da
eficiência e segurança,
37 Tecnologias de uso do gás natural para 10 9 4 23 10,3
substituição de óleo combustível,
32 Tecnologia para produção de óleo 11 7 7 25 5,3
em águas profundas: Árvore de Natal
molhada, sistemas de produção
flutuante, Árvore de Natal na superfície,
13 Metodologias e instrumentação para 11 7 9 27 4,0
previsão e prognóstico de afluências,
17 Tecnologias de produção agrícola e 8 11 9 28 2,3
melhoramento genético de biomassa
energética: cana de açúcar, madeira,
dendê etc.,
54 Tecnologia de sistemas híbridos, 8 11 9 28 2,3
1 Tecnologias de micro-turbinas a gás 6 14 8 28 17,3
(< 10kW),
42 Etanol de hidrólise de ligno- 13 8 10 31 6,3
celulósicos: tecnologias para hidrólise
/ fermentação via enzimática, ácida ou
com solvente orgânico,

127
Prospecção Tecnológica em Energia

60 Tecnologias para redução de 11 10 11 32 0,3


consumo energético a partir da melhor
adequação de projetos de construção
civil,
12 Modelos de gestão de reservatórios 11 12 9 32 2,3
das hidrelétricas, com uso múltiplo da
água,
24 Tecnologias para componentes: 12 11 9 32 2,3
sistemas eletrônicos, conversores,
conexão, armazenamento de energia e
medidores,
19 Tecnologias de combustão avançadas 14 13 12 39 1,0
de biomassa e resíduos,
16 PCH: tecnologia de turbinas para 14 15 11 40 4,3
baixas quedas e hidrocinéticas,
geradores com rotação variável,
controles de carga/freqüência,
14 Ferramentas (instrumentação 17 13 12 42 7,0
e softwares) para inventário
e monitoramento de bacias
hidrográficas,
15 Tecnologias para repotenciação de 17 14 13 44 4,3
centrais hidrelétricas pequenas e
médias,
23 Tecnologias para produção de células 16 16 14 46 1,3
fotovoltaicas,
33 Tecnologias de recuperação avançada 16 17 13 46 4,3
de petróleo,
2 Tecnologias para turbinas a gás de 14 19 14 47 8,3
média potência (até 100 MW),
46 Desenvolvimento de coletores solares: 18 15 15 48 3,0
materiais, manufatura e automação,
50 Tecnologias para garantia da qualidade 15 19 14 48 7,0
da energia,
34 Tecnologias de refino de óleos 17 19 13 49 9,3
pesados,
47 Tecnologias de redes: estrutura, 14 20 15 49 10,3
materiais, equipamentos e aumento de
capacidade,
52 Tecnologia para obtenção de maior 18 17 15 50 2,3
eficiência em pequenas turbinas a gás
(1-25 kW),
22 Gasificação em grande porte (10 - 100 19 16 16 51 3,0
MW) com ciclo combinado,
26 Tecnologia de máquinas para 20 16 16 52 5,3
situações especificas no Brasil,

128
31 Tecnologias de exploração de petróleo: 18 21 14 53 12,3
sismologia e geofísica de poços, uso
de imagens de satélites,
38 Tecnologias de controle da poluição e 22 16 16 54 12,0
de segurança na indústria de petróleo
(produção, refino, distribuição, uso),
40 Carvão Vegetal: tecnologias avançadas 21 17 17 55 5,3
de carvoejamento e pirólise, aumento
da eficiência, uso dos sub-produtos,
21 Gasificação em pequeno porte (< 100 19 19 18 56 0,3
kW),
55 Tecnologia de motores estacionários, 19 18 19 56 0,3
45 Lixo Urbano: domínio no país das 23 17 16 56 14,3
tecnologias de incineração, biogás de
aterros e compostagem sólida,
35 Melhoria da qualidade dos derivados 22 18 17 57 7,0
de petróleo,
3 Tecnologias de ciclos híbridos, 21 20 20 61 0,3
49 Tecnologias para medição e tarifação, 22 22 17 61 8,3
56 Tecnologia para armazenamento em ar 22 18 23 63 7,0
comprimido,
27 Tecnologias de integração de parques 23 20 21 64 2,3
eólicos à rede,
36 Tecnologias de suporte à produção de 23 21 22 66 1,0
gás na Amazônia,
20 Tecnologias de combustão mista de 24 20 23 67 4,3
biomassa com carvão e gás natural,
11 Hidrogeradores: modelagem, 25 22 22 69 3,0
monitoração e diagnóstico,
44 Metanol de biomassa: tecnologias 25 20 24 69 7,0
de gasificação da biomassa e
investigação de rotas alternativas,
5 Gasificação de carvão e ciclo 26 24 25 75 1,0
combinado,
39 Tecnologias de gasificação de carvão, 27 23 25 75 4,0
25 Tecnologias para sistemas 26 24 26 76 1,3
(concentradores parabólicos,
cilindro-parabólicos e torre central) e
componentes (materiais, rastreamento,
armazenagem térmica),
6 Tecnologias para de-sulfurização 29 23 27 79 9,3
de carvão, limpeza de gases, uso e
disposição de resíduos,
4 Combustão avançada de carvão, 28 25 28 81 3,0

129
Prospecção Tecnológica em Energia

8 Tecnologia do ciclo do combustível 30 26 28 84 4,0


nuclear, com desenvolvimento
nacional,
7 Novas tecnologias nucleares, 31 26 29 86 6,3
9 Tecnologias de reatores avançados, 31 26 29 86 6,3
com acompanhamento e participação
do desenvolvimento no exterior,
28 Acompanhamento dos 32 28 30 90 4,0
desenvolvimentos para sistemas
hidrotérmicos no exterior,
29 Investigação do potencial hidrotérmico 32 28 30 90 4,0
no Brasil,
30 Avaliação de modelos, sistemas e 32 28 30 90 4,0
custos de produção de tecnologias
de conversores para as condições
marítimas do Brasil,
10 Tecnologias para ciclos avançados, 33 27 31 91 9,3
com alta queima e conversão de
combustível nuclear,

Simulação P2

Tópicos Tecnológicos priorizados na Simulação P2


Social Ambiental Individualista Síntese P2 Variância
Tópicos
Robustos
62 Tecnologias e materiais para 1 1 1 3 0,0
aumento da eficiência energética em
equipamentos de uso industrial,
63 Desenvolvimento de modelos de 2 3 2 7 0,3
planejamento integrado
43 Desenvolvimento e implementação de 2 3 3 8 0,3
tecnologias de transesterificação com
etanol e metanol de óleos vegetais
para utilização como biodiesel,
61 Tecnologias e materiais para 5 2 1 8 4,3
aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas utilizados
nos setores de comércio e de
serviços,
51 Desenvolvimento de sistemas 5 4 4 13 0,3
isolados,

130
59 Tecnologias e materiais para 4 5 4 13 0,3
aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas de uso
doméstico,
18 Tecnologias de recuperação e pré- 3 8 3 14 8,3
processamento de resíduos para
culturas de grandes volumes: cana,
madeira, arroz, milho, soja, etc,
41 Etanol da cana de açúcar: 7 4 5 16 2,3
melhoramento genético (inclusive
transgênicos), novas tecnologias
para a produção da cana e no
processamento industrial,
58 Tecnologias de armazenamento de 6 6 7 19 0,3
energia e distribuição, melhoria da
eficiência e segurança,
13 Metodologias e instrumentação para 6 6 7 19 0,3
previsão e prognóstico de afluências,
57 Melhorias nas tecnologias de 5 8 6 19 2,3
produção,
37 Tecnologias de uso do gás natural 8 7 5 20 2,3
para substituição de óleo combustível,
53 Tecnologias de células a combustível 9 6 7 22 2,3
(PEM, óxido sólido, PEM-etanol), e
dos sistemas auxiliares (reformadores,
controles); integração à rede,
48 Automação, supervisão e controle de 7 9 8 24 1,0
transmissão e distribuição,
17 Tecnologias de produção agrícola e 9 9 8 26 0,3
melhoramento genético de biomassa
energética: cana de açúcar, madeira,
dendê etc.,
54 Tecnologia de sistemas híbridos, 7 11 8 26 4,3
42 Etanol de hidrólise de ligno- 12 7 9 28 6,3
celulósicos: tecnologias para hidrólise
/ fermentação via enzimática, ácida ou
com solvente orgânico,
1 Tecnologias de micro-turbinas a gás 6 14 8 28 17,3
(< 10kW),
12 Modelos de gestão de reservatórios 10 12 8 30 4,0
das hidrelétricas, com uso múltiplo da
água,
32 Tecnologia para produção de óleo 11 10 10 31 0,3
em águas profundas: Árvore de Natal
molhada, sistemas de produção
flutuante, Árvore de Natal na
superfície,

131
Prospecção Tecnológica em Energia

60 Tecnologias para redução de 11 10 10 31 0,3


consumo energético a partir da melhor
adequação de projetos de construção
civil,
24 Tecnologias para componentes: 12 13 11 36 1,0
sistemas eletrônicos, conversores,
conexão, armazenamento de energia
e medidores,
19 Tecnologias de combustão avançadas 14 12 12 38 1,3
de biomassa e resíduos,
16 PCH: tecnologia de turbinas para 15 15 11 41 5,3
baixas quedas e hidrocinéticas,
geradores com rotação variável,
controles de carga/freqüência,
15 Tecnologias para repotenciação de 16 15 12 43 4,3
centrais hidrelétricas pequenas e
médias,
52 Tecnologia para obtenção de maior 15 15 15 45 0,0
eficiência em pequenas turbinas a gás
(1-25 kW),
33 Tecnologias de recuperação avançada 15 16 14 45 1,0
de petróleo,
34 Tecnologias de refino de óleos 16 16 13 45 3,0
pesados,
50 Tecnologias para garantia da 13 19 13 45 12,0
qualidade da energia,
14 Ferramentas (instrumentação 19 14 12 45 13,0
e softwares) para inventário
e monitoramento de bacias
hidrográficas,
2 Tecnologias para turbinas a gás de 14 20 14 48 12,0
média potência (até 100 MW),
46 Desenvolvimento de coletores solares: 20 13 15 48 13,0
materiais, manufatura e automação,
23 Tecnologias para produção de células 17 18 16 51 1,0
fotovoltaicas,
22 Gasificação em grande porte (10 - 100 19 16 16 51 3,0
MW) com ciclo combinado,
26 Tecnologia de máquinas para 20 17 17 54 3,0
situações especificas no Brasil,
38 Tecnologias de controle da poluição e 23 15 16 54 19,0
de segurança na indústria de petróleo
(produção, refino, distribuição, uso),
55 Tecnologia de motores estacionários, 18 17 20 55 2,3

132
45 Lixo Urbano: domínio no país das 22 16 17 55 10,3
tecnologias de incineração, biogás
de aterros e compostagem sólida,
21 Gasificação em pequeno porte (< 100 18 19 19 56 0,3
kW),
40 Carvão Vegetal: tecnologias 21 17 18 56 4,3
avançadas de carvoejamento e
pirólise, aumento da eficiência, uso
dos sub-produtos,
47 Tecnologias de redes: estrutura, 17 20 21 58 4,3
materiais, equipamentos e aumento
de capacidade,
31 Tecnologias de exploração de 20 21 17 58 4,3
petróleo: sismologia e geofísica de
poços, uso de imagens de satélites,
35 Melhoria da qualidade dos derivados 22 18 18 58 5,3
de petróleo,
3 Tecnologias de ciclos híbridos, 21 20 19 60 1,0
27 Tecnologias de integração de parques 23 20 20 63 3,0
eólicos à rede,
36 Tecnologias de suporte à produção de 22 19 22 63 3,0
gás na Amazônia,
56 Tecnologia para armazenamento em 22 18 23 63 7,0
ar comprimido,
49 Tecnologias para medição e tarifação, 24 21 21 66 3,0
20 Tecnologias de combustão mista de 24 20 23 67 4,3
biomassa com carvão e gás natural,
11 Hidrogeradores: modelagem, 25 21 21 67 5,3
monitoração e diagnóstico,
44 Metanol de biomassa: tecnologias 25 20 24 69 7,0
de gasificação da biomassa e
investigação de rotas alternativas,
39 Tecnologias de gasificação de carvão, 27 22 25 74 6,3
5 Gasificação de carvão e ciclo 26 23 26 75 3,0
combinado,
25 Tecnologias para sistemas 26 22 27 75 7,0
(concentradores parabólicos,
cilindro-parabólicos e torre
central) e componentes (materiais,
rastreamento, armazenagem térmica),
6 Tecnologias para de-sulfurização 28 23 26 77 6,3
de carvão, limpeza de gases, uso e
disposição de resíduos,
4 Combustão avançada de carvão, 28 25 28 81 3,0

133
Prospecção Tecnológica em Energia

8 Tecnologia do ciclo do combustível 29 26 29 84 3,0


nuclear, com desenvolvimento
nacional,
9 Tecnologias de reatores avançados, 30 24 30 84 12,0
com acompanhamento e participação
do desenvolvimento no exterior,
7 Novas tecnologias nucleares, 31 27 32 90 7,0
30 Avaliação de modelos, sistemas e 31 29 31 91 1,3
custos de produção de tecnologias
de conversores para as condições
marítimas do Brasil,
10 Tecnologias para ciclos avançados, 31 28 32 91 4,3
com alta queima e conversão de
combustível nuclear,
29 Investigação do potencial hidrotérmico 31 30 32 93 1,0
no Brasil,
28 Acompanhamento dos 31 31 32 94 0,3
desenvolvimentos para sistemas
hidrotérmicos no exterior,

Simulação Exagerada

Tópicos Tecnológicos priorizados na Simulação Exagerada

Social Ambiental Individualista Síntese E Variância


Tópicos
Robustos
62 Tecnologias e materiais para 2 1 1 4 0,3
aumento da eficiência energética em
equipamentos de uso industrial,
63 Desenvolvimento de modelos de 4 4 5 13 0,3
planejamento integrado
37 Tecnologias de uso do gás natural 8 4 1 13 12,3
para substituição de óleo combustível,
43 Desenvolvimento e implementação de 1 2 11 14 30,3
tecnologias de transesterificação com
etanol e metanol de óleos vegetais
para utilização como biodiesel,
61 Tecnologias e materiais para 6 3 7 16 4,3
aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas utilizados
nos setores de comércio e de
serviços,

134
18 Tecnologias de recuperação e pré- 4 4 9 17 8,3
processamento de resíduos para
culturas de grandes volumes: cana,
madeira, arroz, milho, soja, etc,
51 Desenvolvimento de sistemas 7 8 4 19 4,3
isolados,
59 Tecnologias e materiais para 7 5 8 20 2,3
aumento da eficiência energética em
equipamentos e sistemas de uso
doméstico,
57 Melhorias nas tecnologias de 5 5 10 20 8,3
produção,
41 Etanol da cana de açúcar: 11 3 6 20 16,3
melhoramento genético (inclusive
transgênicos), novas tecnologias
para a produção da cana e no
processamento industrial,
17 Tecnologias de produção agrícola e 5 7 10 22 6,3
melhoramento genético de biomassa
energética: cana de açúcar, madeira,
dendê etc.,
12 Modelos de gestão de reservatórios 8 8 7 23 0,3
das hidrelétricas, com uso múltiplo da
água,
1 Tecnologias de micro-turbinas a gás 4 10 9 23 10,3
(< 10kW),
53 Tecnologias de células a combustível 9 3 11 23 17,3
(PEM, óxido sólido, PEM-etanol), e
dos sistemas auxiliares (reformadores,
controles); integração à rede,
15 Tecnologias para repotenciação de 13 7 4 24 21,0
centrais hidrelétricas pequenas e
médias,
54 Tecnologia de sistemas híbridos, 6 8 12 26 9,3
60 Tecnologias para redução de 10 4 12 26 17,3
consumo energético a partir da
melhor adequação de projetos de
construção civil,
58 Tecnologias de armazenamento de 3 6 18 27 63,0
energia e distribuição, melhoria da
eficiência e segurança,
14 Ferramentas (instrumentação 18 8 2 28 65,3
e softwares) para inventário
e monitoramento de bacias
hidrográficas,

135
Prospecção Tecnológica em Energia

42 Etanol de hidrólise de ligno- 13 3 13 29 33,3


celulósicos: tecnologias para hidrólise
/ fermentação via enzimática, ácida ou
com solvente orgânico,
48 Automação, supervisão e controle de 13 13 5 31 21,3
transmissão e distribuição,
19 Tecnologias de combustão avançadas 12 4 15 31 32,3
de biomassa e resíduos,
13 Metodologias e instrumentação para 11 10 12 33 1,0
previsão e prognóstico de afluências,
16 PCH: tecnologia de turbinas para 15 9 9 33 12,0
baixas quedas e hidrocinéticas,
geradores com rotação variável,
controles de carga/freqüência,
34 Tecnologias de refino de óleos 21 11 1 33 100,0
pesados,
2 Tecnologias para turbinas a gás de 9 11 14 34 6,3
média potência (até 100 MW),
52 Tecnologia para obtenção de maior 7 8 19 34 44,3
eficiência em pequenas turbinas a
gás (1-25 kW),
55 Tecnologia de motores estacionários, 14 9 14 37 8,3
23 Tecnologias para produção de células 8 9 20 37 44,3
fotovoltaicas,
50 Tecnologias para garantia da 13 14 11 38 2,3
qualidade da energia,
47 Tecnologias de redes: estrutura, 10 12 16 38 9,3
materiais, equipamentos e aumento
de capacidade,
24 Tecnologias para componentes: 14 12 14 40 1,3
sistemas eletrônicos, conversores,
conexão, armazenamento de energia
e medidores,
46 Desenvolvimento de coletores solares: 21 6 13 40 56,3
materiais, manufatura e automação,
32 Tecnologia para produção de óleo 20 17 3 40 82,3
em águas profundas: Árvore de Natal
molhada, sistemas de produção
flutuante, Árvore de Natal na
superfície,
49 Tecnologias para medição e tarifação, 19 15 9 43 25,3
33 Tecnologias de recuperação 17 16 11 44 10,3
avançada de petróleo,
26 Tecnologia de máquinas para 19 9 16 44 26,3
situações especificas no Brasil,

136
31 Tecnologias de exploração de 20 18 8 46 41,3
petróleo: sismologia e geofísica de
poços, uso de imagens de satélites,
3 Tecnologias de ciclos híbridos, 14 10 23 47 44,3
56 Tecnologia para armazenamento em 18 5 24 47 94,3
ar comprimido,
21 Gasificação em pequeno porte (< 100 16 12 20 48 16,0
kW),
35 Melhoria da qualidade dos derivados 23 8 17 48 57,0
de petróleo,
45 Lixo Urbano: domínio no país das 24 3 21 48 129,0
tecnologias de incineração, biogás
de aterros e compostagem sólida,
27 Tecnologias de integração de parques 22 12 16 50 25,3
eólicos à rede,
40 Carvão Vegetal: tecnologias 21 7 22 50 70,3
avançadas de carvoejamento e
pirólise, aumento da eficiência, uso
dos sub-produtos,
38 Tecnologias de controle da poluição e 25 9 18 52 64,3
de segurança na indústria de petróleo
(produção, refino, distribuição, uso),
22 Gasificação em grande porte (10 - 17 11 25 53 49,3
100 MW) com ciclo combinado,
11 Hidrogeradores: modelagem, 25 13 17 55 37,3
monitoração e diagnóstico,
20 Tecnologias de combustão mista de 22 11 22 55 40,3
biomassa com carvão e gás natural,
36 Tecnologias de suporte à produção de 23 17 17 57 12,0
gás na Amazônia,
44 Metanol de biomassa: tecnologias 24 11 24 59 56,3
de gasificação da biomassa e
investigação de rotas alternativas,
39 Tecnologias de gasificação de carvão, 26 13 26 65 56,3
4 Combustão avançada de carvão, 27 16 28 71 44,3
6 Tecnologias para de-sulfurização 29 15 27 71 57,3
de carvão, limpeza de gases, uso e
disposição de resíduos,
5 Gasificação de carvão e ciclo 28 19 29 76 30,3
combinado,
25 Tecnologias para sistemas 28 20 30 78 28,0
(concentradores parabólicos,
cilindro-parabólicos e torre
central) e componentes (materiais,
rastreamento, armazenagem térmica),
7 Novas tecnologias nucleares, 31 16 31 78 75,0

137
Prospecção Tecnológica em Energia

8 Tecnologia do ciclo do combustível 30 20 29 79 30,3


nuclear, com desenvolvimento
nacional,
29 Investigação do potencial 30 20 29 79 30,3
hidrotérmico no Brasil,
9 Tecnologias de reatores avançados, 31 16 32 79 80,3
com acompanhamento e participação
do desenvolvimento no exterior,
30 Avaliação de modelos, sistemas e 30 20 30 80 33,3
custos de produção de tecnologias
de conversores para as condições
marítimas do Brasil,
28 Acompanhamento dos 31 20 30 81 37,0
desenvolvimentos para sistemas
hidrotérmicos no exterior,
10 Tecnologias para ciclos avançados, 31 20 33 84 49,0
com alta queima e conversão de
combustível nuclear,

Super Síntese

Tópicos Tecnológicos Robustos (lista final)


Super-
síntese
Tópicos
Robustos
62 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em equipamentos de 16
uso industrial,
43 Desenvolvimento e implementação de tecnologias de transesterificação com etanol e 34
metanol de óleos vegetais para utilização como biodiesel,
61 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em equipamentos e 39
sistemas utilizados nos setores de comércio e de serviços,
63 Desenvolvimento de modelos de planejamento integrado 42
41 Etanol da cana de açúcar: melhoramento genético (inclusive transgênicos), novas 67
tecnologias para a produção da cana e no processamento industrial,
51 Desenvolvimento de sistemas isolados, 68
18 Tecnologias de recuperação e pré-processamento de resíduos para culturas de 70
grandes volumes: cana, madeira, arroz, milho, soja, etc,
37 Tecnologias de uso do gás natural para substituição de óleo combustível, 71
59 Tecnologias e materiais para aumento da eficiência energética em equipamentos e 75
sistemas de uso doméstico,
57 Melhorias nas tecnologias de produção, 78

138
53 Tecnologias de células a combustível (PEM, óxido sólido, PEM-etanol), e dos 83
sistemas auxiliares (reformadores, controles); integração à rede,
48 Automação, supervisão e controle de transmissão e distribuição, 101
58 Tecnologias de armazenamento de energia e distribuição, melhoria da eficiência e 102
segurança,
17 Tecnologias de produção agrícola e melhoramento genético de biomassa energética: 107
cana de açúcar, madeira, dendê etc.,
13 Metodologias e instrumentação para previsão e prognóstico de afluências, 110
12 Modelos de gestão de reservatórios das hidrelétricas, com uso múltiplo da água, 114
1 Tecnologias de micro-turbinas a gás (< 10kW), 114
60 Tecnologias para redução de consumo energético a partir da melhor adequação de 116
projetos de construção civil,
42 Etanol de hidrólise de ligno-celulósicos: tecnologias para hidrólise / fermentação via 116
enzimática, ácida ou com solvente orgânico,
54 Tecnologia de sistemas híbridos, 119
32 Tecnologia para produção de óleo em águas profundas: Árvore de Natal molhada, 121
sistemas de produção flutuante, Árvore de Natal na superfície,
19 Tecnologias de combustão avançadas de biomassa e resíduos, 148
15 Tecnologias para repotenciação de centrais hidrelétricas pequenas e médias, 150
14 Ferramentas (instrumentação e softwares) para inventário e monitoramento de bacias 154
hidrográficas,
24 Tecnologias para componentes: sistemas eletrônicos, conversores, conexão, 160
armazenamento de energia e medidores,
16 PCH: tecnologia de turbinas para baixas quedas e hidrocinéticas, geradores com 164
rotação variável, controles de carga/freqüência,
34 Tecnologias de refino de óleos pesados, 169
52 Tecnologia para obtenção de maior eficiência em pequenas turbinas a gás (1-25 kW), 175
2 Tecnologias para turbinas a gás de média potência (até 100 MW), 176
50 Tecnologias para garantia da qualidade da energia, 179
46 Desenvolvimento de coletores solares: materiais, manufatura e automação, 179
33 Tecnologias de recuperação avançada de petróleo, 182
23 Tecnologias para produção de células fotovoltaicas, 184
47 Tecnologias de redes: estrutura, materiais, equipamentos e aumento de capacidade, 196
26 Tecnologia de máquinas para situações específicas no Brasil, 205
55 Tecnologia de motores estacionários, 206
38 Tecnologias de controle da poluição e de segurança na indústria de petróleo 210
(produção, refino, distribuição, uso),
45 Lixo Urbano: domínio no país das tecnologias de incineração, biogás de aterros e 213
compostagem sólida,
40 Carvão Vegetal: tecnologias avançadas de carvoejamento e pirólise, aumento da 216
eficiência, uso dos sub-produtos,
31 Tecnologias de exploração de petróleo: sismologia e geofísica de poços, uso de 217
imagens de satélites,

139
Prospecção Tecnológica em Energia

35 Melhoria da qualidade dos derivados de petróleo, 220


22 Gasificação em grande porte (10 - 100 MW) com ciclo combinado, 222
21 Gasificação em pequeno porte (< 100 kW), 223
3 Tecnologias de ciclos híbridos, 231
49 Tecnologias para medição e tarifação, 233
56 Tecnologia para armazenamento em ar comprimido, 238
27 Tecnologias de integração de parques eólicos à rede, 244
36 Tecnologias de suporte à produção de gás na Amazônia, 253
20 Tecnologias de combustão mista de biomassa com carvão e gás natural, 259
11 Hidrogeradores: modelagem, monitoração e diagnóstico, 266
44 Metanol de biomassa: tecnologias de gasificação da biomassa e investigação de 270
rotas alternativas,
39 Tecnologias de gasificação de carvão, 292
6 Tecnologias para de-sulfurização de carvão, limpeza de gases, uso e disposição de 308
resíduos,
5 Gasificação de carvão e ciclo combinado, 314
4 Combustão avançada de carvão, 316
25 Tecnologias para sistemas (concentradores parabólicos, cilindro-parabólicos e torre 318
central) e componentes (materiais, rastreamento, armazenagem térmica),
8 Tecnologia do ciclo do combustível nuclear, com desenvolvimento nacional, 339
9 Tecnologias de reatores avançados, com acompanhamento e participação do 344
desenvolvimento no exterior,
7 Novas tecnologias nucleares, 346
29 Investigação do potencial hidrotérmico no Brasil, 361
30 Avaliação de modelos, sistemas e custos de produção de tecnologias de 362
conversores para as condições marítimas do Brasil,
28 Acompanhamento dos desenvolvimentos para sistemas hidrotérmicos no exterior, 366
10 Tecnologias para ciclos avançados, com alta queima e conversão de combustível 367
nuclear,

140
141

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