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PUBLICADA A DECISÃO

DO ACÓRDÃO Processo nº E-04/167.207/2001


Data: 19/02/2001 Fls.______
No D.O. de 28/05/2010 Rubrica: _________________
Fls. 28

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA


CONSELHO DE CONTRIBUINTES

Sessão de 24 de fevereiro de 2010 CONSELHO PLENO

RECURSO Nº 31.588 (23.551) ACÓRDÃO Nº 5.836

INSCRIÇÃO ESTADUAL Nº 85.651.390

RECORRENTE - QSC ALIMENTOS E COMÉRCIO LTDA

RECORRIDA - FAZENDA ESTADUAL

RELATOR - CONSELHEIRO MARCELLO TOURNILLON RAMOS

Participaram do julgamento os Conselheiros Marcello Tournillon Ramos, Paulo


Eduardo de Nazareth Mesquita, João da Silva de Figueiredo, Antonio de Pádua
Pessoa de Mello, Luiz Carlos Sampaio Afonso, Eduardo Caetano Garcia, Antonio Silva
Duarte, José Manoel Fernandes Motta, Luiz Chor, Rubens Nora Chammas, Ronaldo
Redenschi, Charley Francisconi Velloso dos Santos, Ricardo Garcia de Araujo Jorge,
Roberto Lippi Rodrigues, Cheryl Berno e Celso Guilherme Mac Cord.

ICMS. PRELIMINAR DE NULIDADE DO ATO DE


INFRAÇÃO.
Foi convenientemente lavrada a autuação, havendo
sintonia entre o relato da infração e a capitulação
dos dispositivos infringidos e apenador. A ausência
desse ou daquele artigo não a desnatura ou
invalida, máxime por não ter implicado dificultação
ao direito de defesa pelo contribuinte, haja vista o
ter exercitado de forma ampla e abrangente,
denunciadora de que teve seguro conhecimento
acerca da infração imputada.
PRELIMINAR REJEITADA.

ICMS. PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO


DO RECURSO.
Recurso ao Conselho Pleno, de decisão unânime
de Câmara. Não conhecido ante a inobservância
dos ditames insertos no art. 266, I, do CTE.
PRELIMINAR ACOLHIDA.

RELATÓRIO

Trata-se de Auto de Infração lavrado no dia 16/02/2001, ciência em


19/02/2001, sob o seguinte relato:
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“O contribuinte lançou intempestivamente no Livro Fiscal RAICMS


nº 02, no campo “outros créditos”, nos meses de janeiro, fevereiro e março/2000 o
montante de R$ 6.800,53 a cada mês, ref. à aquisição de matérias-primas,
materiais indiretos e de embalagem, sem informar as respectivas origens
(NF./data/amparo legal, etc.) e sem formalizar a devida comunicação à Repartição
Fiscal relativa ao aproveitamento de créditos a destempo. Verificou-se, no livro
Reg. de Entradas pertinente, que, para aqueles meses, tais valores creditados a
maior não se justificavam. Não há no RUDFTO da empresa, nem na FICHA REG
cadastral, nenhum termo fiscal alusivo autorizativo de tal procedimento. Desta
forma, exige-se da autuada o ICMS correspondente, bem como a multa correlata,
discriminados a seguir”.

A Autuada interpôs Impugnação nas fls. 18 a 29.


O Fiscal de Rendas, na fl. 71, opinou pela manutenção do
lançamento.
A Junta de Revisão Fiscal, nas fls. 73 a 78, julgou o lançamento
procedente.
A Autuada, nas fls. 83 a 90, interpôs Recurso Voluntário, no qual
argumenta em síntese:
a) A capitulação não guarda relação com a suposta infração e a
infração como descrita não encontra amparo na legislação e por isso pede a
nulidade do lançamento;
b) O documento fiscal foi escriturado na época devida segundo o
próprio voto do Relator, não cabendo a afirmação do Julgador quanto a
comunicação da escrituração do crédito, tendo em vista que isto somente ocorre
quando documento fiscal é escriturado em atraso;
c) Os materiais considerados pelo Julgador como sendo “bens de
uso e consumo”, na verdade, tratam-se de materiais intermediários, pois são
empregados com a finalidade de manter os produtos que serão comercializados
livres de contaminações, seguindo as normas da Vigilância Sanitária, sem estes
materiais a Recorrente não pode exercer a sua função;
d) Ressalta que assim como se deu com os demais materiais, foi
excluída (por estimativa) a parcela de água de uso geral na limpeza de banheiros e
consumo de funcionários;
e) Os produtos chamados de “brindes”, não possuem esta
destinação porque não são distribuídos gratuitamente ao consumidor do “Mc
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Lanche Feliz”, eles são vendidos no denominado “Kit Mc Lanche Feliz”, portanto
não estão no procedimento previsto nos arts. 113 e 114, do livro II, do Decreto
8050/85, que foi citado pela Junta;
f) O exame de inconstitucionalidade da norma utilizada pela
Autoridade Julgadora administrativa é necessário a fim de lhe possibilitar um
julgamento justo e legítimo do ato que está sendo impugnado pelo contribuinte.
O Fiscal de Rendas, nas fl. 93, opinou pela manutenção integral do
lançamento.
A Representante da Fazenda, fls. nas 96 a 100, opinou pelo
desprovimento do Recurso Voluntário.
A Terceira Câmara deste Conselho, nas fls. 102 a 107, segue a
ementa:

“ICMS. PRELIMINAR DE NULIDADE DO ATO DE


INFRAÇÃO.
Foi convenientemente lavrada a autuação, havendo
sintonia entre o relato da infração e a capitulação
dos dispositivos infringidos e apenador. A ausência
desse ou daquele artigo não a desnatura ou
invalida, máxime por não ter implicado dificultação
ao direito de defesa pelo contribuinte, haja vista o
ter exercitado de forma ampla e abrangente,
denunciadora de que teve seguro conhecimento
acerca da infração imputada. Preliminar
REJEITADA.

ICMS. CRÉDITO INDEVIDO.AQUISIÇÃO DE


MATERIAL DE USO E CONSUMO.
Evidenciou a instrução do processo que os
produtos, a cuja aquisição se referem os créditos
do ICMS glosados na inicial, são todos destinados
ao uso e consumo do estabelecimento, sendo, por
isso, apropriáveis somente a partir de 01.01.2011
(LC 122/06). Recurso voluntário DESPROVIDO”.

A Recorrente, nas fls. 116 a 124, interpôs Recurso ao Pleno e


argumenta em síntese que:
a) é cabível, pois a decisão divergiu de outras da Primeira
Câmara;
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b) o dispositivo legal indicado no auto de infração, não encontra


correlação com a penalidade ao final aplicada.
Finalizou por reiterar os argumentos utilizados em seu Recurso
Voluntário e por citar jurisprudências deste próprio conselho.
A Fazenda Pública Estadual, nas fls. 147 a 153, apresentou suas
Contra-Razões.
É o relatório.

VOTO DO RELATOR

PRELIMINAR DE NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO

Analisando o relato do auto de infração, nota-se que os dispositivos


dados por infringidos e a penalidade aplicada estão corretos. O presente
lançamento foi elaborado respeitando todos os requisitos exigidos na legislação,
quais sejam, a capitulação do fato, dispositivos infringidos bem como a sua
penalidade.
Não obstante, a Recorrente alega que a penalidade aplicada não
possui correlação com os dispositivos infringidos.
Esta alegação não merece prosperar, pois, conforme a
Representação da Fazenda, a penalidade aplicada versa sobre creditamento
indevido e conforme observa-se no auto de infração, foram apontados dispositivos
que tratam desta matéria, tais como os artigos 32, 33, § 2º e 4º e 34º, da Lei nº
2.657/96.
Vale Ressaltar que não foi cerceado o direito de defesa da
Recorrente, uma vez que a mesma demonstrou tanto na primeira como na segunda
instâncias administrativas, pleno conhecimento dos termos da autuação e os seus
motivos ensejadores.
Por fim, é mister ressaltar que de acordo com o disposto no art. 50,
do Decreto Estadual nº 2.473/79, somente importa em nulidade do lançamento as
incorreções ou imperfeições que impliquem em cerceamento do direito de defesa
do contribuinte, o que não aconteceu no presente caso.
Diante do exposto, rejeito a preliminar de nulidade do auto de
infração.
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PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO

O Recurso interposto não merece ser conhecido, uma vez que a


Recorrente não cumpriu o disposto no inciso I, do art. 266, do Código Tributário
Estadual/Processo Administrativo Tributário.
A Recorrente somente comprovou haver divergência na matéria
posta na preliminar de nulidade, demonstrando-a através de decisões deste E.
Conselho.
Quanto ao mérito a Recorrente não se manifestou, deixando de
comprovar divergência jurisprudencial deste tema neste E. Conselho, não
merecendo então ter analisado os seus argumentos.
A comprovação da existência de decisões divergentes acerca do
mérito não implica na análise do mesmo, esta deve ser demonstrada através de
decisões que versem sobre o assunto, tendo em vista que o mérito e a preliminar
versam sobre assuntos diferentes.
Desse modo, acolho a preliminar de não conhecimento do recurso.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente
QSC ALIMENTOS E COMÉRCIO LTDA e Recorrida FAZENDA ESTADUAL.
Acorda a CONSELHO PLENO do Conselho de Contribuintes do
Estado do Rio de Janeiro, à unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade
do auto de infração, suscitada pela recorrente, nos termos do voto do Conselheiro
Relator. À unanimidade de votos, acolher a preliminar de não conhecimento do
recurso, nos termos do voto do Conselheiro Relator.
CONSELHO PLENO do Conselho de Contribuintes do Estado do
Rio de Janeiro, em 24 de fevereiro de 2010.

MARCELLO TOURNILLON RAMOS


RELATOR

CELSO GUILHERME MAC CORD


PRESIDENTE
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