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Políticas Públicas de Educação no Brasil

Ensino
Ensino Fundamental
Fundamental
OLIVEIRA R.P. de e ADRIÃO, T. (orgs. (2007)
Organização do ensino no Brasil:
Níveis e modalidades na Constituição Federal e na LDB.
São Paulo: Xamã

Allan Souza
Caroline Pereira
Denise Sueni
Mônica Heringer
Introdução
A idéia da necessidade de escolarização básica da
população.

A primeira lei garantindo educação.

Extensão da escola associada com a redução das


desigualdades.

Educação obrigatória e gratuita no Brasil


(legislação federal com a Constituição de 1934
Acesso ao ensino
fundamental no Brasil
Crescimento do acesso ao ensino fundamental no Brasil.

Final dos anos 1980, se tem pressão por mais vagas para o
nível fundamental, se teve no plano de lei da Constituição
federal de 1988 a garantia de crianças e adolescentes sob
pena de responsabilidade criminal a que se opuser o acesso.

A LDB também tem a preocupação  do acesso e a


permanência dos alunos na escola.
Responsabilidade pela
Oferta e Financiamento
Constituição Federal:

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de


colaboração seus sistemas de ensino.

§ 2º Os municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e


médio.

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas


de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos que dezoito, e os Estados, o
Distrito Federal e os municípios vinte e cinco porcento, no mínimo, da receita resultante
de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.

§ 3° A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das


necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.
Responsabilidade pala
Oferta e Financiamento
Diretrizes e Bases da Educação - Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996

Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:

II – definir, com os Municípios, normas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais


devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidade, de acordo com a
população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma essas esferas
do Poder Público.

VI – assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o
demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei.

Art. 11. Os Municípios incubir-se-ão de:

V – oferecer a educação infantil em creches e pré- escolas e, com prioridade, o ensino


fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem
atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos
percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do
ensino.
Responsabilidade pela
Oferta e Financiamento
Segundo essa perspectiva (de colaboração entre
Estados e Municípios), a definição de
responsabilidades se articula com a
disponibilidade de recursos da esfera
correspondente ou a possibilidade de vir a recebê-
los na proporção de seus encargos.

Tal critério é operacionalizado pelo Fundeb (antes


Fundef), que destina recursos proporcionalmente
ao número de alunos atendidos em cada esfera de
administração.
FUNDEB
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação

Criado pela Emenda Constitucional 53/06 foi regulamentado pela Lei 11.494 de 20 de
junho de 2007, complementada pelo Decreto 6.253 de 13 de novembro de 2007.

Fundo em comum do Governo do Estado e dos seus Municípios, como expressão de


comprometimentos, interesses e reciprocidades que pressupõem ação conjunta para a
consecução de objetivos comuns.

O objetivo do FUNDEB é tornar mais efetiva a cooperação entre diferentes níveis de


governo, no provimento dos recursos e nas responsabilidades assumidas em relação ao
atendimento quantitativo da educação básica pública.

Abrange Estados e Municípios, na condição, ao mesmo tempo, de provedores e


beneficiários dos recursos constituintes do fundo, que distribui proporcionalmente às
respectivas matrículas na educação básica pública, observadas as prioridades no
atendimento impostas pela Constituição Federal. (Conforme artigo 211: Estados
atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio, e os Municípios,
prioritariamente, no Ensino Fundamental e na Educação Infantil.)
Responsabilidade pela
Oferta e Financiamento
Medida relacionada a recursos financeiros disponibilizados para o ensino
público:

Valor aluno/ano: corresponde ao resultado da divisão de um determinado


montante de recursos pelo número de alunos atendidos ou a atender, no
tempo de um ano letivo, observadas no cálculo as regras e limitações
pertinentes.

Brasil – FUNDEBs 2007 – realizado efetivo

UF Contribuição Complemento Total de Valor


Estados e União (em R$ Recursos Aluno/Ano
Municípios mil) (em R$mil) (em R$)
(em R$ mil)
Amapá 297.654,5 - 297.654,5 1.848,62

Maranhão 1.091.393,5 558.868,5 1.650.262,0 941,68

São Paulo 12.255.610,3 - 12.255.610,3 1.828,96

Fonte: MEC (Portaria n° 1.462, de 1° de dezembro de 2008) Elaboração:


IBSA
Organização Curricular
Diretrizes e Bases da Educação - Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996

Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as
seguintes regras comuns:

I- a carga horária mínima será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de 200 dias
de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.

VI - o controle de freqüência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e


nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco
por cento do total de horas letivas para aprovação;

Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de
trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de
permanência na escola.

• Duração: 9 anos com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. - Lei n°
11.274 de 06 de fevereiro de 2006 – Altera a redação da LDB
Organização Curricular
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as
seguintes regras comuns:

V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos


qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo,


para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino
em seus regimentos.

Art. 9. A União incumbir-se á de:

VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental,


médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de
prioridades e a melhoria da qualidade de ensino.

Verifica-se uma contradição na redação da LDB no que diz respeito ao processo de


avaliação: Sugere-se a adoção de mecanismos de avaliação a partir de diagnósticos
qualitativos aos mesmo tempo em que se sugere a aplicação de mecanismos
padronizados e focados nos resultado do desempenho de alunos em testes;
prejudicando a autonomia dos responsáveis pelo oferecimento do ensino ao colocar a
União como protagonista nos processos de avaliação.
Organização Curricular
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito na escola pública,
iniciando-se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão,
mediante:

I- o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da


leitura, da escrita e cálculo;

II- a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das


artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III- o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de


conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV- o fortalecimento dos vínculos da família, dos laços de solidariedade humana e tolerância
recíproca em que se assenta a vida social

§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino
fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do progresso
de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino.
Organização Curricular
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base
nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características
regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

§1° Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o


estudo da língua portuguesa e a da matemática, o conhecimento do mundo físico
e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.

§ 5° Na parte diversificada do currículo, será incluído, obrigatoriamente, a partir


da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja
escolha ficará a cargo da Comunidade Escolar, dentro das possibilidades da
instituição

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,


públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei n° 11.645, de 2008(
Formação de Professores
A formação de docentes é regida pelo Artigo 62 da LDB

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de
licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (Regulamento)

§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão


promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela
Lei nº 12.056, de 2009).

§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e


tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).

§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino presencial,


subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº
12.056, de 2009).
Ensino fundamental regular no Brasil.
Matrícula inicial por dependência administrativa
(1975-2005)
Formação de Professores
Dessa forma, fica evidenciada a ampliação da exigência de
formação para o exercício da função docente em todo o país. A tabela
abaixo indica esse novo cenário e aponta bem as mudanças ao longo do
período analisado:

Ensino Fundamental: n° de funções docentes por grau de formação

Fundamental
Médio Superior
Ano Total incompleto % % %
Completo Completo
e completo

1996 1388247 124642 9,0 655004 47,2 608601 43,8


1998 1460455 101601 7,0 684514 46,9 674340 46,2

2000 15380111 48578 3,2 737971 48,0 755475 49,1

2004 1658144 13054 0,8 633887 32,2 1011193 61,0


Formação de Professores
• O Brasil ainda não dispõe de professores habilitados
com nível superior em número suficiente para
preencher as funções hoje ocupadas por
profissionais que não possuem este grau de
formação.
• Mesmo que houvesse disponibilidade de recursos
humanos qualificados para ingressar no magistério, a
regulamentação das carreiras em vigor assegura o
direito de estabilidade e de permanência para o
corpo docente.
Formação de Professores
• Assim, a capacitação em serviço é meta fundamental
da política de formação de professores; para o que é
indispensável a cooperação entre as universidades e os
sistemas de ensino.
• Porém, a exigência da formação superior por muitas
vezes, acaba causando efeitos contrários ao que se
esperava (no caso, melhorias na qualidade de ensino), e
a leitura equivocada por parte do sistemas públicos a
formar docentes a toque de caixa, fazendo-os
optarem por cursar formações vagas, ou incentivando
a proliferação dos Ead’s.
Políticas Públicas para
Educação Fundamental
Ampliação do Ensino Fundamental para 9 anos.

• Políticas de âmbito Federal.

• Instituida pela Lei nº 9.394/96, da Lei de


Diretrizes e Bases da Educação (LDB)

• É em uma das metas do Ensino Fundamental no


Plano Nacional de Educação (PNE)
Políticas Públicas para Educação
Fundamental
Ampliação do Ensino Fundamental para 9 anos.

Objetivos :
• Melhora na qualidade da educação
• Incluir a população das faixas etárias não contempladas pelo
Ensino Fundamental - crianças de 6 anos
• Menor vulnerabilidade a situações de risco
• Permanência na escola
• Sucesso no aprendizado
• Aumento da escolaridade dos alunos
Políticas Públicas para Educação
Fundamental
Ampliação do Ensino Fundamental para 9 anos.

Implicações
• Os processos educativos precisam ser adequados à faixa etária
das crianças ingressantes

• Adequação da proposta pedagógica, currículo, organização dos


espaços físicos, materiais didáticos e aspectos financeiros.

• Também repercute sobre a Educação Infantil, pois as diretrizes


em vigor para esta etapa precisarão ser reelaboradas.
Políticas Públicas para Educação
Fundamental
Programa “LER E ESCREVER”
Programa da Prefeitura Municipal de São Paulo

• Instituido pela PORTARIA 5403/07 – Da Secretaria Municipal


da Educação.

• Desenvolvido a partir da necessidade de reforçar o


aprendizado no primeiro ano.

• Estrutura pedagógica que inclui capacitação de professores,


envolvimento de jovens universitários e materiais didáticos
específicos.
Políticas Públicas para Educação
Fundamental
Programa “LER E ESCREVER”
Objetivos
• Desenvolver competências de leitura e escrita dos alunos da
Rede Municipal de Ensino.

• Envolvimento de todos os educadores da escola para a


alfabetização de seus alunos

• Capacitar futuros educadores através do próprio convívio na


unidade educacional
Políticas Públicas para Educação
Fundamental
Programa “LER E ESCREVER”
Etapas
• 1ª Etapa: Um aluno pesquisador, estudante universitário de
Letras ou Pedagogia, acompanha e auxilia o trabalho
do professor do 1º ano.

• 2ª Etapa: Formação de uma sala de aula com até 35 alunos


retidos no 4º ano, que têm 30 horas de aula por semana.

• 3ª Etapa: Professores de todas as áreas trabalham com as


práticas de leitura e escrita
Desafios para o Ensino
Fundamental
Dessa forma, verifica-se que os principais obstáculos a
serem enfrentados pelo Ensino Fundamental nos próximos anos
serão:
• Prover recursos de modo a assegurar o custo aluno qualidade
nessa etapa do ensino;
•Garantir um ensino fundamental de qualidade, desenvolvendo
métodos de ensino significativos prazerosos para o alunos;
•Resolver a questão do equacionamento de competências (entre
Estados e municípios) ou o efetivo estabelecimento do regime
de colaboração.
Bibliografia
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.

• CALLEGARI, CESAR. FUNDEB – Financiamento da Educação Pública no Estado de São Paulo, 2007 – Organizador - Editora
Ground.

• OLIVEIRA R.P. de e ADRIÃO, T. (orgs. (2007) Organização do ensino no Brasil:Níveis e modalidades na Constituição Federal e na
LDB. São Paulo: Xamã

• http://www.mec.gov.br/

• http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/

• LEI Nº 11.114, DE 16 DE MAIO DE 2005. - Altera os arts. 6o, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o
objetivo de tornar obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11114.htm

• LEI Nº 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006. - Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino
fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11274.htm

• LEI Nº 11.494, DE 20 DE JUNHO DE 2007. - Regulamenta o Fundo  de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB < http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2007-2010/2007/Lei/L11494.htm >

• EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 53, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 - Dá nova redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212
da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc53.htm

• DECRETO Nº 6.253, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2007. -


Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB,
regulamenta a Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007, e dá outras providências. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Decreto/D6253.htm

• LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. - Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm

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