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Texto extraído do livro do prof.

Bauer

CIMENTO ALUMINOSO

O cimento aluminoso resulta do cozimento de uma mistura de bauxita e calcário. O cozimento


é conduzido até a fusão completa. Inventado na França , como resultado da busca de um
cimento mais resistente aos ataques químicos. É um cimento de pega lenta, iniciando-se duas
horas após a mistura, atinge resistências espetaculares em poço tempo, e média 31,5 Mpa em
dois dias. Tem excelentes qualidades ao ataque das águas sulfatadas, mas, em outros meios
considerados menos nocivos, são, eventualmente, produzidas decomposições ainda mal
explicadas.

E´um cimento refratário de primeira qualidade,podendo resistir a temperaturas superiores a


1200◦ C e, e misturas com agregados convenientemente escolhidos , até 1400◦C.

A quantidade de água necessária à hidratação desse cimento se aproxima da quantidade


necessária á formação de uma mistura trabalhável. As capacidades do produto final são
,portanto ,muito grandes, o que explica a melhoria nas suas características mecânicas. A
reação é intensa, desenvolvendo grandes quantidades de calor. O cimento aluminoso é
empregado principalmente como cimento refratário.

CIMENTO POZOLÂNICO

Pozolanas são substancias siliciosas e aluminosas que, embora não tendo qualidades
aglomerantes próprias, reagem com a cal hidratada na presença de água, nas temperaturas
ordinárias, resultando a formação de compostos cimentícios. Esses materiais podem ocorrer
naturalmente ou ser produzidos em instalações industriais adequadas, sendo os primeiros
encontrados como cinzas vulcânica e os segundos resultantes do beneficiamento de argilas
cozidas ,cinzas volantes, e algumas escórias.

Com o desenvolvimento da industria de cimento portland, a utilização das pozolanas foi


abandonada, havendo, entretanto, uma tendência recente de intensificação do emprego do
material, traduzida no número significativo de obras realizadas com ele e mesmo na
orientação de fabricantes de cimento, que inicia uma produção de cimentos pozolanicos
englobado , já durante manufatura, uma porção deste material.

AGRESSIVIDADE DAS ÁGUAS ,DOS SOLOS, E DOS GASES AO CONCRETO

Os constituintes o cimento portland endurecido, principalmente as combinações hidratadas da cal


com a sílica, alumina e oxido de ferro, podem reagir quimicamente com diferentes substâncias. A
resistência do cimento endurecido pode apresentar-se diminuída ,e no caso mais extremo , sua
coesão pode desaparecer. Segundo as reações químicas, podem-se distinguir dois tipos de ação: a
lixiviação do cimento endurecido; a expansão geralmente provocada pela formação de novas
combinações sólidas no cimento endurecido.

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Texto extraído do livro do prof. Bauer

Em geral , a lixiviação é comprovada : pela água doce; pelos ácidos; pelos sais; pelas graxas e
óleos.

A expansão se deve principalmente aos sulfatos.

Esses dois modos de ataque podem produzir-se simultaneamente com águas que contém
diferente substancias agressivas.

1- Lixiviação do cimento endurecido

a) a água doce- a água pura pode atacar superficialmente o concreto ordinário. O poder de
dissolução de água é tanto maior quanto mais pura é a água , isto é , quanto menos carbonato
de cálcio e de magnésio ela contém, mais fraca é sua dureza.

b) Os ácidos- a maioria dos ácidos ataca o cimento do concreto, porque no curso da reação
com os ácidos se formam sais de cálcio facilmente solúveis.Os ácidos que dão origem a sais de
cálcio muito pouco solúveis atacam o concreto de uma forma muito mais lenta, ou mesmo
totalmente inofensivos, porque os sais de cálcio dificilmente solúveis depositados nos poros,
aumentam a impermeabilidade á água do concreto.

A nocividade dos ácidos varia com sua força. Os ácidos minerais fortes tais como ácidos
clorídricos, ácido nítrico , ácido sulfúrico, põem em solução todos os constituintes do cimento
com formação de sais de cálcio, de alumínio e de ferro.

Os ácidos fracos, como por exemplo, o acido carbônico, não podem formar sais senão com a
cal, mas não com a alumina e o óxido de ferro, de sorte que os hidróxidos de ferro e alumínio
subsistem.O ácido carbônico dissolvendo a cal pode ser encontrado nas águas de fonte e tem
um papel importante no ataque ao concreto.

O acido sulfídrico é um acido fraco que pode ser encontrado nas águas residuais. Sua ação
sobre o concreto não é marcante , esse ácido pode entretanto, libertar-se das águas residuais
sob a forma de gás e se fixar, acima do nível da água, nas canalizações de concreto mal-
arejadas, pela água de umidade do concreto ou pelas águas de condensação e pode ainda, ser
oxidado em acido sulfúrico. A bactéria tem um papel importante na oxidação do ácido
sulfídrico. Desta maneira, fracas quantidades de acido sulfídrico nas águas usadas podem
conduzir a concentrações relativamente elevadas em acido sulfúrico sobre a superfície úmida
do concreto e ocasionar deteriorações notáveis.

Entre os ácidos orgânicos ,são o acido fórmico, o acético e o lático que atacam mais
fortemente o concreto. Enquanto o acido fórmico e os acéticos não se apresentam senão
muito raramente , o acido lático é muito freqüente (presente nas águas residuais das leiterias,
nos silos de forragem verde e na decomposição de numerosos orgânicos.

Os ácidos Tânicos são ácidos mais fracos que aparecem em águas residuais dos curtumes. Os
fenóis são igualmente ,ácidos mais fracos , sua forma mais simples é o acido carbólico, que é

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encontrado nas águas residuais da industria química , principalmente nas águas das coquerias,
das usinas de gás, e das usinas de produtos sintéticos

As soluções de açúcar e glicerinas exercem ,igualmente uma lixiviação. Os ácidos úmidos que
são encontrados nas águas pantanosas, atacam pouco o concreto.Em geral as águas básicas
não atacam o concreto.Isso no entanto,não é válido senão para as soluções fracas.

c) Os sais- Sais de magnésio, sulfato de magnésio e cloreto de magnésio ,dissolvem o hidróxido


de cálcio do cimento, sendo que , entre outros , o hidróxido de magnésio se forma como uma
massa mole gelatinosa. Sais de amônio ,exceto o carbonato de amônio, oxalato amoniacal e
fluoreto de amônio, dissolvem principalmente o hidróxido de cálcio do cimento, onde o gás
amoníaco será livre, dissolvendo-se na água. O gás amoníaco não ataca o concreto.

d) Graxas e óleos- Os óleos fabricados de alcatrão e petróleo podem facilmente penetrar no


concreto seco . Como no caso de uma impregnação pela água , eles abaixam a resistência ao
amolecimento mecânico.Secando, a resistência aumenta de novo.Um ataque químico não é
temível ,senão com os óleos e graxas que contém ácidos livres ou que , por saponificação
,podem formar sais de cálcio com hidróxido de cálcio do cimento. O petróleo é geralmente
isento de ácidos. Os óleos de alcatrão são obtidos por destilação fracionada , os óleos leves
assim obtidos contêm .sobretudo ,benzina e seus derivados. Os óleos médios e pesados
contêm, além de naftalinas e da benzina , os fenóis que atacam, o concreto. Os óleos graxos e
as graxas têm origem vegetal e animal. São ésteres de diferentes ácidos graxos,
principalmente do acido palmítico , do acido esteárico e do acido oléico.

2- Expansão

Contrariamente aos fenômenos descritos até aqui, em que o cimento é mais ou menos
rapidamente dissolvido pelas substâncias agressivas, formam-se , no curso da reação com as
soluções sulfatadas, novas composições sólidas que provocam a expansão do concreto. A
natureza dos produtos da reação e sua velocidade de formação dependem da natureza dos
íons corrosiva , de sua concentração , da temperatura , da pressão e do pH da solução.

As soluções de sulfato de cálcio ou de sulfatos alcalinos formam, em contato como os


constituintes aluminosos dos cimentos endurecidos , o trisulfo – aluminato de cálcio
hidratado, que existe na natureza no estado natural sob o nome de etringita, e que provoca
expansão.O ataque do sulfato de magnésio provoca igualmente expansão. As águas
subterrâneas não encerram , geralmente , sulfato de ferro. Este porém, pode formar-se pela
oxidação ,ao ar , de minerais sulfurosos de ferro tais como a marcassita, a magnetita e a pirita
em, alguns décimos por cento no solo, podendo levar a concentrações elevadas em sulfatos
nas águas subterrâneas e nas águas de infiltração.

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EXAME DOS SOLOS

Os solos agressivos são reconhecíveis, na maior parte das vezes ,pela coloração que varia do
castanho ao castanho—amarelado dos solos normais. Suspeitos são considerados os solos de
coloração negra até cinza, especialmente quando apresentam manchas de ferrugem vermelho-
castanhos. As camadas de cor cinza-clara até branca, sob os solos vegetais castanho-escuros até
negros, indicam um caráter ácido do solo de fundação. Fora disso, deve ser tomada precaução
onde ,por exemplo, na base dos mapas geológicos ou mapas de tipos de solos , é de supor que o
concreto penetre nas camadas de solo que contenham gesso, anídrica ou sulfatos.

a) Solos com sulfatos


b) Solos pantanosos – solos pantanosos (turfa) e lodaçais contêm gás carbônico, ácidos
minerais livres e ácidos orgânicos ou ainda podem conter sulfetos de ferro.
c) Aterros residuais- aterros de resíduos e produtos industriais, detritos de lixo e entulho.

GASES

Com atuação permanente de gases de escapamento ,os componentes agressivos podem


concentra-se no concreto, com o correr do tempo. Em função de uma concentração mais ou
menos elevada, é necessário executar-se análise do gás , e essa avaliação deve ser feita por
um perito,considerando-se as condições locais.

Gases combustíveis e gases de escapamento das indústrias podem conter ácidos minerais
livres, como ácidos sulfúricos ,por exemplo, ácidos orgânicos ,como ácido acético, ácido
sulfuroso , e acido sulfídrico.O gás carbônico concentrado nos gases combustíveis não age
atacando diretamente o concreto, pode ,porém fazer com que o concreto venha a ser mais
carbonatado, prejudicando, eventualmente , a proteção contra a corrosão da armadura.

ESCOLHA DOS CIMENTOS- A escolha depende ,em particular , da quantidade de sulfato


compreendida nas águas. Quando o teor de sulfato não pode ser mais considerado
negligenciável, o emprego do cimento de fraca percentagem de C3A(aluminato tri cálcico)
torna-se indispensável.

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