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2ºE
KAREN KAORI KANEKO
LUIGY RIBEIRO
RENAN GRANDE
2
SÃO PAULO
2011
SUMÁRIO
Introdução.......................................................................................................................................................4
Vida e obra do autor......................................................................................................................................5
Contexto histórico..........................................................................................................................................6
Resumo do enredo........................................................................................................................................7
Personagens..................................................................................................................................................8
Análise da obra............................................................................................................................................10
Conclusão.....................................................................................................................................................12
Bibliografia....................................................................................................................................................13
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INTRODUÇÃO
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VIDA E OBRA DO AUTOR
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CONTEXTO HISTÓRICO
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RESUMO DO ENREDO
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PERSONAGENS
Isaura, a heroína escrava, é branca, linda, pura, virginal e possui um caráter nobre
e demonstra "conhecer o seu lugar": do princípio ao fim, suporta conformada a
perseguição de Leôncio, as propostas de Henrique, as desconfianças de Malvina, sem
jamais se revoltar. Permanece emocionalmente escrava, mesmo tendo sido educada
como uma dama da sociedade. Tem escrúpulos de passar por branca livre, acha-se
indigna do amor de Álvaro e termina como a própria imagem da "virtude recompensada".
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Belchior é o símbolo da estupidez submissa e também sua descrição física se
presta a demonstrar sua conduta: feio, cabeludo, atarracado e corcunda. O crítico Manuel
Cavalcanti Proença aponta "o parentesco entre o disforme e grotesco, Belchior é o
Quasímodo de O Corcunda de Notre Dame, de Víctor Hugo, romance de extraordinária
voga, ainda não de todo perdida, no Brasil."
Malvina, esposa de Leôncio, jovem rica e ingênua, que fica com o tempo
barbarizada com o comportamento do marido, com o tempo vai tendo ódio de seu
comportamento, depois da misteriosa morte de Leôncio se casa com dr. Geraldo.
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ANÁLISE DA OBRA
O livro a Escrava Isaura foi muito difundido na época de sua publicação, pois além
de apresentar uma linguagem simples e direta, a obra retratava um problema muito
próximo da realidade social: a escravidão.
Nessa obra romântica, Bernardo Guimarães faz uma forte crítica aos abusos e
humilhações com os quais os escravos sofriam. No entanto, não deixa de ter como foco
principal o amor, acompanhado das características fundamentais do Romantismo, como o
sentimentalismo exagerado e a idealização da mulher. Isaura, a bela escrava branca que
protagoniza a história, é descrita pelo autor de forma magnífica, como podemos observar
no seguinte trecho pertencente a uma fala de Álvaro, quando é questionado por seu
amigo a respeito das origens da bela heroína:
“ Pouco me importo com essas coisas, e poderia responder-te que
veio do céu, que é da família dos anjos, e que tem uma fortuna superior a
todas as riquezas do mundo: uma alma pura, nobre e inteligente, e uma
beleza incomparável. [...] ”1
Nesse pequeno fragmento podemos notar a exuberância e a grandiosidade das
descrições do autor, bem como sua clareza na escrita. Além desse, outros aspectos
marcantes do Romantismo estão presentes na obra, como a bravura e pureza da heroína
e o exagero do sentimentalismo.
Com relação à forma como o escritor aborda a questão da escravidão, é possível
notar que ao longo da história ele tece uma crítica consistente e fundamentada a respeito
dessa indústria injusta e repugnante. “Deplorável contingência, a que somos arrastados
em conseqüência de uma instituição absurda e desumana!”. O comentário citado pertence
a uma das falas de Álvaro, dita durante uma outra conversa com seu amigo Geraldo, na
qual sente-se indignado diante da situação vivida por Isaura – sua amada – em meio aos
abusos decorrentes de sua posição de escrava.
Por meio dessas considerações feitas pelos personagens ao longo da história,
Bernardo Guimarães expressa sua própria visão referente a sociedade da época e com
isso, tenta conscientizar a população acerca dos inaceitáveis crimes cometidos contra os
escravos, bem como defender sua posição abolicionista.
1
GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura. Editora Ática, 1979. P. 57
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Outro ponto importante que deve ser levado em conta ao analisar a obra são as
menções feitas pelo autor, nas quais também opina a respeito da distinção de classes
estabelecida no âmbito social brasileiro do século XIX. Observemos a passagem a seguir:
“Miserável e estúpida papelada que são essas vossas leis. Para
ilaquear a boa fé, proteger a fraude, iludir a ignorância, defraudar o pobre e
favorecer a usura e rapacidade nos ricos, são elas fecundas em recursos e
estratagemas de toda espécie. Mas quando se tem em vista um fim
humanitário, quando se trata de proteger a inocência desvalida contra a
prepotência, de amparar o infortúnio contra uma injusta perseguição, então
ou são mudas, ou são cruéis.”2
No trecho anterior pode-se observar o fervor com que Álvaro discorda da
organização legislativa do país, que segundo ele, privilegia as camadas mais abastadas e
prejudica a todo custo os mais humildes. Esse tipo de ocorrência, apesar de denunciada
em um livro de mais de um século, é tão corriqueira e presente na sociedade atual que
podemos até nos confundir com relação à data do escrito.
É importante lembrar que esse tipo de posicionamento influencia fortemente os
leitores, levando-os a refletir sobre o comportamento da população e, consequentemente,
fazendo-os mudar suas atitudes e sua forma de pensar. No entanto, é necessário que o
público sinta-se sensibilizado com a situação e, em função disso, passe a defender a
causa. Para isso, Bernardo Guimarães destaca o drama vivido por Isaura, sendo esta
uma forma de refletir a realidade dos outros milhares de escravos existentes na época.
A Escrava Isaura pode ser considerado um legítimo texto romântico, se levarmos
em conta o aspecto plástico e emocional da obra. Porém, se avaliarmos o fundo
ideológico e renovador presente no romance, notaremos que esse livro liga-se mais
estreitamente ás causas sociais, visando modificar o senso comum e procurando moldar
a identidade nacional.
2
GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura. Editora Ática, 1979. P.93
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CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho pudemos conhecer de maneira mais profunda uma das
obras mais célebres do Romantismo brasileiro. Ao conhecermos a vida e a obra de
Bernardo Guimarães, traçamos um parâmetro no qual foi possível medir sua participação
no movimento literário a qual pertenceu e o modo como contribuiu para a evolução da
literatura brasileira.
Em A Escrava Isaura, o escritor deu um salto enorme em direção ao
amadurecimento da forma como o Romantismo abordava o amor e o sentimentalismo,
passando a atrelar esses temas clássicos às questões sociais. Desta forma, pôde difundir
seu posicionamento com relação aos graves problemas que assolavam a grande maioria
do povo brasileiro do século XIX, permitindo ao leitor construir uma nova forma de pensar
e agir, o que constitui uma característica fundamental e um dos objetivos da literatura.
Vale lembrar que a premissa básica do Romantismo não se ausenta da obra de
Bernardo Guimarães, estando presente em quase todo o texto, sob a forma da
idealização da mulher e a construção de uma heroína, dotada de valores escassos tanto
na sociedade da época, quanto na atual, e que são indispensáveis para a formação do
caráter nacional.
Com base no que foi dito, podemos concluir que a literatura funciona como um
importante alicerce na construção da sociedade e que através dela é possível modificar
as bases do pensamento humano. Por esse motivo, é necessário ressaltar que a
democratização do conhecimento e a melhoria da educação são peças fundamentais para
que a literatura seja difundida com mais facilidade e que se torne algo acessível a todos
os cidadãos.
Assim como Bernardo Guimarães defende a causa abolicionista e o fim da
distinção de classe, é imprescindível que também defendamos e lutemos para que a
sociedade se liberte de sua senzala ideológica, que a contem em sua alienação e
ignorância, sendo esses os grilhões que prendem a maioria do povo brasileiro à eterna
mediocridade.
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BIBLIOGRAFIA
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