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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

Licenciatura em Química
Psicologia, desenvolvimento e Aprendizagem – PDA
Alunos (as): Adriana Nunes dos Santos
Amanda Melissa Damião Leite
Adalgisa Sales
Leonardo Arcanjo de Andrade
Professora: Eliane Brito de Lima

Aprendizagem Significativa:
Um estudo de caso sobre sua prática

Campina Grande – PB
2011
1. INTRODUÇÃO

No paradigma da educação, o mecanismo metodológico de ensino e


aprendizagem é a ferramenta que mais sofre especiação no contexto atual no que se
refere à maneira de ensinar em sala de aula. Em um processo de evolução natural, como
por exemplo, o desenvolvimento de novas tecnologias, é nítido um processo de
transição natural interferindo na implementação de práticas inovadoras no ensino. O
“velho” por mais antigo que seja sempre vai coexistir sobre o “novo”. É nesse
pensamento, que constatamos a forte influencia que o ensinar de outrora é tido como
ultrapassado, pois, por mais que se tenha conhecimento sobre uma metodologia, essas
sempre se prendem a maneira antiga de ensinar.
A concepção de que a sociedade não interfere no atual estado de mundo, que o
conhecimento é que não sofre modificação, e que as metodologias são adaptáveis a
qualquer escola, são os principais responsáveis pela frenética sede mudança para uma
aprendizagem construtivista. Por séculos, o mundo se restringiu em seguir a mesma
metodologia, ou seja, tudo estava concentrado na escola, a partir do momento que o
professor e aluno saiam da escola, na mais era carregado consigo. Segundo Santos
(2008), esse mecanismo estava se transformando em um ciclo vicioso, o professor
ensina algo inquestionável e o aluno aprende e reproduz sem nexos o que entendeu e
todos são “felizes para sempre”. Essa reflexão reforça ainda mais a corrida cada vez
mais frenquente em busca de novos horizontes que sirvam de ancoradouros para
dinamizar a maneira de ensinar.
Na mudança das maneiras de como ensinar, inúmeras teorias são questionadas
por pesquisadoras, alguns as defendem, outros criticam e na melhor das hipóteses, as
melhoram.
A teoria da aprendizagem significativa proposta por Ausubel, é uma teoria que
serve de arcabouço para uma das teorias mais aplicadas no ensino: teoria construtivista.
A teoria construtivista, defendida por Piaget e Vigotysky, é mais complexa que a
aprendizagem significativa de Ausubel, porém emergem da mesma premissa, a
aprendizagem.
Se desfazer de algo instaurado por muito tempo, ao ponto de se tornar um
referencial, é um processo de construção e desenvolvimento repleto de perguntas e
dúvidas, devido a resistência que existe em adaptar-se a algo novo. O processo de
aprendizagem atual é amplamente complexo em virtude da influencia que o meio
possibilita, sendo assim um processo global, dinâmico, pessoal, gradativo, cumulativo e
contínuo. Para tanto, existe a sede de mudança baseada em referenciais cognitivos
construtivistas, na intenção de aumentar o potencial significativo dos materiais já
utilizados na maneira usual de ensinar.
É necessário refletir que no processo atual de ensinar todos nós somos
protagonistas dessa história, os professores, alunos e a gestão das políticas públicas,
restando apenas saber quem dar o “pontapé” inicial. Para isso, partimos do pensamento
de Santos (2008) que corrobora com as incumbências do professor na efetivação da
aprendizagem significativa, destacando comportamentos essenciais que garantem
dinamicamente entender as reflexões que surgem.

2. REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS

2.1 Aprendizagem Significativa

Aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação se


relaciona, de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária, a um relevante da
estrutura cognitiva do indivíduo (MOREIRA, 2007). Nesse contexto as informações
aprendidas em sala de aula correlaciona-se com algum conhecimento pré adquirido num
período anterior, com isso, pode-se afirma que a aprendizagem significativa “ancora-se”
em conceitos relevantes na sua estrutura cognitiva. Ausubel; et al., (1980) chama esse
conceito prévio de “subsunçor”, inserida na mente de quem aprende. A aprendizagem
significativa é caracterizada pela interação de informações na mente do indivíduo, ouse
já, o novo conhecimento é retido e associado aos fragmentos subsunçores a estrutura
cognitiva, dando espaço para uma aprendizagem contínua e potencialmente significativa
para a vida do indivíduo. Contudo, em muitos dos casos deparou-se com a inexistência
de subsunçores nas estruturas cognitivas de indivíduos. É o que acontece, por exemplo,
com alunos que migram do ensino fundamental paro o ensino médio, onde existe a
incorporação de componentes curriculares novos ao ensino, ocasionando dificuldades
nas tão temidas ciências exatas, como Física, Química e Biologia. Em busca de
solucionar a problemática alguns autores a utilização de pseudo subsunçores, por
exemplo, os organizadores prévios (AUSUBEL, 1960 apud MOREIRA, 2007)

3. COMO PROPORCIONAR A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA?


Para que ocorra aprendizagem significativa, o professor deve se desprender das
velhas concepções e submeter-se a novas perspectivas com subjetividade. Nesse
sentido, Santos (2008 pp. 1-2) coloca algumas perguntas que facilitam esse
entendimento:

“Como abrir mão de um referencial de conhecimento enquanto poder e


desconstruir toda uma perspectiva de objetividade? Como deixar de ser um
bom professor porque sabe o conteúdo e passar a ser um bom professor
porque sabe facilitar a aprendizagem? Como aprender uma postura
transcultural, fenomenológica e dialógica diante do aluno? Como conjugar na
prática o verbo interagir?”

3.1 Mudanças na maneira de dar aulas

Para que haja aprendizagem significativa, a principal iniciativa é mudança de


como o professor ministra suas aulas, ibidem. O aluno se prende ao pensamento de que
o professor é a verdade absoluta em sala de aula, o aluno está acostumado em receber
tudo pronto. Na nova concepção de como ensinar, o professor tem que se tornar o
intermediário da aprendizagem, deixando o aluno como protagonista da aprendizagem,
onde o professor de afasta da retórica de que os alunos são simples receptáculos inertes
sem nenhum senso crítico.

3.2 Mudanças na maneira de ensinar

Neste parâmetro, o professor deve entender que o fruto do ensinar é o aprender,


obtido através do esforço do aluno. A função do professor é ser mediador da
aprendizagem. Na medida em que o professor se detém mais em dar as respostas para os
alunos ele põe em escanteio as indagações, as perguntas, promovendo uma acomodação
cognitiva, ibidem. De acordo com Bernini (2004) “O conhecimento não é apenas
absorvido pelo aluno no momento da apresentação do conteúdo pelo professor, na
verdade ele é construído quando há a integração dessa informação com um referencial
pessoal”. Sem isso, o aluno é excluído das sensações proporcionadas pelo errar, acertar
e vivenciar cada momento da aprendizagem literalmente. O desejo, a vontade, a
curiosidade e a disponibilidade interna de cada aluno que se predispõe a aprender ganha
importância se tornando o referencial para toda sua vida. Na aprendizagem significativa
a função do professor é proporcionar indagações, gerar dúvidas, sintetizar necessidades
e não apresentar respostas (SANTOS, 2008, p. 3).
3.3 Buscando novas formas de ensino

Essa questão está ligada ao parágrafo anterior, porém, essa se detém a maneira
como o professor proporcionará reflexões no ensino, na busca de aplicação e recursos
que proporcionem esse fato. O professor atual está mais consciente de suas atribuições
nesse contexto. O principal papel do professor é fomentar a promoção da aprendizagem
significativa por intermédio dos subsunçores que o aluno já possui. Contudo, no estado
atual das aprendizagens múltiplas, o aprendizado tem que se tornar mais consistente e
inclusivo na adsorção de novos conhecimentos. Segundo Santos, o papel do professor é
desafiar periodicamente, e sempre se aperfeiçoando.
Devido à ausência de cotidianização em determinados assuntos abordados em
sala de aula e a pluralidade de informações, muito do que se aprende em sala de aula, o
aluno caracteriza como desnecessário e armazena em uma região de cognição volátil,
quando ele leva uma “topada”, já esqueceu tudo. A forma como o professor desafia seus
alunos é muito pessoal e blindada de considerações. Porém, o professor deve causar
impacto, abordando uma problematização para determinado conteúdo, orientado quais
os meios mais inerentes para a busca não de uma resposta, mais uma gama de
possibilidades cognitivas, uma variedade de conceitos crescem exponencialmente ao
longo do tempo, significando dizer que quanto mais sabemos, mas subsídios temos para
aprender.
3.4 Diferenciando os níveis de aprendizagens

No processo de ensino e aprendizagem, os principais problemas encontrados


são: incapacidades cognitivas e psicomotoras, predisposição para aprender e outros
aspectos que são subjacentes a escola e gestão política. Segundo Ausubel (1998) apud
Santos (2008, p. 4) para que haja uma aprendizagem significativa, onde os alunos
aprendam significativamente, é necessário que o aluno tenha predisposição para
aprender de maneira significativa. Segundo Marton, et al, (1984) apud Santos, (2008)
existe dois níveis de aprendizagens: a superficial e profunda; que nos dias atuais de
comporta como aprendizagem mecânica e significativa, respectivamente. Esses dois
tipos de aprendizagens podem ocorrer paralelamente ou unilateralmente. A
aprendizagem superficial é aquela que atende os pré requisitos estabelecidos em sala de
aula pelo professor – obter notas através de uma “prova”; a aprendizagem profunda
ocorre de maneira que o aluno aprende determinado conteúdo e possui a consciência
que aquilo é algo que ele vai carregar para o resto da sua vida. Para tanto, o professor é
a chave de tudo isso, através da internalização de ideias e conceitos abordados em sala
de aula, onde aluno se detém ao empírico e físico ao mesmo tempo, permitindo a
organização de parâmetros em sua mente que garantem o suporte necessário na
obtenção de conhecimento.
A maneira de como o professor diferencia as aprendizagens muitas vezes conduz
a diferentes tipos de instruções em sala de aula. Portanto, o professor deve basear-se na
perspectiva do aluno quando ao aprender de modo geral. Os alunos estão acomodados
em seguir as instruções do professor em sala de aula se a conscientização do “onde”
estão sendo conduzidos. O desenvolvimento das técnicas pedagógicas de ensino estão
interligadas em sala de aula. O aluno pra que possa evoluir quanto a isso, precisa ter
autonomia, que por sua vez é proporcionada pela maneira como o professor comporta-
se em sala de aula. Dessa maneira a aprendizagem significativa na correlação entre os
significados dos assuntos baseados na orientação feita em sala de aula pelo professor,
que nunca deve dar a resposta ao aluno, mais instruí-lo até ela.

3.5 Elevando a auto-estima do aluno

Durante nosso processo de aprendizagem, muitos alunos são estimulados pela


auto-estima dos professores, respeitando opiniões, valorizando o trabalho e encorajados
a confiar em si mesmo. A auto estima é um fator imprescindível na aprendizagem, tanto
paro o professor e agora para o aluno. Nesse sentido, o professor baseando-se na
estrutura cognitiva do aluno, ou seja, aquilo que ela já sabe, procurando conduzi-lo,
reforçando e valorizando seus atos. A auto-estima do aluno é uma consequencia do
comportamento do professor em sala de aula, que se apóia paralelamente ao
aprendizado em sala de aula.
Santos (2008, pp. 6-7) diz que existe 8 passos que levam a elevação da auto-
estima do aluno:
 Propor desafios que estejam ao alcance do aluno;
 Ter a sensibilidade de medir a distancia da linguagem de sala de aula e a
linguagem natural do aluno;
 Não ter receio de oferecer ajuda ao aluno perante dificuldades;
 Garantir um ambiente acolhedor ao aluno;
 Programar hábitos de reconhecimento perante qual grau de evolução do
aluno;
 Garantir autonomia ao aluno sobre indagações e m sala de aula;
 Ter um olhar fenomenológico;
 Possuir uma postura transcultural.

A aprendizagem tida como significativa é obtida quando o aluno expande sua


maneira de ver superficial e passa a ver as coisas como um todo, correlacionando
paramentos, fazendo com que ele sintetize suas ideias sobre o mundo que o espera
futuramente. Dessa maneira podemos perceber que todos somos importantes.

3.6 Interdisciplinaridade entre os alunos

Segundo Fazenda (1994) apud Carlos (2000, p. 8), a interdisciplinaridade surgiu


na França e na Itália em meados da década de 60, num período marcado pelos
movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais
sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época.
A interação entre alunos estimula a complementação e a descoberta de novas
informações. O homem é um indivíduo que nasce e evolui com o passar do tempo
influenciado pelo meio. Nesse processo de evolução é onde existe a maioria dos
perguntam que fomentam a realidade do indivíduo, portando, essa é a hora de
internalizar as ideias, trocar conceitos e testar hipóteses na construção do intelecto do
indivíduo.

3.7 Utilização dos organizadores prévios

Como visto a aprendizagem significativa acontece quando novos conceitos


interagem com outros da estrutura cognitiva do aluno, promovendo estabilidade no
conhecimento.
Em muitos níveis de aprendizagens, geralmente o professor se depara com
alunos que portam estruturas cognitivas deficientes de bases que serviram para abordar
um conteúdo importante no desentranhar das aulas, para que se consiga dar significado
a aprendizagem. Pra minimizar esse efeito, o professor sugere o uso de organizadores
prévios como recurso didático para facilitar a aprendizagem significativa (MOREIRA,
2007, p. 135). Quando o aluno não possui um “ancoradouro” onde possa sustentar suas
perguntas, Ausubel propõe a utilização de organizadores prévios, que servem se “âncora
provisória”. A função do organizador prévio é:
 Identificar o conteúdo relevante na estrutura cognitiva e explicitar
a relevância desse conteúdo;
 Da uma visão geral do material em um nível mais alto de abstração,
salientando as relações importantes;
 Prover elementos organizacionais inclusivos que levem em consideração,
de forma eficiente, colocando em destaque o conteúdo específico do
novo material.

Novak diz que os seres humanos são PSA’s – PENSAM, SENTEM E ATUAM.
Nessa perspectiva, o papel do professor é a promoção de uma aprendizagem
significativa baseando-se na autocrítica de suas ações sócio-educacioanis, dando corpo
na construção de seus ideais como educador.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento precisa ser sociabilizado e se tornar a principal ferramenta de


aprendizagem significativa. O conhecimento necessita ser significativo e deve
possibilitar ao professor conexões com o que já apreendeu e com a sua realidade em
sala de aula quanto em fora dela. Um professor que desenvolve esta postura profissional
e apreço pelo que faz demonstra estar comprometido com o ensinar e o aprender.
Promover a aprendizagem significativa faz parte dos objetivos do professor uma
sala de aula. Quando um professor demonstra receio, medo ao desafio, mostra sua
preocupação com o ensino. Isso proporciona o professor ir buscar referências a cerca de
como agir para melhorar. Nessa busca, o professor amadurece suas ideias, troca
informações e acima de tudo, procura aperfeiçoa-se. É esta postura que se espera do
professor atual, refletindo suas práticas, metodologias e afinco à docência. A unificação
dos parâmetros abordados neste trabalho leva-nos a compreender o passo-a-passo da
aprendizagem significativa.
5. REFERÊNCIAS

AUSUBEL, David Paul. The use of advance organizers in the leraning and retention of
meaningful verbal. Journal of educational psychology. 51-(5) pp. 267-272, 1960.

_____.; et al. Psicologia Educacional. RJ: Interamericana, 1980.

BERNINI, D. S. D., et al. Mudar a Forma de Ensinar e de Aprender com Tecnologias.


In.:
http://www.professoradenise.jex.com.br/quimica/mudar+a+forma+de+ensinar+e+de+aprender+
com+tecnologias , acesso em 04/06/11 às 15h50min.

CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade: o que é isso? Disponível em


http://vsites.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/proposicao_jairocarlos.pdf , acesso
em 04/06/11 às 18h40min.

SANTOS, J. C. F. dos. O papel do professor na promoção da aprendizagem


significativa. Disponível em
http://www.famema.br/capacitacao/papelprofessorpromocaoaprendizagemsignificativa.
pdf acesso em 04/06/11 acesso em 04/06/11 às 9h35min.

“Saiba que o mestre entra em cena para apontar caminhos e


depois sai de cena para que seus discípulos possam caminhar”
(Autor desconhecido)

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