Atênção : este estudo visa apenas fornecer informações sobre
saúde preventiva.
1. Nomenclatura
Nome científico : Zingiber officinale, Roscoe. (4)
Nome tibetano: bca'ega (4) Nome sânscrito: sunthi (desidratado) andrak (fresco) (8) Nome popular: gengibre (7)
2. Princípios Ativos
- citral, 1,8-cineol, zingibereno, bisaboleno, geraniol, acetato de
geranila, gingeróis, chugaóis, zingiberol, ?-canfeno, ß-felandreno, borneol, linalol, acetatos e caprilatos de zingibero. (1,7) - Amido; proteínas; gorduras; princípios amargos; ácidos orgânicos; sais minerais e resinas. (1,7)
3. Propriedades medicinais
O gengibre foi introduzido no Brasil no século XVI pelos
colonizadores (7). Apresenta muitas propriedades medicinais devendo fazer parte da farmácia natural de todas as residências. As suas características ayurvédicas podem ser classificadas de acordo com as seguintes características:
• Rasa (sabor resultante do contato do alimento com a língua) :
picante • Virya (propriedade térmica do alimento ao chegar no estômago) : quente • Vipak (pós-digestivo) : doce
O gengibre é quente em potencial, leve e gorduroso. Alivia khapa e
vata. Estimula a digestão, alivia a constipação e é um tônico cardíaco. Faz parte de um grupo de árvores – drogas naturais – chamada tryasuna, que possuem efeitos semelhantes. Tryasuna é picante e potencialmente quente.
O gengibre na medicina ayurvédica trata obesidade, possui ação na
doença asmática, resfriados, slipada (elefantíase) e rinite crônica. (6,4)
O Dr. Krishna Srivastava, da universidade de Odense, na
Dinamarca, pesquisou onze condimentos e descobriu que sete deles tinham efeitos anticoagulante. Os mais potentes foram cravo, gengibre, cominho e açafrão.
O gengibre realmente é um poderoso anticoagulante nos seres
humanos, como descobriu Charles R. Dorso, M.D., da Faculdade de Medicina da Cornell University.
O Dr. Dorso relatou que o agente ativo era o gingerol, um
componente do gengibre quimicamente semelhante à aspirina.
O gengibre também é um excelente remédio para enjôo ou náuseas
e , diferentemente das drogas, não provoca efeitos colaterais, nem sonolência, pois o gengibre não atua através do sistema nervoso. Vários estudos comprovam este fato.
Acrescentar um pouco de gengibre para bloquear os gases
produzidos por alguns alimentos como a ervilha, realmente são benéficos. Pesquisadores da universidade G.B. Pant, na Índia, documentaram sua eficácia, após estudarem a ação antiflatulência do gengibre.
Dr. Krisnha C. Srivastava também estudou a ação antiflatulência do
gengibre, já que afeta as prostaglandinas (substâncias que ajudam a controlar respostas inflamatórias envolvendo a histamina e a dor) Na verdade, o gengibre funciona de forma bastante semelhante à aspirina, bloqueando a síntese de prostaglandina e levando à redução da inflamação e da dor.
Em estudo feito com um paciente, o mesmo foi orientado a ingerir
500 a 600mg (aproximadamente um terço de uma colher de chá) de gengibre em pó misturado com água pura. Em 30 minutos percebeu-se o efeito no alívio da dor de cabeça. Nos três ou quatro dias seguintes ela continuou a ingerir o preparado (4x ao dia).
O gengibre tem sido utilizado na Índia há milhares de anos para o
tratamento de doenças reumáticas.
Um outro estudo também mostra que o gengibre pode acelerar o
metabolismo, queimando calorias e, desta forma, auxiliando no tratamento da obesidade.(2)
De acordo com a Dra. Vinod Verma o pó também pode perder as
propriedades farmacêuticas. O gengibre seco conseguido no ocidente não é comparável ao sunthi, pois na Ayurveda existe um método especial para secá-lo.(6)
O gengibre sempre é indicado em programas de desintoxicação.
O Dr. Vasant Lad orienta os seguintes cuidados:
• Uma colher de gengibre fresco com uma pitada de sal
funciona como aperitivo. • Tomar lassi com uma pitada de gengibre ou cominho em pó ajuda na digestão. • Um copo de leite com gengibre tomado antes de dormir é nutritivo e acalma a mente. • Em caso de febre, é recomendável fazer um jejum com infusão de gengibre (chá).
4. Bibliografia
1. Almança, Carlos César Jorden. Formulário de Prescrição
Fitoterápica. São Paulo: Editora Atheneu, 2003.
2. Carper, Jean. Alimentos: o melhor remédio para boa saúde. Rio
de Janeiro: Editora Campus, 1995.
3. Dash,Vaidya Bhagwan. Matéria Medica of Indo-Tibetan Medicine.
Delhi: Classics Índia Publication, 1987.
4. Lad, Vasant. Ayurveda - La ciência de curarse a uno mismo. Guia
prática de medicina ayurvédica. 5 .Panizza, Sylvio. Plantas que curam: cheiro de mato. São Paulo: IBRASA, 1997.
6. Verma, Vinod. Ayurveda: a medicina indiana que promove a
saúde integral. Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 2003.
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