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O METODO DA BAUHAUS

o método consiste na preparação preliminar, através do Vorkus, se


preocupando com a formação do "ser" do alunado, ao mesmo tempo
colocando-o em contato com a cor, luz, sombra, objetivando amadurecer
o "ser" na inteligência, fantasia e sentimento. Esse novo método procurou
reduzir a distância entre a técnica e a arte, colocando a experiência
artesanal em contato com a produção industrial.
O produto fundamental seria produzido de forma pura, com
grande durabilidade e contra as novidades transitórias.
O objetivo da introdução da arte na produção procurava
transformar o operário em "artesão", dando uma dimensão criativa ao seu
trabalho. Essa idéia seria um fundamento para a educação de um país. A
limitação desse método criativo ao campo do Design não permitiria uma
mudança de comportamento entre o objeto e o consumidor. Aí, neste
ponto, a Bauhaus teve uma idéia romântica, como se o objeto não
possuísse uma dimensão subjetiva, cultural, que funciona dialeticamente
no espaço como símbolo nas contradições de classes. Van de Velde
divergia do conceito da Bauhaus, porque era a favor da completa
liberdade do artista e contra a tipificação da obra. Em 1909, Gropius
compôs um memorando sobre a tipificação e produção em massa de
casas. No fim de 1914, começou a preparar seus planos de organização da
Escola de Arte de Weimar. A abertura da nova escola combinou academia
de arte e escola de artes e ofícios. A Bauhaus conseguiu dar à nossa época
a sua identidade arquitetônica como foi, outrora, o gótico e o românico.
A Bauhaus tem como linha-mestra da sua filosofia de ensino o
design, através da destruição da dicotomia existente até então entre a arte
e a técnica. Expressa-se na ruptura de uma linha divisória entre a
ferramenta do artesão e a máquina, objetivando dar uma dimensão do
qualitat ao objeto (seja um trabalho dito para durar, com o emprego de
materiais perfeitos e aUtênticos e, também, com a possibilidade de serem
nobres (Sachlich).
Através da união entre pensamento e sentimento, a filosofia da
Bauhaus procura impedir a escravização do ser humano pela máquina,
preservando-o da anarquia mecânica, criando-se uma nova dimensão para
a vida. Esse misto de artesão e operário foi uma tentativa de suplantar um
grande problema do trabalhador, que é a identidade com o seu trabalho. A
maquinização despersonalizou o trabalho, esse elo existente entre artesão,
objeto e sociedade através da execução em série e da repetição de tarefas
parciais. A esse fenômeno, Jeorge Lukaks deu o nome de reificação, e que
Chaplin conseguiu expressar, magnificamente, no seu filme "Os Tempos
Modernos".
Através da obtenção da dimensão qualitativa do trabalho, o objeto
teria grande durabilidade contra as chamadas novidades transitórias.
Gropius preconizava uma nova concepção de vida. Acontece que o
homem, com uma cultura superior, idealizado pela nova escola, foi
suplantado pela cultura do consumo.
Os objetos não possuem somente um valor Utilitário estético, mas
adquirem, além da sua função de uso, uma dimensão simbólica, sendo
Utilizados como símbolos na linguagem do ser humano moderno.
O possuir objeto expressa a cultura do falar, do que veste, do que sente e
de que classe. Os objetos, da mesma forma que as palavras, possuem
um significado que extrapola sua dimensão de uso e se insere na dialética
d;luta de classes.
o Ensino

As propostas da escola Bauhaus revolucionaram o ensino, não


somente pela sua importância pedagógica no campo das artes, como,
sobretudo, nos objetivos de desenvolver uma formação técnica apoiada
na construção do "ser".
O ensino estava organizado no curso preliminar Vorkus e nas
oficinas.

Curso Preparatório

o objetivo da Bauhaus era formar pessoas com talento artístico


para serem designers na indústria, artesãos, escultores, pintores e
arquitetos.
Os princípios metodológicos tinham como base um organizado
adestramento manual, técnico e formal dentro do trabalho de equipe,
procurando, através deste preparativo, dar conhecimento das modalidades
de manuseio dos materiais, criando uma visão não especializada, mas
universal.
O aluno entrava em contato com a cor, proporção, escala, ritmo,
luz, sombra, numa formação de 6 meses, objetivando amadurecer a
inteligência, sentimento e fantasia, "o homem inteiro" que estivesse
consciente do ímpeto e do caos da nossa era técnica.
A formação geral e ampla, em vez de ser um desperdício, é o
caminho para a construção do "ser".
Só quando se desperta desde cedo uma vasta compreensão da
vida poderá o "ser" contribuir criativamente.
Linguagem Visual

Além da formação técnica e artesanal, o designer deve aprender


uma linguagem visual. A linguagem da forma a fim de exprimir suas
idéias visualmente, através do estudo da ótica.
o estudo da forma na Bauhaus procurou descobrir a gramática da
forma (proporções, ilusões, cores). A gramática é a limitação essencial da
criação da forma, pois a liberdade na criação não repousa no uso
ilimitado de meios formais, mas num movimento livre dentro de uma
limitação regular. As notas musicais são a prova mais concreta da
limitação sem limites.
Na Bauhaus, utilizaram-se métodos de ensino revolucionários,
porém, já utilizados em escolas primárias. O responsável por isso, no
curso preliminar, foi J. Itten, um professor budista, responsável pelo
"Vorkus", implantando a noção de "unidade divina". Através do uso de
esferas, com cilindros e dados, procurava gerar um processo de
relaxamento, respiração e vibração, antes de começar a aula.
Em 1923, Gropius não concordou com esses métodos e J. Itten
deixou a Bauhaus.
O método metafísico influi de diversas formas na Bauhaus,
possuindo oUtros professores como Mondrian, que estUdava teosofia
oriental.
O método de J. Itten procurava a expressão do indivíduo, através
de suas potencialidades exclusivas, através da exploração dos seus
potenciais mentais, corporais e da intuição.
OUtra corrente defendia o trabalho em grupo relacionado com a
indústria, através do método (mínimo de gastos com máximo de
rendimento) "do less in order to get more". Nada deve sobrar. O que
estaria sobrando numa forma seria irresponsabilidade. O acaso foi
eliminado da possibilidade do trabalho. Quando J. Albers ficou com
maturidade, já admitia a função do acaso na criação.
Em 1928, o Vorkus foi dirigido por Hannes Meyer, com o apoio
de Klee e Kandinsky.
Os trabalhos desses diversos professores no Vorkus foram
radicalmente contraditórios entre suas épocas, mas obtiveram uma
síntese, com o passar do tempo, e a eliminação do radicalismo.
Itten chegou à conclusão da necessidade do controle emotivo.
Albers declarou, em 1956, que a arte é autônoma, é um erro
considerá-Ia puro recurso instrumental. Considera a arte sob a lei da
eterna transformação, sendo constante sua capacidade de despertar
emoções. Kandinsky levou esta visão para a regra pedagógica. "A
juventude deve abandonar o 'ou ou' pelo 'também'''.

Os Trabalhos nas Oficinas

o trabalho na oficina se desenvolvia após a preparação do curso


preliminar.
Na oficina, a dicotomia existente entre a ferramenta e a máquina
se traduzia na estrutura social pela ausência de um professor que
dominasse a artesania e artesãos que dominassem suficientemente a
sensibilidade artística. O espaço de trabalho da oficina foi o elemento da
integração de métodos específicos que nunca haviam acontecido antes.

A oficina era local de execução de produtos que eram fabricados e


aperfeiçoados, feitos à mão. Os designers eram obrigados a participar dos
métodos existentes na indústria e os melhores alunos da Bauhaus deviam
realizar trabalhos práticos nas fábricas. Inversamente, das fábricas iam às
oficinas da Bauhaus trabalhadores experientes.
O ensino na oficina tinha como um dos objetivos básicos a
formação exaustiva da capacidade artesanal como forma de combate ao
diletantismo da confecção artística e da alienação na academia. Depois de
três anos de estudo, o estudante deveria passar por exames para obter o
grau de mestre. Essa metodologia foi o principal paradigma pedagógico
que revolucionou a criação dos novos objetos

contemporâneos.
o ensino da arquitetura se deu na Bauhaus, já quase no fim, devido
às dificuldades econômicas para a contratação de professores e
equipamentos. Somente em 1923 é organizada a casa experimental.
Hannes Meyer, o primeiro diretor do Departamento de Arquitetura,
considerava o design como resultado dos cálculos e que a estética seria
escrava dos cálculos. O racionalismo científico sobrepondo-se à liberdade
casual da forma. Mies Van der Rohe uniu o Departamento de Arquitetura
e a Oficina de Acabamento, tornando consciente a unidade entre espaço e
objeto, entre material e cor. A obra fundamental de Mies foi a separação
da fachada da estrutura. A posição de Mies considerava a obra de arte
como parte de um mostruário e a arquitetura como cenário absoluto entre
as artes. André Malreaux também valorizou a arte no museu como
mostruário fora do contexto original.

Pintura, Escultura e Gravura

Uma quantidade grande de pintores se encontraram na Bauhaus.


Não se ministravam aulas de pintura e os pintores se transformaram em
mestres da forma, o que os obriga a aprender um ofício ou a participar do
design industrial. Os pintores ficaram à frente das oficinas como mestres
da forma, a saber:

.
.
Klee, como tecelão-mestre.

.
Kandinsky, na pintura de paredes
Ferninger, na tipografia
. Explosão da Bauhaus nos EUA

Em decorrência da crise de 1929, os fabricantes tomaram


consciência do papel do design no serviço da empresa industrial. Por
essa razão, os EUA acolheram os mestres da Bauhaus numa indústria em
expansão, necessitando renovar-se na estética e na estilística. Por outro
lado, os mestres se viram obrigados a deixar a Alemanha em virtude das
perseguições efetuadas pelos nazistas contra a Bauhaus.
Moholy - Nagy foi diretor do recém-criado Instituto de Oesign

.
de Chicago (1937)

.
Gropius, no Instituto de Tecnologia de Chicago

.
Alberts, na Universidade de Yale, 1950-1960

.
Mund, na Califórnia

.
Breuer, em Harvard

.
Gyorgy Kepes, no MIT (Massachusetts Instituto Tecnológico)
Mies Van der Rohe (Illinois Institute, 1938)
. Herbert Bayer, 1938-1946 (Agência de Publicidade)
.
.
Anton Brenner, 1951-1953 (Índia)
]ohannes Itten, 1938 (emigra para Amsterdan)

.
. Kandinsky, 1933 (transfere-se para Paris)

.
KIee, 1931 (transfere-se para Berna)
Hannes Meyer, 1938-1949 (diretor do Instituto de Urbanismo
do México)

A Estandardização

A execução do produto standard era a meta fundamental da


Bauhaus. O produto deveria ser concebido para ser realizado em série,
com qualidades funcionais, durabilidade, e executado com arte. A
construção de casas em série, preconizadas por Gropuis, como elementos
premoldados e colocados na construção por guindastes, foi uma primeira
idéia do produto em série, na arquitetura.
A separação entre a estrutura e a fachada foi outra obra importante
para o design industrial na arquitetura Bauhaus, onde os vidros não
tinham apoios visíveis sobre a estrutura.
o Teatro
modificáveis em todas as suas partes. Os móveis de metal em forma de
tobogan aumentam a resistência e as partes do assento são em tecidos
A contribuição do teatro para o design se refere à idéia cósmica do
substituíveis.
teatro "que a gente se aproxime das coisas, como se o mundo tivesse
A Arte da Tipografia, Publicidade e Design de Exposições
acabado de ser criado; que a gente parta do ponto da linha da superfície
simples: a partir do corpo, do ser, do estar de pé, do caminhar e, somente
no fim,Adoarte tipográfica
saltar não poderia
e do dançar. deixar
Porque dar umde estarrepresenta
passo presente na
umBauhaus.
Sabemos,
importantepor excelência, a sua importância na evolução do produto tipo
.
acontecimento".
ou standard, já desde
Destacamos osaseguintes
fabricaçãoprojetos
dos elementos móveis
executados paradao tipografia.
teatro:
A tipografia da Bauhaus eliminou
- KurtasSchmidt
letras maiúsculas, querendo
.
Projeto para Baflet mecânico
facilitar a leitura.
ProjetoObservamos
decoração um
paragrande
alga -dinamismo nas artes gráficas.
.
Xanti Scaviski
- Lotar Schreyer (figurino)
.
Virgem Maria na Lua
- Joost
.
Desenho Teatro Mecânico
Industrial Europa Schmedt
Brasil, EUA
Romam
Alberto Freire de Clemes - efeito
Carvalho de forma, cor, luz e som.
Olivieri,
EDUFBA, 2001

Pintura em Vidros

Vários mestres participaram do ensino da arte do vitral, dentre


eles, Paul Klee, em 1922.

Oficina de Metal

Os trabalhos em metal eram feitos em ouro, prata e cobre.

Mecânica

Os trabalhos de Marcel Breuer em marcenaria estendeu, de forma


antecipada, o espírito do Styling, até certo ponto, na medida em que
preconizava: "Nós modificamos nossas formas de vida muito mais
rapidamente do que em outros tempos". É, portanto, óbvio que nosso
meio ambiente deva estar sofrendo idêntico processo de transformação.
Atingimos decorações ambientais que sejam, na medida do possível,

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